O diário de Frida e as suas últimas palavras antes de morrer

O diário de Frida e as suas últimas palavras antes de morrer

A vida de Frida Kahlo foi cheia de contrastes. Ela alcançou a fama e o reconhecimento, mas também sofreu dores físicas e emocionais de cortar o coração, que não lhe permitiram desfrutar de tempos agradáveis de alegria e diversão. Diz-se que, enquanto na Casa Azul um grupo de amigos se reunia em meio a conversas interessantes e álcool, ela ficava confinada em sua cama em razão das cirurgias pesadas a que se submeteu, consequência do acidente que a fez padecer por mais de 18 anos.
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Durante os últimos cinco anos de sua vida, ela esteve por muito tempo no hospital. Em 1950, ela foi submetida à mesma cirurgia sete vezes e teve uma perna amputada. Depois disso, Frida permaneceu em uma cadeira de rodas e só a morfina foi capaz de aplacar a sua dor.
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Frida dizia, através da arte e nas páginas tumultuadas de seu diário, da sua relação tempestuosa com Diego, de seus pensamentos sobre a vida, do sofrimento que a marcou sua além das aquarelas. Em seu diário registrou desenhos e frases marcaram seus últimos dias.
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“1950 – 51. Estou doente há um ano. Sete operações da coluna vertebral. O doutor Farill me salvou. Ele novamente me deu alegria de viver. Eu ainda estou em uma cadeira de rodas, e eu não sei se eu vou caminhar em breve. Eu tenho um espartilho de gesso que, embora possa ser assustador faz com que eu me sinta melhor. Eu não tenho dores. Apenas enfado da … enegrecido, e, naturalmente, muitas vezes desespero. Um desespero que nenhuma palavra pode descrever. Mas eu tenho que viver. Desde que comecei a pintura”.
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Refugiada na pintura, Frida expôs individualmente na Galeria de Arte Contemporânea da Cidade do México. “A pintura preencheu minha vida. Perdi três filhos e uma série de coisas que poderiam ter preenchido essa minha vida horrível. A pintura substituiu tudo. Eu acho que não há nada melhor do que o trabalho.”

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Em agosto de 1953 ela tem sua perna amputada na altura do joelho devido a uma gangrena. Sobre mais esse duro golpe Frida escreve em seu diário:

“Amputaram-me a perna há 6 meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo a querer me matar. O Diego é que me impede de o fazer, pois a minha vaidade faz-me pensar que sentiria a minha falta. Ele disse-me isso e eu acreditei. Mas nunca sofri tanto em toda a minha vida. Vou esperar mais um pouco…”.

No mesmo diário ela também desenhara uma coluna cercada por espinhos com a legenda: “Pés, para que os quero se tenho asas para voar.” Revelando a ambiguidade de seus sentimentos com relação a todo seu sofrimento.

A ideia da morte parecia algo tranqüilizador para Frida que tivera uma vida tão conturbada e freqüentemente ela se refere a isso em seu diário e em sua autobiografia, porém mais do que nunca ela tenta se agarrar a vida, pois como ela dizia: “…a tragédia é o mais ridículo que há…” e …nada vale mais do que a risada…” .

1954 foi um dos anos mais sombrios da vida do artista. Há rumores de que ela tenha tentado suicídio no dia 9 de abril, momento em que foi internada e recuperou-se.

Em junho, ele contraiu pneumonia. Sua força era tamanha que, no dia 2 de julho, viajou com Diego para a Guatemala, onde participou de uma manifestação contra a intervenção americana. No entanto, esta seria sua última aparição pública. Quando voltou para casa, a pneumonia piorou e morreu em 13 de julho. Muitos, todavia, teceram rumores sobre um possível suicídio. Centenas de pessoas foram para o Palácio de Belas Artes de dizer seu último adeus a uma das figuras mais emblemáticas da arte mexicana.
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Diego estava sempre ao seu lado, parceiros de vida eram mais do que os cônjuges ou amantes. Infidelidade e engano não importaram, porque eles tinham algo especial, diferente do que os outros casais que conheciam. Viveram algo além do amor ou do sex0, mas tornar-se um.

“Eu não vou falar de Diego como o meu marido, porque seria ridículo. Diego nunca foi e nunca será “marido” de ninguém. Ou como um amante, porque ele abrange muito mais do que limitações sexuais, e se falasse dele como um filho só iria descrever ou pintar as minhas próprias emoções, quase o meu auto-retrato e não o de Diego “.

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Na noite de 13 de julho daquele mesmo ano Frida Kahlo é encontrada morte em seu leito. A versão oficial divulgou que ela teve morte por embolia pulmonar, mas suas últimas palavras em seu diário foram: “Espero a partida com alegria…e espero nunca mais voltar…Frida.”

Fonte: Cultura Coletiva Adaptação Conti outra

Mais artigos sobre Frida na CONTI outra

Dicas de livros:

Diego e Frida

O segredo de Frida Khalo

El Diario De Frida Kahlo

Não toque no meu bom humor!

Não toque no meu bom humor!

Vivemos momentos bastante mau humorados, desanimadores. Momentos mal encarados.
Crise no país, corrupção, intolerâncias, politicagens, lutas (ainda) por direitos óbvios… É a tal fase do gigante que acordou mas, quando esfregou os olhinhos, achou que era melhor dormir de novo, e, como não foi possível, agora está olhando para a bagunça em volta, totalmente contrariado. A consciência desperta, mas, se fosse mais esperta, encararia tudo com um humor diferente, com o humor que muda o cenário, que pensa em alternativas, que se impõe pela presença gostosa.

A gente queria que tudo fosse diferente, que as ciclovias fossem infinitas, que nunca ficássemos doentes, que pudéssemos olhar nossos celulares sem medo de sermos assaltados, que todos os escândalos não passassem de notícias inventadas para vender jornal.

