13 coisas que as pessoas conscientemente mais atentas fazem de modo diferente

13 coisas que as pessoas conscientemente mais atentas fazem de modo diferente

Por Carolyn Gregoire, via contioutra.com - 13 coisas que as pessoas conscientemente mais atentas fazem de modo diferente

Pode ter começado como uma tendência entre empresas de tecnologia do Vale do Silício, mas a atenção consciente (mindfulness) parece ter chegado para ficar.

2014 já foi descrito como “o ano do viver de maneira mais atenciosa”, e nos últimos meses o esforço para se tornar uma pessoa mais atenta parece ter virado manchete em todas os maiores sites de notícias e publicações impressas. A consciência plena deixou de ser uma atividade reservada ao pessoal new age e agora o público a procura como antídoto ao estresse e ao esgotamento nervoso, à dependência de tecnologia e às distrações digitais, ao senso de falta constante de tempo e de estar constantemente ocupado e sobrecarregado.

Mais e mais pesquisas estão legitimando a prática, demonstrando que ela pode ser uma intervenção extremamente eficaz para uma grande gama de problemas de saúde física e mental.

Mas, deixando os exageros de lado, o que significa realmente ser uma pessoa que pratica a atenção consciente, e o que essas pessoas fazem de diferente no seu dia a dia para viverem de modo mais consciente? O atenção consciente, a prática de cultivar a consciência focada no momento presente, é ao mesmo tempo um hábito diário e um processo de toda uma vida. É algo que é mais comumente praticado e cultivado através da meditação, se bem que ser conscientemente atento não exige necessariamente a prática meditativa.

“É a consciência que decorre de se manter a atenção propositalmente voltada ao momento presente, sem fazer julgamentos”, explicou Jon Kabat-Zinn, fundador da técnica de Redução de Estresse Baseada no Mindfulness (MBSR). “Isso soa simples. Mas, quando começamos a reparar em quanto tempo passamos prestamos atenção, percebemos que durante metade dele nossos pensamentos estão dispersos.”

Veja 13 coisas que as pessoas conscientes fazem diariamente para se manter calmas, centradas e atentas ao momento presente.

Elas fazem caminhadas.

“Em nosso mundo de trabalho excessivo, exaustão e esgotamento, em que passamos 24 horas por dia conectados e sem prestar atenção às coisas que são verdadeiramente importantes em nossas vidas, como podemos buscar nossa criatividade, nossa sabedoria, nossa capacidade de assombro, nosso bem-estar e nossa capacidade de entrar em contato com aquilo que valorizamos verdadeiramente?”, perguntou Arianna Huffington num blog post do HuffPost em 2013.

Sua resposta: solvitur ambulando, que significa “resolve-se caminhando”, em latim. As pessoas conscientes sabem que fazer uma caminhada pode ser uma ótima maneira de acalmar a mente, enxergar as coisas sob perspectiva nova e facilitar a consciência maior.

Caminhar por áreas verdes pode mergulhar o cérebro em estado meditativo, segundo um estudo britânico de 2013. Descobriu-se que o ato de caminhar ao ar livre, numa paisagem tranquila, desencadeia a “atenção involuntária” – ou seja, prende nossa atenção ao mesmo tempo em que permite a reflexão.

Convertem tarefas diárias em momentos de atenção consciente.

A atenção consciente não é alguma coisa que você treina numa sessão de meditação matinal de dez minutos e nada mais. Ela pode ser incorporada ao nosso dia a dia. Basta prestar um pouco mais atenção às suas atividades diárias enquanto você as pratica.
Como explica o aplicativo de meditação Headspace:

“A atenção consciente fica realmente interessante quando começamos a integrá-la ao nosso cotidiano. Lembre que ‘atenção consciente’ significa estar presente no aqui e agora. Se você puder praticá-la sentado numa cadeira, por que não quando estiver fazendo compras, tomando uma xícara de chá, comendo sua refeição, segurando seu filho no colo, trabalhando ao computador ou batendo papo com um amigo? Todas essas são oportunidades de aplicar a atenção consciente, de ficar consciente.”

Elas são criativas.

A atenção consciente e a criatividade andam de mãos dadas. A prática da atenção consciente reforça o pensamento e trabalho criativo, que pode te fazer mergulhar num estado de consciência intensa.

Muitos grandes artistas, pensadores, escritores e outros profissionais criativos – desde David Lynch até Mario Batali e Sandra Oh – dizem que a meditação os ajuda a acessar seu estado mental mais criativo. Em seu livro Catching The Big Fish: Meditation, Consciousness and Creativity, Lynch compara as ideias à prática da pescaria: “Se você quer pescar um peixe pequeno, fica na água rasa. Mas se quer pescar os peixes grandes, precisa ir para as águas mais fundas.”

Se você quer ganhar mais atenção consciente, mas tem dificuldade com a prática da meditação silenciosa, experimente fazer a sua atividade criativa favorita, quer seja assar pão, rabiscar desenhos ou cantar no chuveiro, e veja como seus pensamentos se aquietam quando você mergulha no estado de fluxo.

Elas prestam atenção à respiração.

A respiração é um barômetro de nosso estado físico e mental total – e é também o alicerce da atenção consciente. Como bem sabem as pessoas conscientes, acalmar a respiração é a chave para acalmar a mente.

Em Shambhala Sun, o mestre de meditação Thich Nhat Hahn descreve a prática mais fundamental e eficaz para a atenção consciente, a respiração consciente:

“O objeto de sua atenção consciente é sua respiração, quando você simplesmente volta a sua atenção a ela. ‘Inspirando, esta é minha inspiração.’ ‘Expirando, esta é minha expiração.’ Quando você faz isso, o discurso mental cessa. Você para de pensar. E não é necessário nem se esforçar muito para isso. Esse é o milagre da prática. Você não pensa mais no passado. Não pensa no futuro. Não pensa em seus projetos, porque está voltando sua atenção presente a sua respiração.”

Elas fazem uma coisa de cada vez.

Praticar o “multitasking”, ou realizar várias tarefas ao mesmo tempo, é o inimigo da atenção focada. Muitos de nós passamos nossos dias num estado de atenção dividida e “multitasking” quase constante, e isso nos impede de verdadeiramente viver no presente. Estudos constataram que, quando as pessoas são interrompidas e têm sua atenção dividida, levam 50% mais tempo para cumprir uma tarefa e têm 50% mais chances de cometer erros.

“Em vez de dividir nossa atenção, é muito mais eficaz fazer intervalos frequentes entre períodos de atenção sustentada sobre uma só coisa”, escreve Sharon Salzberg, autora de Real Happiness at Work, num blog do Huffington Post. “Desmentindo o mito do ‘multitasking’, nos tornamos melhores naquilo que fazemos e aumentamos as chances de conseguir lembrar os detalhes do trabalho que fizemos no passado.”

Salzberg sugere que o modo consciente de agir é focar completamente sobre uma só tarefa por um dado período de tempo e então fazer um pequeno intervalo antes de continuar ou de passar para outra tarefa.

 

Elas NÃO ficam checando seus telefones a toda hora.

As pessoas que praticam a atenção consciente têm um relacionamento saudável com seus smartphones e outros aparelhos: elas definem e respeitam parâmetros específicos para seu uso. Podem, por exemplo, fazer questão de nunca iniciar ou concluir o dia olhando seus e-mails. Podem até optar por deixar o smartphone num cômodo separado quando vão dormir. Podem optar por desligar o aparelho aos sábados ou quando saem de férias.

O mais importante, porém, é que elas deixam o telefone em outro lugar quando estão passando tempo com seus entes queridos. Um subproduto lamentável da dependência da tecnologia e do excesso de tempo passado diante de telas é que isso nos impede de fazer conexões verdadeiras com outras pessoas. Pat Christen, CEO da HopeLab, descreveu seu momento descoberta pessoal: “Alguns anos atrás, percebi que eu tinha deixado de olhar meus filhos nos olhos. Isso me deixou chocada.”

