Priorize quem escolheu ficar e esqueça quem optou partir

Priorize quem escolheu ficar e esqueça quem optou partir

Amor exige cuidados. Cuidados diários, sensibilidade extrema e autocontrole exemplar. Cuidar não significa guardar o sentimento à sete chaves e lembrar dele apenas em datas comemorativas.

Cuidar é amar com altas doses de generosidade. É deixar livre mesmo com medo de perder. É respeitar na presença e ser fiel na ausência. Em outras palavras: amar é cuidar sem condições, sem garantias e sem exigências.

A gente sempre cai na ilusão de que amar é ter para sempre o ser amado ao nosso lado. Acreditamos que o amor é suficiente para eternizar a relação e esquecemos que, sem cuidado, nenhuma relação dura.

Quer saber a verdade? Não é o amor que garante o relacionamento. Nunca foi! Não dá para entrar na neura de achar que ao encontramos a pessoa certa seremos felizes para sempre. A verdade é que sem disposição, desejo e vontade nada dará certo. Simples assim!

Tente passar em um concurso sem estudar. Tente ficar rico sem economizar. Tente “trincar” o abdômen sem academia. Não dá, não é? Então, porque acreditamos que, sem esforço, alguma relação dará certo?

Embora haja contradições, a verdade é que nem todo mundo está preparado para amar (apesar de empregarem um esforço surreal para isso). Nem todo mundo aguenta o tranco da rotina, as preocupações de uma relação ou possui o equilíbrio necessário para casar. E, por isso mesmo, não dá para entrar em um ciclo de tortura psicológica tentando encontrar os motivos que fizeram alguém partir.

Quis partir? Ótimo! Boa viagem! Histórias fazemos com quem fica, com quem aguenta o tranco da rotina, com quem, apesar dos ventos contrários, permanece ao nosso lado por sentimento e por opção.

É preciso inteligência emocional para entender que deixar partir não é desapego. É só uma forma de amadurecimento e de respeito pela própria história.

Essa história de insistir, explicar ou convencer alguém a ficar é coisa de imaturos. Pessoas inteligentes entendem que nenhum desgaste emocional vale a pena e que, para que um novo ciclo comece, a anterior precisa ser encerrado. Muito bem encerrado!

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Photo by Kyle Bearden on Unsplash

Atrofia intelectual : a nossa grande geração perdida

Atrofia intelectual : a nossa grande geração perdida

A gente sofre por muitas coisas, pensar é uma delas, dói pensar, chego até a admitir que a ignorância seja uma prática saudável nos dias de hoje diante de tanta alienação e indiferença da sociedade.

Nunca houve uma sociedade tão hedonista e narcisista, a busca pelo prazer desenfreável e a necessidade de parecer belo, ser admirado e cortejado de forma constante por uma massa anônima e sempre ávida por novidade e futilidades.

Somos carentes. Jamais iremos admitir, mas nos sentimos sozinho e queremos a apreciação pública, não pelo que somos, mas pelo que temos e aparentamos. Por isso usamos a nossa imagem, como produto, agora mais do que nunca, para atrair a atenção alheia.

Estamos viciados em redes socais, em publicações e postagens, em fotos, em selfies, em mostrar aos outros o que fazemos, a onde estamos, com que estamos, nosso vocabulário está cada vez mais pobre, palavras repetidas, poucos de nós sabemos nos expressar, falta conteúdo, informação e conhecimento.

Nunca tivemos tanta informação e nunca fomos tão pobres de cultura como somos agora.

Nunca vi uma sociedade tão indiferente a cultura, a arte, a política, nossas músicas, em sua maioria, as que fazem sucesso, são de péssima qualidade, mas nos fazem balançar o corpo e atrofiar a mente, mas quem quer mesmo pensar? Só queremos nos divertir. Isso nos basta.

Nossa atuação política é mirrada, nosso interesse por causa socais e coletivas é pouca, nossa vontade de mudar o mundo, menor. Os poucos que somos, somos loucos.

Estamos distraídos, como disse Mário Sérgio Cortella.

Tudo acontece, mas preferimos as vitrines das redes sociais para expor a nossa vida, nos tornamos produtos de consumo, no dizer Bauman, as pessoas consomem as vidas umas das outras, naquilo que chamaria de cultura banal ou inútil.

Como cantou Caetano Veloso, “eu quero aproximar o meu cantar vagabundo, daqueles que velam pela alegria do mundo”, aos que ainda desejam um mundo melhor, escrevo e solto meu pensamento.

Malhamos o corpo, mas secamos a mente, numa verdadeira atrofia intelectual.

Foto de Pj Accetturo em Unsplash

Geralmente, quem não consegue nos manipular tenta manipular os outros contra nós

Geralmente, quem não consegue nos manipular tenta manipular os outros contra nós

Manipuladores são perigosos, pois são mestres na arte de seduzir, com lábia e encenação teatral, para tão somente atingir aos próprios interesses. Não enxergam mais ninguém, além de si mesmos, ou seja, as vítimas sempre se machucarão, sem qualquer rastro de dúvida.

Existem vários tipos de manipulação que podem ser feitas, seja por chantagem emocional, por discursos encantadores, seja por ostentação material. Não importam quais meios se utilizem, o objetivo final sempre será alcançar o que se quer, não se levando em conta quantas vidas possam se machucar nesse percurso. Manipuladores são egoístas natos, portanto, não estão nem aí para o que fica de fora do próprio umbigo.