Mas não é assim e não é só isso. Para engrossar o caldo, ora estamos sem dinheiro suficiente, ora ficamos sem o afeto que queríamos, sem companhia, sem vinho, sem critérios… E ainda, a maioria de nós tem família e família por si só já é pêndulo de humores; E o computador trava, a foto não favorece, a dieta desanda, a sandália arrebenta, a ressaca maltrata, perdemos as chaves e o sorriso no rosto. Pronto, explodindo em 3, 2, 1…

Agora a reflexão: Seremos nós todos uns mau humorados?

É hora de recusar esse título. É momento de entender o passar da vida, a pressa do tempo, a feiura da testa franzida, do resmungo inútil.

O meu bom humor é particularmente debochado, mas não é ofensivo nem ácido, só gosta de fazer analogias com situações verídicas. É a minha saída, cada um tem a sua.

Já o meu mau humor é um possuidor de alma, um spray congelante, um gambá assustado. Prefiro mantê-lo longe e sedado.

A doença do mau humor se chama distimia. A cura pelo bom humor não tem nome, no máximo um apelido de terapia. Sempre damos mais peso e títulos aos vilões, impressionante isso. Nossa natureza avinagrada se manifesta a qualquer mínima contrariedade. Somos bélicos, defensivos, palpiteiros, resmunguentos.

E então, no meio de toda essa gincana que é a vida, entre rosnados e caretas, aparece uma criatura desfilando sorrisos e cumprimentos. Desacostumados que estamos, repudiamos de pronto. Colocamos na conta da alienação, do despreparo. O bom humor alheio incomoda demais! Soa como um espelho retorcido, um beliscão bem apertado, uma lição de moral bem dada. E é.

Ainda bem que sempre há uma criatura por perto que nos mostra o lado divertido das coisas, que nos instiga até arrancar um sorriso amarelo, que provoca, desafia, enxerga beleza até em raiz seca. E ainda bem que uma vez ou outra essa criatura sou eu ou você. Nem percebemos, mas assim é. Geramos uma lufada de fôlego para aturar todos os motivos que temos para nunca mais sorrir.

E, quando for o nosso dia de sorte, de um inexplicável bom humor e alguém se aproximar tentando manchar ou envenenar, possamos dizer sorrindo: Não ouse tocar no bem humor!

4 coisas mais importantes do que dizer “Eu te amo’- Nathalí Macedo

4 coisas mais importantes do que dizer “Eu te amo’- Nathalí Macedo

Vivemos no mundo do papo furado. Pois é, pode até soar meio agressivo começar um texto com uma verdade tão escancaradamente sincera, mas o fato é que as pessoas desta geração falam demais e fazem muito menos do que deveriam. O tão esperado “eu te amo”, por exemplo, quase nunca é justificado por ações a altura do seu nobre significado; as grandes amizades gritadas aos quatro ventos nas redes sociais desmoronam quando postas à prova, e a força das pessoas que se dizem autossuficientes caem por terra na primeira investida da solidão.

Precisamos de um mundo com menos versos de amor e mais provas de amor; com menos palavras e mais vontade. Por isso, em vez de textos quilométricos de amores óbvios, flores que murcham rápido demais, há formas de declararmos nosso amor de uma maneira menos verbal e, quem sabe, mais crível:

1 – Concessões

Não existe papo mais furado do que dizer que ama e não abrir mão de nada. Eu te amo, mas me passa o controle; eu te amo, mas eu não posso ir até a sua casa porque estou ocupado; eu te amo, mas na minha vida não há espaço pra você neste momento. Amar é fazer concessões, das pequenas concessões cotidianas às enormes abdicações de vida. Amar é emprestar o carro, aceitar o animal de estimação do outro apesar da sua alergia, tolerar temperamentos difíceis, manias estranhas, desconformidades naturais. O amar além da palavra é basicamente sobre tolerar o outro.

2 – Respeito à individualidade

Não existe contra-prova mais autêntica de amor do que a tentativa de dominar o outro. Porque, pela lógica mais simples e, por isso mesmo, mais aceitável, se você ama o outro como ele é, o mínimo que se espera é que deixe que ele continue sendo ele mesmo; e isso inclui deixá-lo continuar se comportando da mesma maneira com seus amigos, indo aos mesmos lugares e se relacionando da mesma maneira – sem cobranças desnecessárias ou mudanças invasivas. Respeitar a individualidade do outro vai além da ausência – ou controle – de ciúmes: é resistir à vontade, confesso, por vezes inevitável, de tentar adequar o outro às nossas projeções.

3 – Companheirismo

Um “oi, precisa de algo?” sempre será mais eficiente do que um “eu te amo” robótico e facilmente repetível. O amor é se colocar para o outro da maneira que ele precisar, se importando com seus problemas, suas crises, seus momentos. Não importa quantos buquês você já comprou e quantas canções já dedicou: Não existe amor quando não se está ao lado.

4 – Sinceridade

Grandes relações se sustentam à medida em que dão espaço à sinceridade. A mentira cautelosa – aquela que a gente não conta pra não machucar o outro – é um dos mais nocivos perigos para uma relação. Amores verdadeiros exigem, antes de tudo, verdade: e isso inclui contar ao outro que você não sente tesão só por ele ou que hoje prefere só dormir de conchinha. A verdade agrada mais que a mais bem elaborada mentira.

Por Nathalí Macedo Fonte indicada Entenda os homens

A previsão do tempo informa: amanhã vai fazer amor!

A previsão do tempo informa: amanhã vai fazer amor!

Em São Paulo faz calor. Na África do Sul, também. Em Porto Alegre, uma chuvinha fina umedece as ruas e os ímpetos de toda gente. Casablanca, no Marrocos, está parcialmente nublada. Reykjavíc, capital da Islândia, sonha debaixo de chuva com um dia quente. Na Antártida, no Pico do Everest e no Pólo Norte faz frio. E contrariando todas as previsões, aqui dentro faz amor.

É um amor mansinho, esperança de sol no fim da tempestade. Promessa de calor depois da frente fria. Amor de precipitações. Não importa o quanto dure. Aqui dentro faz amor.

