10 sintomas de câncer que a maioria das pessoas ignora

10 sintomas de câncer que a maioria das pessoas ignora

O site Women’s Health reuniu em reportagem dez sintomas que podem indicar que uma pessoa está com câncer. Assim como esses sinais podem indicar apenas uma febre ou até mesmo uma gripe, especialistas alertam para alguns “sinais vermelhos” para você ficar atento:

1. Tosse persistente ou rouquidão

Não há o que se preocupar com uma tosse, porém uma tosse persistente ou acompanhada de sangue é definitivamente motivo de preocupação. “A maioria das tosses não são câncer”, diz Therese Bartholomew Bevers, professora e diretora do Cancer Prevention Center at the MD Anderson Cancer Center. “Mas, certamente, uma tosse persistente precisa ser avaliada para ver se ela pode ser câncer de pulmão.” O seu médico deve fazer uma radiografia no tórax ou tomografia computadorizada para descartar o câncer como uma possibilidade.

2. Mudanças persistentes no intestino

Quando seus movimentos intestinais não são tão fáceis como já foram ou suas fezes parece maior do que o normal ou um pouco deformada, esse poderia ser um sinal de câncer de cólon, diz Bartholomew Bevers. “Pode ser um sinal de que há uma massa impedindo o trânsito das fezes”, diz ela. “Esse é um sintoma que uma pessoa deve ir ao médico e agendar uma colonoscopia para ver se há de fato uma massa.”

3. Atenção na urina

“Se há sangue na urina, isso pode ser um indicativo de câncer de bexiga ou nos rins, mas mais comumente esse é um sinal de uma infecção urinária”, diz Bartholomew Bevers. Verifique a existência de uma infecção em primeiro lugar, em seguida, busque outras opções de tratamento.

4. Dor persistente e inexplicável

“Dor não é necessariamente um sinal de câncer, mas a dor persistente deve ser verificada”, diz Bartholomew Bevers. “Se você tem dores de cabeça persistentes, por exemplo, é provável que não tenha câncer, mas ainda assim você deve ser analisado. A dor persistente no peito pode ser um sinal de câncer de pulmão. E a dor em seu abdômen poderia ser câncer de ovário.”

5. Perda de peso inexplicada

“Como adultos, nós nos esforçamos muito para perder peso”, diz Bartholomew Bevers. “Mas se o seu peso está caindo muito, sem qualquer esforço de sua parte, essa é uma grande preocupação e pode ser indicativo de um problema médico sério”. Um desses problemas, diz ela, poderia ser uma doença maligna ou um tumor.

6. Mudança na aparência de pintas

“Uma pinta não é necessariamente um sinal de câncer, mas se você notar alguma mudança na aparência de suas pintas você deve falar com seu dermatologista, que irá fazer um exame para detectar câncer de pele”, diz Bartholomew Bevers.

7. Uma ferida que não cicatriza

Se você tiver uma ferida que não cicatriza há três semanas, você deve ir ao seu médico. “O ferimento já deveria ter cicatrizado após esse período”, diz Bartholomew Bevers, “e é aconselhável que você faça um exame para checar”. Essa ferida pode ser um sinal de carcinoma.

8. Sangramento inesperado

Sangramento vaginal fora do seu ciclo normal pode ser um sinal precoce de câncer cervical. Já o sangramento no reto pode indicar câncer de cólon, diz Bartholomew Bevers.

9. Um caroço inexplicável

“Toda vez que você tem um caroço que é novo ou que está mudando, isso é algo que deve ser olhado pelo seu médico”, diz Bartholomew Bevers. Embora possa ser um um quisto benigno, o caroço também pode ser “um câncer que está no tecido. Um nódulo na mama é um sintoma muito comum de câncer de mama”, explica. Consulte o seu médico para obter mais informações.

10. Dificuldade persistente em engolir

Dois tipos de câncer podem estar por trás desse sintoma, incluindo pescoço e câncer de esôfago. “Pessoas que têm esses sintomas começam a modificar suas dietas, comem alimentos mais macios, sem pensar que poderia haver um problema mais sério”.

Atenção: Qualquer tipo de sintoma persistente deve ser relatado ao médico.

Porque eu amo e já não quero interromper os ciclos

Porque eu amo e já não quero interromper os ciclos

Amo e já não quero interromper os ciclos, nem os dele e nem os meus.

Amo, mas já não quero interferir na vontade do meu olhar que encontrou horizontes e novas primaveras pela janela e aqui dentro a gente já não floresce mais juntos.

Amo, mas os meus galhos secaram e não é porque o seu amor é erva daninha, é apenas que somos plantas de diferentes espécies e minhas raízes já consumiram tudo o que guardavam em si mesmas e andam sedentas de renascimento.

Amo mais ainda por ver que seus galhos poderão se esparramar, crescer, frutificar depois que aprenderem a olhar para a solidão sem medo e com grandeza, depois que aprenderem a trilhar suas próprias verdades.

Por te amar, por amar a mim mesma, eu escolho vida pra gente e a gente já viu que a vida se abre inteira para os corajosos.

Por não saber mais como cultivar minhas flores sozinha e esparrama-las no seu peito, por não querer tirar de mim e doar em vão as minhas belezas, o que eu pensava que de mim era adubo, por sua terra já estar empapuçada de minhas águas e eu ter secado, por eu ter incisivamente tentado evitar as suas estiagens, e assim te preservado menor do que poderia, mais frágil, evitado que você atingisse todo o seu potencial.

Por eu saber que até Deus é cíclico e no caminho natural da vida não existem existências feitas apenas de verões e primaveras, por eu saber que o mundo não é uma incubadora e os tropeços desenvolvem asas e almas mais amplas.

Por saber de tudo isso eu vou e eu te deixo.

Porque eu amo e já não quero interromper os ciclos.