E, uma vez que não se cansam, enquanto não atingem o que pretendem, os manipuladores lançam mão de quaisquer oportunidades que tiverem para satisfazerem o seu ego. Por isso é que, caso um manipulador não consiga sucesso junto ao alvo principal, ele não se furtará a enredar em sua trama doentia as pessoas que fazem parte do convívio daquele que não caiu em sua lábia.

Muitas vezes, o manipulador tentará denegrir a imagem da pessoa perante seus amigos e familiares, para que se compadeçam dele, para que tenham dó, como se ele fosse o coitado, uma vítima, um injustiçado, incompreendido. E, por incrível que pareça, conseguirá convencer a muitos, uma vez que costumam ser ótimos atores, a ponto de manterem a calma enquanto a verdadeira vítima perde as estribeiras. Quem está mais nervoso transmite menos segurança, assim, a calma do manipulador enganará muita gente.

Não poderemos acertar sempre, nem conhecer as pessoas ao nosso lado com propriedade, ou seja, vez ou outra, estaremos perto de quem se mostrará o oposto do que era de início, machucando-nos demais. Evitar gente falsa nunca será possível, portanto, cabe-nos ser o mais transparente e ético que pudermos, para que nossas verdades sejam sempre mais fortes do que qualquer mentira que tentarem lançar contra nós. A verdade sempre será nosso escudo mais eficaz contra os manipuladores de plantão.

Ela já não sabia mais o que era amar

Ela já não sabia mais o que era amar

Ele enviava a ela uma mensagem logo cedo. Era em caixa alta e dizia que a amava. Ela acordava sorridente por saber que a recíproca era verdadeira e assim passava aqueles dias ansiando pelos encontros. A saudade batia…

Ele se mantinha presente, era conectado. Ele a amava lá, nas mensagens de texto. Foi então que para ela, as palavras começaram a perder o sentido quando ficaram maiores que as atitudes. Toda palavra é solta quando não preenchida pelas ações. Dizer que a amava já não fazia sentido quando a ação não correspondia ao que se dizia.

Ela precisava de mais. E o que seria?

Ela precisava de presença, de lealdade, de cuidado e carinho. Ela queria um parceiro, alguém que segurasse sua mão, que estivesse junto em todos os momentos. Ela queria ser cuidada apesar de saber se cuidar.

Ela queria mesmo se sentir amada, não em caixa alta mas em atitudes. Ela queria fidelidade, ela queria que fosse de verdade.

Só que ele estava online pra ela e para toda a sua caixa de contatos. Ainda assim, ele continuava dizendo que a amava. Foi então que ela passou a ter dúvidas.

Ela já não sabia mais o que era amar. Não sabia o que esperar.

Um dia ela percebeu que na verdade ele não estava lá. Ele a mantinha perto para suas necessidades, mas não tinha intenção de ficar. Ele mantinha um mundo paralelo ao dela e foi nesse desencontro de interesses que achou que ele era tudo quando descobriu que era um nada.

Ela desacreditou do amor.

Passou os dias sem querer ouvir palavras que tivessem a letra “amor”; Ela achou que isso tudo era uma falácia , não sabia mais nada sobre o amor, a não ser aquele que passou a ter por si.

Ela até pensou que poderia ter querido demais, e duvidou se merecia mesmo tudo aquilo.

Um dia, distraída, tropeçou na rua e caiu de cara no chão. “Que vida injusta”! Caiu na real. Percebeu que só existia mesmo ela na vida. Precisava se cuidar.

Envergonhada se recobrou dos pensamentos que a faziam voar, limpou a barra de sua saia, ajeitou os cabelos e com coragem fez o movimento para se levantar, quando uma mão foi estendida para que ela pudesse se apoiar. Agindo sem pensar buscou a mão e ergueu o olhar… Percebeu que ali tinham os olhos castanhos mais ternos que ela podia encontrar- “Você está bem”? Ele mostrou mesmo se importar.

Seguiam para a mesma direção e então caminharam por aquelas quadras, agora eternas, rindo e descobrindo afinidades. Ele era também uma companhia terna, e ela, uma mulher ferida.

Ele pediu seu contato, mas ela não queria mais saber de mensagens. Ficou aberta às chances, ao acaso, aos encontros. “O universo que dê conta”. E deu…

Ele então passou a frequentar a lanchonete que ela trabalhava e dizia que lá tinha o melhor sonho que ele já provara na vida… outras vezes, deixava um bilhete escrito à mão embaixo da xícara, coisa rara .

E assim, ela passou a se sentir desejada…

Outros dias ele a acompanhava até o ponto de ônibus, outros fazia questão de levá-la em casa. “É um homem de atitude ou um psicopata…sabe bem o que quer”, ela pensou.

Ainda desiludida, não se entregou à mão que se estendia. Mas ali havia algo a ser entendido: Diante dela estava a vida mostrando que existem novos encantos, novas chances, novos olhares para o amor.

Talvez ela poderia ser feliz de novo. Só dependia dela. E então se decidiu. Sem mensagens de textos, sem provações em escritas. Queria prática, queria a vida!

Mais uma vez estendeu a mão para aquela mão que se estendia, e dessa vez seguiu pelas ruas enlaçada. Percebeu que havia um encontro, ambos queriam mais olho no olho, corpo com corpo, coração ajustado, encontro marcado.

Ela dessa vez sentiu. O amor agora não estava nas letras garrafais, estava nos gestos simples, atentos, cheios de intenção, carinho e presença. Havia cumplicidade. Ela percebeu que o amor morava mesmo nas atitudes e não nas mensagens deixadas por mera comodidade.

E então, ele pediu a sua mão.

Ela sorriu. Entendeu. “Vida sua linda, você sabe bem o que faz. Obrigada por me fazer acreditar”.

