Velhas certezas só me enchem de novas perguntas.

Velhas certezas só me enchem de novas perguntas.

É… nem sempre as coisas vão para onde a gente quer. Nem sempre a vida acontece como você e eu desejamos. Nem sempre.

Preciso confessar a você que essas velhas certezas só me enchem de novas perguntas. Amigos verdadeiros nunca faltam mesmo? Amor de verdade não acaba? Só uma mãe entende um filho? O perdão é um privilégio das almas elevadas? Quem sabe? É que eu tenho a impressão de que as verdades de cada um nunca foram, assim, tão absolutas, austeras, esbanjando sisudez. As minhas, pelo menos, andam de tênis. Caminham por aí, pisam nas poças, mudam o percurso, tropeçam, voltam, seguem de novo.

Você sabe. Nem sempre é tudo tão ruim nem tudo tão bom. E nem sempre conseguimos escapar de um macambúzio mais ou menos.

Não, nossos melhores parceiros não são infalíveis. Hoje nos dão a mão, amanhã nos dão de ombros. Porque ninguém é perfeito, sabe?

Nem sempre um dia duro termina em sono tranquilo, nem sempre a noite é amiga calma, ouvinte dos nossos sonhos, vigiando tesouros profundos enquanto dormimos profundamente.

Quer saber? Nem sempre a segunda-feira é ingrata e nem a sexta, um alívio.

Nosso complexo conjunto de exigências, nossos preconceitos e nossos pavores nem sempre dão um tempo e nos libertam para fazermos escolhas simples que num pulo se transformam em monstros, os mesmos que na infância viviam debaixo da cama e agora pulam medonhos sobre nosso colchão.

Uns chegam aqui, outros partem ali. E nem sempre você e eu surgimos a tempo do olá e do adeus. Como nem sempre lembramos datas importantes. Porque nem sempre nos importam as datas que para os outros têm alguma relevância.

Nem sempre somos de todo sinceros, nem sempre a verdade nos sobra e a mentira nos falta. Paciência. Fazer o quê? É assim que é. Os caminhos se perdem, o relógio atrasa, a bateria acaba, a vista cansa, as pernas hesitam, os pés tropeçam, as mãos tremelicam, a cabeça roda, o coração se acinzenta, as expectativas despencam do alto e a alma chora baixinho.

Depois passa. Quase sempre passa. E quem chora agora há de amanhã se flagrar nadando num lago tranquilo de ternura e esperança, com pedras de rancores e pecados no fundo, repousando inúteis sob o limbo do esquecimento.

Mas também nem sempre a gente esquece.

E o amor, ah… o amor, sob a forma daquele estado de entrega tranquila que vem apaziguar uma paixão tumultuosa, nem sempre chega. Nem sempre. Nem sempre.

Fotógrafo de casamentos transforma casais em miniatura

Fotógrafo de casamentos transforma casais em miniatura

Ekkachai Saelow é um fotógrafo de casamentos tailandês que não só captura os pequenos detalhes de seus clientes, mas também os transforma em pequenos detalhes.

Ele é especializado em fazer de casais felizes miniaturas lúdicas que habitam mundos diferentes. Para fazer isso, Ekkachai retira as pessoas de seus quadros originais e as insere em um ambiente de pequena escala, aplicando um efeito fotográfico conhecido como tilt-shift, a fim de dar esse acabamento micro-expressivo.

O resultado final de seu trabalho é sutil, habilidoso e surreal, como deve parecer, também, para os casais em perspectiva.

As fotos especiais de Ekkachai são artefatos criativos que suscitam a história de amor por trás dos casais encenados.

Na iminência de casar, marido e mulher podem ser posicionados, juntos, em cenários diminutos, podendo interagir entre si e com o ambiente de forma alternativa.

Para os noivos que pretendem contratar serviços de fotografia fora do convencional, é interessante considerar o trabalho feito por Ekkachai Saelow.

Após realizar as sessões de fotos, o fotógrafo tailandês usa apenas Photoshop para redimensionar o ambiente, fazendo de seus clientes pequenos seres animados.

