Viver é perigoso. Não viver é muito mais.

Viver é perigoso. Não viver é muito mais.

Revirei-me.
Busquei no fundo a solução pro caos da superfície.
Umas vezes achei.
Outras, me perdi mais.
Desisisti.
Depois voltei.
Olhei no centro do olhar da criança pra poder encontrar a cura pro sofrimento de não saber.
Vi, olhei, contemplei, enxerguei, compreendi.
Viver é perigoso.
Não viver é muito mais.
Acolhi no meu peito a tristeza incompreensível.
Dei colo.
Fui colo.
Abracei.
Sigo tentando aprender a ser colo pra mim.
Pois não sei.
Meus braços parecem insuficientes para me caber dentro.
Sobre dor.
Sobra medo.
Sobra pergunta.
Sobra abandono.
Sobra.

E o exagero daquilo que sobra me põe e de frente com o aquilo que me falta.
Inominável.
Desconheço.
Acordei sorrindo tentando prender nas malhas da memória o sonho bom.
Acordei dolorida, os músculos retesados…
Tentando decidir se foge ou se esconde do sonho ruim.
Saí da cama sonhando com a hora de voltar.
Voltei pra cama tentando afagar a dormência da alma que oscila entre a letargia do corpo e o rodopio infinito da ansiedade.
Deu certo.
Depois não deu mais.
Fiz um esforço tremendo pra tentar aquietar a mente.
Inspira.
Expira.
Olhos fechados.
Coração aberto.
Fui pedra.
Fui vidraça quebrada.
Fui criança na janela espiando a chuva.
Fui lagarto na areia espriguiçando ao sol.
Fui tenda.
Telhado.
Casa.
Buraco.
Fui chão.
Fui pavor.
Fui coragem.
Fui amor.
Sou essa semente de vida embrionária à espera de um calor e de uma umidade que me rompa.
Permaneço viva.
Mesmo depois de ter morrido tantas vezes.
Revivo em mim as esperanças esquecidas.
Perdoo as dores sofridas.
Entendi que a cada vez que meus pés tocam o chão de manhã.
Presencio um novo milagre.
Este pode ser o dia.
Aquele dia enfim.
Em que a minha alma perdida.
Finalmente resolva.
Voltar pra mim.

A gente precisa de poesia dentro da gente

A gente precisa de poesia dentro da gente

Eu tinha sete anos quando a princesa Diana se casou com o príncipe Charles. Me lembro vagamente daquela manhã, mas me recordo do burburinho que se seguiu, da repetição da cerimônia nos jornais da noite, do tempo em que essa aura de encantamento invadiu aqueles dias. Passados trinta e sete anos, no último sábado, o príncipe Harry se casou com a plebeia Meghan, e os olhares do mundo se voltaram novamente para a Inglaterra, provando mais uma vez que, ainda que falte grana e esperança, roupa nova e sapato bacana, a gente quer se encantar. A gente quer sentir aquele sopro de ilusão e fantasia que nos diz que a vida pode não ser perfeita, mas ainda assim tem a possibilidade de nos seduzir.

Que me perdoem os céticos e descrentes, mas a gente precisa de poesia dentro da gente. A gente precisa de instantes em que uma música, um filme, um livro interessante ou um casamento real nos afastem dos problemas diários e nos iludam momentaneamente. A gente precisa de trégua das notícias ruins, do stress cotidiano, da falta de roupa combinando, da conta do fim do mês não fechando. E, no meio disso tudo, a gente descobre que aqueles que aprendem a se encantar sobrevivem mais facilmente.

Apesar de ser da geração que cresceu acompanhando o JN e Fantástico, há um bom tempo não assisto mais a tevê convencional. Substituí as notícias sangrentas e o bate-boca da política pelo Netflix e vídeos do YouTube. Acompanho alguma manchete pela internet, mas descobri que preciso me refugiar naquilo que faz meu pensamento desacelerar. Pode parecer futilidade, infantilidade, falta de maturidade. Mas eu entendo diferente. Eu entendo que a alma precisa ser alimentada com algumas frivolidades que a façam suspirar, dançar de olhos fechados e se distanciar do caos exterior. A alma precisa de distrações que a façam acreditar que o mundo não é um lugar somente frio e inóspito, mas pode ser também divertido, acolhedor e muito amoroso.

Dizem que podemos mudar nossa biologia de acordo com aquilo que pensamos e sentimos. Quando estamos apaixonados, uma luz se acende em nosso interior e podemos sentir a euforia “na pele”. Do mesmo modo, quando nos deixamos encantar ou autorizamos que a poesia da vida faça morada em nossa alma, liberamos um fluxo de emoções que nos fortalece, anima e até cura. As notícias ruins, por sua vez, liberam um fluxo de negatividade e stress que deprime, envelhece e adoece. É por isso que não abro todas as mensagens no whatsapp. Por isso que não leio todas as notícias sobre política. Por isso que não participo de bate bocas nas redes sociais ou nas mesas de bar. E é por isso também que passei a manhã toda do último sábado assistindo ao casamento real. Porque sei que minha alma suspira com a delicadeza, com o bom gosto, com a harmonia de cores, sons e perfumes que eu não sinto, mas posso imaginar.

Muito se discutiu sobre a escolha de Meghan. Disseram que uma feminista como ela não deveria trocar sua liberdade pelo sonho de princesa. Mas quem disse que ela não será feliz? Quem disse que uma feminista não pode também desejar poesia em sua vida? Quem disse que sua alma não poderia almejar beleza, amor, requinte e bom gosto? Quem disse que tudo isso não está fazendo um bem danado à ela?

