Gosto de gente genuína, que elogia de verdade, pergunta com motivo e ouve com interesse

Gosto de gente genuína, que elogia de verdade, pergunta com motivo e ouve com interesse

Em tempos de aparências regendo as relações humanas, a verdade parece cada vez mais relegada a segundos e terceiros planos, adormecida e assustada. O interesse se sobrepõe ao convívio natural, ao encontro casual, às surpresas gostosas e descomprometidas com o outro. Ser de verdade, nesse contexto, pode doer muito.

Quanto mais autênticos formos, menos compreendidos seremos. Muitas pessoas estão acostumadas com a mentira, pois ela é cômoda, não pede enfrentamento, nem luta. A verdade não é para qualquer um. Ser verdadeiro, em meio ao rebanho, requer uma coragem absurda. Quem foge à verdade irá diminuir qualquer um que a contenha dentro de si.

Por isso, gosto de gente que elogia com verdade, que vê o que temos de melhor, que enxerga o que temos de bom e de ruim e, mesmo assim, fica junto. Gente que não inveja, porque se sente bem o suficiente para conseguir ficar feliz quando o outro conquista algo, quando o outro avança e ganha na vida.

Gosto de gente que pergunta com motivo, que se interessa sem interesse próprio, sem maldade, sem ser movida por pura curiosidade mórbida. Gente que consegue olhar para o mundo à sua volta, saindo de si, para além do próprio umbigo, enxergando o mundo com os olhos do outro, enxergando a si mesma com os olhos alheios. Gente que pratica a empatia naturalmente.

Gosto de gente ouve com interesse, que se dispõe, que acolhe e se compromete afetivamente. Gente que não julga, porque entende que a dor do outro somente foi sentida por quem vivenciou o fato de dentro. Gente que olha nos olhos e escuta, demora-se na vida que não é sua, pois sabe que ninguém é uma ilha isolada do todo. Gente que consegue perceber quando o outro somente necessita de um bom ouvinte.

Abençoadas aquelas pessoas que nos salvam sem nem perceber, retirando-nos de nossas escuridões, salvando-nos, enfim, da vida. O mundo precisa de pessoas assim e nós também sempre precisaremos, porque são elas a luz que nos guia e nos motiva a prosseguir, cada vez mais verdadeiros e felizes. Desse jeitinho.

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Photo by Helena Lopes on Unsplash

13 frases sobre falsidade que você deveria ler

13 frases sobre falsidade que você deveria ler

Por Alan Miranda

Falsidade é a característica do que não é verdadeiro. De fato, o ser humano muitas vezes se sente, na nossa sociedade, quase obrigada a ser falso. A mentira, o engodo, o engano, a falsa aparência, a esnobação e a desfaçatez são gêneros de primeira necessidade nos relacionamentos entre as pessoas. O orgulho e a busca de reconhecimento trazem consigo a necessidade quase inadiável de aparentar algo que não se é.

A falsidade em sua concepção traz à pessoa certos proveitos, como, por exemplo, omitir sua condição, mostrar-se de maneira diferente para levar vantagens, obter lucros, ascensão social, desmoralizar outras pessoas, entre outros.

Essa parece ser a ética do mundo. Rui Barbosa, o grande jurista brasileiro, afirmou certa vez, dentre outras coisas, que de tanto ver triunfar a mentira e a falsidade, tinha até vergonha de ser honesto.

É fácil tornar um relato mais interessante acrescentando a ele alguns detalhes, como também é fácil fraudar uma história quando lhe dispensamos uma omissão ou ação. É simples deduzir que não existe o que se pode chamar de “falsidade particular”, ou seja, uma informação fora do verdadeiro não prejudica somente a pessoa que a pratica.

Assim, já que sabemos que fatalmente você já tinha sido ou está sendo vitima de falsidade, bem como talvez já tenha agido com falsidade, elencamos neste texto 13 frases para você refletir sobre a falsidade. Boa leitura!

1. Antes levar um tapa da verdade do que um abraço da falsidade. – Alan Miranda

2. De vez em quando precisamos sacudir a árvore das amizades para caírem as podres. – Mário Silva Brito

3. Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir. – Bob Marley

4. Um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma. – Buda

5. O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém. – William Shakespeare

6. Oh! Que formosa aparência tem a falsidade! – William Shakespeare

7. Tem muito falso reclamando de falsidade. – Tati Bernardi

8. A cautela é a melhor defesa contra a falsidade. Antes de se abrir a porta para um possível amigo, use esta defesa, e a verdadeira face se mostrará. – Ivan Teorilang

9. O falso amigo e a sombra só nos acompanham quando o sol brilha. – Benjamin Franklin

10. Falsidade não é inteligência ou astúcia, é desvio de caráter. – Izzo Rocha

11. Falsidade é igual a barata, não tenha medo, tenha nojo. – Alan Miranda

12. A mentira e a falsidade já nascem com seu prazo de validade vencido. – Paulo Cuba

13. Falsidade não é defeito, é falta de caráter. – Izzo Rocha

Agora é com você!

Pense nisso e viva melhor!

Alan Miranda
Sou autor do site Motivação e Foco, consultor comportamental, apaixonado por gente e pela vida. Quero trocar experiências e conhecimento com você, deixe seu comentário, envie um e-mail e me siga nas redes sociais.

Via Revista Pazes

Como Montessori ajuda seu filho a se acalmar (de verdade)

Como Montessori ajuda seu filho a se acalmar (de verdade)

Texto de Gabriel Salomão, do blog Lar Montessori.

Ninguém se acalma porque nós pedimos “calma!”. Não é assim que funciona. As pessoas ficam calmas quando suas necessidades são atendidas. Três das principais necessidades das crianças são comunicação, ordem e trabalho. Essas três necessidades foram chamadas, por Montessori, de Tendências Humanas.

Quando terminar este texto, você conseguirá ajudar seu filho a se acalmar, porque as necessidades dele estarão satisfeitas e ele se sentirá melhor. Considere este texto inclusive se você já enfrenta dificuldades. Observe seus filhos depois de ler, e você provavelmente verá o que dizemos aqui acontecendo na realidade.

