Saiba o que fazer quando encontrar um filhote de passarinho fora do ninho

Saiba o que fazer quando encontrar um filhote de passarinho fora do ninho

 

Pensando nisso, vimos essa dica diretamente no Facebook do Fabio Nunes, mestre em Ecologia e Recursos Naturais, e resolvemos compartilhar aqui. Olha só as orientações que ele deixou:

– Não leve o filhote para longe do local onde o encontrou, é ali que os pais irão procurá-lo e, mesmo fora do ninho, continuarão lhe dando comida.

– Tire o filhote do chão para não ser atacado por formigas ou devorado por predadores, o ideal é devolver o filhote ao alcance dos pais, em alguma árvore próxima onde poderia estar seu ninho.

– Cuidado onde colocar o animal, pois se você colocar em um galho ele provavelmente voltará a cair. Veja a dica abaixo:

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Foto: Fabio Nunes

Você pode fazer uma improvisação do ninho com um recipiente forrado (furado embaixo para não acumular água) pendurado em uma árvore (escondido dos humanos), como mostra a foto abaixo. “Funciona muito bem e ele só sairá quando suas asas estiverem desenvolvidas”, explica.

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Foto: Fabio Nunes

Para garantir, observe de longe se os pais encontram o filhote, pois eles são atraídos pelo chamado dele.

Fonte indicada: Por acaso

Pessoas neuróticas costumam ver rostos em coisas

Pessoas neuróticas costumam ver rostos em coisas

Você já ouviu falar de pareidolia? É um fenômeno bastante curioso que nos permitem ver formas do cotidiano em objetos. Um dos exemplos mais claros é aquela formação rochosa em Marteque nos lembra um rosto. Outro, mais recente, que explicamos aqui, foi o rosto de Jesus que ‘apareceu’ no pescoço da Fernanda Souza durante o casamento da atriz. O que acontece é que o nosso cérebro, para compreender o mundo de forma mais rápida, é acostumado a fazer associações também rápidas com formas e coisas que costumamos ver em nosso cotidiano. O cérebro pega um ‘atalho’ e vemos rostos, aliens, etc.

E, agora, pesquisadores relacionaram esse fenômeno com o neuroticismo.

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UM ROSTO NA TOMADA? (FOTO: GRENDELKHAN / FLICKR / CREATIVE COMMONS)

Um novo estudo, realizado no Laboratório de Ciências da Comunicação NTT, em Tóquio, cientistas mostraram a um grupo de voluntários uma folha de papel cheia de pontos espalhados de aleatoriamente. Os participantes deveriam contar para os cientistas se, naqueles pontos, viam alguma figura. Depois os cientistas cruzaram essas dados com os traços de personalidade dos participantes – e os mais neuróticos eram os que mais encontravam rostos nos pontos, invariavelmente.

Para os pesquisadores, isso faz bastante sentido: pessoas mais neuróticas, que costumam ser mais tensas e emocionalmente instáveis, são mais predispostas à pareidolia como um mecanismo evolutivo. Basicamente, elas estão sempre alertas a ameaças, o que significa que podem achar que há perigo onde não existe. E o perigo pode ter a forma de um rosto.

Fonte indicada: Galileu

Que talmais alguns exemplos:contioutra.com - Pessoas neuróticas costumam ver rostos em coisas contioutra.com - Pessoas neuróticas costumam ver rostos em coisas contioutra.com - Pessoas neuróticas costumam ver rostos em coisas contioutra.com - Pessoas neuróticas costumam ver rostos em coisas

Se as doenças mentais fossem monstros…

Se as doenças mentais fossem monstros…

Artista inglês inspira-se em sua própria ansiedade para dar formas aos transtornos mentais.

Em busca de uma catarse pessoal, ele criou essa série que da forma às doenças e permite que as pessoas vejam, de uma maneira mais concreta, um pouco do que sentem.

As traduções foram feitas pelo pessoal do site O verso do inverso.

Para saber mais sobre o artista veja Tobby Allen- página oficial

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Escolas ensinam a lidar com as emoções

Escolas ensinam a lidar com as emoções

No fim do ano, escolas não esperam que os alunos tenham aprendido só a fazer contas, interpretar um texto ou saber o nome dos Estados brasileiros.

Colégios particulares e da rede estadual de São Paulo estão adotando estratégias para que desenvolvam habilidades socioemocionais, como cooperação, empatia, senso crítico e curiosidade.

“Essas habilidades estão intimamente ligadas às cognitivas. São elas que potencializam e aprofundam o aprendizado. A escola que decide trabalhar o lado socioemocional precisa mudar a sua estrutura, suas aulas. Porque esse não é um trabalho intuitivo, ele precisa ser planejado”, observa Márcia Almirall, orientadora pedagógica do Colégio Santa Maria, na zona sul de São Paulo.

No ano passado, a escola capacitou os professores para que as práticas pedagógicas fossem alteradas em sala de aula. Para os alunos do fundamental 1 (do 1º ao 5º ano), as carteiras foram alteradas para facilitar o trabalho em grupo. Os docentes também são estimulados a darem aula em locais diferentes, como no pátio ou no jardim.

“Em todas as disciplinas é possível desenvolver as habilidades socioemocionais, se nos planejarmos. Então, nas aulas de matemática, todos trabalham em grupos. Em português, fazem rodas de conversa para discutir a disciplina. Em tudo dá para trabalhar, se soubermos estimular os alunos da maneira correta”, afirma Márcia.

O ensino socioemocional foi adotado em 2015, de forma experimental, em 17 escolas da rede estadual. Para este ano, o número subiu para 145, todas com período integral e ensino fundamental 1. “Estamos consolidando a ideia de que não é possível fazer um bom trabalho sem focar nessas habilidades (socioemocionais). Com o tempo, esse projeto vai ser ampliado para todas as unidades”, diz Ghisleine Trigo, coordenadora de gestão da Educação Básica da Secretaria Estadual de Educação.

Suporte

A ideia ao desenvolver habilidades socioemocionais nas crianças é dar ferramentas para que consigam lidar da melhor forma em situações de conflito e assim reduzir a vulnerabilidade dos estudantes. A escola estadual Professora Irene Ribeiro, na Vila Carrão, zona leste, foi uma das que recebeu o projeto no ano passado. Todos os professores foram capacitados para o novo modelo, aplicado em todas as disciplinas.