Temos um mundo de escolhas à nossa frente todos os dias. Podemos escolher nos habitar com programações mentais negativas, medos, pessimismo, desconfiança, incredulidade, derrotismo e negativismo; ou podemos dar a mão à doçura, ao encantamento, à fé, à esperança, à confiança, à beleza e ao amor. Podemos decidir acolher a feiura ou a beleza nas notícias que assistimos, nas mensagens que compartilhamos, nas músicas que ouvimos e cantamos, nas ideias que memorizamos. Repetimos para nós mesmos o melhor e o pior da existência, mas talvez seja hora de começar a escolher aquilo que apazigua nosso coração e sossega nossa mente.

A enfermidade vem da incapacidade de não vigiarmos nossas emoções. De permitirmos que qualquer coisinha fora do lugar afete nosso equilíbrio. De sermos muito duros e exigentes com nós mesmos. De almejarmos a perfeição. De nos culparmos excessivamente. De não nos protegermos de pessoas negativas ao nosso redor. De liberarmos espaço para entretenimento ruim. De nos envolvermos excessivamente com a dor. E, finalmente, da incapacidade de nos encantarmos com a vida.

A gente precisa aprender a se encantar com a vida. Borrifar perfume nos pulsos e agradar o nosso paladar. Descobrir aquilo que alimenta a alma e faz o olho brilhar. Investir tempo e energia em música, dança e poesia. Conseguir extrair beleza da simplicidade e aprender a rir de qualquer bobagem. Apostar naquilo que nos faz sorrir silenciosamente, no que nos traz alívio e conforto, no que nos anima instantaneamente. Exercitar o deslumbramento e a capacidade de nos deixar cativar. E, enfim, restaurados pelo maravilhamento, deixar de lado a armadura que nos blinda do mundo e conseguir aceitar que a vida também é feita de momentos lúdicos, de casamentos de príncipes e plebeias que nos distraem de nossa própria existência, de alegrias silenciosas quando alguém nos elogia, de pensamentos bobos que invadem nossa memória, de melodias cativantes que resgatam nossa história.

Somos os responsáveis por nos dar alegria. Somos os responsáveis por fazer da nossa alma, POESIA.

***

Imagem de capa: Reprodução via Google

Ao redor do buraco tudo é beira! – Ariano Suassuna

Ao redor do buraco tudo é beira! – Ariano Suassuna
Brasil, São Paulo, SP, 30/04/2011. O escritor Ariano Suassuna, em São Paulo. - Crédito:FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:142473

Ariano Suassuna foi um dos maiores intelectuais brasileiros da atualidade, foi idealizador do Movimento Armorial e autor das obras Auto da Compadecida, O Santo e a Porca, o romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, foi um preeminente defensor da cultura do nordeste do Brasil.

No vídeo abaixo, Ariano fala sobre uma tentativa frustrada (ainda bem) de conversão que alguém tentou sobre ele. Pelo tema da conversa, imagino que fora um físico a ilustre figura que, sem-noção, fora a casa de Ariano tentar mostrar o que era moda e de “qualidade”. Em outras palavras, foi uma tentativa malograda em “atualizar” uma das mais ilustres personalidades na área de cultura popular.

Numa tentativa de explicar o tema do vídeo: Rutherford e Bohr foram dois físicos do início do século XX, e ajudaram a modelar a então recém-criada teoria da mecânica quântica. O cavalo morto que Ariano cantarolou, muito possivelmente, trata-se do gato de Schrödinger. Agora, “em redor do buraco tudo é beira” não consegui decifrar a origem científica para tamanha preciosidade. Fico devendo essa.

Comenta-se que Ariano, bem-humorado que foi, adorou a montagem deste vídeo. De qualquer forma, o físico, desmiolado e pregador de novas doutrinas, ajudou (tendo Ariano como porta-voz) a criar um dos maiores hits da internet e a divulgar os nomes de Rutherford e Bohr, mesmo que associados a um cavalo morto e à beira de um buraco.

Fonte: Café com Ciência. Via: A Arte de ser Feliz.

Ser educado e gentil faz muita diferença nos dias de hoje!

Ser educado e gentil faz muita diferença nos dias de hoje!

Hoje ser agressivo ou amedrontador parece que está na moda, sobretudo, na linguagem das redes sociais e do cotidiano. Os discursos dos maus políticos e lideranças hostis dão voz e vazão para essa forma de comunicação, que produz fofocas, boatos e brigas entre pessoas e grupos.

Essa cultura da agressividade assume de uma maneira inconsciente a ignomia, que cria um clima gerador de medo, de estresse e de baixa do sistema imunológico. O que estabelece uma relação de mal-estar e adoecimento psicoespiritual da sociedade.

Entretanto, ser educado e gentil auxilia muito a desbloquear esse cenário ameaçador. Pessoas assim, não são egoístas, respeitam os outros independentes da sua condição humana e social. Elas são acessíveis e afetuosas, que enxergam bem longe. E são os construtores de “pontes” de diálogos ou de conciliação entre os seres humanos.

Além disso, são bons ouvintes e praticam a arte da paciência. São solidários nas situações difíceis e têm orgulho de onde moram e preservam as coisas boas de suas comunidades. Sabem trabalhar em conjunto e democraticamente, em que os ganhos beneficiam a coletividade.

Com o jeito sui generis: médicos, terapeutas, pastores, padres, professores, advogados, policiais, empresários, motoristas e tantos outros profissionais do setor público e privado conseguem se colocar no lugar dos outros. São capazes de pedir desculpas, quando erram. Estão sempre trabalhando para resolver conflitos existenciais ou confrontos sociais, mostrando como exemplo o seu jeito inspirador de ser.

O Anton Pavlovitch Tchecov, que foi um médico, dramaturgo e escritor russo e um dos maiores contistas de todos os tempos, afirmou que: “Ser educado vai muito além de acumular conhecimento, é uma perspectiva profunda e enriquecedora que nos encoraja a refletir”. Tchecov distingue uma pessoa genuinamente culta, que adquiriu conhecimento, mas pensa que isso não o coloca acima dos outros.

