Sobre pertencimento

Imagem de capa: folami, Shutterstock

Algum dia desses, talvez não amanhã ou depois, você finalmente descubra o seu lugar no mundo. Descobertas assim levam tempo, é verdade. Mas quando você resolve abraçar dúvidas e certezas em busca de uma sensação maior, pode ser que não demore para entender o que significa pertencer.

Todos somos instantes no universo. A ideia da existência do infinito não serve para aquecer o espírito. Sempre é um conceito irreal, para não dizer efêmero. Nascemos, crescemos e partimos. É um ciclo. O que torna tudo isso diferente e sentimental é a forma como lidamos diante de tantas experiências. Não há porquê temermos o pior. Não há, também, razões para não esperarmos o melhor. A nossa visão sobre a vida é que conduz o ritmo de cada ação partilhada. Quem deposita generosidade, recebe liberdade. Participar de algo além do comum e do ordinário é o início do pertencimento.

Conforme os dias passem, você perceberá a intensidade dos gestos. Nada é vazio. Tudo é preenchido. E se faltar atitude, lide. Se faltar proximidade, chegue perto. Escolhas estão disponíveis a todo momento para que, sem qualquer atrevimento, saibamos trilhar bons caminhos em direção ao novo. Inclua o amor na conta. Não desperdice presença com quem sabota querer.

Às vezes, não dá para dimensionarmos o futuro. Tudo o que podemos fazer é fincar pés e mãos no presente. Mantê-lo regado, receptivo e resiliente. Você não pode viver de sobras. Nós não podemos viver de migalhas. Atração demanda entrega. É necessário compreender defeitos e qualidades como partes de um todo, como partes de você. Mas, e desculpem a franqueza, não quer dizer que mudar está fora de cogitação. Evoluir deve ser a única constante no coração de alguém.

Ainda, em tempo, pertencimento é sobre estar em contato com o melhor que você tem a oferecer. Porque só quando você se desfaz de fragilidades e silêncios anteriores, é que finalmente descobre – pertencer justifica viver. Viver por você, por nós e por todos.