O preço das roupas não significa elegância

O preço das roupas não significa elegância

Os valores estão tão distorcidos ultimamente, que muitos confundem o que se vê com o que se é, atrelando as aparências à verdade, o que não corresponde à realidade dos fatos. Perdeu-se a capacidade de olhar para além do que está materializado ali na frente, como se a perfumaria fosse capaz de mostrar a essência, como se asseio e materialidade pomposa pudesse ser aquilo que define as pessoas.

Na verdade, a elegância está em extinção, algo raro, difícil de se encontrar. Não se trata, aqui, da elegância por si só, visível e materializada pelas roupas de grife ou pelo carro do ano, mas da forma como tratamos o semelhante, como nos comportamos diante da vida, em tudo de bom e de ruim que ela traz. Pessoas elegantes podem se vestir humildemente, pois jamais perdem a classe, que é nada menos do que essência humana.

A elegância faz parte de tudo aquilo que temos dentro de nós, dentro de nossos corações, de tudo aquilo que nos move, o que transparece em nossas ações, na forma como nos relacionamos com o outro, sobretudo na maneira como nos comportamos em relação a quem não nos oferece nada em troca. A elegância tem a ver com a força de nosso caráter, com nosso olhar além de nós mesmos, com nossas ações quando não tem ninguém por perto, quando ajudamos sem segundas intenções.

Pessoas elegantes não forçam situações, não mendigam atenção, não precisam da aprovação alheia, não sentem necessidade de aparecer, aliás, destacam-se naturalmente onde e com quem estiverem, pois seus olhos sorriem, olhos sinceros. Bastam-se por si mesmas, amam-se, aceitam-se, conhecem os próprios limites, percebem-se imperfeitas. Tentam, mais do que julgar, entender; mais do que rotular, acolher. A gente se sente tão bem perto delas, simplesmente porque estão ali com verdade.

Infelizmente, essa confusão entre aparência e essência acaba muitas vezes nos afastando de encontros mágicos, incapazes que ficamos de nos demorar junto às pessoas, para reconhecer o que existe de verdadeiro em cada uma delas. A pressa em obter aquilo que podemos pagar e pegar infelizmente nos impede de perceber que o que teremos de mais bonito e essencial em nossas vidas e que nos eternizará nos corações que nos amam com sinceridade é tudo aquilo que dinheiro algum paga, pois não tem preço: as mãos entrelaçadas, o importar-se, o olhar que vai e volta, os beijos roubados, sorrisos rasgados, o gozo sincero, o ser, inteiro, de corpo e alma.

Imagem de capa: Reprodução
Texto publicado originalmente em Prof Marcel Camargo

Quando o coração não chora, o corpo chora

Quando o coração não chora, o corpo chora

Existe uma ligação entre as doenças e as emoções, entre o corpo e a mente. As emoções não surgem do nada, mas estão relacionadas com nosso modo de interpretar o que nos acontece, e estas reações podem dar lugar a sintomas fisiológicos. Da mesma forma que as doenças físicas influenciam o nosso estado de ânimo e nos provocam temor, medo ou preocupação, muitos problemas psicológicos refletem como nos sentimos em nossos corpos.

Quando a relação entre mente e corpo tem sua harmonia alterada por causa de emoções desagradáveis, sentimentos negativos, baixa autoestima e situações de estresse, aparecem as doenças psicossomáticas. São consideradas doenças físicas cuja aparição e desenvolvimento podem estar relacionadas a fatores psicológicos. Ao falar de sintomas psicossomáticos nos referimos a dores físicas para as quais não existe a possibilidade de um diagnóstico médico.

“Todas nossas emoções se traduzem a nível corporal.” -Boris Cyrulnik-

Projeção das emoções no corpo

Existem diferentes modalidades nas formas de manifestação de transtornos ou alterações orgânicas que têm ligação com fatores de ordem psicológica:

– Digestivas: cólon irritável ou síndrome do intestino irritável. Tem ligação com a ira, a revolta e a agressividade.

– Coração e sistema cardiovascular: relacionado com a euforia, histeria, excitação, hipersensibilidade e nervosismo.

– Respiratórias: na depressão diante do fator surpresa a respiração se corta, a emoção e os estados de angústia sufocam.

– Endócrinas: são alteradas por desequilíbrios emocionais como a ansiedade, a dúvida, o ceticismo e os ciúmes.

– Urinárias: vinculadas ao medo, à falta de autoestima, à timidez e à falta de esperança.

– Dermatológicas ou cutâneas: têm relação com a dificuldade de comunicação quando a pessoa deseja se fazer ouvir, o excesso de autoridade e o domínio sobre os outros.

“A questão não é a doença que a pessoa tem, mas sim a pessoa que tem a doença.” -William Osler-

Nosso corpo grita quando as emoções calam

Diante de uma mesma doença, a sua manifestação física se desenvolve de um jeito ou de outro, dependendo do estado de ânimo com o qual a enfrentarmos. Em doenças como o câncer ou a fibromialgia, está comprovado que aprender a administrar as emoções e encontrar um certo equilíbrio emocional ajuda na recuperação do paciente.

Quando as emoções não são expressadas, cria-se um déficit na mentalização das emoções, as sensações corporais aparecem de forma escassa ou nula, associadas a estados mentais.

Um conceito muito importante relacionado com a incapacidade de expressar emoções é a alexitimia. Ela descreve um grupo de sintomas observados em pessoas com doenças psicossomáticas e manifesta uma dificuldade de identificar e descobrir emoções, assim como uma vida de fantasia interior pobre.