Significa, que ser educado e gentil, não se limita a ler bons livros e adquirir conhecimento sobre o mundo, mas ter uma visão holística. A palavra holística foi criada a partir do termo holos, que em grego significa “todo” ou “inteiro”. É compreender os fenômenos na sua totalidade e globalidade, o que torna as pessoas mais tolerantes, direcionadas a fazer o bem, sem agir pelo senso de obrigação ou em benefício particular.

São Tomás de Equino respondeu ao problema lógico do mal, que se encaixa para entender essa explosão de ódio e ameaça que vivemos nesses tempos, afirmando que não está claro se ausência do mal tornaria o mundo um lugar melhor, pois sem o mal, a gentileza, a justiça, igualdade, autossacrifício e a existência de Deus não teria sentido.

Uma coisa é certa, é que essas ações liberam a dopamina, neurotransmissor que proporciona uma melhora na saúde mental e emocional, que decorre do processo de ajuda mútua e compaixão. Portanto, ser educado e gentil faz muita diferença nos dias de hoje!

Conheça o gato especial que acolhe e abraça os novos gatinhos que chegam no abrigo

Conheça o gato especial que acolhe e abraça os novos gatinhos que chegam no abrigo

Quando Benny era apenas um gatinho, ele foi abandonado. Ellen Carozza, técnica veterinária, o recolheu e tomou conta dele em sua instituição que já salvou centenas de animais.

Ellen relata que, mesmo doente, Benny era uma paixão. Ele tinha tanto amor para dar que se tornou o pai adotivo de todos os outros animais do abrigo.

Ellen muitas vezes traz caixas de gatinhos para casa para cuidar delas até que sejam grandes o suficiente e fortes o suficiente para serem adotados.

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E Benny leva seu papel muito a sério ao lidar com gatos bebês.

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Um dia, Ellen trouxe Winnie para casa. Quando ela nasceu, ela tinha apenas metade do peso normal de um gatinho.

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Benny não perdeu tempo e já embrulhou Winnie em seus braços, dando ao gatinho frágil uma sensação de calor e proteção.

“Quando os gatinhos não estão com Benny, eles ficam aconchegados em uma mãe artificial com um batimento cardíaco simulado para o conforto do filhote”, observa Carozza. “Mas algo artificial não ronrona. Não limpa você. Não ajuda você a ser um gato. Benny preenche essas lacunas.”

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Instagram / thecatlvt

“O papel de Benny é conforto e socialização”, disse Ellen. “Ser capaz de aconchegar-se contra outro gato e não contra um bicho de pelúcia faz maravilhas para o bem-estar mental deles.”

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Veja o tamanho da pequena Winnie.

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Instagram / thecatlvt

“Ele fica muito deprimido quando não temos gatinhos. Eu gosto de pensar que ele está nos devolvendo o favor que lhe fizemos há alguns anos “, disse Ellen.

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Definitivamente, alguns anjos estão nesse mundo com um propósito bem definido.

Você pode acompanhar suas aventuras no Instagram.

Editorial CONTI outra. Com informações de thedodo e honesttopaws

Aprender a seguir em frente apesar dos adeuses

Aprender a seguir em frente apesar dos adeuses

Crianças costumam ter maior facilidade para compreender e operar com ideias relacionadas à adição; somar pirulitos, balas, bolos e bombons; fazer dois brinquedos virarem vinte pela mágica da multiplicação.

Sensacional! Somar, ganhar, aumentar, acrescentar… quem é que não quer? A menos que sejam ganhos indesejados, como dívidas ou pendências em geral.

Nossa mente, alma e coração parecem ter sido esculpidos para os ganhos. Ainda que muitas vezes exageremos na aquisição de coisas e até na inclusão de pessoas em nossas vidas, preferimos acumular, guardar, esquecer o que temos… a ter de lidar com a falta ou com a perda.

Subtrair é extremamente custoso para nós. Abrir mão, deixar ir; perder, olhar para o que falta, quanto falta. Tirar, entrar em contato com a ausência daquilo ou daqueles que já não temos mais. Até os mais singelos problemas de matemática das séries iniciais são desafiadores para os pequenos; envolvem balões que estouraram; sorvetes que derreteram; frutas que estragaram; brinquedos que quebraram… Pensa bem!

E a divisão… Ahhhhh a divisão envolve o mais complexo dos aprendizados. E a matemática da escola não nos prepara para as divisões reais da vida. Lá na sala de aula, aprendemos a dividir em partes iguais; e na vida, nem sempre isso é possível. Em verdade, é dificílimo! Nossas emoções não são divisíveis igualmente, nossos recursos materiais, tampouco. Vamos repartindo afetos e recursos conforme vamos dando conta.

A vida é muito mais história, poesia e filosofia do que matemática. A gente aguenta os revezes, graças às nossas memórias felizes; é a nossa história de vida que nos prepara para o que ainda não veio, as batalhas que não lutamos, as graças que não recebemos, as perdas que nem imaginamos sofrer.

É a nossa capacidade de pensar além da dor, de sublimar a vitória, que torna minimamente possível seguir andando e insistindo, apesar do entorpecimento momentâneo do ganho e o efeito devastador de ter arrebatado de nossas mãos aquilo ou aqueles que nos são caros, valiosos, indispensáveis, insubstituíveis.

E se não fosse a poesia, a plasticidade da alma, que torna possível converter agonia em aprendizado; não fosse a possibilidade de transmutar em novas belezas o que nos destruiu por dentro, não haveria esperança para nós.