Sujeito a chuvas e trovoadas como todo sentimento amoroso, esse amor soprado direto do peito de Deus abriu clareiras de céu azul entre muralhas de nuvens cinzas, inundou de sol a terra fria, tirou as crianças de casa, encheu de vida as ruas e praças e praias e parques e todo canto de estar sob o céu.

Lá fora faz calor. E a vida se agita agora de risos e sons de festa, palavras de apreço, cheiros de comida no fogo, palmas de aniversário. Aqui dentro, a cortina se abre e o sol estarrece de luz tantas sombras, varre cantos escuros, aquece lembranças geladas. Aqui dentro faz amor.

O céu está azul. O mar, também. Azul como a saia da moça que passa esvoaçando beleza, a piscina que recebe as crianças, os cabelos das minhas avós e toda lembrança de festa. Azul como o sentimento bom que abriu o tempo e fez sol em mim. Sol que aquece, consola, repara, abençoa. Sol que brilha e conforta como o olhar imenso de Deus.

O boletim do tempo informa: aqui dentro faz amor.

5 passos para ensinar CONSENTIMENTO para crianças (entenda como isso pode protegê-las)

5 passos para ensinar CONSENTIMENTO para crianças (entenda como isso pode protegê-las)

Por ADELITA MONTEIRO – artigo baseado no texto original de Michelle Dominique Burk

Há uns 20 anos, especialmente antes do Estatuto da Criança e do Adolescente, as crianças brasileiras não tinham voz, não tinham vez, e “não tinham querer” como diriam alguns de nossos avós. Porém, essa cultura de que a criança ‘não tem querer’ e não tem direitos felizmente está mudando. Hoje, entendemos que é importante ouvir e entender os desejos das crianças assim como dar-lhes voz para que possam verbalizá-los.

Isso não quer dizer que nos tornamos servos de nossos filhos fazendo todas as suas vontades, mas sim que ao menos os escutamos e procuramos atender seus pedidos se estes nos parecem plausíveis. É claro que sempre haverá situações em que não poderemos atender aos desejos de nossos filhos, mas esse é o momento de colocar o limite, de explicar as razões, de dialogar, de educar.

Alguns anos atrás também começamos a entender o significado de bullying, e a orientar crianças e adultos sobre certas brincadeiras que não são tão inofensivas, e que todos merecem respeito. Agora nossa atenção se volta cada vez mais para um outro termo: o consentimento.

Consentir significa permitir, autorizar, aderir, aprovar, significa acima de tudo, concordar. Com a lei Maria da Penha e a sanção da nova lei do Feminicídio no Brasil, a atenção da mídia se volta cada vez mais às injustiças sofridas pelas mulheres, e discussões sobre desigualdade de gênero, violência doméstica e abuso sexual, começaram a ganhar mais espaço. Dessa forma, começamos a questionar visões preconceituosas e típicas de uma cultura machista, tal como o hábito de culpabilizar a vítima do abuso ou violência pela roupa que ela vestia, ou por ela estar alcoolizada.

Grupos sociais e feministas que lutam pela igualdade de gênero em todo o mundo começaram então campanhas de conscientização sobre o consentimento. Não importa a roupa que a vítima estava vestindo, não importa se ela estava alcoolizada ou drogada, ela consentiu no ato sexual ou qualquer outra atividade que pode ter levado à violência? Estes mesmos grupos acreditam que é mais fácil prevenir a violência ensinando as pessoas a entender o consentimento do que lidar com as consequências desses atos violentos, incluindo a atitude sexista de culpar a vítima.

Por que é importante ensinar o consentimento às crianças?

Uma discussão polêmica que surgiu em 2014 foi sobre conteúdos do livro de memórias de Lena Dunham “Not That Kind of Girl” (Não sou uma dessas). Em algumas passagens, ela relata sobre sua relação de infância com a irmã mais nova, Grace. Dunham descreve subornar sua irmã por beijos, masturbar-se ao lado dela na cama, abrir a vagina de sua irmã, enquanto ela brinca na entrada da garagem, e faz, segundo suas próprias palavras “basicamente tudo que um predador sexual faria para conquistar uma pequena menina”.

A polêmica aconteceu em torno da seguinte questão: Lena abusou sexualmente de sua irmã ou foram apenas brincadeiras sexuais e curiosidades naturais da infância? É neste sentido que nossa atenção se volta para a questão do consentimento: independente de considerarmos as ações de Lena abusivas ou não, permanece o fato de que, em nenhum dos casos descritos ela teve o consentimento da irmã mais nova para suas ações. Também não está claro se Lena enquanto criança compreendia o significado de consentimento.

Portanto podemos dizer que o ensino do consentimento e discussões sobre seu significado é de extrema importância na educação infantil. A forma como ensinamos as crianças a dar, receber e compreender o consentimento na infância definitivamente irá influenciar em sua interação com outras crianças e adultos no futuro. O ensino do consentimento nem sempre tem que ser através de uma longa discussão, pois ele é um processo contínuo e que deve ser adaptado aos vários cenários e situações se colocarão diante da criança.

Então baseado no texto de Michele Dominique Burk, apresento aqui 5 passos simples para ensinar algumas regras do consentimento para crianças e dessa forma ajudá-las a reagir adequadamente quando confrontadas com determinadas situações.

1. Ensine-as a pedir Consentimento

Até pouco tempo nós não éramos ensinados a dar e pedir consentimento em nossas interações em casa ou na escola. E por isso também não passamos esse ensinamento às crianças. As crianças não agem de má fé intencionalmente, elas simplesmente ainda não aprenderam a pedir permissão para interagir com as outras.

É muito importante que a criança seja orientada no exato momento em que uma situação ocorre, por exemplo, se ela pegou um brinquedo da mão de outra criança, e a outra reagiu chorando, ficando emburrada, ou não disse nada, precisamos dizer à criança que tomou o brinquedo que ela precisa pedir a autorização da outra ANTES de interagir, fazendo questões do tipo: “Posso pegar… ?” ou “Está tudo bem se eu…?”. E da mesma forma, devemos orientar a segunda criança a reagir com segurança e ser enfática em sua resposta, dizendo, por exemplo: “Sim, tudo bem” ou ‘Não, eu não quero que você faça isso”.

