20 dicas que mostram que Minimalismo não é radicalismo e você pode aderir

20 dicas que mostram que Minimalismo não é radicalismo e você pode aderir

Uma das palavras da moda, o minimalismo, é uma resposta à cultura dos excessos e busca um equilíbrio saudável onde a pessoa tenha uma quantidade menor de coisas sem se apegar aos exageros do consumismo. Ser minimalista não significa passar necessidade e sim aprender a priorizar o que realmente é importante. O movimento também é derivado de uma retomada interna do questionamento sobre o que traz felicidade em detrimento do que nos escraviza materialmente.

1. Entenda o conceito e como ele pode contribuir em sua vida. Você acha que sua vida seria melhor se você conseguisse ser mais seleto em suas coisas e acumulasse menos coisas física e emocionalmente?

2. Se você se identificou com a frase acima, identifique onde estão seus exageros: tenho certeza que você já é capaz de saber a diferença entre uma roupa que você usa e outra que você está guardando para quando um dia emagrecer.

3. Dê passos graduais: se você comprar uma roupa nova, doe uma antiga. Assim você já não acumulará mais. Depois atente-se ao que você tem e não usa, depois ao que você usa pouco e assim por diante.

4. Encontre o que é essencial: descubra sua essência e a priorize. O essencial pode não ser uma roupa e nem um móvel da casa. O essencial pode ser a eliminação de dívidas e prestações que você vem acumulando ao longo do tempo. Identifique a SUA prioridade.

5. Faça listas: compras, tarefas, o que gosta, não gosta. Listas ajudam a valorizar o que gostamos, preferimos e precisamos. As listas também nos ajudam a não comprar por impulso porque existe uma racionalização na hora de fazê-las. Já quando compramos só pelo olhar tentemos a ser mais compulsivos e emocionais.

6. Não radicalize: ser radical só te ajuda a ter dificuldades nos processos, perder a motivação e desistir. Se perder o foco, pare, repense e recomece. Pense no minimalismo como um projeto de vida mais saudável e não como uma dieta da sopa onde você passa fome, enjoa dos ingredientes e depois não suporta mais.

7. Organize como deseja agir segundo diferentes seguimentos: comece pelas roupas, depois pela casa, trabalho, vida pessoal.

8. Evite pessoas negativas: elas sempre existirão, mas você está disposto a aguentar? Selecione o que você quer para a sua vida. Escolher as relações também faz parte do minimalismo.

9. Guarde suas metas para você: dessa forma a cobrança passa a ser somente sua. É a sua vida, lembra? Lembre-se também de comemorar quando conseguir novas vitórias.

10. Esteja mais presente: seja você e o que a sua essência diz. Aproveite mais o tempo com as pessoas e valorize isso.

11. Abra seu coração: perceba novas experiências, novas pessoas, novas opções. Mas isso só pode acontecer se estiver com o coração aberto e interessado em um mundo novo.

12. Descarte coisas duplicadas: coisas com a mesma função, porém diferentes? Escolha a melhor e descarte a outra. Simples!

13. Pense bem antes de adquirir novos produtos: mantenha o foco na sua lista e não saia dela. Se não está na lista, não é necessário.

14. Diminua as coisas da sua bolsa: faça uma faxina geral. Tudo que tem ali é necessário? Te garanto que não! Limpe e tire tudo que é desnecessário.

15. Vista-se com menos: se encontre na moda. Lembre-se que para que tenha menos coisas é preciso que elas conversem entre si. Pense neste contexto.

16. Simplifique suas refeições: faça menus semanais, aprenda a fazer pratos únicos e receitas práticas.

17. Conserte o que estiver estragado: rasgou, quebrou, entortou? Leve em um especialista e descubra se tem conserto. Nada de ir descartando tudo de uma vez só ou comprando coisa nova!

18. Descarte o que não tem mais utilidade: venda, doe, empreste sem prazo de devolução… Se livre do que não é mais útil.

19. Não seja tão multitarefas: preste atenção nas suas obrigações e as execute com atenção. Nada de querer ser um canivete suíço!

20. Respire: parece loucura, mas é importante se lembrar que você precisa respirar. Fundo, devagar. Respire e siga em frente.

Imagem de capa: Masson/shutterstock

Pesquisa revela 9 curiosidades sobre os beijos que você deve conhecer melhor

Pesquisa revela 9 curiosidades sobre os beijos que você deve conhecer melhor

Certamente você já passou por essa experiência: beijar alguém e perceber que o que achava sentir no começo não era tão intenso assim. Biólogos e psicólogos dizem que um beijo é mais do que a união de duas bocas, mediante este simples, mas simbólico gesto as pessoas se reconhecem, às vezes de um modo inconsciente. Um pequeno lapso de tempo no qual se ativam milhões de estímulos, de processos biológicos, psicológicos e neuronais, tão interessantes que é quase inevitável terem estudado milhares de vezes o assunto.

Um destes estudos é precisamente o publicado nas revistas “Human Nature” e “Archives of Sexual Behavior”. Trata-se de uma profunda análise guiada por Rafael Wlodarski e sua equipe na Universidade de Oxford (Reino Unido), através de diversas entrevistas e testes realizados com 900 pessoas na faixa dos 18 e 63 anos. Quer conhecer os dados obtidos? Sem dúvidas surpreenderão você.

1- As mulheres dão mais importância aos beijos que os homens e necessitam mais deste gesto.

2- Os beijos servem, conforme estes autores, como meio para avaliar a qualidade genética dos possíveis parceiros com os quais nos relacionamos. Assim, de repente, pode parecer uma insensatez, pois ninguém dispõe de uma máquina interna que analisa a compatibilidade. Mas o que na verdade sentimos é que algumas pessoas nos excitam mais do que outras com o beijo. Escolheremos,então, essa pessoa que mais emoções e sensações nos produz.

3- Os beijos são o primeiro contato físico com o qual tendemos a valorizar a outra pessoa. É a culminação da atração física.