As pessoas que interagem conscientemente com outras afastam seus olhos das telas e olham nos olhos da pessoa com quem estão interagindo. Desse modo, desenvolvem e mantêm vínculos mais fortes em todos seus relacionamentos.contioutra.com - 13 coisas que as pessoas conscientemente mais atentas fazem de modo diferente

Elas procuram experiências novas.

A abertura à experiência é um subproduto da vida vivida com atenção consciente: as pessoas que priorizam a atenção presente e a paz de espírito tendem a absorver e desfrutar momentos de assombro e alegria simples. As novas experiências, por sua vez, podem nos ajudar a ganhar mais atenção consciente.

“As aventuras podem nos ensinar naturalmente a estar aqui agora. Realmente, realmente aqui”, escreve a aventureira Renee Sharp na Mindful Magazine. “A aguçar nossos sentidos. Abraçar nossas emoções, tanto as agradáveis quanto as difíceis. Dar um passo no desconhecido. Encontrar o ponto de equilíbrio entre apegar-se e soltar. E aprender a sorrir, mesmo quando o medo nos está revolvendo por dentro.”

Elas saem para a natureza.

Passar tempo na natureza é uma das maneiras mais poderosas de nos darmos um “reboot” mental e recuperarmos uma sensação de paz. Pesquisas constataram que passar tempo ao ar livre pode aliviar o estresse, além de melhorar os níveis de energia,memória e atenção.

“Precisamos do tônico do mundo silvestre”, escreveu Thoreau em Walden. “Ao mesmo tempo em que ansiamos explorar e aprender todas as coisas, queremos que todas as coisas sejam misteriosas e inexploráveis, que a terra e o mar sejam indefinidamente selvagens, não cartografados e insondadas por nós, por serem insondáveis. Nunca poderemos nos fartar da natureza.”

Eles realmente sentem o que estão sentindo.

Praticar a atenção consciente não quer dizer viver feliz o tempo todo. Significa aceitar o momento em que estamos e sentir o que sentimos, sem tentar resistir ao sentimento ou controlá-lo.

A preocupação excessiva com a felicidade pode até ser contraproducente, levando a uma atitude pouco sadia em relação às emoções e experiências negativas. As pessoas conscientes não tentam evitar emoções negativas ou sempre olhar para o lado positivo das coisas. Em vez disso, aceitar as emoções tanto positivas quanto negativas e deixar que os sentimentos diferentes coexistam é um elemento chave para a pessoa se manter equilibrada e lidar com os desafios da vida de maneira consciente.

A meditação, a prática fundamental da atenção consciente, já provou ser uma intervenção altamente eficiente para as pessoas administrarem seus desafios emocionais, incluindo a ansiedade, a depressão e o estresse. Um estudo de 2013 também descobriu que as pessoas que praticam a atenção consciente gozam de estabilidade emocional maior e melhor qualidade de sono.

Como disse Madre Teresa: “Seja feliz no momento. Isso é o bastante. Cada momento é tudo o que precisamos, e não mais.”

Elas meditam.

Você pode praticar a atenção consciente sem meditar, mas todas as pesquisas e todos os especialistas nos dizem que a meditação é a maneira mais certeira de ganhar atenção consciente. A prática regular da meditação ajuda a reduzir o estresse, melhorar a função cognitiva e incrementar o bem-estar. Pesquisas constataram que a meditação de atenção consciente pode até modificar a expressão dos genes, reduzindo a resposta inflamatória do corpo.

Além das muitas pesquisas sobre os benefícios físicos e mentais da meditação, os depoimentos de incontáveis praticantes dela atestam o fato de que a prática constante pode ajudar você a ficar desperto e presente em sua própria vida.

“É quase como um reboot de cérebro e alma”, disso ao New York Times em 2012 o executivo chefe de tecnologia da Cisco, Padmasree Warrior, sobre reservar tempo para se desplugar e meditar. “Isso me deixa muito mais calmo quando estou respondendo a e-mails, mais tarde.”

 

Elas têm consciência do que põem em seus corpos e mentes.

Com frequência enfiamos comida na boca sem prestar atenção ao que estamos comendo e a quando estamos satisfeitos. As pessoas conscientes criam o hábito de ouvir seu corpo. Elas se nutrem conscientemente com alimentos saudáveis, preparados e consumidos com cuidado. Comer conscientemente significa tomar o tempo necessário para comer, prestar atenção aos sabores e sensações, focar sua atenção totalmente sobre o ato de comer e as decisões relacionadas a ele.

Os praticantes da atenção consciente também prestam atenção à mídia que consomem, tomando cuidado igual para não alimentar sua mente com “junk food”, como televisão em excesso, mídia social demais, games jogados sem atenção e outras calorias psicológicas vazias. (Vale lembrar que o excesso de tempo passado na internet já foi vinculado a menos horas de sono por noite e a um risco aumentado de depressão.)

Elas lembram de não se levar a sério demais.

Arianna Huffington escreveu em Thrive: “Os anjos voam, porque se enxergam com leveza”. Um fator crítico para cultivar uma personalidade consciente é recusar-se a se envolver demais na constante guerra das emoções. Se você puder se lembrar de dar risada e manter-se calmo em meio aos altos e baixos, já terá percorrido um bom caminho para dominar a arte da atenção consciente.

Boa parte das coisas que nos desviam da atenção consciente são internas: ficamos matutando sobre nossos problemas, nos preocupando. Mas as pessoas que conseguem manter um senso de humor em relação aos seus problemas são mais capazes de lidar com eles. Pesquisas da Universidade da Califórnia em Berkeley e da Universidade de Zurique constataram que a capacidade de rir de nós mesmos está associada ao bom astral, personalidade alegre e senso de humor.

O riso também nos insere no momento presente de maneira atenta. O riso alegre e a meditação até têm aparência semelhante no cérebro, segundo um estudo novo da Universidade Loma Linda.

Elas deixam seus pensamentos voar.

Ao mesmo tempo em que a atenção consciente significa focar no momento presente, o devaneio também exerce uma função psicológica importante, e as pessoas conscientes conseguem encontrar um meio-termo feliz entre essas duas maneiras de pensar. É inteligente questionar se devemos sempre viver no momento. As pesquisas mais recentes sobre imaginação e criatividade mostram que, se estivermos sempre presentes no momento, perderemos conexões importantes entre nossos devaneios internos e o mundo externo.

Fantasiar e exercer o pensamento imaginativo podem até nos deixar mais conscientes.Pesquisas descobriram que as pessoas cujos devaneios são mais positivos e específicos também têm escores altos de atenção consciente.

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“DESFAZENDO EQUÍVOCOS”: um texto para quem quer entender o budismo

“DESFAZENDO EQUÍVOCOS”: um texto para quem quer entender o budismo

Pela Reva. Yvonette Gonçalves
Fonte indicada:contioutra.com - "DESFAZENDO EQUÍVOCOS": um texto para quem quer entender o budismo

Se você quer milagres, não procure o budismo. O supremo milagre para o budismo é você lavar seu prato depois de comer.

Se você quer curar seu corpo físico, não procure o budismo. O budismo só cura os males de sua mente: ignorância, cólera e desejos desenfreados.

Se você quiser arranjar emprego ou melhorar sua situação financeira, não procure o budismo. Você se decepcionará, pois ele vai lhe falar sobre desapego em relação aos bens materiais. Não confunda, porém, desapego com renúncia.

Se você quer poderes sobrenaturais, não procure o budismo. Para o budismo, o maior poder sobrenatural é o triunfo sobre o egoísmo.

Se você quer triunfar sobre seus inimigos, não procure o budismo. Para o budismo, o único triunfo que conta é o do homem sobre si mesmo.

Se você quer a vida eterna em um paraíso de delícias, não procure o budismo, pois ele matará seu ego aqui e agora.

Se você quer massagear seu ego com poder, fama, elogios e outras vantagens, não procure o budismo. A casa de Buda não é a casa da inflação dos egos.