Porque amar é deixar fluir. E porque eu acredito que é isso que a vida nos pede e oferece. E eu sei que quando viermos a florescer novamente, em nossos bosques estrangeiros, poderemos oferecer ao mundo muito mais do que agora, porque a gente não vai mais dar partes da gente até encontrar o esgotamento de novo. A gente vai ceder a luz que nos sobra e o ensinamento de nossas flores, a gente vai servir de amor e espelho para que outras almas tenham também a coragem de aprender a voar na hora que a vida pede que saiam do ninho.

Porque a gente vai se reconectar com a natureza do amor e não com o medo da perda.

Amar é saber que a gente floresce espontaneamente e não por que encontramos um ao outro.

Florescemos e ponto.

Amar é dar espaço para que o outro encontre a plenitude de suas primaveras.

Amar é não interferir nos processos.

E quando eu te ver voando, robusto e lindo, nada mais precisará fazer sentido.

Pegando onda

Pegando onda

Tenho uma posição ambígua em relação às ondas. Sejam elas culturais, políticas, artísticas, de vestuário. Em princípio torço o nariz para topos de listas, cds de platina, oscars, campeões de ibope. Talvez por não gostar da ideia de ser rebanho, isto é, ir para aonde a massa vai.

Tento pensar com a minha cabeça. Manter a ideia, ou ilusão, de que sou eu quem decide. Eu decido se vou gostar do filme, do livro, do tênis. Se a maioria compra carro de cor prata, com certeza comparei um de cor vermelha. Confesso que tenho uma quedinha pelo minoritário. Um amorzinho pelo paralelo.

Esse gosto vem desde a infância. Foi uma luta brava me vestir de jeito personalizado. Quando todas as coleguinhas apareciam com sandalinhas, eu aparecia calçando botas. Mamãe queria morrer de desgosto. Mais tarde, a teimosia em ser diferente saltou dos objetos para as escolhas intelectuais.

Adolescente, preferia ler Machado de Assis, Dostoiévski, Eça de Queirós aos autores mais populares. Que ninguém me empurrasse livros da moda, leituras da onda. Na juventude, se eu podia assistir a filmes do Michelangelo Antonioni, para que gastar ingressos com um Steven Spielberg? Meu lema era: quanto mais complexo melhor. Quanto mais trabalhoso, mais valioso.

Mas ondas de amadurecimento foram corrigindo a rota. Um dia me perguntei: por que a maioria estaria necessariamente equivocada? Será que não há um mérito espetacular em conseguir agradar a muitos? Então percebi que a minha postura de remar contra a maré tinha algo de arrogante. Alguma coisa de nariz empinado.

Não que eu tenha virado uma maria-vai-com-as-outras, ou um zé-vai-com-as-mídias. Prezo meus critérios, respeito meus parâmetros. O que mudou é que fiquei menos excludente. Sigo lendo Machado de Assis, mas também curto blogs ligeiros. Vencido o preconceito, hoje aprecio o Spielberg e continuo me deleitando com o Antonioni.

Descobri a minha onda: não desprezar praia alguma. Transitar entre as mais populosas e as pouco frequentadas. Entender as famosas e as anônimas. Acatar minha régua de valores sem desmerecer réguas alheias.

Surfar nesse comportamento exige treino constante e considerável determinação. Mas o que quero mesmo é ser a senhora de Copacabana e também da Praia Grande. Ter um ouvido na Orquestra Sinfônica e outro na bateria da Mangueira.

As 5 coisas que você precisa pra viver

As 5 coisas que você precisa pra viver

Ah, fácil! Um bom carro. Uma casa própria. Férias duas vezes por ano. Um trabalho que não ocupe muito tempo. E dinheiro pra fazer o que tiver vontade.

Certo?! Não. A gente não concorda!

Há um ano, nós mudamos drasticamente a forma de pensar nossa vida e pra conseguir colocar Around The World In 80 Music Videos de pé, aprendemos que 2 coisas seriam importantes pra viver estes 3 anos viajando pelo mundo:

“Ter o necessário pra seguir” e saber que “o melhor está no mais simples”.

Coincidentemente, são os versos da música “Por um Punhado de Reais” da banda Vivendo do Ócio, que estreia clipe esta semana em nosso canal.

Então, aqui estão as 5 coisas mais importantes pra nossa vida ter muito mais sentido.

1 – Trabalho não deve ser o lugar onde você troca serviço por dinheiro. Trabalho deve ser o lugar para o qual você se entrega e aprende que nada é mais importante do que voltar pra casa melhor e mais feliz do que você era ontem. Se o seu trabalho não é assim, procure outro!

2 – Você não precisa de todo dinheiro que você quer ganhar e sua felicidade não depende disso. A vida é cara demais em todos os lugares do mundo e aprender a viver com um punhado de reais é necessário. O mundo é mais barato e mais agradável quando a gente percebe que não precisa de mais da metade das coisas que temos.

3 – Passamos nossa vida inteira entre o local de trabalho (seja ele qual for) e nossa casa. Então, todo mundo precisa de um bom lugar pra viver. É um desperdício gastar metade da vida sem estar em um lugar que você se sinta em casa. Alguns querem com varanda, outros com um sofá confortável e há os que querem com o pé na areia. Não importa, nossa casa deve ser boa pra nós… mesmo que elas sejam muitas e cada uma em um canto do planeta, como a nossa.

4 – Você não precisa ter um carro. Andar a pé é a melhor forma de conhecer o lugar onde vocês está. Você vai gastar mais energia, você vai tirar mais fotos no celular, você vai economizar muito dinheiro todo ano e você vai ser mais feliz. Faça o teste por 1 mês!

5 – Amigos. Você precisa de muitos deles. Nosso projeto é colaborativo e quer diminuir a quantidade de dinheiro em circulação sem diminuir a quantidade de trabalho envolvido. Pra isso, você precisa de trocas (entendam a diferença entre pedir e trocar). E depois das trocas, você terá uma rede de pessoas muito significativas pra sua vida. Isso não tem preço e faz você conseguir viver bem em qualquer lugar.