Perder um filho, é ter de aceitar o fato irreversível de ter de continuar existindo nesse mundo com um pedaço do coração arrancado do peito. Nenhuma mãe, nem as mais doces e amorosas, são capazes de compreender imediatamente essa clara injustiça, a subtração dolorosa, a divisão do coração em milhões de pedaços incongruentes.

Submergir da experiência avassaladora que é ver um filho partir para sempre, faz a gente pensar em propósitos maiores, faz a gente ter de acreditar em propósitos maiores. A saudade de um filho que partiu definitivamente, obriga a gente a aprender a viver sem aquele cheirinho único no travesseiro, sem o barulhinho inconfundível da respiração cadenciada no quarto ao lado, sem milhares de lembranças vividas, palavras proferidas, abraços partilhados, beijinhos melecados, baguncinhas boas, a vida repartida e multiplicada ao mesmo tempo em um outro ser fora da gente.

A redenção, a cura, o apaziguamento dessa dor, não é tempo que vai trazer. O tempo, sozinho, não tem esse poder. Sobreviver a tão violenta perda é desafiar a lógica, é subverter a ordem natural da vida. E a cada mínimo pulsar do peito, compreender que se ainda estamos por aqui, há de haver algo realmente grandioso esperando por ser acolhido em nosso peito tão ferido. A cura, reside na teimosia de continuar respirando e aspirando para esse mundo uma realidade menos sofrida. Quem sabe não seja a nossa missão nesse planeta redirecionar esse amor infinito, tão bonito e incondicional a outros filhos, pequenos ou grandes, humanos ou não, filhos queridos que necessitam desse nosso afeto paralisado no peito. Olhar em volta, olhar para dentro e buscar uma forma bonita de encontrar um porquê para sair do caos da dor. Há de haver por aí, alguém que precise desse nosso amor.

***

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “A Liberdade é Azul”.

Seja gentil com o outro desde que essa gentileza não esmague sua dignidade

Seja gentil com o outro desde que essa gentileza não esmague sua dignidade

Outro dia eu assisti a um filme de terror bem fraquinho na tv. Quase tudo nele foi descartável, exceto uma cena que vira e mexe me volta à cabeça. No filme um homem descobria que o vizinho, alguém acima de qualquer suspeita, aprisionava pessoas em seu porão. Tendo descoberto isso ele então é, lamentavelmente, convidado pelo vizinho louco para ir até a casa dele, a fim de degustar um vinho caro. E, por mais incrível que pareça, mesmo depois de saber toda a verdade acerca do outro, ele aceita o convite.

Então o vizinho enche uma taça de vinho e diz com a maior calma do mundo: “Veja como a gentileza pode ser perigosa, às vezes, ela nos faz correr riscos para sermos gentis com o outro”. Ele falava de riscos físicos, mas eu sublinharia aqui o risco emocional de encontros permeados por conversas desastrosas pronunciadas com doçura. Então a correria começa no filme e nada mais dele vale a pena ser contado aqui.

Confesso que essa cena me chamou bastante a atenção. Na hora me pareceu insanidade fazer o que o homem fez diante de um predador, mas não demorou muito e eu me vi em uma cena parecida, com uma pessoa sentada em minha frente me contando coisas absurdas, que fatalmente me feriram, com uma delicadeza que faria inveja ao vizinho louco do filme.

O mais correto nesses casos é levantar e ir embora ou colocar as ideias no lugar e falar com todas as letras o que estamos pensando diante da situação, mas temos uma estranha mania de ouvir ou tentar entender histórias sádicas ditas com toda calma do mundo. Estamos programados para nos defender diante de gritos, mas não diante de coisas horríveis ditas com calma.

Reparem que muitas pessoas costumam usar essa artimanha para dar o fora em alguém. “O problema sou eu, não você”. “Você é muito especial para mim, eu é que não te mereço”. E por aí vai. Esse tipo de conversa hipócrita costuma minar a nossa possibilidade de defesa ou a possibilidade de dizermos verdades.

Precisamos estar atentos para, nesses casos, não sermos assaltados pela necessidade de sermos gentis a todo custo. Esqueça aquilo de parecer normal diante do que é abominável. Defenda-se. Proteja-se. Ame-se. Fale o que for preciso e vá para bem longe de quem não te respeita, não te ama, não te estima e usa a fala cordial para ofender e humilhar.

Seja gentil com o outro, mas antes seja estupidamente gentil com você e saiba a hora de se levantar e dar um tchau para quem nunca deveria ter sequer pensado em te desrespeitar com palavras mansas e afiadas que caberiam bem não no seu ouvido, mas em um penico.

Se abrace, se ame e tome distância de quem parece cordial, bonzinho e amigo, mas não é.

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Atribuição da imagem: pixabay.com – CC0 Public Domain

Por que vítimas de Narcisistas Perversos podem entrar em colapso?

Por que vítimas de Narcisistas Perversos podem entrar em colapso?

Artigo de Silvia Malamud

Um dos sintomas mais comuns que costumam ocorrer quando alguém está imerso em um relacionamento abusivo, é uma gradual falência das forças físicas e psíquicas em todas as áreas da vida. De início, o desgaste é quase que imperceptível, mas com o tempo e por conta da desistência massiva de si mesmo em nome de um outro, esse tipo de falência, como se fosse uma chaga, vai se instalando por todo o organismo de modo devastador.

Como máxima de alertamento, é importante que as vítimas saibam que não há negociação possível quando se convive com o incansável e inacessível Narcisista Perverso/Psicopata. O objetivo deste, literalmente, é controlar e comandar absolutamente todos os desejos e identidade de quem estiver próximo a ele. O drama ocorre principalmente nas parcerias afetivas, mas também em locais de trabalho e dentro de algumas famílias.

