25 coisas estressantes que você tolera mais do que devia (e você pode ter culpa nisso)

25 coisas estressantes que você tolera mais do que devia (e você pode ter culpa nisso)

Passar a vida tolerando coisas que não gostaríamos de tolerar é algo que descarrega nossas energias e torna impossível uma vida equilibrada.

Abaixo estão listadas algumas coisas que a maioria das pessoas tolera mais do que deveria:

1. Manter uma atitude negativa – Escolha ser infeliz e você encontrará um milhão de motivos para reclamar e fazer cara feia. Escolha ser feliz e encontrará um milhão de razões para sorrir.

2. Fazer parte de círculos de drama – Tente se manter afastado (a) de grupos que priorizam o julgamento e as fofocas. A vida é muito curta para ser gasta falando mal de pessoas e se metendo em problemas sem relevância.

3. Achar constantemente que você poderia ter sido mais gentil – O menor ato de bondade vale mais do que uma intenção grandiosa. Portanto, trate as pessoas direito. A bondade é um presente que qualquer um pode se dar ao luxo de praticar. Seja o doçura na vida amargurada de alguém, seja sempre gentil com as pessoas e com o que você sente e não precisará sentir culpa por não ter feito “o suficiente”.

4 Cultivar pensamentos autodepreciativos – Se você sente que os outros não estão te tratando com amor e respeito, verifique o seu valor. Talvez você inconscientemente transmita uma mensagem de que “Não é bom o suficiente”. Saiba que é você mesmo (a) quem diz aos outros sobre o seu próprio valor. Mostre-lhes que você está disposto (a) a aceitar o seu tempo e atenção. Se você não valorizar e respeitar a si mesmo (a), de todo o coração, ninguém mais o fará.

5. Viver o presente preocupado (a) com um passado doloroso – O primeiro passo para viver a vida que você quer é deixar para trás a vida que você não quer. Deixar de lado o passado é o primeiro passo para a felicidade. Pare de ser um prisioneiro de seu passado e torne-se o arquiteto do seu presente. Aprenda com seus erros, mas não passe a vida se martirizando por eles. Viva além de suas cicatrizes e concentre-se nas imensas possibilidades que aguardam a sua atenção imediata.

6. Estar sempre tão ocupado (a) e disperso (a) a ponto de não apreciar a doçura da vida – algumas vezes, lembrar-se da doçura da vida pode ser mais difícil do que se esquecer a dor. Há beleza em tudo; às vezes, você apenas tem de olhar um pouco mais para vê-la.

7. Basear-se em expectativas de perfeição – A vida nunca será perfeita, não importa o quanto você tente. Sempre existirão momentos de incerteza e dias em que nada dá certo.

8. Não se responsabilizar pelos próprios atos – Responsabilidade significa reconhecer que, independentemente do que aconteceu até esse ponto em sua vida, você é capaz de fazer escolhas para mudar sua situação ou para mudar a maneira de pensar sobre isso.

9. Ser obcecado (a) pelo controle – Lembre-se de que as únicas coisas que você pode verdadeiramente controlar são as escolhas que você tem frente a tudo o que acontecer ao seu redor.

10- Sentir-se culpado (a) por não ser capaz de fazer tudo – Sim, é saudável trabalhar diligentemente para atingir metas significativas, entretanto, não é saudável se repreender por não fazer mais do que você é capaz. Encontre o seu equilíbrio entre atividade e recuperação. Aprenda a relaxar quando você precisar de uma pausa.

11- Manter a ideia de que a felicidade só pode ser encontrada no futuro – Se você está sorrindo agora, você está fazendo certo. O futuro está nascendo a cada segundo em seus pensamentos e ações. Pare de esperar e comece a viver.

12. Não apreciar o que você tem quando “você tem” – Às vezes, a gente acaba traindo aos outros e a nós mesmos simplesmente por que nós prestamos mais atenção no que está faltando do que no que temos. Quando você começa algo pequeno, você quer mais. Quando você tem mais, você deseja ainda mais. Mas quando você perde tudo, você percebe que as pequenas coisas eram realmente as coisas mais importantes. Portanto, não vá à procura de algo melhor a cada segundo. Em vez de pensar sobre o que está perdendo o tempo todo, lembre-se mais vezes do que você tem.

13. Manter uma lista de preocupações muito maior do que uma lista de gratidão – O estresse prospera quando a sua lista de preocupações é maior do que a sua lista de gratidão. A felicidade prospera quando a sua lista de gratidão é maior do que a sua lista de preocupações. Então, encontre algo para ser grato.

14.  Manter-se resistente às mudanças – Experimente um milagre simplesmente mudando sua perspectiva.

15. Deixar que as situações que não deram certo definam quem você é – Às vezes, as transições da vida são a oportunidade perfeita para deixar para trás uma situação desagradável e abraçar algo melhor que está vindo em sua direção. Por favor, não deixe que circunstâncias incontroláveis ​​definam quem você é ou lhe forneçam uma desculpa para ser desagradável.

16. Deixar-se levar pelo condicionamento social – Saber quem você é, é uma coisa, mas realmente acreditar e viver como você acredita é outra. Com todo o condicionamento social em nossa sociedade, às vezes, esquecemo-nos de permanecer fieis a nós mesmos. Não se perca por aí. Você não pode atrair as pessoas certas em sua vida quando você está fingindo ser outra pessoa. Então, seja você mesmo, e se você não pode encontrar um grupo, cujos valores e consciência correspondem ao seu próprio, seja você a fonte inspiradora para os outros.

17. Concentrar-se em pessoas erradas – coisas erradas acontecem quando você confia e se preocupa com as pessoas erradas. Não deixe que pessoas que fazem tão pouco por você controlem seus sentimentos e emoções. Não dedique muito tempo às pessoas que raramente fazem o mesmo por você. Conheça o seu valor. Saiba a diferença entre o que você está recebendo a partir das pessoas e o que você merece. Algumas vezes é melhor deixar que algumas pessoas se afastem, em vez de permaneceram junto de você.

