Sim,  somos cheios de defeitos, mas para que caprichar tanto?

 

  • Só de raiva eu falei mais alto ainda!

Nesta frase o sujeito:

  1. a) Foi admirado por todos; b) Deu mais voz à sua razão; c) Fez papel de mandão; d) Permitiu que um defeito agisse por ele.

Há um infinito de outros exemplos – sempre mais nos outros do que em nós, como manda aquela insensata cegueira seletiva- de como é possível piorar ainda mais um feito mal feito, vulgarmente chamado defeito.

Defeito é um negócio que era para ir em uma direção e vai para outra, que provocaria risadas se não provocasse raiva ou repulsa, que geralmente invade o terreno alheio e provoca bagunça não desejada.

Defeito é um feito do qual seu dono algumas e equivocadas vezes se orgulha, crê que marca sua individualidade e personalidade, que o destaca na massa, a mesma massa que em geral se esforça para esconder e reprimir seus próprios defeitos.

Defeito não é de propósito, as mais das vezes, mas também não é trabalhado para se transformar em virtude. Defeito é cicatriz. A pessoa tem e carrega os seus como quem carrega a bolsa, sempre pesada e cheia de tralhas inúteis.

Não é difícil conviver com defeitos. Se olhar com simpatia, podem ser características.

Sofrível é viver com defeitos espaçosos, egóicos, inflacionados e supervalorizados. Aí sim, dá aquela vontade de correr para longe.

A pessoa que fala o que lhe vem à cabeça, sem o mínimo filtro de cortesia por exemplo, carrega um grande defeito. Isso não é sinceridade nem espontaneidade, é grosseria, e das grandes. É o defeito de se esvaziar e encher de lixo, o próximo.

Defeito todo mundo tem e muitos de nós compartilhamos os defeitos coletivos, mas, entre segurar a onda de estragos e caprichar para dar mais emoção, se você prefere a segunda opção, eu preciso te contar um segredo: Ninguém ama os seus defeitos! Se são tolerados, é por uma atitude miúda que ainda não passou pelos seus pensamentos: Educação, cortesia, bom senso.

Não valorize seus defeitos não, ao contrário, se possível, coloque as virtudes na mesa para a alegria de quem está por perto.







Administradora, dona de casa e da própria vida, gateira, escreve com muito prazer e pretende somente se (des)cobrir com palavras. As ditas, as escritas, as cantadas e até as caladas.