As diferentes causas da alexitimia incluem traços hereditários, genéticos, neurológicos, lesões cerebrais, ou traumas. As pessoas com alexitimia são frequentemente descritas pelos outros, incluindo seus entes queridos, como frias e distantes. Carecem de habilidades empáticas e têm grande dificuldade para compreender e responder com eficácia aos sentimentos de outras pessoas.

A depressão emocional

Foi proposta a existência de um fenômeno de repressão emocional na alexitimia. A repressão serviria para manter experiências dolorosas ou desagradáveis fora da consciência. Os indivíduos a utilizam como uma estratégia de defesa e teriam, portanto, menos acesso a lembranças emocionais, especialmente aqueles acontecimentos negativos ou desagradáveis.

O bloqueio emocional é a resposta dada por muitas pessoas a um padecimento vivido como ameaçador ou grave, refletido na dificuldade para reconhecer e regular emoções próprias, com o objetivo de se proteger contra o sofrimento. Longe de se proteger, este estilo emocional tem graves consequências clinicas e sociais. O que a boca cala o corpo grita.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

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Sejamos gratos às pessoas difíceis que são exemplos de tudo que não devemos ser

Sejamos gratos às pessoas difíceis que são exemplos de tudo que não devemos ser

Infelizmente, nem sempre estaremos bem acompanhados, pois, aonde quer que estejamos, haverá todo tipo de pessoas, inclusive as mais desagradáveis. Eis um dos preços a pagarmos por viver em sociedade, eis uma das razões de nossa necessidade de aprender sempre, onde e com quem estivermos. Tudo pode ser útil, tudo é aprendizado.

Cada um de nós possui a própria visão de mundo, valores, gostos, estilo, cada qual com sua história de vida, cada um tendo caminhado com passadas únicas, experiências peculiares. Sentimentos não são iguais de pessoa para pessoa, tampouco pensamentos. As bagagens diferem entre as pessoas, bem como os pesos são sentidos de acordo com o que cada um possui dentro de si.

Por essa razão é que nos damos bem com algumas pessoas e nem tanto com outras, ou, ainda, não conseguimos nem ficar perto de algumas delas. Alguns indivíduos realmente parecem ter o dom de irritar, de trazer discórdia, pesando qualquer ambiente em que estiverem. Vivem de contrariar, de ironizar, de dizer coisas desagradáveis, escolhendo os momentos mais inapropriados para isso.

Vale, nesses momentos, percebermos se nossa antipatia provém das opiniões do outro, em razão de serem contrárias às nossas. Ultimamente, há um nível por demais exagerado de intolerância em relação a quem pensa diferente. Não sejamos nós os intolerantes de plantão, que não suportam ter que confrontar um ponto de vista diferente, afinal, o confronto com o que foge ao nosso conforto muitas vezes se faz necessário.

Uma vez que não poderemos fugir aos encontros com pessoas difíceis, cabe-nos ao menos respeitá-las, mesmo que isso implique ignorarmos sua presença, afastando-nos delas. Conviver requer calma, paciência e tolerância, para que possamos fortalecer nossas convicções cada vez mais, aprendendo as lições da vida, nesse caso, aprendendo a nos tornarmos pessoas que sejam o oposto daquelas que tanto nos desagradam. Como se disse, tudo serve de lição, só não aprende quem não quiser.

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Sua mãe estará com você mesmo quando todos tiverem ido

Sua mãe estará com você mesmo quando todos tiverem ido

Há muitos tipos de mães e nem todas acertam ao exercer esse papel. Existe a mãe tóxica que causa muita dor pelo seu estilo de criação e por um apego mal-entendido, ou por uma projeção de desejos frustrados em seus filhos e filhas.

Mas a maioria das mães quer o bem dos seus filhos e cuida deles com uma responsabilidade e entrega indescritível. Sua mãe estará aí, mesmo quando todos tiverem ido. Até quando você mesmo não souber quem é, quando estiver perdido na vida.

É preciso valorizar o trabalho das mães, que é tão minimizado, não reconhecido e até menosprezado por vezes. Para muitos, o maior orgulho de nossa vida é ter nossa mãe conosco.

As mães que abrem mão

As mães renunciam a muito mais coisas do que imaginamos para nos criar e nos fazer felizes. Algum tempo atrás renunciavam a praticamente tudo porque a sociedade não permitia ser mãe, mulher e trabalhadora ao mesmo tempo.

Agora a situação é outra; houve uma mudança positiva nesse aspecto, mas ainda há um longo caminho pela frente até o dia em que uma mãe não precise renunciar a nada por querer ter um filho e criá-lo sem sentir-se culpada.

Ainda assim, as mães abrem mão e em algumas ocasiões isso gera tristeza dentro delas pois diversos outros sonhos, também importantes, acabam sendo deixados de lado…

As mães são tão generosas e possuem tanto amor por seus filhos que ao vê-los em seus braços pela primeira vez ficam inseguras em relação ao futuro e a respeito de como exercerão seu papel de mãe. Serão mães como puderem, ou simplesmente passam a não se importar tanto porque agora seu filho está junto de si.

Para muitas mães tem sido assim: sua vida, seu projeto. Ninguém tem o direito de criticar ou julgar, porque ser mãe é assumir um papel sem treino nem instrução, e isso é levado a diante com muito amor.

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As mães que lutam para que a vida de seus filhos seja melhor que a sua

Muitas mães curam por completo a ferida de seus sonhos frustrados e de seus anseios fazendo qualquer coisa por seus filhos para que um dia possam chegar a fazer em sua vida o que desejarem.

