Barriga de pai

Barriga de pai

Filho não traz felicidade, nem paz interior e nem realização. Pelo contrário, filho traz muita preocupação e as preocupações nascem antes deles próprios. Vai ser menino ou menina? Será que ele(a) é perfeito(a)? Se eu morrer quem vai cuidar dele(a)? São infinitas as preocupações, os questionamentos e medos, quem vêm antes e depois do nascimento dos filhos.

Filhos não são obrigatoriamente bons, porque somos bons, nem mal porque somos mal. Madre Tereza, Sena e Obama tiveram pais, mas Suzane Von Richthofenr, Osama bin Laden e o maníaco do parque, também tiveram pais, não dá para atribuir aos pais, todas as glorias e desgraças do mundo, realizada por uns ou outros filhos.

Filhos não necessariamente, seguem nossas careiras, ensinamentos ou doutrinas, afinal eles não são como livros de colorir, onde colocamos nossas cores favoritas. Filhos têm vontade própria.

Falo por mim. Uma parte de mim começou a morrer no dia que adotei meu filho, pelo menos a parte mundana e solitária.

Primeiro morreu o tal amor próprio, pois aprendi a amá-lo mais que a mim mesmo. A vaidade caiu por terra, hoje já não importa mais, se surge uma barriguinha ou as marcas indeléveis do tempo, basta que ele esteja saudável, sorrindo e crescendo dentro do padrão esperado e, afinal, filho é sempre a pessoa mais linda do mundo.

Então, pra que estar belo, se sempre ele estará mais belo do que eu? Dou-me por satisfeito, a competição pela beleza, se encerrou para mim, meu filho é mais bonito que eu. Morreu o “eu mereço” para aquela compra fora de hora, aquela viagem não planejada. Hoje necessito de menos mimos e compensações ou quase nada, meu filho, sim, esse merece a melhor alimentação, um bom plano de saúde, estudar na melhor escola que eu possa pagar, depois fazer intercâmbio, conhecer a Disney e o mundo.

E assim que possível, garantir seu futuro financeiro.

Filho não traz felicidade para quem não consegue ser feliz por conta própria, mas, garanto, filho traz super poderes. Não conheço ninguém que tenha recebido aumento de salário, bônus ou abono salarial, só porque teve filho, mas o dinheiro rende milagrosamente e eu aprendi, na pratica, que onde se come um, sim é possível comerem dois, três, ou quatro (meu filho e suas babás), como o mesmo salário que eu tinha antes dele.

E mais, que esse salário tem o dever de virar moradia, transporte, saúde, segurança, brinquedos, diversão e muito mais.
Desenvolvi uma forma tão especial de conectar-me a ele, que isso deixou todas as redes sociais que já experimentei desinteressantes e desatualizadas.

Filho não traz paz interior para quem não fez as pazes com seu passado e o mundo, mas me fez aprender a amar mais, admirar mais e até perdoar o que eu julgava falhas nos seus pais.contioutra.com - Barriga de pai

Meu filho me trouxe uma segunda chance de reescrever a minha própria história, preencher as lacunas e marchar a passo largos rumo a paz tão sonhada.

Filho não traz outras realizações, além do desejo de ser pai ou mãe, pois, afinal, ninguém tem a obrigação de realizar por nós, aquilo que é do nosso dever, mas me trouxe um sentimento igualmente compensador, a incrível sensação de dever cumprido. Todos os dias, invariavelmente, independente de como o meu dia começou ou terminou, quando o sono da noite chega até os olhinhos do filho Saulo e o vejo dormindo, seguro, saudável e em paz, tenho a sensação que cumpri honrosamente o papel a que me foi atribuído, através da paternidade escolhida, ser guardião do bem maior que Deus nos deu: a vida.

Alemberg José de Santana, médico com pós-graduação em Oftalmologia e Psiquiatria, gay e militante gay.

Vamos proteger nossos filhos do “grooming”, o novo perigo na internet

Vamos proteger nossos filhos do “grooming”, o novo perigo na internet

Por Daniela Lopez

O fenômeno “grooming” quase não é conhecido, é uma nova maneira de enganar menores com a finalidade de produzir pornografia, sequestrá-los e prostituí-los.

Hoje, a tecnologia e a internet são acessíveis a todos, isso tornou possível que durante os últimos anos tenhamos nos familiarizado com termos como sexting e ciberbullying. Como pais, precisamos estar sempre atentos ao que acontece na internet, de modo que o objetivo deste artigo é falar sobre um assunto emergente, do qual pouco se sabe: o grooming.

O que é grooming?

Este termo em inglês refere-se a ações que um adulto utiliza online para ganhar a confiança e a amizade de uma criança ou adolescente, fingindo ser alguém de sua idade, com o objetivo de pedir imagens ou vídeos de conteúdo sexual para satisfazer-se sexualmente.

Isso ocorre por meio de redes sociais, chats, e-mail, celular e webcam. Basta um clique em qualquer uma dessas redes sociais para as crianças e adolescentes serem enganados.

Como podemos ver, isso começa no ciberespaço, mas, infelizmente, pode transcender ao mundo “real” e transformar esses jovens em vítimas de tráfico e prostituição, pornografia infantil ou qualquer outro tipo de abuso.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o recrutamento de menores para fins sexuais pode demorar minutos, horas, dias ou meses, dependendo dos objetivos e necessidades do infrator, bem como as reações dos menores.

Segundo as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a cada ano, cerca de 1,2 milhões de crianças e adolescentes são traficados em todo o mundo. É o terceiro delito mais lucrativo, depois do tráfico de drogas e do tráfico de armas, gerando entre US $8,000 milhões e 10,000 milhões por ano.

De acordo com pesquisas feitas pela ONU, alguns criminosos chegam a ter até 200 conversas com menores em suas listas de chats, redes sociais ou mensagens instantâneas.

As técnicas utilizadas por esses criminosos são muito sedutoras, eles se envolvem com as vítimas a ponto de se tornarem seus amigos, passando-lhes confiança, conhecendo seus gostos, seus problemas, e assim conseguem que eles lhe forneçam dados pessoais que podem utilizar para extorquir a vítima. Eles fazem de tudo para se aproximarem das crianças e atingirem seu objetivo.

Uma vez capturados, o assédio começa, ameaçando a vítima de prejudicar a sua família ou publicar as imagens enviadas para obter cada vez mais material pornográfico ou também tentam encontrar-se com o menor fisicamente para abusar dele sexualmente.

O que você pode fazer para evitar que isso aconteça com seus filhos?

1. Mantenha-se informado

O básico para prevenir o grooming é estar informado, porque os riscos são grandes. É essencial ajudar a divulgar este tema começando por aqueles que nos rodeiam: filhos, sobrinhos, colegas de escola, professores, etc.