Por intermédio da inserção do medo, pela coerção, pelas manipulações em geral e pelas ameaças de abandono, abusadores vão moldando os cárceres por onde mantêm os seus reféns. O resultado, enquanto as vítimas não estiverem totalmente despertas, é um cansaço gradativo, incontrolável e triste que com o tempo costuma avançar para situações de total colapso. Uma exaustão perigosa, resultado das infinitas tentativas e esforços desmedidos exercidos no intuito de promover a negação das situações de violência velada que passam. Na maioria das vezes, a perplexidade sobre a incoerência dos fatos vivenciados, fazem com que os envolvidos custem a acreditar no que está acontecendo, nas evidências e na amplitude da trama onde estão. Outra linha tênue igualmente perigosa provocadora do mesmo tipo de colapso, acontece quando se permanece por tempo demasiado extenso nesse tipo de relação.

Negar os ruídos emocionais e mesmo as evidências assustadoras que determinadas relações abusivas provocam, pode gerar uma importante inversão de energias que deveriam ir para fora como uma espécie de grito de sobrevivência, mas que ao invés disso drasticamente são jogadas para dentro de modo absurdamente danoso, ao ponto de instalar o silenciamento total de todas as capacidades de defesa.

O colapso, portanto, vem como uma resposta e um pedido de socorro de um organismo que está adoecido devido ao recolhimento excessivo das indignações sofridas, das raivas mal resolvidas, dos medos e de toda a perplexidade paralisante vivenciada. Os resultados, além dos sentimentos de tristeza e desolação, avançam para o esquecimento total de si mesmo e como consequência, para a falta de cuidados necessários que vão sendo transformados em hábitos nocivos, como dormir menos do que se precisa, ter má alimentação, procrastinar e outros que vão surgindo na mesma frequência.

No final, tudo o que um dia foi importante de se fazer em nome de si mesmo, perde o sentido. Falta vitalidade para a vida em geral e, para se fazer as coisas corriqueiras que sempre eram feitas. Lembrando que uma baixa qualidade de vida costuma ser um fator determinante dessas sensações de falência. Excesso de ansiedade, tristeza e traumas emocionais em geral fazem com que o corpo gaste mais energia do que pode suportar, seria como se ela fosse drenada mesmo antes de ser utilizada. O resultado do cansaço, portanto, é infinitamente diferente daquele que sentimos quando se faz muito esporte ou se trabalha demais.

Um dos principais ícones reveladores dessa trama entra em evidência quando de modo aparentemente súbito, a pessoa se percebe sem forças para fazer mais nada. Vítimas dessa trama, sem que possam dar conta do que de verdade está acontecendo em suas vidas, acabam entregando para o dominador tudo o que possuem de melhor.

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Sobre os Narcisistas Perversos/Psicopatas:

Grande parte dos pesquisadores os entende como se eles fossem portadores de uma falha neurológica de nascimento formadora deste tipo de caráter, outra parte enuncia que as condições psicossociais de início de vida contribuem sobremaneira para que tais características psicológicas sejam desenvolvidas. O que importa, porém, é saber que absolutamente todos os que estão configurados dentro de um espectro de funcionamento adoecido e similar invariavelmente e de diversas formas e graus, em algum momento, evidenciarão atitudes geradoras de perigo para outras pessoas. Não possuem nenhuma capacidade empática e nunca conseguem se colocar no lugar do outro, enfim, não compreendem o que são sentimentos, embora saibam que eles existem. Estrategicamente dependendo do que precisarão para alcançar o que desejam, inventam uma teatralização bastante convincente. Todos têm habilidades de sedução altamente desenvolvidas para que possam alcançar os seus intentos.

São gananciosos, sem sentido moral e, literalmente, vivem em busca do que lhes dá prazer. Nos subtipos, existem aqueles que obtém prazer apenas com algo sórdido e cruel, para outros, o prazer está em ganhar dinheiro, quer seja tirando vantagens, trapaceando, ludibriando, dando golpes e por aí vai… Eles sabem que as leis existem, mas fazem tudo ao seu modo, escondido e em meio às suas próprias leis. Agem na maioria das vezes nos bastidores, onde ninguém vê e dificilmente consegue denunciá-los. Quando estão envolvidos em situações de assédio moral ou de abuso emocional com as suas parcerias afetivas, ainda devido às suas habilidades manipulativas e ao prazer distorcido que possuem, deleitam-se ao confundirem-nas, muitas vezes fazendo-as sentirem-se culpadas.

É importante saber que os psicopatas sociais, também conhecidos como narcisistas perversos, estão entre nós e agora mais do que nunca, com o conhecimento que se tem sobre como eles são, os seus dias estão contados.

As ações destes vêm desde algo de conduta indevida que, literalmente, retira o chão das pessoas, até os Serial Killers. Todos são da mesma família de adoecimento mental em graus diferentes, mas todos perigosos. Não possuem a consciência emocional que as pessoas normais têm e dificilmente algum dia terão, portanto, um colapso dentro de um relacionamento dessa ordem funciona como um alerta da urgência para que se saia dessa situação limite. O abusador não procura terapia, pois ele acha que não tem questões a serem tratadas e diz que a vítima tem. Ele está com a razão, só que ele não precisa porque não dá conta, não fica em terapia nenhuma porque não tem capacidade de fazer um mergulho dentro de si mesmo. Para ele, quando acontece algo, a culpa sempre é do outro. Para a vítima, uma boa terapia pode abrir infinitas portas e salvar a vida.

Quanto mais despertos, melhor!

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Acompanhe a autora em sua Página Oficial.

“O que fazer se o filho não quer estudar” – por Içami Tiba

“O que fazer se o filho não quer estudar” – por Içami Tiba

A página de Içami Tiba no Facebook, hoje administrada por seus filhos, publicou um vídeo excepcional do nobre pensador que tanto abordou temáticas de valor, especialmente aos pais.