Elaine Carapiá, que dá aula para o 3ºano, conta que as mudanças fizeram com que o professor se tornasse uma peça menos central na sala de aula e mais um mediador para que os alunos tivessem mais espaço para tirar dúvidas e aprender com os colegas. As aulas também falam sobre os sentimentos e como lidar com eles.

“Eles vivenciam situações muito difíceis em casa que podem impactar o aprendizado. Outro dia um estudante disse que os pais estavam brigando e jogaram as alianças no lixo. O menino, de 7 anos, começou a cantar e aconselhou os pais a se acalmarem. Ele aprendeu na escola que, quando se está nervoso, é importante respirar e disse isso para os pais em um momento de conflito”, relata Elaine.

Em todo início de aula, os alunos se sentam em uma roda para falar como estão se sentindo. Segundo ela, é importante estimular as crianças a se expressarem para ganhar confiança. “Mudamos muita coisa. Não temos mais apenas uma relação entre aluno e professor, mas entre seres humanos.”

Preconceito

No colégio Pio XII, na zona oeste, os adolescentes do ensino fundamental 2 (do 6º ao 9º ano) têm uma vez por semana uma aula em que são estimulados a trabalhar com as emoções e a abordar temas em que podem ter preconceitos. A disciplina utiliza dinâmicas em grupo e exercícios em que a turma conta histórias ou assiste a filmes sobre temas como a morte ou as drogas.

“Percebemos que, quando eles entendem o que sentem nas mais diversas situações, se tornam mais tolerantes, prestativos, têm mais empatia com os colegas”, afirma a psicóloga e professora Patricia Prado.

Para ela, como as crianças passam a maior parte do tempo no colégio e desenvolvem as primeiras relações sociais no ambiente escolar, é responsabilidade dos colégios não só transmitir conhecimento, mas também valores morais e éticos. “Além disso, um aluno que possa ter problemas em casa ou em se relacionar com os colegas, e não sabe como lidar com essas situações, vai ter queda no rendimento escolar.”

No colégio Eduque, na zona sul da capital, estudantes do ensino fundamental 1 também contam com aulas voltadas para essas habilidades, uma vez por semana. Com livros e histórias, os professores desencadeiam discussões sobre as emoções.

“Com repertórios leves e lúdicos, ensinamos a entender o que é sentir raiva, tristeza, solidão, felicidade. Com esse conhecimento, eles se tornam mais respeitosos e compreensivos com os colegas”, observa a coordenadora pedagógica Lucelena Martins de Souza.

Ao abordar esses temas, Lucelena considera que os docentes abrem um canal de confiança e diálogo com os alunos. “Quando eles têm um problema, sabem que podem contar para nós, que vamos ajudar. Assim, ninguém fica excluído ou sem a atenção devida.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte indicada: Brasil Post

As vantagens de duvidar de si mesmo

As vantagens de duvidar de si mesmo

É costume viver um tanto quanto inconsciente de si mesmo. Os “porquês” vão nos deixando com a infância, quando somos curiosos e perguntamos sobre tudo à nossa volta. Mas, curioso mesmo é que, mesmo nesta época curiosa da vida, nos perguntamos mais sobre às coisas à nossa volta do que sobre as coisas de si.

Já parou para pensar em como você respira diferente em certas situações? Em quais são as imagens palavras e sensações que lhe arrancam suspiros? Sobre o que atrai o seu olhar e o que o repele? Quais são seus preconceitos e afinidades? Suas reações às ações que te cerceiam e às que te invadem? Suas incertezas que te travam e as certezas que te movem ou o contrário? E os limites que te decepcionam ou aliviam?

Podemos nos iludir com a ideia de que não se questionar nunca é se aceitar como é, mas, penso mais que não se questionar nunca é ignorar a si mesmo e tornar impossível a aceitação de si. O que somos se não estamos alguém que pode vir a ser mais ou menos diferente do que foi e do que é no momento?

“O senhor… Mire e veja: O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão.”

Convite do personagem de Rosa à alegria de duvidar de si, de perceber-se interminado e sempre em movimento. Duvidar de si é se dar a oportunidade de retirar-se daquilo que a si não pertence, mas que carregamos por acidente, distraídos e inocentes das cargas que nos condicionam. Por que alguns adjetivos incomodam e outros adoçam nossa percepção ao ponto de sermos capazes de nos enganar e nos tornarmos manipuláveis pelos elogiadores?

Por vezes a vaidade é tanta que transforma os seus súditos em ovelhas, e lobos sabem elogiar… – Será que precisamos daquilo que achamos que precisamos? Qual a função das coisas que fazemos e como elas nos transformam ou alimentam? Das perguntas de si cada um sabe mais, do que perguntar para encontrar o que é eu e diferenciar do que está eu.

Ter consciência que se livrar de alguns incômodos, de algumas coisas nocivas que adotamos como parte de nós, pode ser tão doloroso e delicado como tirar um bicho de pé, que se infiltra no corpo de forma tão imperceptível, que só percebemos quando está grande o suficiente para incomodar. É fato que ele sempre nos tira um pouquinho do sangue e da carne, mas é sempre menos do que a dor faz parecer que é…Parasitas e pontiagudos invasivos, as vezes carregamos apenas pelo medo da dor de se livrar deles. Carregamos com dores pequenas que crescem. Carregamos inflamações e gangrenas. Quando se dá conta do estrago pode ser que já nos tenham consumido um tanto e percamos mais do que se tivéssemos encarado a dor a tempo. É que nessa substância nossa, de ser-estar, não é tão fácil encontrar os parasitas que, diferente do bichinho do mato ou dos objetos invasivos, não são visíveis.

De tudo que nos ensinam na vida, é corriqueiro não aprendermos a conversar com a alma, com os afetos, com o corpo invisível que nos habita. Nos ensinam a não chorar, a não sofrer, a ignorar – não lidar com a dor é carrega-la e permitir que nos consuma aos poucos. É como abrandar a febre com remédio e nunca descobrir a doença que a causa até o momento da urgência.

