“Eu gosto é de gente doida!” – Ariano Suassuna fala sobre a inteligência da loucura

“Eu gosto é de gente doida!” – Ariano Suassuna fala sobre a inteligência da loucura

Aquilo que chamamos de loucura, normalmente, tem a ver mais com diferenças sociais e culturais do que com doenças biológicas. Não são poucos os teóricos da psicologia tiram os pesos dos rótulos do comportamento humano e denunciam como a loucura é usada para segregar e oprimir grupos sociais menos favorecidos.

Ariano Suassuna fala aqui, com muita irreverência, do quanto uma pessoa que é chamada de doida, na verdade, pode ser alguém com uma criatividade e criticidade mal reconhecida pelo seu meio.

“Eu gosto muito de história de doido. Não sei se é por identificação. Mas eu gosto muito.  Eu tenho um primo, Saul. Uma vez ele disse para mim. “Ariano, na família da gente quem não é doido junta pedra pra jogar no povo.”

Não sei se é por isso, mas eu tenho muito interesse por doido, pois eles veem as coisas de um ponto de vista original. E isso é uma característica do escritor também, o escritor verdadeiro não vai atrás do lugar comum, ele procura o que há de verdade por trás da aparência. O doido é danado para revelar isso!

Meu pai governou a Paraíba de 1924 a 1928, tanto que nasci no palácio. Em 1963 houve um congresso literário na Paraíba e eu fui, o governador do Estado ofereceu um almoço, quando eu fui entrar o guarda me parou. Perguntei por que eu não podia entrar e ele disse. “O senhor tá sem gravata.”

Eu não uso gravata.

E eu disse. Você veja uma coisa. Essa é a segunda vez que estou entrando nesse palácio, a primeira vez eu entrei nu e ninguém reclamou ( É que eu nasci lá, viu).

Meu pai quando era governador, construiu um hospício e colocou o nome do maior psiquiatra brasileiro da época. No dia da inauguração, muito orgulho da obra que tinha feito, meu pai chegou lá, os médicos todos de branco e entraram os doidos com uns carrinhos de mão que haviam sido adquiridos pelo governo pra iniciarem a tal psicoterapia pelo trabalho.

Um dos doidos estava com o carro de mão de cabeça pra baixo. Aí meu pai chamou ele e disse. “Olha, não é assim não que se carrega, é assim…” E o doido respondeu, eu sei doutor. Mas é que se eu carregar de cabeça pra cima eles colocam pedra dentro pra eu carregar.

Não era um doido, era um gênio de uma cabeça formidável!”

Publicado originalmente em Psicologias do Brasil

“As oito idades” – leia e entenda em que “idade” você se encontra

“As oito idades” – leia e entenda em que “idade” você se encontra

Do site A Mente é Maravilhosa

Erik Erikson foi um psicanalista norte-americano que elaborou a teoria do desenvolvimento da personalidade e teve ampla aceitação e divulgação. Embora inicialmente tenha se baseado nos conceitos de Freud, ele se distanciou dos mesmos ao perceber que a influência cultural tinha muito mais importância do que Freud havia mencionado.

Todos nós passamos por momentos de crise e estamos habituados a vê-los como algo negativo. No entanto, para Erik Erikson, as crises são processos que nos levam à evolução e à mudanças. São circunstâncias que nos permitem transcender, crescer e tornar-nos conscientes de nós mesmos.

Segundo Erik Erikson, o nosso caminho pela vida é composto por oito idades ou ciclos, e cada um deles é marcado por um conflito específico.

“Com vinte anos todos têm o rosto que Deus lhes deu; com quarenta o rosto que a vida lhe deu e com sessenta o rosto que merecem”.
-Albert Schweitzer-

Estes ciclos indicam que os seres humanos estão constantemente adquirindo novos conhecimentos e evoluindo por toda a sua existência. Se não for assim, ocorrerão bloqueios em alguma fase do seu desenvolvimento. Algumas pessoas se negam a crescer, enquanto outras amadurecem mais cedo. Tudo isso vai depender, em grande parte, do contexto e do ambiente em que cada um vive.

As idades do homem a partir da perspectiva de Erikson

Os oito estágios do desenvolvimento humano, de acordo com Erikson, são as seguintes:

1- Confiança básica x Desconfiança básica – de 0 a 1 ano
O recém-nascido estabelece uma relação de dependência, especialmente com a sua mãe. Seus cuidados satisfazem plenamente as suas necessidades, garantem a aprendizagem e o desenvolvimento da sua confiança, se as suas necessidades básicas forem prontamente atendidas.

Conforme seus sentidos evoluem, o bebê reconhece o seu ambiente como familiar e sua primeira grande conquista será não sofrer de ansiedade na ausência da mãe e superar o medo de ser abandonado por ela. Caso contrário, crescerá cético e desconfiado.

2- Autonomia x vergonha e dúvida – de 01 a 03 anos
Durante esta fase, a criança adquire autonomia para se deslocar de um lugar para o outro. Gritar ou chorar é a linguagem que utiliza para obter o que deseja. Se o seu ambiente não corresponde às necessidades que experimenta, aparecem a dúvida sobre si mesmo e o medo de tomar iniciativa.

A vergonha na criança é manifestada como uma necessidade de não ser vista: esconde o rosto, o que resulta em ataques de raiva e choro, ou outras manifestações de excesso emocional. O controle dos pais deve ser firme e tranquilizador para desenvolver a sua autonomia.

3- Iniciativa x Culpa – de 03 a 06 anos
Se há alguma coisa que distingue a criança nessa fase é a iniciativa. Especialmente durante as brincadeiras, ela descobre o papel mais significativo para si e o representa. A criança precisa identificar e projetar o seu papel no mundo.

A rivalidade e os ciúmes também aparecem nessa fase. A criança quer ser tratada como alguém especial e rejeita qualquer deferência da mãe pelos irmãos ou outras pessoas. Se não receber um tratamento relativamente privilegiado, desenvolve a culpa e a ansiedade.

4- Habilidade x Inferioridade – dos 06 anos até a adolescência
Nessa fase a criança tem uma vida escolar. Independentemente de se sentir feliz ou insatisfeito, a criança começa a ganhar reconhecimento pelo que faz neste novo ambiente. É capaz de adquirir novos conhecimentos e habilidades para se tornar produtivo.

Nossa cultura já adquiriu altos níveis de especialização que tornam complexa e limitada a iniciativa individual. Nesta fase, se não houver reconhecimento suficiente, pode surgir uma sensação de inadequação que pode levar a um sentimento de inferioridade.

5- Identidade X Confusão de papéis – adolescência
Este período é caracterizado por duvidar de tudo o que se acreditava anteriormente. Duvidam dos conhecimentos, das habilidades e até das experiências. Tudo isso se deve às mudanças sofridas pelo corpo e as crises de personalidade que isso gera.

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Os adolescentes se preocupam com a imagem que passam para os outros, estão em constante conflito entre o que foram até agora e o que serão no futuro. Estão confusos quanto a sua identidade, são idealistas e muito influenciáveis. Se atravessarem essa fase com tranquilidade, conseguirão construir uma sólida identidade. Do contrário, estarão sempre fingindo ser o que não são.