Eles fizeram uma compilação de frases, que fazemos aqui reproduzir:

• Quanto custa um filho quando repete de ano? O cálculo não é somente matemático, mas também afetivo.

• Ninguém constrói por uma pessoa o que ela não constrói dentro de si.

• O filho vai precisar de conhecimento, de informação. Mas para vencer na vida terá que ter COMPETÊNCIA. Para ter competência, ele precisará querer “aprender sempre”. Não adianta fazer bem uma coisa e ficar parado ali, sempre repetindo a mesma coisa: é preciso evoluir. Temos também que dar “gosto pelo estudo”, pois o filho não sabe ainda o quanto isso fará falta na vida futura dele. Tem que ser “íntegro”, não adianta ficar mentindo que todo mundo foi mal etc, tem que falar a verdade: que não foi aprovado porque não fez o que deveria. Além de tudo isso, para ter competência, precisa ter “disciplina”: não adianta a pessoa ser inteligente se não tiver disciplina porque se a inteligência não for colocada em prática através da disciplina também não se formará a competência. E o mais importante de tudo é a “ética, integridade, legitimidade”.

Conheça os livros de Içami Tiba

• Ninguém repete no último mês do ano. A “repetência” já se faz manifestada logo no começo do ano. O erro não está só no filho que não toma providências e vai repetir de ano. O erro está em quem delega poderes e não cobra os poderes delegados.

• Infelizmente, para quem não tem educação, a cobrança entra por um ouvido e sai pelo outro. Mas se os pais cobrarem, o filho não fizer nada e depois os pais não tomarem nenhuma atitude com relação a isso, não adianta cobrar.

• Para poder cobrar tem que haver uma combinação prévia. Se o filho não sabe o que deve, como os pais irão cobrar? Tem que haver uma relação de compromisso e se o filho não cumprir o compromisso desde o começo do ano ele irá repetir mesmo. Se repetiu um ano, os pais não devem esperar que o filho “aprendeu” e no ano seguinte fará de forma diferente: não é errando que se aprende! É corrigindo o erro que se aprende!

AMAR NÃO É SÓ CRIAR. AMAR É EDUCAR e EDUCAR É PREPARAR PARA A VIDA!!!

Acompanhe a página de Içami Tiba.

Independente do momento, seja grato(a)!

Independente do momento, seja grato(a)!

Antigamente eu planejava tudo. Todos os objetivos que queria alcançar, passava para o papel na esperança de que aqueles projetos saíssem conforme o planejado. Conforme fui amadurecendo, fui percebendo que a vida não funciona dessa forma. Planejamos uma coisa, mas nem sempre acontece daquele jeito. Ou as coisas saem conforme o planejado, porém, demoram um pouco mais, ou, não saem como imaginamos, mas saem melhor. Não importa quantos rabiscos fizemos, o dono do universo sempre nos surpreende com novos capítulos. Isso não quer dizer que Ele não nos queira felizes, quer dizer que ele zela pelo nosso bem-estar, e prepara tudo no momento em que precisamos. Nem antes, nem depois, no momento certo. O fato é que Ele sabe o que é bom para nós. Para aceitar isso, tive que levar alguns “nãos” da vida.

Uma amiga me disse que parou de planejar cada passo. No primeiro momento, pensei aquela afirmação pessimista demais, entretanto, ela tinha razão. Também não planejo mais nada. Espero as coisas acontecerem. Se acontecerem conforme meus desejos e esforços, ótimo. Se não acontecerem, paciência. Mantenho meu coração esperançoso, e espero o melhor. Parei de planejar cada passo. Enquanto a roda gigante da vida não gira, vivo cada momento. Se for bom, sorrio. Se não for, sorrio também. Entretanto, vivo cada momento, e os retribuo em forma de gratidão.

Foi no inverno que aprendi que o frio não dura para sempre. O sol sempre sairá, mas não adianta nada brigar com o céu. O sol sairá quando for o momento certo dele sair. As dificuldades me ensinaram a ser resiliente quando eu mesma pensei que não tinha mais forças. E os “nãos” da vida, mostraram-me que o universo conspira a favor daqueles que acreditam nos “sins”, mas que esses “sins”, acontecem quando estivermos prontos.

As coisas não acontecem da forma como gostaríamos, e está tudo bem. O importante é nos doarmos. Se não conseguimos alcançar algo, não foi por falta de esforço, e sim, porque o dono do universo sempre nos prepara o melhor.

Precisamos falar sobre racismo na sociedade brasileira

Precisamos falar sobre racismo na sociedade brasileira

Uma fotógrafa brasileira foi vítima, recente, de racismo e registrou BO contra um homem que lhe chamou de escrava e perguntou qual o seu preço no mercado. A vítima também foi chamada de “mucama”, “saco de lixo” e “crioula maldita”. O agressor usou áudios de cunho racista via whatsapp, a polícia civil investiga o caso.

O livro Casa-Grande & Senzala do sociólogo Gilberto Freyre caracterizou a escravidão no Brasil como constituída de senhores bons e escravos submissos. Porém, o mito da democracia racial de Freyre faz uma leitura irreal do nosso passado escravista, com resquícios em pleno século 21, quando lemos uma notícia dessa gravidade.

No período escravista a dignidade das mulheres negras era violentada, agredindo a sua honra moral e sexual, por uniões impostas a força, sob a seiva do medo e da incerteza, pelas quais as crianças eram concebidas sem pai, continuando como escravas. Não houve nenhum desenvolvimento racial e cultural dessa miscigenação.

O Brasil recebeu mais de um terço de todos os africanos escravizados e foi à última nação ocidental a abolir a escravidão. O que significa, que nosso o país teria recebido cerca de 38% a 44% de africanos forçados a deixar o seu continente. E nesses 130 anos deu seguimento à normalização do racismo.