18. Ter comportamentos desonestos – Na vida e nos negócios, a nossa reputação é sempre mais importante do que o nosso próximo salário, e nossa integridade vale mais do que a nossa próxima emoção. Quem age de maneira desonesta vive uma vida de desconfiança e incerteza. Eles vivem em constante medo de que as pessoas que eles traíram também os enganem.

19. Cultivar raiva excessiva – O que o irrita, controla você. Lembre-se disso. Às vezes pensamos que o ódio é uma arma que ataca as pessoas de que não gostamos, mas o ódio é uma lâmina curvada, e os danos que fazemos, fazemos a nós mesmos.

20. Gastar argumentos com pessoas antagônicas – Não desperdice palavras com pessoas que merecem o seu silêncio. Às vezes, a coisa mais poderosa que você pode dizer é nada.

21- Guardar rancores e ressentimentos – Perdoe aos outros, não por que eles merecem perdão, mas por que você merece paz. Liberte-se do fardo de ser uma eterna vítima, e siga em frente com ou sem eles.

22. Conservar velhos hábitos que já se mostraram ineficientes – Só por que você sempre fez algo de uma mesma maneira, não significa que você tem de continuar a agir da mesma forma. Só por que você nunca fez algo, não significa que você não possa começar agora.

23. Persistir em uma realidade de desculpas – É melhor parar de inventar desculpas (para si e para os outros)  se você realmente não tem a intenção de fazer algo. Concentre-se no que você realmente fará.

24. manter uma rotina estagnada – Lembre-se de que a moeda mais importante na vida é a experiência. O dinheiro vem e vai, mas suas experiências ficam com você até o seu último suspiro. Portanto, não tenha medo de misturar as coisas e se desafiar com novas experiências de vida. Às vezes, uma pausa de sua rotina é a coisa de que você mais precisa.

25. Aprenda a somar, mas também a subtrair – Quando as coisas não estão somando em sua vida, comece a subtração. A vida fica mais fácil quando você aprende a excluir as coisas e as pessoas que a tornam difícil. Livrar-se de complexidades desnecessárias em sua vida para que você possa passar mais tempo com as pessoas que você ama e fazer mais das coisas que você realmente quer.

E lembre-se de que a vida é um processo de constantes mudanças, mas o crescimento é opcional. Então, escolha sabiamente. Pare de tolerar o que não deve ser tolerado.

Via Marc and Angel Hack Life

Traduzido e adaptado por Josie Conti

Do original: 27 Stressful Things You Tolerate Too Often

As portas estão abertas, só falta atravessar.

As portas estão abertas, só falta atravessar.

 Por Marcela Picanço

É realmente muito difícil a gente abrir os olhos e perceber que as portas estão todas abertas, escancaradas na nossa frente. A gente pode escolher qualquer uma, mas é muito difícil aceitar uma mudança brusca na vida. Eu não sei se percebi isso depois que mudei de cidade e vim parar sozinha na cidade maravilhosa, que parecia mais caótica do que bonita, nas primeiras semanas. Mas, hoje, consigo entender, de uma forma que eu não entendia antes, que, realmente, podemos escolher a vida que queremos. Não, não é fácil. Não é como optar por comprar um picolé de limão ou de chocolate, não é como optar por ir a uma festa ou ficar em casa.

Mudar significa chacoalhar as nossas certezas, com nossas ideias, e olhar tudo como se fosse novo. Já tive épocas em que eu amava a rotina, outras em que eu queria deixar tudo de lado e me jogar no mundo. Joguei-me. Sem a certeza de nada e com a expectativa de ser uma escritora e atriz foda, num lugar onde todo mundo quer a mesma coisa. Não vou dizer que foi tranquilo e que não passei por noites em claro, pensando no que eu fizera da minha vida, mas, na manhã seguinte, eu sentia o cheiro do mar e achava que não poderia estar em outro lugar. Meu lugar preferido é onde eu quero estar e agora me sinto muito mais aberta para as mudanças da vida.

Acho que, se eu tivesse que me mudar pra Bogotá, São Paulo ou Japão, eu não teria problema. (Tá, Bogotá talvez não). Já me mudei antes, já sei que no final dá certo. Já morei sozinha, já passei aperto, conheci gente chata e pessoas que atravessaram minha vida e me causaram um tsunami mental. Eu sempre gostei muito gente. Dos gostos, das opiniões, das histórias. Confesso que também tenho muita preguiça de gente com discurso raso, mas já parei para ouvi-las e eram pessoas com um coração enorme, apesar da cabeça pequena. É muito difícil não julgar e mais difícil ainda quando a gente julga e quebra a cara. Mas acho que viver é se surpreender e, para se surpreender, é preciso se dar chances. Para os outros e para você mesmo. Eu tento sempre me dar uma segunda chance.

Muitas vezes, para que haja mudança, é preciso que aconteça alguma coisa que nos tire da zona de conforto. Uma morte, término de relacionamento, uma briga ou uma demissão. E ,quando isso acontece, é muito mais difícil perceber que as outras portas ainda estão abertas. Parece que o mundo inteiro se fechou pra você. Só existe a sua janela aberta, olhando para as pessoas do prédio da frente, cheias de vidas, de expectativas com o futuro. Parece que o mundo acabou ali.

A gente vai voltando aos poucos, ou às vezes dá um estalo e a gente muda o rumo das coisas. Eu sempre gostei de mudar o rumo das coisas. Quantas coisas falei que nunca faria e fiz. Subir num palco e interpretar um personagem? Nossa, pensei que jamais faria isso. Eu tinha medo até de ler um parágrafo na sala de aula da escola. Tinha muito medo de mim. Até que eu resolvi ir testando essas portas que estão sempre abertas para a gente. Algumas deram certo, outras eu preferia não ter aberto. Mas eu nunca saberia, se eu não tivesse tentando.

