As pessoas deveriam vir com currículo- Marina Barbieri

As pessoas deveriam vir com currículo- Marina Barbieri

Por Marina Barbieri, via Deuruim

Sou da teoria de que as pessoas deveriam entrar em nossas vidas apresentando currículo e carta de recomendação.

E para evitar que possíveis ressentimentos antigos estraguem a avaliação, seria exigido no mínimo três recomendações.

Imagina que maravilhoso se você tivesse sido avisada de que aquele seu ex já era um psicopata insano antes mesmo de se apaixonar pela pessoa que ele fingia ser?
Isso poderia ter te livrado de tanta dor de cabeça.
Ou aquela louca mentirosa que fingia ser centrada e equilibrada. Imagina se você pudesse ter sido avisado de quem ela realmente era antes mesmo de se envolver com ela?
Talvez ela não estivesse te perseguindo até hoje.

As pessoas fingem. As pessoas enganam. Ninguém aparece com cartão de visitas escrito “problemas”. Elas aparecem com um sorriso cativante, com uma conversinha mole, com um charme irresistível, com um olhar hipnotizante. E quando você descobre o que realmente se esconde por trás do belo disfarce, já está dentro dessa água até o pescoço.

O problema é que todo mundo sempre acha que não vai acontecer no seu quintal. Acha que vai saber identificar o problema antes mesmo dele aparecer. E que esse tipo de coisa só acontece nas outras vizinhanças.
A gente se acha foda demais, não é mesmo?
Vivemos repetindo afirmações tolas como “eu conheço ele” ou “ela nunca faria isso”, quando na verdade ninguém conhece ninguém.
Se às vezes não conhecemos nem a nós mesmos, quanta prepotência a nossa de acharmos que conhecemos o outro.

Eu chamaria de “verificação de antecedentes comportamentais amorosos”.
Não é para saber detalhes sem importância dos relacionamentos passados e nem pequenas intrigas ou picuinhas. É para saber a única coisa que realmente importa antes de abrir a porta da vida: essa pessoa é confiável para entrar no meu mundo?

A maioria das pessoas merece uma chance, um voto de confiança. A maioria das pessoas é capaz de nos acrescentar algo. Mesmo que não dure, mesmo que não seja para sempre, mesmo que acabe. Não precisa ser eterno para ter seu valor. Assim são as relações humanas. Elas duram o tempo que precisam durar. E no tempo que duram, deixam sua lição.
Mas existe uma pequena porcentagem de pessoas que não servem nem para lição. Não servem de aprendizado. Não servem de experiência. Não servem de nada. Essas pessoas simplesmente não servem na vida.

Quando se esbarra com uma pessoa dessas, a definição de filha da putisse muda. Defeitos não te incomodam mais tanto. Afinal, são só defeitos e todo mundo tem. Até você.
Mas caráter não.
Alguns tem.
Enquanto outros nem sabem o que é isso.
E a porta da vida, para essas pessoas, deveria permanecer eternamente fechada.
Não deveriam entrar nem para fazer figuração.

A postagem original e outros artigos podem ser vistos no Blog da autora.

contioutra.com - As pessoas deveriam vir com currículo- Marina BarbieriMARINA BARBIERI

As características mais comuns de um sensitivo

As características mais comuns de um sensitivo
Young thoughtful boy of school age with closed eyes

O que é um sensitivo? Ser um sensitivo ou empata, significa ter a capacidade de perceber e ser afetado pelas energias alheias, além de possuir uma capacidade inata de sentir e perceber intuitivamente outras pessoas. A vida de um sensitivo é inconscientemente influenciada pelos desejos, pensamentos e estados de espírito dos outros, é muito mais do que ser altamente sensível e não está limitado apenas às emoções. Pessoas mais sensíveis podem perceber sensibilidades físicas e impulsos, bem como saber as motivações e intenções de outras pessoas.

Aqui estão as 30 características mais comuns de um sensitivo:

1. Saber: o sensitivo sabe coisas, sem lhes ser dito. É um conhecimento que vai além da intuição, mesmo que essa seja a forma como muitos poderiam descrever o saber. Quanto mais sintonizados eles são, mais forte este dom se torna.

2. Estar em locais públicos pode ser avassalador: lugares como shoppings, supermercados ou estádios, onde há uma grande quantidade de pessoas ao redor, pode preencher o sensitivo com emoções turbulentas vindas de outras pessoas.

3. Sentir as emoções e tomá-las como suas: este é grande fardo para sensitivos. Alguns deles vão sentir emoções vindas daqueles que estão perto e outros poderão sentir as emoções de pessoas a uma grande distância, ou até ambas. Os empatas mais sintonizados irão saber se alguém está com maus pensamentos sobre eles, até mesmo a uma grande distância.

4. Assistir violência, crueldade ou tragédias na TV pode se tornar insuportável: Quanto mais sintonizado um sensitivo se torna, pior se torna o ato de ver televisão. Pode acontecer, eventualmente, este ter de parar de assistir determinados programas e filmes.

5. O sensitivo sabe quando alguém não está sendo sincero: se um amigo ou familiar está dizendo mentiras, ele sabe disso (embora muitos empatas tentam não se focarem nesse conhecimento, porque saber quando alguém está mentindo, principalmente um ente querido, pode ser doloroso). Se alguém está dizendo alguma coisa, mas se ele sente ou pensa de outra, o sensitivo simplesmente sabe.

6. Captar os sintomas físicos de outra pessoa: um sensitivo pode desenvolver as doenças de outra pessoa (constipações, infecções, dores no corpo, entre outros problemas), especialmente daqueles que são mais próximos.

7. Distúrbios digestivos e problemas nas costas: o chakra do plexo solar tem base no centro do abdômen e é conhecido como a sede das emoções. Este é o lugar onde o sensitivo sente a emoção, o que pode enfraquecer a área e, eventualmente, levar a qualquer problema, desde úlceras estomacais à má digestão. Os problemas nas costas podem se desenvolver, pois quando uma pessoa não tem conhecimento de que é empata e não está preparada, terá quase sempre a sensação de estar “sem chão”.

8. Sempre olha os oprimidos: qualquer um cujo sofrimento, dor emocional, vítima de injustiça ou intimidado, chama a atenção e a compaixão de um sensitivo.

9. Outros irão querer descarregar os seus problemas, até mesmo estranhos: um sensitivo pode se tornar uma lixeira para questões e problemas de muita gente, e se não tiver cuidado, pode acabar utilizando esses problemas como seus.

10. Fadiga constante: o sensitivo muitas vezes fica sem energia, seja de “vampiros” de energia ou apenas captando em excesso a energia dos outros, que até mesmo o sono não cure. Muitos são diagnosticados com Fadiga Crônica ou até Fibromialgia.

11. Personalidade possivelmente viciada: álcool, drogas, sexo, são apenas alguns vícios que os empatas podem recorrer para bloquear as emoções dos outros. É uma forma de auto-proteção, a fim de se esconder de alguém ou de algo. Pode não se tornar um vício mas, em menor escala, hábitos regulares.

12. Atração para a cura, terapias holísticas e outras coisas metafísicas: embora muitos empatas gostaríam de curar os outros, muitos podem acabar se afastando dessa vocação (mesmo possuíndo uma capacidade natural para isto). Qualquer coisa que tenha uma natureza sobrenatural é de interesse para o sensitivo, que não se surpreende ou fica chocado facilmente. Mesmo com uma revelação que muitos considerariam impensável, por exemplo, os empatas teriam reconhecido que o mundo é redondo, mesmo quando todos os outros acreditavam que era plano.