Vê-los felizes é um êxito pessoal, o maior prêmio por todo o trabalho silencioso que é feito durante muitos anos. Agasalhando-nos quando sentimos frio, ensinando bons valores, preocupando-se em secar nossas lágrimas depois de momentos difíceis, apostando em nós quando ninguém o faz.

Quando elas nos avisam sobre algum caminho não ser um bom caminho, e então descobrimos efetivamente não ser, voltamos e não há qualquer reprovação de sua parte. Elas ficam felizes pelo aprendizado e por nos terem novamente por perto. Assumem que chegará o momento do crescimento para nós. Sentirão nessa hora o ninho vazio, mas o coração pleno de ver-nos felizes e livres.

Sempre dizem que as mães querem o melhor para nós e esta costuma ser a verdade. É pra isso que fazem jornada intensiva de 24 horas de trabalho, já que não descuidam de nós nem por um momento.

Elas sofrem em silêncio quando sabem que estamos mal e tristes. Seus olhos se enchem de orgulho quando alguém diz a elas que somos pessoas boas e educadas. Emocionavam-se quando estávamos na escola e continuam se emocionando quando já somos adultos.

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Quando parece que não resta nada, sua mãe estará lá

Ela nunca irá abandoná-lo, mesmo que você diga que não precisa dela… As mães sabem que quando os filhos dizem tais coisas é o momento em que estar ao seu lado é mais importante do que nunca. Elas ficarão com você, dando refúgio em um lar que é também seu próprio lar.

As feridas da sua vida se curarão porque sua mãe, com sua naturalidade e companhia, lhe dá calma, abrigo e compreensão… É do lado dela que compreende que não perdeu o norte, que o estresse e o convencionalismo ficam longe, e pode ser realmente você, com todas as suas nuances.

Mães são nosso refúgio, nosso norte, têm nosso coração e não queremos nem imaginamos o que acontecerá quando elas não estiverem mais lá. É por isso que agora, em vida, é nosso dever fazer nossas mães felizes e dar a elas o nosso carinho.

Dedique o tempo que ela merece e tenha em mente que como ela o ama, ninguém amará. O amor entre mães e filhos é inigualável. Sempre há tempo para aproveitá-lo, porque é o mais sincero e maravilhoso de nossa existência.

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Ao ouvir “o problema sou eu, não você”, acredite. O problema, provavelmente, é o outro mesmo.

Ao ouvir “o problema sou eu, não você”, acredite. O problema, provavelmente, é o outro mesmo.

Não basta o telefone cair na caixa postal três vezes ao dia, a mensagem ser visualizada não respondida e o “nós combinamos alguma coisa qualquer dia desses”. Há pessoas que simplesmente ignoram os sinais mais explícitos de rejeição.

Todos já escutamos as mais diversas desculpas para justificar um término de relacionamento. São desculpas tão criativas que quase parecem verdades: “ainda não estou preparado”, “estamos nos conhecendo”, “vamos ser amigos” e a melhor de todas, “o problema não é você, sou eu”.

Acredito que essas desculpas poderiam até ser evitadas caso as pessoas entendessem os sinais de rejeição, antes do ato propriamente feito. É comprovado que a paixão cega e, talvez por esse motivo, muitos não percebem quando o outro não quer nada sério com elas. Pior: mesmo com todos os sinais escancarados de rejeição, acreditam que, a qualquer momento, o outro irá perceber que eles se completam e se amam.

Nunca foi você, nem algo que você falou ou fez, a história não fluiu porque um dos dois não estava disposto a amar. É preciso entender que, a não ser que a pessoa sofra de um pavor psicológico de relacionamentos, devido a traumas de relacionamentos anteriores, as desculpas servem para uma coisa: deixar explícito que o outro não está a fim de você e, não importa o quanto você esteja inteiro, quando um dos dois não quer, não há história. Simples assim.

Nem todo relacionamento tem o final que esperávamos e isso não quer dizer que não é um final feliz. Muitas vezes, perder o que amamos é uma baita sorte. Insistir em dizer eu te amo para quem não quer ouvir é loucura. Uma loucura cansativa que, um dia, fará você sentir vergonha de ter cometido. Não espere esgotar todas as possibilidades para ver o óbvio. Entender que não precisamos passar por certas situações é criar uma autodefesa para a alma.

Shakespeare dizia que “as paixões ensinaram a razão aos homens” e eu concordo em gênero, número e grau. Essa história de sempre ouvir o coração, nem sempre dá certo. Há um bom motivo para ele estar localizado abaixo (e longe) do cérebro.

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Não existe criança difícil, difícil é ser criança em um mundo de pessoas cansadas

Não existe criança difícil, difícil é ser criança em um mundo de pessoas cansadas

Por Raquel Brito

Não existe criança difícil, o difícil é ser criança em um mundo de pessoas cansadas, ocupadas, sem paciência e com pressa. Existem pais, professores e tutores que se esquecem de um dos compromissos mais importantes da educação de uma criança: o de oferecer aventuras infantis.

Este é um problema tão real que, por vezes, podemos ficar preocupados pelo simples fato de uma criança ser inquieta, barulhenta, alegre, emotiva e enérgica. Há pais e profissionais que não querem crianças, querem robôs.

O normal é que uma criança corra, voe, grite, experimente, e faça do seu ambiente um parque de diversões. O normal é que uma criança, pelo menos nas idades prematuras, se mostre como ela é, e não como os adultos querem que ela seja.

Mas para conseguir isso, é importante entender duas coisas fundamentais:

  • A agitação não é uma doença: queremos um autocontrole que nem a a natureza nem a sociedade fomenta.
  • Fazemos uma favor às crianças se as deixarmos ficar aborrecidas e evitarmos a superestimulação.

