Tem algo morando no seu rosto neste exato momento — e não, não é acne!

Se você lavar o rosto agora, secar com a toalha e seguir a vida, algo segue ali — invisível, quieto, ocupando os poros como se fossem apartamentos. São os ácaros do gênero Demodex, moradores antigos da pele humana e, na maioria dos casos, visitantes inofensivos.

Dois tipos costumam viver em nós: Demodex folliculorum, que se agrupa na parte mais superficial do folículo, e Demodex brevis, que fica mais fundo, nas glândulas sebáceas. Eles têm corpo alongado, oito pernas curtinhas e medem coisa de 0,15 a 0,4 mm — pequenos o bastante para passarem despercebidos a olho nu.

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A dieta é prosaica: células mortas e óleo (sebo) produzido pela pele. As áreas preferidas são a zona T do rosto (nariz e testa), mas eles também podem aparecer em cílios, conduto auditivo e até na região dos mamilos.

Ter Demodex é comum. Revisões e levantamentos epidemiológicos mostram presença frequente em adultos, com aumento da densidade ao longo da vida; em idosos, a taxa pode beirar universalidade em alguns estudos. Em pessoas mais jovens, a ocorrência é menor, mas não rara.

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Quando dão problema

Na maioria das vezes, nenhum sintoma. O incômodo surge quando há superpopulação ou quando a pele/olhos já têm alguma condição associada.

A literatura relaciona densidade elevada de Demodex a rosácea, blefarite (inflamação das pálpebras) e olho seco, entre outros quadros cutâneos. Em blefarite, por exemplo, é comum notar “colarettes” (cascas cilíndricas na base dos cílios).

Coceira persistente na borda das pálpebras, sensação de areia nos olhos, vermelhidão facial que piora com calor, álcool ou pimenta, e pústulas que lembram acne podem motivar avaliação médica — especialmente se as medidas de higiene não estiverem ajudando.

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O que costuma ajudar

Higiene suave e constante da pele e das pálpebras, evitar cosméticos muito oleosos, lavar fronhas regularmente e manter limpeza dos pincéis de maquiagem são cuidados de base.

Em casos sintomáticos, dermatologistas e oftalmologistas recorrem a protocolos que podem incluir agentes acaricidas ou anti-inflamatórios, sempre individualizados.

Detalhes curiosos que a ciência já mapeou

Esses ácaros têm escamas no corpo para se fixarem ao folículo e aparelho bucal adaptado para consumir sebo e detritos. Estudos recentes descrevem com precisão essa anatomia e discutem como o convívio com os humanos pode ter caminhado de “parasita oportunista” para uma relação de comensalismo na maioria das pessoas.

Em resumo: Demodex fazem parte da microbiota da pele de muita gente e, via de regra, convivem conosco sem chamar atenção. A atenção cresce quando há sintomas oculares ou cutâneos persistentes — situação em que vale conversar com um profissional de saúde para orientar exame e tratamento.

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