4- As mulheres são mais seletivas na hora de encontrar um parceiro. E os beijos são muito importantes, básicos e necessários. Aliás, podemos até dizer que são quase mais importantes que o sex0, é aquele gesto que elas esperam diariamente para encontrar intimidade na outra pessoa e para reforçar laços e alimentar a relação.

5- Os homens não dão tanta importância assim ao beijo, mas admitem que os casais mais estáveis e felizes beijam-se com frequência.

6- Os beijos unem as pessoas e causam súbitas emoções. Realizaram-se vários testes nos quais os casais que não se conheciam tinham que se beijar. Os experimentos começavam pelos casais com alguma timidez e incômodo, mas uma vez que começavam a se beijar, a intensidade se elevava tanto que o olhar deles depois disso era diferente. Beijar quase sempre é um interruptor direto a milhares de emoções.

7- Para as pessoas que ainda não estão namorando, o beijo classifica-se como algo mais importante que as posteriores relações sexuais. O beijo é a união antes do sex0, como o primeiro degrau para a seguinte fase.

8- Para os casais estáveis, os beijos são tão importantes quanto o sex0. Entendem, além disso, que é algo necessário no dia a dia, ainda que em determinadas ocasiões seja descuidado.

9-Em casais já estabelecidos, os autores explicam que a frequência dos beijos está relacionada diretamente com relacionamentos mais satisfatórios, mesmo não estando necessariamente vinculado com mais sex0. Assim, resulta curioso comprovar a relevância essencial que os beijos têm para o ser humano. Concorda?

Fonte indicada: Melhor com Saúde Imagem de capa: mexanichp/shutterstock.

Quando nossos pais se divorciam

Quando nossos pais se divorciam

Gosto de grifar frases em livros. Enquanto leio “Patrimônio”, de Philip Roth_ um dos escritores que mais admiro_ na página 29 encontra-se marcada a frase: “Mas, na verdade, os entrelaçamentos mais íntimos entre uma mãe e um pai, as dificuldades, frustrações e tensões duradouras, permanecem para sempre um mistério, sobretudo, talvez, se a gente cresce como um bom menino num lar seguro e bem organizado.”

O livro chegou em boa hora. Cheio de emoção e comovente verdade, o autor aborda a história (real) dos últimos dias de seu pai, enquanto recorda sua mãe e o amor dos pais _ uma relação nem sempre fácil, mas que de forma indireta conduz a narrativa dos filhos.

O amor nos torna vulneráveis. E sentimos isso desde muito cedo, naquela sensação incômoda que as crianças têm quando descobrem que pai e mãe não são eternos. Daquele instante em diante, tudo muda. Ficamos vulneráveis ao afeto que recebemos e oferecemos; ao encantamento que vem e vai; à incerteza de querer e ser querido.

Nos tornamos vulneráveis à relação de amor que nossos pais construíram entre si também. Porque é esse amor, o primeiro que vivenciamos _ como espectadores_ que nos dará parâmetros para todos os outros, aqueles que iremos experimentar em nossa própria história, diminuindo, acrescentando, modelando, adicionando e subtraindo, a partir da matéria prima de nosso primeiro lar.

Gosto de caminhar ouvindo Chico Buarque. A trilha sempre traz “João e Maria”, ao vivo, numa versão linda que baixei na internet. Algo na letra, ou melodia, me toca de maneira inexplicável.

Chico Buarque faz parte da geração de meus pais. Meu pai, de gosto musical apurado, colecionava LPs e tinha fascínio especial pela canção “O que será…”, sucesso na década de setenta.

“João e Maria” nunca foi tema deles, mas talvez minha memória tenha filtrado a realidade como bem quis, juntando o refrão “E pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz…” aos bons momentos que observava em nossa casa, num tempo em que ainda não entendia nada acerca das relações amorosas entre adultos.

Jamais entenderemos por completo os entrelaçamentos mais íntimos entre uma mãe e um pai. Para os filhos, isso será sempre um mistério. Mas em algum momento que não sei precisar, imaginamos que entendemos. E que fazemos parte. E quando esse amor tropeça _ porque todo amor oferece riscos _ ficamos vulneráveis também.

Porém, é preciso coragem para amar e ser amado. Coragem para desbravar e permitir ser desbravado, estando sujeito a quebrar-se e rearranjar-se além de si mesmo.

Em qualquer narrativa, torna-se necessário perdoar nossos pais. Isso inclui aceitar suas falhas como parte do processo natural de qualquer pessoa, mesmo que ainda carreguemos a concepção infantil de que sejam nossos heróis.

Lidamos muito mal com o envelhecimento. Quando se trata de nossos pais, é ainda pior. Não temos como impedir a morte e o sofrimento. Mas achamos que podemos. E mais ainda, achamos que eles, nossos pais, podem.

Do mesmo modo que temos a tendência a acreditar que eles podem seguir se amando mesmo quando desistiram do compromisso que firmaram. Algo em nós, mais do que neles, se ressente dessa desistência.

O que se quebra não é o amor, mas o que nossos olhos quiseram enxergar nesse amor…

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Imagem de capa: Yulyazolotko/Shutterstock

O amor, quando genuíno, nos impulsiona a ser pessoas melhores!

O amor, quando genuíno, nos impulsiona a ser pessoas melhores!

Ontem sai com alguns amigos para comemorar o aniversário de um deles. Enquanto jantávamos, uma de nossas amigas disse que dorme no sofá por não suportar mais seu esposo.

Sabemos que casamentos passam por tribulações, entretanto, o fato de não suportar mais a pessoa mostra que, além do amor ter acabado, ela não está mais disposta a lutar em prol da união. E, se já não existe motivação, quer dizer que não há nada que ela possa fazer para reacender a chama.

A questão é que ninguém é obrigado a conviver com alguém a força, porém, se ela realmente estivesse disposta, lutaria para que o casamento se reerguer.

Após a declaração de minha amiga, me questionei “O que faz uma pessoa manter uma união durante anos se não existe mais amor?” E essa pergunta ficou ecoando em minha mente.

É engraçado como as pessoas caem no comodismo e simplesmente empurram algo com a barriga como se tudo estivesse andando perfeitamente bem. E, perante os filhos, permitem que eles presenciem brigas constantes como se isso não ferisse o sentimento dos que assistem.