Burk também ressalta que ao ensinarmos as crianças a pedirem permissão, “cria-se um passo extra em seu processo de pensamento: em vez de ir do impulso de “querer agarrar o braço de alguém” para imediatamente fazê-lo, eles se vêem obrigados a parar para pensar antes de ter a reação”.

2. Explique que o consentimento pode ser dado ou retirado a qualquer momento

Essa é uma outra questão que causa muita polêmica em nossa cultura machista. Se uma mulher casada sofre violência ou é estuprada, por exemplo, muitos acreditam que a culpa é dela mesma, que escolheu um parceiro abusivo, e que consentiu nesse tipo de relacionamento. Porém ao escolher seu parceiro e se casar com o mesmo não significa que ela consentiu com a violência ou até mesmo que ela sabia que este se tornaria violento.

O mesmo ocorre nos casos de “date rape” (‘estupro de encontro’ – quando o agressor marca um encontro com a vítima, via internet ou outros meios). Muitas vítimas desse tipo e violência não se sentem à vontade para denunciar o agressor, por se sentirem culpadas, e por achar que ao permitirem certo tipo de contato com o agressor, que este tinha o direito de ‘avançar’ para contatos mais íntimos. Portanto é importante esclarecer para as crianças que o consentimento uma vez dado, não vale por tempo indeterminado. O consentimento pode ser retirado a qualquer momento durante qualquer interação.

Da mesma forma, devemos esclarecer às crianças que o consentimento a um determinado tipo de contato físico não significa automaticamente que se tenha consentido a qualquer forma de contato físico. Consentir a um abraço, por exemplo, não significa que a pessoa também tenha consentido a um beijo ou outro contato mais íntimo, e familiaridade com uma pessoa também não significa consentimento. “Quando discutimos isso com as crianças, é fundamental explicar a importância de verificar frequentemente – com quem quer seja que estão interagindo – para ter a certeza de que o que estão fazendo está OK”, afirma Burk.

3. Discuta a importância do “não”

É muito importante que os adultos também compreendam que devem pedir consentimento em suas interações com as crianças e aceitar quando essas demonstram que não desejam certo tipo de contato. Muitas vezes, nós forçamos as crianças a abraçar ou beijar um adulto no rosto, mesmo que ela não queira, essa atitude as ensina que o “não” não é uma resposta aceitável. E dessa forma ela passa a não se sentir segura para dizer não às outras pessoas. Uma criança nunca deve ser forçada a interagir fisicamente com um adulto. Mesmo que esse adulto seja um parente, amigo da família, professor, etc.

Burk alerta: “em alguns casos, a aversão de uma criança para ser tocada por uma pessoa em particular pode até ser motivo para alarme”. Caso você perceba que uma criança não se sente confortável ​​sendo tocada por alguém, é importante ter uma conversa com ela para entender os motivos, e acima de tudo, demonstrar respeito por seus sentimentos.

Em outras palavras, ensine a criança a dizer NÃO e respeite sempre o não de uma criança. Deixe claro a ela: “você não tem que deixar ninguém tocá-la, se você não quer”.

4. Ajude-a compreender a diferença entre “não responder” e o “consentir entusiasticamente”

A ideia de ‘consentimento entusiástico’ é um conceito novo, porém de suma importância. Sua definição é esta: “um ativo, visível, inegável ‘sim'”. Muitas vezes quando uma criança interage com a outra solicitando, por exemplo, um abraço ou um brinquedo emprestado, a outra pode não responder. Isso não quer dizer que ela consentiu ou concordou com o ato.

É importante esclarecer para as crianças que uma não-resposta não é a mesma coisa que dizer “sim”. “Uma inabilidade de vocalizar um “não” pode acontecer por uma série de razões: medo de repercussões, sentimentos de desconforto, uma deficiência, e assim por diante”, afirma Burk.

Em relação ao toque especificamente, as crianças devem entender que precisam pedir permissão para tocar uma outra criança, e também precisam ter claro que a outra deve responder SIM. De acordo com Burk é assim que se ensina consentimento entusiástico. “Não importa a circunstância, se a pessoa não responder com um “sim”, então você não pode tocá-la”.

5. Siga suas próprias regras de Consentimento

Os adultos são o modelo de comportamento para as crianças. Portanto a forma como nós agimos e nos relacionamos com outras pessoas vai influenciá-las em suas interações futuras. Se não pedimos consentimento, se ignoramos a palavra “não”, ou se forçamos consentimento sobre a outra pessoa, não importa o quê digamos a uma criança, nossas ações acabarão por invalidar as regras estabelecidas.

Você nunca deve forçar uma criança a interagir fisicamente com você sem antes pedir o seu consentimento. Além disso, as regras para o consentimento que você acordou com uma criança devem ser aplicadas em todas as situações. As crianças devem entender que não importa se eles estão em casa, na casa de um amigo, na escola, ou no parque infantil – as regras sobre o consentimento se aplicam em todo e qualquer lugar.

Permissão ao invés de Perdão

Não é fácil nem simples conversar e discutir consentimento com crianças. Entretanto essas conversas tornam-se cada vez mais necessárias nos dias de hoje em que a violência aumenta e é naturalizada pela TV e meios de comunicação. É importante que tanto as crianças quanto os adultos compreendam o significado de consentir, de aceitar e concordar com algo, e que por outro lado também aprendam a aceitar o ‘não’ como resposta, a respeitar o desejo do outro e a entender que a falta do ‘não’ não significa um ‘sim’. É muito melhor pedir permissão, do que ter que pedir perdão após ter ferido ou chateado alguém.

Sugestão de leitura: Não sou uma dessas, de Lena Dunhan

A Maternidade como ela é

A Maternidade como ela é

Desde criança ouvimos dizer que não existe nada melhor e mais bonito do que a maternidade, que o amor de mãe é único e imensurável.