Se você quer a proteção divina, não procure o budismo. Ele lhe ensinará que você só pode contar consigo mesmo.

Se você quer um caminho para Deus, não procure o budismo. Ele o lançará no vazio.

Se você quer alguém que perdoe suas falhas, deixando-o livre para errar de novo, não procure o budismo, pois ele lhe ensinará a implacável Lei de Causa e Efeito e a necessidade de uma autocrítica consciente e profunda.

Se você quer respostas cômodas e fáceis para suas indagações existenciais, não procure o budismo. Ele aumentará suas dúvidas.

Se você quer uma crença cega, não procure o budismo. Ele o ensinará a pensar com sua própria cabeça.

Se você é dos que acham que a verdade está nas escrituras, não procure o budismo. Ele lhe dirá que o papel é muito útil para limpar o lixo acumulado no intelecto.

Se você quer saber a verdade sobre os discos voadores ou sobre a civilização de Atlântida, não procure o budismo. Ele só revelará a verdade sobre você mesmo.

Se você quer se comunicar com espíritos, não procure o budismo. Ele só pode ensinar você a se comunicar com seu verdadeiro eu.

Se você quer conhecer suas encarnações passadas, não procure o budismo. Ele só pode lhe mostrar sua miséria presente.

Se você quer conhecer o futuro, não procure o budismo. Ele só vai lhe mandar prestar atenção a seus pés, enquanto você anda.

Se você quer ouvir palavras bonitas, não procure o buddhismo. Ele só tem o silêncio a lhe oferecer.

Se você quer ser sério e austero, não procure o budismo. Ele vai ensiná-lo a brincar e a se divertir.

Se você quer brincar e se divertir, não procure o budismo. Ele o ensinará a ser sério e austero.

Se você quer viver, não procure o budismo, pois ele o ensinará a morrer.

Se você quer morrer, não procure o budismo, pois ele o ensinará a viver.

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Conheça os retratos de cães com expressões humanas

Conheça os retratos de cães com expressões humanas

Ralph Hargarten é o fotógrafo de Hamburgo que está por trás desta nova e intrigante série fotográfica chamada Vida de um Cão.  Nela ele faz retratos de cães com expressões faciais que muitas vezes nos remetem a expressões humanas. Utilizando apenas um fundo preto, cada um dos cães demonstra seu próprio brilho pessoal.

Greta, Fay, Jannis, Clinton e assim por diante. aptarA maioria dos cães têm nomes humanos, então por que não fotografá-los como humanos? Em suas fotos Ralph diz que  tentou captar expressões diferentes, como eu faria com as pessoas.

Estes são os resultados.

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Ralph Hargarten’s website

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10 coisas que você NUNCA deve dizer a quem ama durante uma briga

10 coisas que você NUNCA deve dizer a quem ama durante uma briga

Por Chris Ayres

Nas tentativas de melhorar a comunicação em um relacionamento, as brigas acontecem. E com ela os arrependimentos e desejos de voltar ao tempo e começar de novo. Se o humor não ajudar a evitar um argumento, os desentendimentos escalam.

Não existe um manual sobre “como brigar corretamente” e também não existe uma relação perfeita onde não haja algum tipo de desentendimento, mas há algumas coisas que não devemos dizer no meio de uma briga. Veja uma lista de 10 delas.

1. Eu quero o divórcio

Na hora que os dois estão de cabeça quente, é mais fácil dizer coisas que não têm a intenção de dizer, mas pedir o divórcio é algo que, mesmo se desculpando depois, é difícil de apagar. Isso traz insegurança ao outro.

2. Eu não estou nervoso(a)

Então por que trata o outro com rispidez, bate a porta, fecha a cara, despreza e faz de conta que ele não existe? Negar suas emoções não ajuda em nada. Nós queremos ser aceitos e negar nossas reações com quem amamos não adianta. É melhor tentar se controlar e conversar sobre o que o chateia.

3. Você é exatamente como seu/sua pai/mãe

As chances de você estar dizendo isso não são focadas nas qualidades do pai ou mãe de quem ama, mas nos defeitos. Além de você não estar vendo seu parceiro (a) por quem ele realmente é, esse tipo de afirmação o fará ficar automaticamente na defensiva. Afinal, o que você gostaria que seu filho fizesse se acontecer com ele um dia?

4. Você é (adjetivo depreciativo)

Seja lá o que for, chamar a pessoa de nomes só aumentam as vulnerabilidades negativamente, seja comparando-a com alguém que você conheceu ou reduzindo-a a tão pouco.

5. Veja, as crianças estão chorando

Antes de mais nada, caso vocês tenham filhos, NUNCA brigue em frente às crianças. E jamais use-as para ganhar vantagem numa briga.

6. Você está SEMPRE atrasado(a), NUNCA faz nada certo, etc

Tire os advérbios SEMPRE e NUNCA quando evidenciar conotação negativa. Isso demonstra total falta de confiança ou mesmo esperança que a pessoa sequer tenha a vontade de melhorar. Não generalize.

7. Isso é tudo sua culpa

Muito raramente o que acontece de errado em sua relação será somente culpa de um só. Assuma suas falhas e responsabilidades.

 

8. Você não gosta de mim

O drama já é o bastante. Não diga ao outro o que ele sente. Foque no que você sente, e se o ama, precisa respeitar os sentimentos dele. Fazer-se de vítima tirando a importância do problema e desviando o assunto não resolve.

9. Por que você não age como o(a) esposo(a) de fulana(o)?

Não compare quem você ama a outro homem ou mulher que conhecem. Você já conhecia suas qualidades e defeitos quando se casou. E todo mundo parece perfeito e desejável visto de um ângulo externo. As aparências enganam. Mantenha o problema em casa.

10. Minha mãe me alertou que você faria isso

Trazer outra pessoa para dentro de uma discussão já é complicado o suficiente, ainda mais se for sua mãe. Se você é tão devoto(a) à sua mãe e ela lhe alertou sobre o futuro cônjuge, então por que se casou? Não jogue seu cônjuge contra sua família, declarando que eles não gostam dele ou acharam isso ou aquilo dele. Se seu cônjuge já tinha um sentimento ruim quanto à sogra antes, por exemplo, isso só vai ajudar a piorar.

Agora, se você já disse algo do tipo e não sabe o que fazer, pare agora. Desculpe-se e faça metas de não repetir essas coisas, nem numa briga, nem em nenhuma outra situação, pois nada disso vai ajudar você a salvar seu relacionamento ou fortalecer sua família, muito pelo contrário. 

Precisa de ajuda?

Psicóloga Elisângela Aparecida Siqueira

Terapia Online

Faça contato pelo site e tire suas dúvidas

www.apsicanalistaonline.com.br

                                                                 Imagem de capa: sergiophoto/shutterstock

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8 dicas para ajudar um doente com fibromialgia no dia a dia

8 dicas para ajudar um doente com fibromialgia no dia a dia

Via contioutra.com - 8 dicas para ajudar um doente com fibromialgia no dia a dia

Muitas vezes descrita como a “doença invisível”, um doente com fibromialgia pode parecer bem, mas na realidade sofre com dores musculares e articulares acentuadas, assim como a fadiga constante, dores de cabeça crônicas, ansiedade e depressão. Se vive ou lida diariamente com um doente com fibromialgia, saiba como atenuar o seu sofrimento, proporcionando-lhe uma maior e melhor qualidade de vida.