Acho que dar errado é tão bom quanto dar certo, porque, no final, a gente sempre leva alguma coisa de bom. E, quanto mais portas abrimos, mais percebemos que existem outras portas abertas e outras se abrem como uma dimensão infinita. E como eu gosto desse frio na barriga, do medo da mudança, de saber que eu sou livre, completamente livre para ser o que e quem eu quiser. Sim, sim, eu sei que isso terá consequências. Mas, depois de abrir algumas portas por escolha sua, você passa a aceitar as consequências de forma mais branda. Os resultados serão um problema seu e de quem gosta muito de você, que vai encarar essas consequências também, sempre. (Ainda bem que essas pessoas existem). Sei que vão falar, um milhão de vezes: “Não! O que você está fazendo com a sua vida?” A única coisa que eu sei é que eu sei exatamente o que eu estou fazendo da minha vida. Eu estou vivendo. Porque eu não quero nunca achar que é tarde demais para abrir e atravessar outra porta.

Veja também: 12 coisas que somente pessoas que saíram de sua cidade natal entenderão.

contioutra.com - As portas estão abertas, só falta atravessar.
Na imagem, reprodução de cena do filme “Nárnia”, caracterizado por um guarda-roupas antigo que dava passagem para um mundo paralelo.

contioutra.com - As portas estão abertas, só falta atravessar.MARCELA PICANÇO: colunista CONTI outra

Atriz, roteirista, formada em comunicação social e autora do Blog De Repente dá Certo.
Pira em artes e tecnologia e acredita que as histórias são as coisas mais valiosas que temos.

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MANUAL DO INFINITO DO AGORA

MANUAL DO INFINITO DO AGORA

Por Nara Rúbia Ribeiro

O menino respira forte. Respira a largo, segurando a bolinha de gude na mão. Ele olha o alvo, e reza baixinho para não errar. Olha a bolinha delicadamente presa à ponta dos seus dedos, e… arremessa!

Viver é entregar-se a um arremesso certeiro desse menino: o Tempo. Submetidos à lei da gravidade e das gravosidades do mundo, a vida é o gozo desse breve infinito instante de voo. Pois o alvo do Tempo é a morte e ele não erra nunca.

Na trajetória, não há certezas, não há garantias. Há somente essa limitada liberdade de sonhar a asa, de vislumbrar a paisagem, de apreciar a viagem inventando, em nós, as nossas próprias e momentâneas metas: amar agora, trabalhar agora, perdoar agora, conhecer-se agora, iluminar-se agora, viver agora, ao agora entregar-se.

E ainda que o menino Tempo venha inventar outros arremessos, em vidas ainda não sabidas, o futuro, tal qual o passado, são meras projeções e não podem, nunca, ser maiores que o presente.

O menino Tempo sabe disso. Sabe que todo instante é uma versão da Eternidade esculpida em miniatura, pois não temos nos olhos o preparo para vislumbrar o infinito. E ele nos acompanha orgulhoso de si, na alegria do seu coração puro, infantil. Sabe que esse arremesso é sem preço.

5 elogios que podem fazer mal para seus filhos

5 elogios que podem fazer mal para seus filhos

Em uma postagem realizada no site Família, a jornalista Marcia Denardi abordou os aspectos negativos que os elogios podem ter nas relações familiares.

A palavra elogio, que originalmente nos remete a uma conotação positiva e relacionada a reconhecimento e incentivo, influenciando na estima e formação da personalidade das crianças, se usado de forma exagerada ou não verdadeira pode transmitir mensagens contrárias e que as crianças, embora você ache que não, percebem e sentem facilmente. A criança perceberá o que lhe é passado em todo contexto (tom de voz, expressão facial, assim como também pode perceber cobranças implícitas ou mesmo um excesso de vaidade dos pais). Crianças são especialmente sensíveis as palavras “não ditas” também!

Transcrevo abaixo os 5 elogios que, se mal usados, podem fazer mal a seus filhos.

1. “Você é a criança mais linda que existe”

Não importa qual rótulo você vai empregar para elogiar a criança, pode ser ‘linda’, ‘inteligente’ ou ‘melhor’. De qualquer modo, quando você diz que seu filho é mais do que os outros, além de acreditar de fato que é, a criança vai se sentir na obrigação de superar os outros sempre, e vai passar a vida disputando. Pessoas assim normalmente são arrogantes. E se aparecer outra pessoa considerada ‘mais’ do que ela, ou simplesmente for elogiada na sua frente, a frustração vai bater de frente, assim como a inveja.

2. “Parabéns, parabéns e parabéns”

A palavra está escrita três vezes porque está conotando o excesso. Ou seja, muitas vezes os pais dizem parabéns por qualquer coisa que o filho tenha feito. A criança provavelmente vai crescer esperando que seu trabalho e suas realizações sejam sempre ser reconhecidos. Quando não forem, pode surgir desânimo e revolta com as pessoas.

3. Elogios artificiais

Muitos pais elogiam as crianças por algo que tenha feito, mas nem sabem direito do que se trata. Por exemplo: a criança vem com um desenho, e os pais ocupados com outras coisas, dizem “lindo”, mas na verdade nem olharam para o desenho. A criança não é boba. Ela percebe quando o elogio não é de coração.

4. Elogios mal intencionados

Outra tática comumente usada pelos pais é embutir uma cobrança no elogio. Por exemplo: “você é uma menina tão querida, então não brigue com seu irmão”. Elogios como esses, na verdade, manipulam a criança, que se sente na obrigação de fazer o que os pais ordenam. Os elogios devem ser espontâneos.

5. “Você é muito inteligente”

O problema desse elogio não está no elogio em si, mas sim no rótulo. Quando você elogia demais a pessoa por ser inteligente, por exemplo, ela pode subentender que jamais poderá fracassar, então não vai tentar fazer nada muito além de suas capacidades, para não correr o risco de as pessoas acharem que, afinal, ela não é tão inteligente assim. O correto seria elogiar o esforço da pessoa naquele momento, por exemplo: “Nossa! Como você se esforçou para essa prova. Parabéns!”.