Tenho medo de me entregar a um novo relacionamento porque já sofri antes

Tenho medo de me entregar a um novo relacionamento porque já sofri antes

Imagem de capa:  Ekaterina Pokrovsky, Shutterstock

Você já deve ter ouvido ou pronunciado essa frase, não é? Quando aquela pessoa falou isso para você, como você se sentiu? Como foi falar isso para alguém? Pois é, cada vez mais ela está presente nos nossos encontros e desencontros amorosos.

Há tempos, venho pensando em escrever algo sobre essa situação, só que, até então, parecia-me um assunto muito particular de comentar, até porque uma parte de mim acreditava que ela, de certa forma, era necessária. Principalmente quando estamos naqueles momentos mais conosco, ou após términos de relacionamentos. O tempo vai passando, nós vamos aprendendo e, hoje, convido você a ver isso de outra maneira.

Para começarmos a nossa conversa, eu vou ter que me adiantar um pouco a esse sentimento de medo de gostar, entregar-se, apaixonar-se, e conversar sobre projeção, imagem e sofrimento.

Vamos lá:

Projeção é o que eu acredito ser verdade, de acordo com o que eu capto com os meus sentidos e com o que processo em minhas memórias. Por exemplo: eu olhar um rato, processar na minha mente e identificar que, de acordo com o que vivi até agora, esse animal é para mim algo perigoso e nojento. A partir daí, ativo a minha resposta de medo e pânico. É o mesmo processo quando vejo outro rato – Mickey Mouse: esse possui uma característica inocente e bem humorada nas minhas memórias e, com isso, ativo a minha vontade de olhá-lo e de me divertir com ele. Perceba, está tudo na sua mente e está bastante envolvido com as crenças do seu passado. Eu projeto o que é bom ou ruim, de acordo com a minha interpretação.

Imagem é o resultado dessa projeção. Traços e características de objetos e pessoas, de acordo com essa percepção. Por exemplo, Fulano é tímido; uma pessoa é tímida comparada ao que internamente eu considero medida de timidez (eu mesmo, ou outra pessoa que conheça). A autoimagem é quem eu digo que sou de acordo com que existe em minhas memórias. Por exemplo, alguém pode acreditar ser feio porque as pessoas, em geral, não reparam muito nele ou porque já falaram isso para ele (e existem várias pessoas assim).

Sofrimento é quando me mostram - a vida em geral – que eu estou errado. É quando a minha projeção não funciona mais, quando o que deveria acontecer não acontece, quando aquela pessoa que deveria agir de uma forma não age e quando eu deveria ser um tipo de pessoa, mas, na realidade, não sou. Basicamente, quando minhas expectativas são frustradas.

Você pode perceber, aqui, a ligação desses 3 processos: a nossa projeção cria uma imagem (nesse ponto, cada um cria a sua) e, quando a imagem torna-se imperfeita, gera sofrimento. E esse sofrimento tende a aumentar com a nossa dificuldade de aceitar a imagem como é.

E sofrimento acumulado, o que gera?

Sem saber o que fazer com a situação e muitas vezes culpando o outro pelo ocorrido, nós começamos a construir muros à nossa volta, para que ninguém se aproxime. Isso tudo, para que não cheguem assim tão rápido, tão facilmente, e não nos levem o que temos de importante: o nosso coração. E, assim, nasce uma fortaleza oca, uma armadura, uma amargura, um medo e rejeição do outro, uma separação de outros, um não pertencimento, uma apatia, um sentimento de infelicidade e uma descrença teórica no amor.

Agora, voltemos à frase:

Tenho medo de me entregar a um novo relacionamento porque já sofri antes.

Perceba que, pela nossa mente estar condicionada a essa projeção, querendo ou não, iremos, em algum nível, sofrer. Você não é o único ou a única.

Pergunte-se:

Quando você embarcou nos relacionamentos, você a todo momento se amou?

O que muitas vezes acontece, e não estou dizendo que é o seu caso, é que deixamos a nossa casa aberta, sem dono, para qualquer um entrar. Deixamos portas e janelas escancaradas e tudo o mais abandonado. Depois alguém entra, inclusive um mero ladrão, e nos queixamos que ele se apropriou de uma parte nossa e depois fugiu. Mas quem será o real culpado: quem invadiu ou quem se abandonou? Será que isso existe? Existem vítimas? Tudo estava aberto e abandonado…

Ei, vamos fazer um muro para nos proteger?

Isso significa deixar tudo como está e ainda chamar o medo e a insegurança para morar conosco. Perceba que ser forte não é quem quer só se proteger a todo custo, mas sim quem se valoriza e se ama.

E quando você se valoriza e se ama, não precisa de escudos: quem não o amar no nível em que você se ama não terá espaço.

A sua casa está tão bem cuidada, limpa e bela, que só trazendo algo que combine com ela é que o outro terá realmente o seu lugar. Só realmente pertencendo àquele lugar é que ele ficará. Antes, com muro, alguém que conseguisse subir e passar poderia entrar, sem problemas, e mais uma vez encontraria aquela casa abandonada (outra dose de sofrimento, por favor).

Então, meus amigos, cuidem de suas casas e de seus jardins. Não criem muros, mas plantem lindas e perfumadas flores. Não percam tempo barrando quem chegar, pois, se o lugar dele for ali, ali ficará; assim como seus familiares, amigos, colegas.

Não deixe o medo tomar conta do que você tem de belo, abra-se para o amor (próprio), que ele mesmo se encarregará de tudo. Seja o amor que só você pode se dar.

O Deus de amor que habita em mim saúda o Deus de amor que habita em você. Que o amor possa ser mais do que uma palavra ou um sentimento, que ele seja o seu próprio Ser.

E assim é.