A mãe, as avós, primas, tias e vizinhas que são mães, tecem comentários sobre a grandeza do amor da mãe pelos seus filhos e assim vamos ensaiando para a vida adulta nas brincadeiras de crianças. Brincamos de casinha, mamãe e temos uma porção de “filhinhas”. Carregamos nossas bonecas-filhas com carinho, trocamos fraldas, alimentamos e colocamos para dormir.

Escutamos sempre que os nove meses de gestação são mágicos, a mulher fica mais bonita, alegre, confiante, olhos e cabelos mais brilhantes. E vamos absorvendo durante boa parte da vida o que ouvimos sobre a felicidade de ser mãe.

Entretanto, quando chega a hora que resolvemos sentir todas as maravilhas da maternidade, a realidade é diferente. Muitas vezes o problema se inicia nas tentativas para engravidar, muitas mulheres têm dificuldades, mas aprendemos na escola que se esquecer de tomar o anticoncepcional um dia, engravidamos. E muitas mulheres com essa dificuldade se perguntarão: “Não sou merecedora de sentir tão nobre amor?”

Outras tantas quando conseguem engravidar, abortam, pois a taxa de aborto é uma gestação em cada quatro (25%), mas não nos contaram muito bem sobre essa possibilidade. E quando isso acontece nos perguntamos: “O que há de errado com o meu corpo que não é competente para gerar um filho?”

E quando conseguimos engravidar e manter a gestação há muitas sobrecargas como exames infindáveis, ultrassons e consultas médicas que se misturam aos compromissos do trabalho, casa, namorado-marido, social, religioso, enfim todos os outros compromissos da vida se somam aos compromissos da mulher que agora é gestante. E, por mais incrível que seja sentir o bebê mexer, é estranho pensar que carregamos um bebê dentro de nós, ao menos eu me sentia estranha em pensar que carregava mais duas pernas, dois braços, coração, rins, pulmões e todo o resto que compõe um ser humano, mas que não pertencia a mim e sim ao meu filho, sentia-me duplicada.

No final da gestação estamos bem cansadas, sem dormir, seios enormes, barriga imensa e sem ver as partes íntimas e nem nossas coxas. Temos dores nas costas, passamos a maior parte do dia e da noite no banheiro para fazer xixi e parece que até um botijão de gás está mais elegante vestindo sua charmosa “capinha” do que nós com as melhores roupas de gestante.

E por tudo isso e mais dezenas de outras coisas, muitas vezes nos sentimos desorientadas, tristes e depois culpadas, afinal sempre ouvimos dizer que a gestação é maravilhosa e então pensamos: “Talvez eu seja diferente das outras mães, pois não me sinto tão bem quanto descreveram que uma gestante deve se sentir”.

Então, chega o grande dia de conhecer e sentir o filho que carregamos durante toda a gestação. Esse é um momento mágico, indescritível, finalmente ver a carinha do filho que até então estava na barriga. Muitas vezes o parto não é parecido com o que imaginamos que seria, mas nesse momento nem pensamos nisso, afinal o grande encontro aconteceu.

E é chegada a grande hora da primeira mamada, na maioria das vezes é um desastre, mas sempre nos disseram que era automático. E as recém-mães pensam que o problema é com elas, que não produziram leite ou não têm talento para a amamentação.

E o recém-nascido, o mais novo membro da família, exige outra rotina, mamadas de três em três horas, banho, troca de fraldas. Tem o choro, as cólicas e tudo faz com que as nós, as mães, fiquemos cansadas, em dúvida se estamos fazendo tudo certo, afinal as outras mães não nos contaram detalhadamente sobre todas as necessidades de um ser tão pequenino.

O tempo vai passando, a recém-mãe vai conhecendo o seu bebê e a casa vai entrando numa rotina própria. O bebê também vai se adaptando com o ritmo da mãe, do pai e começa a perceber como funciona o seu pequeno mundinho e o que esperar dele quando tem fome, sono ou precisa trocar a fralda.

Ser mãe é padecer e muito, e talvez o paraíso esteja nos sorrisos dos filhos, nas gargalhadas, numa alegria que ele sinta, nos abraços e beijos que nos dão, quando um beijo nosso cura seu dodói, quando espantamos os monstros debaixo da sua cama para que possam dormir sem medo e são infindáveis esses pedacinhos de paraísos.

Provavelmente, depois que a vida se acomoda novamente e as alegrias que sentimos com os filhos acabamos perdendo as lembranças do quanto foram difíceis alguns momentos desse processo.

Entretanto, penso que não devemos nunca esquecer as dificuldades, dúvidas, tristezas, receios e angústias que já sentimos e sentiremos gestando e sendo mãe, pois mesmo em tempos atuais, a gestação e a maternidade são romanceadas.

Alerto todas às gestantes e futuras gestantes que como tudo na vida, não é só bom e maravilhoso gestar e, para exercer a maternidade, há o lado ruim também como: angústia, tristeza, medo, insegurança e ansiedade, mas isso faz parte desse processo e também é saudável.

E o dia em que nós mulheres e mães pudermos dizer abertamente e sem culpa que a maternidade é a coisa mais gostosa do mundo, mas também a mais angustiante, que é um amor inexplicável, mas ao mesmo tempo penoso, que é uma sensação de êxtase, mas também de renúncia certamente haverá menos culpa nas recém-mães e consequentemente menos depressão pós-parto e a certeza de que os sentimentos negativos relativos à gravidez e maternidade fazem parte do processo de tornar-se uma boa mãe.

