A histeria coletiva começa com a loucura e acaba com arrependimento

A histeria coletiva começa com a loucura e acaba com arrependimento

Estamos assistindo surtos de histeria coletiva, que são os distúrbios psicológicos de certos grupos e indivíduos, isto é, “espasmos histéricos” que se manifestam na Internet e nas relações cotidianas. Nesses surtos de ira os sujeitos ficam nervosos, e perdem o controle sobre suas emoções, disparando: olho vermelho, dedo em riste, respiração ofegante, gritos, etc.

Um exemplo disso foi o incêndio, recente, que atingiu a favela do Cimento, em São Paulo. Enquanto famílias sofriam a perda das moradias atingidas pelo fogo, alguns motoristas que passavam pelo local, olhavam as chamas devorando a favela, e comemoravam com buzinaço e gritos de “vagabundos”.

Outro caso foi o de jovens negros, que foram impedidos de entrar desacompanhados dos pais ou responsáveis em um shopping no Espírito Santo. Abordados pelos seguranças, com dedo em riste, eles tiveram que mostrar a carteira de identidade e foram informados que a “tal de proibição” se baseava em uma suposta liminar obtida pela instituição.

Há opiniões que acham que isso só ocorre na “cabeça dos histéricos.” Porém, os sintomas são amplos, com reações tresloucadas, que espalham pânico e nos casos extremos a morte. A disseminação irracional do pânico cria à necessidade de infelicitar e tornar a vida do outro ruim, pelo simples fato de ser pobre.

As emoções histéricas não se revelam apenas nas redes sociais, mas no ambiente econômico, escolar, profissional, de gênero, entre outros. Os mais afligidos com esse “show de insensatez” são os pobres desempregados do campo e das cidades, os imigrantes/migrantes e os favelados, que são ofendidos no seu direito de habitar e de ir e vir.

É fácil justificar a ira contra os pobres, porque já estão submetidos à falta de educação básica, escassez de oportunidades de empregos, a perversa concentração de riqueza e a ausência de investimentos em políticas sociais, que criam condições de vida insuportáveis para milhões brasileiros. Por esse motivo, que eles não têm tempo para os jogos egoístas e delirantes.

A histeria coletiva passa a sensação de que estamos vivendo uma distopia, que significa “lugar infeliz e ruim”, ou seja, o estado imaginário em que se vive sob condições de extrema opressão, desespero e privação. A literatura distópica foi concebida por George Orwell e Aldous Huxley, que nos fornecem “analogias” para fazer a crítica social.

Assim como na ficção distópica e na vida real, o mau comportamento ou a estupidez explodem em histeria coletiva e na violência banalizada, que se aproveitam da necessidade de alívio psíquico e social de grupos e indivíduos.

Entretanto, quando o Estado Democrático de Direito pune esses surtos que agridem a vida das pessoas ou das comunidades, a partir daí os histéricos pedem desculpas. Por isso, que parafraseei o título deste artigo, com o texto Judaico, que diz: “A ira começa com a loucura e acaba com arrependimento”.

Jackson César Buonocore é sociólogo e psicanalista

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Imagem de capa:  freeillustrated por Pixabay

Um marido estressa 10 vezes mais do que 3 três filhos juntos

Um marido estressa 10 vezes mais do que 3 três filhos juntos

Por isso, não é estranho que uma pesquisa publicada no HOJE Moms, realizada nos Estados Unidos com mais de 7.000 mães, comprovou que os esposos geravam 10 vezes mais estresse do que os filhos. E 46% das mulheres estudadas afirmaram que seus maridos contribuíam mais que seus filhos para aumentar o estresse que sentiam.

As expectativas não cumpridas das mães

Algumas das mulheres pesquisadas chegaram a afirmar que seus esposos lhes davam “mais trabalho” do que seus filhos. Outras assinalaram que os filhos não lhes provocavam tantas dores de cabeça, mas as atitudes infantis de seus parceiros lhes incomodavam muito.

Por outro lado, algumas também se queixaram de que seus maridos não lhes ajudavam o suficiente com as tarefas de casa. E as contínuas tarefas não lhes deixavam nenhum tempo livre. Houve também quem pontuou que o casamento em si é estressante devido ao esforço de cada dia para cumprir as obrigações da casa.

Certamente nem todas têm a sorte de ter um parceiro compreensivo que divide as tarefas da casa e da educação dos filhos. No entanto, é provável que estes estudos também influíssem nas expectativas das mulheres pesquisadas. Por exemplo, elas podiam esperar que uma criança tivesse um acesso de raiva, uma birra passageira e já estariam preparadas para lidar com isso, mas não esperavam que um adulto se comportasse com uma criança. “Podemos esperar que uma criança não entenda certas coisas, mas esperamos compreensão e paciência de nosso marido”.

E o estudo conclui: Quando a pessoa, que pode ser o homem ou a mulher, não cumpre com a expectativa do outro, não somente nos desiludimos mas também ficamos frustrados. Essas sensações negativas aumentam o estresse cotidiano e podem ser a gota d’água que transborda o vaso.

Muitos pais acreditam que já fazem o suficiente e exigem mais reconhecimento

Curiosamente, em outra pesquisa realizada pelos mesmos pesquisadores com 1.500 pais, a metade deles reconheceu que partilhavam o cuidado com os filhos com suas esposas. O estranho foi constatar que das 2.700 mães pesquisadas, 75% afirmaram que cuidavam sozinhas de todos eles.

Muitos pais também se confessaram magoados porque achavam que desempenhavam um papel secundário na família. Dois terços dos pais disseram que gostariam que seu esforço e o seu trabalho fossem reconhecidos de vez em quando, ao menos com palavras de incentivo.