É fundamental não nascermos sabendo- Mario Sergio Cortella

É fundamental não nascermos sabendo- Mario Sergio Cortella

“Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer, etc), ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: Por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.

Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais se é refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.

Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando…

Isso não ocorre com gente, mas com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta e vai se fazendo. Eu, no ano atual, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado, não no presente.

Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”…

Mario Sergio Cortella
A imagem de capa é uma homenagem ao filme: O Curioso Caso de Benjamin Button

A força está em ceder

A força está em ceder

“Não”. É com essa palavra que eu gostaria de começar. Talvez pela força, pelo aparente poder que essa simples palavra tem de transformar as nossas relações uns com os outros. Dizem que quem tem a maior capacidade de dizer não em um relacionamento amoroso sempre estará na frente. Dito isto, é preciso confessar: prefiro ser um perdedor, o maior de todos.

“É preciso aprender a dizer não”, eles dizem; “ceder é para os fracos”, eles sentenciam, sem antes levar em conta que não se trata de força ou fraqueza, mas de empatia e ocasião. Quer saber? Que se fodam todos eles!

Se me perguntarem se quero roubar ou assassinar alguém, é óbvio que direi não, mas se a pergunta é se eu quero me arriscar em quebrar meu coração e a sofrer feito um cão faminto abandonado na chuva por dar amor a alguém, então a resposta será um entusiástico e retumbante SIM – e não é por gostar de me ferrar, não, longe disso. Acredito que relacionar-se com alguém não é um exercício de poder onde conquistar e dividir é tudo o que importa, afinal, o amor não é uma guerra, porra! Pode até parecer em alguns momentos, porém, se você decidir encará-lo assim, tenha em mente que não haverá um vencedor.

Só os idiotas acreditam que ceder é um sinal de fragilidade, pois eles não sabem, não fazem ideia do prazer que é participar da vida de outra pessoa, revelar-se sem medos, confessar-se homem ou mulher que cede e diz sim ao outro não como defeito, mas como qualidade. Essa dureza é fruto de uma mentalidade focada na suposta superioridade, em uma mania presunçosa de controle, a mesma que levou ao massacre de povos inteiros sob a alegação de estes eram inferiores e que precisavam de comando.

Homem lobo do homem, até mesmo quando é o coração que está em jogo. Não é isso que desejo pra mim e para você, meu amigo. É preciso entender que estar errado é mais comum e às vezes mais sadio até do que estar certo, que sempre haverá discussões, ciúmes e brigas por coisas banais (como aquela sua amiga que ela insiste em dizer que está afim de você ou aquelas fotos que ela eventualmente posta e que você acha que está ousada demais por causa do decote), mas o importante é que cada um esteja pronto a admitir que errou quando chegar o momento, e que seja sempre por empatia e confiança, nunca por condescendência.

Aprender a dizer sim. “Sim, fui eu”, “sim, eu te amo” e “sim, eu tenho medo”, isso não se ensina na academia. Às vezes um não também cai bem, como em “não, eu não vivo sem você” e “não, eu não quero te perder”. Tudo o que é preciso para equilibrar bem essas duas palavras é sinceridade, não um jogo infantil de quem ama mais quem ou quem é mais forte que quem.

“Sim”. É com essa palavra que quero encerrar. Um sim a tudo o que for bom, sincero e humano. Um “sim” àquele não que eventualmente irei dizer quando necessário e um “sim” à simplicidade de uma vida sem jogo, sem amarras e sem frescuras.

A imagem de capa é ima homenagem ao filme “Alguém tem que ceder”

Existe vida além da menopausa

Existe vida além da menopausa

A menopausa é “tipo uma TPM”; só que, em vez de durar alguns dias, dura anos seguidos e é mais perturbadora, intensa e cheia de elementos desconhecidos. Embora seja um dos inúmeros ciclos a compor a vida das mulheres, falar sobre a menopausa ainda é um tabu. Dona de muitos outros rótulos de comportamento, a sociedade também rotula a mulher madura segundo alguns critérios pouco amigáveis e muito preconceituosos. A mídia, timidamente vem tentando chamar a atenção para o fato de que as mulheres com mais de 50 podem, sim, gozar das delícias de estar mais à vontade consigo mesma, posto que conta com anos de convivência com sua própria pessoa; experimentar diferentes formas de amor, já que tem agora mais recursos para entender que não há padrões que valham perder oportunidades de dar e receber afeto; e, finalmente, relaxar diante da vida e fazer cada dia valer à pena, em propósito, experiência e fim.

O tempo inexorável cumpre seu papel em nossas vidas. O dia há de ter sempre a mesma duração cronológica, independentemente do que você tenha decidido fazer com as suas exatas 24 horas. Infelizmente, passamos um tempo enorme desperdiçando a vida, igual àqueles cachorrinhos que ficam correndo atrás do rabo. A infância, cada vez mais abreviada, nos priva de reservar algum tempo diário para fazer absolutamente nada do que possa ser programado; é nessas horas de descuido que a nossa criança tem a oportunidade de lambuzar-se de vida, de lama e de chocolate. Então, quando agendamos as horas da infância, perdemos, no mínimo, a chance de provar a liberdade. A infância é a ilha da fantasia! A adolescência, nos enche de urgências; queremos tudo, queremos muito e queremos agora! Entretanto, é essa a nossa mais cruel fase de inadequação; somos bombardeados por sensações de insegurança, ansiedade e inquietude. A adolescência é um vulcão! A juventude, cheia de seu vigor, e planos, e sonhos, e ímpetos, nos faz acreditar que viveremos para sempre, que temos o poder de manipular o tempo a nosso favor. A juventude é a montanha! A fase adulta nos coloca em cheque! Talvez seja o momento mais reflexivo de nossa vida, até então. É nesse ponto que fazemos uma parada, olhamos para trás e para frente, como o viajante que atingiu o meio do caminho. Quando ficamos satisfeitos pelas aventuras vividas, e a experiência vem com sabor de satisfação misturada com desejo, somos acometidos por uma tênue certeza de que fizemos a vida valer à pena; e então, conseguimos olhar para frente com um frio na barriga renovado, o arrepio gostoso da expectativa que nos faz acreditar que “o melhor ainda está por vir”. A fase adulta é o oceano!