  1. Informe-se. Uma das melhores formas de apoiar um doente com fibromialgia (ou qualquer outra doença) é informar-se acerca da mesma. Pesquise tudo o que puder sobre a fibromialgia para poder perceber quais os sintomas que afetam e fazem sofrer o doente – tenha a verdadeira consciência acerca daquilo com que está ou vai lidar diariamente. Desta forma, será mais fácil compreender, lidar com e apoiar o doente, assim como fazer o respetivo acompanhamento médico.
  2. Tarefas diárias. As dores corporais e a fadiga incapacitante que caracteriza a fibromialgia são as grandes responsáveis por dificultar o quotidiano de quem sofre desta doença. Uma das formas de ajudar é através do apoio físico, ou seja, a execução de tarefas domésticas que precisam de ser feitas, caso da limpeza da casa; fazer as compras de supermercado; limpar e regar o jardim; fazer o jantar; arrumar a cozinha; lavar, estender e passar roupa a ferro; lavar e aspirar o carro; entre muitas outras tarefas. O doente com fibromialgia vai certamente agradecer.
  3. Saiba comunicar. A fibromialgia é conhecida como a “doença invisível” porque embora o doente aparente estar bem, na realidade pode estar em grande sofrimento. Se vive com ou cuida diariamente de uma pessoa com fibromialgia, é crucial que comunique abertamente com ela – só assim saberá como é que se está a sentir, se quer sair, se precisa de descansar, se necessita que trate de algum assunto por ela. Aprenda a comunicar com um doente com fibromialgia, sabendo o que deve e não deve dizer.
  4. Seja flexível. A fibromialgia é uma doença caracterizada por “crises”, ou seja, uma pessoa que viva com esta doença pode sentir-se muito bem num dia e no dia seguinte não conseguir sair de casa. Esteja preparado para enfrentar e lidar com a imprevisibilidade da doença, uma vez que esta pode pôr em causa rotinas diárias, viagens, fins-de-semana a passear ou outros planos especiais.  
  5. Incentivo para o exercício físico. Quem sofre de fibromialgia pode querer fazer tudo menos praticar exercício físico, no entanto, esta é uma atividade que deve incentivar o doente a fazer. Vários estudos já revelaram que a prática regular de exercício físico de baixa intensidade traz inúmeros benefícios para quem sofre de fibromialgia: diminui a dor e a rigidez, alivia o stress e a ansiedade, melhora os padrões de sono e pode precaver contra a ocorrência de crises constantes. A melhor forma de motivar um doente com fibromialgia a mexer-se é fazer-lhe companhia: deem caminhadas ou passeios de bicicleta juntos; façam meditação; inscrevam-se numa aula de ioga, pilates ou hidroginástica.

6- Tempo de qualidade sozinho. Ser diagnosticado com fibromialgia vai virar do avesso a vida de qualquer pessoa, mas isso não significa que o doente tenha de colocar a sua vida em standby. Parte do tratamento desta doença deve consistir em assegurar que o doente com fibromialgia tenha, diariamente, tempo de qualidade sozinho para se poder dedicar àquelas pequenas coisas como tomar um banho de imersão, ler, ouvir música, pintar ou fazer jardinagem – até para a pessoa não sentir que a doença está a tomar conta da sua vida por completo. Faça o que puder, para que a pessoa consiga este tempo, ou seja, liberte-lhe de alguma tarefa, faça de babysitter durante algumas horas ou um fim-de-semana inteiro, ofereça-lhe um tratamento spa. São pequenas coisas que, no âmbito da fibromialgia, podem fazer uma grande diferença: reduzir os níveis de stress, aumentar os níveis de energia e viver uma vida mais equilibrada.

7-Assegure que o seu quarto seja um refúgio. Se existe alguma coisa da qual um doente com fibromialgia não pode abdicar é de uma boa noite de sono, todas as noites. Dormir bem é fundamental para dissipar a fadiga incapacitante que infelizmente caracteriza a fibromialgia e assegurar que a pessoa acorde com energia para enfrentar um novo dia sem crises. Nesse sentido, se cuida de um doente com fibromialgia, é crucial que o seu quarto seja um refúgio zen: escuro, fresco, tranquilo e sem distrações (televisão, rádio, computador, equipamento de exercício…), o quarto deve ser exclusivamente utilizado para dormir.

8- Grupo de apoio. Não há nada como conversar com alguém que perceba exatamente aquilo que sentimos e pelo qual estamos a passar – isto também se aplica, naturalmente, à fibromialgia. Motive o doente com quem vive ou de quem cuida, a participar num grupo de apoio à fibromialgia que pode ser presencial ou virtual: o importante é que tenha acesso a essa comunidade, onde vai encontrar apoio emocional, dicas úteis e um lugar para desabafar.

Eu tenho uma revelação a fazer: “Talvez você nunca tenha amado”

Eu tenho uma revelação a fazer: “Talvez você nunca tenha amado”

E se eu disser que a maioria das pessoas sofre por amor simplesmente porque não ama.
Há uma grande e fundamental diferença entre o amor e o apego e creio que no mundo ainda sejam raras as pessoas que são realmente capazes de amar.

Abaixo, a monja Jetsunma Tenzin Palmo* fala um pouco sobre o assunto que, em suas palavras, deixam o obvio tão claro e simples de entender.

Ouçam com o coração e reflitam se o que, até hoje vocês chamaram de amor, realmente correspondia a esse sentimento.

Josie Conti

 

Jetsunma Tenzin Palmo nasceu na Inglaterra e foi para a Índia com 20 anos, virou aluna de Khamtrul Rinpoche, viveu 12 anos em retiro numa caverna no Himalaia, tornou-se a segunda mulher ocidental ordenada no budismo tibetano (escola Drukpa Kagyu) e fundou um monastério de monjas, onde é a responsável hoje em dia, além de oferecer palestras e retiros pelo mundo todo. Com uma linguagem simples e um foco na vida cotidiana, sem discursos eruditos, ela é uma grande professora, recomendada por Sua Santidade o Dalai Lama e Alan Wallace.

“Ao cair a máscara de oxigênio…”: um texto para pais

“Ao cair a máscara de oxigênio…”: um texto para pais

Sras e Srs, bom dia.

Meu nome é Amanda, sou uma dos comissárias deste voo.
Em nome dessa companhia aérea, apresento as boas vindas à bordo.
Durante a decolagem, o encosto de sua poltrona deve ser mantido na posição vertical, sua mesa fechada e travada.
Observem os avisos luminosos de afivelar cintos de segurança.
Em caso de despressurização, máscaras cairão automaticamente.
Puxe uma delas, coloque-a sobre o nariz e a boca ajustando o elástico em volta da cabeça e DEPOIS auxilie os outros, caso necessário.
Ou seja,
coloque a máscara de oxigênio

PRIMEIRO EM VOCÊ

Com certeza todos já ouviram esse discurso ao viajarem de avião
Eu sempre que ouvia essa frase pensava
A maioria faria ao contrário, no desespero de ajudar o filho
Tentaria colocar a máscara primeiro nele

E é bem isso que num primeiro impulso faríamos
E deslocando esse conceito para o cotidiano
É o que fazemos constantemente
O tempo todo estamos colocando a máscara de oxigênio primeiro
No filho
No marido
Na casa
No namorado
No trabalho
No supermercado
Na feira
E … bem por ai vai …

Mas pensando de uma maneira mais lógica e menos passional
Se colocarmos a máscara primeiro no filho (ou em qualquer outra coisa )
Quando formos colocar em nós mesmos
Isso se lembrarmos que temos que respirar
É bem provável que estejamos já meio roxinhas e sem ar
E bem…. talvez seja tarde
E, se você depois de roxinha, passar para a cor cinza e apagar totalmente
fica a pergunta:
Quem vai tomar conta da criança ?

Pois é, toda essa analogia sempre me serviu para explicar aos adultos que cuidar de si em primeiro lugar nada tem a ver com egocentrismo.
Ao contrário, essa é ÚNICA possibilidade de manter toda a máquina funcionando.
Pense bem super woman

O que seria dos
Filhos
Marido
Casa
Namorado
Trabalho
Supermercado
Feira
E …. por ai vai ?

Pense … quem cuidaria  de tudo isso ?
Claro, você pode ter uma ótima assistente que te ajuda
Mas ela também necessita da sua orientação
Portanto, NADA, repito NADA funcionaria bem se você ficasse doente

Cuidar de si para manter-se firme e inteira durante as batalha do dia a dia é também sua responsabilidade.
E digo que o cuidado não gira em torno apenas do físico, mas também do mental e do emocional.