Por que uma criança se sente agitada?

Quando uma necessidade importante da vida da criança não pode ser satisfeita, ela não tem certeza de que está tudo bem. Ela coloca sua vida em dúvida. Quando os adultos não se comunicam, ela se sente insegura e sem vínculos. Quando falta ordem, não tem certeza de como as coisas serão amanhã, e isso traz medo e angústia. Quando não pode trabalhar, usar seu corpo com propósito e foco, falta sentido para sua vida e ela se sente perdida e sem valor. A criança expressa isso com ansiedade, raiva, gritos, movimentos desastrados, choro, dificuldade para dormir e de muitas outras formas.

Como ajudar uma criança a se acalmar

Montessori insistia para que nós não tentássemos resolver cada comportamento difícil da criança como se ele fosse um problema separado. Temos que encontrar as causas por trás dos comportamentos. Se resolvermos as causas, os comportamentos se resolverão sozinhos. Muitas, muitas vezes as causas estão em tendências humanas desrespeitadas.

Como respeitar as Tendências Humanas

Primeira Tendência Humana – Comunicação

A primeira tendência humana que vamos analisar aqui é a da comunicação. A falta de comunicação pode levar pessoas ao completo desespero, e a boa comunicação pode ajudar a resolver quase qualquer situação e trazer paz para nossos corações.

Em minhas observações em escolas e lares, constatei que até 70-80% da comunicação entre adultos e crianças consiste em comandos e negações.

Isso é muito grave. Um comando é quando dizemos para a criança: “Faça isso, traga aquilo, vá até ali, fique aqui”. Uma negação é quando pedimos: “Pare de fazer isso, não toque aí, não suba lá, você não pode pegar isso”. Imagine que quase toda a sua comunicação do dia fosse assim. Com pessoas dizendo a você o que fazer e o que não fazer. Você se desesperaria. A vida da criança é quase completamente assim.

Para reverter isso, devemos nos comunicar com ela de verdade. Podemos perguntar o que está fazendo, e ouvir com interesse. Esses dias li um relato de uma garota que falava da adulta mais importante da vida dela, e ela dizia: “Quando a gente fala, ela nem mexe os dedos”. Ouvir com interesse. Além disso, falar coisas interessantes. Você pode, por exemplo:

  • Contar o que está fazendo (o que está cozinhando, ou como está cuidando da planta);
  • Contar histórias da sua infância, do passado da criança, ou do dia a dia;
  • Conversar sobre a saúde de um bicho de estimação ou de uma planta;
  • Sempre conversar sobre as emoções que você ou seu filho sentem, e nunca tornar uma emoção vergonhosa na vida de vocês.

Isso dará à criança sossego, paz mesmo, porque há quem converse com ela com dignidade, dê importância ao que ela diz, e conte a ela sobre o mundo de uma forma que é relevante. Ela se sente envolvida na comunidade da casa, e isso traz segurança. Há mais uma coisa que traz segurança para a criança…

Segunda Tendência Humana – Ordem

A criança acabou de chegar ao mundo. Principalmente as mais novas, realmente não conhecem isso aqui. Não sabem como as coisas funcionam e não se sentem nem um pouco seguras. Especialmente se tudo muda o tempo todo.

Ter uma casa organizada e previsível, uma rotina com rituais que se repetem e adultos coerentes no seu comportamento ajuda a criança a sentir que existe um chão firme sob seus pés.

Para manter a ordem no ambiente físico tenha em mente dois parâmetros: é importante que a casa seja organizada e previsível. Organizada quer dizer que cada coisa tem seu lugar. Previsível, que esse lugar é sempre o mesmo. Tudo bem se a sua mesa de trabalho não for perfeitamente alinhada e sua pia não for brilhante. Mas é muito importante que o prato do almoço não esteja na mesa de centro e seu guarda-chuva em cima da mesa de jantar. Especialmente para a criança de 2 a 4 anos, a previsibilidade é fundamental. Ela precisa saber que vai encontrar o mundo sempre do mesmo jeito para ter coragem de se esforçar e se transformar. Se o mundo se transforma, ela se desespera.

Manter a ordem na rotina não quer dizer ter horários muito rígidos, mas sim fazer as coisas sempre na mesma sequência e do mesmo jeito. Isso ajuda a criança a prever o que virá depois, e dá a ela segurança para aproveitar o tempo da maneira que for melhor para o seu desenvolvimento. Viagens, mudanças na rotina e exceções devem ser comunicadas, se for possível, e especialmente as pontas do dia – ao acordar e antes de dormir – devem ser mantidas estruturadas sempre que você conseguir.

Manter a ordem no comportamento do adulto talvez seja o mais difícil. Nós criamos muitas regras e impomos nossas vontades. Para nos ajudar, Montessori sugeriu só três limites:

  • A criança não pode fazer nada que a coloque em risco, ou que coloque em risco seu desenvolvimento.
  • A crianã não pode fazer nada que coloque em risco a vida, o bem-estar ou o desenvolvimento de outros seres vivos.
  • A criança não pode fazer nada que danifique o seu ambiente, ou o de outros seres vivos.

Mas à parte disso, a criança pode fazer tudo. E especialmente, não deve ser interrompida, o que nos leva à próxima Tendência Humana.

Terceira Tendência Humana – Trabalho

Nós chamamos de trabalho todo tipo de atividade que a criança faz com força de vontade, foco e propósito. Algumas coisas que em geral se chama de brincadeirapoderiam ser chamadas de trabalho, outras não. O trabalho é o que traz sentido para a vida da criança. E uma vida sem trabalho é uma vida sem sentido.

A criança precisa encontrar desafios, para seu corpo, suas mãos e seu pensamento. Podem ser coisas aparentemente muito simples, como subir um degrau, rasgar papel, ou usar uma espátula para cortar uma banana e servir. Ou pode ser algo bem mais complexo, como colocar a roupa para lavar, amarrar os próprios sapatos, dobrar panos de prato ou plantar e regar plantas.