13. Criatividade: cantar, dançar, atuar, desenhar ou escrever, um sensitivo terá uma forte veia criativa e uma imaginação muito fértil.

14. Amor pela natureza e animais: estar ao ar livre é uma obrigação para o sensitivo e os animais de estimação são uma parte essencial da sua vida. Podem não os ter porque acredita que eles devem ser livres, mas têm grande carinho e proteção por eles.

15. Necessidade de solidão: um sensitivo vai se agitar e ficar bastante louco se não receber algum tempo de silêncio. Isto é ainda mais evidente em crianças empatas.

16. Fica entediado ou distraído facilmente se não for estimulado nas tarefas mais rotineiras: trabalho, escola e vida doméstica devem ser interessantes para um sensitivo ou eles se desligam delas e acabam sonhando, rabiscando ou procrastinando.

17. Consideram impossível fazer coisas que não gostam: como no anterior, parece que eles estão vivendo uma mentira ao cumprir obrigações. Forçar um sensitivo a fazer algo que ele não gosta, através da culpa ou do medo, e até mesmo o rotulando como passivo, servirá apenas para irritá-lo.

18. Luta pela verdade: isso se torna mais predominante quando um sensitivo descobre suas características de nascença. Qualquer coisa que ele sinta que está completamente errada.

19. Sempre à procura de respostas e conhecimento: ter perguntas sem resposta pode ser frustrante para um sensitivo, e eles irão se esforçar para encontrar uma explicação. Se eles têm um conhecimento sobre algo, eles irão procurar a confirmação. O lado ruim disso pode ser a sobrecarga de informações.

20. Gostam de aventura, liberdade e viagens: os sensitivos são espíritos livres.

21. Abomina a desordem: ela traz uma sensação de peso ao sensitivo, bloqueando o seu fluxo de energia.

22. Adora sonhar acordado: um sensitivo pode olhar para o espaço por horas, ficando em um mundo muito próprio e de muita felicidade.

23. Acha a rotina, as regras ou o controle aprisionante: qualquer coisa que tire a liberdade é debilitante para um sensitivo.

24. Propensão para carregar peso sem necessariamente se desgastar: o excesso de peso é uma forma de proteção para impedir a chegada das energias negativas que têm tanto impacto em si.

25. Excelente ouvinte: o empata não vai falar de si, a menos que seja para alguém em quem realmente confia. Ele gosta de conhecer e aprender com os outros e genuinamente cuidar.

26. Intolerância ao narcisismo: embora sensato e generoso e muitas vezes tolerante para com os outros, o sensitivo não gosta de ter pessoas ao seu redor excessivamente egoístas, que se colocam em primeiro lugar e se recusam a considerar os sentimentos dos outros, ou pontos de vista diferentes do seu.

27. A capacidade de sentir os dias da semana: um sensitivo sentirá o “Sentimento de Sexta-feira”, quer ele trabalhe às sextas-feiras ou não. Eles captam sobre como o coletivo está sentindo. Um longo final de semana de feriado por exemplo, pode ser sentido por eles como se o mundo estivesse sorrindo, calma e relaxadamente. Domingo à noite, segundas e terças-feiras de uma intensa semana de trabalho, têm um sentimento muito pesado.

28. Não vai escolher comprar antiguidades, vintage ou coisas em segunda mão: qualquer coisa que tenha sido pré-propriedade, carrega a energia do proprietário anterior. Um sensitivo vai mesmo preferir ter um carro ou uma casa nova (se ele estiver em uma situação financeira que lhe permita isso), sem energia residual.

29. Sente a energia dos alimentos: muitos sensitivos não gostam de comer carne ou aves, pois eles podem sentir as vibrações, especialmente se o animal sofreu.

30. Pode parecer mal-humorado, tímido, indiferente, desconectado: dependendo de como um sensitivo se sente, isso irá influenciar como ele se mostra para o mundo. Ele pode ser propenso a mudanças de humor e se ele capta energia muito negativa, aparecerá calado e insociável, parecendo mesmo miserável. Um sensitivo detesta fingir ser feliz quando está triste, isso só aumenta a sua carga (torna o trabalho, quando é preciso fazer o serviço com um sorriso, muito desafiador) e pode fazê-lo sentir como que se estivesse escondendo debaixo de uma pedra.

Via:  Ser Único, do original  The Spirit Science

Amor Desmistificado- Arthur Schopenhauer

Amor Desmistificado- Arthur Schopenhauer

O sentimento de um homem apaixonado produz por vezes efeitos cómicos ou trágicos, porque em ambos os casos, é dominado pelo espírito da espécie que o domina ao ponto de o arrancar a si próprio; os seus actos não correspondem à sua individualidade. Isto explica, nos níveis superiores do amor, essa natureza tão poética e sublimadora que caracteriza os seus pensamentos, essa elevação transcendente e hiperfísica, que parece fazê-lo afastar da finalidade meramente física do seu amor. É porque o impelem então o génio da espécie e os seus interesses superiores.

Recebeu a missão de iniciar uma série indefinida de gerações dotadas de determinadas características e constituídas por certos elementos que só se podem encontrar num único pai e numa única mãe; só essa união pode dar existência à geração determinada que a objectivação da vontade expressamente exige. O sentimento que o amante tem de agir em circunstâncias de semelhantes transcendência, eleva-o de tal modo sobre as coisas terrestres e mesmo acima de si próprio, e tranforma-lhe os desejos físicos numa aparência de tal modo suprasensível, que o amor é um acontecimento poético, mesmo na existência do homem mais prosaico, o que o faz cair por vezes em ridículo.

Arthur Schopenhauer, in ‘Metafísica do Amor’

Fonte indicada: Citador

Eu sou um problema meu

Eu sou um problema meu

Oração da Gestalt

“Eu sou eu, você é você. Eu faço as minhas coisas e você faz as suas coisas. Eu sou eu, você é você. Não estou neste mundo para viver de acordo com as suas expectativas. E nem você o está para viver de acordo com as minhas. Eu sou eu, você é você. Se por acaso nos encontrarmos, é lindo. Se não, não há o que fazer.”
(Fritz Perls, 1969)

Está é a Oração da Gestalt. A Gestalt Terapia foi criada por Fritz Perls e é uma abordagem psicológica que possui uma visão de homem e de mundo pautadas na doutrina holística, na fenomenologia e no existencialismo. É conhecida também como a terapia do contato e seu enfoque está sempre no aqui e agora.

Sempre encarei a oração da Gestalt como um mantra a ser repetido em situações nas quais acontece a confusão entre o que é meu e o que é do outro, entre o que sou eu e o que é o outro. Sempre procurei lembrar-me destas palavras quando me percebo sofrendo por algo que veio do outro, mas que não é meu.

Os encontros interpessoais durante a nossa trajetória são muitos, alguns intensos e outros rasos. Cada outro que se aproxima do nosso eu deixa marcas e leva as que deixamos. E nessa de leva e deixa cria-se a confusão do que sou eu e do que é o outro e do tamanho da representatividade daquela relação em nossa vida.

Quantas vezes o sofrimento emocional lhe impregnou em decorrência de algo que veio do outro? Palavras, olhares, expectativas decepcionadas. Ah, como são complexas as nossas relações por virem sempre “empanadas” nas expectativas!