Especialistas apontam que muitos pais elogiam com a intenção subliminar e indireta de fazer cobranças aos filhos. Outros, com o intuito de elevar a auto-estima, jogam a criança lá em cima, despejando excesso de adjetivos. Corrija suas atitudes e contribua para a formação de um adulto equilibrado.

Nota da CONTIoutra: Como devem ter percebido, o problema enfatizado no artigo não é o elogio em si e sim a maneira como ele pode ser utilizado. Bom senso sempre será a melhor medida. Todas as frases descritas acima não são negativas, desde que usadas de maneira sincera e nos contextos corretos.

Viajante do vento

Viajante do vento

Viajante do vento

Pudera ser
Viajante do vento
Para fazer das veredas incertas
Um céu de estrada
Aprazível de caminhar.

contioutra.com - Viajante do vento
Fotografia Harris Rinaldi

Quisera na verdade
Ser o próprio vento –
Desejo pacóvio dirão
Os ajuizados sensatos
De pés no chão.
Direi, remansado
pela brisa acolhedora,
ser presente lisonjeiro
Mas não sendo afortunado
Pudera ser passageiro.
Viveria em bando
Como as gaivotas
E com elas, no mundo,
Daria mais de oitenta voltas.

Criança agraciada:
Bolinha de sabão
Aviãozinho de papel

[quote_box_right]”Se perguntarem por mim doravante
Diga sem peleja
“Tornou-se andante”
De pés no chão
No chão do céu
Pois aonde não me encontro
O vento sopra e me acha
Sopra forte –
Somente o vento forte
Põe a voar.”

Felipe Costa

[/quote_box_right]
Pipa empinada
Cabeça ao léu.

Padeço.
O vento, pérvio,
Agora obriga a parada:
Pés no chão,
Ajuizado tacanho,
Esperando a lufada.

Liberdade
Cor-de-nuvem,
Nuvem
Que faz morada no vento
E vive sempre em movimento.

Se perguntarem por mim doravante
Diga sem peleja
“Tornou-se andante”
De pés no chão
No chão do céu
Pois aonde não me encontro
O vento sopra e me acha
Sopra forte –
Somente o vento forte
Põe a voar.

Autor: Felipe Costa

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A diferença entre a expectativa e a esperança

A diferença entre a expectativa e a esperança

Uma reflexão

“Eu diria, na minha visão precária e poética do mundo, que a expectativa é a ânsia angustiada pela ocorrência de algo. Enquanto a esperança é constatar, grato ao universo, a possibilidade de que algo venha a ocorrer.”

Nara Rúbia Ribeiro

contioutra.com - A diferença entre a expectativa e a esperança

Fragmentos de felicidade

Fragmentos de felicidade

Por Patrícia Pinheiro

Esses dias, enquanto tomava banho – ainda não inventaram lugar tão acolhedor e estimulante de pensamentos geniais quanto o chuveiro – apesar de ter tido um dia meio esquisito e estar com a cabeça cheia de preocupações, me dei conta do quanto estava feliz por estar ali, sentindo a água quente escorrer pelo meu corpo e o cheirinho doce do sabonete entrar pelas minhas narinas. Eu não precisava de mais nada, sabe?

Concluí que a felicidade se encontra aí: nos pequenos prazeres fugazes.contioutra.com - Fragmentos de felicidade

Na cobertura glaceada de limão que combina perfeitamente com o bolo de baunilha e que alegra o meu paladar.

Na criança que olha fixamente para mim, sem medo do que eu vou pensar, e sorri demorado.

No cheiro do perfume do outro que fica na roupa, que fica na pele, que causa um friozinho gostoso na barriga ao testemunhar que alguém esteve ali.

Nas longas e renovadoras conversas que temos com alguém.

Na cama depois do dia longo.

No abraço depois da saudade.

São momentos intensos de leveza, de plenitude, de uma lucidez que, de tão rara, é quase assustadora. O medo não deixa de existir, os problemas ainda esperam pelas tuas soluções, mas, por uma fração de tempo – que pode caber dentro de um abraço ou de uma noite – o mundo passa a residir ali: na gotícula avassaladora de felicidade, que a gente sabe que é passageira, mas que nos faz gratos por estarmos vivos.

Quando penso que as injeções de felicidade têm efeito passageiro, lembro que, as de dor, também, e que, enquanto houver pequenices capazes de elucidar coisas boas e de me entorpecer – ainda que por segundos – de alegria, tenho motivos suficientes para preservar o otimismo, para , ainda que a dor esteja agindo, me jogar no mundo com toda sensibilidade que cabe em mim, pois sei que ainda existem muitas overdoses de felicidade me esperando. Sobrevivo e aguardo pelas próximas, pois, até hoje, todas valeram a pena.

Educadora explica como a conexão humana é a chave da aprendizagem

Educadora explica como a conexão humana é a chave da aprendizagem

Rita Pierson não possui lembranças que não estejam envolvidas à educação. É neta e filha de educadores e já tem uma experiência de 40 anos como professora no ensino fundamental, especial e júnior.

Nessa palestra sincera realizada para TED Talks Education ela enfatiza a indispensável necessidade da conexão humana para uma educação que realmente funcione. Fala também da importância da autoestima dos alunos e sobre como a postura do professor tem influência em todo o processo educacional e até mesmo futuro da criança.

Experiência, força, humor e afeto transbordam desse pequeno vídeo. Vale conferir:

“Toda criança precisa de um campeão”

Não se esqueça de ativar as legendas no canto direito inferior do vídeo e aproveite!

Josie Conti


Fonte indicada: Social Fly

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Conheça o artista que dá morada aos nossos ancestrais africanos

Conheça o artista que dá morada aos nossos ancestrais africanos

Por Nara Rúbia Ribeiro

Esculpir bustos para a habitação de reis, rainhas, guerreiros e ancestrais africanos: eis a arte de Woodrow Nash.