Então queres ser um escritor? (Poema de Bukowski)

Então queres ser um escritor? (Poema de Bukowski)

se não sai de ti a explodir
apesar de tudo,
não o faças.
a menos que saia sem perguntar do teu
coração, da tua cabeça, da tua boca
das tuas entranhas,
não o faças.
se tens que estar horas sentado
a olhar para um ecrã de computador
ou curvado sobre a tua
máquina de escrever
procurando as palavras,
não o faças.
se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes para teres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens que te sentar e
reescrever uma e outra vez,
não o faças.
se dá trabalho só pensar em fazê-lo,
não o faças.
se tentas escrever como outros escreveram,
não o faças.

se tens que esperar para que saia de ti
a gritar,
então espera pacientemente.
se nunca sair de ti a gritar,
faz outra coisa.

se tens que o ler primeiro à tua mulher
ou namorada ou namorado
ou pais ou a quem quer que seja,
não estás preparado.

não sejas como muitos escritores,
não sejas como milhares de
pessoas que se consideram escritores,
não sejas chato nem aborrecido e
pedante, não te consumas com auto-devoção.
as bibliotecas de todo o mundo têm
bocejado até
adormecer
com os da tua espécie.
não sejas mais um.
não o faças.
a menos que saia da
tua alma como um míssil,
a menos que o estar parado
te leve à loucura ou
ao suicídio ou homicídio,
não o faças.
a menos que o sol dentro de ti
te queime as tripas,
não o faças.

quando chegar mesmo a altura,
e se foste escolhido,
vai acontecer
por si só e continuará a acontecer
até que tu morras ou morra em ti.

não há outra alternativa.

e nunca houve.

(Tradução: Manuel A. Domingos)

Poema de CHARLES BUKOWSKI

O que caminhar faz com o seu cérebro

O que caminhar faz com o seu cérebro
Three people walking in a park, getting some exercise

Caminhar é uma das atividades mais recomendadas por todas as pessoas. Está deprimido? Caminhe. Está com sobrepeso? Caminhe. Está estressado? Caminhe.

Mas mais que sabedoria popular, um estudo científico realizado por Gregory Bratman, da Universidade de Stanford, demonstrou que uma caminhada pode fazer maravilhas para o seu estado de ânimo, sua saúde e o seu cérebro.

A investigação levou um grupo de pessoas para caminhar por um lugar com árvores e tranquilidade, sem música ou qualquer distração, enquanto outro grupo caminhou nas mesmas condições, mas na cidade. Após a caminhada, os voluntários foram para o laboratório para responder um questionário e se submeter a uma tomografia no cérebro.

O objetivo foi determinar os níveis de felicidade e atenção após o exercício.

Aqueles que andaram ao longo da cidade tiveram grandes mudanças em seu humor, mas aqueles que caminharam na natureza demonstraram melhorias na saúde mental. Isso se refletiu em um fluxo de sangue mais baixo no córtex pré-frontal, a parte do cérebro responsável pelo tratamento de pensamentos repetitivos ou emoções negativas.

As pessoas que caminharam na cidade mantiveram o fluxo sanguíneo nessa área. Conclui-se que é melhor para o seu cérebro e suas emoções a caminhada na natureza.

E o bom é que para ter estes benefícios, você não precisa planejar uma viagem para as montanhas ou à praia, apenas dar um passeio de cerca de quinze minutos em qualquer praça ou parque rodeado por árvores, sem música ou distrações, concentrando-se apenas no que o rodeia.

Caminhe mais e melhor

Bratman com seu estudo mostrou que uma caminhada no lugar certo é o suficiente para melhorar a saúde mental, já que esta atividade ajuda a alcançar um estado de relaxamento e tranquilidade. Sendo assim, a caminhada pode ser considerada quase uma cura milagrosa para levantar o ânimo e limpar a mente de pensamentos negativos.

É a oportunidade de relaxar e desconectar dos problemas cotidianos.

Por Paula Romano

Fonte: UpdateorDie

Uma vida simples- uma tirinha sobre o percurso de nossas almas

Uma vida simples- uma tirinha sobre o percurso de nossas almas

O ovo & o pássaro representam a alma e sua evolução durante o ciclo de uma vida.

Quando o pássaro da vida atinge sua idade adulta, é preciso morrer para libertá-lo.

O Phoenix simboliza o renascimento . Então, quando seu corpo morre , sua alma deixa o corpo e segue seu caminho.

Fonte indicada: 9GAG

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Toda mulher precisa enlouquecer de vez em quando, ou acaba por enlouquecer de vez

Toda mulher precisa enlouquecer de vez em quando, ou acaba por enlouquecer de vez

Curiosamente, um mundo loucamente imperfeito nos exige perfeição o tempo todo. De todos nós, de fato, mas, em se tratando de mulheres, as exigências são ainda mais exorbitantes e cruéis. O mundo espera de nós o que, talvez, sequer saibamos se é possível – e que muito provavelmente não é.

O mundo espera que sejamos bonitas, acima de tudo. Lindas, se possível. Bem cuidadas, magras, torneadas, gostosas e sexys. E tenta nos convencer que não somos bonitas se não vamos ao salão de beleza semanalmente.

Uma mulher ~perfeita~ para o mundo atual tem que trabalhar o dia inteiro – porque precisa ser independente – estudar – porque precisa ser culta – fazer dieta, ir à academia e manter os cabelos com um brilho espetacular. Ir à manicure, sorrir para a sogra e, depois de tudo isso, ter disposição para fazer um sexo memorável a qualquer hora, para que o mundo – e, em alguns casos, excepcionalmente o seu companheiro – a considere uma mulher que vale a pena.

E ainda é preciso encontrar tempo pra rezar pra não ser trocada por outra – por que, como já ouvi incontáveis vezes: homens disponíveis estão mesmo difíceis de encontrar. E depois de nos aterrorizar com toda essa história de que precisamos agradar nossos homens, muito mais, até mesmo, do que sermos nós mesmas, ele nos cobra lucidez. Segurança. Serenidade.

A verdade é que o mundo nos cobra equilíbrio quando tudo o que ele faz é nos desequilibrar. Nos cobra segurança quando tudo converge para que acreditemos que não somos nada sem um homem ao lado, nos cobra união enquanto, culturalmente, nos lança umas contra as outras, fazendo-nos uma cruel lavagem cerebral que tenta nos convencer de que somos desunidas e competitivas.

E os homens de nossas vidas – pais, companheiros, amigos – embora, muitas vezes, cheios de boas intenções, acabam por nos atribuir uma responsabilidade que talvez sejamos incapazes de assumir: a de sermos boas o suficiente o tempo todo.