Este estudo revela que existe um problema de comunicação e expectativas em muitos lares. Alguns pais acreditam que fazem o suficiente e que não são reconhecidos, enquanto as mães acham que eles não fazem o suficiente.

De quem é a culpa?

Deixando de lado os casos em que um dos pais realmente não se envolve o suficiente na criação dos filhos, o certo é que a paternidade é estressante e muitas vezes é mais fácil colocar a responsabilidade do nosso mau humor ou a nossa incapacidade para administrar a agenda cotidiana de outro adulto.

Manter um relacionamento de casal também requer uma boa dose de trabalho e, com frequência, as mulheres exigem muito de si mesmas, ao acumular as tarefas de ser mães, esposas, filhas e amigas perfeitas. Essa tensão em satisfazer a todos termina passando da conta.

Mas, é muito importante procurar a causa dessa insatisfação, porque, finalmente, afeta o relacionamento. Na verdade, os estudos concluíram que um casamento estressante, em que existam conflitos, é tão ruim para a saúde do coração como o fumo e aumenta as probabilidades de sofrer uma doença cardiovascular, tanto no homem quanto na mulher. Um estudo recente em 300 mulheres suecas descobriu que o risco de sofrer um enfarto se multiplica por três quando vivem conflitos no matrimônio.

Qual a solução?

Nove em cada dez casais reconhecem que sua relação piora com o nascimento do primeiro filho. Em qualquer caso, para evitar que um se sobrecarregue de tarefas e termine muito estressado, é importante que a comunicação flua em todos os momentos e em ambas as direções.

Portanto, se você é papai ou mamãe:
Peça à sua esposa ou ao seu esposo o que necessita, quando necessita e explique por que necessita. Não espere que ele ou ela leiam pensamentos.

Nem tente assumir todas as tarefas, você não tem de provar nada a ninguém. Demonstre amor a seus filhos todos os dias, isso já basta.

Fale com seu parceiro sobre seus medos, inseguranças e insatisfações. Isso os tornará mais seguros e confiantes. Deixe claro o que espera de seu parceiro ou parceira, sem recriminações.

Publicado originalmente em The Huffington Post – Tradução e adaptação: Portal Raízes

Fontes Pesquisadas:

Liu, H. & Waite, L. (2015) Bad Marriage, Broken Heart? Age and Gender Differences in the Link between Marital Quality and Cardiovascular Risks among Older Adults. J Health Soc Behav; 55(44): 403-423.

Doss, B. D. et. Al. (2009) The Effect of the Transition to Parenthood on Relationship Quality: An Eight-Year Prospective Study. J Pers Soc Psychol; 96(3): 601–619.

Barnet, R. C. et. Al. (2005) Marital-role quality and stress-related psychobiological indicators. Annals of Behavioral Medicine; 30(1): 36–43.

Orth, K. et. Al. (2000) Marital Stress Worsens Prognosis in Women With Coronary Heart DiseaseThe Stockholm Female Coronary Risk Study. The Journal of the American Medical Association; 284(23): 3008-3014.

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Imagem de capa: Photo by Rene Asmussen from Pexels

Chega de romantizar a pessoa que você precisa esquecer

Chega de romantizar a pessoa que você precisa esquecer

Parece mentira, mas também costumamos relutar em nos desprender daquilo a que nos apegamos sem que nos traga nada de bom, sem que nos faça bem, sem que haja utilidade alguma. Mantemos junto objetos inúteis e pessoas tóxicas, prolongando sofrimento, espaços lotados, impedindo, assim, que o novo e o melhor cheguem até as nossas vidas.

Nosso guarda-roupa é cheio de peças que sabemos serem ultrapassadas, que não serão mais usadas. Nossos armários guardam louças, enfeites, quadros e outros objetos que certamente não terão alguma serventia nunca mais. Caixas se acumulam com papéis, boletos, receitas, santinhos, dentre inúmeras papeladas que não servem para nada, além de juntar traça.

De forma semelhante, agimos em relação às pessoas. Insistimos, muitas vezes, em amizades duvidosas, em familiares que não retornam nada, em amores que nem amores são. Só a gente procura, só a gente se doa, só a gente se importa. Só a gente telefona, só a gente manda mensagem, só a gente convida. Pecamos por esquecer a necessidade da reciprocidade em todo e qualquer relacionamento, pois é ela que dignifica as trocas que são obrigatórias.

A gente aceita o primeiro, o segundo, o terceiro erro. Releva falas maldosas, respostas inexistentes, convites que não chegam. Compreende a as ausências, os atrasos, o não olhar nos olhos. Aceita a voz alterada, a violência velada, a agressividade verbal, o assédio moral. E é assim que o outro tem o passe livre para continuar não sendo gente, não se importando, não retornando, não refletindo, não nos enxergando. Porque o outro então tem a certeza de que estaremos a seu dispor, não importa o que ele faça, diga, seja. Seu capacho – nós, no caso – estará sob seus pés.

Para de arranjar desculpas para o que é injustificável. Para de achar que o outro vai mudar, que foi de momento, que ele deve estar passando por problemas, que aquilo não irá se repetir. Vai se repetir, sim, porque você deixou claro que ele sempre receberá o seu perdão. Ter problemas não dá a ninguém o direito de ser babaca, violento e insensível. Enfim, não romantize a pessoa que você precisa esquecer, retirar de sua vida, de sua história. Romantize a si mesmo, ame-se, valorize-se. Deixa o outro provar se tem merecimento para estar junto de você. É assim e ponto.