Para descobrir qual o trabalho que nossos filhos pedem, podemos ficar atentos a:

  • Perguntas – às vezes uma pergunta sobre o que estamos fazendo sinaliza que a criança quer fazer também.
  • Tentativas desastradas – em vez de ficarmos bravos porque a criança derramou alguma coisa, podemos entender que ela está interessada em usar aquilo ou algo próximo e usar a comunicação para entender melhor.
  • Gestos silenciosos – a criança pode fazer coisas com as mãos que nos mostram que tipo de esforço ela está buscando, quando tenta ou finge fazer alguma coisa, por exemplo.

Quando desconfiamos de que a criança está atrás de trabalho, devemos preparar o cenário para que ela encontre poucas dificuldades e só tenha de superar um desafio de cada vez, e aí nós demonstramos como se faz, bem devagar, b-e-m devagar, e oferecemos à criança para ela tentar.

Quando a criança já está tentando, nunca interrompa. Nunca interrompa uma criança em alguma coisa que ela acredita que consegua fazer sozinha. A frase é de Montessori, que também disse: Nunca interrompa uma criança que progride, não importa quão lentamente.

Resumo

Se você leu esse texto pensando “É isso! Ah, se eu soubesse disso antes!” você não está sozinha(o). Eu já passei por inúmeras situações em que, ao lembrar das Tendências Humanas, descobri que havia uma solução possível. Aqui neste texto, só trabalhamos com três. Mais virão em breve. Mas você verá que essas já vão melhorar a vida de suas crianças, e a sua, muito rapidamente.

Lembre-se:

  • comunicação verdadeira;
  • ordem no ambiente, na rotina e na conduta do adulto;
  • trabalho significativo para o corpo, as mãos e a inteligência.

Se a criança puder se comunicar, puder viver uma vida previsível e puder ter propósito em suas ações, a tranquilidade é um resultado natural.

Conte como é na sua casa, eu quero saber, isso me ajuda a ajudar você e seus filhos.

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Photo by Brandon Morgan on Unsplash

Quem assistir esse trailer entenderá porque todo educador precisa assistir “Como estrelas na terra”

Quem assistir esse trailer entenderá porque todo educador precisa assistir “Como estrelas na terra”

O filme indiano “Taare Zameen Par”, traduzido para o português como “Como estrelas na terra” foi lançado em 2007.

Com direção de Aamir Khan, o longa conta a história de Ishaan, um jovem que possui  sérias dificuldades para se concentrar nos estudos, e mal consegue escrever o alfabeto. Depois de diversas reclamações da escola, o pai, que acredita que Ishaan não faz as tarefas por falta de compromisso, decide colocá-lo em um internato, o que leva o menino a entrar em ficar bastante deprimido. Mas, um professor substituto de artes, Nikumbh, logo percebe o problema de Ishaan, e entra em ação com seu plano para devolver a ele a vontade de aprender e, sobretudo, viver.

A história, que poderia parecer cliché, supera as expectativas ao mostrar as pessoas que o assistem, principalmente educadores, como profissionais precisam se recriar para adequar-se às necessidades das crianças.

Segundo o site Só escola:

“Como Estrelas na Terra é um filme excelente tanto para crianças ou jovens com dislexia, como para os seus pais e educadores. Explica de forma simples o que é dislexia, quais as suas principais características e indica algumas dicas para pais e professores de disléxicos, assim como demonstra o amor incondicional que é fundamental para que estas crianças e jovens sejam bem sucedidos.

Demonstra também o quanto pode ser eficaz o ensino de forma multissensorial, ou seja utilizando todos os sentidos, assim como a utilização da arte como fator motivacional e de crescimento.

Poderá ser utilizado como terapia motivacional para disléxicos ou como forma de explicação a pais e professores.”

Aprendizagem, emoção e entretenimento garantidos!

Informações de sinopse adaptadas do site Adoro Cinema

PS: no momento dessa publicação, o filme pode ser encontrado na íntegra no youtube, basta pesquisar pelo título.

A beleza aumenta com a transitoriedade da vida

A beleza aumenta com a transitoriedade da vida

Esses dias li um belíssimo ensaio escrito pelo pai da Psicanálise Sigmund Freud intitulado “Sobre a transitoriedade”e refleti bastante sobre o quanto a beleza está relacionada com o tempo.

Nesse ensaio, Freud argumenta que o fato de o tempo ser algo limitado aumenta a beleza das coisas. Leia com bastante atenção esse pequeno recorte do ensaio citado.

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“Não deixei, porém, de discutir o ponto de vista pessimista do poeta de que a transitoriedade do que é belo implica uma perda de seu valor.

Pelo contrário, implica um aumento! O valor da transitoriedade é o valor da escassez no tempo. A limitação da possibilidade de uma fruição eleva o valor dessa fruição. Era incompreensível, declarei, que o pensamento sobre a transitoriedade da beleza interferisse na alegria que dela derivamos. Quanto à beleza da Natureza, cada vez que é destruída pelo inverno, retorna no ano seguinte, do modo que, em relação à duração de nossas vidas, ela pode de fato ser considerada eterna. A beleza da forma e da face humana desaparece para sempre no decorrer de nossas próprias vidas; sua evanescência, porém, apenas lhes empresta renovado encanto. Uma flor que dura apenas uma noite nem por isso nos parece menos bela.”

Sigmund Freud

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É muito verdadeiro tudo o que ele coloca nesse ensaio. A beleza não apenas da nossa vida, mas da natureza e de tudo que nos cerca, está ligada diretamente com o fato de que nada dura para sempre, e tendo essa consciência de finitude, podemos aproveitar melhor o tempo e fruir melhor cada uma de nossas experiências.

Ele cita as estações do ano. Há a primavera, verão, outono e inverno. E todos os anos se repete o mesmo ciclo de morte e renovação da natureza.

Há beleza em todas as estações, não existe uma estação melhor do que outra, o máximo que pode haver é uma preferência pessoal entre uma estação em relação à outra.