Há algo incrivelmente romântico nessas representações minimalistas de casais apaixonados. Como se saídos de um universo onírico e animado, duas pessoas se veem incluídas em uma realidade distinta daquela em que vivem, trocando experiências variadas, e o melhor, sem deixar de primar pela intimidade e sentimento preponderantes à sua relação amorosa.

Essas fotos com personagens minúsculos parecem ter sido inspiradas no filme Querida, Encolhi as Crianças (1989).

Ao olharmos para esses casais tendo seu matrimônio representado de forma minimal, reconsideramos a ideia de um ensaio fotográfico tradicional de casamento.

As fotos são divertidas, e exploram a interatividade dos personagens entre si e com seres vivos, recursos naturais e materiais como carros, motos, robôs, plantas, árvores e animais.

Esses casais sempre se lembrarão de quando e como foram transportados para mundos diminuídos e fantásticos, onde nem tudo o que parece é.

A indústria de fotografia de casamentos é aquecida e movimentada pelo trabalho de profissionais quebradores de paradigma, como Ekkachai Saelow, por exemplo.

Confira alguns casais transformados em miniatura pelo fotógrafo tailandês:

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Stranger Things faz os anos 80 novamente serem respeitados

Stranger Things faz os anos 80 novamente serem respeitados

Até recentemente, o cinema dos anos 80 era motivo de controvérsias discussões entre fãs e críticos. Existia uma bolha emocional e descabida sobre a qualidade das produções sentenciadas e que marcaram gerações. Mas felizmente tudo isso está indo por água abaixo com a nova série original da Netflix, Stranger Things.

Criada pelos gêmeos Matt e Ross Duffer, o programa dividido em oito capítulos não apenas ressuscita o espírito colorido, desbravador e científico da década, como também passeia pontualmente por referências dos clássicos que moveram multidões aos cinemas trazendo sorrisos, lágrimas e muitos sonhos. Para se ter uma vaga ideia, Stranger Things engloba, por exemplo: A Chance (1983), E.T. (1982), O Enigma de Outro Mundo (1982), Os Goonies (1985), Conta Comigo (1986), Chamas da Vingança (1984), Os Fantasmas Se Divertem (1988) e Amanhecer Violento (1984). Os irmãos Duff não negam o mega pacote de inspirações que, dos mais recentes, ainda incluem Super 8 (2011). De J.J.

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Abrams passando por Stephen King, Steven Spielberg, John Carpenter e outros, a série determina um novo frescor para o gênero que mesclava o protagonismo narrativo juntando crianças, adolescentes e adultos em tramas ficcionais, mas sempre respaldadas nos conhecidos valores que nos tornam mais humanos. No cerne principal, a amizade. E desse laço afetivo e inconfundível, grandiosos desenvolvimentos muitíssimos bem construídos pela dupla. Todos os personagens de Stranger Things carregam a sua própria importância e ritmo. Há momentos para diversos núcleos serem conduzidos e envolvidos na trama principal. Particularmente, além de retirar do limbo cinematográfico os nomes de Winona Ryder e Matthew Modine, o maior trunfo da série encontra-se na química dos jovens garotos que são: Lucas (Caleb McLaughin), Mike (Finn Wolfhard), Dustin (Gaten Matarazzo) e Eleven (Millie Bobby Brown). É espantosamente divertido e cativante presenciar o poder de atuação dos garotos.

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No fundo, é quase impossível não sentir certa nostalgia e fácil identificação com Stranger Things. Porque ao longo dos oito episódios, apesar da estética oitentista muito bem retratada, fotografada e estilizada, a série consegue ir além dos muros da Netflix. Ela determina a oportunidade perfeita para a aproximação de uma nova geração carente de produções simplórias no seu orçamento, mas ricas em imaginação e sentimentalismo. Afinal, essas foram algumas das características básicas que fizeram dos anos 80 uma década no cinema a ser revisitada com frequência. O purismo e a sinceridade na construção e concepção de um trabalho mágico, com cores, formas e laços. Laços por escolha e não obrigação. Stranger Things é a obra-prima que faltava para os anos 80 serem novamente respeitados.