Não estamos no mundo para viver de acordo com a expectativa do outro, nem o outro para suprir as nossas, mas elas existem! As expectativas são criadas, a todo o momento, por nós mesmos e pelo outro. São como ervas daninhas, nascem na mesma proporção em que tentamos nos livrar delas. Não há como viver sem expectativas e nem como ser completamente livre das relações com o outro. Em cada encontro, em cada troca, as nossas coisas se misturam, há sempre a troca, a sempre o contato, há sempre dois “eus” que então se modificam. Não há como sair intacto de qualquer relação, mas há que se ser inteiro durante todas elas.

Manter a tênue distância sugerida por Fritz Perls entre o que sou eu e o que é o outro talvez seja tarefa das mais complicadas, mas deve funcionar.

Quando observo relações saudáveis, quando me deparo com gente saudável emocionalmente, elas parecem ter o domínio de até onde podem ir em cada relacionamento. Elas parecem manter um eu estruturado que consegue se aprofundar muito em relações diversas, muitas delas sólidas e duradouras; sem se tornarem simbióticos nem tampouco dependentes do outro. Parecem sofrer menos, dificilmente se ofendem por questões corriqueiras e mesmo sem conhecer as palavras de Perls, são ilustrações perfeitas do que ele propôs.

Parece que o encontro – o lindo encontro – sobre o qual escreve o autor, precisa de duas pessoas vivas como personagens. Há que se ter cuidado para não se tornar um vírus: sem vida própria e vagando pelo mundo à procura de uma célula viva que o alimente, que supra suas necessidades e para a qual ele não oferece nada em troca. Há que se ter uma vida, há que se ter as suas coisas a fazer para que não se cometa o erro de fazer das coisas do outro e da vida do outro, a sua.

O mantra vale também para aqueles que se deixam abater pelos problemas do outro, para os que sofrem a dor alheia, para os que carregam nas costas fardos indevidos, e para estes eu tenho também ou outro mantra, bem mais simples e bem famoso também: “você é problema seu”.

A idealização no amor – Flávio Gikovate

A idealização no amor – Flávio Gikovate

O amor sempre implica alguma dependência e a idealização do amado é uma defesa: é bem menos perigoso depender de alguém visto como perfeito!

O envolvimento amoroso real se inicia com o fim da idealização: o amado descerá do pedestal em que o colocamos e será observado com realismo.

Para mais informações sobre Flávio Gikovate

Site: www.flaviogikovate.com.br
Facebook: www.facebook.com/FGikovate
Twitter: www.twitter.com/flavio_gikovate
Livros: www.gikovatelojavirtual.com.br

Esse blog possui a autorização de Flávio Gikovate para reprodução deste material.

Falta de empatia : a doença do mundo

Falta de empatia : a doença do mundo

A maturidade emocional está intimamente ligada à capacidade de sentir empatia. É a capacidade de se colocar no lugar do outro que faz com que tenhamos a abertura para ouvir as várias respostas para uma mesma pergunta e entender que não há verdade absoluta. Que a sua necessidade não é menos importante que a minha.

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Sem empatia há corruptos, traidores, violentos, assassinos, aproveitadores, sem-palavras, charlatões, enrolões, abusadores, perversos, impacientes, intolerantes, presunçosos, folgados, procrastinadores, indiferentes.

Sem empatia, há contratos quebrados, acordos não cumpridos, identidades roubadas, lares destruídos, milhões desviados, trabalhos mal feitos, filas cortadas, favorecimentos ilícitos, chutes nos carros, cortadas no trânsito.

Sem empatia, alguns acreditam ser mais merecedores que outros e, portanto, se dão à comodidade de serem cegos, surdos e mudos para qualquer necessidade que não seja a sua própria. Sem empatia há o “venha a nós, mas ao vosso reino, NADA”.

A falta de empatia é o câncer do mundo, mas sua presença, a cura dele.

Os anos dourados da adolescência e a beleza do amadurecimento

Os anos dourados da adolescência e a beleza do amadurecimento

O tempo passa mesmo depressa. Esses dias, peguei-me pensando que já faz um bom tempo que saí da escola e ganhei o título de adulto. Título difícil de ostentar. Quando a gente é criança, a coisa que mais quer é ser adulto. Até mesmo na adolescência, queremos ser adultos, a fim de nos livrarmos de dar explicações a nossos pais. Queremos ser livres, fazer o que der na telha. Mas, quando essa hora chega, percebemos que ser adulto é muito mais difícil do que se pensa.

Nós temos tantas expectativas quando somos adolescentes. Queremos conhecer lugares, imaginamos nossas vidas profissionais, logicamente, bem sucedidos. Tudo parece simples e palpável. As dificuldades parecem não existir diante do nosso entusiasmo. É, mas o tempo passa e, junto com ele, vem o amadurecimento. Este é doloroso. O mundo colorido da adolescência cai e dá lugar às escuridões que a vida adulta traz. A bem da verdade, tudo já estava lá, apenas não percebemos.

Quando passamos a olhar o mundo sem a lente de fantasias da adolescência, percebemos que, talvez, nem mesmo nos conhecemos direito e que a grande maioria das coisas que nos cercam, pouco a pouco, vão embora. Os amigos da escola tomam rumos diferentes, vão em busca dos seus sonhos e adquirem responsabilidades. A falta de tempo e as novas pessoas que entram nas nossas vidas fazem com que o contato vá diminuindo, até que alguns simplesmente deixem de existir. Quantos amigos inseparáveis, da época da escola, hoje são apenas mais um entre tantos amigos do Facebook?

As festas, as brincadeiras, as horas no MSN, os depoimentos do Orkut, tudo com o tempo foi deixando de existir. Você não acorda na segunda-feira e vai contar como foi o seu fim de semana. Vai trabalhar, produzir, dar lucros. E, no fim do ano, ainda tem que ter paciência para aguentar o “amigo” secreto da firma. Os presentes são melhores, afinal, no mundo dos adultos, ninguém quer passar vergonha na frente dos outros. Mas nada substitui aquele amigo secreto de havaianas, regado a risadas pelos micos alheios, os quais todos se permitem pagar.

A carreira de sucesso, a qual prevíamos, é interrompida, ao percebermos que escolhemos a faculdade errada. E, na maior parte das vezes, não desistimos logo no primeiro ou segundo semestre. Desistimos lá pelo quinto, na metade do curso, o que transforma a vida em um drama digno de Oscar. Percebemos, então, que a vida é muito mais complexa do que imaginávamos e que não temos poder de controle sobre quase nada. Ah! O amor da escola também ficou para trás. Sabe como é, faltava maturidade…

O tempo passa e, junto com ele, ficam as memórias de anos dourados que não voltam mais. Mas a saudade basta, não é preciso saudosismo. Após a adolescência, retornamos para casa e passamos a nos encarar. É somente nesse momento que percebemos que as coisas parecem continuar no mesmo lugar, mas nós mudamos. E isso não é ruim; o amadurecimento, como disse, é um processo doloroso, mas traz a felicidade de sabermos quem somos.

O autoconhecimento traz a tranquilidade de guardar essas memórias felizes em um lugar especial do coração, mas nos permite enxergar que nem tudo era tão bom e, sobretudo, que o que foi bom, foi bom naquele momento. Hoje, outras coisas fazem nossos corações pulsarem e outras águas nos atraem. Tudo tem o seu momento e não é preciso desespero. Talvez, o que falte é um pouco daquele entusiasmo com a vida e acreditar que somos capazes de dar-lhe o tom que quisermos.