O que simboliza que a nossa herança escravocrata segue hoje impregnada no caráter de alguns indivíduos com o seu ódio racista, sobretudo, contra as mulheres negras. Assistimos com frequência os racistas liberaram seus surtos histéricos – contra a presença – das pessoas negras, em estádios, shoppings, bancos, escolas, hospitais ou entre outros espaços públicos.

Além disso, têm ocorrido muitos casos pelo país com o surgimento das redes sociais, onde internautas usam de forma revoltante esse espaço para soltar os seus “berros” de injúria racial, causando repercussão junto à população, que se revolta contra tais ofensas racistas.

O que observamos no Brasil é um arranjo do racismo institucional. A população negra tem menos acesso aos serviços de educação, saúde, transporte, habitação, isto é, menos acesso ao direito à vida. São milhões de afro-brasileiros que vivem sob as mesmas condições precárias que seus ancestrais, denunciando que o Estado brasileiro oferece poucas perspectivas à comunidade negra, reproduzindo o ciclo de violência e preconceito.

Os dados são reais e aumentam a cada década. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, o percentual de negros assassinados no país é 132% maior que o de brancos e o Censo do IBGE de 2010, apurou que, dos 16 milhões de brasileiros vivendo em extrema pobreza, 4,2 milhões são brancos e 11,5 milhões são pardos ou negros.

A herança dos hábitos hierárquicos da casa-grande é uma fantasma que se recusa a desaparecer do inconsciente coletivo de alguns setores da sociedade brasileira. O ódio racista se manifesta em discursos velados ou escancarados, que não aceitam a ascensão social e econômica dos negros e negras no esporte, na cultura, na ciência, na política ou em outras áreas.

Diante disso, precisamos falar sobre racismo na sociedade brasileira, a fim de reiterar que isso é um crime intolerável. E relembrar, que acabaram os privilégios e a dominação de 300 anos da casa-grande. Os racistas que vigiem suas línguas perversas, porque o racismo é crime hediondo e inafiançável, conforme determina a Constituição Federal.

Meu colo é o seu refúgio: você nunca será grande demais para mim

Meu colo é o seu refúgio: você nunca será grande demais para mim

Do site: Éres Mama

Não importa se você tem 3 meses, 3 anos ou 30 anos. Meu colo sempre será seu refúgio: um lar no qual crescer se sentindo amado, valorizado e protegido. Esse canto do meu corpo será, sempre que você precisar, seu travesseiro para relativizar os problemas, para se reencontrar com o carinho e com o equilíbrio emocional do qual todos precisamos mesmo sendo adultos.

Temos certeza de que no seu dia a dia como mãe ou pai você já ouviu mais de uma vez alguma coisa como “não fique com o bebê por tanto tempo no colo, assim ele vai ficar mimado”. Diante dessas sentenças da suposta sabedoria popular, nos perguntamos se realmente é melhor deixar os pequenos nos seus carrinhos ou nos seus berços, deitados de barriga para cima olhando uma parede fixa ou um céu infinito, no qual nada acontece e ninguém fala com ele.

Os filhos são as âncoras que dão vida à coragem e à força das mães

–Sófocles-

Fica claro que para tudo há um limite e um equilíbrio. No entanto, mais além do que muitas pessoas poderiam imaginar, os bebês estão preparados para passar o primeiro momento das suas vidas sobre o corpo das suas mães. Nada pode ser mais benéfico e estimulante para eles. O colo e os braços dos seus progenitores são cenários ideais, onde se combinam a segurança e a estimulação contínuos. Elementos perfeitos para o amadurecimento cerebral.

Por outro lado, queremos proporcionar apenas um dado sobre o qual refletir. Há dados que demonstram que o desenvolvimento psicoafetivo de crianças que cresceram em um orfanato é frequentemente tão fraco quanto traumático. A maioria delas sofre transtornos que têm relação com os vínculos. Aliás, foi possível verificar que os bebês que estão em alguns orfanatos menos positivos pararam até mesmo de chorar.

Chega um momento em que um bebê entende que chorar não vai servir para nada. Não importa que estejam bem alimentados. O que desejam de verdade é ficar no colo, serem ninados e atendidos emocionalmente. Quando isso falta, quando isso não é oferecido a criança começa a desenvolver carências, e a marca de uma ferida que vai trazer mais de uma consequência: baixa autoestima, problemas de atenção, desenvolvimento cognitivo mais lento…

Você vai crescer no meu colo para ser mais forte

pintura de uma mãe com sua filha no colo ensinando-a a tocar flauta
Diante desses testemunhos tão dramáticos que vivem algumas crianças em determinados orfanatos, fica claro para todo mundo a importância de estabelecer um vínculo forte, saudável e seguro com nossos bebês. É uma coisa essencial que devemos estimular, sobretudo ao longo dos três primeiros anos de vida, um período chave no desenvolvimento cerebral, psicomotor, afetivo e psicossocial da criança.

Assim, nunca é demais seguir os princípios fundamentais que nos recorda a criação no colo, porque seus benefícios e o amplo impacto que exercem sobre nossas crianças são maravilhosos.

Crescer no colo da mamãe e do papai melhora o desenvolvimento da criança

A postura natural do bebê, como já sabemos, é com as costas arqueadas em forma de C. É assim que ele estava no útero materno, e é assim que vai se sentir confortável nos primeiros meses.

Desse modo, se levarmos o bebê no carrinho ou no colo, lembre-se de que seus joelhos devem ficar acima da altura do bumbum e suas pernas como as pernas de uma “rã”.
Não se esqueça de que um bebê que fica o dia inteiro deitado pode desenvolver plagiocefalia (achatamento da cabeça por ficar em uma postura errada).
Por sua vez, essa interação contínua com o bebê enquanto o carregamos no colo favorece seu desenvolvimento social, afetivo e comunicativo: ele vai responder aos sorrisos, às palavras, aos carinhos…
E também, o ato de carregá-lo no colo reduz muitas vezes a presença de cólicas e, até mesmo, do clássico refluxo tão comum nos 3 primeiros meses de vida.