2. Converse com seus filhos

Não adianta manter as crianças isoladas de redes sociais e tecnologia. Lembre-se que eles podem ter acesso à internet em qualquer lugar. O melhor a fazer é explicar a eles o que é o grooming e suas consequências. Por exemplo: um ponto muito importante é dizer-lhes para não compartilhar fotos ou vídeos pessoais na rede, muito menos concordar em enviar fotos ou ligar a webcam para se despir.

3. Ajude seus filhos a cuidarem de si mesmos

É importante que as crianças e jovens adquiram as ferramentas necessárias para se cuidarem na internet, ensinando-os a não entrar em contato com estranhos em redes sociais, não fornecer dados pessoais tais como: nome dos pais, escola que frequentam, se eles têm irmãos, números de telefone, entre outros.O vídeo abaixo mostra um caso de dar calafrios.

4. Ouça seus filhos e, se necessário, denuncie

É muito importante que as crianças se sintam seguras em falar se algo como isso acontecer com eles. Se a situação se apresentar, não culpe seu filho, confie nele, acredite no que ele lhe contar e faça uma denúncia imediatamente através da polícia cibernética no país onde você está ou para as autoridades competentes.

Lembre-se que formamos a autoestima de nossos filhos em casa, conversando com eles, fornecendo um tempo de qualidade, confiança, respeito e amor. Só assim poderemos dar-lhes as ferramentas para que eles não caiam nas mãos de pessoas inescrupulosas e aprendam a cuidar de si. Todos podemos nos tornar adultos protetores que se importam com e acompanham o desenvolvimento saudável das crianças. Abaixo, um vídeo produzido pela UNICEF.

Fonte indicada: Família

A diferença que faz gostar da sua profissão

A diferença que faz gostar da sua profissão

Parte 1

Na fábula, a Cigarra vive feliz, cantando o dia inteiro, enquanto a Formiga está sempre trabalhando, sempre estressada, preocupada em armazenar cada vez mais comida. O fim da história apresenta uma moral que mostra que a formiga estava certa e a cigarra, errada.

Esses dias, um amigo publicou um post em que um jornal anunciava: Afinal é tudo mentira: As formigas são mesmo preguiçosas. A matéria afirmava que “apenas 2,6% das formigas estava trabalhando o tempo todo durante as observações, enquanto 71,9% passavam metade do dia sem fazer nada. As formigas que apareceram o tempo todo inativas eram 25,1%”.

contioutra.com - A diferença que faz gostar da sua profissãoCom a capacidade de nos fazer pensar que só mesmo o Facebook tem, este post me levou a duas linhas de raciocínio: Na primeira, uma pequena meditação sobre essa imprensa, que não está perdoando a intimidade de ninguém, expondo até os insetos nas manchetes ao lado dos escândalos do futebol e da política. Já a segunda linha de raciocínio, confesso que me levou a sentir um prazer bem egoísta. É que nunca gostei dessa história da Cigarra e a Formiga e não tinha como não ver uma pequena vingança no fato da Ciência desautorizar a fábula.

Normalmente, eu sou o primeiro a defender que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Afinal, se você quer criar uma história onde a Lei da Gravidade foi revogada ou onde explica que Buracos de Minhoca são feitos, realmente, por minhocas espaciais, vai em frente, a criação é sua e toda vez que você cria uma história, você inventa um universo. Mas só dessa vez e – volto a dizer – por motivos absolutamente egoístas, eu comemorei o placar Ciência 1 x 0 Fábula. Mas vou ser discreto e não vou sair na janela e gritar “Chupa, Esopo!” nem qualquer coisa parecida.

É que é difícil ser artista, seja no Brasil ou em qualquer lugar. Uns 90% da classe passa a vida ouvindo a velha piada:

– Você faz o quê?

– Teatro.

– Ah, bacana… E trabalha com quê?

Claro que a fábula não é a culpada por essa situação. Acho. Mas o preconceito é grande e eu sempre tentei entender porque essa não é uma profissão que é vista como qualquer outra. Tem alguns pontos que podem ajudar a entender:

1 – A dificuldade em ganhar dinheiro. As condições melhoraram muito nos últimos anos, mas a maioria dos atores de teatro que eu conheço está em vários espetáculos ao mesmo tempo, alguns chegam a estar em mais de sete. Podem ter dois ou três em cartaz na cidade (um adulto, um infantil e um alternativo, por exemplo) e os outros fazendo viagens ou apresentações ocasionais para escolas. Isso significa ter todos estes espetáculos na cabeça, com seus textos, marcações e contra-regragens. Não é pouca coisa. Mas é o jeito para sobreviver. Lembro que meus pais levaram uns bons anos pra aceitar a profissão que eu tinha escolhido, mesmo quando eu mostrei que podia viver daquilo. E ainda assim, eles só aceitaram (ou melhor, se conformaram), quando fui escrever para a televisão. O que leva ao próximo ponto:

2 – A glamourização da profissão. Ser artista tem uma aura, uma distinção que vem desde muito antes de Hollywood investir pesado para transformar atores e atrizes em semideuses. Lembro de um texto em que o Eça de Queiroz dizia que atores são perigosos, porque por volta do começo da tarde, quando todos os homens já estão suados e com as roupas amarfanhadas, os atores acabaram de acordar e de se banhar, vestindo roupas que acabaram de tirar do armário. Como dá pra ver, ao mesmo tempo em que a profissão gera uma certa admiração, gera também um certo menosprezo. Até a década de 70, no Brasil a profissão de artista não era regulamentada e artistas eram obrigados a usar a mesma carteira que permitia o trabalho para prostitutas, como conta Fernanda Montenegro em uma entrevista recente:

Pertenço à geração de artistas que ainda tirou carteirinha de prostituta na polícia. Naquela época, artista era prostituta, viado ou gigolô. (…) Minha própria família tinha vergonha, mas depois calha de dar certo e você vira um herói. Mas, se não dá, você continua sendo um louco“.

Claro que só passa pela glamourização aqueles que conseguem dar certo, o que por aqui é traduzido como “fazer sucesso na televisão”. Mas toda a classe é vista da mesma forma, seja quem está na novela ou quem está em sete espetáculos. Ah, e por falar em “dar certo”:

3 – O estigma do teste do sofá. O preconceito diz que artistas são vistos como grandes libertinos, não hesitando em trocar sexo por uma oportunidade de trabalho. Existem casos, claro, mas não é a realidade da maioria dos profissionais. A questão passa mesmo é pela glamourização e pela exposição. Não vou aprofundar muito a discussão aqui, só dizer que médicos transam nos hospitais, durante seus plantões. E engenheiros transam em seus escritórios, dizendo que estão trabalhando até mais tarde. A diferença é que, se eles forem descobertos, nada disso vai sair no jornal. Já um artista, vira notícia até quando atravessa a rua, como prova o Caetano.