Nascido nos Estados Unidos (Akron, Ohio) no final da década de 40, sua obra é atemporal e denota uma profunda sensibilidade ao dar vida à mitologia africana.

Ele desafia os nossos olhos à contemplação de seres que, pela precisão do artista, ganham alma, sentimento, dor ou pureza. Você olha a escultura e se sente intrigado a vasculhar o seu espírito, a desvendar o seu pensamento, como se de fato um ser vivente estive ali.

E, olhando bem as esculturas, responda-me: elas têm ou não tem alma?

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contioutra.com - Conheça o artista que dá morada aos nossos ancestrais africanos

 Na imagem abaixo, o artista e sua obra.

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Woodrow Nash fala de sua vida e trabalho no vídeo abaixo – original em inglês, sem legendas.

Site oficial do artista

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3 verdades espirituais que os pais podem transmitir a seus filhos

3 verdades espirituais que os pais podem transmitir a seus filhos

“a criança dotada de uma aptidão espiritual será capaz de responder às perguntas mais básicas a respeito do funcionamento do universo; ela perceberá a fonte da criatividade, tanto dentro quanto fora dela; ela será capaz de não criticar e praticar a complacência e a verdade, que são as virtudes mais valiosas que se pode possuir para lidar com as pessoas; e ela estará livre do medo e da ansiedade, que incapacitam com relação ao significado da vida e são a podridão secreta existente no coração da maioria dos adultos, sejam eles capazes ou não de admiti-lo.” Deepak Chopra

Para aqueles que procuram uma orientação sobre como introduzir a espiritualidade na educação das crianças, seguem algumas dicas:

1-Oriente seus filhos, durante alguns minutos, em uma meditação silenciosa.

Por volta dos seis ou sete anos, os pais devem ensinar que ficar alguns minutos sozinhos e quietos é saudável. Antes dessa idade, contudo, nenhuma tentativa deve ser feita no sentido de reprimir a energia e o entusiasmo naturais da criança. Porém, quando os pais possuem o hábito de meditar, é natural que surja na criança o interesse. Nesse momento os pais devem convidá-la a se sentar e respirar tranquilamente de olhos fechados, sentindo suavemente o ar entrando e saindo. Cinco minutos são suficientes no início e o tempo pode ir aumentando gradativamente enquanto a criança cresce, chegando à 15 minutos quando ela estiver entre 10 a 12 anos. Os pais não devem ficar impacientes se as crianças não quiserem se sentar todas as vezes que forem convidadas. Se elas ficarem muito inquietas, os pais precisam deixá-las ir embora, mas devem continuar a meditar. O exemplo e o prazer dos pais com essa prática naturalmente atrairá a criança.

2- Inspire seus filhos a contemplar as belezas e as maravilhas da Natureza.contioutra.com - 3 verdades espirituais que os pais podem transmitir a seus filhos

A contemplação à Natureza possibilita refletir sobre o encantamento de nossa alma em estar aqui. As crianças adoram ser inspiradas pelas maravilhas da Natureza, cabendo aos pais o incentivo a essa prática. O contato frequente com a natureza também aumenta o respeito, harmoniza as energias interiores e descarrega a criança do excesso de realidade virtual cotidiana.

3- Mostre a seus filhos as possibilidades ocultas nas situações familiares.

Cada segundo de tempo é uma porta de possibilidades ilimitadas. No entanto, é preciso estar aberto para elas. É fundamental ensinar às crianças a procurar algo novo em uma situação bem conhecida. Sem perceber, estamos habituados a impor limitações à maneira como percebemos o mundo e indiretamente transmitimos essa postura aos nossos filhos. Assim, estamos sempre nos “forçando” a fazer julgamentos do tipo: não gosto disso ou não consigo entender aquilo. Esse é um bom dia para detectar quando nós ou nossos filhos fazemos uma declaração em voz alta desse tipo e tentar evitar que a emissão automática de julgamentos limite as nossas possibilidades. Devemos tentar enxergar uma qualidade ou outra possibilidade em algo que não nos agrade em um primeiro momento. Se ensinarmos a eles a aceitação e a tolerância, transmitimos a ideia de que todo mundo está fazendo o seu melhor. Vendo as pessoas por esse prisma, e não como esperamos que eles se comportem, estaremos oferecendo uma grande contribuição para o ensino da primeira “lei”.

Fonte: Ame Brasil

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Uma grande surpresa para os eternos fãs do PEQUENO PRÍNCIPE.

Uma grande surpresa para os eternos fãs do PEQUENO PRÍNCIPE.

Le Petit Prince (no Brasil, O Pequeno Príncipe; em Portugal, O Principezinho) é uma obra do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, publicada em 1943 nos Estados Unidos.

Numa primeira leitura, aparenta ser um livro para crianças, mas possui um grande teor poético e filosófico.
O autor do livro foi também autor das ilustrações originais.

É o livro em língua francesa que mais foi vendido no mundo, com cerca de 143 milhões de exemplares , e entre 400 a 500 edições. Também se trata da terceira obra literária (sendo a primeira a Bíblia e a segunda o livro O Peregrino) mais traduzida no mundo, tendo sido publicado em 160 idiomas e dialetos.

contioutra.com - Uma grande surpresa para os eternos fãs do PEQUENO PRÍNCIPE.
Mariana, 8 anos.

Falar do livro “O Pequeno Príncipe, entretanto, vai além do número de exemplares vendidos, da positiva crítica literária ou do seu caráter universal. Está muito acima disso. O que mais conta é o que ele representou e representa na vida de cada um. Nisso vale lembrar-se de quando você ouviu falar da existência do principezinho pela primeira vez. Dizer quem o apresentou a você.

Talvez relembrar as suas tentativas de desenhar o elefante dentro da jiboia, ou do quanto você procurou por uma rosa que fosse só sua. É possível que você também tenha desejado conhecer o Rei, e rir do do bêbado, embora com alguma pena.