Doenças? Medicação para as crianças? Por quê?

Mesmo estando muito na moda no setor de saúde e escolar, a verdadeira existência do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é muito questionável, pelo menos da forma exata como está concebido. Atualmente considera-se que este transtorno é uma caixa onde se amontoam casos diversos, que vão desde problemas neurológicos até problemas de comportamento ou de falta de recursos e habilidades para encarar o dia a dia.

As estatísticas são esmagadoras. Segundo dados do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV- TR (DSM-IV TR), a prevalência do TDAH nas crianças é de 3 a 7 casos por cada 100 meninos e meninas. O que preocupa é que a hipótese biológica subjacente a isto é simplesmente isso, uma hipótese que é comprovada por ensaio e erro com raciocínios que começam por “parece que isto ocorre porque…“.

Enquanto isso, estamos supermedicando as crianças que vivem conosco porque elas mostram comportamentos perturbadores, porque não nos mostram atenção e porque parecem não pensar quando realizam as suas tarefas. É um tema delicado, por isso temos que ser devidamente cautelosos e responsáveis, consultando bons psiquiatras e psicólogos infantis. 

Partindo desta base, devemos destacar que não existe um exame clínico nem psicológico que determine de forma objetiva a existência do TDAH. Sem dúvida os exames são realizados com base em impressões e realização de provas distintas. O diagnóstico é determinado com base no momento em que são realizadas e na impressão subjetiva destas provas. Inquietante, não é?

Não podemos esquecer que estamos medicando as crianças com anfetaminas, antipsicóticos e ansiolíticos, os quais podem causar consequências nefastas no desenvolvimento neurológico delas. Não sabemos qual vai ser a repercussão deste medicamento e muito menos do uso excessivo do mesmo. Um medicamento que apenas vai reduzir a sintomatologia, mas que não reverte de forma alguma o problema.

Parece uma selvageria, mas… Por que isso continua? Provavelmente um dos motivos é o financeiro, pois a indústria farmacêutica move bilhões graças ao tratamento farmacológico administrado às crianças. Por outro lado está a filosofia do “melhor isto do que nada”. O autoengano da pílula da felicidade é um fator comum em muitas patologias.

Deixando de lado rótulos e diagnósticos que, na proporção em que se dão, tornam-se questionáveis, devemos colocar os freios e ter consciência de que muitas vezes os que estão doentes são os adultos, e que o principal sintoma é a má gestão das políticas educativas e das escolas.

Cada vez mais especialistas estão tomando consciência disto e procuram impor restrições a pais e a profissionais que sentem a necessidade de colocar a etiqueta de TDAH em problemas que, muitas vezes, provêm principalmente do meio familiar e da falta de oportunidades dadas à criança para desenvolver as suas capacidades.

Como afirma Marino Pérez Álvarez, especialista em Psicologia Clínica e professor de Psicopatologia e Técnicas de Intervenção na Universidade de Oviedo, o TDAH nada mais é que um rótulo para comportamentos problemáticos de crianças que não têm uma base científica neurológica sólida como é regularmente apresentada. Ele existe como um rótulo infeliz que engloba problemas ou aspetos incômodos que efetivamente estão dentro da normalidade.

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“Não existe. O TDAH é um diagnóstico que carece de identidade clínica, e a medicação, longe de ser propriamente um tratamento, é na realidade doping”, afirma Marino. Generalizou-se a ideia de que o desequilíbrio neurológico é a causa de vários problemas, mas não há certeza de que ele seja causa ou consequência. Isto é, os desequilíbrios neuroquímicos também podem ser gerados na relação com o que rodeia a criança.
Ou seja, a pergunta adequada é a seguinte: o TDAH é ciência ou ideologia? Convém sermos críticos e olharmos para um mundo que fomenta o cerebrocentrismo e que procura as causas materiais de tudo sem parar para pensar sobre o que é a causa e o que é a consequência.
Partindo desta base, deveríamos pensar em quais são as necessidades e quais são os pontos fortes de cada criança e de cada adulto suscetível a ser diagnosticado. Abordar isto de maneira individual proporcionará mais saúde e bem-estar, tanto dos pequenos como da sociedade em geral. Então, a primeira coisa que devemos fazer é uma análise crítica de nós mesmos.

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA

Não tenho medo de compromisso e sim de estar perdendo o meu tempo

Não tenho medo de compromisso e sim de estar perdendo o meu tempo

Quantas e quantas vezes nos entregamos de corpo e alma, com tudo, a um relacionamento e, com o passar do tempo, vamos nos vendo enterrados em uma relação sofrida e que pende somente para o nosso lado? Quantas e quantas vezes não conseguimos ter de volta nem metade do tanto que oferecemos, que nos doamos, que amamos com inteireza e dedicação sincera?

Aqueles que foram feitos para amar com intensidade e compartilhar nada menos do que tudo costumam se abrir a quem, muitas vezes, não vem com certezas, nem devolve na mesma medida a carga afetiva partilhada. É assim que se perde tempo, que se mergulha no vazio, que se colhem decepções. É assim que muita gente passa a desacreditar do amor, da possibilidade de encontrar reciprocidade completa junto a alguém.

Sempre existirá quem não devolve completude, quem não se doa por inteiro, quem se acostumou a receber sem precisar oferecer nada em troca, quem não enxerga ninguém além de si mesmo. Seja por conta das decepções acumuladas, do medo de ser usado, exposto, seja por conta do egoísmo por si só, a verdade é que cada vez menos pessoas parecem dispostas à entrega máxima e transbordante que o amor requer.