Por que homens e mulheres buscam a figura paterna ou materna nas relações afetuosas?

Por que homens e mulheres buscam a figura paterna ou materna nas relações afetuosas?

É natural que homens e mulheres busquem relações virtuais ou diretas em suas vidas, com o objetivo de encontrar uma pessoa para ficar ou namorar, viver juntas ou casar. Também é normal escolher alguém com características paternas ou maternas, no sentido do cuidado e do respeito. São as memórias positivas de cada um, que irão compor o roteiro de uma relação afetuosa.

Quando essas relações saem da normalidade, é porque alguns indivíduos na infância não superaram de modo satisfatório a fase do Complexo de Édipo. E na vida adulta acostumou-se a reproduzir com os parceiros ou parceiras a mesma relação que tiveram com os pais, que geralmente foram ou ainda são tensas e ambíguas.

Não vamos entrar no aprofundamento dessa teoria freudiana. Entretanto, constatamos a partir da prática psicanalítica, que o Complexo de Édipo não elaborado adequadamente se constitui a principal fonte de problemas nos relacionamentos entre os casais.

A superação dos conflitos maternos ou paternos é fundamental para suplantar de modo saudável o Complexo de Édipo. Mas os homens e mulheres que não realizaram esse processo na infância têm a tendência de trazer as dores e as experiências sofridas com os pais para a dinâmica das relações afetivas.

Então, as escolhas que os sujeitos fazem dos seus parceiros ou parceiras têm uma vinculação direta com o relacionamento com os pais. É porque simbolicamente ainda não foi cortado o “cordão umbilical” com os progenitores ou cuidadores, que substituíram a falta da figura materna ou paterna.

Assim, homens e mulheres não conseguem firmar parcerias felizes e duradouras, uma vez que as constantes lembranças dos genitores entram na relação, através de queixas ou comparações, como por exemplo: “Pare de me dizer essas coisas! Parece minha mãe.” “Quando você não me dá atenção, isso me lembra o meu pai”. “Não quero mais ficar contigo. Essa relação me sufoca, já vivi essa situação com os meus pais.”

Contudo, essas pessoas possuem todas as condições de procurar auxílio psicoterapêutico, que permitirá que os desentendimentos com os pais sejam resolvidos ou reconciliados na medida de cada sofrimento ou desamparo vivenciado na infância, pois como disse o escritor, Gabriel García Márques: “Os filhos herdam as loucuras dos pais.”

Portanto, o melhor caminho e ir ao encontro do amor próprio, como condição de amar alguém e a garantia de sair da prisão inconsciente do Completo Édipo. E no tempo certo os encontros e reencontros – na busca do parceiro ou parceira – serão vividos sem as cargas e as cobranças do passado.

Enfim, cuidar e amar a si mesmo serve como ponto de equilíbrio para perdoar os pais, como nos ensinou o escritor e pedagogo, Allan Kardec: “Certos pais, é verdade, descuidam de seus deveres, e não são para os filhos o que deviam ser. Mas é a Deus que compete puni-los, e não aos filhos.”

Foto de Ryan Jacobson no Unsplash

“Eu só peço a Deus – Que a dor não não me seja indiferente” – Mercedes Sosa e Beth Carvalho

“Eu só peço a Deus – Que a dor não não me seja indiferente” – Mercedes Sosa e Beth Carvalho

Revista Pazes convida a todos os amigos, de todos os credos, culturas, raças, países… De todos os povos. Que esta seja a nossa oração, neste dia: Que não nos permitamos a indiferença.

Abaixo, a música “Eu só peço a Deus”, nas vozes sagradas de Mercedez Sosa e Beth Carvalho.

Eu só peço a Deus
>>>>Mercedes Sosa

EEu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o q’eu queria

Eu só peço a Deus
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia
Solitário sem ter feito o que eu queria

Eu só peço a Deus
Que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face
Se já fui machucada brutalmente

Eu só peço a Deus
Que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte
Toda a pobre inocência dessa gente

Eu só peço a Deus
Que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente

Eu só peço a Deus
Que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganando
Pra viver uma cultura diferente

Solo le pido a Dios
Que la guerra que no me sea indiferente
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente.

Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente.

Es un monstruo grande, Pisa fuerte
Toda la inocencia desta gente

Via Revista Pazes

Photo by Larm Rmah on Unsplash

Eu aprendi a ver beleza em minhas cicatrizes

Eu aprendi a ver beleza em minhas cicatrizes

As minhas cicatrizes são tatuagens sagradas, elas me fazem lembrar que fui capaz de superar dores inconfessáveis. Aprendi a olhar as marcas da minha alma com amor e empatia, abandonei a revolta. Só eu e Deus sabemos de cada lágrima que derramei, de cada nó na garganta, de cada aperto no peito e, de cada sensação de desamparo que experimentei.

Já levei golpes tão duros que pensei que não fosse mais possível ficar de pé. Já engoli lágrimas que tinham gosto de sangue. Já me fiz de forte, com as emoções estraçalhadas. Já disse “estou bem” torcendo para que o outro dissesse “sei que você está mal, deixe eu te dar um abraço”. Já experimentei dores que jamais terei coragem de revelar, tive que lidar com elas até que o tempo as diluísse.

Já enfrentei batalhas cambaleando,  escorregando em minhas próprias lágrimas, com a visão nublada, sem enxergar previsão de um dia ensolarado. Em muitos momentos, dobrava os meus joelhos e apenas chorava. Entre um soluço e outro eu dizia: Senhor, tá doendo muito, socorro. Já abri a janela da minha casa e vi um sol brilhando lá fora, mas aqui dentro de mim, estava tudo nublado, com nuvens negras e densas. Hoje, eu entendo que quando estamos iluminados por dentro, nenhuma escuridão nos assombra. Em contrapartida, não existe dia ensolarado para quem está com a alma no escuro.