São inúmeras emoções mergulhadas ali, naquele universo de luz, areia, sonho e poesia. Somente relembrando tudo o que sentimos, poderemos dizer do imenso valor desse livro que se tornou eternamente responsável por toda a ternura que em nós cativou.

Qual a surpresa nisso tudo?

Uma nova e belíssima animação que teve seu trailer (original em francês) divulgado nos últimos dias.

A animação estreiará primeiro na França, em outubro de 2015. No Brasil ainda não há previsão de estréia.

Confiram o trailer que já é de uma doçura ímpar e que traz o cover de Lily Allen da música Somewhere Only We Know.

É Pequeno Príncipe… “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

Esperamos por você!

Josie Conti e Nara Rúbia Ribeiro

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Conheça as profissões que aumentam a inteligência e ajudam a prevenir doenças como o Alzheimer

Conheça as profissões que aumentam a inteligência e ajudam a prevenir doenças como o Alzheimer

Por Josie Conti

Você gosta de desafios? No trabalho, encara dificuldades e tarefas mais complexas com regularidades? Pois saiba que se o fizer você estará na frente de quem leva uma rotina burocrática e repetitiva. Em um estudo escocês publicado pelo jornal Neurology (Jornal Oficial da Academia Americana de Neurologia) e presente em reportagem do jornal Estadão do último dia 09-12,  as profissões pautadas em tarefas desafiadoras, abstratas e mentalmente desafiadoras mostraram-se evidentemente mais eficientes no que se refere a otimização das conexões neurais existentes no cérebro.

contioutra.com - Conheça as profissões que aumentam a inteligência e ajudam a prevenir doenças como o AlzheimerA grosso modo podemos dizer que no cérebro existem caminhos que são formados ao longo de nosso desenvolvimento e que permitem que as informações sejam levadas (através das conexões neurais) para as mais variadas regiões. Quanto mais um cérebro é estimulado, mais caminhos temos e mais definidos eles ficam. Os estímulos constantes também ajudam na criação de atalhos (a informação chega mais rápido onde deve chegar) e passamos a ser mais eficientes no que fazemos.

Na infância, quando o cérebro está em pleno desenvolvimento, tudo acontece muito rápido e em uma quantidade exorbitante, entretanto, mesmo depois de adultos, existe o que os cientistas chamam de plasticidade neural, que permita que o cérebro continue em desenvolvimento e sofra adaptações. Um bom exemplo disso é quando uma pessoa sofre um AVC (acidente vascular cerebral) e, gradativamente, frente a um grande desafio, recupera funções que foram perdidas quando uma área do cérebro ficou sem oxigênio ou sofreu uma pequena hemorragia. Em casos assim, o cérebro adapta as regiões circundantes e as otimiza para que retomem, da melhor maneira possível, as funções perdidas.

Mas, voltando a pesquisa, constatou-se que profissões como as dos arquitetos, assistentes sociais e designers gráficos são exemplos de pessoas que enfrentam desafios diariamente e, portanto, têm maiores chances de “turbinar” seus cérebros. Outras profissões presentes nos resultados foram a dos advogados, médicos cirurgiões, magistrados e membros do Ministério Público.

Mas, creio que a melhor notícia de todas, é que os ganhos alcançados ao longo da vida permanecem na velhice, proporcionando cérebros mais eficientes. Certamente podemos fazer um paralelo entre ganhos assim e prevenção de doenças senis e relacionadas à quadros demenciais como o Alzheimer.

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Os gladiadores e a festa de paz

Os gladiadores e a festa de paz

Por Gustl Rosenkranz

Sobre a luta consumista e materialista em nome do nascimento de Jesus.

Natal, a festa da paz. Eu estava sentado no metrô, tranquilo e pensativo, em um dia gelado, nessa época do Advento, refletindo exatamente sobre isto: que bom que os seres humanos pelo menos uma vez por ano pensam e falam da paz e do amor ao próximo. O inverno tomava conta de Berlim, o frio penetrava em tudo, gelando o corpo, a alma e até o pensamento. Observei os outros passageiros, todos empacotados em capotes grossos, cachecóis e pulôveres, encolhidos e retraídos, como se quisessem reduzir ao máximo a própria superfície para escondê-la de um inverno castigador. O metrô estava aquecido, mas isso não parecia impressionar as pessoas, que preparavam o sangue para suportar logo mais lá fora outra dose gelada nas veias.

Desci na estação do Kudamm, uma rua chique da capital alemã, muito turística, com muitas lojas, o local ideal para encontrar algo que tinha que providenciar. Ingênuo, distraído e friorento, subi a escada rolante, ainda refletindo sobre a paz, tão pregada por todos nesta época do ano, tentando descobrir para mim mesmo se achava isso realmente bom ou meramente hipócrita.

Preferi optar pelo meu lado otimista, pensar positivo e acreditar, por um momento, que estava vivendo realmente um instante de confraternização entre os seres humanos, um instante de reflexão e de partilha, pensando no espírito natalino, que quer o bem, que acha mais importante dar do que receber, que convida a todos a parar e voltar para os valores profundos da vida, esquecendo a correria do dia-a-dia, o materialismo cotidiano, as maldades de um mundo que parece mais se preocupar com o consumo do que com o bem-estar das pessoas, com o coletivo, com o amor que deveria prevalecer entre os homens. Sim, eu pensava no aniversário de Jesus Cristo, que chamamos de filho de Deus, a festa da paz. A escada rolava e rolava, em direção ao nível da rua. Estava ainda sonhador e pensativo quando fui despertado de repente, tomando um susto forte, achando que havia saído na estação errada, pois vi uma realidade muito diferente daquela refletida. Vi outros passageiros do metrô, antes encolhidos e friorentos, transformando-se de repente em verdadeiros monstros, que pareciam arregaçar as mangas para partir para uma verdadeira luta. A escada rolante parecia algo que se vê em filmes de ficção científica: embaixo entravam seres humanos, em cima saiam androides, de feição e postura totalmente transfeitas. Demorei um pouco para entender a situação. Somente ao chegar em cima, pude compreender o que se passava: viajei no tempo, retornando ao passado, entrando no metrô perto de casa e saindo na Roma antiga, mas precisamente dentro do coliseu, no colosseum romanum, no meio de uma luta de gladiadores.