Por isso, os anos dourados da adolescência são tão importantes; estes guardam a vitalidade que precisamos ter durante a vida adulta. A coragem para sair de um emprego insuportável, de uma faculdade que não gostamos ou de um relacionamento que apenas afunda. É preciso viver o presente. Deixar a paixão pela vida apenas naqueles anos é suicídio emocional.

A vida é agora e precisa ser vivida. Cada fase por que passamos possui erros, acertos e, desse modo, devemos guardar o que for bom e aprender com os erros que cometemos. A vivacidade da adolescência é mesmo algo fascinante, quase divino, mas existem outras belezas, em muitos casos até melhores. Ser quem se é – o que só é possível com o amadurecimento – é uma das maiores felicidades da vida. Contudo, só crescemos de verdade se guardarmos a capacidade de sonhar, pois ser grande não é apenas se conhecer, mas, acima de tudo, conhecer-se em seus atos. E, para isso, é preciso além de maturidade, coragem e esta só possuímos se tivermos uma pitada da ousadia adolescente.

Sobre aprender a ouvir um sim como resposta

Sobre aprender a ouvir um sim como resposta

Não, definitivamente não estamos acostumados a respostas positivas e espontâneas. Nosso processamento mental já aguarda aquele não de pronto e se antecipa, encadeando argumentos e longas discussões. É um tempo brutalmente coagido a traçar estratégias de defesa e contra ataques, antes mesmo de a frustração ocorrer. Somos esses, os que preferem franzir a testa e retesar os músculos.

Ouvir um sim é estranho nos nossos tempos. Quando isso acontece, a maioria de nós pergunta: – Tem certeza? – Você prestou atenção no que eu falei, ou pedi, ou provoquei?
E então aparece uma alma nada a fim de entrar no jogo duro e diz de pronto, e, por vezes, sorrindo: – Sim, eu posso fazer isso; – Sim, eu estou tentando entender; – Sim, não vejo nenhum problema.

Aí tem problema! Como assim, sim? Não vamos nem pelejar um pouco, defender territórios, atiçar as fraquezas? Esse sim veio tirar toda a graça do atrito, do tempo que seria gasto com discussões por razões, sem razões, pelo prazer de conquistar-se uma razão, mesmo que não faça sentido nem razão.

E tem gente que diz muito sim! A vida vive dizendo sim! O tempo não para de dizer sim! O batimento do nosso coração, enquanto trabalha, está dizendo sim!

Sim para o que pode ser sim, não para o que a gente quer. Não para a criança mimada e egoísta que a gente costuma abrigar dentro da gente, em corpo e comportamento de adulto que sente muito prazer em dizer não, e não sabe mais ouvir um sim sem se espantar e se indignar.

Aprender as ouvir um sim como resposta; Aprender a apreciar o caminho que não ofereceu barreiras; Acreditar no próprio julgamento sem as restrições prévias; Pensar, racionalizar, sentir e desfrutar cada porta que o sim abre, porque, como se diz por aí, o não a gente já tem.

Ter experiência não é igual ter maturidade

Ter experiência não é igual ter maturidade

Ao perceber o peso implacável do tempo sobre o corpo, penso numa frase clichê frequentemente utilizada por quem já deixou a juventude para trás.
“Ah como seria bom ter a cabeça de agora e o corpo de 20 anos.”

De fato, os anos nos trazem experiência de vida no mesmo passo em que o corpo parece, simplesmente, oxidar. Mas, enquanto o avançar dos anos, invariavelmente, corrompe a integridade do corpo físico, nem sempre eles nos trazem maturidade emocional.

Descobri que passamos a vida inteira tratando experiência e maturidade como sinônimos para então constatar que pessoas muito experientes podem se tornar arrogantes, intolerantes e excessivamente seguras, mas pessoas maduras se tornam calmas, humildes e assertivas.

Descobri que ter experiência é saber sobre as coisas da vida, mas ter maturidade é poder compreendê-las.
Descobri que a experiência pode nostornar dogmáticos, mas a maturidade nos torna humanos, acolhedores da diversidade.

Descobri que pode existir pessoas jovens emocionalmente maduras e sexagenários emocionalmente infantis e que muitos de nós, a despeito do fato que aos 25 anos acreditávamos saber tudo sobre a vida, aos 50 concluímos que, no que diz respeito à maturidade emocional, somos mesmo recém-nascidos.

Por gentileza, leia este texto. Obrigada !

Possivelmente, você deve ter estranhado o título acima.
Mas, o objetivo deste meu texto é mostrar a importância de palavras como:
por gentileza, obrigado, por favor, com licença, me desculpe –
palavras que a maioria dos pais ensinam ou ensinavam a seus filhos
desde pequenos e que são muito pouco usadas atualmente.
Já pisaram no meu pé várias vezes, já levei bolsada na cabeça, dentro de ônibus,
já me magoaram outras tantas…
Me pediram desculpas? Não! (com raras exceções). Mas, minha desilusão
não foi pelas pisadas no pé e bolsadas na cabeça e por terem me magoado.
Mas sim, pelo não pedido de desculpas.
E esse ato de pedir desculpas põe fim a qualquer irritação.
E eu, particularmente, sou movida à gentilezas.
O cavalheirismo de antes, em que nós, mulheres, éramos cordialmente convidadas
a entrar primeiro num local; Até aquelas “cantadas” masculinas, que tinham um “quê”
de graciosidade e que, falsamente fingíamos não ouvir, acabaram.
É de uma beleza divina, quando somos magoados por gestos ou palavras, e logo em
seguida, vem aquele consolador pedido de desculpas.
É muito desolador constatar que essas atitudes estão perdendo o seu valor.
Parece que pedir desculpas, dizer por favor, cumprimentos, viraram palavras de luxo, ou demodê.
Será que o bonito hoje, é ser rude, madboy?
Ainda há, com certeza, quem aprecie a cordialidade, o falar leve, a delicadeza de um gesto,
de um abraço, um aperto de mão, de ouvir um desculpe, um bom dia, mas, temos receio
de sermos vistos como fora de moda, ou até bajuladores.
Um olhar que diz tudo! Podemos até sorrir, demonstrar simpatia, compreensão, compaixão,
pelo nosso modo de olhar!
Quase sempre um amor nasce num primeiro olhar, depois aumenta no primeiro beijo…
O mundo está clamando por mais AMOR, por mais palavras calorosas, por amizades sinceras.
Já sofremos bastante com as durezas inevitáveis da vida e com outras
mazelas que poderiam ser evitadas.
A ternura não se extiguirá se cada um de nós se propuser a fazer a sua parte
– sem receio de parecer ridículo, fora de moda.
Porque o que está fora da moda bonita,
é a deselegância das palavras, dos gestos, das atitudes…
Por onde passarmos, deixemos o nosso brilho,
ou teremos passado por este planeta, em vão!

Ah! Obrigada de coração, se você leu este texto até aqui!
Lu Prado

As 3 fases de um relacionamento tóxico

As 3 fases de um relacionamento tóxico

O PRÍNCIPE ENCANTADO – FASE DA IDEALIZAÇÃO

Idealização, Desvalorização e Descarte: as três palavras mais terríveis para qualquer um que já tenha se envolvido no ciclo de uma relação com um sociopata narcisista ou antissocial.