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Imagem de capa: Photo by Anderson Cavalera from Pexels

6 Lições que a série “Coisa Mais Linda”, situada nos anos 50, tem a nos ensinar em 2019

6 Lições que a série “Coisa Mais Linda”, situada nos anos 50, tem a nos ensinar em 2019

A Netflix estreou mais uma produção brasileira, a série “Coisa mais linda”, que acompanha a trajetória de quatro mulheres de realidades sociais e culturais distintas no Brasil do final dos anos 1950. A trama é de época, mas as situações vividas pelas personagens não estão tão distantes assim da realidade que ainda hoje vivenciamos. Temas como o racismo, o machismo e a violência doméstica, tão discutidos nos dias atuais, são retratados na série com delicadeza e profundidade através das trajetórias das protagonistas Malu, Adélia, Lígia e Theresa. Para além do bom entretenimento, Coisa Mais Linda consegue a proeza de propor discussões atualíssimas e passar uma mensagem contundente ao público de 2019, através de uma trama ambientada em 1959.

1- Nunca é tarde para assumir as rédeas da própria vida (e ser feliz!).

Malu, a protagonista da trama, é uma jovem paulistana de família endinheirada, casada e com filho. O pontapé inicial da série se dá quando ela se muda para o Rio de Janeiro a fim de encontrar o marido, que já está na cidade abrindo caminho para que eles realizem o sonho de abrir um restaurante em Copacabana. Ao chegar lá, no entanto, Malu descobre que o marido fugiu com outra mulher e com todo o seu dinheiro. Em vez de voltar para a casa dos pais, como se esperaria de uma moça “bem nascida” da época, Malu resolve se reerguer, ficar no Rio de Janeiro e assumir o desafio de abrir o restaurante sozinha. E esse é o primeiro passo para uma deliciosa e desafiadora jornada de autoconhecimento que leva Malu a entender que nunca é tarde para assumir as rédeas da própria vida (e ser feliz!).

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2- É preciso se dar conta dos próprios privilégios.

Ao assumir o desafio de realizar o sonho de abrir um restaurante no Rio de Janeiro, mesmo sendo sendo mulher em uma sociedade dominada pelo machismo, Malu conta com o auxílio da batalhadora Adélia, uma moça negra, mãe solteira e moradora de morro. Se estabelece entre elas uma bonita relação de cumplicidade e sororidade. Em dado momento, porém, Malu entende que, por mais que ela e Adélia estejam unidas por um mesmo propósito, as dificuldades que Adélia enfrenta sendo uma mulher negra e pobre são muito diferentes das questões que ela enfrenta sendo uma mulher branca e de família elitizada. Entender os próprios privilégios, afinal, é um fator de extrema importância na construção de um olhar mais empático para as batalhas alheias.

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3- Uma atitude racista pode vir de qualquer um, mesmo de alguém que não se considera racista.

Ao longo dos seis episódios de Coisa Mais Linda, a personagem Adélia passa por inúmeras situações em que sofre na pele o racismo predominante na sociedade da época. Em uma das cenas mais emblemáticas, Adélia é apresentada a Lígia, amiga de infância de Malu, que, num impulso imediato, a trata como serviçal. Lígia, uma das quatro protagonistas da série, é uma personagem positiva, sem nenhum traço de vilania, o que torna a cena ainda mais desconcertante aos olhos de quem vê a série. A mensagem é clara, todos nós estamos sujeitos a cometer uma atitude preconceituosa, mesmo que inconscientemente, e mesmo que não nos consideremos preconceituosos, simplesmente por reproduzir vícios de uma sociedade desde sempre discriminatória.

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4- Uma relação saudável é aquela em que desejos e necessidades de um e de outro são respeitados.

Lígia é apaixonada pelo marido, mas a vida ao lado dele fica cada vez mais difícil à medida que ele insiste em enquadrá-la em um modelo de comportamento que serve ao propósito das suas ambições políticas, e à medida que ele reprime com violência o desejo dela de ser cantora. Relações saudáveis não florescem em terreno de cassação de liberdade, censura de vontades e desrespeito de qualquer forma, e descobrindo isso, Lígia luta com as armas que pode para se manter fiel a si mesma.

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5- Lugar de mulher é onde ela quiser!

Theresa, cunhada de Lígia, é uma mulher à frente do seu tempo. De natureza contestadora e libertária, ela assume a tarefa difícil de trabalhar na redação de uma revista feminina dominada por jornalistas homens, que assinam as matérias com nome feminino. Isso em uma época em que as mulheres, num geral, passavam bem longe do mercado de trabalho e assumiam unicamente o posto de “rainhas do lar”. Em um ambiente exalando masculinidade tóxica, Theresa enfrenta com habilidade os desafios que lhe são impostos, sem nunca deixar de defender as suas ideias. Lugar de mulher, afinal, é onde ela quiser!

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6- A vida é bem melhor com amigos.

Muitas são as dificuldades que enfrentamos todos os dias. Mas os nossos problemas não precisam definir toda a nossa jornada. Para viver bem, é preciso respirar. Rir de uma piada boba até perder o fôlego, abandonar o trabalho mais cedo e ir à praia, trocar experiências. São situações cotidianas que fazem parte de toda boa e sincera amizade. Como Malu, Theresa, Lígia e Adélia descobrem ao longo da sua jornada coletiva, a vida é bem melhor com amigos!

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Keanu Reeves viaja de ônibus com estranhos após um pouso de emergência. Ele encantou a todos com seu charme

Keanu Reeves viaja de ônibus com estranhos após um pouso de emergência. Ele encantou a todos com seu charme

Há poucas coisas em nível mundial que todos concordamos, mas uma delas é que Keanu Reeves é de longe a melhor celebridade que existe neste planeta. Nossa sociedade seria muito melhor se seguíssemos seu exemplo de vida em vez de outras celebridades, não pensam o mesmo?