Nossas emoções que nos ensinam a reprimir são os sintomas do algo errado, os gritos do eu escondido entre os órgãos, às vezes manifestam-se até nos órgãos, insistem em avisar, mas nos ensinam mais a não sentir, que é feio manifestar dores invisíveis. Pelo descostume não aprendemos a enxergar ou a perceber para localizar os ferrões das angústias.

Às vezes há de se ter a impressão de que aquela dorzinha, aquele incômodo, ou aquela alegria descontrolada, estão é pra todo lado, tão grandes que vão do euzinho pro mundo todo. Pior, vezes outras deliramos com a ilusão de que eles vêm é de fora. Como se livrar do que não conhecemos? Como potencializar o que não nos damos conta que vem de nós e não de outro lugar?

Não somos um todo, não somos completos, não precisamos nos completar – somos cheios de espaços, espaços que se enchem e se esvaziam, espaços que se movimentam, espaços que nos movimentam. Não somos estáticos e quem presta atenção naquela coisa do tempo que muda a gente, sabe, não somos a não ser um pouco aquilo que escolhemos guardar e crescer em nós. Pode-se até virar ao avesso.

É dessa prática de questionar-se que vem o diálogo consigo mesmo, quando como se fôssemos crianças curiosas perguntamos para esse eu quase autônomo e despercebido do nosso ser porque ele é assim ou assado, porque age desse ou daquele jeito e tal. Nesses papos despretensiosos é que podemos descobrir, por exemplo, porque em certos momentos parecemos incapazes de receber o que a vida nos oferece de bom, ou até aquilo que lutamos para ter: aquele desejo desejoso que finalmente se aproxima, mas você se afasta porque o medo da coisa acontecendo é maior… aquela oportunidade que você nunca percebe a tempo… aquela pessoa nociva que você insiste em continuar a procurar e até sofre se rejeitado por ela… é tanto da incoerência e esquisitice do que nos causamos que podemos encontrar nesses diálogos interiores cheios de “?”.

Pode-se ainda encontrar certo deleite, e perguntar-se também sobre o que é bom, sobre o que somos de melhor, e tentar entender como isso funciona para cultivar em outros lugares, para usar transformado em outras situações. O que precisamos mesmo é nos gerir inteiros, para nos darmos ao luxo de deixar desgovernar sem acidentes fatais. Reencontrar nossa “metafísica”.

É certo que não se trata de um diálogo cheio de palavras compreensíveis e frases articuladas. Muitas das respostas que encontramos são silenciosas ou puras de imagens e ruídos incompreensíveis de início. Acabamos por descobrir que não sabemos falar a nossa própria língua. É só na insistência que se descobre.

Cabe desapegar-se da ordem que aprendemos de fora e conhecer o caos de si – organizar-se constante, mudar de lugar, traduzir e criar linguagens para na nossa própria compreensão. Conhecer-se para ser dono dos próprios afetos e desafetos. Há muito pouco o que se possa fazer contra um homem que conhece bem e atualizado as próprias fraquezas e potencialidades.

Estar consciente de si, dos seus seres e estares, é deixar de ser aquele a quem os outros fazem e a vida faz, para ser aquele que faz consigo e faz com a vida – governador de si, escolhe os próprios caminhos, constrói pontes e estradas, acaba chegando onde quer ou aceita que alguns lugares, é melhor mesmo que não sejam alcançados. Ter consciência de si é que é ser livre.

8 filmes sobre autoconhecimento

8 filmes sobre autoconhecimento

Por Teresa Gouvea

Via nossa página parceira Psicologias do Brasil

Um jeito de dar uma pausa, buscar aquela paz perdida não sabemos onde, sair do comando do relógio e refletir sobre o sentido do que nos dá sentido!

1-EU MAIOR:

Traz uma reflexão contemporânea sobre autoconhecimento e busca da felicidade, por meio de entrevistas com expoentes de diferentes áreas, incluindo líderes espirituais, intelectuais, artistas e esportistas. Um filme sobre questões essenciais e universais, numa época de grandes transformações e desafios, que pedem níveis mais altos de discernimento e consciência individual.

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2-LIVRE:

Depois de anos de comportamento inconsequente, o vício em heroína e a destruição de seu casamento, Strayed (Reese Witherspoon) decide mudar. Assombrada pela lembrança de sua mãe e sem nenhuma experiência, ela sai para trilhar os milhares de quilômetros do Pacific Crest Trail totalmente sozinha.

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3-NA NATUREZA SELVAGEM:

 

Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da liberdade. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas. Até que, após 2 anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca.

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4-DUAS VIDAS:

Se você tivesse a chance de encontrar consigo mesmo quando tinha 8 anos de idade, será que aquela feliz criança gostaria de ver o que você se tornou quando cresceu? Em se tratando de Russ Duritz, a resposta é um ressoante “Não!”. Russ (Bruce Willis) tem sua pacata vida como um profissional bem-sucedido virada de cabeça para baixo quando, de forma mágica e inesperada, encontra Rusty, ele mesmo com apenas 8 anos (Spencer Breslin). Rusty é um doce e ligeiramente gordo menino que não fica nada feliz ao ver seus sonhos de ser um piloto de avião irem por água abaixo após conhecer sua versão adulta. Porém, o convívio de ambos irá ajudar Russ a relembrar seus sonhos de infância, para que ele possa se tornar o adulto que sonhava ser quando criança.

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5-MINHA VIDA SEM MIM:

Tendo apenas 23 anos, Ann (Sarah Polley) é mãe de duas garotinhas, Penny (Jessica Amlee) e Patsy (Kenya Jo Kennedy), e é casada com Don (Scott Speedman), que constrói piscinas. Ela trabalha todas as noites na limpeza de uma universidade, onde nunca terá condições de estudar, e mora com sua família em um trailer, que fica no quintal da casa da sua mãe (Deborah Harry). Ann mantém uma distância obrigatória do pai, pois ele há dez anos está na prisão. Após passar mal, Ann descobre que tem câncer nos ovários e terá no máximo três meses de vida. Ann faz uma lista de tudo que sempre quis realizar, mas nunca teve tempo ou oportunidade. Ela começa uma trajetória em busca de seus sonhos, desejos e fantasias, mas imaginando como será a vida sem ela.