Olho para trás e fico perplexa, me deparo com uma mulher que foi guerreira e resiliente desde criança. Das certezas que tenho, apenas uma: nunca  guerreio sozinha, eu tenho um Anjo que Deus escalou para cuidar de mim. Quando a tempestade passa, Ele me olha e diz: “Sua boba, por que duvidou que fosse capaz de superar aquilo? Estou aqui contigo e vou te proteger sempre”. Então, sorrimos e minha alma se enche de fé e gratidão.

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Photo by Joe Robles on Unsplash

Lifelong Learning: mais do que um conceito, um novo estilo de vida que você precisa conhecer

Lifelong Learning: mais do que um conceito, um novo estilo de vida que você precisa conhecer

*Artigo de Celso Braga – sócio-diretor do Grupo Bridge

É preciso ter um certo prazer no “vir a ser”, pois quem acha que “já é”, sofrerá muito mais no processo de mudança que estamos vivenciando.

Todo dia, acordamos para o novo, lidamos com o nosso novo modo de ser e de pensar a cada aprendizado. Só ao ser humano foi dado o dom de utilizar seu potencial criativo, transformador e pensador. Deveríamos ter o prazer em sempre vir a “ser” sem, de fato, nunca estarmos prontos. Porém, de muitas maneiras tentamos repetir e reafirmar um modo que demonstra aos outros o que já “somos”.

Lifelong Learning é o conceito que nos coloca a frente da maior necessidade de abandonar as certezas de quem somos para abraçar a beleza do potencial de “vir a ser”, aquele vai e vem, que embala o aprender. O saber é uma base que está sendo constantemente ampliada, é quando ao aprender sinto que ainda posso aprender mais. É um impulso de querer aprender para a vida e não apenas para uma utilidade imediata.

O Lifelong Learning, ou aprendizado ao longo da vida, é um processo que tem como perspectiva a inclusão da pessoa dentro de um universo de possibilidades, e o learner é uma pessoa flexível, capaz de ser incluído em diferentes posições por ter fácil adaptação.

Quanto mais conversamos sobre como podemos ser learner’s – pessoas que abraçam o modo Lifelong Learning – maior é a percepção de que por algum motivo abandonamos o prazer de aprender para ter prazer em provar o que somos agora. Neste tempo, de rápidas transformações tecnológicas, culturais, sociais, relacionais e pessoais, nada é mais importante do que retomar nossa capacidade de aprender. Pois, o aprender é necessário, mas não se faz sozinho, envolve os outros, aprendemos no ato de conversar e de estimular nossa busca por tudo que possa ser novo.

A sociedade futura pode e será muito melhor, cabe a nós sermos melhores à medida que nosso “ser” tenha maior importância que o nosso “ter”, por isso, as pessoas ao adotarem o Lifelong Learning como modo de vida devem ser mais felizes e se sentirem menos pressionadas a mostrarem o que são. Estarão prontas para tudo o que ainda está por vir, pois, se sentirão preparadas para o novo. Lifelong Learning é Inovação, uma inspiração para toda uma vida.

O conceito, se faz tão presente nos dias atuais que tem se tornado referência não só no âmbito pessoal, quanto social e corporativo. O que motivou o IBEX 2018 a trazer a temática: Lifelong Learning: ‘O Futuro do Aprendizado e Crescimento para a Vida’. O fórum de inovação em desenvolvimento humano que está em sua segunda edição, realizado pelo Grupo Bridge, trará, entre outras atrações, novas perspectivas sobre o Lifelong Learning e como cada um pode trazer para si o seu desenvolvimento, não só através de conhecimento, mas também para as relações e emoções, transformando o lugar onde trabalha e onde vive.

contioutra.com - Lifelong Learning: mais do que um conceito, um novo estilo de vida que você precisa conhecer

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Sobre o autor:

Celso Braga, sócio-diretor do Grupo Bridge, é Psicológico e Mestre em Educação, pós-graduado em Psicodrama Sócio Educacional pela ABPS. É qualificado como professor supervisor pela FEBRAP, fundador e diretor do Grupo Bridge. Possui 25 anos de experiência em desenvolvimento humano e projetos de conexões entre projetos educacionais e inovação. Palestrante internacional com atuação em conferências e universidades, é realizador do evento IBEX (Innovation Bridge Experience) e autor de livros como ‘A Jornada Ôntica – Uma perspectiva sustentável para o mundo através das organizações’,  2013; ‘Educação para excelência’, 2014;  ‘O Hólon da liderança – Um novo jeito para liderar’, 2015; ‘Inovação: diálogos sobre a prática’, 2016; ‘Inovação: diálogos sobre colaboração produtiva’, 2017.

Sobre o Grupo Bridge

Com 22 anos de atuação, o Grupo Bridge é uma empresa de soluções em desenvolvimento humano que atua fortemente na prestação de serviços de consultoria para empresas de diferentes segmentos utilizando metodologia autoral pautada por três principais autores: Jacob Levy Moreno, Paulo Freire e Humberto Maturana. Fruto de uma parceria entre Celso Braga e Sérgio Cruz, ambos psicólogos e especialistas no comportamento humano, o Grupo Bridge apresenta como principal atuação o desenvolvimento de lideranças, das relações entre as pessoas e da cultura das organizações. Em 2018 a empresa reposicionou o seu negócio através de quatro submarcas: Bridge (consultoria para empresas, que existe desde 1995), X.Five (desenvolvimento de pessoas), Bridge 36,5°(responsabilidade social), e IBEX- Innovation Bridge Experience (experiências, eventos e publicações de inovação).