Relacionamentos que não deram certo porque os desencontros acabaram por distanciar os parceiros, embora tivessem ambos tentado não soltarem as mãos, deixam marcas doídas, mas que acabam nos fortalecendo quanto ao que realmente queremos. Por outro lado, os relacionamentos que mal começam e já parecem fadados ao fracasso, devido ao não comprometimento de uma das partes, enfraquecem nossas certezas.

Nem todos os relacionamentos terão finais felizes, nem todo amor será correspondido, nem todo mundo sai com a dignidade intacta após um rompimento doloroso. Porque algumas pessoas simplesmente não se doam, não se entregam, não se devolvem nem o mínimo que seja, acuadas que se encontram pelas amarras da insegurança e da desconfiança. Não se permitem amar de verdade.

Não tema o que possa vir a dar errado, ou jamais conseguirá se encontrar e encontrar alguém que dividirá a vida com você sem vírgulas. Muitas vezes, as coisas dão certo, sim, e, quando isso acontece com a gente, a sensação de tudo ter valido a pena compensa cada lágrima do que tenhamos sofrido até então. É a vida.

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Às vezes, aquilo que queremos está bem diante de nossos olhos

Às vezes, aquilo que queremos está bem diante de nossos olhos

Eu estava na biblioteca com uma amiga, procurando um livro de que eu precisava muito. Olhamos todas as prateleiras, cuidadosamente, para ver se o encontrávamos, mas nada. Verificamos o papel com a sequência anotada, onde deveríamos encontrá-lo, e nada, ele não estava lá.

Nós estávamos no lugar certo e nada de achá-lo. Eu já estava desistindo e indo embora, até que minha amiga olhou para mim e disse: “Tha, olha aqui embaixo, ele está aqui”. E não é que ele estava lá mesmo!

Mas de que isso importa? Sabe, às vezes, as coisas estão diante dos nossos olhos, mas estamos tão focados em algo, que nos esquecemos de olhar ao nosso redor. Olhamos para o passado, para os nossos tombos e fracassos e não olhamos para o que está bem diante de nós. Eu fixei meus olhos em apenas uma prateleira e me esqueci de olhar bem embaixo do meu nariz.

Sabe, esse lance de esperar a pessoa certa é muito parecido com o exemplo do livro. Tem dias em que a gente se questiona se ela realmente existe. Não sei você, que está lendo esse texto, mas eu já idealizei muito e sempre ouvia isso: “Você escolhe demais, cuidado, vai acabar sendo escolhida”, e sim, eu fui escolhida, mas não por ser a última opção de alguém, mas por ser a primeira.

Fui escolhida por Deus para alguém e Deus o escolheu para mim, para me amar. Mas isso só aconteceu quando eu permiti e me desfiz de toda a bagagem do passado, quando eu esqueci os meus padrões e ideias fantasiosas. Quando eu vi que o que eu achava ser o melhor era pequeno demais comparado ao que Deus preparou para a minha vida.

Algumas pessoas se entregam para qualquer um, por medo de ficar sozinhas; outras não se entregam, por medo de fazerem a escolha errada. Acontece que ambos os casos estão completamente equivocados. Primeiramente, amor não é uma questão de tentativas incessantes por medo de nunca o encontrar. E, segundo, o amor não é previsível, não é algo que bate à sua porta, você olha e diz: “Ah, é esse mesmo, pode entrar”.

Esse lance de pessoa certa está longe de ser a pessoa idealizada, está mais perto de ser a pessoa inusitada e imprevisível. Está em nos vestirmos da nossa beleza mais bonita, a que vem do interior, de abrir nosso coração para o novo.

Às vezes, estamos tão machucados, calejados, que a tal “pessoa certa” acaba pagando o preço disso. Sim, porque nos fechamos e bloqueamos qualquer possibilidade de ela ser a pessoa que tanto esperávamos, porque qualquer coisa se torna motivo para descartá-la.

Quando você conseguir enxergar para além do seu mundo e estiver disposta a conhecer as coisas ao seu redor, quando você entender que não é metade de ninguém, mas que é inteira, quando entender que não precisa de alguém para ser feliz, porque você é feliz, aí sim, você poderá encontrar alguém especial para somar, multiplicar, transbordar. E não dividir.

O que quero dizer é: por que tanta pressa em ter alguém, se você não consegue se olhar no espelho e enxergar a pessoa maravilhosa que você é? Por que tanta pressa em ter alguém, se você não consegue, ao menos, se amar do jeito que deveria? Por que querer tanto ser a metade de alguém, se você pode ser inteira?
Já reparou que tem gente elogiando o seu sorriso e você não dá valor nisso porque está esperando alguém vir e fazê-la sorrir? Já reparou que tem gente reparando na sua roupa nova e você querendo mudar de visual para agradar? Já reparou que pede por alguém especial, mas não deixa ninguém mostrar o quanto é especial para você?

Pois bem, eu estava desistindo do livro, estava indo embora, mesmo precisando muito dele. Mas eu precisei de alguém que batesse em meus ombros e dissesse: “Você olhou aqui embaixo? Ele está aqui”.

Será que você não está precisando disso? De alguém que diga: “Ei, mude o foco, mude a direção, veja por outro ângulo, está aqui”. Às vezes, não encontramos alguém que estávamos procurando, mas alguém que estava procurando por nós.