4 – Só trabalha nisso quem gosta muito do que faz. E isso faz toda a diferença. Por que é difícil, como qualquer outra profissão. Mas além das dificuldades, ainda tem a questão do preconceito. Uma vez, fui fazer uma apresentação em uma Biblioteca Municipal, na periferia de São Paulo. Chegamos, montamos cenários, apresentamos, desmontamos, tudo normal. Na saída, enquanto carregávamos o material, rindo e conversando, ouvi o seguinte da encarregada pela Biblioteca, um pouco ofendida pela alegria alheia:

– Mas vocês só se divertem! Quando é que vocês trabalham?

Bom, pensei em uma resposta genial. Mas como a prosa correu solta e essa coluna ficou grande, vou ter que parar por aqui e dividi-la em duas pra continuar essa história na semana que vem. Juro que não é pra obrigar ninguém a voltar, é que ficou maior do que eu pensava. Mas não demora, prometo!

Leia a continuação aqui. 

Fragmentos do livro “Fernão Capelo Gaivota”, de Richard Bach

Fragmentos do livro “Fernão Capelo Gaivota”, de Richard Bach

“E, contudo, não sentia remorso por não cumprir as promessas que fizera a si próprio. ‘Essas promessas são só para as gaivotas que aceitam o vulgar. Quem conseguiu chegar à excelência da sua aprendizagem não tem necessidade desse tipo de promessa.'”

“Quase todos nós percorremos um longo caminho. Fomos de um mundo para o outro, que era praticamente igual ao primeiro, esquecendo logo de onde viéramos, não nos preocupando para onde íamos, vivendo o momento presente. Tem alguma ideia de por quantas vidas tivemos que passar até chegarmos a ter a primeira intuição de que há na vida algo mais do que comer, ou lutar, ou ter uma posição importante dentro do bando? Mil vidas, Fernão, dez mil! E depois mais cem vidas até começarmos a aprender que há uma coisa chamada perfeição, e ainda outras cem para nos convencermos de que o nosso objetivo na vida é encontrar essa perfeição e levá-la ao extremo.”

“Escolheremos o nosso próximo mundo através daquilo que aprendermos neste. Não aprender nada significa que o próximo mundo será igual a este, com as mesmas limitações e pesos de chumbo a vencer.”

“Você tem menos medo de aprender do que qualquer outra gaivota que conheci em dez mil anos.”

“Ao expulsarem-na, as outras gaivotas só fizeram mal a si próprias, e um dia vão sabê-lo, e um dia verão o que você vê.”

“Era-lhes mais fácil praticar altas execuções do que compreender a razão que estava por detrás delas.”

“Temos de pôr de parte tudo o que nos limita.”

“Quebrem as correntes dos seus pensamentos e quebrarão as correntes do corpo.”

“Falou de coisas muito simples – que as gaivotas têm o direito de voar, que a liberdade é própria de sua natureza, que todo aquele que se oponha a essa liberdade deve ser posto de parte, quer a oposição seja motivada por ritual, superstição ou limitação sob qualquer forma.”

“‘O preço de ser incompreendido’, pensou. ‘Ser classificado de diabo ou de deus.'”

“– Por que será – interrogou-se Fernão – que a coisa mais difícil do mundo é convencer a um pássaro de que é livre e de que pode prová-lo a si mesmo se se dedicar a treinar um pouco?”

“Não creia no que os seus olhos lhe dizem. Tudo o que mostram é limitação. Olhe com o entendimento…”

Trechos do livro “Fernão Capelo Gaivota”, de Richard Bach

Fonte indicada: Fragmentos

“A tempestade”, uma sábia e atemporal reflexão de Kahlil Gibran

“A tempestade”, uma sábia e atemporal reflexão de Kahlil Gibran

O pássaro e o homem tem essências diferentes.

O homem vive à sombra de leis e tradições por ele inventadas;

o pássaro vive segundo a lei universal que faz girar os mundos.

Acreditar é uma coisa; viver conforme o que se acredita é outra.

Muitos falam como o mar, mas vivem como os pântanos.

Muitos levantam a cabeça acima dos montes;

mas sua alma jaz nas trevas das cavernas.

A civilização é uma arvore idosa e carcomida, cujas flores são a
cobiça e o engano e cujas frutas são a infelicidade e o desassossego.

Deus criou os corpos para serem os templos das almas.

Devemos cuidar desses templos para que sejam dignos da divindade que neles mora.

Procurei a solidão para fugir dos homens, de suas leis, de suas tradições e de seu barulho.

Os endinheirados pensam que o sol e a lua e as estrelas se levantam dos seus cofres e se deitam nos seus bolsos.

Os políticos enchem os olhos dos povos com poeira dourada e seus ouvidos com falsas promessas.

Os sacerdotes aconselham os outros, mas não aconselham a si mesmos,
e exigem dos outros o que não exigem de si mesmos.

Vã é a civilização. E tudo o que está nela é vão.

As descobertas e invenções nada são senão brinquedos com a mente se diverte no seu tédio.

Cortar as distâncias, nivelar as montanhas, vencer os mares, tudo isso não passa
de aparências enganadoras, que não alimentam o coração e nem elevam a alma.

Quanto a esses quebra-cabeças, chamados ciências e artes, nada são senão cadeias douradas com os quais o homem
se acorrenta, deslumbrados com seu brilho e tilintar.

São os fios da tela que o homem tece desde o inicio do tempo sem saber que, quando terminar sua obra, terá construído a prisão dentro da qual ficará preso.

Uma coisa só merece nosso amor e nossa dedicação, uma coisa só…

É o despertar de algo no fundo dos fundos da alma.

Quem o sente não o pode expressar em palavras.

E quem não o sente, não poderá nunca conhecê-lo através de palavras.

Faço votos para que aprendas a amar as tempestades em vez de fugir delas.

Kahlil Gibran, poeta e escritor libanês.

ALZHEIMER, por Regiane Reis

ALZHEIMER, por Regiane Reis

À minha querida avó Emilia, a quem um dia eu não soube entender

 

Se você me abraça e eu não o reconheço,

Não faz mal,

Abrace-me mesmo assim,

Pois sou capaz de sentir a sua energia de amor a me envolver.

Se você conversa comigo e eu não entendo o que você diz,

Não faz mal,

Converse ainda assim,

Pois a sua expressão será capaz de me mostrar que tenho a sua atenção e o seu companheirismo.

Se ao me ver tendo comportamentos que, em público, eu jamais antes teria,

Não se envergonhe,

Nem desdenhe.

É apenas o meu inconsciente se libertando dos entraves da matéria.

Caso eu pareça indiferente e distante,

Não se engane, meu filho.

Estou próxima, bem próxima, clamando pelo seu carinho.