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Não demorou para que compreendesse a transformação dos meus co-passageiros, que se destinava clara e exclusivamente à autodefesa, pois a rua estava cheia de gladiadores ferozes, lutadores natalinos, cada um correndo atrás de presentes baratos (ou menos baratos), de cara zangada e punhos cerrados, repetindo a berros altos e agressivos: “Pechincha, pechincha, pechincha…”. Tive que saltar para o lado para salvar a minha própria vida, safando-me por um triz de ser pisoteado por um grupo de gladiadores germânicos, cada um com dois metros de altura ou mais e pelo menos quatro de largura (poucos eram os músculos, muita era a gordura, o porte típico do gladiador moderno!). Fiquei assustado e confesso que tive medo. Consegui achar um canto seguro, junto a dois mendigos, que sentados no frio esperavam que um ou outro gladiador jogasse uma moeda na sua lata, mas que eram veemente evitados pelos guerreiros, pois pobreza não condiz com a competição consumista natalina.

Por sorte para mim os mendigos eram evitados, pois isso criou uma pequena ilha no mar de lutas, onde achei refúgio e pude escapar do pisoteio primitivo pelos filhos do Papai Noel.

Apesar do frio e da vontade de voltar o mais rapidamente para o metrô e tomar o caminho de casa, fiquei um pouco parado e continuei a minha reflexão sobre o Natal e a sua proposta de paz, sendo dessa vez menos otimista e mais realista, percebendo que paz e amor são coisas na verdade muito raras também nesta época do ano.

Por um lado, falamos de paz, mas nos comportamos primitivamente, nos preocupando com presentes e coisas materiais, roupa nova e comidas extravagantes. Estressamo-nos e ficamos agressivos, pois os presentes têm que ser comprados de qualquer jeito. Muitos se endividam, compram a crédito, só para fazer parte da luta consumista e materialista de uma festa que nada mais tem a ver com o nascimento de um profeta, do filho de Deus, que, segundo a Bíblia, terminou morrendo por uma raça que isso nunca mereceu. Achei triste ver tanta gente bitolada, limitada pelo materialismo, sem mesmo ter a coragem de assumir tal papel ridículo, justificando o seu comportamento com palavras como paz e amor.

A globalização tem tornado nosso mundo relativamente pequeno. Tradições (boas ou más) são hoje rapidamente espalhadas pelo globo, principalmente aquelas que justificam o capitalismo, o consumismo e a vontade de cada um de possuir mais e mais, mesmo que para isso tenham passar por cima de cadáveres – que é o que fazemos quando compramos artigos baratos que só custam pouco porque foram produzidos à custa da saúde de trabalhadores semiescravos, muitas vezes crianças, que trabalham em muitos países (inclusive no Brasil) de forma totalmente indigna. Trata-se de um fenômeno mundial. É a mesma coisa em qualquer nação já contaminada pelo vírus do consumismo natalino. É a mesma coisa na Alemanha, nos Estados Unidos, na Suíça, no Brasil… Eu não entendo, por exemplo, porque que hoje em dia até os chineses comemoram o Natal e gastam tanto com presentes! Arenas natalinas, coliseus e templos de consumo existem em toda parte.

“Meu Natal comercial, em pacotes vem chegando, vem trazendo nostalgia, bem vazio me deixando…”

Essa minha experiência com os gladiadores me deixou clara uma coisa: mesmo que por um lado eu respeite o direito de cada um de sair por aí consumindo e gastando muitas vezes até o que não pode em nome do nascimento de Jesus, eu nunca mais quero fazer parte dessa maluquice, seja nas ruas de Berlim, seja nos corredores do Shopping Iguatemi em Salvador ou seja lá onde for. Refleti sobre tudo isso, desisti de comprar o que precisava e voltei para casa, preferindo esperar o fim da luta, até que os gladiadores se acalmem, o que infelizmente ainda vai demorar, pois, após o Natal, começa a outra competição: a troca dos presentes recebidos, pois não agradaram e nem saciaram a fome dos gladiadores de possuir algo novo e cobiçado pelo resto da sociedade.

Desejo a todos vocês uma boa festa natalina, tranquila, com saúde para todos (o nosso bem maior!), sem brigas na família, sem cara feia por causa de presente “mal dado”, sem desencontros e decepções, sem dores de barriga por causa do excesso de comida e sem dores de cabeça devido ao excesso de bebida alcoólica. Desejo menos presentes e mais presença, menos cobiça e mais compaixão, menos materialismo e mais profundidade. E que no final sobre pelo menos um tiquinho daquilo que nós mesmos nos propomos com tal festa: um pouco de paz e amor.

“A NOITE DO DESPEJO”, um romance de Joilson Kariri Rodrigues.

“A NOITE DO DESPEJO”, um romance de Joilson Kariri Rodrigues.

Por Nara Rúbia Ribeiro,

Você abre o livro ” A noite do despejo” e, de repente, parece que sente uma cotovelada no estômago, segue mais umas linhas e é uma carícia que lhe aconchega a cabeça a um colo invisível.

O cenário é o mundo real dos desvalidos, feito de barraco, lama, alma e pobreza. E também de sonho e poesia, visão privilegiada a que podemos alcançar tomando por empréstimo os olhos de escritor.

Trata-se da primeira publicação de Joilson Kariri Rodrigues. A história percorre uma noite marcante nas vidas dos miseráveis moradores de uma favela fundada por Dado, narrador dos fatos, e Júlio, quando toda a favela se vê ameaçada de despejo por uma ordem judicial.