Imagem de capa: baranq/shutterstock

Existem pessoas lindas por trás das fofocas que fazem sobre elas

Existem pessoas lindas por trás das fofocas que fazem sobre elas

 

Perdemos muitas oportunidades ao longo de nossas vidas, tanto no ramo profissional, quanto no pessoal. Às vezes, algo está ali bem na nossa frente e deixamos passar. Daí, já foi, já era. Dentre tantos vacilos, um dos mais recorrentes vem a ser o que diz respeito às pessoas que ignoramos, sem nem mesmo as conhecer direito, por conta de impressões que outros tiveram e que não são nossas de fato.

Infelizmente, deixamo-nos impressionar, muitas vezes, pelo que os outros vêm nos dizer, tanto de bom quanto de ruim, sobre alguém. Embora cada um tenha seus próprios afetos e desafetos, por motivos que geralmente se relacionam tão somente a razões pessoais, muitas pessoas costumam expor suas opiniões sobre os outros a quem lhe der ouvidos e isso atrapalha o discernimento de quem ainda não conhece de perto o foco das fofocas em pauta.

Na verdade, ninguém consegue explicar direito o porquê de gostarmos ou não de algumas pessoas, pois sentimentos são subjetivos e muitos deles indecifráveis. Algumas pessoas queremos bem longe porque nos fizeram algum mal, porém, sempre existem aquelas com quem não simpatizamos de jeito nenhum, mesmo que nada nos tenham feito. Sobretudo, devemos evitar criar expectativas sobre um indivíduo, a partir do que alguém nos diz sobre ele.

É necessário percebermos que aquilo que desagrada alguém pode não nos desagradar, ou seja, os motivos que levam uma pessoa a não gostar de outra não são motivos que todos possuem. O que é desagradável a uns pode ser prazeroso para outros. Por isso, deixarmos de aprofundar o relacionamento com quem já nos foi descrito de maneira negativa por um terceiro pode nos levar a perder um maravilhoso encontro. E a gente perde muito quando deixa de conhecer certas pessoas.

É bom ouvir conselhos alheios, em certos momentos, porém, existirão situações que deveremos experimentar, vivenciar de perto, ali dentro, para que tiremos nossas próprias conclusões, ou nossa vida sempre ficará à mercê da vida dos outros. Enfim, tente conhecer as pessoas sem dar ouvidos ao que dizem a respeito delas. Existem seres humanos lindos por trás das fofocas que fazem sobre eles.

Imagem de capa: Dean Drobot/shutterstock

Sofomaníaco: indivíduo estúpido que se acha extremamente inteligente

Sofomaníaco: indivíduo estúpido que se acha extremamente inteligente

Há dias, deparei-me com esse conceito, que eu desconhecia. De início, refleti sobre mim mesmo, para ver se eu não me encaixava como exemplo, mas percebi que tento conhecer bem minhas limitações intelectuais. Então, comecei a procurar exemplos de sofomaníacos por aí e, obviamente, constatei que as redes sociais estão lotadas deles.

A palavra “estúpido” possui muitos significados, mas, nesse caso, conclui-se o mais adequado é tomá-la como sinônimo de “ignorante”, referindo-se a indivíduos que não têm o conhecimento necessário para opinar com propriedade sobre um fato e, mesmo assim, opinam. E o fazem se baseando em juízos de valor, em achismos, sem se aprofundarem sobre aquilo que se discute.

Hoje, assistimos a muitos embates entre grupos com ideologias diferentes, nas redes sociais principalmente, no que diz respeito a assuntos vários, relacionados à política, à religião, à sexualidade, aos governos, a relacionamentos, entre tantos outros. Qualquer questão minimamente crítica inicia uma avalanche de comentários e de postagens, muitas vezes agressivas, pois cada lado quer que seu ponto de vista vença, mesmo que por meio de argumentos pífios.

Comum, nesse contexto, proliferarem as notícias falsas – fake news -, que, muitas vezes, denigrem a imagem de alguém que esteja na berlinda naquele momento, através de inverdades, de fatos mentirosos, de calúnia e difamação. Isso porque a internet parece uma terra de ninguém, ou melhor, parecia, porque, recentemente, muitos processos estão sendo movidos e causas vêm sendo ganhas, em favor de quem vê sua reputação manchada por fofocas infundáveis. No entanto, calúnias virtuais não estão mais circulando livremente impunes.

Cada um tem o direito de pensar o que quiser, porém, quando os pensamentos vão parar em registros virtuais, há necessidade de moderação e um mínimo de educação. Da mesma forma, não cabem, em pleno novo milênio, posturas extremistas, preconceituosas, que incitam ao retrocesso, após tanta luta para a conquista dos avanços que já se firmaram. Ninguém é obrigado a gostar, a concordar, mas respeito é fundamental, sim, e imprescindível. Caso a pessoa exponha opiniões publicamente, terá que saber assistir a muita gente contrariando suas ideias, pensando exatamente o contrário, e isso não deve levá-la a agredir estupidamente, em vez de argumentar.

É preciso ter a consciência de que nada apaga o que se posta na internet, ou seja, assim como se deve proceder na vida, é necessário debater muita cautela, pesar bem as palavras antes de digitar em frente ao computador. Ou isso, ou encarar gente esbravejando, ou até mesmo abrindo processos judiciais. Tudo indica, ultimamente, que não haverá mais impunidade para os arrogantes que disseminam ódio e difamação pelas redes sociais. E isso é bom demais da conta.