Assim como a natureza tem seus ciclos, nós também temos um ciclo de vida. Somos os únicos animais com a consciência da morte. Nascemos, crescemos, formamos uma família, envelhecemos e morremos.

Também há beleza em todas as fases da nossa vida, e como coloquei antes, não existe uma fase melhor do que outra. Em todas existem vantagens e desvantagens.

Infelizmente, vivemos numa sociedade que enalteceu tanto a juventude, que as crianças vivem pensando em quando serão adultas e os mais velhos vivem querendo esticar a juventude em todos os sentidos (inclusive através do esticamento da pele nas cirurgias plásticas). Já notou como isso é maluco?

Uma criança de 8 anos não pode ser igual a um jovem de 25. Uma senhora de 70 anos jamais será igual a uma de 30. Parece que não estamos conseguindo enxergar a beleza que existe em cada fase e sua transitoriedade.

A beleza da juventude é como essa flor que é exuberante num primeiro momento, mas que vai murchando e ganhando uma beleza diferente. Preste atenção nisso! A pessoa não deixa de ser bela, o que muda é a forma da beleza…

“As flores de plástico não morrem”, já dizia o Arnaldo Antunes em sua belíssima música da época da banda Titãs.

Muitos querem transformar a vida em uma flor de plástico, que não tem uma beleza real. É impossível perceber a passagem do tempo com elas. Do jeito que a flor é hoje, será daqui a 20 ou 30 anos, se não for destruída por ninguém.

Nessa hora eu lembro de um vídeo bem bonito do Flavio Siqueira que já assisti dezenas de vezes e mostra a vida de uma pessoa em pouco mais de 30 segundos.

É lindo perceber que vamos morrendo um pouquinho a cada dia e que nesse processo vamos nos transformando tanto externamente como internamente também. Deixo abaixo o link do vídeo caso queira assistir. São segundos de preciosa reflexão…

Se tudo fosse para sempre do mesmo jeito, seríamos acometidos por um tédio infinito, e como podemos ver beleza numa vida entediante? Não dá, concorda comigo?

Outro exemplo que acho fascinante são as lindas luzes de natal. Já pensou o quanto seria sem graça se essas luzes continuassem durante os 365 dias do ano? Não ficaríamos deslumbrados com a beleza que a iluminação diferente proporciona.

Inclusive eu sempre fico meio nostálgico com as luzes de natal. Elas me fazem lembrar meu tempo de criança, no qual eu brincava com meus primos e assistia as missas campais no interior da cidade de Aracati no Ceará.

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São essas belezas que fazem nossa vida ganhar um sentido muito mais profundo, e nos fazem aproveitar melhor o nosso tempo que é muito limitado.

Concluo esse texto com outro lindo vídeo que traz a cena final do filme “Jack”, com o ator Robin Williams. Ele faz um belíssimo discurso na sua formação quando já está bem próximo de morrer e nos faz refletir sobre uma imensa verdade: A VIDA VOA

Que aprendamos a enxergar as inúmeras belezas que nos cercam na transitoriedade da vida…

“Eu não tenho muito tempo, então eu serei breve, como a minha vida.

Ao chegarmos ao fim desta fase da nossa vida, nós tentamos lembrar dos bons momentos e esquecer os momentos ruins. E pensamos no futuro. E nos preocupamos, pensando: “O que eu vou fazer? Onde eu estarei em 10 anos?”

Mas eu digo: “Olhem para mim! Por favor! Não se preocupem tanto! Porque no fim, nenhum de nós tem muito tempo nesta terra!”

E a vida voa! E se estiverem aflitos, levantem os olhos pro céu e verão, quando as estrelas se espalham pelo céu de veludo e quando uma estrela cadente riscar a escuridão, transformando a noite em dia, façam um pedido! E pensem!

Tornem suas vidas espetaculares! Eu sei que consegui! Eu consegui mãe! Já sou adulto! Obrigado!…

“Não Digas Nada!” por Fernando Pessoa

“Não Digas Nada!” por Fernando Pessoa

Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver…
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada…
Mas ali fui feliz
Não digas nada.

Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”

Teste de atenção: NINGUÉM acertou quantas letras B estão escondidas na imagem! Seja o primeiro

Teste de atenção: NINGUÉM acertou quantas letras B estão escondidas na imagem! Seja o primeiro

Pequenos exercícios cerebrais podem nos auxiliar, e muito, a manter o “treino da memória” em dia.

O teste é bem simples, cronometre no relógio o tempo de 1 minuto e visualize, com muita atenção, a imagem. Findado o minuto, diga quantas letras B estão ali inseridas.

Até o momento, não há notícia de que tenham conseguido localizar, no tempo indicado, todas as letras B ali presentes.

No final da página você encontrará os resultados

Vamos lá?

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Terminou? Vamos aos resultados!!!

 

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A resposta certa é que existem 9 Bs na imagem!

Nota da página: conteúdo com objetivo exclusivo de entretenimento.

Via Revista Pazes

 

 

 

“Humildade não te faz menor que ninguém, mas te faz melhor que muitos.”

“Humildade não te faz menor que ninguém, mas te faz melhor que muitos.”

O conceito de humildade fala sobre o reconhecimento de fraquezas e limitações e a ação baseada nessa aceitação. Mas nos tempos de vaidade declarada esse não é um comportamento para todas as pessoas, infelizmente. Admitir que não se sabe algo, pedir ajuda para executar uma tarefa, contar com a experiência de outra pessoa… são atitudes para pessoas fortes, que têm a personalidade bem formada e não têm medo de deixar transparecer suas deficiências ou vulnerabilidades.

O ensinamento cristão é claro ao orientar que a humildade deve ser cultivada e mantida intacta, mesmo que a vaidade tente afanar seu lugar. A frase “quem se exalta será humilhado” é um dos pontos altos da filosofia cristã, embora esse conceito possa ser aplicado em todas as filosofias de vida. Ela mostra o caminho duvidoso que é optar pela vaidade e pelo orgulho. Mesmo que isso renda um status de bem-visto e benquisto por alguns, isso nem sempre se mantém. É mais construtivo assumir uma postura de humildade do que assumir-se superior e, em um momento de necessidade, não conseguir manter isso. Além disso, é incômodo conviver com alguém que se acha demais, que acha que sabe tudo, que está sempre certo, senhor de si e indisposto a abrir mão disso.