Então, se tivermos sido contemplados com uma vida longa, chegaremos à maturidade! Alcançaremos esse lugar tão forte e bonito, graças às inúmeras fantasias da infância, ao fogo da adolescência, à impetuosidade da juventude, ao prazer do conhecimento da fase adulta. A maturidade é um caldo vivo e incrivelmente interessante que se constituí da mistura única, formada por nossas únicas experiências.

A maturidade é um presente, embrulhado em papel suave, intenso e delicado, tudo isso junto, assim mesmo, desse jeitinho! É com mãos habilidosas e experientes que recebemos essa nossa nova etapa da vida. É com a alma pacificada pela certeza de que não há certezas ou garantias nessa vida, que abraçamos mais essa belíssima fase, durante a qual poderemos voltar a provar as lambanças da infância, as instabilidades da adolescência, os sonhos da juventude e a reflexão da vida adulta.

Tudo estaria perfeitamente harmonizado, caso essa maturidade viesse apenas nesse viés maravilhoso e filosófico. No entanto, o fato é que não nos concedemos o direito de amadurecer em paz; de colher o fruto, agora sim, doce e pronto; de nos encontrar com a nossa melhor porção, menos ansiosa e aflita. Essa paz é perturbada por um monstrinho fisiológico que nos arrebata num encontro, cuja data marcada, nós desconhecíamos até sermos atingidas por ele.

Do ponto de vista orgânico, a menopausa é marcada pela ocorrência do último fluxo menstrual espontâneo; e marca a transição na vida da mulher, do período reprodutivo para o não reprodutivo. Quem dera fosse assim tão simples! Não é! A menopausa pode vir acompanhada de sintomas que geram angústia e desconforto. A ausência da menstruação traz consigo alguns “companheiros” com os quais a mulher precisa aprender a lidar. De repente, a vida é invadida por ondas de calor; declínio da libido; insônia; suores noturnos; alteração da distribuição de gordura corporal; diminuição na atenção e memória; perda de massa óssea (osteoporose) e massa muscular; aumento do risco cardiovascular e depressão.

A medicina pode trazer soluções terapêuticas, por meio da reposição hormonal e utilização de repositores de vitaminas e sais minerais; além da prática da atividade física recomendável. Organicamente, é possível aliviar os sintomas e conquistar de volta o equilíbrio das funções fisiológicas. No entanto, tantas transformações podem levar algumas mulheres a desequilíbrios emocionais, cujo impacto pode trazer grandes perdas na área afetiva, profissional, pessoal e nos relacionamentos. Toda mulher deveria ter garantidos apoio médico e psicológico para passar com mais tranquilidade pelos inúmeros desafios da menopausa. Além disso, deveria poder contar com a compreensão dos companheiros e de sua família para o fato de estarem passando por uma fase em que se sentem tão vulneráveis.

À parte das enormes provocações à nossa alma e corpo físico que acompanham a maturidade, é extremamente importante lembrar que junto com as agruras da menopausa, vêm as inevitáveis e saborosas conquistas. Mulheres maduras podem e devem apaixonar-se perdidamente, por si mesmas, por um outro alguém, por uma nova profissão, por uma atividade física divertida e desafiadora, por um talento desconhecido, por lugares nunca visitados, pelo mundo, pela vida. Mulheres maduras são donas de um encanto que só os mais sensíveis e atentos conseguirão admirar. Elas conhecem quem são, sabem o que querem, como querem; e aprenderam que a maior beleza da história de cada um está, justamente, na liberdade de viver em constante transformação.

Se não for pedir demais, eu quero um amor que saiba usar a crase.

Se não for pedir demais, eu quero um amor que saiba usar a crase.

Quero, sim. Eu quero mesmo. Você pode achar tolice. Ponderar que há coisas mais importantes a valorizar no ser amado além de sua desenvoltura com o próprio idioma. Eu concordo, mas não abro mão: quero um amor que fale e escreva direitinho.

Claro que também ajuda se for gente honesta, bondosa, perfumada, trabalhadora, engraçada e com tantos outros predicados que a tornem, no conjunto, bela. Mas eu acho mesmo que uma pessoa capaz de respeitar a sua língua, estudar gramática, conhecer suas normas e seguir suas regras é, ao menos em tese, o prenúncio de um amante exemplar.

Alguém que não desiste e nem esculhamba na primeira dúvida, que corrige quando erra, que se esforça por aprender a complexidade de um idioma é pessoa resoluta, persistente, leal. Tem firmeza de caráter, perseverança, cuidado, apreço. Todas essas coisas que melhoram a vida e, entre outros benefícios, ajudam a fazer os casais felizes.

A todo tempo, tem sempre alguém em algum lugar maltratando a Língua Portuguesa. Agorinha mesmo, para elogiar ou insultar, uma multidão de almas desavisadas vai cometer um erro de concordância, de grafia, de estilo. No bilhete dos amantes, na bronca do chefe, no discurso do político, no recado da vizinha, nos e-mails entre colegas, nas declarações de amor e em toda sorte de textos ditos ou escritos há sempre uma incorreção enxerida. Porque errar, a gente erra mesmo. Todo mundo erra.

Mas aí acontece um milagre. Entre tanta gente falando e escrevendo mal, de repente alguém diz ou escreve certo uma frase qualquer e pronto. Dá em mim uma ternura tão grande, um sentimento de compreensão, um desejo de amizade, uma vontade inocente de trocar palavras simples, de perguntar à pessoa como vai a vida. Uma intenção de melhorar. Eu quero um amor assim. Alguém que, ao fazer o que é certo, me inspire a querer ser melhor também. Começando pelo carinho com a língua que a gente fala.