Se o meu sofrimento lhe entristece ou aborrece,

Não, não sinta pena e tampouco deseje a minha morte,

É o meu espírito que se aperfeiçoa, a cada dia e no tempo do Senhor, num salto notável a que poucos conseguem chegar…

Se minha aparência lhe causa repulsa,

Beije-me mesmo assim,

Afague os meus cabelos,

O seu carinho é um bálsamo ao meu espírito tão carente por seu amor.

Quando vir o meu corpo já desfalecido, pronto para o derradeiro adeus,

Oh, nesse momento, somente nesse momento, tenha a certeza de que já me fui…

Encontrar o Pai em esferas mais elevadas.

Antes disso, porém, não me negue o seu amor.

Eu estava em difícil prova, necessitando de sua ajuda, de sua compreensão, totalmente entregue ao seu livre arbítrio, mas com a forte expectativa de que seria capaz de me proteger.

 

contioutra.com - ALZHEIMER, por Regiane ReisRegiane Reis

“Com formação na área jurídica e buscando o autoconhecimento, entendi que precisava escrever sobre temas universais como a vida, o amor e a fé.”
Acompanhe a autora no blog Pausa Virtual ou no Facebook.

Câncer de ovário, outro assassino silencioso: 6 sinais urgentes

Câncer de ovário, outro assassino silencioso: 6 sinais urgentes

Por Emma E. Sánchez

Na adolescência comecei a apresentar alguns problemas, tais como dor excessiva durante o ciclo menstrual, pois na maioria dos meses do ano eu nem mesmo menstruava. Minha mãe decidiu tomar uma iniciativa e me levou ao ginecologista, que nos disse que meu útero e matriz estavam cheios de cistos. Levaram vários anos de tratamentos, biópsias e até pequenas cirurgias para um dia nos darem a terrível notícia: meus órgãos pareciam estar tão danificados que era muito provável que eu nunca poderia ter filhos. Não me lembro de a notícia ter me afetado, mas eu me lembro o quanto isso afetou meus pais.

O tempo passou, eu continuei com os medicamentos recomendados, casei e me tornei mãe de três filhas. Não tive complicações durante a gravidez nem abortos, e durante muitos anos os cistos pareciam ter desistido e se dados por vencidos; mas agora que já estou entrando em meus quarenta anos, esses cistos rebeldes voltaram mais fortes e com reforços, provocando hemorragia grave que me fizeram mais uma vez ir ao ginecologista e esta é a informação que eu quero compartilhar:

– Os cistos podem desenvolver câncer, principalmente nos ovários.
– O câncer de ovário é um dos mais agressivos e tem alto índice de mortalidade.
– Todas as mulheres devem prestar muita atenção nos sintomas, fatores de risco e histórico familiar. Não há uma causa exata ou comprovada para sua formação, por isso todas as mulheres devem prestar muita atenção nos sintomas, fatores de risco e sintomas em comum que outras mulheres tiveram.

Fatores de risco

-Quanto menos filhos você tiver, as chances de adquirir esse tipo de câncer aumentam ou quanto mais tempo você demorar para engravidar e ter filhos, o risco também aumenta.
-Se alguém na sua família já apresentou algum tipo de câncer, de qualquer tipo, o risco aumenta também.
-A população de mulheres que têm este tipo de câncer está mais frequentemente entre 55 e 60 anos.

Sintomas

– A coisa terrível sobre esta doença é que seus sintomas são facilmente confundidos com infecção ou colite ou qualquer outra doença que distenda o abdômen.
– Quem sofre disso, muitas vezes para de comer porque se sente muito “cheia” ou fica satisfeita muito rapidamente quando ingere alimentos.
– Ciclos menstruais muito frequentemente são alterados, irregulares e aparecem ou desaparecem de repente.
– Problemas digestivos, e por isso há tanta confusão e dificuldade em fazer um diagnóstico em muitos casos.
– Muita dor nas costas e barriga.
– Hemorragias muito intensas.

Se você estiver apresentando dois ou mais desses sintomas e se houver também algum outro fator de risco em sua vida, ou sintomas familiares, é imperativo que você visite o seu médico.

Atualmente existem vários testes, como ressonância magnética, ultrassonografia, exames de sangue que buscam câncer específico, ultrassom, a laparoscopia e até mesmo um determinado tipo de teste de gravidez que pode auxiliar na identificação precoce e intervenção.

Infelizmente, este tipo de câncer não pode ser identificado por nenhuma dessas formas nos estágios iniciais de desenvolvimento, por isso é importante você observar e conhecer o seu corpo, para estar atenta às mudanças que aparecem e, acima de tudo, para ajudar na prevenção desta doença.

Como você pode prevenir o câncer de ovário

A resposta é simples: você pode preveni-lo assim como pode prevenir muitas outras doenças: vida saudável, alimentação que não inclua alimentos enlatados, conservantes e alto teor de gordura; praticar esportes, manter o seu peso, atitudes saudáveis, e cumprir o propósito de seus órgãos reprodutivos: ter bebês, amamentar e procurar ser feliz.

O que acontece se o câncer já tiver sido detectado?

Em primeiro lugar, respire fundo e seja grata. Grata por ter câncer? Grata porque você foi diagnosticada e porque você pode fazer muitas coisas! É importante ter isto gravado em sua mente: “O câncer não é uma sentença de morte.”

Existem vários grupos de apoio, organizações cívicas e governamentais. Elas trabalham para ajudar quem tem câncer e suas famílias. Procure informações e aja. Se você fizer isso com a atitude positiva e vontade de vencer, será mais uma batalha. Livre-se do sentimento de derrota, ou qualquer outro sentimento negativo. Acredite em mim: isso não vai lhe ajudar nunca. Uma coisa que dizem é que atualmente, o câncer de ovário é combatido com sucesso com quimioterapia ou cirurgia, juntamente com uma boa atitude, fé e muita esperança.

Desde que o médico conversou comigo, eu estive me ocupando em melhorar a minha vida: eu como melhor, corro, estudo e me divirto o máximo possível e compartilho a informação, como fiz hoje com você e tudo está indo muito melhor em meu interior.

Obrigada por ler e não se esqueça de compartilhar essa informação.

Fonte indicada: Família

A beleza que só você não vê

A beleza que só você não vê

Dizem que existe uma simetria matemática que faz com que reconheçamos a beleza. E mesmo sem saber como esse cálculo funciona ao certo, somos incapazes de dispensar o deleite que o belo nos causa.

Admirar o belo é como se deixar levar por uma onda mansa, contudo defini-lo é bem mais complexo. Muitos o julgam de acordo com premissas dedilhadas por pensadores há mais de dois mil anos e tantos outros o tomam de forma subjetiva. Contudo, quase sempre, projetamos o belo para fora de nós e sabemos reconhecê-lo com mérito… nos outros.