Não bastasse isso, percorre uma outra noite ainda mais sombria: a noite das almas daquela gente que tivera desabrigados os sonhos já mirrados pela vida.

A literatura é Literatura quando nos tira da apatia. Quando nos bole por dentro. Quando nos enternece, encanta, ou quando nos assusta. Ler “A noite do despejo” é, a um só tempo, um susto que deslumbra.

Tivemos a oportunidade de conversar com o escritor acerca de sua vida e desta obra. Segue a entrevista.

Joilson, vem de quando a sua ligação com a literatura? Você se lembra da primeira vez que sentiu uma grande necessidade de escrever?

Joilson Kariri- Eu vivi minha primeira infância numa fazenda de café, no Paraná. Meu pai era uma das poucas pessoas alfabetizadas nessa fazenda, então era ele o responsável por ler e escrever as cartas dos outros, a maioria era de gente vinda de outros estados. Eu achava muito interessante isso. Saber ler e escrever dava ao meu pai a condição de conhecedor profundo da vida de todos eles, sabia até das coisas mais pessoais, íntimas mesmo. Eu acho que esse foi o meu primeiro contato com alguma forma de literatura, pois ouvia aqueles relatos das cartas que iam e que vinham, trazendo e levando histórias de vida.

E muitas dessas histórias era ficção pura, mentiras inventadas pelo dono da carta, com o auxílio do escrevedor, que tinham a função de enfeitar a realidade cruel. Era o noivo que contava lorotas à noiva impaciente, que ficara esperando noutro estado e muitas outras histórias parecidas com essas. E nas respostas vinham histórias de gente e de bichos, contadas em detalhes. Fui alfabetizado em casa, por meu pai, que usava livrinhos de cordéis como cartilha nas suas lições, pois esse era o único tipo de livro que tínhamos em casa. Isso foi outra forma de contato com a literatura, mas mais propriamente com o mundo encantado das estórias, que é o que me fascina. Não acho que em algum momento eu tenha sentido necessidade de escrever. Eu gosto de contar estórias e uso a escrita para contá-las.

Você emprega, em seus textos, uma linguagem coloquial. Descreve, sempre, a dor do fraco, do pobre, do desvalido. Suas origens deram a você substrato à sua temática? Conta-nos um pouco da sua vida.

[quote_box_right]contioutra.com - “A NOITE DO DESPEJO”, um romance de Joilson Kariri Rodrigues.“Mas ele era só um morto de alma aprisionada num corpo vivo, que males lhes seriam mais danosos? E amanhã então é que estaria mais morto, enfeando as ruas com suas misérias, esperando a vez de mastigar um bocado de comida qualquer, desejando que fosse o último. E na rua, logo viria a desvergonha, o se acostumar com as indignidades da vida, quando se desse a ver a filha vendendo seus amores fáceis aos homens sedentos.”
“O ambiente ali tem gritos e cheiro de suor, a noite tem cheiro de sangue, de dor e miséria. Passo entre os exaltados querendo ser invisível, me sentindo um estrangeiro na favela que eu fundei com a ajuda de Julio.” “Meu medo? Meu medo era que aquela noite nunca se acabasse, pois tenho pra mim que a espera de um acontecimento ruim pode ser pior que o próprio acontecimento”

contioutra.com - “A NOITE DO DESPEJO”, um romance de Joilson Kariri Rodrigues.Trecho da obra
de Joilson Kariri

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Joilson Kariri- Quando se cria tendo como base as suas próprias vivências, com certeza será mais convincente. Eu vivi parte da minha vida no Paraná, outra parte no Ceará e vivo há mais tempo ainda em São Paulo. Tenho esses três mundos dentro de mim e às vezes eu misturo eles para montar uma personagem ou uma história. A Cultura nordestina fala mais alto em mim, porque mesmo quando vivia no sul, convivia com a minha família que é de lá e fazia questão de preservar seus costumes. Mas eu carrego a influência dessas três regiões e tento passar isso na minha escrita. Eu tenho uma história de vida comum, como a imensa maioria dos brasileiros, que é formada por pobres. Escrevo mais sobre esses tipos porque foi com eles que eu mais convivi e convivo até hoje. A poesia está em tudo, no belo e no feio, na pobreza e na riqueza, portanto é só uma questão de escolha de onde vai fazê-la brotar. É da natureza do escritor escrever sobre as coisas do seu tempo e espaço. Os meus espaços são as periferias, os guetos, as ruas marginais, mas também é o interior, a roça, o sertão. Por consequência, os tipos que fazem as histórias desses espaços, são, em sua maioria, os que se encaixam nessas descrições que você citou.

Você está publicando, agora, de modo independente, o romance “A noite do despejo”. Diga-nos dessa sua experiência. Lidar com o mercado editorial, no Brasil, é algo complicado?

Joilson Kariri- Não sei como é lidar com esse mercado, pois nunca tive a oportunidade de viver essa experiência. Conheço o antigo mercado fonográfico, pois trabalhei com cantores e vi de perto como a coisa funcionava. Acredito que não seja muito diferente, afinal, o processo de atividade é muito semelhante. É natural no Brasil que primeiro o autor tenha que provar que seu trabalho tem público, para só depois ser aceito por uma editora. Publicar por uma editora não significa exatamente que o sujeito seja bom, significa, em muitos casos, que ele possui influências nesse meio. Os editores dão preferências pelos autores celebridades, pois esses que já vêm com um trabalho de mídia prontinho. Noutros casos, eles publicam os amigos e os indicados dos amigos.

Quando e como o livro estará à disposição dos seus leitores? Como fazer para adquiri-lo?

contioutra.com - “A NOITE DO DESPEJO”, um romance de Joilson Kariri Rodrigues.Joilson Kariri- Para adquirir o livro acesse  No Facebook- Sertão Urbano ou envie e-mail diretamente para [email protected]

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