De não mexer no celular dele. De deixá-lo ver futebol em paz. De não sentir ciúmes da amiga gostosa. De se portar dignamente, elegantemente, graciosamente. De não enlouquecer nunca – e se você aceita um conselho, toda mulher precisa enlouquecer de vez em quando, ou acaba por enlouquecer de vez.

Se cada homem no mundo pudesse escutar a minha voz, o único conselho que eu daria é: deixe-nos enlouquecer quando quisermos. Porque não há amor sem uma dose de loucura. Porque equilíbrio absoluto numa relação jamais foi um bom sinal. E toda mulher tranquila e que nunca te interroga sobre o seu atraso pode não ser tão equilibrada assim: ela pode, simplesmente, não te amar.

A intensidade é parte de cada passo nosso. A insensatez eventual nos é necessária e característica. E se não lhe tivermos um pouco de loucura, certamente não lhe temos sequer um pouco de amor.

Por Nathalí Macedo. Fonte indicada Entenda os homens

A alma da Carolina do Sul nas pinturas de Cassandra Gillens

A alma da Carolina do Sul nas pinturas de Cassandra Gillens

Cassandra Gillens é um artista autodidata, residente na Carolina do Sul.

Nascida e educada em Boston, Massachusetts, suas primeiras memórias são de desenhos com giz colorido nas calçadas de Roxbury; Massachusetts. Outras memórias são de quando ela começou a pintar imagens que descreviam os primeiros anos de sua infância na Carolina do Sul. Cassandra está intimamente ligada ao povo e a cultura desta terra maravilhosa e histórica; suas pinturas retratam algumas de suas melhores lembranças como criança, e também da boa vida do velho sul.

Veja mais em seu Site oficial e no Facebook.

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Meu filho autista nunca foi a um aniversário.Um dia recebi um convite especial.

Meu filho autista nunca foi a um aniversário.Um dia recebi um convite especial.

Timothy é um amável garoto. Mas a sua rotina não é fácil, já que ele sofre de autismo. Sua mãe tem que se desdobrar para cuidar do filho que além de precisar comparecer a várias consultas médicas, tem outras necessidades especiais. Festas de aniversário, por exemplo, são complicadas, pois o excesso de animação das várias crianças presentes pode ser muito estressante para o garoto. Mas um dia, uma carta especial chegou na caixa de correio da família de Timothy. Essas tocantes palavras comoveram a mãe de Timothy quando ela as leu. Foi assim que ela respondeu:

“Querida mãe,

Você não me conhece e eu não te conheço, mas meu filho, Timothy, às vezes senta do lado do seu filho na escola.

Timothy sofre de autismo grave. Ele também é um garoto de 7 anos que ama e brinca com todo seu coração. Ele precisa de muita ajuda extra na escola e às vezes parece totalmente alheio ao que está acontecendo embaixo do seu nariz.

Ele quer amigos mas às vezes não sabe como fazê-los.

Ele quer brincar mas às vezes não sabe como pedir.

Ele quer ser incluído mas às vezes não sabe como.

Nós, pais de crianças com necessidades especiais, sabemos muito bem o quão machucados nossos filhos se sentem quando são deixados de fora de eventos sociais.

Esportes, encontros, dormir nas casas dos amigos e, sim, as apavorantes festas de aniversário.

Eu posso dizer sinceramente que meu filho nunca compareceu a nenhuma sequer. Nós recebemos inúmeros convites nos últimos anos, mas na maioria das vezes por crianças que convidam a sala inteira impiedosamente. Não me entendam errado, eu estou agradecida.

Mas eu me pergunto se os pais sabem o que aconteceria se eu trouxesse o Timothy? As interrupções, os desastres. Como eu odiaria tirar os holofotes da criança aniversariante.

Então nós recusamos educadamente. Todos.

Até que seu convite chegou pelo correio com uma nota especial. Nela estava escrito:

“O Carter senta ao lado do Timothy na escola e sempre fala dele. Eu realmente espero que ele possa vir. Nós vamos alugar um castelo inflável no qual pode ser acoplado um pequeno escorregador. Nós também teremos balões e armas d’água. Talvez o Timothy possa vir um pouco mais cedo caso a classe inteira seja demais para ele. Me avise como podemos fazer isso funcionar.”

Você escreveu exatamente o que eu precisava ver naquele dia e nem mesmo sabia.

Por causa do seu filho ele está incluído.

Por causa do seu filho ele se sente querido.

 Por causa do seu filho ele tem uma voz.

E eu quero que você saiba que por sua causa eu posso enfrentar mais um dia.

Por causa de você eu posso enfrentar outro compromisso.

Por causa de você eu posso aguentar mais olhares e perguntas.

Por causa de você eu tenho esperança pelo futuro de Timothy.

Eu apenas queria te dizer o trabalho fantástico que você está fazendo com seu filho.

Esta mãe estará confirmando a presença do filho pela primeira vez na história. E eu mal posso esperar.

Sinceramente,
A muito agradecida mãe de Timothy.”

Essa carta mostra como apenas um pouco de compaixão pode proporcionar um alívio fenomenal para outras pessoas. A mãe de Timothy precisa usar todas as suas forças para cuidar do filho e esta carta é como um raio de esperança em um quarto escuro. Se você também ficou impressionado com as inacreditáveis bondade e amizade contidas nessas poucas linhas, compartilhe esta carta com todos que você conhece. Timothy e milhares de outras crianças precisam de toda a ajuda que puderem receber.

Fonte: Não acredito

Leia mais sobre o tema em Autismo e Inclusão

Autismo, Não Espere, Aja Logo!: Depoimento de um Pai sobre os Sinais de Autismo

À flor da pele. Quem nunca?

À flor da pele. Quem nunca?

“Em casa, à noite, o pai guarda os sapatos dos dois no mesmo canto, pendura os casacos dos dois no mesmo gancho… Ele serve o jantar em um prato redondo e descreve a localização dos diferentes tipos de alimento fazendo uma analogia com os ponteiros do relógio. Batatas às seis horas, ma chérie. Os cogumelos, às três horas…”

Trecho do livro “Toda luz que não podemos ver” – Anthony Doerr

Quem nunca se viu em um estado mais sensível do que o normal, enxergando drama, poesia e arte em qualquer coisa cotidiana?