Dessa forma quando nos pedem nomes de mulheres que estão no topo de nosso ideal de beleza, citamos sem hesitar Kim Kardashian, Taylor Swift, Gisele Bündchen e Beyoncé.

Muitas vezes, sendo mulheres, sequer constamos nessa nossa espevitada lista.

Em 2011 uma empresa cosmética internacional realizou uma pesquisa com mais de 6.400 mulheres em 20 países e concluiu que apenas 4% delas se consideravam bonitas. A pesquisa também apontou que para mais de 40% das entrevistadas o rigor em seguir padrões de beleza partia delas mesmas.

Dessa forma é inegável dizer que como mulheres estamos acreditando que características físicas externas definem a nossa beleza. E quando vamos para frente do espelho buscamos como dizem por ai “pelo em ovo”.

Se acordamos com uma espinha no rosto e alguém durante o dia nos olha e diz que estamos bonitas, uma voz grita dentro de nossa cabeça “Mentira! Você não viu que eu estou com uma espinha?”. Se vamos a uma loja de calçados e um vendedor gentilmente nos auxilia e elogia o nosso pé, a voz da autocrítica berra em nós “Cara, você é cego, não viu que estou com uma unha encravada?”

Dessa forma, analisando o reduto feminino da crítica, é bem provável que aquela mulher que achamos perfeita não se ache tão perfeita assim. Quando pequena ela pode ter recebido maldosamente o apelido de “saracura” por causa das pernas longas, e desde então, quando alguém fica na onda de admirar o belo que existe nela, ela pode pensar que esse alguém está reparando apenas em suas pernas.

Muitas vezes carregamos esse tipo de complexo em nós. Achamos nossa boca grande e nos esquecemos que com ela damos o sorriso mais encantador do mundo. Não gostamos de nossas sardas e ignoramos assim que muitos amam esses nossos pontinhos graciosos. Detestamos nossas pernas grossas e fingimos não perceber que elas são invejadas diariamente. Temos pavor de nossos seios pequenos, entretanto ignoramos que existem muitos marmanjos sonhando com eles de noite. Só fazemos sexo no escuro e nos negamos a aceitar que imaginar é bom, mas se deixar enxergar é ainda melhor.

O conceito de belo é muito amplo para que o toquemos aqui com profundidade, contudo certamente há nele um embolado de questões subjetivas que dizem respeito ao nosso amor próprio. É fácil enxergar a beleza no outro, pois somos levados a crer que o outro não tem defeitos. Em contraponto somos críticos demais conosco, rotulando como defeitos o que muitas vezes são qualidades

Aceitar a nossa beleza é fundamental para que possamos fluir pelo mundo, deixando por ai o melhor de nós. Pensar em nossas características como parte integrante do que somos é fundamental. Afinal, nossos traços contam uma história não apenas nossa, mas também daqueles que nos antecedem. Fisicamente somos um bocado de nós, um tanto de nossos pais, uma pitada de nossos avós e bisavós e os levamos conosco também nisso.

Cada beleza é singular e felizmente não existem no mundo duas pessoas iguais. Muitas vezes colocamos em nossa cabeça que determinada característica é a responsável por tudo de ruim que nos acomete, mas isso não é verdade. A verdade é que felizes e realizados exalamos beleza por todos os poros e quando deixamos de querer ter o cabelo da Taylor e as pernas da Beyoncé, assumimos para o mundo o quão maravilhoso é sermos, pura e simplesmente, nós mesmos.

 “Palavras são mágicas, são como encantamentos sublimes que nos levam para onde quisermos, seja esse onde um lugar ou uma pessoa”. Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Carpe Diem, porque o tempo voa!

Carpe Diem, porque o tempo voa!

Há momentos em que a gente se dá conta da passagem de tempo, e o susto é inevitável. Um dia vivíamos o dilema de escolher a profissão, no outro, nos pegamos pensando na aposentadoria. E num piscar de olhos estaremos nela.

Nessas horas eu me pergunto sobre as prioridades, sobre as necessidades, sobre as vontades que temos, todos nós, em relação à vida. Pensar que os anos passam disciplinadamente rápido e levam consigo parte das nossas vidas, provoca uma reflexão sobre coisas que só mesmo o tempo tem poder para enfrentar. Como queremos que o tempo passe por nós? Sabemos organizar a vida para que tudo aconteça a seu tempo? Ou deixamos o tempo levar o que queremos?

Queremos informação, conhecimento, desenvolvimento de habilidades. Estudamos, nos especializamos, viramos mestres, doutores, sumidades em determinados assuntos. A negociação com o tempo envolve grande esforço, mas muito prazer e reconhecimento também.

Queremos segurança, dinheiro no banco, uma casa, um carro, estabilidade,  poupança para viagens… Alguns de nós conseguem tudo. Muitos de nós conseguem parte. Parte de nós não consegue, ou abre mão de conseguir. Isso vai depender de muitas coisas, mas também de quanto tempo será investido. Tempo este que não dá garantias. Hoje estamos, mas amanhã, quem sabe? E quanto mais queremos, mais tempo teremos que negociar.

Queremos nos divertir, viver a vida, contabilizar aventuras, ver o mundo, abraçar os amigos, brincar com os filhos, brindar, cantar,  amar, não deixar a festa acabar. E nessas horas, digam o que quiserem, mas o tempo dá sempre um jeito de passar mais rápido. Guardamos pedacinhos desse tempo em milhares de fotografias, filmes, recordações, mas mesmo assim ele não volta.

No final, não importa o que queremos nem quanto tempo isso leva de nossas vidas. O que vale é entender como nos acertamos com esse tempo, como negociamos para que ele seja  aliado dos nossos desejos ,necessidades e aspirações, de forma que, ao final do nosso tempo, possamos constatar que vivemos em harmonia com o tempo, a vida que escolhemos ter.

Que não tenhamos motivos para lamentações sobre tempos perdidos ou desperdiçados. Isso sim é uma forma cruel de matar o tempo.

“Cada minuto que passa é um milagre que não se repete”

(Chamada da extinta rádio relógio, há muito tempo atrás, que também já ficou no passado).

Carpe Diem, portanto, todos os dias!

Euforia: alegria em carne viva

Euforia: alegria em carne viva

A cabeça gira confusa. Mais uma noite de amores desconhecidos. Amores? Não, amores não. Mais uma noite de louca procura pela satisfação da necessidade gritante de afeto. Bocas, olhos, olhares sorrisos, tudo misturado e borrado numa pintura caótica de fragilidade e falsa postura destemida. No espelho o reflexo de um rosto familiar. Alguém vagamente conhecido. Alguém que se contempla do outro lado. Saiu à procura de prazer e risos e voltou para casa em busca de uma paz que se perdeu no tempo. Faz tempo.