6- Intimidade x Isolamento
Este é o momento em que o jovem adulto é capaz de assumir compromissos sentimentais, profissionais, políticos, sacrificando algo em troca. Se, por medo, esse jovem adulto não conseguir estabelecer essas ligações com o mundo, o perigo é o isolamento.

É uma fase de decisões e desafios para ganhar estabilidade, onde as concepções de trabalho, amizade e família são fortalecidas. Basicamente, é nesta fase que damos um passo definitivo para a vida adulta. É o início da maturidade, aproximadamente o período de namoro e começo da vida familiar.

7- Generatividade x Absorção em si mesmo
Erikson se refere a generatividade como o desejo na idade madura de ser produtivo, de orientar as novas gerações. Quando isso não ocorre, começa um processo de estagnação pessoal ligada ao sentimento de não transcender, não ter qualquer interferência sobre o futuro: um sentimento de impotência.

Somente as pessoas que enfrentaram as vitórias e as derrotas, que criaram e colocaram em prática novas ideias, amadureceram gradualmente e alcançaram a plenitude.

8- Integridade x Desespero
A última idade da vida pode ser uma etapa serena ou cheia de ansiedade. Tudo depende de como foram vividas as idades anteriores. Uma pessoa idosa deve ser capaz de fazer uma avaliação sensata da sua época e da sua vida, onde prevaleça o reconhecimento da realidade e compreensão do mundo em que vive.

Haverá integridade nesta fase se conseguirmos combinar a reflexão com a experiência. Nos casos em que existem conflitos não resolvidos ou etapas que não foram superadas, normalmente aparece um profundo medo das doenças, do sofrimento e da morte.

Acabou um relacionamento? Cientistas apontam a melhor forma de se recuperar

Acabou um relacionamento? Cientistas apontam a melhor forma de se recuperar

Acabar um relacionamento pode parecer o fim do mundo. Se há quem se recupere rápido e siga em frente, outros não esquecem o ex parceiro, o que pode levar a estados depressivos, insônias ou outros comportamentos negativos para a própria saúde, que não se restringem aos breves momentos após a separação, provando que o tempo nem sempre cura tudo.

Em vez disso, há estratégias a adotar, que não são novas, mas ainda assim mereceram a atenção por parte de um grupo de psicólogos da Universidade do Missouri.

A amostra utilizada pelos especialistas contou apenas com 24 participantes entre os 20 e os 37 anos, que haviam terminado uma relação há cerca de dois anos e meio e ainda não tinham se recuperado. Embora seja um número bastante reduzido para representar a população, serviu como ponto de partida para se analisar as ‘técnicas’ que mais se usam para tentar ultrapassar o desgosto amoroso.

Entre pensar negativamente no ex, reavaliar os seus sentimentos naquela relação, distrair-se e não fazer nada, as três primeiras estratégias permitem que o indivíduo se prepare, de certa forma, para um reencontro com o ex (seja pessoalmente ou nas redes sociais), ainda que tal não signifique que se recupere da separação.

Especificamente sobre os sentimentos de que não superou o desgosto, os psicólogos referem que pensar negativamente no ex diminui os sentimentos amorosos, mas deixam a pessoa desconfortável por se focar em aspetos negativos, algo que não acontece quando a técnica passa por reavaliar os sentimentos gerados durante a relação, que poderá, sim, melhorar os sentimentos do indivíduo a longo prazo.

O objetivo desta técnica não é o de revisitar constantemente o passado, mas organizar os pensamentos, uma atitude que os especialistas acreditam que facilite a aceitação do que aconteceu e já acabou.

Quanto à terceira técnica, a da distração, embora não altere os sentimentos por determinada pessoa, deixa o indivíduo mais feliz, sendo por isso apontado como uma boa opção, mas apenas a curto prazo.

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Nota da página: As informações acima, publicadas em Notícias ao Minuto, deixam claro como a conscientização do que aconteceu e a melhor compreensão dos sentimentos são as melhores alternativas para superar o fim. Para isso, a terapia pode ser uma grande aliada nesse processo. Fica a dica!

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Imagem de capa: Shutterstock/nd3000

Quem é o seu porto seguro?

Quem é o seu porto seguro?

Tenho refletido bastante sobre uma expressão que é extremamente utilizada pelas pessoas que criam muitos apegos e dependências emocionais das outras, a expressão “porto seguro”.

Quero lhe levar a refletir junto comigo sobre isso: Quem é o seu porto seguro?

A expressão “porto seguro” é sinônima de APEGO e DEPENDÊNCIA. Quando alguém diz isso está indiretamente querendo dizer que não consegue viver sem algo ou alguém a quem considera esse porto.

Vou citar alguns exemplos. Tem pessoas que colocam seu porto seguro no patrimônio financeiro, o que é extremamente vazio, porque caso elas venham a perder esse patrimônio, perdem também o sentido da vida, correndo um sério risco de entrarem em depressão ou até mesmo se suicidarem.

Outras colocam seu porto seguro no trabalho, o que quase sempre representa uma válvula de escape, porque não conseguem dar a mesma importância aos outros setores da vida, então criam uma verdadeira fixação ao trabalho, e o resultado de tudo isso é um desequilíbrio total! Com a perda do emprego, vai junto o sentido da vida…

Outras colocam o seu porto seguro na família, em amplo sentido, os pais colocam nos filhos, os filhos nos pais, os pais nos seus próprios pais, netos nos avós, sobrinhos nos tios etc etc… É uma concepção bem inocente essa de que os familiares são um porto seguro, porque não são! Qualquer um pode morrer a qualquer momento, e se alguém morre, seu apego fará com que seu luto seja estendido por anos a fio. É isso que você quer para sua vida? Nessa hora recordo o que já disse no começo. DESAPEGO, é preciso desapegar…

Outras colocam o porto seguro no relacionamento amoroso, seja namoro, seja casamento. Esse é mais um “barco furado” porque, como sempre digo, não existem garantias no que se trata de relacionamentos, só existem garantias em objetos eletrônicos e móveis, nunca em relacionamentos, porque a outra pessoa pode ter “n” motivos ou maneiras de sair da sua vida, seja por uma separação, seja porque se desinteressou, seja porque morreu etc. Um número imenso de pessoas considera o cônjuge seu porto seguro. Não as condeno, porém, deixo aqui esse alerta. Essa decisão é bastante arriscada, porque o sofrimento gerado por uma ruptura desse relacionamento também pode levar anos a fio ou fazer você “entrar em parafusos”…

Existem também as pessoas que colocam seu porto seguro na igreja, em Deus, ou nas figuras que representam os fundadores das religiões como Jesus Cristo, Buda, Krishna, Lao Tsé etc.

Pelo fato de estarmos no Brasil, país de maioria cristã, é comum ouvir pessoas dizerem: “Jesus é tudo na minha vida. Não vivo sem ele! Ele é a razão da minha existência…”. São palavras lindas eu sei. Eu amo Jesus Cristo de todo meu coração, mas essa frase carrega em si um APEGO a figura de Jesus, que pode estar presente apenas em espírito, nunca como uma pessoa física presente ao seu lado entende? Então na hora da SOLIDÃO, quando você precisa de verdade de um ombro pra chorar, de um ouvido para lhe ouvir, de um abraço para se aconchegar, o que o porto seguro Jesus ou religião poderá lhe fazer nessa hora, hein?

