Luiz Antônio dos Santos é um paulista de 51 anos dono de uma jornada inspiradora que o levou da construção civil ao diploma de bacharel em Direito na faculdade em que ajudou a erguer tijolo por tijolo. Sua história é uma prova de que nunca é tarde para perseguir os sonhos.
Em 1989, por necessidade, Luiz ingressou na construção civil, tornando-se habilidoso no ofício ao longo dos anos. Seu destino tomou um rumo especial quando participou da construção de uma faculdade particular em Votuporanga. “A construção teve início em 2006. Fizemos os primeiros blocos da faculdade. Além de trabalhar, eu fazia alguns cursos profissionalizantes, mas queria algo a mais”, compartilha Luiz.
Aos 38 anos, ele foi agraciado com uma bolsa oferecida por um programa estadual, permitindo que conciliasse os estudos com o trabalho na construção. “Eu brincava com meus amigos e dizia que estava fazendo duas faculdades. Foi muito engrandecedor saber que eu tinha erguido os corredores por onde passava”, acrescenta, com bom humor.
No entanto, o caminho para a graduação em Direito não foi fácil. Enfrentando dificuldades financeiras e lidando com a perda de um filho durante seus estudos, Luiz teve que trancar o curso temporariamente. “Foi uma tragédia muito grande. Quase desisti, porque minha mulher e minha filha entraram em depressão”, revela.
Superando as adversidades, Luiz concluiu sua graduação em 2012. Ele relembra o desafio de conciliar os estudos com o trabalho na construção civil e a dor da perda, mas destaca a importância de acreditar nos próprios sonhos. “Nunca é tarde demais. Eu ouvi muitas palavras negativas. Pessoas duvidavam da minha capacidade. No entanto, nunca desisti do meu sonho. É um desafio. Fazer cinco anos de faculdade é complicado”, enfatiza.
Hoje, Luiz é pós-graduado, possui seu próprio escritório e desfruta de estabilidade na profissão. Mesmo assim, ele continua oferecendo orientações a amigos envolvidos em obras particulares. “O estudo é a base do desenvolvimento da nossa sociedade. Nunca é tarde demais. As pessoas que possuem um desejo precisam acreditar em si mesmas”, aconselha.
Com informações de Refletir para Refletir