A sede desesperada pela alegria cegou a razão. A euforia do corpo na dança; da boca no copo, no outro corpo, na outra boca. Sumiu no ar, volátil, volúvel. A pele macia que esperava o toque, agora arde pela dor de ter se ferido na ilusão da alegria insana. Está de volta à reflexão solitária sobre seus desejos irresponsáveis. Precisa se curar da exaustão da busca. Precisa se cobrir, descansar, tratar a pele que de tão exposta ficou em carne viva.

A necessidade de encontrar um ponto de equilíbrio acompanha o ser humano desde que ele entendeu que em companhia de outros seres humanos tem mais chance de sobreviver. No contato e interlocução com o outro é que descobrimos, percebemos ou intuímos quais são nossas virtudes, habilidades, necessidades, dificuldades e questões de ordem emocional. Desejamos caber no logotipo da normalidade. Queremos ter a garantia de que estamos raciocinando numa linha lógica, que faça sentido pra nós e que, principalmente, faça sentido para o outro. São as fugas do padrão nas relações sociais que deflagram um possível transtorno afetivo. Há uma falha no sistema. Alguma conexão não corresponde. O encaixe não poderá ocorrer. O indivíduo que carrega o transtorno fica literalmente desorientado. Está perdido e assim continuará, até que seja diagnosticado. Então, não estará mais perdido. Mas, será alguém reclassificado. Perde o logo da normalidade e ganha outro. Ganha um logo deformado, corrompido, transtornado.

Um dos transtornos afetivos que mais atinge a humanidade atual é o Transtorno Bipolar. Estima-se que cerca de 1,8 a 15 milhões de brasileiros sejam portadores do TAB, nas suas diferentes formas de apresentação. O Transtorno Bipolar é um distúrbio associado a alterações funcionais do cérebro; sobretudo relacionadas às alterações de humor. Pacientes portadores de TAB apresentam períodos de depressão, durante os quais sentem uma tristeza profunda e dolorosa, acompanhada  desesperança e pensamentos de menos-valia; alternados com períodos de mania, ou euforia, durante os quais ficam acelerados, apresentam fuga da realidade e podem, inclusive, colocar sua integridade física (e dos outros) em perigo pela falta de capacidade de calcular riscos.

Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde revela que O TAB é a sexta maior causa de incapacitação para o trabalho no mundo. Quando tratados e diagnosticados precocemente, os indivíduos afetados podem economizar anos de suas vidas que seriam perdidos em todos os setores, desde a esfera afetiva até a profissional.

Portadores de TAB são extremamente vulneráveis às pressões sociais do entorno (familiares e amigos); sentem-se deslocados e inadequados ao perceberem que não funcionam psicologicamente como aqueles que receberam o logo da normalidade. Eles são reféns de suas alterações de humor, mesmo que, por uma incrível tacada de sorte, tenham recebido atendimento médico adequado e não tenham sido vítimas de diagnósticos equivocados; mesmo que estejam corretamente medicados; que recebam o apoio das pessoas mais próximas e afetivamente importantes; mesmo que consigam (e isso é incrível!!!) manter uma rotina de trabalho e estudo; mesmo que frequentem com regularidade ortodoxa os consultórios do psiquiatra e do psicólogo .

Também doenças clínicas como obesidade, diabetes, e problemas cardiovasculares são mais frequentes entre portadores de TAB do que na população geral. A associação com a dependência de álcool e drogas não apenas é comum (41% de dependência de álcool e 12% de dependência de alguma droga ilícita), como agrava o curso e o prognóstico do TAB, piora a adesão ao tratamento e aumenta em duas vezes o risco de suicídio.

Na fase de euforia, os indivíduos portadores de TAB têm os níveis de energia elevados; perdem o sono; apresentam fala acelerada; o pensamento fica rápido, porém difuso; vários projetos são iniciados e morrem inacabados; há uma intensificação do desejo sexual; as ideias podem ser delirantes, pois a capacidade crítica fica severamente prejudicada. Todo esse caos emocional, ganha contornos de felicidade. No entanto, não passa de um desconhecido que está de passagem para trazer uma aparente e fugaz alegria. O “bipolar” vive numa eterna montanha-russa de infinitos loopings. A fase da euforia não passa de um inebriante trecho desse brinquedo que tanto assusta quanto encanta.

A euforia é o looping que vai encontrar seu fim logo ali, depois da próxima curva. Quando a energia escoar pelo ralo; a mente voltar a ficar lentificada; as ruínas dos projetos que nunca decolaram servirem de obstáculos pra novos tropeços; a culpa invadir o peito; a libido voltar a morar na terra do nunca e a tristeza voltar a morder as bordas do coração que ousou acreditar que aquilo era afinal a felicidade. A euforia derrete como o gelo no copo de bebida. Era tão real, tão sólida e agora… Agora escorre, pelos dedos, pela boca, pelos olhos. A euforia vira lágrima de gelo derretido. Escoa dos olhos, mas veio de um lugar bem mais abissal. Veio do profundo desejo de parar de arder, de cicatrizar, de dar um fim ao ciclo de viver em carne viva.

Ana Macarini

Eu gosto de te adivinhar

Eu gosto de te adivinhar

De que lado da cama você dorme? Quando você chora? O que te faz sorrir? Onde mora sua paz? Qual a parte do seu corpo que mais sente cócegas? Qual é o sonho que mais te visita? Você prefere a noite ou o dia? Areia ou terra? Café ou chá? Cerveja ou vinho? O que você faz num domingo à tarde? Qual é o seu medo que de tão grande fica num cantinho esquecido do seu pensamento? O que te orgulha nesta vida? O que te dá sentido? O que te faz vibrar? O que te faz bocejar? O que te causa revolta? O que você já aprendeu vivendo? O que o sofrimento lhe trouxe? e a ternura? e a alegria? Quem é a pessoa que te habita quando fica sozinho? E a pessoa social? Você é sociável? Gosta de crianças? E de bichos? Gosta de cachoeira? e de mar? Gosta de cidade grande? E de viajar? Gosta do silêncio? E de falar? Tem um amuleto? Tem um orixá? Tem o corpo fechado? Tem o coração pronto para amar? Nasceu há quantos anos? Em que dia? Qual é o seu signo? E o ascendente? Acredita em vidente? E em Deus? É ateu? Agnóstico? Budista? Filósofo? Humanista? Tem fé em que? O que te faz sentir? O que te faz partir? E querer ficar? Em que se pautam as suas escolhas na vida? Você luta? Ou deixar estar? Como você dorme? se esparrama na cama ou se comprime? Nu ou vestido? Acompanhado ou sozinho? O que faz seus olhos brilharem? Qual é o caminho do seu coração? É pelo estômago? É pelo sorriso? É pela magia de uma história sem sentido? Qual é o seu tipo de sangue? Com qual mão você escreve? Prefere papel e caneta ou teclado? Gosta de tecnologia? De bicicleta? Qual música te desperta? E que te faz cantar? Você canta? Você fala? Você sorri? Você existe mesmo? Não foi uma alucinação? Você acredita em destino? E em acasos? E em milagres? Confia na vida? Ou no livre arbítrio? Você é real? Ou foi inventado?