Mahatma Gandhi disse que “o dinheiro faz homens ricos, o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz grandes homens.” Dentro do conceito de humildade há a consciência de que a vida termina para todas as pessoas, de que todos merecem um lugar sob o sol e de que o sucesso pessoal é relativo e feito apenas de momentos. Uma pessoa humilde de fato tem sempre em mente que a vida é roda-gigante e prepara-se para todas as subidas e descidas, tratando todos de igual para igual e aproveitando todas as oportunidades para absorver algum aprendizado. Além disso, não se vale de títulos, de prestígio social nem de privilégios quaisquer que por ventura tenha alcançado.

A humildade não sofre com crises de identidade, não lança mão da superioridade nem da arrogância. Mantém-se distante dos aplausos e reconhece todas as suas limitações. Feliz é quem se alia a ela, pois terá a oportunidade de viver uma vida mais feliz e mais liberta, sem se sentir na obrigação de provar nada a ninguém.

Um indivíduo que entende os benefícios de se viver com humildade, aceita mais facilmente que em algum momento da vida virá a necessitar de ajuda e não sofre tanto por isso. Essa aceitação gera paz e uma vida mais tranquila. Não há a necessidade de se sentir super–herói e nem fugir das fragilidades que toda pessoa tem. Ao contrário do que possa parecer essa aceitação é sinal de força e pode evitar abalos na estrutura emocional de quem se reconhece como ser limitado.

Segundo Mario Sergio Cortella, “gente grande de verdade sabe que é pequeno e, por isso, cresce. Gente muito pequena acha que já é grande e o único modo de ela crescer é rebaixando os outros.” É por certo, um comportamento lamentável de quem acha que já sabe tudo da vida, mas que no fundo ainda tem ainda muito o que aprender dela.

Sabedoria é reconhecer que humildade não faz ninguém menor, mas pode tornar uma pessoa melhor que muitas, mesmo que ser humilde seja dela o maior intuito.

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Photo by Gil Alves on Unsplash

Estudo determina que viajar produz mais felicidade do que se casar e ter filhos

Estudo determina que viajar produz mais felicidade do que se casar e ter filhos

Quantas vezes você foi tentado a deixar tudo, pegar sua mala e ir embora? Certamente você já foi tão sobrecarregado que só conseguia se acalmar imaginando-se ao lado da praia ou em uma floresta em frente a uma fogueira. Viajar é fugir da rotina e se encontrar na estrada.

Para muitos, o sonho da vida é viajar pelo mundo; para os outros, encontrar o amor da sua vida e ter filhos. Mas temos que informá-lo que um estudo no portal Booking garante que viajar produz mais felicidade do que se casar e formar uma família.

O que você prefere: casar, ter um filho ou viajar?

A reserva realizou um levantamento rápido de 18 mil habitantes de diferentes países. A maioria dos participantes concordou que as lembranças de suas aventuras e o planejamento da próxima fuga trazem mais felicidade do que qualquer outra coisa.


Uma porcentagem maior do que a média prefere viajar

55% dos participantes preferem ir de viagem do que se casar; no dia, 27 % prefere encontrar seu parceiro sentimental e ter um emprego estável; finalmente, 18 prefere que ele tenha um filho.

contioutra.com - Estudo determina que viajar produz mais felicidade do que se casar e ter filhos

Viajar significa viver novas experiências e belos momentos

Esta pesquisa também descobriu que as pessoas preferem investir seu dinheiro em experiências em vez de itens materiais, de jóias, carros, gadgets a uma casa. Talvez a ideia de se instalar possa esperar, o jovem quer viver o momento.

Então, para planejar o próximo destino!

A felicidade é fomentada pela sede de conhecer e explorar novos lugares; Além disso, você sempre pode fazer isso com amigos, com um parceiro e até com crianças. Você realmente não tem que escolher entre um e outro. Mas se você está procurando por alegria e emoções, escolha um destino e imagine-se aproveitando suas próximas férias.

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FONTE Despierta Cultura, via Revista Pazes

Você foi embora, mas o amor ainda me habita.

Você foi embora, mas o amor ainda me habita.

Não é porque você decidiu ir embora que eu não posso mais fazer do amor um lar. Quem partiu foi a pessoa. O sentimento continua me habitando, me transformando. Agora não, mas no futuro ele pode vir a ser compartilhado com outro coração. Nesse meio tempo, acho que vou ali distribuir o meu amor em novas pegadas.

Tenho tanto amor dentro de mim que nem mesmo a sua partida foi suficiente para que eu deixasse de acreditar ou alimentar esse amor. Ele é próprio no sentido literal da palavra. Nunca considerei trancafiá-lo ou abandoná-lo por sua causa. Quando você decidiu que não queria mais fazer parte dele, você não me deixou na mão. Você não me decepcionou ou me deixou com mágoas. Você ir embora foi uma decisão sua, e respeito. Nem eu e nem o meu amor culpamos você. Nós entendemos. Só não pense que por isso ficaremos sem propósito ou rumo. O amor ainda me habita, ainda me fascina. Eu e ele ainda temos muito para viver, para aprender, para construir, para ser.

Preciso te confessar: depois de algum tempo, passa a saudade, passa a falta, passa a dor. A minha individualidade brota novamente e, a partir dela, recomeçam também os sonhos que não foram levados adiante quando estava com você. Reiniciam-se os sentimentos e os votos de amadurecimentos que eu tanto prometi, mas que pausei para o nosso caminho não ficar sobrecarregado.