Ele recentemente lembrou-nos como ele gentil quando parou para tirar uma boa selfie com uma fã e agora nos lembra novamente devido a um pouso de emergência.

Keanu viaja de São Francisco para a Califórnia em um voo comercial quando o avião apresentou problemas técnicos e teve que fazer um pouso de emergência em Bakersfield.

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Twitter @chessyjedi

“Quando seu voo de São Francisco quase caiu e você tem que fazer um pouso de emergência em um aeroporto remoto, mas pelo menos Keanu Reeves está tendo um dia tão ruim quanto você.”

O aeroporto onde eles desembarcaram estava fechado, então eles tiveram que esperar por um ônibus para levá-los ao seu destino final. Keanu poderia ter saído sozinho e contratado um transporte privado, mas decidiu viajar junto com os passageiros.

E não só isso, mas enquanto esperavam pelo transporte, Keanu se dedicou a informar o resto dos passageiros sobre suas opções de esperar ou não pela bagagem, organizando a viagem de ônibus. A cada momento da viagem, Keanu era como qualquer outro passageiro ocioso, com a humildade que sempre o caracterizou.

E não apenas isso, mas depois de organizar todas as coisas e fazer com que todos entrassem no ônibus para uma viagem de duas horas até a Califórnia, Keanu decidiu entreter seus parceiros de voo.

Então ele pegou o celular e começou a informar o resto dos passageiros sobre os dados da cidade em que estavam presos. Ele também deu uma de DJ e colocou músicas de bandas da região.

Obrigado a todas as pessoas que decidiram gravar o momento para compartilhar em suas histórias do Instagram e, assim, permitir que todos apreciem este momento maravilhoso.

Aqui você pode ver Keanu sendo a pessoa maravilhosa que é na frente de todos, independentemente de sua origem ou fama:

Traduzido e adaptado por A Soma de Todos os Afetos, do site UPSOCL

Câmara aprova divórcio imediato em casos de violência doméstica

Câmara aprova divórcio imediato em casos de violência doméstica

A Câmara dos Deputados aprovou no último dia 27-03-2019 um projeto de lei que permite à vítima de violência doméstica solicitar ao juiz a decretação imediata do divórcio ou do rompimento da união estável. A matéria segue para apreciação do Senado. O texto aprovado prevê a necessidade de a vítima ser informada sobre o direito de pedir imediatamente o divórcio e a possibilidade de o juizado decidir sobre esse divórcio sem tratar da partilha de bens, que poderá ser feita posteriormente.

A relatora do texto aprovado, deputada Erika Kokay (PT-DF), destacou que atualmente a lei já permite o divórcio ou a dissolução da união estável em qualquer hipótese, sem a necessidade de que a vítima comprove violência doméstica para que o vínculo seja rompido. “Mesmo assim, o projeto tem grandes méritos. O primeiro é chamar atenção para o fato de que, entre as vítimas de violência doméstica e familiar, ainda há grande desinformação sobre a possibilidade de ajuizamento imediato da ação de divórcio, sendo útil colocar na lei a necessidade de orientar as vítimas sobre essa alternativa”, afirmou a deputada.

Com informações de Uol

Moçambique: bombeiros de Brumadinho embarcam para ajudar as famílias vítimas do ciclone Idai

Moçambique: bombeiros de Brumadinho embarcam para ajudar as famílias vítimas do ciclone Idai

O corpo de bombeiros de Minas Gerais confirmou que uma parte dos bombeiros experientes que trabalharam nos resgates de Brumadinho viajarão para prestar ajuda a população de Moçambique que foi atingida pelo ciclone Idai.

Os bombeiros embarcam nos próximos dias, mas a data ainda não foi confirmada.

O ciclone, que passou por três países no continente africano, deixou pessoas desabrigadas, sem acesso a água e alimentação. Em menos de 12 dias desde da passagem, já foram registradas mais de 700 mortes. A ONU até pediu um financiamento para ajudar os países atingidos.

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Imagem de capa: reprodução/Adriano Machado/Reuters
Com informações de Pais e Filhos

Luxemburgo está prestes a ser o primeiro país no mundo a oferecer transporte público gratuito a sua população

Luxemburgo está prestes a ser o primeiro país no mundo a oferecer transporte público gratuito a sua população

Já imaginou não ter que se preocupar com as tarifas de transporte público para ir ao trabalho todos os dias, ou para viajar de uma cidade a outra? Pois isso está perto de se tornar realidade para as pessoas que vivem em Luxemburgo, pequeno país da Europa Ocidental. A suspensão das tarifas de trens, bondes e ônibus está nos planos do governo de coligação liderado por Xavier Bettel, que planeja até 2020 tornar Luxemburgo o primeiro país do mundo a oferecer transporte público gratuito a toda a sua população.

A medida tem como objetivo atender a uma necessidade do meio ambiente e aliviar um dos piores congestionamentos do mundo. Luxemburgo, que faz fronteira com Bélgica, França e Alemanha, tem mais uma população de pouco mais de meio milhão de pessoas. Todos os dias, cerca de 400.000 passageiros viajam de Luxemburgo para trabalhar em países vizinhos.

Em 2018, o país europeu já começou a oferecer transporte gratuito para crianças e adolescentes com menos de 20 anos. Alunos do Ensino Médio também puderam andar de ônibus gratuitamente entre a escola e a casa. Luxemburgo tem atualmente o maior número de carros para a sua população na União Europeia.

De acordo com o The Guardian, uma decisão ainda precisa ser tomada sobre o que fazer com os compartimentos de primeira e segunda classe nos trens. Os passageiros agora pagam 2 euros por até duas horas de viagem, o que cobre quase todas as viagens no pequeno país. A coalizão governista disse que planeja reformar as isenções fiscais para passageiros, um benefício que está disponível com base na distância percorrida. A partir de 2020, todos os ingressos serão abolidos para economizar na cobrança de tarifas e no policiamento das compras de ingressos.