Shh, não responda…. Eu não me importo muito com tudo isso, por enquanto só me interessa sentir o encaixe do seu abraço, respirar o conforto de sua companhia, encontrar um brilho familiar no seu olhar. Por enquanto não me interessa saber qual é o número do seu sapato, se você me deixar seguir seus passos numa tarde dessas feita para se perder, não precisa me dizer qual é o seu signo, seu time, seu tipo sanguíneo, mas eu gostaria de conhecer mais de perto a textura de sua pele e sentir o timbre de sua voz quando chega assim perto do ouvido. E quem sabe, averiguar com cuidado a palma da sua mão, para ver se eu caberia bem nela. Não quero saber da sua história de vida, dos seus planos para o futuro, dos seus caminhos, mas ficaria feliz de ouvir você narrar o seu sonho da noite passada, me falar do seu doce predileto e descrever um dia da sua infância.
Não quero te traçar, quero te sentir. Quero te intuir.
Eu gosto de adivinhar. Eu gosto desse conhecimento pré-conhecimento. Do olhar inaugural.

Meus sentidos entendem mais que a minha razão. Te reconheço pelos dedos, te encontro pelo cheiro. Pelo beijo te desenho um corpo de amor. No descompasso da respiração, na paralisação do tempo. Quero experimentar as cores desse dia desconhecido. E me encontrar de repente perdida em seus vales.

E então, só então, perceber, quase sem querer, de que lado da cama você dorme.

A importância da desobediência

A importância da desobediência

Não, você não leu errado! Ensinar a criança a desobedecer é tão importante quanto colocar limites na sua educação.

Como assim? Antes de explicar, vou contar uma historinha.

Hoje de manhã, enquanto caminhava por um parque, vi um menino correndo livremente, próximo a mãe, em um local gramado, com uma sombra deliciosa, sem qualquer indício de perigo por perto. Ambos pareciam muito felizes! Ao ver a cena, só pude abrir um sorriso bem largo – daqueles de orelha a orelha. A mãe sorriu-me de volta e falou com uma voz bem aflita, como se me devesse alguma explicação: “Eu já falei para ele parar de correr, mas ele não me obedece!”

O menino olhou para a mãe com aquele olhar de quem está fazendo algo muito divertido, e ela não se conteve: “Acho que aqui não machuca se cair. Pode correr, vai….” E o menino voltou para a gostosa atividade, mas dessa vez com o incentivo da mãe e essa com a suposta autorização de uma desconhecida – no caso, eu!

Passei o caminho todo pensando na cena, na justificativa da mulher, na colocação de um limite tão contraditório à vontade dos dois e comecei a refletir sobre a desobediência.

Muitas mães, amigas, professoras me pedem dicas, simpatias e rezas (rs) no intuito de conquistarem a obediência das crianças. Quando as escuto falar sobre obediência, uma luzinha vermelha se acende e começa a girar na minha cabeça, pois por detrás dessa palavrinha, que soa tão inofensiva, se esconde um grande perigo!

Primeiramente, vamos pensar no significado dela:

s.f. Ação de quem obedece, de quem é submisso, dócil.
Disposição para obedecer.
Ato pelo qual alguém se conforma com ordens recebidas.
Autoridade, mando, domínio.

Obediência é sinônimo de: dependência, submissão, subordinação, sujeição.

Forte, não é mesmo?! No final da conversa, quase sempre chegamos a conclusão de que a busca é por respeito e que isso só acontecerá se o outro lado for respeitado também. É uma via de mão dupla.

Para respeitarmos precisamos ter empatia e o discernimento de que o outro tem vontade própria e que não tem a obrigação de suprir as expectativas de quem quer que seja. Somando-se a isso, necessitamos compreender que existem habilidades a serem exploradas, talentos a serem lapidados e um desejo que vem do coração, o qual aguarda pacientemente o momento certo para tomar as rédeas nas escolhas da vida.

Quando a obediência passa a ser elo nas relações, quem obedece começa a se sentir castrado, podado, limitado e passa a agir segundo o interesse de quem exerce a autoridade. Com o passar do tempo, esse padrão de relação se torna normal. Quem obedecia reproduz o modelo recebido em suas relações futuras, perpetuando esse ciclo nada saudável. E por que não é saudável? Porque ele nos torna sombras de outras pessoas, de outros desejos, de outros interesses, nos impede de sermos nós mesmos, de seguirmos nossas vontades, de realizarmos com prazer nossas escolhas e nossas funções. As decisões passam a ser tomadas a partir do olhar do outro.

E sabe o pior? Essa relação que iniciamos em casa é validada nas escolas com seus métodos de ensino. Ensino – palavra que também carrega o fardo da obediência, pois sugere uma via de mão única, não condizente com a definição de respeito que deveríamos alimentar.

Por isso precisamos aprender a desobedecer o mais urgente possível!

As pessoas mais criativas e que surpreendem nesse mundo são as que aprenderam que é preciso desobedecer. Quando aprendemos a desobedecer, (re)descobrimos o prazer da vida, aquela felicidade genuína da infância e passamos a obedecer (aí sim), a nós mesmos, ao nosso coração.

Quantos adolescentes não escolhem suas profissões embasados pela questão financeira ou para agradarem suas famílias? Não aprenderam a desobedecer!

Qual o número de pessoas que se contentam com uma vida mais ou menos e adiam seus sonhos, seus planos a espera de um momento ideal para colocá-los em prática? Só sei lhes falar que são muitas. Não aprenderam a desobedecer também.

A lista é grande. Não vou me estender.

Sabe menino do parque, esse mesmo mundo que hoje ordena para que você não corra, um dia lhe cobrará o contrário. Pedirá, ferozmente, para que sua caminhada seja veloz, pois você estará atrasado para reuniões, cheios de prazos e metas para cumprir,
COMPROMISSOS SÉRIOS inadiáveis, festas tradicionais de família entre uma porção de coisas que anulam suas vontades. Por isso, tome cuidado! Leve com você esse sorriso que traduz seu desejo e que conquista e contamina o outro. Saiba dizer não, gentilmente, mas diga não! Respeite a você primeiramente, para que aprenda a respeitar as pessoas de seu convívio e entender suas verdadeiras essências, tão escondidas, tão sufocadas por máscaras e defesas. Que você e sua mãe sejam muito felizes e que ela compreenda que não precisa se justificar para alguém.