Todos nós merecemos dar e receber amor, contudo, não adianta ficar com alguém apenas para manter as aparências. É desgastante para ambos.

Não diferente da esposa, o esposo cruza os braços e finge que a situação não o incomoda.

É triste ver duas pessoas que poderiam ser felizes individualmente viverem algo onde já não encontram paz.

O casamento passa  por altos e baixos, mas, quando os envolvidos mais choram do que sorrirem, é hora de ambos repensarem se isso está agregando na vida de cada um.

O amor, quando genuíno, nos impulsiona a ser pessoas melhores, e consequentemente, dividimos nosso melhor com quem está ao nosso lado, entretanto, se não nos amarmos e mantivermos uma relação de fachada, não faremos bem ao parceiro, muito menos a nós mesmos.

Imagem de capa: olgashevtsova/shutterstock

Os amigos são os guardiões do nosso ser

Os amigos são os guardiões do nosso ser

Título original: Patrimônio sagrado

Achei muito interessante a colocação do professor e psicanalista, Gilberto Safra, de que os amigos guardam a nossa memória; são guardiões do nosso Ser.

Concordo, plenamente! Quantas vezes, surpreendemo-nos com a fala de um(a) amigo (a) de infância, que relata um acontecimento onde estávamos presentes e do qual não nos lembrávamos mais? Como é bom! Resgatamos, ganhamos de volta algo precioso sobre nós e que havíamos perdido.

Porém, no dia a dia, vivendo tão preocupados com as tarefas assumidas, não há tempo para uma conversa, no meio da tarde, com as pessoas que amamos. Postergamos esses mo- mentos para quando tivermos um pouco mais de folga. No en- tanto, somos guardadores de inúmeros rebanhos de memórias de pessoas queridas e, se não as narramos ou não damos a devida escuta à fala do outro, quando uma delas vem a falecer ou se distancia, é que percebemos a perda desses patrimônios vividos.

Posso dizer que tenho uma experiência triste a esse respeito.

Após um tempo da morte de meu pai, arrumando alguns de seus documentos, a frustração foi enorme ao constatar que o conheci tão pouco… Muitas perguntas ficaram no vazio… Quais eram seus sonhos, seus medos, suas alegrias… Quem era esse homem que me carregou no colo e que foi o meu chão por tantos anos?

Sei quando ele nasceu, porém não sei quais eram as circunstâncias em que seus pais viviam; sei que se casou com minha mãe, que teve quatro filhos, entretanto não sei o que ele pensou naquele exato momento em que viemos ao mundo. E assim acontece com aquelas pessoas amigas que conviveram amor que mandei, dos bilhetinhos deixados nas casas de minhas amigas, dos álbuns que trocávamos umas com as outras, para que se deixasse escrito algo sobre nós, acrescido por uma bela poesia.

Porém, quase mais nada existe! As cartas, quei-mei-as; os diários, num determinado momento, pareceram infantis, rasguei-os e joguei fora; o álbum, felizmente, tenho guardado com muito carinho.

Crescer tem dessas bobeiras! Acreditamos que a primazia tem de ser a racionalidade, o afeto é coisa pequena e, assim, não mais o valorizamos.

Iniciei, recentemente, um diário e quero nele marcar todos os momentos vividos e os sentimentos que me acompanham.

Que insensatez seria deixar passar sem registro certos tesouros!

Como não registrar o céu azul deste mês de maio, a lua cheia que despontou toda orgulhosa nesta noite? E que bem cedinho ela ainda permanecia no alto, com toda a sua majes- tade?

A vida é bela, os amigos são valiosos e não quero ficar impassível frente a esses patrimônios.

Assim me decidi…

Imagem de capa: Dima Aslanian/shutterstock

Ninguém consegue entrar na casa do outro mantendo suas portas fechadas

Ninguém consegue entrar na casa do outro mantendo suas portas fechadas

Esses dias li um texto que me tocou profundamente e me fez refletir sobre o quanto nós temos resistências internas ao florescimento do amor. Um texto de autoria de Juliana Santin que falava sobre a maior de todas as revoluções, que é a revolução do amor. Transcrevo abaixo o trechinho dele que me inspirou a escrever sobre esse tema.

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“Os adultos normais não gostam de si mesmos, não gostam de seus casamentos e não gostam do seu trabalho”.

Patch Adams resolveu que ia criar um hospital onde imperassem as seis qualidades que ele considera fundamentais: feliz, engraçado, amoroso, cooperativo, criativo e pensador – que, no final das contas, resumem-se mesmo em amor.

“Mas percebi o quanto era difícil chegar perto das pessoas em um mundo muito suspeito com relação ao amor”. Assim, ele decidiu vestir-se de palhaço como uma forma de poder dar amor sem receber resistência das pessoas.

Patch Adams busca criar uma relação com as pessoas que ajuda, ou seja, uma troca. Não é um trabalho voluntário aleatório, uma coisa para cumprir tabela. É a vida dele, pois ele percebeu que o amor é uma via de mão dupla. É necessário que haja um caminho de ida e volta do amor. Ninguém consegue entrar na casa do outro mantendo suas portas fechadas.

Juliana Santin

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Achei lindo quando ela citou as palavras do Dr. Patch Adams dizendo que as pessoas suspeitam do amor dedicado por outrem, como se fosse algo falso ou com segundas e terceiras intenções, parafraseando o mestre Cazuza.

Por esse motivo que ele se fantasia de palhaço, para conseguir expressar seu grande amor pelos pacientes sem correr o risco de ser mal interpretado ou ter sentimentos de aversão da parte deles.

Fiquei um bom tempo refletindo sobre o quanto nossa sociedade está adoecida e precisando dessa revolução de amor. É possível compreender esse adoecimento, já que notícias desastrosas e amedrontadoras nos são transmitidas diariamente pelas grandes mídias, dessa maneira ficamos todos meio pé atrás na hora de expressar o que sentimos.