Quem nunca chorou ao ler um trecho de um livro, ao escutar uma música, ganhar um abraço, um pão doce que lembra a infância, um bilhetinho de amor?
Eu chorei com esse trecho do livro, confesso. Pensei nesse pai viúvo que cria a filha cega sozinho e, entre tantos atos de amor, ainda encontra poesia e encanto para a vida de ambos. É amor demais para não se arrepiar.

Curioso é que todos esses gatilhos existem o tempo todo em todos os lugares, mas não somos capazes de nos sensibilizar com tanta frequência, com tanta intensidade todas as vezes. E quando isso acontece, dizemos que estamos à flor da pele. Eu adoro essa expressão, mesmo que alguns digam que é a porta de entrada para um colapso, surto, crise histérica… Discordo totalmente e ainda ouso dizer que o estado de flor da pele nos faz uma verdadeira esfoliação na alma, nos mostra o que somos e qual são as importâncias que devemos nutrir e guardar na vida. Quando viramos poesia e às outras poesias nos misturamos.

Hoje, voltando para casa, desci do metrô, e, bem junto de mim passaram quatro funcionários levando um homem desacordado naquelas macas de pronto atendimento. Era um homem relativamente novo, e toda aquela multidão olhando curiosa, comentando. Realmente não tenho ideia do que aconteceu. Os rapazes do metrô subiram a estação pela escada rolante levando o homem para um posto de atendimento que tem logo na saída. E eles desapareceram porta adentro. Nesse momento me veio um nó na garganta, aquela sensação de choro, de desemparo. Eu não conheço o homem, desconheço o que aconteceu com ele, mas meu momento flor da pele me desarmou, me fez pensar que nenhum de nós nunca saberá o que será o minuto seguinte. Nem o homem da maca, ninguém.

Nos resta portanto, a certeza de todo o futuro incerto, que contará com deliciosos e perfumados momentos à flor da pele.

Antes um Não bem dado do que um Sim mal dito

Antes um Não bem dado do que um Sim mal dito

Quando uma pergunta é então emitida, e espera-se uma resposta positiva ou negativa, supõe-se: sim ou não. No entanto, na prática, a resposta recebida para esse tipo de questão parece dominada por outros opostos: sim e silêncio, sim e enrolação, sim e ilusão. Qual é o problema com o não afinal? Não faz parte da vida? Não é uma resposta válida? Supõe-se que quem tem coragem de perguntar está disposto a receber a melhor ou a pior das respostas.

Pior que o não é um silêncio que ignora a situação, como se nunca tivesse acontecido. Pior que o não é ver sua energia ser mascada pelo outro, mantida a postura na esperança de uma resolução. Pior que o não é a ilusão do sim, diante da ausência de uma resposta negativa. Pior que o não é a atitude ambígua. Que seja um não sei, que seja honesto.

Dizer não com sinceridade não é sinal de maldade. Ao contrário, é sinal de coragem e consideração com quem pede uma resposta para algo. É o simples reconhecimento do outro como ser humano, que se comunica pela linguagem, que pensa, que sente e que se mostrou disposto, deu a cara a tapa à receber uma resposta verdadeira. Dizer não é ser empático o suficiente para saber que tal resposta deixará o outro livre para seguir outros caminhos, para vislumbrar outras opções, outros trajetos, mesmo que seja com dor à princípio. A dor passa, a dúvida não.

A dúvida corrói. Envenena a pessoa com esperanças, medos, desilusões, uma porção de criações imaginárias para uma lacuna em branco. Um branco de nada ou um branco de uma resposta mal dada, que não se converte em ações. O não é como a morte – se supera com o luto, segue-se em frente apesar da dor. Não há nada o que se possa fazer sobre ela. A ausência de resposta, a resposta falsa ou a resposta ambígua são como pessoas desaparecidas – há sempre esperança de ter uma notícia, de um reaparecimento, além de todas as fantasias que acompanham o pensamento sobre o que pode ter acontecido com a pessoa, sobre como ela está, sobre o que aconteceu… Pensamentos de esperança e de terror se revezam como as subidas e descidas de uma montanha russa.

Há quem se isente dessa responsabilidade do que causa aos outros com a sua leviandade – “Não tenho culpa sobre as expectativas alheias”, dizem. Pois, realmente, não temos culpa da expectativa de ninguém, sempre que deixamos algo claro. Mas a verdade é que raramente alguém alimenta ilusões diante de uma posição firme, transparente e honesta. As expectativas geralmente acompanham uma atitude do outro, que não quer nem “pegar” nem “largar”.

Será que para alimentar o ego com a situação de ser solicitado a responder por si a alguém? Pelo medo de parecer uma pessoa hostil? Medo de tomar uma decisão? Ou quem sabe por imaturidade? É certo, apenas, que não responder por capricho ou responder algo mal dito é uma atitude covarde. Uma atitude de quem não se assume, não sabe o que quer, e também não quer deixar que o outro saiba. Uma atitude egoísta e mesquinha, que de tão banalizada, vem semeando entre tantos por aí o medo do risco de viver, de tentar, de se entregar. Ninguém quer acabar sendo tratado como inexistente, indigno de ser respeitado em sua dúvida, em sua demanda por uma posição do outro que se colocou, de alguma forma, em seu caminho. Duvidosos envenenados acabam por se converter em não não-dizentes.

A resistência é necessária, para não permitir-se tornar ceifador de confianças só por ter se ferido na ceifa alheia. No limite do tempo e da energia gastos com algo que não anda nem desanda, o melhor caminho, se não o único, pode ser ter que assumir o “não” do outro, negar-lhe a ceifa hesitante e executar a própria poda, dolorida, mas realizada de tal forma que novos ramos poderão crescer. Precisamos estar inteiros para seguir em frente. E então, nós negadores, encontrarmos outros negadores, que só dizem sim quando querem realmente.

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