*Traduzido de: ArchDaily

Imagem de capa: Luxembourg Tram. Image via Creative Commons

Mulher doa seu útero para uma estranha. Ela não podia ter filhos e queria que alguém tivesse a oportunidade

Mulher doa seu útero para uma estranha. Ela não podia ter filhos e queria que alguém tivesse a oportunidade

April Lane, 39, sofreu por vários anos de infertilidade no processo de se tornar mãe de cinco filhos, todos com menos de sete anos. No final do ano passado, Lane tomou uma decisão incomum: decidiu doar seu útero para que outra mulher tivesse a oportunidade de conceber um bebê e carregá-lo em seu ventre.

“Deixando de lado a questão da infertilidade, e os efeitos físicos, social e emocionalmente afetam muito. Se eu puder ajudar uma pessoa a não sofrer isso, eu o farei”, disse ele ao Good Morning America.

Lane mora nos subúrbios de Boston, nos Estados Unidos, e trabalha em uma empresa de biotecnologia. Ela adotou seu filho mais velho com seu marido Brian quando eles a diagnosticaram com um tipo de infertilidade “inexplicável”, o que é muito comum entre casais com esses problemas.

Durante quatro anos, ela tentou engravidar por meio de fertilização in vitro e logo após sua primeira adoção, Lane ficou grávida de seu segundo filho, um menino 13 meses mais novo do que seu irmão mais velho. E assim, em seu décimo ciclo, ela ficou grávida de gêmeos e um ano depois de outra garota.

Entre todo o processo, Lane dedicou-se a ajudar a direcionar grupos de apoio à infertilidade e abriu uma bolsa de estudos para ajudar as mulheres a pagar pelos tratamentos de infertilidade. Foi graças a isso que ele aprendeu sobre o transplante de útero realizado em ensaios clínicos na faculdade de medicina da Baylor University, em Dallas.

“Eu e meu marido sentimos que nosso problema estava resolvido, mas não necessariamente o de outras famílias. Acabei de receber o convite para fazer parte do ensaio clínico que aceitei”, diz ela sobre sua decisão.

Ela se tornou o 15º doadora em Baylor, sendo um dos principais centros de transplantes uterinos do mundo. A operação durou cerca de nove horas e uma vez que o útero foi removido do doador, ele é examinado para garantir que ele possa ser entregue a outra pessoa.

As pessoas não se conhecem até muito mais tarde, quando o transplante já foi finalizado e, claro, caso queiram se conhecer.

“Muitas mulheres se reúnem mais tarde e formam uma ligação muito profunda”, disse a Dra. Liza Johannesson, que operou Lane.

contioutra.com - Mulher doa seu útero para uma estranha. Ela não podia ter filhos e queria que alguém tivesse a oportunidade

Embora para Lane esse processo significasse cinco dias no hospital e dois em um hotel longe de sua casa em Boston, e muita dor, ela não trocaria por nada no mundo. “Como mãe de cinco filhos, às vezes não me divirto muito por causa de tudo que aconteceu, por não poder engravidar. Quando vejo uma barriga de gravidez me sinto mal, mas se posso ajudar uma família, isso me ajuda a me curar ”.

Traduzido e adaptado do site UPSOCL, por A Soma de Todos os Afetos

As pessoas que perdemos nos acompanham de muitas maneiras

As pessoas que perdemos nos acompanham de muitas maneiras

Enfrentar a morte de um ente querido é como navegar por um tempo em um oceano de enormes geleiras solitárias. Pouco a pouco, acordamos, voltando a despertar para a vida, e para perceber que eles estão ali, que nos acompanham de formas intermináveis ​​enquanto dormem em nosso coração.

Daphne Du Maurier disse uma vez em uma de suas histórias que a morte deveria ser como uma despedida em uma estação de trem. Deve permitir-nos ter um intervalo de tempo para nos despedirmos, para nos fundirmos num longo abraço onde não deixamos nada pendente e desejamos uma boa viagem à pessoa querida.

No entanto, todos sabemos que na vida real nem sempre temos essa plataforma ou aquela época de despedidas idílicas. Porque o destino às vezes é cruel e afiado, e gosta de arrancar nossos mais preciosos tesouros do nosso lado: nossos entes queridos. É por isso que enfrentamos a maioria de nossas perdas com uma mistura de raiva, desespero e uma descrença indefinível.

Costuma-se dizer que, depois da morte de alguém muito próximo a eles, em vez de viver, “sobrevivemos”, e apenas enfrentamos a corrente como se fôssemos protagonistas de um estranho resultado na vida. Agora, essa maneira de ver a dor não é das melhores. Somos obrigados a reconstruir nossas vidas, fazer de nossos dias uma bela homenagem àqueles que ainda vivem em nossos corações, àquela pessoa que nos deixou um belo legado, que até hoje nos acompanha de muitas maneiras.

Aqueles que permanecem conosco não merecem a nossa falta

Às vezes, não hesitamos em procurar lembrando aqueles que perdemos. No entanto, eles não estão tão distantes, não estamos separados por um céu ou uma parede espessa que divide o universo dos vivos daqueles que não estão mais lá. Eles habitam um canto precioso do nosso cérebro emocional, fundido no palácio de nossas almas e que metade do nosso coração que dirige cada batida.