Quero inclusive citar uma experiência marcante que tive no ano passado. Participei de um evento gratuito com atividades de Psicomotricidade, que é um dos diversos ramos da Psicologia, e nesse evento foi realizada uma atividade lúdica maravilhosa, difícil de descrever num texto como esse (na realidade nem me atrevo, porque ninguém entenderia). Nessa atividade todos que estavam presentes correram, pularam, deram altas gargalhadas, alguns até se pisotearam por descuido. Mas calma! Ninguém se machucou OK?

No final houve um momento de relaxamento tão bonito e profundo que as pessoas, na maioria desconhecidas, foram se aproximando e aproximando cada vez mais, de modo que no final estávamos todos abraçados cheirando o suor uns dos outros.

No momento de partilha final, algumas pessoas relataram que ficaram impressionadas de como uma atividade simples fez com que retirassem de dentro de si todas as barreiras, todas as cascas e carapaças para evitar o contato mais próximo com desconhecidos. Foi lindo! Todos saímos de lá nos sentindo leves e com o coração cheio de amor e carinho, que foi transmitido sem reservas ou resistências.

Esse foi um dos meus melhores dias em 2017, porque foi uma experiência absolutamente surpreendente, fui pra lá sem a menor noção do que aconteceria e se deu essa maravilha, capaz de curar alguns corações gélidos.

Você certamente já escutou pessoas dizendo que o amor é algo que só cresce à medida que o oferecemos aos outros não é? Mesmo sendo clichê é a mais pura verdade. Nossa sociedade está adoecida como está porque estamos economizando nossos afetos. Estamos com medo de expressar nossos sentimentos mais puros e nobres, e o resultado disso são pessoas cada vez mais tristes e doentes, o que foi amplamente explanado pela querida Juliana Santin no texto compartilhado acima.

Olhe para você! Será que também não está deixando as portas do seu coração trancadas à setes chaves? Desse jeito não existe a possibilidade de ninguém entrar. Só atravessam paredes os fantasmas! E mesmo que pareça brincadeira, na realidade acontece algo mais ou menos assim. Se você fecha o seu coração, abrirá espaço para que receba influências obsessoras, e saiba que não estou falando apenas de espíritos viu? A obsessão vem da própria atração energética de pessoas e situações que lhe obrigarão a jogar fora todas essas camadas de medo, de receio, de fuga etc.

A vida por si só já se encarregará de lhe proporcionar as experiências certas para retirar todas essas resistências, talvez de forma meio dolorosa, para que possa aprender.

Venho com esse texto lhe levar a refletir para que siga por um caminho mais simples. Não crie essa resistência tão grande, porque o amor é algo que só cresce à medida que o espalhamos. Escancare as suas portas e deixe que esse amor toque muitos corações, e claro! Que o amor dos outros também chegue até você.

Paz e luz…

Imagem de capa: Reprodução

Valorize quem permaneceu junto, mesmo quando você não tinha nada para oferecer

Valorize quem permaneceu junto, mesmo quando você não tinha nada para oferecer

Prestamos muita atenção no que não dá certo, em quem não chega com verdade, em tudo o que foi ruim. Não devemos deletar o que deu errado, sem aprender com aquilo, porém, é necessário guardar um imenso espaço dentro de nós, para guardarmos cada felicidade, cada conquista, cada pessoa especial que temos em nossas vidas. A gente precisa digerir os erros e manter junto todos os acertos.

Temos que escolher todo dia, o tempo todo, e, como somos humanos, acabamos, não poucas vezes, fazendo péssimas escolhas. Confiamos em quem não deveríamos, somos sinceros com quem não poderíamos, amamos quem não nos merecia. E a gente sofre e se decepciona e se sente a pior criatura desse mundo. Isso é normal, porém, demorar-se demais no terreno escuro da tristeza e das lamentações nunca será benéfico a ninguém.

Não tem outro jeito: para sair da escuridão, temos que voltar os olhos para a luz; para enfrentar o que de ruim ocorreu, temos que voltar os olhos para o que é bom, para as escolhas certas que fizemos, para os momentos felizes que tivemos, para o que permaneceu junto com verdade. Sempre existe alguém que nunca desiste de nós, que torce por nós, que acredita no nosso melhor e fica ali, junto, de perto, chorando e sorrindo com partilha afetiva transbordante.

Uma verdade a que ninguém foge é a constatação de que muitas pessoas somente procurarão em nós algo que lhes satisfaça, fingindo gostar de nós enquanto tivermos algo a lhes oferecer. Assim que passarmos por problemas, sejam financeiros ou emocionais, elas se afastarão, pois então não teremos mais nada que possa ser usado em favor delas mesmas. Inclusive sofreremos isso por parte de muitos de quem jamais esperávamos.

Portanto, por mais que estejamos alquebrados e decepcionados com o mundo, com a vida, com as pessoas, teremos que reunir forças para sermos gratos por termos percebido quem realmente fica ao nosso lado de coração aberto, sem segundas intenções. E, mesmo que nos reste somente um amigo verdadeiro, ele então será tudo de que precisaremos para retomar nossa fé na busca pela felicidade com que sempre sonhamos.

Imagem de capa: El Nariz/shutterstock

A certeza da morte dá sentido à vida

A certeza da morte dá sentido à vida

Eu sou apaixonado pelo tema da morte e a cada dia eu percebo mais o quanto ela anda de mãos dadas com a vida, morte e vida são uma coisa só, apesar de muitos ainda acreditarem que não. Com certeza você já deve ter ouvido falar sobre aquela questão que é assustadora para quase todas as pessoas, de que nós morremos um pouquinho a cada dia, ou seja, uma criança recém nascida já é velha o suficiente para a possibilidade da morte.

Em vez de me assustar eu me encanto com essa certeza, sabe por quê? Porque a certeza da morte dá ainda mais sentido para a minha vida! E espero do fundo do meu coração que, ao ler esse texto, você passe a enxergar a morte com mais carinho.