Assim não desmarque seu médico
Não desmarque sua massagem
Não desmarque sua academia
Não desmarque seu café de 15 minutos com uma amiga

Lembre-se de respirar e de se manter saudável.

Afinal ….. quem vai tocar tudo isso se você ficar roxinha?

Publicado originalmente  na Revista Virtual Eu Não Anoto Nada
Nota da Conti outra: Mag Montenegro é uma parceria CONTI outra e o texto acima foi publicado com sua autorização.

Mag Montenegro Psicólogacontioutra.com - "Ao cair a máscara de oxigênio...": um texto para pais

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Facebook: Mag Montenegro Psicóloga

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Cidade americana incentiva a construção de casas nos fundos para os avós morarem

Cidade americana incentiva a construção de casas nos fundos para os avós morarem

Via contioutra.com - Cidade americana incentiva a construção de casas nos fundos para os avós morarem

Uma iniciativa recentemente implantada na cidade de Portland, em Oregon nos Estados Unidos, vem chamando atenção e conquistando adeptos. O conceito chamado de “Casa da vovó”, consiste na construção de moradias nos fundos de residências já construídas e vem tendo forte incentivo do governo da cidade americana.

Em diversas cidades do mundo, a construção de unidades residenciais separadas das casas principais são proibidas devido a regulamentações e leis de zoneamento. Contudo, os governantes de Portland perceberam que a prática pode trazer enormes benefícios, tanto para a cidade quanto para os proprietários das casas. Além de oferecer um abrigo para pais e avós que visitam seus filhos e netos na cidade ou mesmo precisam morar mais perto, as construções adjacentes proporcionam vantagens como alugueis temporários para turistas por preços acessíveis fazendo o investimento para a construção retornar a seus proprietários.

O casal Stephanie e Sam Dyer, por exemplo, decidiram construir uma versão menor de sua casa para seus pais ficaram quando forem visitá-los. Quando a casa fica vazia, o casal a aluga para temporadas pelos sites Airbnb e VRBO.

Já Jen Wetland e Bryan Scott, transformaram sua garagem com vagas para dois garros em uma casa de 44.5 m² com um orçamento de US$ 60 mil, já que optaram pelo uso de material reciclado na construção. Para recuperar o investimento e ainda gerar lucro, decidiram viver na casa menor e alugar sua casa com quatro quartos, cujo aluguel é mais do que suficiente para pagar suas despesas.

Segundo o secretário de planejamento urbano do município, Eric Engstrom, a prática tem se tornado cada vez mais popular. “Diante da baixa taxa de imóveis vagos, quando você oferece um, aluga-o em uma hora”, diz o secretário. Além disso, ao construir uma casa no fundo do lote, o valor total do imóvel aumenta.

O engenheiro Jordan Palmeri fez uma análise quanto a sustentabilidade da nova modalidade de moradia adotada pela cidade e as conclusões foram animadoras. Segundo o engenheiro, mesmo com a construção de novas casas, os resíduos gerados pela construção civil são reduzidos. Cerca de 20% dos resíduos encontrados nos lixões são entulhos de demolições e reformas. “Com a construção de uma unidade separada da casa principal o desperdício é evitado”, disse. “São poucas as pessoas que desgostam do projeto. Trata-se de uma pequena ideia maravilhosa.”

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Imagem: Residência de Stephanie e Sam Dyer em Portland

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DA IMPORTÂNCIA DO AGORA

DA IMPORTÂNCIA DO AGORA

Por Nara Rúbia Ribeiro

O pior prisioneiro é aquele que jaz trancafiado no tempo. Aquele que se fecha dentro das grades imaginárias de um passado estancado na memória, e não deixa o presente fluir.

Aquele que morre de medo de ser, de existir, de enfeitar a masmorra de suas emoções com as flores do agora, e alega “flores não tardam: desfalecem”. Ele não se permite a perplexidade, o encantamento, o deslumbramento com as ínfimas, mas grandiosas e infinitas alegrias que o cercam. E, assim, se desvencilha da poesia que o visita a cada fração de segundo.

Há, também, aquele que se faz prisioneiro do futuro e vive na ansiedade de quem adia, dentro de si, o pulsar das emoções. Assim, aquilo que de belo se lhe apresenta na alma, ele o faz abafar, o despreza, o desqualifica, pois ele aguarda um futuro que há de ser ainda mais grandioso e mais perfeito.

A vida é uma sucessão de oportunidades únicas, todas efêmeras, cada qual com sua rara e insubstituível beleza, para adornar o instante de cada um.

Não é possível desfrutar do eterno se ele não se fizer fracionado em instantes.

Então, que os ponteiros do agora indiquem a nossa melhor hora de íntimo mergulho nas turbulências da nossa paz interior; eis a nossa libertação. E não se preocupe: ninguém morre afogado de si. Ninguém.

31 de outubro de 2014.

Abaixo, um vídeo em time lapse sobre o “despertar” de uma borboleta monarca


Neil Bromhall Video

Nara Rúbia Ribeiro: colunista CONTI outra

contioutra.com - DA IMPORTÂNCIA DO AGORA

Escritora, advogada e professora universitária.
Administradora da página oficial do escritor moçambicano Mia Couto.
No Facebook: Escritos de Nara Rúbia Ribeiro
Mia Couto oficial

Contardo Calligaris: ‘Não quero ser feliz. Quero é ter uma vida interessante’

Contardo Calligaris: ‘Não quero ser feliz. Quero é ter uma vida interessante’

Por Dagmar Serpa, via M de mulher

Mais do que buscar permanentemente felicidade máxima, um arrebatamento mágico, deveríamos nos preocupar em tornar interessante nossa vida de todo dia.

É o que defende o doutor em psicologia clínica e psicanalista Contardo Calligaris. Uma rápida olhada em sua biografia mostra que ele não só prega como pratica. Italiano de Milão, depois de mais de duas décadas em conexão direta com o Brasil, já morou também na Inglaterra, Suíça, França e nos Estados Unidos e fez muitas viagens.

Aos 65 anos, atingiu a marca de oito casamentos – desde 2011, está com a atriz Mônica Torres – e teve um filho francês. Além de atender no seu consultório, nos Jardins, em São Paulo, já escreveu mais de dez livros, incluindo dois romances.

Criou até uma série para TV, Psi, no canal a cabo HBO. Diz que, semanalmente, abre mão de “parecer inteligente aos olhos dos pares” e publica toda quinta-feira uma coluna no jornal Folha de S.Paulo. Mais de 100 delas estão no livro Todos os Reis Estão Nus (Três Estrelas). Filmes, fatos, casos de amigos, tudo vira pretexto para traduzir um pouco das teorias da psicanálise, filosofar e provocar reflexão. “Não sou de dourar a pílula”, avisa. Não estranhe, portanto, se sentir um impulso diferente ao terminar de ler esta entrevista.

O que é felicidade hoje?

Não gosto muito da palavra felicidade, para dizer a verdade. Acho que é, inclusive, uma ilusão mercadológica. O que a gente pode estudar são as condições do bem-estar. A sensação de competência no exercício do trabalho, já se sabe, é a maior fonte de bem-estar, mais que a remuneração. Nós temos um ideal de felicidade um pouco ridículo.

Um exemplo é a fala do churrasco. Você pega um táxi domingo ao meio-dia para ir ao escritório e o taxista diz: “Ah, estamos aqui trabalhando, mas legal seria estar num churrasco tomando cerveja”. Talvez você ou o taxista sofram de úlcera, e não haveria prazer em tomar cerveja. Nem em comer picanha.

Mesmo que não vissem problema, pode ser que detestassem as pessoas lá e não se divertissem. Em geral, somos péssimos em matéria de prazer. Por exemplo, estamos sempre lamentando que nossos filhos seriam uma geração hedonista, dedicada a prazeres imediatos, quando, de fato, vivemos numa civilização muito pouco hedonista. Por isso, nos queixamos de excessos e nos permitimos prazeres medíocres ou muito discretos.