Um porto é onde os navios ficam estalados, é algo físico, não pertence a esfera da fé ou do transcendente. Então colocar seu porto seguro nas religiões ou em Jesus talvez não seja algo tão perfeito como alguns insistem em dizer…

Mas em quem eu vou colocar meu porto seguro Isaias? Não tenho opções! Você já citou tudo o que imaginei? Será? Você não está esquecendo de nada?

Seu porto seguro pode ser VOCÊ! Já pensou nisso?

Se o seu porto seguro for você, não haverá apegos excessivos nem tanta dependência emocional das outras pessoas. Os familiares podem morrer e você terá um luto no tempo considerado normal, seu relacionamento pode terminar e você não entrará em depressão, você pode mudar de religião, de crença e não perderá seus princípios, pode falir sua empresa, pode mudar de emprego, pode perder todo seu patrimônio e você se reerguerá, porque sabe que tudo é transitório, não existe nada fixo nem nada permanente, como tão sabiamente nos diz o Buda e seus seguidores.

Estou aos pouquinhos exercitando isso e tendo progressos. Meu porto seguro sou eu mesmo, não quero colocar esse peso em cima de ninguém. É um peso muito grande sabia? Ninguém tem a obrigação de ser o seu porto seguro, isso pode gerar uma sobrecarga enorme!

Talvez você pense! Mas essa é uma concepção muito egoísta? Afinal, somos seres gregários, precisamos uns dos outros? Sim! Entendo essa forma de pensar, mas uma coisa é precisarmos uns dos outros, outra bem diferente é DEPENDERMOS delas para sermos felizes e termos um sentido mais profundo em nossas vidas. Eu até falei um pouco sobre isso em um áudio no soundcloud, a diferença entre dependência, independência e interdependência. O ideal é sermos interdependentes. Se quiser ouvir, clique aqui.

Enfim! Essa é minha sugestão. Fique livre para acatá-la ou não! Mas em minha opinião, você ser seu próprio porto seguro lhe dará mais recursos para desenvolver o amor próprio, a autoconfiança e elos de amor bem mais profundos e espiritualizados. Pense sobre isso com carinho…

A capacidade de amar não acaba

A capacidade de amar não acaba
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“Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.” *

Vivi a lúdica década de noventa quando adolescente. Aqueles anos tiveram símbolos especiais e era mais tardio amadurecer com tantos ídolos da infância persistindo. Xuxa, Paquitas, Trapalhões, Angélica, Mara Maravilha, enfim. Além disso, colecionava revistas voltadas para meninas, como Querida e Carícia. Bem, só aí já está uma época à parte. Essas revistas tratavam superficialmente sobre tudo, e esse tudo incluía amor, amizade e sexo, claro. Essas publicações serviram de terapia improvisada em momentos críticos da adolescência, em crises de desenvolvimento da personalidade ou com a aparência física.

Tive muitas paixões platônicas, afinal, resistir a meninos lindos que cantavam e rebolavam era demais pro meu precário juízo. Na infância quase enlouqueci com Menudos, New Kids on the Block, Dominó, Polegar. Mais tarde vieram Backstreet Boys, N’Sync e dá-lhe saudade! Boy bands são verdadeiras máquinas de amores platônicos e de histrionismo. Latin Lovers também. Que atire a primeira pedra quem nasceu na década de 80 e não estremeceu com Ricky Martin, Robby Rosa, Chayanne ou Luis Miguel, por exemplo. Você assistia a TV para vê-los, não aguentava aquilo e comprava uma revista com eles pra ver se acalmava. Daí o bendito te perseguia nos sonhos até que neles tudo acontecia. Você acordava com sua mãe chamando pra lavar a louça, no auge do erotismo. Pense num ódio… Eita coisa boa é hormônio, não?

Esse preâmbulo foi pra dizer que é impossível desassociar amor de desejo quando despertamos para as primeiras experiências amorosas. Estão imbricados. Quando esse fogo – perdão, essa fase – passa ou convive com aquele momento em que começam os beijinhos e os namoros, o organismo surta. As pernas tremem, o estômago arde, a mão gela e o coração palpita. Começamos a viver o amor com a insegurança do navegante que busca novas terras e, mesmo estando bem treinado, munido de cartografia elaborada e guarnição, é inseguro e total desconhecedor do porvir. Entretanto a vontade de alcançar boas terras é tão grande que ele navega e segue pelo desconhecido com medo e tudo. Sim, o amor é o grande Eldorado.

É justamente por esperarmos uma terra tão desejada e deleitosa que nos perdemos quando o amor não se mostra só calmaria. Nele, ilusão e desilusão são vizinhas sempre prontas a aparecer sem aviso. Quebramos as pernas e desiludimos. Esperávamos tanto do outro que tamanha projeção tornou a satisfação praticamente inatingível, e não por culpa dele, necessariamente. Recentemente uma psicoterapeuta confirmou-me que é raro encontrar alguém que não faça projeção, que não sonhe acordado. Isso vale para homens e mulheres. A ilusão é rebordosa de quem sonhou em excesso e não quis voltar à realidade, não quis sair da ilha deserta e lavar a louça suja que acumulou-se na pia. Parece que escolhemos nos relacionar com nossos sonhos e não com alguém real, que apresenta-se naturalmente falho e incompleto diante de nós. Ocorre que a incompletude também é nossa. É de todos nós, meus caros.

É ruim se decepcionar, principalmente se essa decepção vier de alguém próximo e especial. Entretanto, a decepção pode servir para abrir novos caminhos e trazer mudanças mentais importantes. O problema é que muitos de nós levamos algum tempo para descobrir o momento de libertação que ocorre depois de um rompimento, bem como que é preciso encarar e tentar tirar o melhor desse saldo. Em outras palavras, até percebermos que decepção amorosa não mata mas ensina a viver, algumas estações foram atravessadas e alguns travesseiros foram encharcados. Ocorre que viver é bem mais que só enfrentar problemas (graças!), é existir de fato e com complexidade, ter experiências boas e ruins, é encontrar pessoas que vão nos acrescentar e aquelas que tentarão nos diminuir algo.

Que perdoem-me os amargos e os céticos, mas a gente precisa de fé pra viver, não necessariamente em um Deus, mas na possibilidade do que de bom a vida pode nos aprouver. A nossa capacidade de amar não acaba, é preciso acreditar. Por mais que achemos o contrário, ela fica no máximo enfraquecida, desencorajada, escondidinha dentro de um armário de porão. Mas está lá, ainda que arrefecida e em sono profundo. Embora feridos, magoados de más experiências, envolvidos emocionalmente com alguém que se foi, ainda assim essa primazia de amar não vai embora feito folhas ao vento. Alguns amores vêm e vão, algumas pessoas chegam e marcam indelevelmente nossas vidas (para o bem ou para o mal). O amor muda de lugar ou até esvai-se. Ele pode deixar de existir, mas a capacidade de amar não e talvez seja o que existe de mais precioso no ser humano. Só quem ama experimenta o que existe de mais verdadeiro, o espírito elevado, a existência ter sentido, a poesia enquanto realidade. É uma força inigualável, um sentimento indescritível, uma luz de raro tom. Permanece literalmente vivo quem ama. O amor é o termômetro que indica a situação existencial. Todos podem e devem amar.