O seu adeus foi o choque de realidade que eu queria e não sabia que queria. Foi o gatilho mais sincero, o gozo mais libertador. Pude enxergar melhor esse amor tão bonito e acolhedor que carrego dentro de mim. Percebi ser por ele o meu esforço e a minha ternura para conviver e evoluir relações mais honestas e duradouras. Sim, você foi embora. Mas o amor ainda me habita e ele sempre me habitará. Porque ele é meu, mas não está preso. E sim porque ele é livre e escolheu me acompanhar.

O desafio psicológico e espiritual de lidar com pessoas difíceis.

O desafio psicológico e espiritual de lidar com pessoas difíceis.

Ter boas relações interpessoais é uma importante habilidade. Mas, isso nem sempre é um desafio fácil, quando se trata de lidar com pessoas difíceis. Esses indivíduos testam o nosso equilíbrio psicológico e espiritual. Eles estão em todos os ambientes: na família, no trabalho, na vizinhança, na igreja, na escola, entre outros locais.

Os principais aspectos desse perfil se constituem como controladores, pessimistas, intimidadores, desagradáveis, falsos, mentirosos e mandões, sobretudo, quando exercem algum tipo de poder para tornar difícil a vida de todos aqueles que estão a sua volta. Pode ser um chefe que controla cada passo dos seus empregados, um parente que consegue aborrecer a família inteira ou um amigo rabugento.

Outra particularidade das pessoas difíceis é o seu delírio de alimentar fantasias de grandeza ligadas a si mesmas, visto que se sentem melhores que outrem. Elas têm a petulância de achar que são mais indulgentes e mais competentes, mesmo sabendo que não são.

A maioria dessas criaturas também se caracteriza como indivíduos problemáticos, que exibem um temperamento genioso, inconstante e hostil, e por onde passam criam um clima de tensão. Esses traços causam constrangimento e indignação, afetando a vida profissional e pessoal das vítimas.

O nosso desafio é aprender a lidar com as pessoas difíceis, entendendo como elas funcionam emocionalmente. O modo mais seguro é não se deixar contaminar pela negatividade dessa gente, sem perder o nosso equilíbrio psicológico e espiritual.

Dentro dos preceitos do Tao, principal obra do taoísmo, traz o sábio conselho para tratar com pessoas difíceis, que roubam a nossa energia. Para o filósofo chinês Lao-Tse – é melhor manter a paz –, esvaziada de emoções negativas e não dar poder para quem gosta de arrancar à nossa calma.

Outra estratégia é ignorar os jogos emocionais desse tipo de caráter, que a todo momento irá tentar desestabilizar a nossa saúde mental. Apesar dessa tática reduzir para o limite do suportável as relações com esses sujeitos, já que às vezes não será possível romper com eles.

Por mais equilibrados que possamos ser, em algum momento a situação pode sair do controle. E não adianta se desgastar com argumentos, pois os indivíduos problemáticos não querem ouvir. Aliás, não vale a pena guardar rancor de gente assim.

O desafio psicológico e espiritual de lidar com pessoas difíceis é possível, como modo de exercitar os nossos princípios e cuidar das nossas raízes. Como nos ensinou o filósofo Agostinho de Hipona: “Preocupas-te se a árvore de tua vida tem galhos apodrecidos? Não percas tempo; cuida bem da raiz e não terás de andar pelos galhos. ”

Portanto, Agostinho destaca a importância de valorizarmos a nossa base moral e espiritual. Se tivermos bons princípios, não são as pessoas difíceis – que vão nos derrotar –, por mais que alguns ramos da vida se quebrem, nunca decairemos.

Não dê chance aos fofoqueiros e juízes da vida alheia! Eles são o retrato da falta de empatia

Não dê chance aos fofoqueiros e juízes da vida alheia! Eles são o retrato da falta de empatia

Esta semana um site de “notícias” divulgou, com chamada em letras garrafais, vídeos da traição do marido de uma empresária internacional. Quase que instantaneamente, os vídeos haviam sido replicados em todo o mundo. Foquei nos comentários das mulheres, é claro! Li de tudo: desde “ela mereceu”, “essa aí tem dedo podre”, “ela só escolhe errado”, até “ela tem dinheiro e vai chorar em Paris”.

Os vídeos teriam sido feitos em outubro, mas foram divulgados agora, quando a empresária estava na reta final de uma gravidez (sim, ela estava grávida) que foi muito planejada e esperada. Em meio a esse circo, uma das mulheres envolvidas no caso começou a dar entrevistas (vale salientar que tudo dentro de poucas horas) dizendo que pensava que o namoro entre a empresária e o rapaz era casual, mas que quando soube da gravidez terminou. Mais polêmicas, é claro. Xingamentos mil. Agora eram duas mulheres no foco.

Achou que não poderia ficar pior? Em meio a tudo isso, o nascimento da criança, esperado para 3 semanas depois, teve que ser antecipado, já que ela começou a ter contrações.

Vazou a informação de que ela permitiu que o pai da criança assistisse ao parto. E o que era circo se transformou em um show de horrores! “Viu que ela merece?”; “como escolhe um pai desses para a criança?”; “se fosse eu não deixaria chegar perto”; “tadinha da criança”… As notícias foram replicadas a uma velocidade assustadora.

Mas, em meio a tudo isso, não vi sequer um comentário perguntando sobre a situação psicológica e emocional da empresária. E eu procurei. Ninguém estava interessado nas consequências que um problema como esse pode gerar na vida dessa mulher, deste ser humano. Não vou nem falar do choque que levei pela falta de sonoridade nesta situação. Mas eu preciso falar da questão da fofoca.

Aconteceu com ela e é assim com você também. No seu trabalho, no seu bairro, no círculo de amizade. O fofoqueiro não se importa com o seu bem-estar, a sua saúde ou as consequências que aquilo pode gerar na sua vida. Ele só quer levar a informação, falsa ou verdadeira, adiante.

O fofoqueiro tem prazer em criar o atrito, desentendimento, tristeza, dor e não pensa no que pode ocorrer com as pessoas envolvidas. O importante é repassar e rir.