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Artigo originalmente publicado em Prof Marcel Camargo

Ajuste as velas do seu barco

Ajuste as velas do seu barco

Todos nós passamos por inúmeras mudanças durante a vida. Nossa vida é dinâmica, é um constante processo de mutação e evolução. Cada vez mais eu entendo que estas mudanças são absolutamente necessárias para que a nossa vida tenha um sentido pleno. Se nunca nos questionássemos, se passássemos a vida inteira apenas fazendo exatamente a mesma coisa todos os dias, chegaríamos ao fim dos nossos dias com uma sensação terrível de não ter vivido, e não existe sensação pior do que essa. Quero hoje lhe levar a refletir um pouco sobre isso, a partir de uma belíssima frase do pensador e filósofo chinês Confúcio.

“Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer”
Confúcio

Essa frase é de uma profundidade incrível. Ela está nos dizendo que durante a nossa vida nós temos muitas rotas, mas apenas um único caminho, um único destino, que é a nossa felicidade e realização pessoal. No fim das contas, todas as nossas experiências nos levam a esse caminho em busca da realização. É comum haver desvios durante esse caminho, e precisamos estar sempre atentos para ajustar as nossas velas para que o destino final não seja comprometido pela força do vento. O que seria esse vento? Esse vento são as adversidades, os problemas, os medos, as tristezas, os receios, tudo aquilo que nos desvia do nosso maior objetivo. Ter essa consciência de que o vento sempre estará soprando e pronto para nos desviar nos ajuda nessa atenção.

Tomo a minha própria experiência. Eu já tive e continuo tendo muitas mudanças na vida, mas em todas elas, eu tenho procurado me manter bem atento, principalmente com relação ao meu comportamento e sentimentos. Sou um rapaz bastante intuitivo e percebo em mim de forma relativamente rápida quando algo não está indo bem ou na direção que deveria ser. Nessas horas eu faço o que recomendo a todos e a você que me lê agora, eu paro, respiro fundo, me aquieto, passo a olhar com mais atenção as pequenas coisas que me rodeiam, a natureza, o céu, lembro os caminhos que trilhei até o momento presente, lembro as pessoas que me ajudaram para que tudo desse certo, lembro as dificuldades que tive até chegar onde estou etc etc. A grande questão é estar em paz consigo mesmo. Essa tranquilidade nos faz refletir e tomar uma decisão mais acertada, ou seja, esse tempo de parar para refletir é o tempo mais que necessário para o ajuste das nossas velas, entende?

Passado esse tempo, o vento continua a soprar e soprar forte, mas se estivermos atentos, ele vai estar nos direcionando para onde realmente devemos ir. Assim, tudo se torna mais simples, mais sereno. Porém, sempre devemos estar alertas, pois, como sabemos bem, o mar pode tornar a se agitar e os ventos podem nos empurrar para fora do nosso destino, mais uma vez é preciso parar, silenciar, para ajustar as velas novamente, num processo que nunca para, pois essa é a dinâmica da vida.

Que você reflita sobre essas poucas palavras e se mantenha sempre atento, para que as velas do seu barco estejam ajustadas na direção que lhe levará à sua realização pessoal, à sua felicidade, à sua plenitude. Paz e luz…

Imagem de capa: Kate Kultsevych/shutterstock

Homens, vocês são lindos quando choram!

Homens, vocês são lindos quando choram!

Eu sempre achei crudelíssima a frase: “homem não chora”. Eu me angustiava quando via o meu pai reprimindo os meus irmãos e pedindo para que eles engolissem o choro sob a justificativa “chorar é coisa de mulher”. Meu pai era um grande ser humano, mas reproduzia essa maldita herança machista.

Eu percebi que meus irmãos praticamente não choraram quando perdemos os nossos pais. Não que eles não estivessem em profundo sofrimento, contudo, era nítido o esforço que eles faziam para conterem as lágrimas. O oposto de mim, que, como sempre fui autorizada a chorar, fiz isso com toda a intensidade que me é peculiar.

Felizmente, não assimilei essa percepção desumana de que os homens não podem chorar. Mesmo tendo nascido num ambiente cheio de homens e fazendo parte de uma instituição historicamente masculina, sempre dei carta branca para que eles chorassem perto de mim ou para mim.

Eu adoraria que esse texto tivesse algum poder transformador, especialmente, para os homens. Eu o escrevo nutrindo a esperança de que alguns deles leiam e que sintam-se livres para exercer o direito de chorar. Eu queria que eles soubessem que eles são lindos e incríveis quando choram, e, que, nós, mulheres, não nos importamos quando eles mostram as suas fragilidades.

Quer coisa mais linda do que um homem chorando? Eu me encanto, sim. E pouco me importa o motivo do choro dele. Chore de emoção, chore de saudades, chore de dor, chore de medo, chore de angústia, chore de frustração, chore de gratidão, chore de contentamento, chore de euforia, chore de raiva, chore pelas razões que quiser.

Um dia desses, eu e minha turma do sétimo semestre de Psicologia tivemos o privilégio de assistir um grande homem se emocionando. O nosso professor Gilvan Gomes, Doutor em Sociologia, chegou na sala de aula, e, como era o dia internacional da mulher, ele dirigiu às mulheres da turma algumas palavras de homenagem. Ao final ele disse algo mais ou menos assim: se cheguei até aqui foi porque tive minha mãe e minhas irmãs me apoiando enquanto eu estudava. Elas cozinhavam para mim e cuidavam das minhas roupas, acho que eu as escravizei, afinal, elas deixaram de cuidar dos interesses delas para se dedicarem a mim. Ele ficou visivelmente emocionado e não foi capaz de concluir a mensagem por ter ficado com a voz embargada. Ali estava, um homem expressando gratidão e reconhecimento de uma forma tão linda que me inspirou esse texto. Obrigada, mestre!

Homem, chore à vontade, esqueça essa bobagem de que isso é demonstração de fraqueza. E, ainda que seja, qual o problema em mostrar-se fraco? Você é humano, tão humano quanto o direito de chorar.