Ganhei uma nova amiga recentemente e conversamos muito na noite em que fomos apresentadas. Sendo ela mais velha do que eu – com idade de ser minha avó inclusive, percebi que passa por dilemas emocionais e descrenças no amor. Surpresa? Não. Nada diferente. Tudo normal. Em matéria de relacionamentos humanos todos temos muito a aprender e a experimentar. Ela acha que as sérias deslealdades que tanto machucaram-na no passado criaram um trauma, e que agora ela não mais ama, pois teme encontrar velhas pessoas em novas pessoas. Mas logo ela, tão madura, não sabe que somos diferentes e insondáveis? Que cada um de nós é um universo, um país? Que é equívoco crasso generalizar as personalidades? Não tem jeito, em matéria de amar somos todos crianças. É necessário quebrar a cara com pessoas em diferentes fases da vida para perceber que não há seres incrivelmente maduros em matéria de amor. Jovens são inconsequentes e desapegados? Nem sempre. Os mais velhos são plácidos e amorosos? Nem sempre também. É bom dar adeus a rótulos e apostar no conviver.

Qualquer pessoa (exceção daquelas personalidades que não desenvolvem afeto, as psicopáticas) é capaz de manifestar esse sentimento tão conflituoso quanto fundamental na vida, e da maneira mais distraída e corriqueira: começa o mês e você vai fazer supermercado. Na fila do caixa, a pessoa da frente puxa papo. Conversa vai, conversa vem, o tomate está muito caro… Pimba! Lá está alguém que provoca algo especial; você vai à festa de aniversário do filho da vizinha. Depois de se empanturrar com docinhos e salgadinhos, vai tirar foto e colocam-na ao lado de um galã. Começam a conversar trivialidades e você percebe que ele também é inteligente e interessante. Socorro!; você começa a fazer dança de salão sem a mínima vontade, vai gostando, fazendo amigos, e com o tempo percebe surgir uma amizade colorida. É uma pessoa de alma juvenil e coração rarefeito. É diferente de tudo o que já gostou na vida, mas aconteceu. Há como sondar? Medir? Controlar? É provável que não. Em qual dessas vezes foi mais bonito? Não há como avaliar, porque é sempre bonito o brotar de um bom sentimento como o amor.

O amor dá um up, um plus na vida. É como um vestido vermelho ou uma meia arrastão no visual: levanta! A amplitude do amor abarca a vida, os amigos, a família, os animais, o universo. Há aquele amor clássico e sublimado, que é direcionado especialmente a uma pessoa, o amor conjugal. Ao longo dos tempos, muitas histórias de amor não correspondido foram contadas. Há tantos livros, filmes e tantas canções que retratam encontros e desencontros amorosos. Nem todos os que amam e desejam formar uma família são bem-sucedidos. Há até os que amam a pessoa errada. E como há! Sem falar nos que experimentam a “cegueira”, de tanto amar. Amar em demasia é mais comum do que pensamos.

Cada fase da vida tem suas flores. Diferente do que muitos pensam, o dom de amar não arrefece com o passar dos anos. Não perde sua qualidade. Os sentimentos não envelhecem, o amor não envelhece, nós sim. Ele muda, mas não fenece. O ser humano não deveria subjugar seu dom de amar. Por mais avariado que julgue estar, cada experiência amorosa é inaugural, e isso é extremamente belo! Aquele amor passional lá do início, que é puro fogo, encontra casa em todos os momentos da vida. Essencialmente no início de cada relacionamento vivemos a paixão, aquela fase de tormenta dos sentimentos e dos sentidos, momento em que sublimamos o outro a ponto de nem enxergarmos falhas nele, tenhamos quinze ou sessenta anos. Então lá estaremos nós, após algumas primaveras, marquinhas na face e na alma, calejados de viver, novamente vivendo aqueles momentos em que começam os beijinhos e talvez um namoro. Aí o organismo surta, as pernas tremem, o estômago arde, a mão gela e o coração palpita. Começamos mais uma vez a viver o amor com a insegurança do navegante que busca novas terras … Já vimos esse filme antes, não? Pois então. Ele só muda se sobreviver no tempo, pois ganha a qualidade do amor que sobreviveu e serenou-se.

Talvez haja um mal-entendido ou uma espécie de sofrimento coletivo. O fato é que nem todos os que amam conseguem a respectiva correspondência. Porém, o mais importante não é o desfecho, mas a capacidade de amar. Quando capazes disso, estamos livres para a sincera reciprocidade em outro alguém. Esse casamento entre duas pessoas sempre acontecerá. Quando não acontecer a química com alguém, isso é natural, é pra ser assim mesmo. É duro pra quem gosta ou está atraído. Na hora a gente não entende bem, não aceita, mas a liga simplesmente acontece ou não. Não há nada relacionado com as características das pessoas envolvidas. Quando as peles casam, o abraço encaixa direitinho, o beijo combina, as pessoas logo se pedem, e desde que não seja uma clássica tragédia grega, meus caros, vai rolar sim!

Há situações em que escrever faz-se terapia. É o que ocorre agora, com as assertivas desse texto. Algumas delas são frutos de experiência própria; outras, observação da dinâmica social, dos mundos nossos, tão singulares e comuns ao mesmo tempo. Não deveria viver triste quem não é correspondido no amor. Pelo contrário: viver feliz por ser capaz de amar. Se ama, a vida tem material humano para ser grande. O segredo reside na essência: estar capacitado para o amor.
A felicidade não depende tanto do ser amado, mas do dom de amar. Quem ama já tem o necessário para provar a alegria. Saber amar é a maior felicidade. Evidente que a reciprocidade do amor amplia isso, mas para ser feliz o suficiente é amar.

***

*Versos de Monte Castelo, de Renato Russo, inspirada na 1ª Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios e em soneto de Luís de Camões

Imagem de capa: Cena do filme Elsa e Fred ( Reprodução )

Para cada signo, uma planta. Conheça a sua.

Para cada signo, uma planta. Conheça a sua.

São vários os benefícios de se ter plantas em casa. Desde o relaxamento que se sente ao cuidar da mesma ao simples prazer de ter uma casa decorada, que precisa da sua atenção.

As temperaturas habitualmente vividas na sua casa, a posição da mesma em relação ao sol e a sua própria disponibilidade para cuidar de plantas são fatores decisivos para escolher a espécie que irá decorar a sua sala, cozinha ou varanda. Mas segundo o site Pure Wow há mais aspetos que condicionam – ou orientam – as plantas mais indicadas para si.

Falamos dos signos do zodíaco, que apontam uma planta específica às caraterísticas mais típicas de cada signo.

Escorpião – Lavanda

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A lavanda alivia o stress, acalma os nervos e melhora o humor. É por isso uma boa opção para pessoas ansiosas.

Aquário – Jasmim 

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É o gosto ‘fora do comum’ que carateriza os indivíduos deste signo, daí a escolha de uma planta exótica de cheiro caraterístico.

Peixes – Orquídea

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É um sonhador que ‘precisa’ de se sentir inspirado com objetos chamativos e naturalmente bonitos

Áries – Eucalipto

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A força, energia e constante movimento dos carneiros carece de uma planta cheia de propriedades para a saúde respiratória e livre de inflamações.

Gêmeos – Aloe Vera

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Os antigos acreditavam nas propriedades positivas que esta planta trazia ao ambiente. Uma boa escolha contra a superstição dos deste signo.

Caranguejo – Cacto

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‘Mantenha-se firme e evolua’ é a mensagem que se quer passar com esta planta.