O ser humano é composto de memórias, experiências e legados emocionais que moldam o que somos e que, por sua vez, nos inspiram e nos impulsionam a seguir em frente, apesar do fato daqueles que não estão mais conosco. Julian Barnes disse em seu livro “Levels of loss” que, após a morte de sua esposa, ele percebeu muitas coisas. A primeira é que o mundo está dividido entre aqueles que experimentaram a dor da morte de um ente querido e aqueles que não o fizeram.

Este exemplo foi descoberto através de um amigo que, com muito tato, comentou que a vantagem de ter perdido a esposa é que agora ele poderia fazer tudo o que quisesse. Isso deixou Barnes muito mal, porque ele entendia a vida como um lugar compartilhado com sua esposa. De fato, se ele alguma vez fez alguma coisa, ele simplesmente gostou porque mais tarde podia contar isso ao amor de sua vida.

A segunda lição que Julian Barnes aprendeu sobre a morte é que a vida merece ser vivida apesar do vazio sangrento, apesar do vazio do outro lado da cama.

Eles sempre estarão conosco

Agora, não se trata realmente de deixar para trás, mas de reconstruir nosso presente para nos permitir um futuro mais integral, onde memórias e novas experiências formam um todo.

Há um livro muito interessante sobre o assunto, intitulado “o amor nunca morre, como se reconectar e fazer a paz com o falecido”. Nele, o Dr. Jamie Turndorf nos dá uma estratégia muito útil não só para enfrentar o luto, mas para perceber as formas que nos acompanham todos os dias diante nossos entes queridos, os que tiveram que ir por uma força maior.

Conecte-se emocionalmente com a memória para reduzir a dor dia a dia

A estratégia proposta pelo Dr. Turndorf é simples e catártica. É baseado em um diálogo interno adequado, onde podemos fechar possíveis questões pendentes, onde curar feridas e ficar com esse legado emocional que o nosso amado nos deixou.

Estas seriam algumas chaves:

. Evite que sua mente vá aos últimos momentos sozinha, deixe sua memória ser sábia e seletiva e nutra cada dia de momentos felizes, sorrisos, instantes de cumplicidade. Essa alegria de ontem irá motivá-lo no presente.

. Fale interiormente com essa pessoa, diga-lhe que sente falta dela, mas aceite, pouco a pouco, que ela está longe porque compreende que ela está bem, que está feliz. Explique que há dias em que as coisas te custam mais, mas então você ganha força porque se lembra de tudo o que ela lhe ensinou, tudo o que ela lhe ofereceu para fazer de você uma ótima pessoa.

Para concluir, este diálogo interior pode ser de grande ajuda para nós, é como criar cantos privados onde podemos nos curar dia a dia, onde podemos continuar a avançar sabendo que o amor, ao contrário do plano físico, nunca morre. Estamos diante de uma emoção eterna que nos dá consolo e uma luz imperecível. Vamos envolvê-lo, deixe-nos oferecer calor enquanto sorrimos novamente.

Traduzido do site La Mente es Maravillosa

McDonald’s empregará pessoas em situação de rua devolvendo a oportunidade de trabalho formal para muitas pessoas

McDonald’s empregará pessoas em situação de rua devolvendo a oportunidade de trabalho formal para muitas pessoas

Todos nós já ouvimos falar sobre o quanto é difícil para pessoas que se encontram em situação de rua retornarem para o mercado formal de trabalho. Existe a falta de documentação adequada, comprovante de residência além de uma infinidade de outros complicadores.

Entretanto, sempre existem projetos que, mesmo que a princípio pareçam pequenos, tentam reverter esse quadro e enxergam na dificuldade uma oportunidade de criação.

É o que faz a Escola Conquer, uma “startup” que, em 2016 foi desenvolvida no Vale do Silício, nos EUA, mas que atualmente também possui filiais no Brasil nas cidades de Curitiba e São Paulo.

O que é uma Startup?

“Startup é um grupo de pessoas unidas para resolver um problema muito difícil, que buscam encontrar um modelo de negócio que seja escalável e repetível, mesmo em um
ambiente de grande incerteza”
. (fonte)

Como esse trabalho está acontecendo entre a Conquer e o McDonalds?

Sabendo que a Conquer é responsável por formar novos profissionais com habilidades produtivas, capacidade de criar relacionamentos, comunicação, inteligência emocional, resolução de problemas e muitas outras, os professores do “startup” foram convidados pelo McDonald’s a participar do programa ‘Trabalho Novo’, iniciativa social que capacita moradores de rua e pessoas em situação vulnerável. Isso não é incrível?

Durante seis meses os 50 primeiros alunos receberam aulas de protagonismo, inteligência emocional, educação financeira e vendas. A meta de trabalho é formar turmas de 30 participantes por mês.

Na semana passada, foi a formatura da primeira turma do Trabalho Novo e a Conquer publicou um post com a seguinte mensagem:

“Transformar a educação no Brasil é o nosso sonho grande. Já fazemos isso com nossos cursos e treinamentos in company e agora com essa parceria incrível com o McDonald’s. Nós não poderíamos estar mais felizes!”.

 

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Conquer + @mcdonalds_br Fomos convidados pelo McDonalds para participar do programa “Trabalho Novo”, que tem como objetivo capacitar e empregar moradores de rua e pessoas em situação vulnerável! Ao longo de um programa de 6 meses ministrado por nós, com metodologia e professores da Conquer, ensinamos habilidades como: Protagonismo, Inteligência Emocional, Educação Financeira e Vendas. Acabamos de capacitar 50 pessoas e nessa semana rolou a formatura dessa primeira turma! A nossa meta é capacitar 30 participantes por mês. Transformar a educação no Brasil é nosso sonho grande. Já fazemos isso com nossos cursos e treinamentos in company e agora com essa parceria incrível com o Mc. Nós não poderíamos estar mais felizes! #weareconquer #mcdonalds

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E vocês, o que acharam dessa notícia?