A organização conta com mais de 30 colaboradores e atende empresas como Bradesco, Bosch, Bayer, Cielo, Epson do Brasil, Raízen, Arcor, Hospital Beneficência Portuguesa, entre outras.

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Não existe o que não podemos discutir, mas existem pessoas com quem não devemos discutir

Não existe o que não podemos discutir, mas existem pessoas com quem não devemos discutir

Não há quem não sinta dificuldade em conversar sobre assuntos vários, sem que seja contrariado de forma agressiva ou sarcástica. Isso tanto em rodas de amigos quanto nas redes sociais. Muitas pessoas querem defender suas opiniões a qualquer custo, qualquer mesmo, não se importando minimamente com os sentimentos alheios, ou com a fundamentação que utilizam para sustentar o que pregam.

Opinar sobre determinadas questões requer um conhecimento mínimo do assunto. O setor educacional, por exemplo, é bombardeado por recomendações e críticas de pessoas que nunca leram um texto pedagógico na vida. Lembremos o que recentes questionamentos à necessidade de vacinação provocaram, entre muitos outros exemplos de intromissão desnecessária em questões importantes. Opiniões leigas são admissíveis em conversas de botequim; na vida real e prática, podem ser um perigo.

Além disso, é preciso ter a consciência de que, quando se emitem pontos de vista, eles nunca serão unanimidade e, por isso mesmo, encontrarão discordâncias pelo caminho. A discordância é saudável, afinal, quando conhecemos outros lados, outras visões de mundo, poderemos ampliar e melhorar ainda mais nosso entendimento, reelaborando o que sentimos e como sentimos a vida. É no confronto que crescemos, deixando de lado o que não serve e abraçando o novo, o mais coerente.

No entanto, mesmo que seja difícil haver discussões sem alguma manifestação mais efusiva, pois o calor das emoções se eleva muito nessas horas, o respeito, sobretudo, deverá permanecer. Não podemos levar para o lado pessoal questões que tratam de assuntos lá de fora, tampouco deveremos nos sentir ofendidos por discordarem de nós. A forma como reagimos quando somos contrariados e a forma como o outro reage quando discorda de nós revelam a educação – e, muitas vezes, o caráter – de ambas as partes.

Cabe-nos, enfim, evitar entrar em discussões sem serventia, com pessoas que não ouvem ninguém além de si próprias. Nosso tempo é precioso demais para gastá-lo com o que não acrescenta, não enriquece, não leva a lugar algum. Tempo não se acha no lixo. Portanto, não existem assuntos que não podem ser discutidos, mas existem pessoas com quem não devemos discutir. Jamais.

Quando não aprendemos com o amor dos pais, somos obrigados a aprender com a dureza da vida

Quando não aprendemos com o amor dos pais, somos obrigados a aprender com a dureza da vida

Meu primeiro aniversário como órfão, sem a presença de meu pai e de minha mãe, trouxe-me, além de um vazio imenso, reflexões sobre a importância de cada um deles em minha vida. Eles continuam em mim, em muitos aspectos, como espelhos, remédio, cura, salvação e, sobretudo, aprendizado. Pais são eternos porque o amor deles continua nos empurrando, mesmo quando já se foram dessa vida.

Hoje, posso compreender tudo o que deles me aborrecia, posso aceitar tudo o que foram e são para mim, sem mágoa, sem rancor – e isso ninguém deveria viver sem se permitir. Continuar requer levar consigo somente o que é bom, refletindo sobre o que foi ruim, para digerir tudo e deixar para trás o que não tem serventia. Temos que perdoar os nossos pais, pois fizeram aquilo que podiam, com o que tinham, e é assim que a gente se perdoa também e continua nesse entendimento de mundo que nos torna melhores a cada dia.

Minha mãe era o sonho, meu pai era a realidade. Ela, ternura e aceitação; ele, força e movimento. Ela me via perfeito e exaltava todas as minhas qualidades, até as que eu só tinha em seu coração. Ele me chamava à realidade, empurrando-me para encarar a crueza que a vida carrega em si. Ambos essenciais, tanto no alento de um, quanto no olhar do outro. Meus erros se acalmavam no colo terno de minha mãe, enquanto me lembravam das consequências nas palavras de meu pai. A leveza dela e a firmeza dele uniam-se perfeitamente como lição de vida e motivação.

E eu sabia que me amavam. Eu demorei um pouco para aceitar que eles não eram perfeitos, mas que viviam para mim, por mim, porém, amadureci por conta dessas dúvidas, dos questionamentos, dos enfrentamentos que me levaram a respeitá-los e a ser por eles respeitado. É no confronto que se firmam laços duradouros, porque, então, a gente se desnuda e se enxerga no que verdadeiramente existe dentro de cada um. E saímos todos mais vivos, mais fortes, mais gente de verdade.

Tudo o que os pais querem é ver seus filhos felizes e talvez aí resida sua maior fraqueza. Muitas vezes, os pais erram por excesso de amor, por não querer machucar, por evitar ver os filhos sofrerem. Infelizmente, a gente precisa de limites, de dor, de frustração. A gente necessita se machucar para aprender a se curar. A gente precisa cair, para saber como se levantar. Infelizmente, nem todas as consequências os pais nos permitem colher, porque nem o amor é perfeito. Nada é. Meus pais me protegiam de muita coisa ruim do mundo, mas nunca, nenhum pai e nenhuma mãe conseguirão nos proteger tudo, tampouco de nós mesmos. E um brinde a isso, pois lidar com nossas próprias escuridões nos salva de um perder-se sem volta, salvando-nos da vida, em vida.