12 filmes da Netflix que vão fazer você chorar

12 filmes da Netflix que vão fazer você chorar

Priscila Doneda, do MdeMulher

Se você considera a Netflix uma de suas melhores amigas e não se importa em chorar bastante enquanto assiste a um bom filme, separe a pipoca e o lencinho e confira a seleção abaixo!

1. À Procura da Felicidade (2006)

Baseado em uma história real, o filme conta a vida de Chris Gardner (Will Smith), um pai de família que enfrenta uma crise financeira ~daquelas~ e, como se isso já não fosse o bastante, ainda é abandonado pela esposa no momento mais difícil da vida.

Ao lado do filho de cinco anos, o protagonista mostra ao telespectador que o sucesso é resultado de muita determinação, persistência, trabalho e, acima de tudo, paciência.

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2. A Vida é Bela (1997)

O filme se passa na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, e conta a história do judeu Guido (Roberto Benigni) e do pequeno Giosué (Giorgio Cantarini). Sem notícias da esposa, pai e filho são levados para um campo de concentração nazista. A emoção fica por conta das histórias que Guido inventa para que o menino acredite que tudo não passa de uma grande brincadeira, a fim de proteger o herdeiro do terror que os cercava por todos os lados.

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21 filmes perfeitos para ver na Netflix (lista atualizada)

3. Amor Além da Vida (1998)

A família de Chris Nielsen (Robin Williams) e Annie (Annabella Sciorra) é abalada quando os filhos do casal morrem em um acidente. Anos depois, Chris também morre e a sua alma vai para o que é conhecido como o Paraíso. Lá, ele descobre que a esposa cometeu suicídio e que, por isso, eles nunca mais se encontrariam.

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4. As Vantagens de Ser Invisível (2012)

Baseado no romance homônimo aclamado pela crítica, o longa conta a história de Charlie (Logan Lerman), um adolescente que tem grandes dificuldades com o convívio social. Apesar disso, ele encontra amigos tão deslocados quanto ele, Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson).

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5. Diário de Uma Paixão (2004)

Um dos filmes românticos mais queridinhos do público já completou dez anos e vai virar série de TV. A história de amor entre Noah Calhoun (Ryan Gosling) e Allie Hamilton (Rachel McAdams) se passa nos anos 1940 e é contada por um senhor (James Garner) a sua colega residente do lar de idosos (Gena Rowlands).

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6. Marley & Eu (2008)

Apesar do tom de comédia, o filme toca o coração de quem tem ou já teve animais de estimação. No longa, John (Owen Wilson) e Jennifer Grogan (Jennifer Aniston) estão começando a vida de casados e, indeciso sobre a sua opinião em relação à paternidade, John resolve presentear a esposa com Marley, um labrador.

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7. O Impossível (2012)

Baseado em uma história real, o drama conta as experiências de uma família de sobreviventes que teve suas incríveis férias na Tailândia interrompidas depois que o local foi atingido por um enorme tsunami. Maria (Naomi Watts) e Henry (Ewan McGregor) se separam depois do desastre (ela com um dos filhos do casal e ele com dois) e ficam sem saber o paradeiro do restante da família.

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8. O Menino do Pijama Listrado (2008)

Durante a Segunda Guerra Mundial, um oficial nazista (David Tewlis) é enviado para trabalhar em um campo de concentração e sua família se muda de Berlim para Auschwitz. Seu filho, Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, começa a se sentir muito sozinho na nova residência, até que conhece Shmuel (Jack Scanlon), um garoto da mesma idade que fica do outro lado de uma cerca eletrificada, sempre vestindo um pijama listrado. O que Bruno nem imagina é que o novo amigo é um judeu aprisionado.

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9. Para Sempre Alice (2014)

A Dra. Alice Howland (Julianne Moore) é uma renomada professora e pesquisadora. Quase sem perceber, ela começa a se esquecer das palavras e a se perder pelas ruas de Manhattan. Aos 50 anos, Alice é diagnosticada com Alzheimer e a doença serve para colocar em prova o amor de toda a sua família.

