Se nem a dor for capaz de mudar a pessoa, ela não mudará nunca

A gente passa pela escola, pela faculdade, faz cursos disso e daquilo, mas nem tudo a gente aprende. Tem coisas que não nos atingem, outras não nos interessam, muitas não tocam os nossos corações. Mas a gente tem que querer melhorar, crescer, a gente quer dar certo na vida, caso contrário, ninguém sai de onde estiver e nada se aprende, nada muda.

Além desses cursos todos, a escola da vida não para de trazer oportunidades de aprendizado. É como se ela jamais se esquecesse de nós, apontando, indicando, sugerindo, forçando. Sim, aquilo que nos acontece vem nos forçar a enxergar o mundo e a nós mesmos sob outra perspectiva. Os abismos e tempestades que enfrentamos, por exemplo, querem abrir os nossos olhos. Mas nem sempre conseguem.

Para que possamos receber as lições que a vida traz, temos que estar dispostos a enfrentar a dor, a colher o que plantamos, entendendo que muito do que nos acontece foi provocado pela forma como agimos. Às vezes, o outro traz lixo para perto da gente, mas a maioria de nossos problemas depende de nós para serem superados. Depende de um olhar isento de egoísmo e repleto de empatia. Enxergar-se e enxergar o outro, eis o equilíbrio.

Na verdade, não é só o sofrimento que nos ensina, porque podemos também retirar lindas lições do que é bom, do que traz prazer, das pessoas bem resolvidas e felizes que nos rodeiam. Temos que guardar aqui dentro o sentimento gostoso que nos preenche quando estamos bem, quando a vida nos presenteia de alguma forma, quando sonhos são realizados. Essas lembranças é que nos fortalecerão para enfrentarmos os dias traiçoeiros.

A escola, os professores, pais, amigos, a vida, há muitas lições à nossa volta, prontas para nos oferecer aprendizados que nos melhorarão como pessoas. Infelizmente, porém, nem todo mundo enxerga. Tem gente que se recusa a aprender e não muda nem por amor, nem pela dor, por nada, nem por ninguém. Lições só servem para quem estiver disposto a sair da bolha. Só assim.

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Texto publicado originalmente em Prof Marcel Camargo







"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar". É colunista da CONTI outra desde outubro de 2015.