Hoje, eu consigo ser grato pelos pais que tive, por tudo o que me ofereceram, material e espiritualmente, sendo exemplos de carinho, afeição, rudeza e imperfeição, tudo o que é do amor, na medida exata de meu coração. Fica sempre uma sensação de que eu poderia ter feito mais, ter estado mais, ter falado mais, aprendido mais com eles. Mas eu os amei também como pude, com o que eu tinha, e amei muito. E eles sabiam, os pais sempre sabem.

Os pais não conseguem nos ensinar tudo, pois há muito amor envolvido, e aprender, às vezes, requer ausência de amor. Mesmo assim, uma famigerada lição, a que ninguém foge, sempre acompanhará os filhos que ficam: tudo o que não aprendemos com o amor dos nossos pais, seremos obrigados a aprender com a dureza da vida. Como eu sempre digo, é assim que a gente continua.

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Photo by Danielle MacInnes on Unsplash

É mais corajoso aquele que abandona tudo e vai viver seu sonho? Ou corajoso é aquele que fica e enfrenta a realidade?

É mais corajoso aquele que abandona tudo e vai viver seu sonho? Ou corajoso é aquele que fica e enfrenta a realidade?

Há alguns anos, durante o divórcio de uma amiga, me deparei com uma situação confusa, que me levou a grandes reflexões na época. O marido dela, decidido a romper a relação, usou um poema de Martha Medeiros para justificar o momento que ele vivia. O poema em questão era aquele que diz: “Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos. Morre lentamente quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos…” 

Minha amiga estava fragilizada, magoada e inconformada. Ela considerava o marido um covarde. Ele se achava corajoso. Porém, qual dos dois estaria certo?

Tudo depende da perspectiva de cada um. Porém, um pouco mais amadurecida, me deparei com uma análise belíssima que uma prima querida fez do filme “Na Natureza Selvagem”. Ao contrário da maioria dos fãs do filme, ela não achou a jornada do “super andarilho” Chris corajosa. Numa das partes de sua análise, minha prima diz: “Tive muita pena do quanto ele era covarde e precisou inventar uma odisseia desse tamanho, tão monumental, para esconder, em proporção, o que ele não tinha: coragem!”  E ela continuava, dizendo que como o personagem do filme, que foge para o Alasca com a fantasia de que lá encontraria uma vida mais plena, cheia de coisas fantásticas, e de que lá seria uma pessoa melhor, mais corajosa e cheia de vida, muitos de nós imaginam que fugindo para seus “Alascas” poderão ter aquilo que nunca tiveram: paz de espírito, cura de suas dores, cura de seus vazios.

Após essa análise, voltei a questionar o episódio do divórcio de minha amiga. Será que o ex marido havia encontrado um estado permanente de brilho nos olhos e coração aos tropeços? Ou, passado o tempo da euforia, da troca do certo pelo incerto, ele havia se dado conta de que a coragem de virar a própria mesa, em alguns casos, pode ser pura ilusão?

Há uma reflexão do filósofo Luiz Felipe Pondé que diz o seguinte: “Você precisa de muito mais coragem para abrir mão de uma paixão romântica em nome de um relacionamento longo, do que optar pela paixão”. Isso quer dizer que, embora pareça mais corajoso chutar tudo para o alto e ir viver nossas paixões ou nossos “Alascas”, é mais corajoso resistir e encontrar alento na realidade.

É claro que existem casos e casos. Porém, há um consenso no que diz respeito à forma como interagimos com a vida. Podemos interagir nos protegendo ou nos arriscando. É unanime afirmar que é uma forma de covardia com nós mesmos não interagirmos de uma maneira mais intensa com a vida, deixando de explorar nosso potencial criativo, nossa inteligência, nossa sensibilidade, preferindo nos refugiar numa vida segura, protegida… e mediana.

Talvez o que Martha Medeiros quisesse dizer com seu texto é que devemos nos esforçar para não viver uma vida mediana. E tenho que concordar, pois é preciso coragem para deixar de lado o instinto de autoproteção e interagir de uma maneira mais intensa com a vida. Porém, o ex marido de minha amiga interpretou de acordo com seus interesses. Ele provavelmente achou que encarar a vida cotidiana, com suas obrigações e responsabilidades, é que seria uma vida mediana. Mas não precisa ser assim. Podemos acomodar os sonhos, o brilho no olhar e a ousadia lado a lado com as obrigações e responsabilidades. Conseguir conciliar duas ideias aparentemente contraditórias nos torna mais completos, maduros e realizados.

Não é preciso fugir para o Alasca, empreender uma jornada enorme para encontrar sentido. Os desejos se acomodam e convivem juntos. Posso ser dentista, mãe, esposa, escrever dois livros, ter um blog e um canal no Youtube — quem disse que não?

Viver com coragem é viver empenhado na busca por aquilo que faz nossos olhos brilharem. Mas para que essa jornada seja autêntica, é preciso distinguir “busca” de “fuga”. Pois há muita confusão por aí. Coragem é arcar com a aridez e o brilho da vida, entendendo que nem sempre será só ruim, nem sempre será só bom, mas não abandonar tudo só porque as coisas estão mais difíceis no momento.