Você também já deve ter pensado a respeito da imortalidade humana, não é mesmo? Ela seria terrível se existisse, e o principal motivo seria a PROCRASTINAÇÃO, que é deixar pra depois tudo aquilo que é importante e precisa ser feito no hoje, no agora. Se nós tivéssemos a certeza de que nunca morreríamos, praticamente deixaríamos tudo pra depois, pois não haveria pressa em si realizar as obrigações, elas sempre poderiam ser adiadas e adiadas…

Outra grande contradição interessantíssima é sobre as situações que levam as pessoas a terem um sentido real para as suas vidas. O que estou querendo dizer é que, em muitos casos, a certeza de uma morte iminente, devido a uma doença degenerativa ou a uma guerra, ou reclusão injusta, como já aconteceu milhares de vezes na história, de pessoas que foram condenadas à morte ou estiveram em uma encruzilhada para morrer a qualquer momento etc. Estas pessoas, quase sempre, encontram um sentido para as suas vidas muito maior do que as que não passaram por tais situações. Em resumo, o sofrimento intenso faz com que elas encontrem um sentido nobre para as suas vidas.

Não posso deixar de citar o grande psiquiatra Victor Frankl, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, na segunda guerra mundial. Esse homem incrível escreveu um livro chamado “Em busca de sentido”, que conta a sua experiência nestes campos de concentração e como ele encontrou sentido para a sua vida em meio ao caos. Abaixo está o link de uma entrevista feita com ele, em que conta um pouco de sua experiência de vida. Vale muito a pena reservar alguns minutos para assisti-la! Confira…

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Quando temos consciência de que a vida é breve e que nossa finitude é certa, buscamos naturalmente rearranjar nossas prioridades e passamos a buscar cada vez mais o que é essencial, vivendo o momento, vivendo o aqui e agora. Gostei muito das palavras do escritor Victor Lisboa para falar sobre isso. Suas palavras são simples e muito profundas.

“A consciência de nossa mortalidade pode rearranjar nossas prioridades e nos encorajar a não protelar nosso comprometimento com a vida. A percepção da impermanência de tudo pode transformar a forma como nos relacionamos com os outros e com o mundo, além de reestruturar nossa escala pessoal de valores. A compreensão de que certa quota de sofrimento é parte inerente de nossa existência pode estimular o exercício da compaixão por todos os seres vivos, já que todos nós vivenciamos a mesma experiência fundamental de confusão e finitude.

Como um banho de água fria, compreensão de que nossas vidas são finitas tem a vantagem de nos acordar e limpar a sujeira em nossos olhos, eliminando todos os obstáculos que nos impedem de ver o que realmente importa aqui e agora. A permanente consciência de que vamos morrer um dia é capaz de rearranjar nossos valores e prioridades de uma forma mais fiel a nossos princípios e caráter. Já não perdemos tempo nem nos distraímos com coisas que nos desviam do que realmente é importante em nossas vidas.”

Victor Lisboa

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Para concluir e fazer você refletir um pouco mais sobre esse tema tão instigante, compartilho um pequeno texto do mestre Rubem Alves, um texto em que ele compara a nossa vida a uma bacia cheia de jabuticabas, que vão sendo retiradas até sobrarem apenas algumas. Um texto genial de um escritor genial.

O tempo e as jabuticabas- Rubem Alves

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que, apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de ‘confrontação’ onde ‘tiramos fatos a limpo’. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa!…

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão-somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.

Imagem de capa: Billion Photos/shutterstock

A diferença entre o pessimista e o otimista

A diferença entre o pessimista e o otimista

Convivemos com um velho comportamento, que tem um enorme prazer de complicar o nosso cotidiano, que se chama pessimismo. É aquele mórbido estado de espírito contrário ao otimismo, em olhar a vida sempre pelo lado agourento do mundo dos adultos.

O pessimismo não tem líderes. Trata-se de um movimento individual com uma forte disposição mental e emocional de encarar a vida e de sempre esperar dela o pior, com o desejo de “azedar” o nosso cotidiano, seja na empresa, na escola, na família, nas relações amorosas, etc.

Na filosofia refere-se às doutrinas adeptas da supremacia do mal sobre o bem, que adotam atitudes de escapismo e imobilismo. Manifesta-se através de um sentimento ruim, que pode sobrepor às coisas boas da vida, entre elas: alegria, amizade, solidariedade e parceria. Essa é uma visão que insiste em minar qualquer possibilidade de resultado positivo de felicidade individual e coletiva.

A vida com seus altos e baixos impõe uma série de obstáculos, esperando soluções aos nossos desafios. Aliás, se tiver um ou mais pessimista em nossas relações, as dificuldades irão ficar mais pesadas para se resolver. O cético acredita – que tudo vai dar errado – e quer nos contaminar com esse pensamento em relação à vida e ao mundo.

O pessimista é portador de doses cavalares de ressentimentos, que acaba colocando a culpa nos pais, no cônjuge, no terapeuta, no médico, no patrão, no padre ou até mesmo em Deus ou nas divindades. Ele necessita de ajuda terapêutica e espiritual para curar a origem inconsciente dessa incredulidade.

A diferença psíquica entre o pessimista e o otimista, é que o primeiro vê dificuldade em cada oportunidade e o segundo enxerga oportunidade em cada dificuldade e não sofre por antecipação por causa disso.

Por exemplo, o pessimista visita um amigo doente no hospital e comenta: “Ele está doente, acho que vai morrer. E o otimista visita o mesmo amigo e diz: “Segundo os médicos e a família ele está melhorando, fico feliz por isso.”

Portanto, o otimista não é uma pessoa que tenta “tapar o sol com a peneira”, desejando adiar as responsabilidades de resolver as coisas no presente para o futuro. E não utiliza métodos indevidos para tentar ocultar os problemas.

Mas não devemos acreditar que ser otimista é a solução “mágica” das adversidades. Juscelino Kubitschek tinha um lema sobre isso: “Otimista pode até errar, mas o pessimista já começa errado”. O ex-presidente enfrentou uma forte oposição ao construir Brasília, que foi erguida no meio do cerrado, em menos de quatro anos, a partir de uma concepção modernista de urbanismo e arquitetura.

O antídoto para o pessimismo é não sofrer por antemão ou ficar paralisado, deixando que o medo tome conta da nossa vida. O escritor Fernando Sabino tem uma constatação sagaz: “O otimista erra tanto quanto o pessimista, mas não sofre por antecipação”.

