Quero ser Bruno Mars (para compensar a dureza dos tempos)
Por Adriana Vitória
Sempre pensei que custasse o que custasse, todo ser humano tinha que tentar viver de acordo com os desejos do seu coração. Não poderia nem passar pela minha cabeça fazer algo a contragosto. Obviamente que fiz. Faz parte da vida ter que lidar com situações em momentos de necessidade e crescimento, mas assim que pude, corri pra estrada que meu coração mandava. Essa estrada era a música.
Nasci cantando. Viver sem isso era como morrer lentamente. Em tempos sombrios, nebulosos ou de sol, aqueles, sem nenhuma dúvida, eram meus melhores momentos. As aulas, os estúdios, os ensaios e as apresentações.

Bom, nem tudo eram flores, claro! O caminho da autonomia é um caminho árduo, que dirá para quem escolhe a arte como meio de vida, mas nada, nada poderia substituir aquilo.

Muitas coisas vivi de lá pra cá, e a música foi se distanciando do meu cotidiano por N motivos, mas sinto um vazio cada vez que assisto a um show. Como se algo me corroesse por dentro e a alma me cobrasse esta alegria.

Me lembro da minha avó que foi violinista dos 8 aos 87 anos.

Ela era spalla do Conservatório de Música e da Orquestra da Escola Nacional de Música. Aos 80 ficou viúva. Fiquei preocupada achando que não iria resistir muito tempo sem meu avô, mas eis que o violino a salvou.

Aos 87 a obrigaram a se aposentar, daí em diante vi seu declínio lento e doloroso. Viveu até os 99 e foi perdendo a memória aos poucos. Nunca mais teve interesse na vida. Sua maior preocupação diante da morte, me dizia: Será que tem música no céu ?

– Espero que sim. Eu sempre respondia.

Não se abandona algo que se ama. Se a felicidade tem um preço, então temos que pagar por ela.

Nunca deixei de estar atualizada no que diz respeito a música e de um ano pra cá, Bruno Mars me fascina. O homem canta, dança, compõe, toca guitarra, bateria e piano como ninguém, ninguém.

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O tempo voa. Se voa ! Ao longo dos anos também me tornei artista plástica e escritora. Hoje tenho uma família muito louca, verdade, mas maravilhosa. Vivo acumulada de trabalho vivo em um Brasil de poucas oportunidades mas, nunca se sabe o dia de amanhã. Ainda tenho tempo. Mas se não for desta, na próxima, quero ser Bruno Mars : )

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Mineira de alma e carioca de coração, a artista plástica, escritora e designer autodidata Adriana Vitória deixou Belo Horizonte com a família aos seis meses para morar no Rio de Janeiro. Se profissionalizou em canto, línguas e organização de eventos até que saiu pelo mundo sedenta por ampliar seus horizontes. Viveu na Inglaterra, França, Portugal, Itália e Estados Unidos. Cresceu em meio à natureza, nas montanhas de Minas, Teresópolis, Visconde de Mauá, e do próprio Rio. Protetora apaixonada da Mata Atlântica e das tribos ao redor do mundo, desde a infância, buscou formas de cuidar e falar deste frágil ambiente e dos seres únicos que nele vivem.