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10. Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003)

Dirigido por Tim Burton, o filme retrata a vida de Edward (Ewan McGregor/Albert Finney), um sonhador que adora contar histórias fantásticas, incluindo personagens mágicos e situações mirabolantes. Quem não gosta muito de ouvir as narrativas é seu filho, Will (Billy Crudup), que acaba se afastando do pai e volta a reencontrá-lo em seu leito de morte.

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11. Um Amor Para Recordar (2002)

Baseado no best seller homônimo de de Nicholas Sparks, o filme é considerado, ao mesmo tempo, drama e romance e, apesar de contar a história de adolescentes, serve para todas as idades. Landon Carter (Shane West) é um jovem irresponsável que acaba punido pelo diretor da escola por uma de suas travessuras. Durante o castigo, ele se aproxima de Jamie Sullivan (Mandy Moore), filha do pastor da pequena cidade em que moram. Com o convívio, eles acabam se apaixonando um pelo outro, mas Landon não imaginava que Jamie guardasse um segredo tão grave sobre a sua saúde.

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12. Up – Altas Aventuras (2009)

Sofrendo com a morte de sua esposa, Carl Fredricksen é um velho vendedor de balões que acaba de passar por mais um trauma: está prestes a perder a casa em que sempre viveu com Ellie. Depois de atingir um homem com sua bengala, o idoso é considerado uma ameaça pública e é forçado a ir para um asilo. Para fugir da situação, ele enche milhares de balões e faz com que a sua casa literalmente voe para a América do Sul – mais especificamente, para um local onde ele e Ellie sempre quiseram morar.

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A minha alma precisa de férias!

A minha alma precisa de férias!

Texto de Nathalí Macedo

Acordei um pouco cansada. Cansada de segurar o choro, de contar as novidades, de sorrir para parecer que está tudo bem. Cansada de ser forte.

Dormi nua. Tirei as roupas e as máscaras junto com elas, mas precisei de as voltar a colocar pela manhã; umas calças meio rasgadas, uns sapatos confortáveis e um disfarce de pessoa feliz, feliz a tempo inteiro. Alguém que tem a obrigação de ser agradável.

Passei a pensar demasiado sobre o mundo. Isso é um pouco arriscado porque passamos a entender demais e uma vez desvendadas certas coisas, não dá para voltar atrás. Talvez a ignorância seja mesmo uma bênção, não nos apercebermos da crueldade com que eventualmente o mundo é capaz de nos tratar.

Acordei um pouco cansada das minhas próprias escolhas. Apenas por hoje não quero decidir absolutamente nada (açúcar ou adoçante, kizomba ou rock’n roll, bom dia ou foda-se?).

Não quero ser compreendida. É só mais uma obrigação que dá imenso trabalho. Apenas por hoje, não me vou esforçar para ser amada ou para agradar aos outros. Que nada seja dito ou pensado a meu respeito: hoje só me resta existir.

Acordei um pouco perdida em relação aos smartphones, às pessoas, à confusão urbana que estranhamente se confunde com a minha própria confusão. Não vou escolher uma playlist: toquem o que quiserem. Não vou pensar sobre as pessoas: sejam exatamente o que quiserem. Hoje, apenas por hoje, não quero conclusões.

Quero passar despercebida, como numa capa de invisibilidade mágica. Quero quase não existir até conseguir ajustar-me a esse medo de ser eternamente desajustada. Não quero prazos ou compromissos ou sorrisos ou explicações. Apenas por hoje quero coexistir passivamente e sem qualquer indício de indignação. A minha alma precisa de férias.

*Fonte: Site Entenda os homens

Confiança é um cheque em branco ao portador

Confiança é um cheque em branco ao portador

Confiança é uma entrega, um compartilhamento, um passe livre.

Confiança é uma cerca derrubada, acesso liberado, um cheque em branco ao portador.

Onde a confiança mora não há vaga para o ciúme. Na casa da confiança não há trancas nem grades. A luz é farta e explicações não são necessárias para iluminar dúvidas ou incertezas.

A confiança sempre busca por outra igual. Quando se engana, lamenta, sofre, quebra em mil pedacinhos. E só se cura e se renova por meio outra prova de confiança.

A confiança é boa mas não é boba. Ela segue dando a corda necessária pelo caminho, mas, se em algum instante a corda se rompe, também ela se rompe e fecha acessos com as mais variadas restrições.