Imagem de capa: dreamerve/Shutterstock

Espere, não embarque em quem te leva para longe de você

Espere, não embarque em quem te leva para longe de você

Ei, estão falando que as coisas andam rápido. Que é perda de tempo esperar. Que a gente tem que fazer acontecer, custe o que custar, mas, um dos maiores equívocos que cometemos na vida mora, antagonicamente, na nossa ânsia de se atirar em pessoas e caminhos errados.

Achamos, de forma equivocada, que precisamos agir precipitadamente, que a vida é curta e acabamos embarcando em quem não vale a pena.

Vamos brincar então de imaginar essa situação. Imagine-se sentado em um grande ponto de ônibus. Você tem consigo que precisa ir para o Norte, mas apenas ônibus apontando para o Sul aparecem. Você sabe que seus anseios estão apontando para outra direção, mas em certo momento, cansado de esperar, resolve embarcar para o Sul mesmo.

Dentro desse ônibus, que te leva para longe de você, seus pensamentos tentam convencê-lo de que essa viagem não é um erro, que talvez o Sul seja o melhor para você, mas seu coração sabe que isso não é verdade. Então, os quilômetros passam assim como os anos da sua vida e esse estranho ônibus te deixa em um lugar muito diferente e distante daquele com o qual você sonhou para si um dia.

Parece uma insensatez uma viagem como essa, mas a maioria de nós já embarcou em algo assim. Escolhemos uma profissão no calor do momento. Aceitamos relacionamentos que não nos levam a lugar algum, que nos desmerecem, que estão longe do que desejamos para nós. Embarcamos em planos e empregos arranjados por outros e quando damos por nós, estamos sozinhos e bem longe.

Se eu pudesse pedir algo, eu pediria: Por favor, espere. Teríamos evitado muito sofrimento se ficássemos um pouco mais sentados naquele ponto lá atrás. Estaríamos hoje livres de muita dor de cabeça se tivéssemos tido um pouco mais de fé na vida e entendido que o ônibus certo apareceria! Sim, o ônibus certo apareceria.

Sei que é difícil imaginar, mas esse nosso ônibus tão esperado pode ter surgido logo após termos embarcado em uma grande furada, naquela que nos roubou tempo e quase liquidou nossos sonhos.

Se você se deixou levar pela impaciência, talvez seja hora de saltar dessa louca condução e buscar seu próprio caminho. Nunca é tarde para voltar para você. Grite ao motorista que você quer descer e respire com seus próprios pulmões.

Saia disso com os fios de paciência que você teceu nos anos em que vagou perdido e não tenha medo de esperar.

Espere. Espere pelo melhor. Espere pelo momento certo. Espere pela pessoa certa. Espere pela vida perfeita para você. Espere sem medo e embarque apenas no que te leva de encontro com o que te faz bem.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain

Por que muitas pessoas inteligentes são inseguras?

Por que muitas pessoas inteligentes são inseguras?

Elas costumam ser mais pensativas, meticulosas e indecisas em seu dia a dia, mas por que muitas pessoas inteligentes são inseguras no que diz respeito a suas próprias habilidades e na hora de tomar decisões?

Aqueles perfis mais arrogantes e caracterizados pelo excesso de valorização pessoal são seguros por natureza porque não avaliam as consequências de seus atos, nem medem o efeito de suas palavras. Elas também não se preocupam com o dano que possam causar a outras pessoas.

Com frequência, costuma-se dizer que “não existe felicidade mais profunda do que aquela que deriva da ignorância”. Com certeza todos nós concordamos com essa ideia, porque já encontramos, em alguma ocasião, com essa essência tão característica da estupidez humana onde uma pessoa age com completa negligência emocional e racional, sem estar consciente das implicações de certas condutas.

“A inteligência de um indivíduo se mede pela quantidade de incertezas que é capaz de suportar”.
-Immanuel Kant-

No entanto, e apesar de a maioria de nós saber reconhecer o “ignorante”, aquele que age com um notável orgulho, com vaidade e arrogância, é comum aparecer uma pergunta: por que continuam a ter tanto poder em nossos entornos mais habituais? O historiador Carlo Maria Cipolla dizia que às vezes subestimamos a grande quantidade de estúpidos que existem no mundo, mas a esta afirmação deveríamos acrescentar algo mais… Por que a estupidez atingiu patamares tão elevadas de influência na nossa sociedade?

Os psicólogos e sociólogos dizem que existe um aspecto curioso associado a este tipo de perfil de comportamento. As pessoas menos inteligentes costumam mostrar uma elevada segurança, são mais impetuosas, mais “barulhentas” e têm a capacidade de influenciar os demais por este tipo de características.

As pessoas inteligentes, por outro lado, costumam se caracterizar por uma notável insegurança, lentidão de resposta, reflexão e, inclusive, discrição pessoal. Todos esses atributos não provocam impacto. Além disso, vivemos em um mundo onde a insegurança continua sendo vista como uma característica negativa.

Muitas pessoas inteligentes são inseguras e desvalorizam a si mesmas

Continuamos tendo um conceito equivocado sobre as pessoas inteligentes e, especialmente, aquelas que apresentam um quociente intelectual (Q.I.) bastante elevado. Nós as vemos como homens e mulheres competentes, capazes de tomar sempre as decisões mais acertadas, ou de ser altamente eficazes em suas tarefas, responsabilidades e obrigações cotidianas.

Porém, existe um detalhe que costuma estar presente em muitas ocasiões: as pessoas inteligentes costumam sofrer de ansiedade social. Raras vezes se sentem completamente integradas em um contexto determinado: escola, universidade, trabalho, etc. Tal e como nos explica o psiquiatra e doutor em neurociência Dean Burnett, o perfil caracterizado por uma elevada inteligência costuma se desvalorizar constantemente.

É o que se conhece como “síndrome do impostor”, um transtorno no qual a pessoa minimiza suas conquistas e capacidades pessoais até minar pouco a pouco a sua autoestima e autoconfiança. Obviamente não podemos generalizar, pois haverá pessoas com um alto Q.I. que mostram uma elevada segurança e que terão escalado o sucesso com constância e eficácia psicológica.