Talvez o ex marido de minha amiga tenha sido corajoso. Talvez tenha sido covarde. Não cabe a mim julgar ou dar um veredicto. O que posso afirmar é que é necessário uma grande dose de coragem para mergulhar fundo em nós mesmos. E que nem sempre é necessário sair numa jornada monumental para avançarmos em nosso próprio território. Às vezes não precisamos mais que o silencio de nossos próprios quartos. Porém, a despeito desse autoconhecimento e descoberta da felicidade genuína, muitas pessoas viverão de buscas, de enganos e cabeçadas, inquietas e insatisfeitas, acreditando piamente que encontrarão um estado permanente de graça longe de si mesmas. Talvez um dia descubram que corajoso é aquele que se encara de frente, se enfrenta, se conhece e se aceita, e principalmente, que aprende a se amar.

*Se inscreva no meu canal no YouTube:

https://youtu.be/Z7UyU3vTzuI

Casa arrumada

Casa arrumada

Estava olhando um desses sites de decoração com uma amiga e ela comentou como achava lindas aquelas casas das fotos, sempre impecavelmente arrumadas – Nossa, Cris, eu acho essas fotos super tristes, sabia? É quase como se essas casas não fossem feitas para abrigar felicidades – ela sorriu, pensativa.

Casa bonita pra mim precisa ser levemente bagunçada. Providas de um desleixo intencional e cínico em nome de um bem maior que os bens.

Pias de louça altas contam sobre jantares a dois ou sobre refazer aquela comida da sua infância só pra você, com sua mãe passando a receita por telefone.

Camas preguiçosamente por fazer trazem um cheiro de cumplicidade de uma noite a dois ou de domingos auto dedicados amasiados nos lençóis colocando as séries em dia.

E os rastros de uma vida cheia vão ficando na mesa pós jantar com os amigos que não ligam para seus pratos multicoloridos quando você decidiu desistir de fazer conjuntos. Nas almofadas discordantes que te abraçam enquanto você se afunda no sofá pra ler seu novo livro preferido de pijama.

O afeto deixa rastros. Nos móveis mordiscados pelos bichanos, nas paredes que ostentam toda a criatividade dos desenhos das crianças, na toalha adotiva que a sua melhor amiga esqueceu na última visita e que jamais combinará com as suas. Benzadeus.

Casa com alma não orna com impecabilidade. A gente esbarra quando ri alto, derruba coisas quando dança, mancha o assoalho com os melhores molhos, a gente deixa cheiros, barulhos, células, pelos, pistas, memórias, saudade. A gente bota tudo em ordem pra embaralhar de novo. Casa bonita mesmo é o lugar onde a felicidade da gente se sente à vontade pra ficar.

Ter um firme propósito amplia nosso tempo de vida

Ter um firme propósito amplia nosso tempo de vida

Esses dias estava ouvindo um dos diversos podcasts que acompanho, que é o da Ordem Rosacruz AMORC, no qual o tema eram os “Florais de Bach”, que são essências naturais provenientes de diversas flores e tem um imenso potencial de cura de doenças e promoção de equilíbrio energético.

No podcast [link aqui], a moça que foi entrevistada contou um pouquinho da história dos Florais de Bach, que é fascinante. É tão bonita que me inspirou a escrever esse texto que você está lendo.

Ela conta que o Dr. Edward Bach, que era um médico britânico do final do século XIX, em determinado momento da sua vida, teve uma doença muito grave. Ele teve que passar por uma cirurgia delicada, na qual os cirurgiões lhe estimaram apenas um tempo de vida de 3 meses.

Porém, nessa época ele estava desenvolvendo uma série de estudos super impactantes sobre bacteriologia e imunologia e ele sabia internamente que tinha um PROPÓSITO. Dessa forma, não poderia suportar a ideia de morrer antes que ele fosse cumprido. Ele sabia que seria algo que poderia ajudar milhares e milhares de pessoas.

Quando voltou para casa ele se enfurnou no seu laboratório dia e noite. Inclusive seus amigos brincavam que seu laboratório era uma espécie de “luz eterna”, porque a luz nunca ficava apagada. Ele trabalhou freneticamente porque imaginava que morreria em 3 meses…

O resumo da história é que depois desses 3 meses a sua saúde estava incrível e ele ainda viveu surpreendentes 19 anos após a previsão dos médicos.

Hoje existem terapeutas de florais espalhados pelos 4 cantos do mundo. Na minha própria família tenho uma tia que trabalha com eles e vem ajudando diversas pessoas com essas essências maravilhosas que estão tão perto de nós e num preço bem menor do que os remédios cheios de efeitos colaterais da indústria farmacêutica.

Quero deixar claro que esse texto não é para falar sobre os florais, até porque sou quase um analfabeto nesse assunto. Quero falar sobre PROPÓSITO.

Como eu sou apaixonado por etimologia, quero lhe contar algo interessante, veja só!  A palavra propósito é sinônima de “objetivo” ou de “finalidade”.

Por outro lado, objetivo significa “mira” ou “alvo”. E finalidade representa o fim de alguma coisa.

Se eu tenho um propósito firme na minha vida, eu miro com toda atenção para um determinado alvo, treinando dia e noite para que o dardo lançado atinja o centro desse alvo, dando a máxima pontuação possível. Já parou pra pensar no quanto essa analogia é incrível?

O interessante é perceber que o Dr. Edward Bach sentia internamente que sua missão ainda não havia terminado.

Nessa hora acabo lembrando de um escritor muito bom, que por coincidência também se chama Bach. Richard Bach, escritor norte-americano que ainda está vivo, com 82 anos na presente data. Uma de suas mais conhecidas frases diz o seguinte:

“Eis um teste para saber se você terminou a sua missão na terra: se você está vivo, não terminou”. – Richard Bach

*****

Eu lembro todos os dias dessa frase e levo para a minha vida como uma espécie de mola propulsora. Estou vivo, muito vivo, e tenho a consciência de que minha missão de vida na terra ainda não chegou ao fim. Já disse em diversos textos que não tem como prevermos quando será a nossa morte e que ela pode vir a qualquer momento. Ter essa consciência é fundamental para que não percamos tempo, porque ele é muito curto.