Leão – Estrelícia

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Também conhecida como ‘ave do paraíso’, esta planta é chique, e chamativa ao mesmo tempo que é discreta – como os leões.

Virgem – Hera

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Uma planta simples de cuidar mas que dá muita personalidade à decoração. Tudo o que os desse signo querem.

Balança – Lírio da paz

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Esta planta neutraliza gases tóxicos presentes no ambiente. Por outras palavras, é ideal para equilibrar o ambiente.

Touro – Zamioculcas

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Em inglês, ZZ Plant, é considerada das plantas mais indestrutíveis, por isso, ideal para os taurinos de agenda cheia mas gosto pelos pormenores cuidados.

Sagitário – Crassula Ovata

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Esta suculenta sobrevive com pouca atenção. É o que os sagitários precisam para garantir que a planta não morre num dos muitos fins de semana que passa fora.

Capricórnio – Manjericão

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O seu aroma tem propriedades calmantes que vão ajudar os capricórnios a equilibrar a sua vida profissional e pessoal.

Com informações de Notícias ao Minuto

Maturidade é saber a hora de partir e não olhar para trás

Maturidade é saber a hora de partir e não olhar para trás

Terminar um relacionamento não é fácil. Isso, aliás, é inquestionável. O problema é que as pessoas supervalorizam a dor e esquecem que a vida acontece além da saudade. Não dá para viver o ciclo: saudade- noites em claro – memórias boas e recaídas para o resto da vida. É preciso muita coragem e muita maturidade para fechar a porta e não olhar para trás.

É ingenuidade acreditar que o fim de uma relação não traz sofrimento. Traz sim e muito! Afinal de contas a rotina, os projetos e os sonhos são interrompidos e um novo caminho é aberto diante dos nossos olhos.

Nesse estágio, as emoções se confundem e as pessoas entram em uma crise psicológica de que “nada mais dará certo”, “ficarei sozinho para sempre” ou “não irei suportar” e, essa explosão de medo e insegurança, faz com que muitos casais prefiram permanecer em relacionamentos abusivos, tolerem ofensas e aceitem agressões por medo do novo e da ruptura de expectativas.

A primeira razão que faz com que as pessoas permaneçam em relacionamentos fracassados é o medo de sofrer (como se já não estivessem sofrendo mais do que o normal). A segunda razão é medo da solidão. As pessoas temem tanto a própria companhia que a palavra “solidão” é quase uma ofensa social. E, por fim, a terceira razão é o pavor do novo. As pessoas permanecem em suas zonas de conforto porque acreditam já estarem acostumadas com esse tipo de sofrimento.

Todos nós já passamos pelo término de situações que julgávamos seguras e eternas. Pode ser um bom emprego, um relacionamento sério, uma estabilidade financeira segura, mas o fato é que, em algum momento da vida, fomos desafiados a provar o próprio controle emocional e a comprovar que somos mais fortes do que poderíamos imaginar.

É preciso entender que nem todo fim é ruim, pelo contrário, é uma oportunidade de reflexão, crescimento e maturidade para ambos. Quando somos capazes de romper as cadeias que nos prendem ao comodismo abusivo, percebemos que a vida acontece além do que nossos olhos são capazes de ver.

Somos românticos por natureza e queremos acreditar que uma segunda, terceira ou quarta chance será necessária para que o relacionamento dê certo, mas esquecemos que essas situações só pioram o emocional dos envolvidos. É aquele ditado: quanto mais alto você voa, maior é a queda.

Quer um conselho? Não se dê o luxo de parar sua vida para curtir a dor! Você não precisa disso. O fato de um relacionamento não dar certo não quer dizer que outro não irá dar. Dedique seu tempo a entender as próprias emoções e a descobrir outras novas. Dedique-se ao trabalho, ao curso engavetado ou a começar um projeto qualquer…mas faça! O fato de você tornar seu dia melhor, trará benefícios inimagináveis à própria saúde.
Não espere que o amanhã lhe traga a cura. Desafie a tentação de cruzar os braços e esperar por algum milagre emocional do dia para a noite. Faça acontecer! Saia, divirta-se, exercite-se. Maturidade é saber a hora de partir sem a necessidade de olhar para trás.

Moço, ela está encantada contigo, mas sente medo de se machucar.

Moço, ela está encantada contigo, mas sente medo de se machucar.

Entenda, primeiramente, que ela já foi extremamente machucada no amor. O histórico amoroso dela é digno de um filme bem dramático. Ela tem razões de sobra para não acreditar mais em relacionamentos, e é por isso que ela tem se mostrado tão arredia e instável contigo. Sei que esse comportamento dela o deixa sem entender nada, pois ela mostra sinais de profundo interesse em você e, num outro momento, sem nenhuma razão aparente, demonstra uma frieza assustadora. Quero que você entenda que essa reação dela é um reflexo das incontáveis decepções que ela contabilizou ao longo da vida. É um comportamento instintivo de quem quer se proteger, sabe? É uma reação bem involuntária, eu diria.

Essa mulher é um poço de bons sentimentos e boas intenções. Por trás desse rompante de indiferença e independência, existe uma intensa vontade de amar e ser amada. Ela tem muito amor para oferecer. Por baixo daquele medo de se machucar, existe uma mulher que transborda intensidade. Se o seu interesse por ela é sincero, não se deixe desanimar pelas instabilidades dela. Acredito que se você se mantiver firme e demonstrar o quão convicto está em relação ao seu querer, ela vai acabar adquirindo confiança, aos poucos. Sei que será um trabalho de formiguinha, mas vai compensar, eu acredito. Eu percebo que ela está encantada contigo, mas o receio tem atrapalhado muito. É que, de um lado, existe uma voz dizendo “esse cara é diferente”, e, do outro lado, uma voz diz “você vai se arrebentar de novo”.

Ocorre que ela sempre se relacionou com homens errados, completamente incompatíveis com a essência dela. Na verdade, nenhum homem até hoje acessou a essência daquela mulher e, por vezes, ela carrega um profundo sentimento de inadequação. Ás vezes, ela acha que ela é o problema, mas, do que pude entender, não há nada de errado com ela. Não que ela seja perfeita, que fique bem claro. Ocorre que ela é dona de uma intensidade que não é para qualquer homem lidar, entende? E, não sei por qual motivo, ela sempre se relacionou com homens que não foram capazes de ler a poesia que ela traz em si. Foram homens que passaram pela vida dela e não conseguiram a senha de acesso ao que ela tem de mais extraordinário. Homens analfabetos na arte de amar, em contrapartida, doutores na arte de ferir a alma de uma mulher.

Cara, aquela mulher é incrível, e, caso você tenha a devida habilidade para conquistá-la, você terá tirado a sorte grande. Ela não é tão brava quanto parece, aquilo é só uma máscara. Sabe, no fundo, ela anda com preguiça e receio de perder o tempo dela. Ela anda com aversão a pessoas rasas, conversas inconsistentes e vínculos superficiais. Mas, posso apostar contigo, se você conquistar a confiança e o amor dela, você vai olhar para trás e perceber que, em se tratando de amor, ela será um divisor de águas em sua vida. É que, somente depois que ela tiver plena confiança em você, é que ela se mostrará em sua plenitude. Sem nenhuma reserva ou máscara, aquela mulher vai fazê-lo entender o que, de fato, significa companheirismo, entrega e parceria.