No entanto, o padrão citado anteriormente costuma ser bastante comum: as pessoas intelectualmente brilhantes muitas vezes têm uma percepção mais profunda da realidade, uma realidade que nem sempre parece fácil de assimilar, nem é agradável e muito menos confiável.

“Diante de um mundo complexo, cheio de contradições e imprevisível, as pessoas inteligentes se sentem como figuras ‘estranhas’ e alheias a esses entornos. Assim, e quase sem perceber, é comum que elas acabem se desvalorizando porque não se sentem capazes de se adaptar a essas dinâmicas sociais”.

A insegurança é realmente um atributo tão negativo?

Devemos admitir: a autoconfiança nos atrai e inspira. Nós gostamos das pessoas capazes de decidir rápido, de mostrar segurança e uma capacidade rápida de reação em cada circunstância. Porém… é realmente acertado e inclusive desejável estar sempre tão “seguros” de nós mesmos?

A resposta seria “sim e não”. O segredo está no equilíbrio. Citando novamente o neurocientista Dean Burnett, vale a pena falar aqui de um de seus livros mais conhecidos: “O cérebro idiota”. Ele explica que geralmente as pessoas mais ingênuas ou ignorantes são as que costumam mostrar um maior nível de autoconfiança. São perfis incapazes de reconhecer quando algo está errado ou de aplicar um pensamento analítico e reflexivo para avaliar, previamente, o efeito de certas decisões, ações ou comentários.

No entanto, é aqui que entra o que é estranho e preocupante, a “personalidade idiota” costuma ter maior êxito social. Os diretores, altos funcionários ou políticos que demonstram impetuosidade, segurança e firmeza em suas decisões costumam reunir o que muitos consideram como “capacidade de liderança”. Assumir isso é um autêntico perigo, porque, às vezes, colocamos nosso futuro nas mãos de pessoas incapazes de avaliar as consequências de seus atos.

A insegurança produtiva

A insegurança que prende e imobiliza não é útil. Porém, a insegurança que indica algo como “pare, seja cauteloso e pense antes de decidir” pode ser de grande ajuda sempre e quando ajudar a tomar uma decisão e não a se bloquear de forma indefinida.

As pessoas inteligentes costumam ter grandes dificuldades na hora de controlar essa insegurança porque, como mencionamos, apresentam uma baixa autoestima além de algumas destas características:

– Analisam em excesso cada evento, acontecimento, palavra dita, gesto ou atitude.

– Apresentam um tipo de pensamento “crescente”. Ou seja, de uma ideia passam a outra e logo a outra, até ficar eternamente abstraídos em estados mentais sem saída.

– São pessoas muito lógicas e precisam que “tudo se encaixe”, que tudo tenha sentido. Mas a vida exige, às vezes, que a aceitemos como ela é, com suas irracionalidades, caos e estranhezas.

Por tanto, e para conseguir que a insegurança não as deixe isoladas na imobilidade de suas sofisticadas mentes, é necessário que elas aprendam a tolerar certas incertezas, a imperfeição do comportamento humano, assim como a falta de lógica de muitos eventos deste mundo.

Além disso, é vital que a inteligência delas passe da fronteira iminentemente “racional” para a inteligência emocional, onde deixa de se desvalorizar ou se sentir como um ser estranho, alheia a uma realidade que, apesar de não acreditar, precisa dela mais do que nunca para poder vencer o “vírus da estupidez humana”.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Imagem de capa: GaudiLab/Shutterstock

Lembranças são vaga-lumes

Lembranças são vaga-lumes

Lembranças são vaga-lumes que acendem e apagam dentro de nós. Basta um fragmento de sonho, uma música, um perfume ou um determinado sabor, para que lembranças adormecidas acendam , transportando-nos àqueles momentos vividos.

Outras se apagam para sempre, levando à morte psíquica. Lembranças que partem sem dizer “Adeus”; memórias que morrem pelo entorpecimento costumeiro, ou pela falta de cuidado consigo mesmo, ou por não ter companheiros com quem atualizar seu passado por meio de narrativas. O fio vital trinca-se como consequência infeliz na trama da vida.

Como regressar à terra natal se as pedrinhas-memórias são subtraídas?

Como se reencontrar vivendo distraído e hipnotizado com tantas possibilidades externas? Como saber sobre si quan- do a preocupação é somente sobreviver?

Além disso, temos o contexto atual que reforça conti- nuamente o afastamento de si próprio: vive-se uma tempora- lidade cada vez mais efêmera que requisita de todos nós uma atenção ampla, porém rasa; uma urgência em acolher o novo e uma destreza frente à multiplicidade de tarefas simultâneas.

Todos esses fatores (internos e externos) colocam em xeque a memória, pois se pressupõe que ela precise de um am- biente onde seja possível uma atenção profunda, um estado de repouso para abstrair-se da ação presente e se aprofundar na contemplação.

Henri Bergson, filósofo e diplomata francês falecido em 1941, sustentava essa relação entre a memória e o tempo, ao afirmar que “a memória é a vida do espírito por excelência”.

Certamente, são tempos impróprios para uma mente em descanso e para um corpo quieto. As janelas da alma estão com suas redes de proteção bem instaladas, de tal forma que não há como vaga-lumes entrarem e serem pontos de luz em nosso cosmo pessoal.

Imagem de capa: Irina Kozorog/shutterstock

Meu luxo é clichê

Meu luxo é clichê

Ontem acabaram minhas férias, quinze dias de puro luxo.

Como já disse Danuza Leão, existem luxos e luxos.
Obedecendo a cartilha da colunista, estive em Buenos Aires com o livro “De malas prontas” debaixo do braço, cheio de dicas.

Seguimos a recomendação de tomar o chá da tarde no Alvear, hotel tradicional do bairro Recoleta. Sentados diante de uma mesa com porcelana centenária e canapés minimalistas, olhava para os lados e me perguntava quem é que estava se divertindo ali. Tudo bem, de vez em quando é bom entrar no clima, tomar uma taça de champagne no meio da tarde com o marido, mas aquilo de beliscar micro-sanduichinhos e comer tortinhas decoradas com frutas em compotas, certamente não faz parte de minha natureza nem do meu “requinte”.