No início de seu relacionamento ele era tudo o que você sempre quis? O príncipe encantado com quem um dia você sonhou e quando acordou, lá estava ele aos seus pés? Aposto que ele era. Era todo carinho e adoração? Sua atenção, seu tempo, seu interesse, tudo para era você? As surpresas inesperadas, os elogios constantes que faziam com que você se sentisse linda e muito especial? Ele parecia genuinamente ouvir o que você tinha a dizer? Horas conversando… e de repente, você achou sua alma gêmea, seu melhor amigo e o amante mais cuidadoso? Tenho certeza que sim!

Os sociopatas narcisistas e antissocias são mestres absolutos do charme e manipulação. Eles têm a incrível capacidade de ser exatamente o reflexo daquilo que você deseja, quer e precisa. Mas não se engane, o sociopata não se importa com você. Nada daquilo que você vê é real. É tudo desenhado para a conveniência dele e para que ele consiga adentrar suas defesas, limites e espaço pessoal, tomando o controle de seu tempo, de sua atenção, de sua vida. Esse sonho tem um prazo de duração e quem determina esse prazo é ele.

No início do relacionamento com um sociopata, todas as emoções normais de euforia que se sente quando se inicia um novo relacionamento estão lá. No entanto, ainda que tudo esteja perfeito, tem sempre algo estranho sobre ele que não se encaixa, que você não entende bem o que, mas decide ignorar para continuar vivendo o sonho. 

Uma vez que o sociopata percebe que você pode ser uma fonte viável de suprimento narcísico, investirá em você tão rápido, tão alto e com tanta força que você não vai saber o que a atingiu. Você mal acreditará quanto esta pessoa parece estar apaixonada por você. Seu charme e constante afeto não são como nada que você já tenha experimentado antes. Ele realmente parece bom demais para ser verdade…

A idealização é a primeira fase neste ciclo surreal constante que é a relação com sociopatas. É a “fase do pedestal “, isto é, você é posta na posição de uma deusa, e ele parece tão sincero, faz com que você se sinta tão bem e produza tantas daquelas endorfinas da paixão, que logo você fica dependente . Ele demanda seu cuidado e atenção constantes, despertando em você a empatia e seu lado maternal.

Nessa fase ele moveria montanhas para sua felicidade. Ele ama tudo sobre você e faz questão que você saiba disso. O contato com você é constante. Faz planos, quer te ver, ouvir sua voz mesmo que seja para um simples “oi”. “Desfila” com você para os amigos e quem sabe até para sua família, como se você fosse um troféu do qual ele está orgulhoso. E você lá, deslumbrada com toda essa atenção que nunca recebeu de ninguém. Por ele, você começa a dizer a si mesma que tudo vale a pena e… logo colocará isso em prática…

Vocês se conhecem há pouco tempo, mas já parece anos. Tudo se move rápido com ele. É comum o sociopata falar rapidamente de casamento, filhos e tudo que ele, estudando você, saiba que você quer ouvir. Como são irresponsáveis, inconsequentes e não sentem qualquer culpa ou remorso, dirão essas coisas mesmo sem nenhuma intenção de concretizá-las. Ainda que cheguem a concretizar algo, viram as costas para essas coisas sem nenhuma cerimônia. Mas isso só acontece mais tarde…quando já atingiram todos os seus objetivos obscuros.

Na fase da idealização estamos só no começo. Nessa fase parece que ele não se cansa de você, certo? Errado! Ele pode e ele vai se cansar. Logo. Uma vez que o narcisista percebe que a “comida dele está no anzol”, ele começa a enrolar a linha para trazer sua presa para suas mãos. E é aqui que começa o verdadeiro pesadelo.

PRÍNCIPE OU SAPO? – FASE DA DESVALORIZAÇÃO

Desvalorização é a segunda fase do ciclo que compõe a relação com sociopatas, em especial, o narcisista . Eu, pessoalmente, não estou bem certa de qual fase é pior, a desvalorização ou o descarte. Ambas são terríveis. 

Agora que você está viciada em toda a atenção, romantismo e bombardeamento amoroso que vêm em sua direção com grande intensidade e rapidez na fase da IDEALIZAÇÃO prepare-se porque é hora de conhecer o homem (ou a mulher) com quem você está realmente.

O narcisista tem dois métodos para fazer o outro se sentir abaixo de zero: ele pode destruir de forma rápida e brusca o pedestal sob seus pés, desaparecendo no nada como se você nunca tivesse existido, sem dar a mínima explicação e comodamente reaparecer como se nada fosse ou…fazer isso de forma lenta, insidiosa e cruel. É quando escolhe esta segunda técnica de desvalorização que ele mina sua autoestima, corrói sua identidade, desdenha de seus sonhos e conquistas, aponta de forma cruel seus defeitos, isola-a do mundo acusando a todos, levanta contra você suspeitas daquilo que você não fez, alterna sua cara amarrada e mal humor com pequenos gestos de doçura (de modo que não perca o controle sobre você), enfim, lhe faz provar um doce-amargo constante e infernal, de modo que você passa a ter diante de si alguém que você “ama”, mas que estranhamente lhe entristece a maior parte do tempo. 

Ele fará isso com tudo o que ele tem em seu arsenal. Seu arsenal é bem abastecido. Abastecido com seu ódio, raiva e incapacidade de assumir a responsabilidade por qualquer de suas ações ou receios. Sempre com raiva, busca culpar qualquer um além de si mesmo por tudo que não dá certo ou que lhe desagrada. Ele nunca fez nada. Ele é a vítima. Não importa quanto você o venere, obedeça, ceda ou concorde, você sempre fez algo terrível que “o magoou profundamente e que justifica os seus mau tratos”… 

Pesquisas mostram que a maior parte dos narcisistas desenvolvem seu transtorno no início da adolescência e também na infância, quando não conseguem desenvolver bem o superego. Muitas vezes, é um resultado direto de abuso ou negligência. Outras, resultado de uma vida sem limites por parte dos cuidadores. Principalmente, se não quase sempre, por parte da mãe. 

Mas, pare! Eu sei no que você está pensando: Não, você NÃO pode ajudá-lo. Quem se envolve com alguém assim precisa de mais ajuda do que ele. Você não pode ajudá-lo pelo simples motivo que ele não acredita que haja algo errado com ele. O problema “está com você”. No final você será difamada como louca, perseguidora, fútil, interesseira, etc. Você será o que na verdade ele é e por isso projetará TUDO em você.

Na verdade, o narcisista é um grande impostor que projeta uma imagem charmosa e perfeita. Mas sua incapacidade de manter a máscara, permite que você enxergue rapidamente ver quem ele realmente é. E se você não ignorar seus instintos, é claro…

Sua própria turbulência interna , baixa autoestima (ao contrário da crença popular, narcisista não têm a autoestima elevada que mostra ao mundo ) e medo de abandono, faz com que o narcisista abandone as pessoas com grande facilidade. Isso não deixa de ser um mecanismo de defesa contra aquilo que no fundo, teme. Ah, e não, não adiante assegurar-lhe que você não vai abandoná-lo. Isso só vai enfurecê-lo, mostrar quanto você é submissa e fraca. Na verdade isso mostra que você tem para dar um amor que ele não tem e isso faz com ele se sinta inferior e inadequado. Não é o seu abandono que ele teme. É o da mãe (que está no passado, mas que o assombra) e isso, você não pode mudar. Não, nem mesmo com todo o amor do mundo. Na verdade, sua busca é receber amor de seu objeto primário (a mãe), o que nunca ocorrerá porque o tempo em que essa ferida se abriu está lá na infância, impossível de se resgatar na fase adulta quando se trata de narcisistas e antissociais.