Mas continuamos acreditando que ser feliz é ter esses prazeres que não nos permitimos. E agora?

Ligamos felicidade à satisfação de desejos, o que é totalmente antinômico com o próprio funcionamento da nossa cultura, fundada na insatisfação. Nenhum objeto pode nos satisfazer plenamente.

O fato de que você pode desejar muito um homem, uma mulher, um carro, um relógio, uma joia ou uma viagem não tem relevância. No dia em que você tiver aquele homem, aquela mulher, aquele carro, aquele relógio, aquela joia ou aquela viagem, se dará conta de que está na hora de desejar outra coisa. Esse mecanismo sustenta ao mesmo tempo um sistema econômico, o capitalismo moderno, e o nosso desejo, que não se esgota nunca. Então, costumo dizer que não quero ser feliz.. Quero é ter uma vida interessante.

Mas isso inclui os pequenos prazeres?

Inclui pequenos prazeres, mas também grandes dores. Ter uma vida interessante significa viver plenamente. Isso pressupõe poder se desesperar quando se fica sem alguma coisa que é muito importante para você. É preciso sentir plenamente as dores: das perdas, do luto, do fracasso. Eu acho um tremendo desastre esse ideal de felicidade que tenta nos poupar de tudo o que é ruim.

O que adianta garantir uma vida longa se não for para vivê-la de verdade? É isso que temos de nos perguntar?

Quem descreveu isso bem foi (o escritor italiano) Dino Buzatti, no romance O Deserto dos Tártaros. Conta a história de um militar que passa a vida inteira em um posto avançado diante do deserto na expectativa de defender o país contra a invasão dos tártaros, que nunca chegam. Mas tem um lado simpático na ideologia do preparo. É que está subentendida a ideia de que um dia a pessoa viverá uma grande aventura. Mas o que acontece, em geral, é que a preparação é a única coisa a que a gente se autoriza.

Então, pelo menos há um desejo de viver uma aventura?

Mas os sonhos estão pequenos. A noção de felicidade hoje é um emprego seguro, um futuro tranquilo, saúde e, como diz a música dos aniversários, muitos anos de vida. Acho estranho quando vejo alguém de 18 anos que, ao fazer a escolha profissional, leva em conta o mercado de trabalho, as oportunidades, o dinheiro… Isso nem passaria pela cabeça de um jovem dos anos 1960.

A julgar pela quantidade de fotos colocadas nas redes sociais de pessoas sorridentes, elas têm aproveitado a vida e se sentem felizes. Ou, como você aborda em uma crônica, hoje mais importante do que ser é parecer feliz?

O perfil é a sua apresentação para o mundo, o que implica um certo trabalho de falsificação da sua imagem e até autoimagem. Nas redes sociais, a felicidade dá status. Mas esse fenômeno é anterior ao Facebook. Se você olhar as fotografias de família do final do século 19, início do 20, todo mundo colocava a melhor roupa e posava seriíssimo. Ninguém estava lá para mostrar que era feliz. Ao contrário, era um momento solene. É a partir da câmera fotográfica portátil que aparecem as fotos das férias felizes, com todo mundo sempre sorridente.

E a gente olha para elas e pensa: “Eu era feliz e não sabia”.

Não gosto dessa frase porque contém uma cota de lamentação. E acho que a gente nunca deveria lamentar nada, em particular as próprias decisões. Acredito que, no fundo, a gente quase sempre toma a única decisão que poderia tomar naquelas circunstâncias. Então, não vale a pena lamentar o passado. Mas é verdade que existe isso.

As escolhas ao longo da vida geram insegurança e medo. Em relação a isso, você diz que há dois tipos de pessoa: os “maximizadores”, que querem ter certeza antes de que aquela é a opção certa, e a turma do “suficientemente bom”. O segundo grupo sofre menos?

Tem uma coisa interessante no “maximizador”: é como se ele acreditasse que existe o objeto mais adequado de todos, aquele que é perfeito. Mas é claro que não existe.

A busca da perfeição não gera frustração, pois sempre haverá algo que a gente perdeu?

Freud dizia que o único objeto verdadeiramente insubstituível para a gente é o perdido. E não é que foi perdido porque caiu do bolso. Ele fala daquilo que nunca tivemos. Então, faz sentido que nossa relação com o desejo seja esta: imaginamos existir algo que nunca tivemos, mas que teria nos satisfeito totalmente. Só não sabemos o que é.

Como nos livrar desse sentimento?

Temos de tornar cada uma de nossas escolhas interessante. Isso só é possível quando temos simpatia pela vida e pelos outros – o que parece básico, mas não é no mundo de hoje. Não por acaso, o grande espantalho do nosso século é a depressão. A falta de interesse pelo mundo e pelos outros é o que pode nos acontecer de pior.

Complica ainda mais o fato de, como você já abordou, enfrentarmos um dilema eterno: desejamos a estabilidade e também a aventura. Então, entramos em uma relação ou um emprego, mas sofremos porque nos sentimos presos e achamos que estamos deixando de viver grandes aventuras. Isso tem solução?

Não sei se tem solução. A gente vive mesmo eternamente nesse conflito. Agora, como cada um o administra é outra história. Pode-se optar por uma espécie de inércia constante, que será sempre acompanhada da sensação de que você está realmente desperdiçando seu tempo e sua vida, porque toda a aventura está acontecendo lá fora e, a cada instante, você está perdendo os cavalos encilhados que passam e não passarão nunca mais. Viver dessa maneira não é uma das opções. Mas você pode também, em vez disso, permitir se perder.

Permitir se perder no sentido de transformar a vida em uma eterna aventura?

Mas também nesse caso você terá coisas a lamentar. Eu, pessoalmente, fui mais por esse caminho. Mas o preço foi muito alto. Por exemplo, eu não estive presente na morte de nenhum dos meus entes próximos, porque morava em outro país e sempre chegava atrasado, no avião do dia seguinte. Hoje, por sorte, meu filho – que é grande, tem 30 anos – vive perto de mim. Por acaso, ele decidiu vir para o Brasil. Mas não o vi crescer realmente.

Para ser feliz, enfim, o segredo é não buscar a felicidade?

Isso eu acho uma excelente ideia. A felicidade, em si, é realmente uma preocupação desnecessária. Se meu filho dissesse “quero ser feliz”, eu me preocuparia seriamente.

Preferia que dissesse o quê?

Só gostaria que ele me dissesse: “Estou a fim de…” A partir disso, qualquer coisa é válida. O que angustia é ver falta de desejo nas pessoas, em particular nos jovens. Agora, se ele está a fim de algo, mesmo que isso pareça muito distante do campo do possível dentro da vida que leva, eu acho ótimo. 

Escultura inspirada em árvore africana produz água potável para comunidades carentes

Escultura inspirada em árvore africana produz água potável para comunidades carentes

Por Suzana Camargo, via contioutra.com - Escultura inspirada em árvore africana produz água potável para comunidades carentes

Warka é uma frondosa figueira, nativa da Etiópia. Tradicionalmente conhecida como símbolo de fertilidade e generosidade, a árvore também se tornou local de encontro para moradores de muitos vilarejos africanos.

Inspirado pela forma exuberante da Warka, o artista italiano Arturo Vittori criou uma imensa estrutura que produz água através da condensação do vapor. A WarkaWater Tower é feita com hastes de bambu e junco entrelaçadas, que formam a base da torre. No interior, uma malha de plástico de fibras de nylon e polipropileno funciona como microtúneis ou poros para a condensação.

contioutra.com - Escultura inspirada em árvore africana produz água potável para comunidades carentes

A medida que as gotas de água se formam, elas fluem através da malha e se depositam no recipiente na base da torre. A WarkaWater Tower consegue fornecer quase 100 litros de água potável por dia.

contioutra.com - Escultura inspirada em árvore africana produz água potável para comunidades carentes

A ideia de Vittori é que pelo menos duas torres sejam instaladas em vilarejos da Etiópia em 2015. Segundo estudo das Nações Unidas, o país é o que tem a menor disponibilidade de água no mundo e a de pior qualidade.

