Quer se livrar de um problema? Comece a parar de falar nele!

Não importa se o seu perrengue tem um dia ou uma década, a depender da importância que você lhe concede, ele vai viver para te atormentar. Tem gente que terminou o namoro antes do ano 2000 e vive até hoje contando para cada amigo ou amiga nova como foi trágico o fim daquele relacionamento.

Tem gente que saiu do emprego há tanto tempo que nem lembra mais direito a cara dos colegas, mas lembra com exatidão de cada palavra depreciativa e de cada bronca humilhante que levou do chefe sem noção.

O que acontece com essas pessoas? Elas sofrem de indigestão emocional! Mas isso existe? Ôxi, se existe! Existe e é muito mais difícil de curar do que um “piriri” de feijoada com caipirinha de cachaça e torresmo frito.

Indigestão emocional é fruto de uma falta de habilidade para digerir sapos que não deveriam ter sido engolidos; mas, já que foram, que sejam devidamente encaminhados ao processo final da digestão, certo?

Mas, não! Tem gente que curte ficar ruminando o sapinho feito chiclete. O danadinho já nem tem mais sabor, mas fica lá, entre a língua e os dentes, trazendo um gosto amargo e ruim à boca.

Indigestão emocional é um desconforto que afeta corpo, mente e espírito, devido a uma intoxicação de mágoas e desaforos que se levou para a casa, para a cama e para o chuveiro.

Como é que cura isso??? Ora, primeira coisa é parar de pensar nisso. E para dar conta dessa tarefa vale qualquer coisa, desde amarrar um barbantinho no dedo até prometer-se a si mesmo um prêmio em dinheiro.

E, para parar de pensar, é preciso parar de falar a respeito. Mas antes de falar a gente pensa, não pensa? Há controvérsias! Parar de falar é um desafio maior porque, embora a situação seja trágica e muitas vezes humilhante mesmo, na hora da narrativa a história ganha ares dramáticos, românticos até. Aí, meu amor… danou-se! Falou do dito cujo, vai ficar revivendo a cena, lamentando tudo que devia ter dito e não disse, tudo que deveria ter feito e não fez.

Vai ressuscitar dos mortos um cadáver que já cheira mal. E vai contaminar o presente, que é uma chance novinha em folha de fazer diferente, com respingos de um passado que não serve mais.

Por isso, haja o que houver, trate de exorcizar esse demônio de dentro de você. Devolva essa oferenda para o mar e arranje outra coisa para pensar. Trace uma meta lá na frente, mire e ponha foco nos seus planos. E o mais importante de tudo: não importa quanta vontade você precise passar… NÃO OLHE PARA TRÁS, NUNCA MAIS!







"Ana Macarini é Psicopedagoga e Mestre em Disfunções de Leitura e Escrita. Acredita que todas as palavras têm vida e, exatamente por isso, possuem a capacidade mágica de serem ressignificadas a partir dos olhos de quem as lê!"