O cheque em branco pode se transformar em prejuízo, mas, de onde saiu o primeiro, dificilmente virá um segundo. Não é de bom gosto brincar com a confiança alheia.

Quem não é de confiança, desconfia até dos próprios pensamentos.

Confiar é se jogar de olhos fechados. O contrário disso é tensão, é medo. É entregar uma chave mas não largar o chaveiro.
A vida sem confiança é um jogo perdido. As bolas para fora sempre serão em maior número, e a verdade desconfiará dos pontos ganhos.

Se na vida está faltando a companhia da confiança, é tempo de convidá-la a entrar, ainda que, para que ela de fato entre e se instale, seja preciso pedir que alguém saia e não volte mais.

De todas as formas de se relacionar consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo, se há uma companhia que não pode ser dispensada, é da confiança.
Ela sozinha despeja incertezas, ciúmes, paranóias, neuroses, desculpas e decepções.

Ainda que novas chances possam ser dadas, só terão valor se vierem acompanhadas de uma dose generosa de confiança. Na dúvida, não assine o cheque.

O Velho, O Mar e a Nossa Luta pela Vida

O Velho, O Mar e a Nossa Luta pela Vida

Achamos que somos capazes de entender a vida em sua plenitude, mais que isso, de controlá-la. Fazemos planos, nos preparamos, criamos expectativas e quando esperamos receber aquilo que tanto esperávamos, somos surpreendidos com as suas peripécias. A vida e o seu universo infinito de possibilidades que ansiamos por entender com a nossa finitude. Triste destino do homem, lançado ao mar apenas com a roupa do corpo e sua sorte. Lançado a um mar revolto que deve ser enfrentado.

Debruçando-se sobre essas complexidades, Ernest Hemingway escreveu aquela que é considera por muitos a sua obra-prima: “O Velho e o Mar” (The old man in the sea). O livro narra a história de um velho pescador, Santiago, um homem frágil ou nas palavras do próprio Hemingway “magro” e “seco”. Um homem simples e sem posses, sem estudos, que vive sozinho e é visto como destituído de sorte. Esse velho, então, se lança ao mar a procura de peixes, no entanto, essa “viagem” ganha contornos inesperados, sobretudo, quando ele consegue fisgar um peixe enorme, como mais de seis metros e este é destruído gradativamente pelos tubarões enquanto retorna para a costa.

A história simples do livro pode parecer banal, entretanto, Hemingway constrói uma obra extremamente filosófica, metafórica e poética que se comunica a todos os seres humanos. O Velho representa a fragilidade do ser humano, a sua precariedade, a sua finitude, a sua solidão, a sua angústia. Por outro lado, representa também a alma sonhadora que nos mantêm vivos e que espera sempre algo mais da vida, que vai em busca da essência das coisas, da alegria, das felicidades.

O mar representa a imensidão de um mundo que pouco conhecemos. A grandiosidade em que não se sabe o início ou o fim, na qual se sabe malmente a parte na qual estamos inseridos. O mistério das coisas ocultas que nos são apresentadas sem prefácio. O perigo que precisa ser enfrentado.

Assim como o Velho, precisamos encarar a imensidão do mar, ainda que saibamos que ele é enorme e que nós somos pequenos demais para sermos vistos enquanto navegamos por ele. Mas, não podemos passar a vida em uma cabana, precisamos sair e enfrentar o mundo. O problema é que por mais que sejamos atentos e experientes, o mar sempre arruma novas formas de nos surpreender, de tal maneira que devemos estar preparados para lidar com o que acontece após as tempestades ou o ataque dos tubarões, pois nunca saberemos nos defender de modo satisfatório ou teremos armas hábeis para lutar contra o desconhecido. O importante é lutar de acordo com as possibilidades e se manter forte, para que após a luta tenhamos força e coragem para prosseguir.