Na fase de desvalorização, o que ele antes achava incrível sobre você agora se torna veneno. Assim, lançará farpas sobre você sem nenhuma razão aparente. É o momento de destruir em você tudo o que ele admira e que sabe não possuir. Isso faz imensa confusão na cabeça das vítimas. Elas são incapazes de compreender por quê isso acontece . Como você poderia ser amado num minuto e tão ferozmente detestado no próximo?

É nessa fase que o narcisista vai usar tudo o que você confidenciou-lhe, contra você. Lembre-se: o narcisista é um predador e sua presa é bem dimensionada na fase de idealização . Todo o tempo que ele escutou você tão atentamente, espremendo mais e mais informações sobre a sua vida, seu passado e seus objetivos atuais e futuros…lamento em informar: ele estava apenas observando, estudando você… e essa pesquisa culminará com a sua destruição final e devastadora, basta você permitir.

Ele passa a criticar tudo sobre você , desde a maneira de olhar, rir , dormir, comer, se vestir, se relacionar com os outros, sua família, seus amigos, tudo será alvo de críticas. Críticas abertas ou veladas. Algumas vezes escrachadas outras travestidas de “eu só estava brincando”… Ele pode vir a público e criticá-lo severamente ou pode fazê-lo muito sorrateiramente, tentando disfarçar como se ele só quisesse ajudar… Ele não ajuda e não ajudará jamais. Jamais será o companheiro que você sonhou. 

Se você for do tipo questionadora, que capta quando há maldade, ele vai devolver para você com sua especialidade: o tratamento silencioso. Uma agressividade passiva, um “silêncio ensurdecedor” que acusa você sem sequer uma palavra. É um de seus métodos mais cruéis e mais utilizados contra suas vítimas mais inteligentes e questionadoras. Ele não consegue argumentar seu comportamento completamente desequilibrado então fica calado, castigando, insinuando que você está tão errada que não vale a pena nem dirigir-lhe a palavra! Diga lá: São mestres ou não em manipulação?

Aos poucos o narcisista separa-se emocionalmente de você. Isso faz com que você se pergunte o que fez de errado e inicie uma maratona para “compensá-lo” e trazer a relação para a primeira fase. A resposta é mais distanciamento e indiferença. Ele sabe bem o que está fazendo. Passa a dar desculpas para gastar menos tempo com você, chegar tarde em casa, não aparecer, não dar sinal por dias. 

Nesta fase você terá pequenas pausas em que será bem tratada. Isso acontece quando ele percebe que você está se distanciando, andando com as próprias pernas, desligando-se do abuso. Ele não quer que você se vá antes que ele esteja pronto para descartá-la e, para evitar isso, vez ou outra se apresentará com a máscara do começo. E isso só causa mais confusão emocional, a não ser, é claro, que você já entenda com quem está lidando. Se já entende, esta é sua chance de cair fora antes de ser massacrada. Você será, basta esperar.

De repente, o seu trabalho torna-se engolir abuso, humilhações, abandono e choro . O que o narcisista está fazendo com você é a DESVALORIZAÇÃO propriamente dita. Ele faz isso porque é irremediavelmente machucado por dentro. Um verdadeiro zumbi moderno, vazio de outra coisa senão instintos mais primitivos e gratificações instantâneas. Ele faz isso porque realmente não está disposto a fazer tudo o que é necessário para manter seu suprimento narcísico (você). Ele precisa de suprimento narcísico (atenção, dedicação, adoração, subserviência, sexo, etc) como uma droga. Ele quer agora e não quer trabalhar por isso. Ele sabe disso e se ressente.

O narcisista se cansa muito facilmente e, como qualquer viciado em drogas, precisa de mais e mais a cada vez para manter “seu barato”. Quando a euforia sentida no início de qualquer relacionamento acaba, uma vez que está provado que surge de substâncias químicas no cérebro, ele simplesmente se entedia e se enfurece. Sabe que o problema está com ele, mas projetará culpas imaginárias sobre você para não ter que lidar com sua superficialidade, além ter uma desculpa para partir para a próxima vítima que lhe dê suprimento novo, sem parecer o vilão da história.

As pessoas saudáveis, durante a química da paixão, podem desenvolver outras ligações, respeito pelos limites do outro e outros sentimentos que criam laços mais profundos, substituindo a paixão química. Há desenvolvimento de uma relação saudável onde ambos mantêm sua autonomia como indivíduos. Então esqueça: Você jamais terá isso com um narcisista patológico. Ele não permitirá que tais laços se estabeleçam. Ele olha para as pessoas nesses relacionamentos como fracos, submissos ou patéticos. Isso ocorre porque alguns estágios emocionais e de desenvolvimento do narcisista foram atrofiados na infância ou adolescência por algum evento traumático, ainda que esse trauma seja uma mera percepção dele de um determinado fato. É claro que nem todo mundo que experimenta traumas de infância desenvolve Transtorno de Personalidade Narcisista. 

Então acredite, na desvalorização o que ele deseja é destruir sua mente, seu brilho, sua energia vital, pelo simples fato de que ele se ressente de sua dependência por você, e é através da desvalorização que ele conseguirá colocá-la na posição de dependente, de modo a sentir-se um pouco melhor. Quem chegou a esse ponto deve preparar-se para o golpe final: O DESCARTE

DO CASTELO À LATA DO LIXO – FASE DO DESCARTE

O DESCARTE é a terceira e última fase da experiência traumatizante e dolorosa que é o encontro com um sociopata narcisista. Prepare-se, pois é nessa fase que você vai vê-lo completamente sem máscara, numa versão diabólica que você nunca pensou em associar àquele anjo imaculado que você conheceu e que lhe deu tanta lição de moral e bons costumes ao longo de toda relação.

Quando ele tiver rasgado você ao meio e arrastado seus pedaços para as profundezas do inferno com suas agressões verbais, sua humilhações, suas mentiras, traições, inversões, projeções e, em muitos casos, atos de violência física , ele vai descartar você. 

Assim que ele tiver sugado por completo sua energia vital, deixando-a esvaziada de alegria de viver, autoestima, amor próprio, autorrespeito e dignidade, ele vai jogá-la fora com crueldade e sangue frio. Simples assim, como se você um pedaço de papel sujo. Papel higiênico que ele usou para se livrar de sua sujeira, constantemente projetada sobre você. Só então ele estará pronto para descartá-la.

Durante a fase de desvalorização, a vítima tenta incansavelmente descobrir o que fez de errado para que seu parceiro tão perfeito do início se voltasse contra ela de forma tão furiosa. Ao longo da fase de desvalorização, o sociopata deixa bem claro que tudo foi culpa sua. TUDO. Ao final, a vítima está cansada, reprimida, deprimida e oprimida. A este ponto provavelmente já se tornou tão isolada que tem pouca ou nenhuma vida social. Enquanto ele a encantava com carinho e atenção ímpar, sorrateiramente exigia seu afastamento dos hobbies, amigos, familiares e colegas. Ora mantendo-a ocupada (e distraída) com atenção constante, ora castigando-a com mau humor e tratamento silencioso de modo que, aos poucos, você começa a evitar as condutas que desagradam o parceiro “tão apaixonado”.