Por isso a importância de ter um firme propósito. Escrever de coração, colocando minhas melhores energias, é parte desse meu propósito de vida, que graças a Deus, cedo eu descobri (comecei a escrever com 23 anos…).

Antes de concluir quero citar outro exemplo magnífico de propósito. O músico Ludwig van Beethoven.

Provavelmente você sabe que ele foi perdendo a audição ao longo da vida e nos últimos dias de vida estava completamente surdo. Ele ficou muito triste, obviamente, pois o cerne do seu propósito estava relacionado com a audição.

Mas ele era tão firme no seu propósito que sabia que sua missão como compositor ainda não havia terminado. Ele criou diversas sinfonias com a audição extremamente comprometida. Em relação a ele podemos dizer com todas as letras que sua música vinha da sua alma, a alma de um verdadeiro gênio.

Ele morreu com 56 anos e já aos 46 anos estava praticamente surdo. Você imagina se ele tivesse desistido da vida aos 46 anos? Muitas de suas obras eternas jamais teriam sido compostas! Por isso que enfatizo tanto sua superação! Ele é um exemplo para todos nós. Sua mais famosa sinfonia, a de número 9. Foi composta nesse tempo! Deixo o link aqui em baixo para ser apreciada…

Esses exemplos servem para comprovar o quanto a força de um propósito amplia nosso tempo de vida e acima de tudo, faz com que ela tenha um significado muito mais profundo.

Mire em algo grandioso! Que seu alvo (objetivo) seja belo, e que ele contribua para ajudar o máximo de pessoas que você puder. Dessa forma, a possibilidade de uma vida mais longeva e saudável será infinitamente maior…

3 motivos para não se comparar aos outros

3 motivos para não se comparar aos outros

Com a popularização das redes sociais, ficou mais fácil termos conhecimento sobre o que as outras pessoas estão fazendo, onde estão frequentando, o que andam comendo e por onde estão viajando. Se antes mal sabíamos o que os nossos vizinhos faziam em suas férias, hoje sabemos o que uma infinidade de pessoas fazem não somente em suas férias, mas durante o ano todo. A interação virtual é natural e cada vez mais comum, porém com isso vemos acentuar a tendência de comparar nossas vidas com a vida alheia. Às vezes fazemos essa comparação sem mesmo perceber. Aqui vou listar três argumentos que me fazem crer que as comparações mais atrapalham do que ajudam.

1- Cada um tem uma realidade particular

Cada um está inserido em um contexto muito individual então comparar duas realidades distintas é tolice e ainda pode nos deixar pra baixo. Os últimos cinco anos da minha vida foi lidando com a doença grave da minha mãe e posteriormente com a sua perda. Vivi tempos no hospital, vivi noites em claro trocando fraldas ou com medo de que eu a perdesse. Era óbvio que eu não tinha mais a mesma disponibilidade de tempo ou estrutura emocional que eu tinha antes. Era óbvio que nesses anos eu não tinha a mesma garra das outras pessoas para tentar ir atrás dos sonhos e objetivos. Cada um tem uma batalha e algumas, em determinados momentos, são mais difíceis e exigem mais de nós. O que as outros estão vivendo é diferente do que você está vivendo. Além disso, cada um tem a sua personalidade e modo de lidar com as situações.

2. Cada um tem seus sonhos e preferências

Se formos entrar na pilha e tentar fazer igual ao que nosso vizinho está fazendo, muito provavelmente acabaremos lutando por um sonho que não é o nosso. Isso quase aconteceu comigo quando decidi juntar dinheiro para comprar um carro. Então percebi que eu não tinha necessidade nem mesmo o sonho de ter um carro nesse momento e que o dinheiro desse investimento poderia me ser muito mais útil se aplicado em outros investimentos que eu realmente queria e necessitava. Olhar para si mesmo e para onde quer chegar é muito mais efetivo do que olhar para a grama ao lado. Lute pelo que você quer, os sonhos dos outros são diferentes. E quanto mais você se compara, mais você se distancia de si mesmo e da sua essência.

3. O ato de se comparar é enganoso

É enganoso porque sempre tendemos a comparar o nosso fracasso com a vitória alheia. Assim, estimamos o outro e nos subestimamos. Olhamos o acerto do outro e olhamos o nosso erro. Isso é cruel, não serve de balança. Esquecemos que o outro também já fracassou e que nós também já tivemos vitórias. Se comparar com quem está melhor, aliás, com quem parece estar melhor é só mais uma forma de martirizar. Reconheça mais seus feitos, as suas conquistas, mesmo que pequenas. Reconheça também o que pode melhorar, independentemente da outra pessoa. Permita que apenas uma pessoa ocupe o centro da sua vida: você.

Bônus: Não se compare, se inspire!

Identifique uma pessoa que você admira. Alguém que realizou um sonho parecido com o seu, alguém que conseguiu passar naquele concurso que você quer muito ou até mesmo aquele profissional referência na área em que você deseja se aperfeiçoar. Não se compare com eles. Se inspire neles. Mande um e-mail, fale da sua admiração e peça dicas. Talvez as ideias trocadas com essas pessoas, que já estiveram no mesmo degrau em que você está agora, possam ajudar a nortear melhor o caminho que te levará aonde você quer chegar. Enquanto a comparação te faz estacionar, a inspiração… Ah, a inspiração pode te levar além!

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Photo by Daiga Ellaby on Unsplash

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