Dias depois, de volta ao meu ninho, o frio chegou a Campinas. Numa tarde de puro ócio com meu filho, partimos para o clássico piquenique na cama. Ele decidiu fazer uma barricada de almofadas e cobertor, enquanto preparei pão de queijo e chocolate quente. Um clichê luxuoso acompanhado da série “Anos Incríveis” (tenho os episódios gravados da ‘Cultura’, e meu menino não conhecia). A poesia do seriado nos preencheu duas tardes inteiras, e lá pelas tantas perguntei afirmando: “Nosso lanche tá melhor que aquele chá do hotel chique em Buenos Aires, não é?” , ao que ele respondeu de boca cheia: “Bemmm melhor…”

Cheguei à conclusão que meu luxo é clichê. Não tem relação com dinheiro, e sim com a forma de usufruir a rotina ou simplesmente pausar o instante a fim de percebê-lo melhor.

Meus luxos são clichês, tão comuns como assistir “Anos Incríveis” na cama, numa tarde chuvosa.

Buscar o filho na escola e comprar um saquinho de pipoca na saída; tomar um café fresco na xícara de estimação enquanto escuto Chico Buarque cantar “Carolina” e pensar que poderia chamar-me Carolina também, e ter aqueles olhos tristes cheios de sentimento e poesia; assistir pela milionésima vez “Era uma vez na América” e me encantar_ de novo _ com Robert de Niro, com a trilha sonora e com a emoção que o filme desperta; ganhar de presente um livro novo, de um autor desconhecido, ficar embasbacada com a forma que ele escreve e querer escrever assim também; tomar uma taça de vinho no jantar, mesmo sendo segunda feira, e ficar engraçada de repente, fazendo o marido rachar de rir; ouvir um elogio sincero; ter vontade de fazer um elogio sincero; colocar o filho pra dormir e ganhar um abraço de urso; sol de inverno no rosto; quentão e vinho quente em copinho térmico na festa junina; lavar a louça do almoço de família enquanto minha mãe enxuga os pratos e confidencia bafos e babados de uma época feliz; assistir à reprise das novelas no “Viva” e perceber que o tempo não poupa ninguém; encontro de primos; visitar a rua que moramos na infância e reparar que a antiga residência continua igualzinha àquela que a memória guardou; ler cartas antigas e relembrar uma amizade verdadeira que ficou pra trás; réveillon na casa daquele tio saudosista que adora vinho e tangos; ganhar florzinha colhida pelo sobrinho pra enfeitar o cabelo; ligar para a avó e ela te tratar como uma criança trinta anos mais jovem; acertar a receita da lasanha e impressionar os sogros e as cunhadas; acordar no meio da noite para cobrir o filho e não perder o sono depois disso; pedir para o cabeleireiro cortar só dois dedinhos e ele cortar só dois dedinhos; receber email do pai; voltar do trabalho pra casa ouvindo Eric Clapton e pensando ‘como a vida faz sentido quando se ouve Change the World…’  ; ir à terapia e notar o olhar orgulhoso da terapeuta comunicando: ‘como você progrediu…’; andar no shopping de mãos dadas com meu menino de oito anos e perceber que logo logo ele irá crescer e esse costume vai passar; ajeitar o cabelo fino de minha mãe e descobrir que preciso ter mais tempo para ajeitar o cabelo fino de minha mãe; ganhar um desenho do filho em que ele me retrata mais linda e mais sorridente do que posso supôr; fazer uma lista de luxos e constatar que tenho tido uma vida luxuosa, ou _ melhor dizendo_ uma vida feliz…

Imagem de capa: LightField Studios/shutterstock

Quando pensar em desistir, lembre-se dos motivos que fizeram chegar até aqui!

Quando pensar em desistir, lembre-se dos motivos que fizeram chegar até aqui!

“Só não consegue o seu objetivo quem acredita que as coisas são fáceis. Todas as coisas são difíceis, todas as coisas têm que ser lutadas. Quando você consegue algo fácil, desconfie. Porque ela não é tão fácil quanto parece.”
― Silvio Santos.

É inevitável. Em tudo que nos dispusermos a fazer, encontraremos dificuldades no meio do caminho. Toda vez que pensarmos em desistir de algo, temos que nos lembrar o motivo que nos fez chegar até ali.

Quando iniciamos um trabalho, um curso, ou qualquer outra coisa, algo nos motiva a passar por tal processo, seja à vontade de alcançar algum objetivo, ou, a paixão em si. De qualquer forma, estaríamos nos iludindo se acreditássemos que seria fácil, e que não encontraríamos obstáculos. Conforme vamos passando por essas pedras, o nível de dificuldade vai aumentando, e em algum momento, podemos nos sentir fracos, e é aí que precisamos respirar fundo e ser mais fortes do que nunca. É questão de superação.
Somos capazes de enfrentar qualquer dissabor, entretanto, se não tivermos força de vontade, não conseguiremos cumprir nosso tão sonhado objetivo.

Um exemplo disso é uma graduação. Sou estudante de jornalismo e sonho com isso desde dos meus 14 anos. Eu sabia que queria ser jornalista, mas devido a pouca idade não imaginava que encontraria barreiras que precisariam ser ultrapassadas. Comecei a entender que nada seria fácil conforme fui criando maturidade.

Quando estou na faculdade e me deparo com um obstáculo, lembro-me daquela menina que dizia com os olhos brilhando que queria ser jornalista. Aquela garotinha que hoje é uma mulher sente-se orgulhosa por ter alcançado esse objetivo.

O mesmo serve para qualquer coisa. Nunca deixe de sonhar. Contudo, não fique apenas imaginando como seria se seu sonho fosse realizado. Corra atrás dele. Invista naquilo que te faz sorrir. Tenha paciência. E quando pensar em desistir, lembra-se do que te motivou a chegar até aqui.

Image3m de capa: Lopolo/shutterstock

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