Geralmente são as mulheres, que caminham longas distâncias e muitas horas, para conseguir água para o consumo da família. Crianças também participam destas viagens diárias – difíceis e perigosas. Muitas vezes a água encontrada é contaminada e insalubre.

O artista italiano acredita que as torres possam ser feitas pelas próprias comunidades, com material disponível localmente, tornando este um projeto sustentável e de longo prazo. A WarkaWater Tower leva em média uma semana para ser construída por um grupo de quatro pessoas.

Que atire a primeira pedra!

Que atire a primeira pedra!

Por Lorenna Mesquita
Foto de capa: Vagner Click

A praça pública de hoje é a internet. É nela que tu te expressas e dizes o que queres. Por vezes, te exaltas. Com sangue nos olhos, escreves o que estava há muito tempo engasgado e trancafiado no mais íntimo do teu ser. Também ofendes aqueles partidários de um pensamento diferente do teu e esqueces que muitos dos ofendidos podem ser teus amigos bem próximos. É fato que muitas dessas ofensas são feitas no tal calor das emoções. Tu falas da forma mais agressiva possível para “vencer” a briga (apesar de que numa briga, creio eu, todos saem perdendo).

Passados alguns dias, com o coração mais tranquilo, chega a hora do arrependimento e da ressaca moral. E mesmo pedindo desculpas aos ofendidos e lamentares o que escreveste, tu não podes mais voltar atrás. Ninguém perdoa. Mesmo que apagues teu post, já não podes fazer nada, porque já deram um print screen e compartilharam tua mensagem no Facebook e no WhatsApp. Tu pensas no maldito momento em que escreveste aquele monte de barbaridade e clicaste em “enviar”. Não dá mais. Enquanto tu te consomes e morres por dentro, a rede está te ofendendo ou rindo de ti e chamando mais gente para engrossar o caldo e acabar contigo.

O que se faz hoje na internet é achincalhar em praça pública uma pessoa. Condená-la e jogá-la aos leões pelo erro que cometeu. Esquecem que todo mundo erra. Todo mundo corre o risco de se exaltar e publicar alguma coisa sem lembrar que o conteúdo dentro desta tela estará exposto a centenas, milhares de pessoas. Eu mesma errei ao combater o ódio com o ódio. Nos últimos dias, excluí amigos que me decepcionaram com um discurso xenofóbico e usei as palavras “nojo” e “escroto” para me referir a eles e ao que escreveram. Eles estavam tomados pela raiva e eu embarquei na mesma energia. Sim, quem fala o que quer tem que se responsabilizar pelos seus atos. E nesse caso específico, Xenofobia é crime.

Mas o que lanço aqui é uma reflexão sobre como temos sido cruéis com quem erra. É muito fácil massacrar alguém publicamente. O que se tem feito na internet é um linchamento virtual. E isso gera uma dor tão grande quanto ou maior do que uma surra física.

Há mais de dois mil anos, um homem muito sábio nos deu uma grande lição. Percebendo a iminência do apedrejamento de uma mulher, ele disse: “Aquele que estiver sem pecado que atire a primeira pedra.” Então antes de atirar, pensa que um dia o apedrejado poderás ser tu.

E antes que atires alguma pedra em mim, te digo: Não sou a Boa Samaritana. Cometo erros como todo mundo. Acredito que estamos aqui para evoluir e cada pequena conquista é um passo nessa caminhada que é longa, bem longa. #menosodio #maisamor

“A vida é apenas isto: um encadeamento de acasos bons e maus, encadeamento sem lógica, nem razão; é preciso a gente olhá-la de frente com coragem e pensar, mas sem desfalecimentos, que a nossa hora há-de vir, que a gente há-de ter um dia em que há-de poder dormir, e não ouvir, não ver, não compreender nada.” Florbela Espanca

Comovente: a carta de despedida da iraniana que foi enforcada

Comovente: a carta  de despedida  da iraniana  que foi enforcada

Reyhaneh Jabbari, detida desde 2007, quando tinha 19 anos, foi enforcada no sábado, acusada de ter matado o homem que a tentara violar. A sua confissão fora obtida sob ameaças e tortura e as organizações de direitos humanos mobilizaram-se, sem êxito, para que tivesse um julgamento justo. A carta que o Observador revela hoje (traduzida da sua versão em inglês) foi escrita em abril e entregue a militantes pacifistas, mas só agora foi revelada.

Nela dirige-se à sua mãe, Sholeh Pakravan, que tinha pedido aos juízes para ser enforcada em vez da sua filha. Na última semana antes do enforcamento, Sholeh só pode ver a filha durante uma hora, acabando por saber da execução com apenas algumas horas de antecedência e através de uma nota escrita.

Aqui fica a transcrição dessa carta que vale a pena ler:

“Querida Sholeh, recebi hoje a informação de que chegou a minha vez de enfrentar a qisas [a lei de retribuição do sistema legal iraniano]. Estou magoada por não me teres deixado saber através de ti que cheguei à última página do livro da minha vida. Não achas que tenho o direito a saber? Sabes o quanto me envergonha saber que estás triste. Porque não me deixaste beijar a tua mão e a do pai?

O mundo permitiu-me viver durante 19 anos. Aquela noite assustadora foi a noite em que eu deveria ter sido morta. O meu corpo seria atirado para um qualquer canto da cidade, e dias depois, a polícia chamar-te-ia ao departamento de medicina legal para me identificar e também saberias que fui violada. O assassino nunca seria encontrado pois nós não temos a riqueza e o poder deles. Tu irias continuar a tua vida em sofrimento e envergonhada, e poucos anos depois morrerias desse sofrimento e nada mais haveria a dizer.

No entanto, esse golpe amaldiçoado alterou o rumo da história. O meu corpo não foi atirado para um lado qualquer, mas sim para a sepultura que é a Evin Prison e as suas alas solitárias, e agora para a prisão-sepultura de Shahr-e Ray. Mas entrega-te ao destino e não te queixes. Sabes melhor do que ninguém que a morte não é o fim da vida.

Ensinaste-me que cada um de nós vem a este mundo para ganhar experiência e aprender uma lição e que cada pessoa que nasce tem uma responsabilidade depositada nos seus ombros. Aprendi que, por vezes, temos de lutar.

Lembro-me muito bem quando me disseste que o homem da carruagem protestou contra o homem que me estava a chicotear mas este acertou-lhe com o chicote no rosto e ele morreu. Disseste-me que, de modo a criar valores, temos de perseverar, mesmo que isso signifique morrer.

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Reyhaneh Jabbari, detida desde 2007, quando tinha 19 anos, foi enforcada no sábado

Ensinaste-nos que, na escola, devemos enfrentar as quezílias e os confrontos como senhoras. Recordas-te da insistência dos teus reparos sobre o nosso comportamento? A tua experiência estava incorreta. Quando este acidente ocorreu, os teus ensinamentos não me ajudaram. Quando me apresentei em tribunal aparentei ser uma assassina a sangue-frio e uma criminosa implacável. Não verti lágrimas. Não implorei. Não me desmanchei a chorar pois confiava na lei.

No entanto, fui acusada de indiferença perante um crime. Eu nem mosquitos matei e as baratas que tirei do caminho, levei-as pelas suas antenas. E agora tornei-me em alguém que assassina premeditadamente. O modo como trato os animais foi interpretado como sendo masculino e o juiz nem se deu ao trabalho de ver que, na altura do acidente, as minhas unhas eram grandes e estavam pintadas.

Quão otimista é o que espera justiça dos juízes! Ele nunca questionou o facto de as minhas mãos não serem grossas como as de uma desportista, em particular de uma boxeur.