E se não for pedir demais, eu quero um amor que saiba usar a crase. Sim, porque poucas coisas na Língua Portuguesa são mais bonitas e tocadas pela poesia do que a crase. Vê se pode: “crase” vem do grego. Quer dizer “fusão”, “união”, “mistura”. Em uma de suas utilizações mais comuns, a crase denota o casamento do artigo “a” com a preposição “a”. Duas vogais idênticas, almas gêmeas, se fundindo em uma só. Para marcar o idílio, a dupla ganha um sinal maroto, o acento grave ( ` ) denunciando que ali existe um casal feliz: a + a = à. Não é bonito? Eu acho muito, muito bonito.

Então afirmo sem mais. Gente que fala e escreve certinho, em conjunto com outras qualidades já reveladas aqui, provoca em mim um desejo de amor. Quem faz bom uso do próprio idioma é, para mim, como a ponta de um iceberg: esconde para baixo da superfície um mundo de coisas não reveladas que o sustentam e provocam a minha curiosidade, o meu respeito e a minha admiração.

Assim, à primeira vista, eu tenho o hábito estranho de tomar gosto precipitado por quem faz bom uso do idioma. Eu gosto mesmo. Gosto de cara. Agora, se a pessoa ainda por cima souber usar a crase, aí não tem jeito: eu caso na hora.

Minha herança, por Tailu Nascimento

Minha herança, por Tailu Nascimento

Sou herdeira de rezas e benzeduras. De mulheres que encontraram nos contornos da castração social, brechas por onde deixar infiltrar os poderes ancestrais femininos. Mulheres que cultivam remédio para todos os males, entre flores e folhas, histórias e sonhos, palavras e canções. Mulheres fortes, por vezes duras, valentes como um bicho feroz, mas com a sensibilidade de uma borboleta. Daquelas que enquanto choram pela galinha que perdeu os pintinhos, degola outra pra jogar na panela e cozinhar lentamente o almoço que sustenta toda a grande família.
Sou herdeira de mulheres simples, sabedoras, que fazem da rotina um ritual. Com a vassoura varrem os pensamentos ruins, as lembranças difíceis, e assim vão varrendo até a calçada, até a estrada. Fazem da casa um relicário, baús que guardam histórias tramadas no
algodão, o café exalando aroma de saudade gostosa. Fazem do quintal um altar, lugar maior que o mundo, composto de silêncios e de restos, repleto de símbolos de poder.

Quintal por aqui se chama terreiro, que na Umbanda é tido como ‘casa religiosa de cura espiritual que pratica o bem e o amor ao próximo’. No significado não difere muito do terreiro de nossas avós. Um pedaço de terra, às vezes um filete entre a parede e o muro do prédio moderno que acotovela a simples casinha caiçara, onde se cultiva plantas de cura e contemplação. Ali tem erva pra chá amargo que cura o estômago, pra jogar na garrafa com cachaça e aliviar dor muscular, pra emplastro e compressa, pra temperar comida e pra benzer verruga. As flores e folhagens vistosas são remédios para a alma, bálsamos em cores, formas e cheiros que acalentam as dores do dia-dia.

Sou herdeira de mulheres de muitos filhos e pouca louça, que aprenderam desde menina o poder de tirar o suficiente do pouco, porque muito é exagero, e sempre tem quem precise mais. Dessas mulheres eu trago a linha e a agulha, as garrafas de tintura curtindo no armário, a florzinha sem vergonha crescendo no quintal. A elas sou grata e peço a bênção pra seguir meu caminho.

Texto: Tailu Nascimento, A foto é da inspiradora Tasha Tudor (Google).

contioutra.com - Minha herança, por Tailu Nascimento

Cientista de Brasília cria sensor que acha câncer antes de sintoma surgir

Cientista de Brasília cria sensor que acha câncer antes de sintoma surgir

Priscila Kosaka desenvolve projeto há seis anos em laboratório espanhol. Técnica é 10 milhões de vezes mais sensível do que as atuais disponíveis.

Membro do Instituto de Microelectrônica de Madrid há seis anos, a cientista brasiliense Priscila Kosaka, de 35 anos, desenvolveu uma técnica para detecção de câncer que dispensa biópsias e que consegue identificar a doença antes mesmo do aparecimento dos sintomas. O resultado vem do uso de um nanosensor com sensibilidade 10 milhões de vezes maior que a dos métodos dos exames tradicionais em amostras de sangue dos pacientes. A previsão é de que ele esteja no mercado em até dez anos e também seja utilizado no combate a hepatites e Alzheimer.

A pesquisadora explica que o sensor é como um “trampolim muito pequenininho” com anticorpos na superfície. Quando em contato com uma amostra de sangue de uma pessoa com câncer, ele “captura” a partícula diferente e acaba ficando mais pesado. Outras estruturas relacionadas à técnica também fazem com que haja uma mudança de cor das partículas, indicando que o paciente que teve o fluido coletado tem um tumor maligno. A taxa de erro, segundo Priscila, é de 2 a cada 10 mil casos.

“Atualmente não existe nenhuma técnica que permita a detecção de moléculas que estão em concentrações muito baixas e que coexistam com mais de 10 mil espécies de proteínas numa única bioamostra”, afirma. “Atualmente nenhuma técnica é capaz de encontrar a ‘agulha no palheiro’. Portanto, existe uma necessidade de tecnologias capazes de registrar moléculas individuais na presença de outras moléculas muito mais abundantes. E o nanosensor que desenvolvi é capaz de fazer isso.”