Mas, vou confessar um segredo, ela fala de você pra mim. Ela disse que quando ouve a sua voz, fica de pernas bambas. Ela ouve os seus áudios, por dezenas de vezes. Ela me disse que ama o seu jeito de tratá-la e que você tem roubado a concentração dela por completo. Ela me disse que você é o primeiro e o último pensamento do dia dela. Ela confessou-me que ama tudo o que vocês conversam. Ah, e essa química entre vocês?! Que loucura, hein!!? Mas, entenda, apesar de tudo isso, ela sente medo. Mas, te peço uma coisa: Por favor, não desista dela. Estou na torcida por vocês.

Ver o outro em si, e ver a si no outro, é ser capaz de ser humano

Ver o outro em si, e ver a si no outro, é ser capaz de ser humano

“O Eu é um Outro e os Outros são o eu” diz Tzvetan Todorov no início de seu livro, “A conquista da América: o assunto do Outro”. A partir disto, Todorov faz toda uma reflexão sobre a chegada dos Europeus na América (leiamos o livro para descobrir mais).

Deixando de lado boa parte da complexa e importante reflexão do autor, partamos de uma premissa simples: quando Todorov fala da presença deste Eu no Outro e vice-versa ele está nos levando à percepção da alteridade, alteridade esta que seria o simples notar de que há algo no outro que também está em mim, o que o torna humano tanto quanto eu.

A alteridade tem sido bastante discutida entre filósofos, antropólogos, sociólogos e psicólogos – e por aí vai. Sim, os acadêmicos adoram abordar o assunto, mas ele não é um tema o que deve ficar só na academia.

A modernidade tem se mostrado uma competente destruidora dessa percepção do outro como ser igual.

O individualismo, o narcisismo, o egoísmo, a competição e acima de tudo, o medo que nos é imposto diariamente tem nos isolado a ponto de não termos mais a capacidade de entrar em contato com esse Outro que Todorov menciona. Estamos presos à nossos egos, celulares, carreiras. Somos levados o tempo todo à ver o Outro como inimigo, uma ameaça.

A televisão, o rádio, os outdoors, por outro lado, fazem questão de nos amedrontar 24 horas por dia, sem descanso. Nos isolamos em nossos próprios cubículos. Criamos assim, nossas prisões particulares.

“A gente não vê mais gente, pessoal”, disse outro dia uma professora minha sobre este nosso isolamento. Andar à pé não é mais opção. Quem tem condições, anda de carro. Ônibus? Um perigo!!!

Temos medo uns dos outros. Não nos olhamos nos olhos, não nos cumprimentamos. Somos “fieis herdeiros do medo” como diz Drummond em seu poema “O medo”. Estamos frios, cristalizados e distanciados.

Como reconhecer o Outro como igual se nem ao menos o vemos, nem o tocamos, nem ao menos trocamos um “bom dia” ou “boa noite” com ele?

Nossas bolhas sociais nos levam à aversão, à rejeição de tudo e todos que nos é diferente.

É deste tipo de bolha que surgem vários tipos de violências, inúmeras formas de preconceito e incontáveis discursos de ódio. Quando a alteridade nos foge, tendemos a presumir que somos superiores, tendemos a ignorar um fato simples: apesar das diferenças, há algo neste outro que é tão humano quanto o que há em mim.

E é aí que está nosso erro, porque é exatamente nesse Outro que nos encontramos. É na comunicação com o Outro que nos reconhecemos.

“Nos tornamos nós mesmos através dos outros” diz Vygotsky sobre nosso processo de desenvolvimento e de fato, é na troca com o Outro que crescemos, mas acima de tudo, é nesse processo de reconhecimento e crescimento que nos humanizamos.

Humanização. Somando agora as partes e resgatando a primeira citação do texto, podemos dizer que Todorov, estava falando sobre humanização. Ver o Outro em si, e ver a si no Outro, é ser capaz de ser humano.
Nos humanizemos.

Por que o sofrimento do outro não incomoda?

Por que o sofrimento do outro não incomoda?

Na imprensa, na televisão e nas mídias sociais assistimos uma avalanche de desgraças e sofrimentos, que são reflexos do nosso dia a dia. Mas, por que o sofrimento do outro não incômoda?

Talvez uma das respostas para essa questão se encontra em nossa infância, pois éramos desencorajados a não mostrar a dor. Os adultos nos diziam: “deixa de ser chorão. ” É por isso quando as crianças começam a chorar em público, os pais não querem incomodar os outros. Esquecendo-se de buscar entender a origem do pranto dos seus filhos.

Observamos que existem adultos que têm vergonha ou medo de chorar na presença de outrem, em razão de acreditarem que seus sofrimentos podem ser encarados como um sinal de fraqueza. O choro é algo que precisa ser escondido ou abafado.

A outra resposta é que algumas pessoas gostam de comemorar os sofrimentos dos outros e de se divertir com os maus-tratos ou o abandono de animais. A insensibilidade transformou esses indivíduos em criaturas sem alma e sem coração, isto é, os “necrófilos” do século 21.

O que mais nos assusta na indiferença humana é a sua capacidade gélida de ignorar a existência de moradores de rua, da fome e da violência, que atingem parcelas expressivas da população. Além disso, determinados governantes desprezam a realidade do desemprego, das habitações subumanas e de tantas outras mazelas que geram sofrimento aos empobrecidos.

Esquecemos que cada pessoa tem suas dores, seja ela rica ou pobre, famosa ou anônima. Ignoramos que somos todos pertencentes à mesma família humana e podemos ser dilacerados por notícias falsas, críticas desonestas, atitudes preconceituosas, abusos, decepções, perdas de entes queridos, etc. Tudo isso pode ser minimizado aos olhos da nossa sociedade líquida.

A compaixão é um sentimento poderoso que nos permite ajudar o próximo a superar esses problemas, inclusive com aqueles que praticaram ações reprováveis, já que podem ter lhes faltado dignidade ou educação. O Papa Francisco enfatizou que a compaixão não é o mesmo que a pena, e concluiu: “a compaixão envolve você com a pessoa que sofre, remove as vísceras e te leva a aproximar-se dessa pessoa”.

Afinal não interessa o motivo do sofrimento, porque toda a pessoa humana sente dor, é uma dor igual a nossa. Isso é tão óbvio, mas que precisa dito várias vezes. Bertolt Brecht tem um dizer que nos chama a atenção: “Que tempos são estes, em que temos que defender o óbvio? ”

Não enxergue a realidade de forma distorcida

Não enxergue a realidade de forma distorcida

Nesse texto farei uma breve reflexão sobre isso a partir das belíssimas palavras de Fabíola Simões.

“A forma como lidamos com nossas relações faz parte do que consideramos real também. Uma pessoa ferida pela vida, amargurada após relações que não deram certo, certamente terá uma visão diferente daquela que tem a mocinha cheia de sonhos, que entra na igreja de braço dado com o pai. Por isso é tão necessário ter cuidado com aquilo que transmitimos aos outros _ principalmente aos mais novos _ a partir de nossos paradigmas ou percepções (nem sempre tão legítimas), mas que fazem parte da nossa realidade, não da realidade universal.

Aquilo que vejo pode não ser o que é; e talvez uma mente jovem, sem grandes traumas, tenha maior capacidade de enxergar o que realmente é, ao invés daquilo que podemos acreditar que seria.