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6-MINHAS VIDAS:

Shirley MacLaine narra sua jornada rumo ao mundo interno, Shirley MacLaine sai em uma viagem de autodescoberta, em busca da ligação entre a matéria e o espírito. Ao longo do caminho, ela entra em contato com a realidade do mundo espiritual.

 

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7- COMER, REZAR, AMAR:

Liz Gilbert (Julia Roberts) tinha tudo o que uma mulher moderna deve sonhar em ter – um marido, uma casa, uma carreira bem-sucedida – ainda sim, como muitas outras pessoas, ela está perdida, confusa e em busca do que ela realmente deseja na vida. Recentemente divorciada e num momento decisivo, Gilbert sai a zona de conforto, arriscando tudo para mudar sua vida, embarcando em uma jornada ao redor do mundo que se transforma em uma busca por autoconhecimento.

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8- NÁUFRAGO:

Chuck Noland (Tom Hanks) um inspetor da Federal Express  tem por função checar vários escritórios da empresa pelo planeta, porém, em uma de suas costumeiras viagens ocorre um acidente, que o deixa preso em uma ilha completamente deserta por 4 anos. Com sua noiva (Helen Hunt) e seus amigos imaginando que ele morrera no acidente, Chuck precisa lutar para sobreviver, tanto fisicamente quanto emocionalmente, a fim de que um dia consiga retornar civilização.

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“Perigoso é viver infeliz”- Josie Conti

“Perigoso é viver infeliz”- Josie Conti
Hands up, while driving a convertible.

Por Josie Conti- psicóloga

Dirigir permite que, enquanto um percurso é trilhado, outro seja visitado. A atenção é dividida entre o automatismo do volante, as características da estrada e os pensamentos mais inusitados.

Num desses caminhos, em meio ao relevo montanhoso da região onde moro, fui visitada por uma frase de Rubem Alves “Eu cheguei onde cheguei porque tudo que planejei deu errado”.

Frase de conteúdo profundamente real, fala sobre como somos moldados pela imprevisibilidade da vida. E, no olhar sempre à frente de Rubem, constata que o fato de algo dar errado, não significa necessariamente uma consequência ruim em nossa história. Afinal, somos o que a vida fez de nós, mas também somos o que fazemos com aquilo que aconteceu. Ou seja, se não há escolhas capazes de neutralizar imprevistos, catástrofes, erros ou grandes perdas, de uma maneira ou de outra, existem escolhas que são determinantes para começarmos a nos refazer e redefinir caminhos, metas e sonhos.

Trabalhei por quase 6 anos em uma área da Psicologia chamada Saúde do Trabalhador. E, curiosamente, o que mais vi foram pessoas que , frente a um ambiente que não oferecia mais nenhuma razão para continuar, não conseguiam cortar os laços com os anos de história que as conduziram até aquele momento.

Não era incomum, por exemplo, que uma pessoa que conseguiu seu primeiro emprego como cozinheira, permanecesse trabalhando em cozinhas e áreas correlatas ao longo de toda sua vida. O mesmo acontecia com motoristas, pessoas que trabalhavam em fábricas, profissionais do serviço público e assim por diante. Entretanto, quem foi que estipulou que nossas primeiras oportunidades de trabalho têm de definir o que vamos fazer ao longo de toda uma vida?

Esse fatalismo tem criado pessoas infelizes; talvez, as mais infelizes que eu já conheci; e, por dois motivos: o primeiro é que elas realmente desenvolvem uma identidade relacionada apenas a uma área de atuação; e o segundo, porque, como nunca tentaram se arriscar, sentem-se incapazes de ter outras experiências ; acham que é tarde demais.

É por isso que, quando tudo dá errado, o que parece ser o pior momento de nossas vidas pode ser uma grande oportunidade. Nós tendemos a optar pelo conforto e se estiver tudo dando mais ou menos certo, vamos ficando. Ficamos com um casamento ruim; com um emprego ruim, mas que paga as contas; mantemos hábitos ruins. Entretanto, quando algo realmente acontece e temos que recomeçar, o novo ciclo pode ser uma oportunidade de profunda libertação, pois nos tira da zona de conforto. A destruição nos obriga a reconstruir.

Todo mundo deveria desenvolver uma atividade paralela ou ter passatempos que pudessem ser monetizados. É revigorante experimentar diferentes profissões, descobrir que temos condições para aprender e desenvolver novas habilidades e ocupações. Ninguém deveria ser definido apenas como “médico”, “motorista”, “cabeleireira”, “advogado”, “psicólogo”, “juiz”. Isso se torna excessivamente pouco, quando passa a ser o tudo de alguém.

Somos seres complexos que, ao não termos nossas potencialidades exploradas e desafiadas nos tornamos amargos, mesquinhos, esnobes, pois nos apegarmos ao pouco que já conquistamos. Precisamos acreditar que aquilo que define a nossa vida é o melhor possível; para, assim, nos sentirmos em paz. Ledo engano.

Sou à favor de mães bailarinas, motoristas que trabalham no circo, técnicos de enfermagem que também são escritores. Sou à favor de sonhos sendo realizados, do desapego ao status e à ilusão de segurança.

A vida exige que paguemos as contas, que cuidemos de nossos filhos, que cumpramos horários, mas ela nunca nos proibirá de experimentar coisas novas, se nós realmente estivermos dispostos a nos arriscar.

Casos de pessoas que mudaram de profissão e estilo de vida não faltam. Eu sou um deles.

A estabilidade é ilusória, as profissões são ilusórias. É necessário conhecer novos caminhos.

Perigoso é viver infeliz!

contioutra.com - "Perigoso é viver infeliz"- Josie Conti
Arte e frase- Josie Conti, 2014.

De olhos bem fechados

De olhos bem fechados

Com base em um manuscrito de um sonho, De Olhos bem fechados, Stanley Kubrick( 1999) aborda a questão do ciúme quando este se transforma em pesadelo para um homem leal. Ao mesmo tempo, traz à tona a questão do sexo imposto pela cultura e as diversas modalidades do mesmo até as orgias e transgressões. Até que ponto fantasiamos uma traição? A traição pode ser realizada, mas, muitas vezes, é fantasia ou até mesmo, em um sonho ela se faz presente. Por que sexo não se reprime. É instinto, é fantasia.