Meu colo sempre vai ser o seu lar, não importa quão grande você for

As crianças crescem rápido, todo mundo sabe disso. Ontem tiravam um cochilo deitadas em cima de nós e passeávamos com elas no colo pelo parque e, quando nos damos conta, vão sozinhas para a escola, andam no banco da frente do carro e preparam suas férias na companhia dos amigos.

Educar não é dar uma profissão para viver, mas temperar a alma para as dificuldades da vida

-Pitágoras-

Tudo isso é bom, é positivo e é o que nós como pais e mães esperamos: que nosso pequeno seja feliz, livre, forte, maduro e capaz de ser feliz e fazer os outros felizes também. No entanto, não se esqueça: ninguém é grande demais para não precisar de um abraço.

Os abraços de uma mãe e de um pai não tem data de validade. Devem estar disponíveis para os momentos cotidianos e para aqueles nos quais mais precisamos. É uma maneira de voltar ao nosso lar, é uma forma sensacional de lembrar-lhes o quanto o amamos, o quanto são importantes para nós e como nos sentimos orgulhosos pela maneira de serem, e por serem simplesmente eles mesmos: nossos filhos valiosos, perfeitos e preciosos que a vida nos deu.

Portanto, não ouça quem repete aquela ladainha de que as crianças ficam mimadas por ficarem no colo da mamãe. Porque viver sem essa fonte de alimento emocional no dia a dia, na verdade, é viver mal, é deixar que essa criança cresça com carências. Porque criar um filho não implica apenas em garantir sua saúde física, implica também em alimentar suas emoções, cuidar da sua mente, do seu cérebro, do seu coração…

Via Revista Pazes. Reprodução autorizada.

São as pequenas coisas, os pequenos gestos, que fazem você amar alguém.

São as pequenas coisas, os pequenos gestos, que fazem você amar alguém.

Eu sou apaixonada pela simplicidade e digo que amar alguém é simples. Para quem não leu “As 5 Linguagens do Amor” fica a dica de leitura. Lá aprendi muito sobre o amor e as formas que alguém pode se sentir amado.

Eu, particularmente, sou movida a gestos simples. Desde um bilhete despretensioso até mesmo um beijo na testa em público. Amo andar de mãos dadas. Amo quando as pessoas leem os meus textos e valorizam o meu trabalho. Amo sentir que alguém se importa com os meus planos e está interessado nos meus sonhos.

Adoro quando me perguntam se estou bem e me escutam quando estou mal. Às vezes, tudo o que precisamos é de um colo para chorar. Não precisamos que esse alguém nos dê a solução para os nossos problemas, só queremos ser ouvidos. Sentir que tem alguém ali por nós. Amo quando vejo o outro se esforçando em melhorar isso ou aquilo em prol da boa convivência e de como está disposto a mudança.

Amo um convite sem hora marcada para um “dogão” com direito a muita maionese (rsrs). Sabe, não precisa de muito para manter o amor vivo dentro de um relacionamento. São as pequenas atitudes, as pequenas gentilezas e gestos de respeito que fazem a gente amar cada vez mais.

Ame com simplicidade, se entregue e não se esqueça de que o amor não precisa de muito para se manter vivo. Muitos relacionamentos começam com toda a intensidade do mundo, cheio de gentilezas e gestos bonitos e depois de um tempo o casal se esquece da importância do beijo no rosto, do andar de mãos dadas, da maratona de filmes e séries, do respeito, dos elogios, do tempo a dois de qualidade… e por isso dizem que o “amor esfriou” quando, na verdade, foi você quem se esqueceu de continuar amando com simplicidade, com generosidade. Pense nisso!

Eu tô aqui, não se preocupe. É esse o amor que escolhi repousar.

Eu tô aqui, não se preocupe. É esse o amor que escolhi repousar.

Você já não precisa carregar o mundo inteiro nos ombros. Aliás, você não precisa mais carregar nada sozinha (o). Deixa eu dividir esse peso com você. Eu consigo. Não sei se percebeu, mas faz um tempinho que venho demonstrando os sintomas de alguém que se importa, que cuida, que quer fazer parte da sua vida. Não me assustam os seus medos. Eu escolhi o pacote completo, sabe? A minha disposição cobre os bons e também os maus momentos.

Esquece a culpa, você não precisa ir por esse caminho comigo. Eu só quero te ver bem. Quero te ver confiante, sorrindo e mostrando pra vida que você não desistiu. Foi só um tropeço. Quantos já foram até aqui? Alguns, tenho certeza. Ainda assim, entre quedas, decepções e lutas, você conseguiu. Você se manteve de pé. Eu sei que te cansou passar por tanto, uma hora todos cansamos. Mas se antes você precisava lidar com tudo isso sem ter uma voz ou uma mão para compartilhar, não é mais o caso.

Tem gente que acha que isso não é amor. Que você escolher dedicar paciência e ternura ao lado de uma pessoa que atravessa dias complicados é abrir mão da própria felicidade. Eu discordo alegremente de todos que pensam parecido. O amor é uma extensão daquilo que aprendemos com a vida. Quero somar todos esses aprendizados com você. Não ligo do tempo que pode levar. Eu escolhi o nosso lado. Esse é o eu te amo que importa. Não são os presentes, as declarações, as viagens, as fotos editadas, nada disso.

O amar está na tranquilidade da gente se encontrar no colo do outro e saber que, mesmo nos dias difíceis, tudo vai ficar bem.

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