Sim, existem muitas pessoas assim. Aquele colega de trabalho que conta detalhes da vida íntima de outra pessoa, ou que fala do chefe e está sempre cochichando sobre algo que não tem ligação com ele. Aquele vizinho que quer saber a hora que você sai, chega e escuta atrás das portas. E, acredite, muitos estão dentro da família também. Já vi amizades acabarem, pessoas perderem o emprego, famílias serem partidas por causa de uma fofoca.

Existem várias causas para este comportamento: desvio de caráter, necessidade de atenção, infelicidade, inveja. Cada um tem seu motivo. Mas todos se alimentam da mesma coisa: o público. Se o fofoqueiro não tiver quem escute ou leia a fofoca, ele não terá porque fofocar e o ciclo acaba. Certa vez, em um local onde eu trabalhava, uma pessoa veio me contar que uma terceira estava falando coisas desagradáveis sobre mim. Minha resposta foi dura, mas funcionou: “Eu não quero saber! Não tenho nada contra ninguém e lamento se alguém tem contra mim. Mas não me importa. Se quiser falar sobre trabalho, estou aqui. Mas se quiser falar sobre outra pessoa, fazer fofoca, eu a proíbo!”. Não preciso nem dizer que nunca mais houve uma fofoca naquele recinto.

Minhas grandes amigas são do mesmo jeito. Algumas “fingem inocência” com um “não estou sabendo de nada”, e viram as costas. Outras se fecham e fazem questão de serem curtas e grossas mesmo. E elas são pessoas muito mais felizes.

Se o fofoqueiro não tem quem escute, a conversa acaba. Ele não tem mais assunto com você, já que a vida dele nunca está em pauta (pode prestar a atenção) e da sua você não terá coragem de falar. Então ele não tem outra alternativa a não ser se afastar.

Outra forma de cortar o assunto é perguntar, diretamente: “Por que você está me contando isso?”. Li em algum lugar, testei e realmente funciona. O fofoqueiro perde o argumento já que não existe motivo lógico para replicar informações da vida das outras pessoas, se não te diz respeito.

Quanto aos juízes, eles não se acham superiores. Pelo contrário: a maioria dos casos que vi são de pessoas com a autoestima tão baixa que viviam de opinar e julgar a vida de outras que este acredita ser superior. Esta é a forma do infeliz destruir aquilo que ele quer para ele, mas acha que não pode ter: denegrindo, ferindo, maltratando…

Faça a escolha certa. Deixe-o ir, seja grato (a) por ter aprendido algo com ele e siga sua vida. O mundo seria muito diferente se cada pessoa cuidasse um pouco mais da própria vida.

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Photo by Ben White on Unsplash

Relações sem afeto e sem carinho: o medo de se entregar

Relações sem afeto e sem carinho: o medo de se entregar

Venho percebendo que os casais modernos não são afeitos a carinhos e afetos, a sensação que tenho é que há uma certa indiferença no ar com relação ao outro, barreiras invisíveis ou apenas um nova forma de se relacionar. Não sei.

Vejo casais mudos, outros que não se tocam, não andam de mãos dadas, nem trocam beijos em público, nem pequenos gestos de carinho, talvez seja vergonha, sim, não há necessidade, eles dizem, é, mas, talvez eu esteja errado, sim, quero muito estar errado, mas também penso nas minhas relações.

Há um medo de se entregar ao outro, somos inseguros, não queremos demonstrar sentimentos, preferimos o distanciamento, criar barreiras, falar pouco, sentir menos ainda, sufocar, prender, tudo com medo de sofrer, não confiamos no outro, em mais ninguém, temos medo de doer, sentir, gostar,  querer.

Sim, sou mole, piegas, romântico, chato, idiota, sensível, mas não quero fazer parte dessa nova roupagem, de nova forma de conviver.

Não pode ser meloso, o outro não gosta, não pode mandar flores, ela não gosta, não pode chamar de amor, é brega, não pode nada, não pode ser romântico, não pode nem gostar, é tudo artificial e maquinal.

Só podemos fazer uso do corpo, beija bem, transa legal, tem pegada, faz gostoso, isso agora justifica as nossas escolhas, mas e depois?

Depois do beijo, da transa, da pegada, do gostoso, o que fica de nós, pra nós, em nós?

As pessoas tendem a gostar de quem não gosta delas, é estranha é essa forma de sentir e perceber a vida, as relações.

Se você é indiferente, a pessoa se apega, se você tenta ser carinhoso e sensível, ela abusa de você, já escutei isso de uma ex-namorada, que afirmou que o meu problema foi gostar demais, pode isso? Sério? Cansei.

Desculpem, ainda erro e vou continuar errando por ser intenso, por sentir e demonstrar, por escrever bilhetes e mandar flores, por fazer surpresas e comprar chocolate, se alguém não gosta, pode escolher algo diferente, se alguém preferi, seremos felizes, não mudar a minha essência, coisas boas e eternas, amar e mudar as coisas, isso me interessam mais.

Como a comida – sim, a comida – pode ser uma ferramenta para a mudança social

Como a comida – sim, a comida – pode ser uma ferramenta para a mudança social

Tudo mudou para o chef brasileiro David Hertz quando ele visitou uma favela pela primeira vez. Era 2004 e ele acabara de deixar o emprego de chef em um restaurante de luxo na rua mais cara de São Paulo. Um amigo estava visitando uma favela no Jaguaré, e Hertz foi junto.

“Aquele momento foi o meu grande insight para a vida”, diz Hertz, um TED Fellow. Ele viu  pela primeira vez, a escala de pobreza, desemprego e exclusão social em seu próprio quintal. Quando soube que 11 milhões de brasileiros vivem nesses assentamentos urbanos, ele decidiu que não poderia voltar a trabalhar em restaurantes exclusivos. “Senti que havia encontrado minha missão, e minha paixão e talento serviriam a essa missão”, diz ele.

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David Hertz (à esquerda) instrui os alunos da Gastromotiva. Foto: Gastromotiva.