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Com informações de Razões para acreditar e Tribuna de Jundiaí

Para todas as pessoas que sofrem de intensidade

Para todas as pessoas que sofrem de intensidade

Durante muito tempo pensei que tinha alguma coisa errada comigo. Que todas as coisas que eu sentia eram exageradas e que não cabiam na vida dos outros. Isso me causou tanta dor que não demorou muito para que eu guardasse qualquer emoção mais intensa, não sendo eu mesmo na frente das pessoas. Um erro gravíssimo contra a minha própria felicidade.

Mas o tempo passa. Aprendi que não dá pra ficar me privando de sentir, mesmo que o meu jeito de sentir seja assim, intenso e pra ontem. Cansei de esperar que alguém assuma o compromisso de corresponder ou pelo menos se interessar pela minha intensidade. Os relacionamentos vão passando e se eu não tomar conta das minhas emoções, cuidando e transbordando elas onde realmente exista disponibilidade, certamente ficarei refém de uma angústia, de um controle mental nada saudável.

Aceitar a minha intensidade é buscar maturidade e clareza sobre os meus melhores sentimentos. É não me chatear mais com frases do tipo “você sumiu”, “saudade, vamos marcar qualquer dia”. Ninguém precisa ter habilidades investigativas para me localizar, para saber como estou. As pessoas estão distantes umas das outras, e por escolha. Assim como também não há necessidade alguma de gastar a beleza da palavra saudade com um convite que não tem a intenção de ser concretizado. A saudade é pra ser conjugada e saciada no mais breve possível.

Vivendo um novo dia por vez, hoje me concentro em reconhecer e compartilhar a minha intensidade sob um olhar diferente. Faço lar nos tantos abraços, sorrisos e encontros que sintonizo. Mas nunca esquecendo de manter o mais importante por perto: a minha liberdade de sentir cada instante bom que me aparece.

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Imagem de capa: Photo by rawpixel.com from Pexels

Morre jornalista Rafael Henzel, um dos únicos sobreviventes da tragédia com avião da Chapecoense

Morre jornalista Rafael Henzel, um dos únicos sobreviventes da tragédia com avião da Chapecoense

Nós nunca sabemos quantos dias a mais teremos nessa jornada. Rafael teve 849.

Abaixo, leiam a homenagem publicada hoje pelo site Uol Esportes, sintetizando a jornada de Rafael de forma poética e amorosa.

“Em seu perfil no twitter, o jornalista Rafael Henzel apresentava duas datas de nascimento. A primeira delas, 25 de agosto de 1973, foi quando deixou o ventre da mãe, dona Lídia, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para se aventurar no mundo, no futebol e no jornalismo. A segunda, 29 de novembro de 2016, marca o dia em que o vôo LaMia 2933 caiu em Cerro El Gordo, na Colômbia. Henzel foi um dos seis sobreviventes da tragédia que matou 71 pessoas, entre colegas de profissão, dirigentes, jogadores e funcionários da Chapecoense e tripulantes. Dois nascimentos que ilustram duas vidas. A primeira, até o acidente, como um jornalista apaixonado por futebol e pela Chapecoense, fazendo o o que gostava. A segunda, como um exemplo de superação, viajante pelo mundo e embaixador do clube. Abaixo das duas datas na rede social, Rafael oferecia um contato para palestras nas quais falava sobre o novo valor que enxergava na vida depois de quase tê-la deixado. Nesta terça-feira, 26 de março, a segunda vida de Rafael Henzel teve um inesperado fim. Oficialmente, após 45 anos. Mas sua segunda vida teve 27 meses e 27 dias de vida. Nesse período, fez a narração da histórica estreia da Chapecoense na Libertadores em 2017. Apareceu em jogo da seleção brasileira ao lado de Galvão Bueno. Deu palestras e trabalhou muito. Henzel teve um infarto fulminante durante uma partida de futebol com amigos. Foi levado às pressas ao hospital, mas não resistiu. Se despediu vestindo chuteiras, dentro das quatro linhas, acompanhado da paixão que marcou sua vida, seu renascimento e, agora, sua morte.” (Uol Esporte)

“Nos dois anos e meio após o acidente, Henzel esteve envolvido em diversos projetos sobre a queda do voo. Na semana passada, ele esteve na Europa para participar de dois festivais de cinema, que apresentaram o documentário Nossa Chape. Além disso, também escreveu Viva Como Se Estivesse de Partida, livro sobre a sua relação com a tragédia aérea, que deixou 71 mortos.”, relatou o jornalista Matheus Simoni para o Gaucha ZH

Talvez Rafael tenha vivido uma espécie de “hora extra” na terra, nunca saberemos exatamente. Sabemos, entretanto, que ele teve a oportunidade de resignificar sua existência e seu amor a família.  E, nos parece, esse fez isso com excelência!

Vá em paz, Rafael.

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Imagem de capa Foto : Divulgação/ACF

Conheça a surpreendente história do imigrante congolês que fugiu da guerra, virou ator no Brasil e estará da próxima novela da Rede Globo

Conheça a surpreendente história do imigrante congolês que fugiu da guerra, virou ator no Brasil e estará da próxima novela da Rede Globo

A Rede Globo estreia no dia 02 de abril a sua mais nova novela do horário das seis, “Órfãos da Terra”, escrita pela dupla Duca Rachid e Thelma Guedes. A trama terá como pano de fundo a vinda ao Brasil de muitos refugiados de diversas nacionalidades. Como de praxe em obras do gênero, o enredo da produção envolve paixões arrebatadoras, vilanias e reviravoltas. E, em meio à divulgação massiva de “Órfãos da Terra” nestes últimos dias que antecedem a estréia, ganhou destaque na imprensa uma história que bem poderia render um enredo de novela, mas é vida real. O congolês Blaise Musipere, que na trama das seis interpretará um refugiado haitiano, tem uma história de vida surpreendente e inspiradora, revelada em entrevista concedida à jornalista Flávia Mantovani, da Folha de São Paulo.