A questão do filme perpassa uma insuportável sensação de posse, da parte de Bill que sempre teve sua mulher como única, perfeita e linda. A relação lhes trouxe uma filha, eles têm status e poder-se-ia dizer que são um casal perfeito dentro da sociedade burguesa.

A história acontece em Nova York, no Natal. A fotografia é perfeita com as luzes natalinas sinalizando a grande festa da família.

Psicologicamente, à luz da psicologia analítica de C. G. Jung, sabe-se que todo homem tem em sua intimidade um contraponto sexual chamado Anima. Da mesma forma que as mulheres possuem o Animus, representante do seu lado masculino inconsciente.

Animus e Anima são estruturas arquetípicas, agindo como fôrmas primordiais, que norteiam nossas relações com o sexo oposto. Essas fôrmas arquetípicas vão sendo preenchidas por meio das nossas vivências e acabam sendo projetadas no mundo exterior, produzindo atrações ou repulsões a determinados tipos humanos. Daí que surgem as paixões ou os ódios incompreensíveis.

É significativo compreender que no homem a Anima é preponderantemente construída a partir da figura materna, enquanto o Animus da mulher surge das experiências masculinas de sua mãe. Com isso, a Anima fica muito mais coesa e o Animus mais polivalente e multifacetado.

Dessa diferença temos que o homem carrega dentro de si uma imagem de mulher mais idealizada e por essa razão tende a procurá-la mais insistentemente – o representante extremo e patológico dessa busca pela Anima é o personagem Dom Juan, o eterno conquistador. A mulher, por ter uma pluralidade de figuras masculinas em seu Animus, tende a ser mais adaptada e compreensiva nas relações.

Essas características fazem com que o homem tenha muita dificuldade em amar verdadeiramente mais do que uma mulher ao mesmo tempo, enquanto que as mulheres conseguem amar e serem fiéis a mais do que um homem simultaneamente, porque possuem a capacidade de amar fragmentos e aspectos de cada homem e não sua totalidade.

Por isso, os homens aprenderam a dissociar amor de sexo, usando e abusando dessa habilidade apesar de, em sua intimidade, acreditarem estar sendo fieis à mulher amada, aquela que se assemelha com a imagem da sua Anima. O que os deixa muito mais adaptados para o comportamento poligâmico.

As mulheres, por sua vez, apesar de conseguirem amar aspectos masculinos em vários homens, sexualmente, são mais fieis, por terem dificuldade de amarem aspectos iguais em homens diferentes, podendo ter atração sexual por um, atração intelectual por outro, e assim por diante.

De olhos bem fechados nos mostra esta questão psicológica dentro do casal. Quando Alice apenas conta um trecho de sua atração por outro homem, seu marido não sustenta mais a discussão e vai às ruas de Nova York em busca de aventuras amorosas.

Ele acaba chegando a um lugar poderoso, macabro e proibido em que os mascarados olham e transam com as mulheres que se oferecem. O cenário é realmente mitológico e aí temos Kubrick dando o seu melhor em matéria de estética e beleza. A questão econômica também é nítida, quando Bill quer comprar tudo e inclusive rasga uma nota no meio, mostrando que está pagando a metade de uma corrida ao taxista. Tamanho é seu desprezo ao que possui e é sua vida. Ele nega sua própria atitude e faz questão de provar sua identidade mostrando a carteira de médico em todos os lugares que passa para ter certeza de sua credibilidade. O status de médico. A prova irrefutável de que pode comprar fantasias às 2 horas da manhã sem ninguém refutar nem desconfiar de suas intenções sombrias.

A sequência mais discutida, mais controversa é a cena do ritual esplendoroso da orgia da qual Bill participa: o absoluto núcleo do tema. Ele é moralista e se sente culpado, como diz ao amigo no final, e chora ao contar para sua mulher o que fez aquela noite. Nesta cena o diretor denuncia os mitos sobre as orgias e suas consequências. É um terreno perigoso no qual Bill se envolve e é expulso. Tudo que se passa na mansão é enigmático, como se nós jamais possamos chegar a um êxtase total, como fuga ou defesa.

Voltamos, mais cedo ou mais tarde à realidade. Tememos tudo o que não entendemos, mas uma vez fascinados, nos deixamos sonhar com momentos encobertos pela própria consciência e com os olhos bem fechados.

Essa situação vem brutalizando os seres humanos deixando as mulheres com mais testosterona e, consequentemente, atuando de modo mais masculino e poligâmico. Por isso, atualmente, ambos os gêneros sexuais estão tendendo à poligamia. A meu ver essa situação é responsável pelo aumento de casos de depressão e uma infinidade de queixas e insatisfações relacionais e existenciais.

Então, no passado as mulheres tendiam mais para os relacionamentos monogâmicos, mas atualmente a poligamia e a traição são realidades presentes e iguais para ambos os sexos.

Kubrick finaliza sua excelente narrativa com a revelação do casal diante de si próprios, como se desmascarados daquela vida cotidiana e entediante, pudessem provar suas fantasias e ter a liberdade de vivê-las sem medo de trair ou machucar o outro, mas tendo plena consciência de que a traição sempre estará em nossas mentes. O amor existe até quando quisermos amar e ser amados, com todos os acidentes de percurso.

Os barulhos de fora e de dentro podem estar ocultando a nossa voz interior

Os barulhos de fora e de dentro podem estar ocultando a nossa voz interior

Quantas vezes em meio ao barulho da vida diária, nos esquecemos de escutar àquilo que vem de dentro de nós?

Buzinas de carro, crianças agitadas, o barulho nas ruas, o som ligado do rádio e da TV, a opinião alheia… uma avalanche de informações que vem de todos os lados e a todo momento.
Quando nos damos conta, estamos impregnados pelo que vem de fora, quase que abarrotados dos outros e vazios de nós mesmos.

Vemos nossa casa interna entulhada com as mais diversas quinquilharias. Nos vemos ansiosos, estressados ou deprimidos, sem nem mesmo saber porque. Transformamos nossos corpos em puros veículos que nos carregam para onde segue nosso desejo ou nosso sentimento de obrigação.