Preconceitos são realidades distorcidas, e infelizmente podem ter a mesma proporção que os sentimentos nobres, como o perdão e a fé. Talvez as crianças pudessem nos ensinar mais, ao enxergarem limpo, com seu olhar ingênuo, livre de conexões distorcidas e pouco verdadeiras.

A vida não é fácil e muitas vezes é injusta. Por isso, é tentador nos moldarmos de forma distorcida. Blindarmos nossa estrutura e nos protegermos com excesso de cuidado. Nosso pecado é intervirmos nas páginas em branco daqueles que amamos, transmitindo nossos medos _ muitas vezes desnecessários _ para protegê-los.”

Fabíola Simões

Nessas lindas palavras, a Fabíola Simões está querendo nos dizer que, independente da forma como você enxerga o mundo e a realidade, você não tem o direito de interferir na forma de enxergar de ninguém, o que infelizmente, acontece em demasia.

Se você é uma pessoa que enxerga a realidade de forma distorcida, não pode levar isso para quem não vibra de acordo com esse mesmo pensamento. Isso chega a ser cruel! É desta forma que muitos meninos e jovens deixam morrer grandes sonhos pessoais e profissionais, porque cresceram ouvindo um monte de crenças negativas de pessoas que sofreram na vida e se frustraram por conta das experiências vividas, e por conta delas, perderam a esperança de que coisas melhores virão.

Tudo é uma questão de perspectiva. Se passamos e enxergar as coisas de uma maneira mais positiva, pouco a pouco essa é a realidade que teremos. Se, ao contrário, enxergamos apenas o lado negativo de tudo, nossa vida se tornará um mar de desastres e dissabores. É isso que você quer para sua vida? Ou quer a alegria e a realização pessoal profunda?

Se você quer a alegria e a felicidade, precisa enxergar a realidade como ela é, e nessa hora preciso citar o mestre dos mestres Jesus. Ele sempre dizia: “Aquele que não for como uma criança jamais entrará no reino dos céus…”. Essa frase é de uma profundidade sem medidas. Esse reino dos céus está dentro de cada um de nós e está ligado à nossa essência divina. Precisamos resgatar a criança que existe no nosso interior se quisermos enxergar a realidade sem distorções.

É engraçado! Parece piada, mas é verdade. As crianças enxergam a realidade muito melhor do que nós, e o motivo é muito simples, elas ainda não viveram o suficiente para experimentarem situações dolorosas e desafiadoras como nós adultos.

Mas as dificuldades que todos nós passamos devem servir para nossa evolução humana e espiritual, não para ficarmos cheios de medo, reclamando da vida, lamentando o que não se viveu e o pior, vomitando descontentamentos nos outros.

Você tem se comportado como um adulto? Vou explicar como um adulto se comporta!

  • Um adulto acha que a culpa para as coisas darem errado nunca é dele, é sempre de algo externo a ele. Como diria o meu amigo Raul Seixas“É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro…”
  • Os adultos riem pouco e nunca riem dos próprios erros e falhas.
  • Os adultos são muito literais, interpretam tudo ao pé da letra. Não conseguem entender as metáforas e muito menos as parábolas. Agora talvez você entenda porque Jesus falava tanto por parábolas, não é mesmo?
  • Os adultos não se permitem perder tempo com brincadeiras, nem com diversões simples da vida, como um banho de chuva, um passeio de bicicleta pelas ruas da cidade, um esconde-esconde com as crianças etc.

Existem mais pontos, mas basicamente é assim que os adultos se comportam. Sabe de uma coisa? Sou adulto apenas em idade, mas me considero uma criança, porque dentro do meu coração existe abertura para tudo que é novo e para não me cobrar demais por resultados e performances! Pra quê? Essa pergunta é fácil de responder, sabia? Responda! Talvez você seja aquele tipo de pessoa que gosta de ser perfeccionista.

Pois é! Não coloquei em cima, mas o perfeccionismo só existe nas pessoas adultas e é um dos maiores males da sociedade atual repleta de competições.

Enfim! Que esse pequeno texto tenha feito você refletir sobre a verdadeira maneira de enxergar a realidade.

Volte a ser como as crianças, pois só elas entrarão no reino dos céus…

“Às vezes, tomar um café com uma amiga é a única terapia que você precisa”

“Às vezes, tomar um café com uma amiga é a única terapia que você precisa”

O aniversário de minha mãe chega amanhã, e com ela tenho aprendido um dos grandes ensinamentos da vida, algo que ainda preciso praticar mais, mas que ela exaustivamente exercita e me inspira dia a dia. O ensinamento é: cuide de suas amigas.

Minha mãe nunca descuidou de suas amigas. Mesmo em seus momentos de intensa atividade profissional, filhos pequenos e afazeres domésticos, ela ainda conseguia encontrar brechas na agenda para reunir-se com sua turma de confidentes, parceiras de risadas e afinidades, cúmplices de erros e acertos, irmãs escolhidas a dedo.

Fiz anos de terapia. Foi um período de intensas mudanças, amadurecimento e autoconhecimento, e acredito que nada substitui uma boa sessão no divã. Porém, se tem algo que pode facilmente restabelecer nosso equilíbrio, bem-estar e juízo, é tomar um café demorado com uma amiga.

Você pode ter um bom marido, filhos que lhe querem bem, pais amorosos e colegas de trabalho bacanas. Mas se não tiver uma grande amiga _ com quem possa dividir um café e colocar em dia as experiências vividas, as alegrias e angústias sentidas, dicas preciosas e toques certeiros, desabafos e comemorações, conquistas e decepções _  você estará em falta consigo mesma.

É importante ter uma amiga com quem dividir aquilo que você não divide com seu marido, com seus filhos, com seus pais ou com qualquer estranho no ponto de ônibus. É importante ter uma amiga que não se sinta intimidada, atingida ou insegura diante de suas confissões mais cabeludas ou decisões mais absurdas. É importante ter uma amiga que ouça seus segredos com empatia e retribua o gesto com a mesma confiança e parceria. É importante ter uma amiga que possa rir de suas histórias bobas; chorar com você durante seus dramas intensos; se emocionar com sua narração do último filme interpretado pelo Jacob Tremblay; entender suas oscilações hormonais; ser solidária às suas queixas do trabalho, dos grupos cansativos de whatsapp ou do preço abusivo do combustível.

Tem horas que só uma grande amiga pode lhe aconselhar, resgatar, amparar. Só uma grande amiga, sentada num charmoso café, pode lhe ajudar a colocar o peso da vida em seu devido lugar, diminuindo a gravidade das suas tempestades e acrescentando fermento à sua felicidade. Só uma grande amiga, pegando no seu pé porque você coloca açúcar demais no café, pode entender suas inconstâncias, contradições e inquietações. Só uma grande amiga pode te dar um “presta atenção” dos bons, colocando você de volta ao seu lugar e cuidando para que jamais se sinta fracassar.