Quanto mais permitimos que o outro siga a sua própria vontade e criamos um ambiente de condições favoráveis e saudáveis para que isso ocorra, mais respeito conquistamos nessa relação e, de lambuja, contribuímos para quebrar esse ciclo autoritário, competitivo e dominador que impera em nosso contexto social.

Pode parecer utópico, exagerado, mas eu prefiro chamar de atitude corajosa. É de extrema coragem lutar pela nossa felicidade nesse mundo que pré-determina nossas ações!

Por Bruna Gomes

Fonte indicada: Brincando por aí

O jarro da vida: uma história que você nunca mais vai esquecer

O jarro da vida: uma história que você nunca mais vai esquecer

Por WAGNER BRENNER

“Big Rocks” (ou “Jarro da vida”) é uma historia curtinha, sobre a importância do conceito de prioridade, bastante utilizada por professores, filósofos, palestrantes e em muitos textos pela internet. Por aqui acho que ainda não tinha sido publicada, então vamos lá.

Um professor coloca um grande jarro de vidro vazio sobre uma mesa.

Em seguida, pega uma sacola cheia de bolas de golfe e vira todas dentro do jarro, até a boca.
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PROF: “Muito bem. Meus caríssimos alunos, como vocês puderam observar, acabei de encher esse jarro de vidro. Certo?”
ALUNO: “Certo.”

PROF: “Não. Errado.”

O professor agora pega outra sacolinha, cheia de pedrinhas bem pequenas e, segurando o jarro com as mãos, dá umas chacoalhadas até elas irem preenchendo os espaços vazios.

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PROF: “Ahá. Como vocês podem ver, o jarro não estava cheio! Ainda cabiam umas pedrinhas nos espaços vazios. Agora sim está cheio! Ou … não está?

ALUNO: (…)

Mais uma vez o professor pega outra sacolinha, cheia de açúcar.

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E sorrindo para a turma, que já desconfiava que vinha algo assim pela frente, fala:

PROF: “Muito bem, o jarro ainda não estava cheio – como vocês desconfiaram – e ainda dá para colocar um monte de açúcar aqui dentro. Agora sim! Cheio! Certo?”

ALUNOS: “Hmmm acho que agora sim”

O professor pega então seu cafezinho que estava em cima da mesa, levanta à sua frente como quem faz um brinde e abre um sorriso esperto. Os alunos dão risada. E o café é despejado beeeeeeem lentamente no jarro.

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A CONCLUSÃO

PROF: “O jarro é a sua vida. As bolas de golfe são as coisas que você acha mais importantes: sua família, sua saúde, seus amigos, suas crenças, seus valores, suas paixões. São aquelas coisas que, se todo o resto faltasse, ainda assim sua vida estaria preenchida.

As pedrinhas são as outras coisas que você vai acumulando: a sua casa, o seu carro, suas músicas, seus filmes, o seu emprego, seu smartphone, etc.

E o açúcar é todo o resto, é o seu cotidiano.

Então… qual é a melhor conclusão dessa história?”

ALUNOS: “Hãnn.., tem sempre espaço para tudo na sua vida?”

PROF: “Melhor que isso. A parte importante é a sequência.

Se eu tivesse começado pelas pedrinhas pequenas, ou pelo açúcar, não teria conseguido preencher totalmente o jarro. É uma demonstração da importância das prioridades e da consequente hierarquia dessas coisas. De outra forma, nem todos os espaços teriam sido preenchidos.

Se você usar toda a sua energia e seu foco só nas coisinhas pequenas o tempo todo, vai chegar uma hora que aquilo te ocupa tanto que não sobra espaço para coisas maiores. Saber dar prioridade para as coisas que são realmente importantes é algo crítico nas tomadas de decisões. Investir tempo na sua família, fazer seus check-ups médicos, viajar com alguém importante para você são bolas de golfe. Mas muitas vezes a gente fica só brincando no açúcar o tempo todo porque distrações docinhas não faltam por aí.

Aprenda a despejar as coisas na ordem certa. Aprenda a dizer sim, aprenda a dizer não. Aprenda a priorizar.
Escreve aí um post it: “BOLAS DE GOLFE” e gruda no monitor. Faz uma telinha de fundo “BOLAS DE GOLFE” pro celular. Dois lugares muito indicados para o lembrete.

ALUNO: “Professor, mas e o café? Representa o quê?”

PROF: “Ah é! O café! O café é só pra lembrar que sempre dá pra enfiar um cafezinho despretensioso com alguém na sua agenda. Esse sempre cabe”

Nota do autor: essa história, que era contada inicialmente com pedras grandes (e por isso o “Big Rocks”) é de autor desconhecido, mas há registros na internet que datam lá de 2005. Existem também alguns videos, são fáceis de achar pelo Google. A narrativa acima é uma adaptação livre minha, de texto e também do açúcar ao invés da areia original 😉

Fonte indicada e recomendada: Updateordie

Facebook planeja lançar satélite para levar internet a partes remotas da África em 2016

Facebook planeja lançar satélite para levar internet a partes remotas da África em 2016

O Facebook lançará um satélite para fornecer internet de baixo custo em partes remotas do continente africano, segundo anunciou o fundador da rede social, Mark Zuckerberg. Em parceria com a empresa europeia Eutelsat, a empresa espera ter um satélite em órbita em 2016.

Hoje, diversas companhias já fornecem internet por satélite, mas trata-se de um serviço mais caro e inacessível por muitas pessoas de países em desenvolvimento. “Continuaremos a trabalhar para conectar o mundo – mesmo que isso signifique ir além de nosso planeta”, disse Zuckerberg em um post.

Críticas
O projeto é parte da iniciativa Internet.org, que busca ampliar o acesso à rede e vem sendo alvo de críticas em vários países.

Em algumas regiões, especialmente na Índia, algumas companhias se manifestaram contra os planos da empresa, dizendo que isso dará vantagens a ela e seus parceiros no mercados de internet de países em desenvolvimento.

A Internet.org vem testando diferentes formas de prover acesso à internet a um baixo custo em locais de difícil acesso. Recentemente, a companhia disse estar planejando usar drones para conectar lugares assim.

Este projeto mais recente busca adaptar a tecnolgia de satélites já existente.

‘Novas tecnologias’
“No último ano, o Facebook vem explorando meios de usar aeronaves e satélites para enviar o sinal de internet para estas comunidades pelo ar”, escreveu Zuckerberg. “Para conectar pessoas nestas regiões remotas, a infraestrutura tradicional é com frequência difícil e ineficiente, então, precisamos inventar novas tecnologias.”

Em um comunicado, a Eutelsat disse que os usuários poderão acessar o novo serviço de internet usando aparelhos já disponíveis no mercado.

A previsão é que seja lançado no segundo semestre de 2016.

Fonte indicada: G1

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