Mas, se paramos por poucos segundos e fecharmos nossos olhos, o que perceberemos é que também há um grande barulho dentro de nós. Ele pode ser representado pelos olhos que, mesmo fechados, sentem uma pressão, como se piscassem. Ou pela respiração sufocada, que pede incessante por um respirar mais profundo. Ou ainda, por um pulsar interno que invade todo o corpo, mostrando que nossos motores estão a todo vapor.

Essa pequena pausa para perceber-se pode ser essencial para a escuta do corpo e alma. Ouvir, discriminar e interpretar os barulhos de dentro nos ajudam a compreender nossos conflitos, nossas intenções e nossas necessidades. Ao nos percebermos com atenção, podemos nos perguntar por exemplo: Por que nos colocamos neste movimento atribulado em relação a vida?

Corremos em direção a algum lugar…ou na verdade corremos de algo do qual queremos fugir ou escapar? Nosso barulho oculta algum outro som que tememos ouvir? Todo esse ruído pode estar encobrindo a nossa própria voz?

Para alguns, deixar que a voz interior se manifeste pode ser amedrontador. Ela pode trazer à tona sentimentos e desejos conflitantes com o momento de vida que se está vivendo ou para o qual se deseja viver. Mas mesmo calada, essa voz teima em estremecer dentro de nós. Ela se agita nos sintomas, sussurra em nossos sonhos, esbraveja através do nosso cansaço e reluta em reivindicar um espaço para se manifestar.

Muitas vezes, percebemos essa voz como verdadeiros monstros cuspidores de fogo que nos consome as forças. Mas, é no encontro com o dragão que também temos a oportunidade de ativar o verdadeiro herói que se esconde em nosso interior: aquele que nos guia corajosamente em busca do tesouro prometido, que não se esquece do seu propósito e amadurece a cada batalha.

Nossa voz, mesmo sobre a forma de dragão enfurecido,  pode ser a nossa salvação. Ela nos conta sobre as necessidades da nossa alma, concebida para a realização. Ela nos desafia porque precisa ser reconhecida. E é bem provável que ela tenha toda razão!

Arte de capa: Sonia Koch

A eternidade é logo ali

A eternidade é logo ali

A vida é breve ou longa? Arrisco um depende. Quando eu tinha vinte anos, achava que alguém com trinta e seis era velho. Pessoas de cinquenta, então, eu acreditava que gravitavam em outro mundo. O sentimento era tão poderoso, que tudo o que os meus pais – na faixa dos quarenta – diziam, entrava por um ouvido e fugia pelo outro. Pois eu tinha certeza que comigo tudo seria diferente.

É claro que não foi. Fato que cada qual tem sua própria história e seus caminhos inéditos. Mas o essencial – tudo o que acontece dentro do coração – se repete geração a geração. Numa espécie de mantra inquebrável. De mesma forma que mamãe e papai, tive ilusões de juventude, arrogâncias de adulta, surpresas na fase madura.

Como quase todos aqueles que nasceram e envelheceram antes de mim, eu me apaixonei, desapaixonei, apaixonei novamente. Entrei vestida na piscina, andei pelada pela casa, experimentei rabo de galo, tomei coca-cola com café. Também fiz coisas impublicáveis. Disse palavras que me dão remorsos e pratiquei ações das quais não me orgulho.

Mas também guardo com carinho meus bem-feitos, minhas palavras doces, meu otimismo incorrigível. Ainda ponho fé na humanidade, ainda converso com alguns vizinhos. Também tenho o meu trabalho – e o dos outros – como um alto valor. Todavia não tirei da cabeça que estamos no mundo para trabalhar.

Sendo que a minha maior vaidade é a de ter tido, e espero continuar tendo, uma biografia comum. Não assaltei nenhum banco, não matei ninguém, não dei golpes do vigário, do bilhete premiado, da nota falsa. Não puxei o saco do chefe, nem o tapete da colega. Ao menos de maneira consciente, não humilho gente e nem maltrato animais.

Pessoa alguma me pede um autógrafo, ou quer tirar uma selfie ao meu lado. Pela manhã, vou despenteada na padoca e ninguém faz cara de estar reparando. Sou um ser livre. Um ser que transita pelos anos. O que gosto mesmo é de recolher impressões, insights, miudezas para depois escrevê-las para vocês. Meu legado é bijuteria que dura pouco, mas alegra.

Se a sorte seguir sorrindo e me presentear com mais passadas de vida, creio que uma hora vou usar bengala. Esse tempo não chega para todos. Cruzo os dedos para que chegue para mim. Já me imagino, ao lado de uma amiga querida, caminhando para a eternidade.

O que a memória ama fica eterno

O que a memória ama fica eterno

Quando eu era pequena, não entendia o choro solto de minha mãe ao assistir a um filme, ouvir uma música ou ler um livro.

O que eu não sabia é que minha mãe não chorava pelas coisas visíveis. Ela chorava pela eternidade que vivia dentro dela e que eu, na minha meninice, era incapaz de compreender.

O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas, tocada por pequenos milagres do cotidiano.

É que a memória é contrária ao tempo. Nós temos pressa, mas é preciso aprender que a memória obedece ao próprio compasso e traz de volta o que realmente importou, eternizando momentos.

Crianças têm o tempo a seu favor e a memória muito recente. Para elas, um filme é só uma animação; uma música, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.

Diante do tempo envelhecemos, nossos filhos crescem, muita gente se despede. Porém, para a memória ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis. Nossos filhos são nossas crianças, os amigos estão perto, nossos pais ainda são nossos heróis.

A frase do título é de Adélia Prado: “O que a memória ama, fica eterno”. Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da gente.
Quando nos damos conta, nossos baús secretos_  porque a memória é dada a segredos _ estão recheados daquilo que amamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo.

Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você _  foi a trilha sonora de um amor, embalou os sonhos de uma época ou selou uma amizade verdadeira  _ e mesmo que os anos tenham se passado, alguma parte de você se perde no tempo e lembra alguém, um momento ou uma história.

Ao reencontrar amigos da juventude nos esquecemos que somos adultos e voltamos a nos comportar como meninos cheios de inocência, amor e coragem.