E este país, pelo qual cultivaste um amor em mim, nunca me quis e ninguém me apoiou quando, perante as investidas do interrogador, eu gritava e ouvia as palavras mais obscenas. Quando o meu último indício de beleza desapareceu, ao cortar o meu cabelo, fui recompensada: 11 dias na solitária.

Querida Sholeh, não chores pelo que estás a ouvir. No primeiro dia na esquadra, um agente velho e não casado, magoou-me por causa das minhas unhas e eu percebi que a beleza não é desejável nesta era. A beleza das aparências, dos pensamentos e dos desejos, uma caligrafia bela, a beleza do olhar e da visão e até a beleza de uma voz agradável.

Minha querida mãe, a minha ideologia mudou e tu não és responsável por isso. As minhas palavras não têm fim e dei tudo a alguém para que, quando for executada sem a tua presença e conhecimento, te seja dado a ti. Deixo-te muito material manuscrito como herança.

No entanto, antes da minha morte quero algo de ti, algo que tens de me dar com todo o teu poder, custe o que custar. Na verdade, isto é a única coisa que eu quero deste mundo, deste país e de ti. Sei que precisas de tempo para isto.

Posto isto, vou revelar-te parte do meu testamento mais cedo. Por favor, não chores e presta atenção. Quero que vás ao tribunal e lhes faças o meu pedido. Não posso escrever tal carta, a partir da prisão, que fosse aprovada pelo diretor; mais uma vez terás de sofrer por mim. É a única coisa que, se chegares a implorar por ela, eu não ficarei chateada, embora te tenha dito várias vezes para não implorares por nada, exceto para me salvares de ser executada.

Minha mãe bondosa, querida Sholeh, mais querida para mim que a minha própria vida, eu não quero apodrecer debaixo do solo. Não quero que os meus olhos e o meu jovem coração se transformem em pó. Implora para que, assim que eu seja enforcada, o meu coração, rins, olhos, ossos e tudo o que possa ser transplantado, possa ser retirado do meu corpo e dado a alguém em necessidade, como uma doação.

Não quero que o destinatário saiba quem sou, que me envie um ramo de flores ou até que reze por mim.

Do fundo do meu coração te digo que não desejo ter uma sepultura onde tu venhas chorar e sofrer. Não quero que vistas roupas pretas por mim. Faz o teu melhor para esquecer os meus dias difíceis. Entrega-me ao vento para me levar.

O mundo não nos amou. Não quis o meu destino. E agora entrego-me a ele e abraço a morte pois no tribunal de Deus eu vou acusar os inspetores, vou acusar o inspetor Shamlou, vou acusar o juiz e os juízes do Supremo Tribunal que me espancaram quando eu estava acordada e que não se abstiveram de me intimidar.

No tribunal do criador eu vou acusar o Dr. Favandi, vou acusar Qassem Shabani e todos aqueles que, por ignorância ou pelas suas mentiras, fizeram-me mal, passaram por cima dos meus direitos e que não tiveram em conta o facto de que, por vezes, o que aparenta ser realidade não é.

Querida Sholeh de coração mole, no outro mundo tu e eu seremos quem acusa e os outros, os acusados. Veremos qual é a vontade de Deus. Quero abraçar-te até que a morte chegue. Amo-te.”

Tradução da carta por Francisco Ferreira

Fonte: Observador

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As vantagens de ser um fracassado

As vantagens de ser um fracassado

Vamos encarar os fatos:

Todos nós somos uns fracassados!

Podemos não o dizer a ninguém, podemos esconder de nós mesmos, mas não conseguimos evitar aqueles pensamentos marotos:

Nenhuma relação que tenho dá certo.
Só faço besteira no trabalho.
Estou ficando para trás.
Tenho vergonha da minha forma física.

Rapidamente nos consideramos fracassados monumentais, e a verdade é que o somos! Apesar de nos babarmos só a imaginar uma vida de suposto sucesso – família perfeita, carreira respeitável, dinheiro abundante e aparência invejável – a verdade é que a nossa vida está cheia fracassos desastrosos.

As boas notícias é que há várias vantagens em ser um fracassado:

1. Só não falha quem não tenta.

Normalmente só é um fracassado alguém que já tentou alguma coisa. Quer tenha sido lançar uma empresa, começar uma relação, candidatar-se a um trabalho, só o ato de tentar já é memorável. Tudo o que vale a pena fazer, vale a pena falhar por ter tentado . Só não falha quem não tenta.

2. Quem não falha não tem amigos.

Ninguém é muito amigo de uma pessoa que nunca falha. As pessoas invulneráveis, seguras de si e cheias do seu sucesso não dão espaço para mais ninguém. Pelo contrário, é natural sentirmo-nos próximos de alguém que confessa suas falhas: Ah ele também passou por isto? Que engraçado eu também… Ah ele fez aquilo?… curioso como fiz uma coisa parecida…
Partilhar os nossos fracassos, mostrar vulnerabilidade, é um caminho aberto para relações genuínas.

3. Os fracassos ensinam a humildade.

Apesar de ser uma chatice, o caminho mais seguro para quem quer ser humilde é ser humilhado. E para se sentir humilhado nada como uma boa dose de fracassos. Eles magoam o nosso orgulho e vaidade mas nos devolvem a nossa justa dimensão. Muitas vezes as pessoas mais humildes são as que sabem que muito falharam.

4. Cresce-se mais ao falhar.

As etapas de maior crescimento na nossa vida não são quando fazemos tudo bem, mas quando falhamos e temos consciência da razão pela qual falhamos. Curiosamente, quando as coisas correm bem nem sempre crescemos muito, porque nem nos damos ao trabalho de pensar no que fez as coisas darem certo. Pelo contrário, o fracasso é um reality check muito mais persuasivo: ele nos obriga a encarar de frente o que fizemos e como o poderíamos ter feito melhor. O crescimento mais eficaz pode vir quando sofremos uma queda homérica.

5. Um fracassado pode arriscar mais.

As pessoas que fazem tudo certo costumam ter muitas coisas a que se agarrar. E por terem muitas coisas, têm também muito a perder. Pelo contrário, os fracassados têm pouco a perder, e por isso, podem arriscar mais. No trabalho, por exemplo, a reputação de quem arrisca muitas vezes e vence algumas, será provavelmente melhor do que quem tem medo de falhar e tenta apenas coisas seguras. Os fracassados podem arriscar mais, e por isso mesmo têm muito mais a ganhar. (deixando de ser fracassados e tornando-se grandes empreendedores)

6. Os fracassados têm mais humor.

Uma pessoa até pode ter convicções opostas às nossas, mas se tiver senso de humor sempre haverá uma maneira de dar jeito na relação. Com senso de humor conseguimos fazer coisas extraordinárias. Acontece que os fracassados confrontam-se regularmente com as suas figuras ridículas, com surpresas desastradas e com acontecimentos inesperados, e isso já é meio caminho andado para se ter mais sentido de humor. Os certinhos acabam por ser tremendamente aborrecidos, e os fracassados… ao menos esses são bem mais divertidos.

7. Ninguém espera muito dos fracassados.

Os holofotes costumam estar virados para as pessoas bem sucedidas. Isso acaba por ser uma tremenda vantagem para os fracassados – porque eles estão fora do radar – e por isso têm muito mais liberdade para surpreender a todos. Ninguém espera grande coisa de um fracassado, assim como ninguém quer apostar no cavalo mais lento. Mas são esses falhados que podem surpreender tudo e todos aparecendo do nada com uma ideia revolucionária, com uma relação fabulosa ou com um projeto maravilhoso.

Por estas e por outras razões ser fracassado tem se tornado uma ocupação cada vez mais nobre.  
Mas para se ser bem sucedido nesta ocupação… é preciso ser um verdadeiro fracassado e isso não cabe a amadores.

Via contioutra.com - As vantagens de ser um fracassado
Adaptado por Josie Conti
Do original  As vantagens de ser um falhado

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