Imagem de capa: Tracy Spohn/shutterstock

As vezes, não é a falta de amor que separa as pessoas, mas sim a preguiça

As vezes, não é a falta de amor que separa as pessoas, mas sim a preguiça

Existem pessoas que se amam, mas não estão juntas. É verdade que o amor pode acabar, por inúmeras razões, porém, outras vezes, é a paciência que termina, porque fazer papel de bobo cansa. Chega uma hora em que nossa dignidade grita, pedindo clemência, quando, então, tomamos a sábia decisão de ir embora, ou de mandar o outro passear. Daí já era.

Uma das fortes razões que distancia de vez as pessoas vem a ser a decepção. Quando nos decepcionamos dia após dia, após vermos as promessas sendo quebradas, o silêncio substituindo o diálogo, a imaturidade vencendo a capacidade de crescer. A gente inevitavelmente cria expectativas e, no andar da carruagem, não raro acaba por perceber que se baseou apenas na máscara que o parceiro usou de início, para nos atrair.

Mesmo assim, ninguém desiste rapidamente do outro, porque nosso instinto inicial é tentar preservar o que lutamos para conquistar. A gente quer que o tanto de investimento e de tempo demandados na construção do relacionamento não tenham sido em vão. Então, um dia a gente acorda e percebe que jogou fora o nosso melhor, ao compartilharmos nossas vidas com quem não queria abrir mão de nada, a quem nunca olhou além do próprio umbigo.

O que mais vemos, nesses momentos, são desculpas e mais desculpas. É o trabalho que consome a energia, são as preocupações diárias, a falta de grana, a tristeza frente aos sonhos desconstruídos. É fato que o cotidiano e as atribulações pessoais nos desanimam e achatam o nosso ânimo, mas é impossível não achar um espacinho, em meio a isso tudo, para ao menos desejar uma boa noite ao se deitar. O amor tem que ser mais forte do que qualquer desculpa.

Como se vê, às vezes, não é a falta de amor que separa as pessoas, mas sim a preguiça. Preguiça de dizer “bom dia”, de olhar nos olhos, de dar as mãos. Preguiça de se lembrar das lutas e das superações. Preguiça de se importar, de se desculpar, de regar. E fim.

Imagem de capa: Billion Photos/shutterstock

AUDREY HEPBURN foi uma grande leitora. Sabia que cercar-se de livros te deixa mais humilde?

AUDREY HEPBURN foi uma grande leitora. Sabia que cercar-se de livros te deixa mais humilde?
Audrey Hepburn foi uma das atrizes mais famosas do cinema. Atuou como par romântico dos principais atores americanos, entre eles William Holden, Humphrey Bogart, Gregory Peck, Fred Astaire, Gary Cooper, Cary Grant, Rex Harrison e Sean Connery. Em sua biografia e segundo relatos de quem a conheceu, entretanto, as suas maiores características foram sua elegância e suavidade. Outra característica humanizadora de Audrey foi a leitura.
Saiba mais sobre os benefícios de viver cercado por livros:

A leitura, sem dúvida nenhuma, é a melhor maneira de conquistar conhecimento. Mesmo que frequentemos palestras, cursemos vídeo-aulas, conversemos com pessoas que são referências, anotemos, e revisemos, nada substitui uma leitura completa, calma e minuciosa. Muitos empresários, entre eles, os mais inteligentes e bem sucedidos do mundo, sabem que a melhor maneira de se manter atualizado, competitivo e antenado é lendo! E nós, que também já sabemos disso, acabamos apaixonados por livros e adquirimos muito mais do que conseguimos ler, não é mesmo? E aí vem a CULPA…

Mas, por outro lado, se você tem muitos livros e não consegue ler todos, não se preocupe mais,  pois isso demonstra sua sede de saber, e só de tê-los ali por perto, só isso, já faz com que você se sinta inspirado e motivado a sempre estar aprendendo algo novo.

Outro dia me peguei olhando os meus livros e minha biblioteca particular e pensei: tenho que doar alguns, muitos eu nem li e nem lerei em toda a minha vida. Mas, logo depois que pensei isso, vagando na internet achei uma matéria sobre a incrível biblioteca do escritor Umberto Eco, que em seu acervo pessoal possui 30 mil volumes e comecei a pensar:  “Poxa, e eu achando que tinha muitos, será mesmo que Eco leu todos esses livros?”. E, logo a baixo no texto, veio a explicação: Claro que ele não leu todos, mas o ambiente de sua biblioteca lotada o mantinha faminto pelo conhecimento! Eureka! É isso mesmo que meus livros dizem para mim, mesmo eu não lendo todos, eles me mantém dedicada ao conhecimento e ao prazer de aprender.

Ou seja, quanto mais livros você tem, mais você quer ter, e eles não servem apenas para uma leitura completa, eles podem ser meios de consulta e pesquisa. Eu mesma possuo livros que são meus companheiros de vida, sempre recorro a eles para me lembrar de aprendizados que, às vezes, guardo em uma caixinha da memória e quando percebo, lá estou eu, tendo que revisitá-los.

Quanto mais livros não lidos temos em casa, mais a sua mente te lembra sobre o tanto que você ainda não sabe sobre as coisas e o tanto precisa permanecer humilde. Audrey Hepburn e Umberto Eco, mesmo que inconscientemente, sabiam disso!

Editorial CONTI outra baseado na argumentação do autor e estatístico Nassim Nicholas Taleb sobre as antibibliotecas.

Imagem de capa: reprodução

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