Do mesmo modo, perto de nossos pais seremos sempre “as crianças”, não importa se já temos 30, 40 ou 50 anos. Para eles a lembrança da casa cheia, das brigas entre irmãos, das histórias contadas ao cair da noite… serão sempre recentes, pois têm vocação de eternidade.

Por isso é tão difícil despedir-se de um amor ou alguém especial que por algum motivo deixou de fazer parte de nossas vidas.
Dizem que o tempo cura tudo, mas talvez ele só tire a dor do centro das atenções. Ele acalma os sentidos, apara as arestas, coloca um band-aid na ferida. Mas aquilo que amamos tem disposição para emergir das profundezas, romper os cadeados e assombrar de vez em quando.
Somos a soma de nossos afetos, e aquilo que nos tocou pode ser facilmente reativado por novos gatilhos _ uma canção cala nossos sentidos; um cheiro nos paralisa lembrando alguém; um sabor nos remete à infância.

Assim também permanecemos memórias vivas na vida de nossos filhos, cônjuges, ex amores, amigos, irmãos. E mesmo que o tempo nos leve daqui, seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram.

Imagem de capa: CANDELARIA RIVERA (Nicaragua)

“Perdoem-me os insensíveis. Eu SINTO muito.”

“Perdoem-me os insensíveis. Eu SINTO muito.”

A pequena frase de efeito que foi usada como título do texto foi pensada em um dia qualquer há mais de dois anos; enquanto dirigia de volta de um dos meus empregos, após um dia de trabalho rodeada por questões políticas, frias e desinteressantes. Ela foi colocada na internet e imediatamente se tornou viral mostrando que as pessoas se identificaram com esse momento em que frente a um ambiente hostil, os próprios sentimentos precisam ser valorizados.

Sou uma pessoa que precisa desesperadamente de um tempo diário só para si. É como se, após uma conversa com uma pessoa de fora, um atendimento de trabalho, passar muito tempo na rua resolvendo algo ou até mesmo passeando, toda a minha energia fosse exaurida. Aí, sinto a necessidade de um ajuste, uma dose homeopática de silêncio, uma leitura poética daquelas que são brisa dentro da gente, um filme para ver no aconchego do sofá ao lado do cachorro, alguma coisa dessas delícias que permitem que entremos em contato com aquela parte mais gostosa que se esconde dentro da gente e que sempre precisa ser resgatada.

A não interação com outras pessoas, nesses momentos, é  um recarregar de baterias, uma reorganização de pensamentos e sentimentos que vão sendo acomodados lá nas gavetinhas da memória e do existir. Aqui, dentro de mim, eles precisam ser bem dobrados, acariciados, revistos, perfumados e, só então, gentilmente colocados no lugar onde permanecerão até serem novamente requisitados.

Hoje, para esse jeito de ser de quem precisa de mais tempo consigo mesmo do que com o outro, dá-se o nome de “introspecção”.

Engana-se, porém, quem pensa que uma pessoa com características introspectivas não gosta de gente. Essa pessoa gosta sim, e gosta muito; mas gosta no seu tempo e com uma intensidade afetiva que precisa de uma coisa de cada vez. Algo como: para aquele que eu amo, toda a atenção enquanto estivermos juntos.

O excesso adoece. Lembro-me, por exemplo, de quando era mais nova e ia com os amigos para a balada. Na época, não beber não era uma opção. Naquele tempo via a questão como coisa da idade; porém, depois entendi que era um entorpecimento dos sentidos, uma maneira de amortecer as sensações, um “drogar-se” para poder se divertir naquele ambiente cheio de barulho e estímulos que eu ainda não sabia, mas na verdade não gostava.

Quando finalmente entendi que era nos momentos de solidão que eu mais me sentia bem é que compreendi o sentido do que chamam de “Solitude”, que é uma solidão voluntária e prazerosa. Nos momentos de solitude, os tijolos do dia são acomodados e formam a casa confortável onde é possível morar.

Para um introspectivo a relação temporal é relativa. Um simples toque de telefone pode ser agressivo, pois dói!  A dor descrita, embora pareça fala simbólica e exagerada, é a melhor definição de como se sente alguém que se encontra em repouso e, de repente, recebe um forte estímulo. Realmente dói.

As medidas de tempo e sensibilidade são pessoais. A intensidade de suas reações é variada; e o que é a diversão de um, pode ser uma agressão para o outro.

Para quem tem necessidade, os momentos de solitude, então, são tidos como reencontro e paz num voltar-se para si, produzindo força motriz para o engenho do próprio ser.

É um espaço que precisa ser sentido e respeitado por si e pelos outros. É uma maneira de ser, entretanto, que pode afastar alguns e que pode fazer com que você se afaste de outros.  Mas, uma vez descoberto, também é o local de autoconhecimento que permite o reencontro diário com os locais e as pessoas que realmente importam, com aqueles que sabem que, na roda dos dias, você sempre virá melhor depois de um novo ciclo; com aqueles que sabem que, o sentir em sua vida, nunca será um lugar comum.

Perdoem-me os insensíveis. Eu SINTO muito.  Sejam bem-vindos os bons parceiros de jornada, aqueles que estão dispostos a caminhar junto, e que conhecem e entendem nossos limites.

E, para aqueles que estão realmente conosco nessa vida, todo amor do mundo.

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10 filmes a que todo empreendedor deve assistir

10 filmes a que todo empreendedor deve assistir

Muitas vezes saímos do cinema encantados depois de assistir a um filme. Uma boa história serve de modelo e inspiração para qualquer espectador. Por isso separamos dez filmes a que todos os empreendedores deveriam assistir. Com mensagens diretas e indiretas, atitudes lícitas (e às vezes nem tanto), eles mostram a atuação no mundo dos negócios. Prepare sua pipoca e inspire-se com a lista abaixo, composta por filmes mais recentes e outros tirados do fundo do baú.

– “O lobo de Wall Street” (2013):

O filme é uma cinebiografia sobre o corretor de ações Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio), que ficou rico e depois foi preso por acusações de fraude e outros crimes de colarinho branco. Apesar de ser uma comédia que parece ignorar a gravidade dos atos de Belfort, o filme dá algumas lições sobre jogo de cintura e principalmente para investidores.

