A previsão do tempo informa: amanhã vai fazer amor!

Em São Paulo faz calor. Na África do Sul, também. Em Porto Alegre, uma chuvinha fina umedece as ruas e os ímpetos de toda gente. Casablanca, no Marrocos, está parcialmente nublada. Reykjavíc, capital da Islândia, sonha debaixo de chuva com um dia quente. Na Antártida, no Pico do Everest e no Pólo Norte faz frio. E contrariando todas as previsões, aqui dentro faz amor.

É um amor mansinho, esperança de sol no fim da tempestade. Promessa de calor depois da frente fria. Amor de precipitações. Não importa o quanto dure. Aqui dentro faz amor.

Sujeito a chuvas e trovoadas como todo sentimento amoroso, esse amor soprado direto do peito de Deus abriu clareiras de céu azul entre muralhas de nuvens cinzas, inundou de sol a terra fria, tirou as crianças de casa, encheu de vida as ruas e praças e praias e parques e todo canto de estar sob o céu.

Lá fora faz calor. E a vida se agita agora de risos e sons de festa, palavras de apreço, cheiros de comida no fogo, palmas de aniversário. Aqui dentro, a cortina se abre e o sol estarrece de luz tantas sombras, varre cantos escuros, aquece lembranças geladas. Aqui dentro faz amor.

O céu está azul. O mar, também. Azul como a saia da moça que passa esvoaçando beleza, a piscina que recebe as crianças, os cabelos das minhas avós e toda lembrança de festa. Azul como o sentimento bom que abriu o tempo e fez sol em mim. Sol que aquece, consola, repara, abençoa. Sol que brilha e conforta como o olhar imenso de Deus.

O boletim do tempo informa: aqui dentro faz amor.







Jornalista de formação, publicitário de ofício, professor por desafio e escritor por amor à causa.