De acordo com a cientista, novos estudos podem fazer com que o nanosensor também seja usado para identificar a que tipo específico pertenceria uma amostra cancerígena (gastrointestinal ou de pâncreas, por exemplo). Dados da Organização Mundial da Saúde estimam 21,4 milhões de novos casos de câncer em todo o planeta em 2030, com 13,2 milhões de mortes. Há mais de cem tipos da doença, e os mais comuns são de próstata, mama, cólon, reto e pulmão.

Entre os benefícios da técnica desenvolvida por Priscila está o fato de que a identificação pode ocorrer dispensando a biópsia e por meio dos exames rotineiros de check-up. A cientista conta que ainda é necessário que o sensor passe por novas fases de teste. Além disso, ela precisará de financiamento para os estudos. Um dos objetivos da pesquisadora é que o equipamento tenha um custo acessível e assim possa ser adotado amplamente pela população.

“[Estou] Muito feliz, amo o que faço. Consegui um resultado que parecia apenas um sonho há quase seis anos. O que me motivou? Conseguir proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Quero que o diagnóstico precoce do câncer seja uma realidade em alguns anos”, diz a mulher. “Trabalho em busca de um resultado como esse desde o meu primeiro dia no Bionanomechanics Lab.”

Bacharel em química pela Universidade de Brasília e doutora na área pela Universidade de São Paulo, Priscila é a responsável pelas atividades relacionadas à funcionalização de superfícies do laboratório, além de trabalhar na otimização de estratégias de imobilização de biomoléculas em microcantilevers para biosensing. Ela atua ainda no desenvolvimento de sistemas de nanomecânicos e na combinação de nanotecnologias para o desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico altamente sensíveis e específicos e é avaliadora e revisora de projetos europeus para a European Commission desde 2011.

A pesquisadora conta que a descoberta pode ser usada ainda no diagnóstico de hepatite e que pretende estender a técnica a mais doenças, como o Alzheimer. “Em lugar de fazer uma punção na medula espinhal para extrair líquido cefalorraquidiano para o diagnóstico de distúrbios neurológicos, temos sensibilidade suficiente para detectar uma proteína em uma concentração muito baixa no sangue. Assim, o paciente não precisa passar por um exame tão invasivo, pode fazer um simples exame de sangue.”

Benefícios

O oncologista Gustavo Fernandes afirmou apreciar a possibilidade de ver tecnologias do tipo à disposição no dia a dia. “Poder fazer diagnóstico precoce por meio de métodos menos invasivos é muito elegante. Os métodos que temos hoje são muito rudimentares, são muito arcaicos. É um exame físico melhorado em relação ao que se via antes, mas estamos atrás de nódulos, de caroços. O paciente continua fazendo uma porção de testes, de exames de imagem.”

O médico disse ainda esperar ver como o equipamento poderá ajudar pacientes, já que cada tipo de câncer evolui de uma forma diferente e que mesmo entre tipos iguais há variações – como as causas, o comportamento no organismo e a agressividade. A única certeza é de que a intervenção precoce é uma aliada no combate à doença.

“A gente fala de brincadeira que todos os tumores que a gente tratava como comuns estão ficando raros. Câncer de mama é comum, mas as características genéticas são tão específicas que você não trata mais de câncer de mama, mas de câncer de mama de categoria tal. Ou seja, se você for apertando, você vai ter uma centena aí de doenças a partir de uma só. É que nem de pulmão, você acaba dividindo em muitos grupos. Tem muitas alterações sendo detectadas, que acaba que sob um mesmo nome tem várias doenças”, concluiu.

Busque alguém que tenha mão firme

Busque alguém que tenha mão firme

Ao idealizarmos a pessoa amada, muitas vezes, torcemos para que ela seja sincera, justa, sensata, honesta e amorosa. Que ela tenha iniciativa e determinação. Que ela seja paciente e compreensiva conosco, mas quase sempre não pensamos na importância dela ter mãos firmes que segurem forte.

A vida é como um lindo oceano que se apresenta para nós, por vezes, calmo e raso e, por vezes, turbulento e revolto. Ao iniciarmos um relacionamento é comum supormos o que está por vir, mas nem sempre conseguimos mensurar os percalços e imprevistos que estão pela frente.

Podemos, no limiar da vida, calcular, em teoria, todas as possíveis dificuldades que enfrentaremos no futuro, mas somente quando elas nos assolam é que realmente entendemos o que significam. Muitos são exímios nadadores e preferem enfrentar a vida dando braçadas solitárias, mas aos que mergulham de cabeça no amor e, estão dispostos a nadar longos percursos juntinhos, é importante terem a noção de que mais importante que o cabelo feito e as unhas impecáveis, são os dedos entrelaçados com furor. É a vontade de fazer dar certo.

Nessa imensidão que é a vida vamos, em muitos casos, dar braçadas em vão, seguir rumo a ilhas imaginárias e, depois de muito nadar, não encontrar nada daquilo que imaginávamos. Se estamos nadando de mãos dadas com a pessoa amada, esse é o momento de apoio e compreensão. A vida, quase sempre, se apresenta repleta de miragens e equívocos. Equívocos esses que nos assolam repetidas vezes com câimbras. Nesse momento um apoio, um estímulo e um gesto de confiança podem resgatar o melhor em nós e garantir a longevidade do relacionamento.

Muitas vezes, nesse nosso nado duplo, precisaremos puxar a pessoa que amamos com força, em outras precisaremos ser puxados. Em nossa vida haverá momentos de ondas fortes, de tempestades e correntezas. É importante mantermos a calma e acreditarmos em objetivos comuns para não sermos tragados pelas águas da incerteza e do desânimo.

Amar é saber diminuir o ritmo para estar ao lado da pessoa amada ou, o contrário, dar braçadas mais velozes para isso. É saber doar e saber receber. É perdoar e ser perdoado. É saber que o amor acontece em dias bons e em dias ruins. É estar disposto e acreditar.