Em um piscar de olhos você está distante de tudo e de todos que possam ser para o sociopata uma ameaça. Qualquer coisa que receba seu carinho e atenção, não é bom para você e, logo, deve ser eliminado. Sua vida e interesses devem ser dedicados exclusivamente a ele. Ele nunca diz isso abertamente. Conduz sua vítima a isso, através de manipulações, vitimizações, acusações e mentiras. E assim foi, sem você perceber.

O sociopata consegue isolar e degradar a identidade e autoestima da vítima para igualar à sua. Esvaziada, de joelhos, completamente perdida e sem vida própria, a vítima já não tem para fornecer qualquer suprimento narcísico (adoração, atenção, sexo, presentes, etc) e aí chega o momento em que ele vai descartá-la sem olhar para trás, como se nunca tivesse existido. Aquele amor eterno prometido, os planos grandiosos para o futuro, tudo se perde no nada. É como se nunca tivesse acontecido e a naturalidade com a qual ele faz isso vai deixá-la confusa, machucada, humilhada e sem vontade de acordar de manhã. Mas escreva minhas palavras: Ele nunca vai deixá-la a menos que já tenha garantido uma nova fonte de suprimento narcísico. Leia de novo. NUNCA. Pode não ser uma amante. Pode ser qualquer coisa (carro novo, consumismo, viagens, etc), novos amigos, velhos amigos, ex, qualquer coisa que naquele momento o sociopata narcisista perceba ser uma maior ou melhor fonte de suprimento narcísico. 

Incapaz de viver luto por perdas e de passar períodos sozinho, ele está sempre à procura de uma melhor “alimentação”. Sempre. Ao afastar-se e observá-lo de longe, você se verá diante de alguém promíscuo, que troca de parceiro com a naturalidade de quem troca de roupas. Você testemunhará futilidades absurdas em seus costumes consumistas. Você ouvirá mentiras a seu respeito. Você se encontrará muitas vezes perguntando: “quem é essa pessoa?” “como pode ser a mesma que um dia me fez tão feliz?”. Não se torture mais. Você conheceu um ilusionista talentoso que não conhece escrúpulos nem limites para tirar de suas vítimas o que mais lhe convém, ainda que para isso tenha que lhe prometer, sem nenhum pudor, um mundo maravilhoso e cor de rosa que, de repente, se transforma num lugar frio, tenebroso e escuro, onde você não significada NADA.

O sociopata narcisista é oportunista na essência. Quando o tempo com você não for mais conveniente ou não servir mais aos seus propósitos, ele dará seu golpe final e desaparecerá. Se seu contato era telefônico, não atenderá mais. Se você insistir de outro número em busca desesperada por uma razão de tudo aquilo, vai humilhá-la da pior forma possível ou simplesmente dizer que você ligou para o número errado!

Se ele mora com você, vai arrumar as malas e sumir, quer dando-lhe o tratamento do silêncio, quer tendo um ataque de fúria (por culpa sua, é claro) ou com um “combo” de desvalorização mortal, no qual juntará todas as suas técnicas de descarte e soltará sobre sua cabeça como uma pedra gigantesca que vai te esmagar como a uma formiga. Seja como for, ele vai sair de sua vida, sem encerramento, sem explicação, sem nada, deixando para você apenas dúvidas, culpa e muita dor.

E não se iluda, porque mesmo longe ele fará de tudo para sujar seu nome entre aqueles que conhecem o casal. As mentiras e histórias hollywoodianas protagonizadas pela vítima que era “louca” e que “não tinha vida própria” e que “o sufocava” serão contadas repetidas vezes e, não raro, conseguirão uma legião de simpatizantes que se compadecerão de seu “sofrimento”. 

Apesar de ser revoltante o sentimento de injustiça, o segredo é não reagir e aguardar. Como não conseguem manter máscaras por muito tempo, rapidamente suas ações passam a depor contra suas palavras e as pessoas, por si só, compreendem quem era a vítima e quem era o vilão. Reagir só vai fazer com que pareça que ele tem razão ao chamá-la de louca. Nesta fase é preciso focar em si e evitar contato com informações sobre essa pessoa que não tinha e jamais terá algo valioso para lhe oferecer. Seu encontro com ele foi uma fatalidade. Aprenda o que puder desta experiência e siga com dignidade. Não insista atrás de explicação e siga em frente, pois se você insistir, pode piorar e muito. A explicação é simples: você se envolveu com um transtornado mental. Ponto final.

Após o DESCARTE, se ele voltar (E ELE VAI VOLTAR) e você aceita-lo de volta, passada a lua de mel, você estará diante do ciclo LAVA, ENXÁGUA, USA, JOGA FORA E REPETE. Até quando ELE não quiser mais. Sim. Eles sempre voltam e o fazem por diversos motivos. Voltam essencialmente para ter certeza que ainda tem controle sobre suas vítimas. Voltam para machucar a vítima atual. Voltam porque têm certeza que você ainda os espera. Voltam porque são obcecados e veem suas vítimas como posse. Voltam porque perceberam que sua vida foi adiante sem eles e isso é inadmissível. Voltam porque ao vê-la melhor, percebem-na como fonte nova de suprimento e querem novamente sugá-la.

Se tiver sido você a deixá-lo, fará stalking, a perseguirá prometendo amor eterno, dizendo tudo aquilo que sabe que você deseja ouvir, falará de casamento, filhos e se apresentará em sua melhor versão. Será tudo o que você um dia sonhou. Ele voltará “mudado”. Graças a você ele “entendeu muitas coisas”. Mas se você me perguntar se neste momento ele merece uma segunda chance, lhe digo sem medo de errar: Aceitá-lo de volta é voltar à primeira fase sim, aquela maravilhosa da IDEALIZAÇÃO, mas sem esquecer que logo em seguida você deverá enfrentar a DESVALORIZAÇÃO e o DESCARTE, reinserindo-se num ciclo vicioso, mortal e sem fim do qual SOMENTE VOCÊ sairá prejudicada.

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Eu prefiro não saber

Eu prefiro não saber

Então ela me disse:

-Se você souber que ele me traiu; se souber que ele tem outra, por favor, não me conte! Eu não quero saber.

-Como não! Por que não quer saber?

-Porque passamos a vida juntos, porque passei com ele maus bocados, porque seria uma decepção muito grande e eu sofreria uma pressão enorme de mim mesma e do mundo para fazer algo a respeito e eu não sei se a essa altura da minha vida eu quero fazer algo.

Eu estava certa de que ela nunca havia sido traída e ela já beirava os setenta anos muito bem vividos ao lado do marido e dos filhos. Tiveram uma vida muito difícil no começo do casamento, porém, com o passar dos anos a situação financeira melhorou e puderam viver com conforto até o dia daquela conversa. O marido nunca teve qualquer comportamento que levantasse a suspeita de uma traição. Sim, existem homens fieis sim e é bem fácil perceber este tipo de “espécie”. Ser fiel faz parte de um conjunto de valores bastante complexo.

Eu tinha vinte e poucos anos na época e não era capaz de entender porque ela me fizera tal pedido. Onde já se viu não querer saber! Eu, naquela época, não conseguia entender nada sobre o velho ditado “o que os olhos não veem o coração não sente”. Quando se é jovem, se é perseguido por uma espécie de doença que lhe obriga a ter que saber de tudo. Se um amigo não nos conta algo em primeira mão, tomamos aquilo como uma traição maior do que as que existem dentro dos casamentos e sobre a qual aquela sábia senhora não queria nem saber.