Em 2006, Hertz lançou seu negócio, a Gastromotiva, que oferece treinamento em cozinha vocacional e executa programas de nutrição, educação alimentar e incubação de empresas para pessoas de comunidades de baixa renda, como as das favelas. Com sede no Rio de Janeiro, a Gastromotiva já treinou mais de 3.500 pessoas para empregos na indústria alimentícia.

Em Davos, em janeiro deste ano, com o apoio financeiro da empresa agrícola internacional Cargill, a Gastromotiva lançou o Movimento de Gastronomia Social: um esforço global para lidar com questões sociais por meio da alimentação. Aqui, Hertz destrincha os princípios por trás do que ele chama de “gastronomia social”.

Podemos usar comida para criar uma sociedade mais inclusiva. A comida toca em todos os aspectos da vida humana: meio ambiente, agricultura, economia, saúde e até mesmo a vida social. A gastronomia social “usa a comida para transformar as desigualdades sociais – como fome, má nutrição, desemprego, desigualdade – em dignidade, oportunidades e bem-estar”, diz Hertz. Mas o que é isso na prática?

Uma educação culinária pode trazer oportunidade – e dignidade. Quando tinha 27 anos, Hertz fez parte da aula inaugural do primeiro programa de treinamento culinário do Brasil, no Senac, e isso o lançou em sua carreira como chef. Ele quer dar aos outros a mesma oportunidade de se educar – pois os benefícios de uma educação culinária vão muito além das habilidades com facas. “A inclusão social requer educação, pois a educação leva a oportunidades de emprego, o que pode ajudá-lo a sustentar sua família, mas também significa que você é conhecido pela sociedade, é reconhecido como cidadão”, diz ele.

Como resultado, a educação está no coração da Gastromotiva. Seu curso de treinamento culinário – que inclui instrução em habilidades de cozinha e hospitalidade – é gratuito e leva três meses e 300 horas para ser concluído pelos alunos. A Gastromotiva faz parceria com universidades e escolas de culinária no Brasil, El Salvador, África do Sul e México; chefs locais ensinam os cursos e ajudam os formandos a encontrar emprego. “A indústria de alimentos é um dos maiores empregadores, especialmente de comunidades carentes”, diz Hertz. “É um bom primeiro emprego, e esses empregos são sempre necessários. Eles dão espaço para a criatividade e combinam arte e ciência”.

Dois anos depois da formatura, 80% dos ex-alunos da Gastromotiva estão empregados como chefs, anfitriões de restaurantes, funcionários de hotéis e empresários de alimentos, entre outros empregos no setor. Uma das primeiras alunas da Hertz, Urideia Andrade, nasceu na pobreza no nordeste do Brasil. Hoje, ela administra sua própria empresa de catering em São Paulo. Outra aluna da Gastromotiva, Gleice Simão, se tornou uma estrela do MasterChef Brasil. Diego Santos, que cresceu na favela da Vila Ede, administra o novo serviço de bufê da Gastromotiva.

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Alunos e voluntários da Gastromotiva se preparam para uma noite no Refettorio. Foto: Angelo Dal Bo.

A comida pode construir empatia e comunidade. Durante os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, a Hertz fez uma parceria com o chef italiano Massimo Bottura para abrir o Refettorio Gastromotiva, uma cozinha pop-up que transformou as sobras da vila olímpica em refeições de classe mundial para os sem-teto brasileiros. Além de reduzir o desperdício de alimentos, o espaço também reuniu uma incrível comunidade de atletas, turistas e jornalistas que se misturaram com os clientes locais – algo raro durante uma Olimpíada, que muitas vezes pode excluir pessoas marginalizadas locais.

O Refettorio tornou-se um espaço permanente onde, em qualquer noite, os moradores mais vulneráveis ​​do Brasil podem receber uma deliciosa refeição gratuita, feita com ingredientes excedentes da maior distribuidora de alimentos do país, a Benassi. O Refettorio emprega uma equipe de graduados da Gastromotiva e frequentemente usa chefs famosos para preparar o jantar; um exército de voluntários serve as refeições. “Nascemos para temer os sem-teto, porque não sabemos mais nada”, diz Hertz. “Mas depois que você serve, fala com as pessoas e olha nos olhos delas, isso muda, porque você percebe que não é melhor do que elas. No final, posso dizer que 99% das pessoas que vêm como voluntários sempre dizem que receberam mais do que o que deram”.

Ao desencadear mudanças em nível local, a comida pode melhorar os sistemas globais. Hertz cita o movimento Slow Food como inspiração: enquanto o Slow Food começou no final dos anos 80 como um protesto popular contra a abertura do primeiro McDonald’s da Itália, ele se transformou em um movimento internacional com filiais em 150 países. Para construir um perfil global para a gastronomia social, Hertz está concentrado em reunir chefs, empresas sociais, organizações sem fins lucrativos e corporações que já estão usando o poder da comida para o bem maior. Ele aponta para organizações como Kakao na Venezuela, que ajuda mulheres de comunidades marginalizadas a se tornarem empreendedoras de cacau; The Clink, um restaurante com sede no Reino Unido onde os prisioneiros aprendem a cozinhar e servir; e Brigaide do Chef, com sede nos EUA, que fornece refeições saudáveis ​​para escolas públicas de alta necessidade.

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Uma pessoa desfruta de uma refeição no Refettorio. Foto: Angelo Dal Bo.

O que vem em seguida? Com a Gastromotiva como modelo, o sonho de Hertz é estabelecer mais 50 centros de gastronomia social em todo o mundo. Esses espaços físicos serão administrados por moradores locais, que usarão comida para atender às necessidades da comunidade, centradas na educação alimentar.

“Quando eu cozinho, sinto a jornada da minha vida ao meu redor, e todos os lugares em que estive – algo abre minha visão e também me conecta ao chão”, diz Hertz. “Quero que todos vejam a comida como uma ferramenta para se reconectar a si mesmo, à sua família, mas também à sua comunidade e à natureza. A gastronomia social pode fazer isso.

Veja a palestra do TED de David Hertz aqui:

Tradução CONTI outra. Do original: How food — yes, food — can be a tool for social change, de Patrick D’Arcy

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