Comumente, a correnteza puxa, os dedos doem, mas é importante que no amor estejamos juntos. É importante que aprendamos a nadar de mãos dadas, nem que para isso precisemos inventar uma nova modalidade de nado sincronizado. E essa inusitada modalidade não requer calmaria e maré branda. Ela requer amor, esforço, determinação, e, principalmente, mãos firmes dispostas a segurar.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

A oração de uma mãe arrebenta as portas do céu

A oração de uma mãe arrebenta as portas do céu

Não dá para escrever sobre mães sem que as palavras enveredem por um viés deliciosamente piegas – ouso até dizer que toda mãe é babosa. Senão vejamos: quem é que fantasia o bebê para tirar fotos e mostrá-las às amigas, toda cheia de si? Quem chora nas apresentações da escolinha? Quem guarda o primeiro dentinho que cai, molda o pezinho, vibra com o primeiro “mama” – ou algo parecido – que ouve do filho? Pois é, mães são amor em estado puro, desprovido de censuras e etiquetas, de qualquer senso que possa existir. E é exatamente isso que as torna essenciais, indispensáveis, inesquecíveis e únicas em nossas vidas.

Nós recebemos tudo delas: sangue, matéria, existência, essência – quer elas tenham ou não nos gerado em seu ventre. Crescemos com elas ali, sempre presentes, e vez ou outra olhamos em busca de seu olhar de aprovação. Mãe é a segurança, o esteio, o porto-seguro para onde voltamos, mesmo que em memória, quando dos reveses da vida. Não existe cafuné mais gostoso, comida mais saborosa, cheiro mais penetrante ou voz mais acalentadora do que de nossas mães. Sabemos que, quando ninguém mais nos der razão, no colo das mães encontraremos repouso consolador.

Por outro lado, elas também sabem ser críticas, mordazes, ferinas, num primeiro momento, quando fugimos às suas expectativas. Porque precisam colocar pra fora todo aquele ranço acumulado, para que o encantamento de seu coração possa transbordar livre, trazendo-nos de volta à realidade. Ao final, elas sempre acabam nos aceitando como somos, em tudo o que nos define. Elas até tentam nos moldar e nos conduzir à sua imagem e semelhança, mas invariavelmente acabam nos deixando livres – e nos amando ainda mais por sermos nós mesmos e por termos nos tornado quem somos.

Coração de mãe é uma couraça, nunca sucumbe, sustentando-a durante as noites insones e as horas de prece velando nossa febre, durante a madrugada sem fim de nossa adolescência, à espera de nosso telefonema, à espera de nossa voz viva, diariamente, a todo instante. Mães têm uma fé absurda e a força de suas orações chega a gritar aos nossos ouvidos – Chico Xavier disse que a oração de uma mãe arrebenta as portas do céu: alguém duvida? Elas estão ali ao lado dos filhos, firmes, esperançosas, quando nada mais parece ter salvação, à cabeceira das sessões de quimioterapia, à porta dos prontos-socorros, em frente aos portões das prisões. Mãe é esperança sem fim, fé inconteste.

Mães não erram deliberadamente, posto que em razão do amor. O filho é seu projeto de vida, sua perpetuação nesse mundo, o legado que deixa à sociedade, por isso elas relutam tanto diante das falhas, dos vícios e dos erros de seu rebento. Aceitar as imperfeições do ser humano a quem outorga sua vida requer desconstruir-se, ressignificar paradigmas, abrir mão da felicidade completa e sofrer, frustando planos acalentados em vão. Mas nada é em vão, em se tratando de mãe e filho. Sorvemos tudo o que vem delas, mesmo que fique adormecido, aguardando o momento certo de vir à tona em nosso favor – sempre em nosso favor.

Mãe também é solidão. Porque ninguém, a não ser elas mesmas, conseguem compreender o que é tudo isso que lhes é tão peculiar. Um amor que transborda além do permitido, um amor que cura, acalma e alimenta a alma. Um amor que nunca desiste da esperança, presente ali nas casas de repouso e nos asilos, onde aguardam ansiosas pelas visitas esparsas, ou mesmo inexistentes. Mãe é persistência, é crença indelével na capacidade do ser humano. É aceitação e resignação, sem questionamento nem cobranças. E precisamos que elas assim o sejam, pois nos são exemplos da necessidade de nos entregar, de acreditar, de amar, de aceitar e de brigar por aquilo que se quer.

Mães não morrem como as outras pessoas – elas são tiradas de nós, abruptamente, sem aviso, porque nunca estaremos preparados para enfrentar a vida sem elas. E então vamos nos agarrando dolorosamente às memórias, às fotos, filmes, cartas e à certeza de que teria sido muito pior se tivéssemos sido nós tirados delas, tentando nos consolar e aprumar nosso navio que parece navegar à deriva de nós mesmos, enquanto experenciamos os ambientes sem a sua presença e nos consolamos com as suas visitas em nossos sonhos. E, nesse processo de luto, somos obrigados a aprender a viver somente de nós mesmos, sem a ternura, a bravura, a cafonice e a sabedoria de um de nossos sustentáculos emocionais mais preciosos. Enfim a dor, burilada e mitigada, transforma-se em saudade contida e em gratidão por termos sido filhos das melhores mães do mundo.

*O título deste artigo alude a uma conhecida citação de autoria de Chico Xavier.

*** Imagem de capa: Paul Jeffrey

Um truque “infalível” para acalmar

Um truque “infalível” para acalmar

Todo mundo conhece aquele velho ditado: conte até 10. É um jeito de as pessoas se acalmarem, cortarem a afobação e, em muitos casos, evitar bobagens das quais nos arrependemos.

Um GIF se propõe a traduzir esse ditado, convidando as pessoas a respirarem junto com seus movimentos. Experimente: mal não faz. Aliás, provavelmente vai funcionar.

Basta clicar no quadrado, seguir o movimento com a respiração dez vezes. Só isso.

contioutra.com - Um truque "infalível" para acalmar

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