Há pouco tempo, ficávamos sabendo de quase nada se compararmos aos dias de hoje. Atualmente quase ninguém viaja sem que a lista de contatos – compartilhada em todas as redes sociais – fique sabendo. Se passarmos um final de semana nos dedicando a passear pelos perfis dos nossos amigos, teremos itinerário completo de quase todos eles. Sabemos quase em tempo real de tudo sobre a vida de todos que nos rodeiam, e está sim, bem mais fácil descobrir as traições. Fotos, vídeos e conversas vazam o tempo todo e chegam depressa, mesmo aos que preferiam não saber. Sorte de quem pôde viver em tempos nos quais podia estar na ignorância, não só da traição, mas também de notícias inúteis.

Existe muita sabedoria em preferir viver na ignorância. Existe talvez um desejo de “preferir nem ter ficado sabendo” de certas verdades, porém, pode ser que seja inevitável que elas venham e aí nos resta enfrentar a dor. O que aquela senhora me pede não é uma atitude de gente covarde. Ela me pede para não sofrer. Ela viveu em um tempo no qual os casamentos não se “dissolviam em água” e ela talvez não quisesse ficar sozinha. Talvez ela nem tivesse para onde ir e talvez ela tenha passado a vida pedindo não só aos outros, mas a si mesma que “não lhe contasse nada”. Não são raras as vezes nas quais utilizamos o mecanismo de negação pela completa falta de repertório para enfrentar certas realidades. Cada um tem o direito de escolher seu caminho e sua atitude perante os fatos.

Mais do que acreditar na fidelidade, eu acredito na lealdade e quando me lembro daquele dia, me lembro como uma das minhas maiores aulas sobre a vida. A maturidade deve trazer certa paz e deve tirar o peso de quase tudo que carregamos como verdade hoje em dia. Vivemos tempos de Tinder, de enviar nudes como se enviavam correios elegantes e ao mesmo tempo, vejo muito mais agressão e intolerância às traições do que soube ter existido há cinquenta anos. Tornamo-nos mais violentos, mais egoístas e ao contrário do que se pensa; o mesmo machismo que protegia os homens no passado continua firme, forte e reluzente, alimentando os egos e os grupos masculinos de whatsapp. A traição continua um pecado mortal para a mulher e um deslize para o homem. As mulheres que perdoam continuam sendo aplaudidas por seu altruísmo e os homens que não perdoam “a vagabunda” também.

Então, diante disso, eu consigo entender que, de vez em quando, é melhor nem ficar sabendo porque só uma mulher que já passou por isso sabe o que enfrenta da sociedade, junto com a  dor de ter sido traída. A pressão da plateia chega a ser digna do coliseu, querem ver sangue e jamais toleram que haja algum perdão ou uma segunda chance.

Bons tempos foram os quais vivíamos no anonimato, quando podíamos contar apenas com as fofoqueiras do boca a boca e quando podíamos nos dar o luxo de não querer nem saber. Felizes tempos nos quais nós não éramos julgados e condenados via satélite e nos quais nossos problemas eram apenas nossos. Felizes os tempos nos quais podíamos escolher como e quando resolveríamos os nossos problemas familiares.

Dos meus sonhos cuido eu

Dos meus sonhos cuido eu

A vida quase que se resume a uma infinidade de cobranças feitas pelos outros sobre o que estamos fazendo de nossas vidas, muitas vezes partindo de pessoas que mal fazem parte de nosso convívio. Somos questionados quanto ao namoro, ao noivado, ao casamento, aos filhos, aos estudos, e por aí vai.

Enquanto amadurecemos e estamos em processo de formação, é comum e saudável sermos cobrados por nossos pais, professores, porém, chega uma época na vida de todos em que já somos gente feita e crescida o suficiente para determinarmos o que e com quem seguiremos nossa jornada. Chegada a hora, é preciso romper com a dependência do outro e assumir as escolhas próprias e intransferíveis.

Devemos satisfações a quem nos sustenta, nos emprega, a quem divide a nossa cama, caso ainda não consigamos nos tornar independentes e autônomos, seja na esfera familiar, na profissional, ou sentimental. Não somos uma ilha e nossas atitudes sempre se estenderão às vidas que caminham conosco. Porém, há limites claros entre o que é pessoal e o que é coletivo.

Quando resolvemos atrelar nossas vidas às de outras pessoas, optando por constituir família, por fazer sociedade em algum empreendimento, qualquer coisa que nos aproxime intimamente de alguém, então teremos que pautar nossas ações por ponderações que levem o outro em consideração. Porém, quando buscamos ser felizes de acordo com sonhos pessoais, caso não atropelemos ninguém pelo caminho, é necessário que tentemos sempre viver nossas verdades.

Sem que estejamos convictos do que somos e de tudo o que queremos, não conseguiremos partir ao encontro de alguém que nos respeite e nos ame por tudo aquilo que é tão nosso. Somente estaremos prontos para dividir nossas vidas quando conseguirmos realmente viver o que somos, quando estivermos caminhando em compasso harmônico com os sonhos que estruturam os nossos sentidos, pois sem um eu verdadeiro, o outro não chega em sua completude.

Não acredita em amor eterno? Não se case. Nem se imagina como mãe? Não tenha filhos. Tem aversão à falta de liberdade? Não aceite empregos formais. Está de bem com o espelho? Coma sem culpa. Vá ser feliz do seu jeito, mas sem machucar ninguém pelo caminho, afinal, lá na frente, enfrentaremos a nós mesmos quando tivermos de prestar as contas da vida. Porque é assim que temos de ser e é assim que as coisas têm que acontecer.

Amar alguém só pode fazer bem

Amar alguém só pode fazer bem

Para ler ouvindo Marisa Monte – Clique aqui 

Amor deveria ser um bem comum.

Amor deveria ser grátis. Deveria ser fácil, leve e solto. Tal qual espontaneidade de bicho do mato.

Amor deveria ser cachoeira de águas cristalinas, que dá de beber a quem se aproxima. E deveria também ser terra fértil, pronta pra quem quiser cultivar com as próprias mãos. Deveria ser como o mar, a planta, a areia que nasceu neste planeta muito antes de nós e não há cerca que pudesse forjar uma obrigação, uma definição, uma possessão. Sem drama, sem decisão.

Amor não deveria ser público e nem privado, porque não pertence a nenhuma empresa e nem ao estado. Amor vem da terra, vem do mato, vem na gente antes de saber falar e entender, antes de conhecer a carga pesada da palavra ‘amor’.

Amar não deveria ser livre. Porque amar é a própria liberdade em si.

Todo mundo deveria ter direito ao amor, porque amor que é amor não exclui.

Amor não deveria ter cor, raça, nação… Amor deveria ser cego, surdo, mudo e pobre. Tão rico quanto uma alma solta, tão farto como uma floresta e seus encantos, tão fácil quanto a vida antes dos significados.

Amar deveria ser pomar em território de ninguém.

O amor não deveria deixar uns desnutridos e outros empapuçados.

O amor não deveria ser dividido, pensado, organizado, catalogado, exigido, ignorado. O amor deveria ser apenas compartilhado. Pega-se o que se quer, dá-se o que se tem.

Amar não deveria exigir que a gente fosse melhor do que ninguém pra poder merecer o que já é nosso por essência!

Amar é só energia de cura, de carinho, de compaixão. É deitar num ombro sem saber qual a razão.

É uma expressão de beleza dos olhos, de uma verdade das mãos.

Amor é bom, amor está antes e além de tudo o que convém.

Amar alguém só pode fazer bem.

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