Blaise Musipere, de 33 anos, nasceu na República Democrática do Congo. Até os 11 de idade teve uma infância bastante confortável, pois seu pai era militar do exército do ditador que comandava o país na época, Mobutu Sese Seko, que governou por 32 anos. Musipere e toda a sua família. moravam em uma vila militar na capital do Congo, Kinshasa. “A gente tinha uma vida boa… – relata Musipere em áudio da entrevista, divulgado no podcast “Café da Manhã – , meu pai tinha carro, a gente tinha uma casa grande com quatro quartos, a gente tinha brinquedos. Nessa vila militar tinha tudo…”.

Mas em 17 de maio de 1997, quando Musipere acabara de completar 11 anos de idade, ocorreu o primeiro revés da sua história, quando o ditador Mobutu foi deposto pelo rebelde Laurent-Desiré Kabila e foi para o exílio. Com isso, a vila onde Musipere e a família moravam seria atacada a qualquer momento. Naquele dia, o pai de Musipere chegou em casa no meio da madrugada, correndo, e ordenou a todos que deixassem tudo para trás e fugissem imediatamente, caso contrário poderiam ser mortos. O pai levou a esposa e os dez filhos até um caminhão de soldados, que os conduziu a uma casa isolada no meio do mato; e, em seguida, avisou à família que iria sair para se juntar ao batalhão para tentar tomar a cidade de volta. Ele saiu e nunca mais voltou.

Com as novas políticas do ditador Kabila, a família de Musipere perdeu todo o dinheiro que tinha juntado e a mãe e os dez filhos passaram a viver em situação de extrema miséria, sem ter o que comer, em uma casa “sem piso, sem teto, sem nada”. A Mãe de Musipere saía no meio da madrugada para pegar água e furtar mandioca em um plantação vizinha para alimentar os filhos. “À noite, uns bichos tomavam sangue da gente. A gente ficava muito fraco”, relata Musipere.

A família foi ajudada por um padre de um monastério. Mas, ainda assim, foi um período bastante conturbado. O Congo passou por diversas guerras desde então, sempre alterando a rotina e colocando a todos sob estado alerta. Musipere relata que, nos dias mais violentos, evitava sair de casa, para não ser levado à força até o front. Como consequência mais grave dos conflitos no país, dois dos irmãos de Musipere foram mortos por uma bomba.

E, no ano de 2007, cansado da vida difícil que levava no Congo, Musipere tentou uma bolsa de estudos para estudar português no Brasil e foi aprovado. Com a ajuda de vizinhos, conseguiu o dinheiro da passagem. Ele relata que, mesmo que as pessoas vivessem em situação de muita pobreza na África, muita gente o ajudou. E então Musipere veio para Curitiba e foi morar com conterrâneos. O ator conta que, do nosso país, conhecia apenas o futebol. No Brasil, foi morar com conterrâneos, e conta que estranhou quando foi chamado para almoçar. “No Congo a gente só comia uma ou duas vezes por dia. Comia quando tinha.”.

Mas, apesar de experimentar no Brasil a paz que no Congo não existia, devido às inúmeras guerras que assolam o país, Musipere não encontrou vida fácil por aqui. Enfrentou problemas com o idioma, com a falta de emprego e a saudade da família. Reprovado no curso de português, foi trabalhar lavando louças em um restaurante, a R$25,00 por diária; e também em uma empresa de telecomunicação; sempre enviando para a família o que conseguia juntar de dinheiro.

Sem perspectivas, Musipere decidiu fazer um curso de modelo e, posteriormente, um curso de interpretação para TV, na tentativa de aprender mais facilmente o idioma do país. E foi aí que a trajetória do imigrante congolês no Brasil ganhou novos contornos. Em 2013 ele chamou a atenção do diretor Alexandre Moretzohn e foi convidado a integrar o elenco da novela Malhação, da Rede Globo, em que interpretou o haitiano Frédéric.

Porém, uma vez mais, a história de Musipere sofreu um revés. As economias que ele juntou durante o período em que esteve em maior evidência na mídia, por conta de sua participação na novela, ele enviou para o irmão que ficou no Congo, que tinha lhe relatado ter o sonho de cursar Medicina na Austrália. Mas a pessoa que prometeu a bolsa de estudos ao irmão de Musipere, lhe aplicou um golpe, sumindo com o dinheiro. Assim, o irmão continuou no Congo, e Musipere, sem as suas economias para pagar um aluguel, passou a dormir em um banco no bairro do Leblon, Rio de Janeiro. Nesse período, o ator conseguiu um emprego para servir mesas em um premiado restaurante da cidade. Ele trabalhava no restaurante durante o dia, e à noite dormia no banco do Leblon.

Em 2017, Musipere fez uma participação na novela Novo Mundo, da Rede Globo, e, no fim do ano passado fez um teste para Órfãos da Terra. Para se manter no Rio de Janeiro, chegou a trocar moradia por serviços de pedreiro. E, em novembro, já sem esperanças de seguir na carreira artística, recebeu a notícia de que tinha sido selecionado para a novela.

Apesar de todos os desafios que enfrentou, Blaise Musipere se diz grato por tudo o que passou. Com surpreendente otimismo, ele encara os sofrimentos pelos quais passou como etapas que precisava vencer para chegar onde está.

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*Com informações do jornal Folha de São Paulo.

Imagem de capa: Ricardo Borges/Folhapress

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