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– “Jobs” (2013):

O filme foi um fracasso de bilheteria e crítica, mas é inegável o poder que a figura de Steve Jobs (Ashton Kutcher) tem sobre os empreendedores de todo mundo. Por isso o longa ainda traz um bom apanhado de memórias de sua carreira e também algumas lições práticas, como saber lidar com investidores. Confira uma crítica mais completa aqui.

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– “O homem que mudou o jogo” (2011):

Longe de ser um filme sobre esporte, “O homem que mudou o jogo” mostra como o treinador Billy Beane (Brad Pitt) fez o Oakland Athletics se destacar na liga nacional de beisebol. A grande sacada de Beane para fazer isso foi analisar estatísticas da equipe, que tinha a menor folha salarial entre as competidoras.

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– “A rede social” (2010):

“A rede social” conta a história de Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), o fundador do Facebook, mostrando a criação da rede dentro da universidade Harvard, em 2003. Mostra sua controversa relação com outros fundadores, como o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), e com empreendedores, como Sean Parker (Justin Timberlake), o primeiro presidente do Facebook.

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– “Quem quer ser um milionário” (2008):

Este filme britânico que mais parece um trabalho de Bollywood mostra o jovem Jamal Malik (Dev Patel) num famoso programa de perguntas e respostas na TV. Jamal busca em sua própria história, marcada por uma infância miserável e violenta, as respostas para as questões perguntadas pelo apresentador. É um exemplo de busca de força interior, algo essencial para empreendedores.

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– “À procura da felicidade” (2006):

Em “À procura da felicidade”, Will Smith interpreta Chris Gardner, um pai de família com problemas financeiros. Tantos que sua mulher sai de casa, deixando o filho Christopher (Jaden Smith), de 5 anos. Chris consegue um estágio não-remunerado numa corretora de valores, mas não consegue dar conta das despesas da casa. Com isso, ele e o menino acabam dormindo em abrigos e estações de trem. É um grande exemplo de que se você tem um sonho, não deve desistir de alcançá-lo.

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– “Piratas da informática” (1999):

Um clássico entre os apaixonados por tecnologia, Piratas da informática também é conhecido como Piratas do Vale do Silício. O filme mostra o começo de duas das principais empresas de tecnologia do mundo, a Apple e a Microsoft. Retrata as brigas de bastidores entre Steve Jobs (Noah Wyle) e Bill Gates (Anthony Michael Hall), a concorrência entre as companhias e sua importância no setor.

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– “Jerry Maguire – A grande virada” (1996):

Depois de uma crise de consciência, o bem-sucedido agente esportivo Jerry Maguire (Tom Cruise) escreve um documento defendendo que os agentes deveriam cuidar da carreira dos atletas de forma mais humana, ainda que isso significasse ganhar menos. Depois disso, acaba sendo demitido da consultoria onde trabalhava e perde seus clientes, à exceção do jogador de futebol americano Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr). “Jerry Maguire – a grande virada” é um filme que mostra como é possível vencer depois de um fracasso.

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– “O segredo do meu sucesso (1987)”:

O jovem Brantley Foster (Michael J. Fox) deixa uma cidadezinha no Kansas para tentar o sucesso em Nova York. Ao chegar lá, as coisas não saem como planejadas e ele se vê obrigado a pedir um emprego ao tio, Howard Prescott (Richard Jordan), que controla uma empresa milionária. Como o trabalho é modesto, Brantley, decide levar uma vida dupla, criando um personagem chamado Carlton Whitfield, um executivo de ideias brilhantes, mas que ninguém sabe de onde veio.

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– “O Poderoso Chefão” (1972):

O clássico que dá início à famosa trilogia dispensa muitas recomendações e mostra a trajetória da família Corleone e seus negócios ilícitos. O primeiro “Poderoso Chefão” mostra as vantagens e desvantagens de empreender em família e que o melhor sucessor pode ser quem menos se espera.

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Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios

 

A vida é mais leve quando não tem peso morto

A vida é mais leve quando não tem peso morto

Você não me leve a mal, não. Mas eu cansei de arrastar peso morto por aí. Não quero mais. O passado quando passa tem mais é de ficar lá. No passado. Quem insiste em arrancá-lo do dia de ontem, enfiá-lo à força na manhã seguinte e levá-lo adiante fica preso lá atrás. A vida não espera, não. A gente vai em frente e vive ou para e morre.

Eu prefiro os pesos vivos, sabe? Quero os problemas de cada dia, os deveres da vida, as responsabilidades sãs. Quero mais o que fazer. Mais o que amar. Quero os apegos necessários. Não ligo, não. Não ligo de me apegar ao que é vivo. O trabalho, a família, as causas justas, os bons amigos. O resto, todo o resto merece nada além da mais franca indiferença.

Tudo, tudo o que é vivo me interessa. Até a memória de quem se foi. Porque a lembrança de gente boa que morreu é muito, muito mais viva que qualquer ressentimento boboca. Quem insiste em remoer mesquinharia carrega pela vida um caminhão sem as rodas. Arrasta rente ao chão um balão murcho, carregado de peso inútil. Não decola, não vai adiante. Perde tempo sentado em um buraco que só afunda.

A vida é tão curta! Tempo não se atira pela janela, não se esquece nas tralhas do dia a dia, não se deixa no carro, não se perde no metrô, na multidão, no vão do sofá. Tempo se usa, se gasta, se vive. E quem arrasta peso morto adianta o tempo da própria morte.

Na confusão de tanta gente entrando e saindo de nossa vida, acontece vez ou outra da gente se enganar. Acontece. E se acontecer, que seja. Deixemos passar. Desapeguemos, larguemos mão, soltemos a corda. Peso morto nos paralisa e nos mata devagar. E olha a vida ali, passando!

“Sebo nas canelas”, dizia minha bisavó, que já foi mas continua leve, viva. A vida não espera, não. A gente vive. E vive mais quem não arrasta peso morto por aí. Se é para levar peso, que seja o peso da vida em si mesma. Peso de coisa viva, que nos ampara, nos alimenta e nos leva adiante. A vida que a gente leva, a vida que nos empurra para a frente. A vida que nos fortalece e nos torna leves, bem mais leves com o tempo.

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