Na liquidez das relações, priorize suas amizades; pois somente uma grande amiga conhece sua verdadeira força por trás da aparente fragilidade. Só uma grande amiga sabe que embaixo dos inúmeros disfarces que você usa rindo de si mesma e fazendo autobullying, está uma pessoa que quer ser aceita e amada, respeitada e valorizada. Ela conhece suas fraquezas e autoriza suas saudades, mas dá um chacoalhão quando percebe seu olhar adocicado demais para o passado. Somente uma grande amiga conhece seus sonhos, os novos e antigos, e não deixa você abandoná-los tão fácil. Somente uma grande amiga lhe ajuda a não terceirizar a responsabilidade pela sua vida, e assumir todos os seus erros e acertos de cabeça erguida, sem se culpar, martirizar ou vitimizar por aquilo que não pode controlar.

“Às vezes, tomar um café com uma amiga é a única terapia que você precisa”. Não espere que os filhos cresçam, que a aposentaria chegue, que o ritmo de vida desacelere. Não deixe para depois, pra quando tudo se acalmar, na hora que Deus mandar. Reserve brechas na agenda e assuma compromissos sérios, dando prioridade à amizade. Desista de inventar desculpas e de acreditar que ter centenas de amigos no Facebook é o mesmo que ter uma amizade sólida e profunda, baseada naquilo que foi vivido e compartilhado dia a dia, cara a cara. Descubra que ter amigos verdadeiros é um investimento. Investimento de felicidade, saúde e vida. Que o café seja pretexto para boas risadas, confidencias, recordações, partilha e planos. E, antes que a conta ou a sobremesa chegue, vocês perceberão que o encontro valeu cada minuto investido; pois, para bem viver, é preciso insistir nos encontros felizes e nunca, jamais lamentar aquilo que por alguns instantes fez você perder a noção da hora e esquecer a fragilidade das coisas e do tempo…

*A frase título desse texto não é minha. Encontrei em vários posts sem autoria na web. Se alguém souber a autoria ou for o autor da frase, por favor me informe.

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Amor que não traz paz, não há razão para existir

Amor que não traz paz, não há razão para existir

João ama Maria, que ama Frederico, que ama churrasco. Luiza ama Pedro, que ama Suzana, que não ama ninguém. Essa logística complicada dos amores modernos tem mudado os moldes dos relacionamentos e tornado os envolvidos carentes, egoístas e medrosos.

Sou “acusada” de destruir o esteriótipo de “amor açucarado” desde 2012 quando comecei a escrever e, confesso, que isso nunca me incomodou, já que acredito que amar é muito mais simples do que julgam os apaixonados de plantão.

Cada um de nós tem um jeito de amar, mas, nenhum delas é viver em um conto de fadas com príncipes e princesas encantadas. Amor bom é amor real! Desses que discutem a relação, que são provados na rotina e que superam desafios diários. Se não for assim, não é amor. Simples!

Gikovate afirmava que “amor é paz e é interpessoal” e o psiquiatra estava certíssimo. Amor é uma oportunidade de relação entre pessoas dispostas a fazerem dar certo e não uma luta de egos fúteis e instáveis.

Amor tem que trazer paz, despertar saudade, desenvolver cumplicidade. Essa história de “é o jeito dele amar”, “ele me maltrata, mas me ama” ou “ela é ciumenta, mas cuida de mim” é desculpa de quem não tem coragem de terminar uma relação abusiva.

Deveria ser lei: amor que não traz paz não deveria existir. Mas, infelizmente, não é assim que acontece. As pessoas acostumaram-se com as desculpas esfarrapadas, com os cancelamentos nos finais de semana e com os turbilhões de sentimentos que está quase impossível distinguir um verdadeiro amor de um sentimento descartável.

Amor não é paixão. Paixão não garante relacionamento e carência não comprova sentimento. Precisamos entender que há uma imensa diferença entre relacionamentos abusivos de relacionamentos sadios e, não saber diferenciá-los, custa um alto preço emocional.

Geralmente, depois de uma grande desilusão amorosa o medo em relacionar-se torna-se comum. As pessoas procuram desculpas, inventam histórias e até encenam situações apenas para não darem uma nova chance ao amor. Nesses casos, os medos emocionais são escondidos pelas desculpas  “não consigo confiar”, “ninguém ama ninguém” ou “não estou pronto para me relacionar”. Além de anular toda a possibilidade de felicidade com desculpas como a falta de tempo, falta de interesse e falta de disposição.

A verdade é que somos incoerentes e extremos. Se por um lado temos medo de amar, por outro temos medo de ficarmos sozinhos. É como diz aquele famoso ditado “um boi para entrar numa briga e uma boiada para não sair dela”. Em outras palavras: temos um estoque de desculpas para não começar uma relação e uma tonelada delas para não sair.

Queremos que o outro se encaixe nos nossos moldes egoístas de perfeição, mas não estamos dispostos a ceder em prol do relacionamento. Queremos que alguém quebre nossas barreiras, mas não damos condições para isso. Queremos um companheiro de vida, mas não criamos laços fortes para que isso se efetive. A verdade é que queremos amar, mas temos medo de sofrer.

Sabe de uma coisa? Permita-se! Nem todo relacionamento sadio irá durar. Nem todo fim de semana divertido virará namoro. Nem toda saudade será recíproca. E tudo bem! O que não dá é condenar toda relação ao fracasso porque uma não deu certo.

Permita-se amar novamente, a encerrar relações abusivas e a recomeçar sempre que for necessário.  Entenda que amor bom é amor calmo e, até que me provem o contrário, amor que não traz paz, não há razão para existir.

Nunca deixes de ouvir o amor que tens dentro de ti

Nunca deixes de ouvir o amor que tens dentro de ti

Dar uma passeada pelos canais de TV e pelas redes sociais vem se tornando um ato de coragem. Coragem, porque o estômago revira, a gente não acredita no que vê, no que lê, no que ouve, tamanha é a violência que subjaz a muito do que se tem por ali. Parece que quase ninguém mais consegue discordar ou opinar sem ser agressivo, irônico, sarcástico, babaca.

As pessoas deixam de olhar para si mesmas e passam a enxergar o pior de tudo e de todos. O que marca cada passo, cada palavra, cada digitação é um ódio que escorre por todos os poros. Há um tipo de loucura generalizada, em que os limites se dissipam, os direitos se extinguem e os sentimentos se neutralizam sob uma saraivada de ataques verbais que não levam em consideração mais nada, nem ninguém.

Tem-se uma geração de mimados, que coloca o ego acima de tudo, que quer os seus desejos atendidos a todo e a qualquer custo. Querem que seu ponto de vista seja aceito, que suas ideias sejam aplaudidas, que sua comida esteja pronta agora. Exigem que a sua música toque, que seu político seja eleito, que seu amor seja correspondido. Sentem-se unanimidades. Que se danem os outros, ninguém tampouco os enxerga.

Infelizmente, essa falta de empatia é destruidora, pois quem não se coloca no lugar do outro torna-se incapaz de exercitar o amor, de nutrir o bem, de sonhar coletivamente, de perceber que o mundo vai muito além do próprio umbigo. Colocar-se prioritariamente acima de qualquer um, sem refletir sobre as consequências dos próprios atos nas vidas alheias é egoísmo, é destrutivo, é desumano. Amor próprio sem se perceber parte de um todo é egocentrismo puro.

Todo mundo tem suas escuridões. O problema é fundamentarmos nossos comportamentos por meio de ódio, tão somente ódio, porque a gente se esquece de que pessoas possuem sentimentos e então ferra com tudo. É assim que a vida desanda: quando tu não ouves mais o amor que tens dentro de ti.

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