Santiago se lançou ao mar a procura de peixes, foi sozinho, em um pequeno barco, do mesmo jeito que nós nos lançamos no mar da vida, em solidão, navegando a procura do nosso destino ou de fazê-lo, e muitas vezes, quando o encontramos, como o Velho encontra o seu grande peixe, temos que continuar lutando para mantê-lo, contra os tubarões, até que por vezes não reste nada e nós tenhamos que retornar à costa, descansar e preparar-nos melhor para que da próxima vez consigamos trazer o peixe inteiro para casa.

Obviamente, não é fácil resistir aos ataques ferozes de seres que querem roubar os peixes que arduamente conseguimos pescar. Todavia, isolados no mar, só contamos com as nossas forças e a luz do farol que algumas vezes conseguimos enxergar, a qual mantém a esperança mesmo quando a lua aparece e tudo se transforma em uma grande escuridão. Sendo assim, a possibilidade de vida está em sempre continuar lutando, mesmo quando as forças pareçam se esvair ou a luz do farol demore a aparecer.

Como lembra Santiago – “Um homem pode ser destruído, mas não derrotado” – e, assim, sempre haverá novas formas de recomeçar e de aprender a lidar com as dificuldades que a vida nos impõe. Aprender a descobrir novos caminhos a partir das quedas e de encontrar na carcaça do peixe a sorte que nos espera.

“A sorte é coisa que vem de muitas formas. Quem sabe reconhecê-la?”

No mar nunca se sabe que ventos soprarão, tampouco o que há nele. Não sabemos em que momento o grande peixe que esperamos aparecerá, nem qual o melhor momento de atacá-lo, bem como, sempre nos faltam as armas corretas para pegá-lo e ajudar a enfrentar os inimigos que aparecem para nos atrapalhar e levar o peixe embora. Em meio a todas essas dificuldades e à solidão que não empresta um cobertor para aquecer a espinha, o desespero e o desânimo às vezes são inevitáveis, afinal:

“[…] que pode um homem contra eles, no escuro, sem armas?”

No entanto, por mais que as vicissitudes da vida sejam do tamanho do oceano e a nossa força e entendimento dela sejam do tamanho de um esquife, quase imperceptível em meio ao todo, em solidão que só tem como ouvido o próprio mar, o homem, mesmo magro e seco, deve continuar a lutar contra os tubarões e permanecer remando, já que os ventos que sopram do mar só são às vezes nossos amigos e ele é largo demais para que possamos navegá-lo totalmente.

É preciso aceitar a complexidade da vida e saber que por mais que lutemos, algumas vezes sem explicação tubarões aparecem e levam o nosso peixe. Talvez isso aconteça porque não estamos realmente preparados para ter o peixe, de modo que precisamos nos preparar melhor para usufruí-lo. Talvez os tubarões sejam as dificuldades que nos fazem mais fortes, que nos mostram que mesmo sem armas podemos lutar. Talvez sejam os mistérios que o mar possui e que jamais conseguiremos entender.

Seja como for, o homem tem o seu destino no mar, lutando para se manter firme e continuar a navegar mesmo quando o mar pareça escasso de peixes e cheio de tubarões, porque por mais que o mar seja bravo com o pescador, para os que conseguem lutar e manter a esperança, nele também há calmaria, assim como, nuvens que se amontoam ante os alísios e patos bravos que se desenham contra o céu, pois se o universo tem um destino de felicidade, mesmo com as mãos feridas é preciso continuar lutando para encontrá-lo.

Não se sinta mal por ser verdadeiro

Não se sinta mal por ser verdadeiro

Uma das regras básicas da convivência é a tolerância e o respeito para com o outro, o entendimento de que nem todos pensarão como nós ou concordarão com tudo o que dissermos ou fizermos. Evitar discussões e conflitos nos ajuda a manter o equilíbrio necessário para vivermos em paz, porém, isso não significa, de forma alguma, que deveremos sempre nos calar e guardar aquilo que pensamos, ou adoeceremos em pouco tempo.

De certa forma, os conflitos são necessários em todo tipo de relacionamento, uma vez que eles aparam as arestas espinhosas, tornando o convívio mais transparente e certeiro. Tudo aquilo que engolirmos com contrariedade, externando um sentimento que não corresponde ao que de fato pensamos, ficará acumulado aqui dentro, fazendo mal, incomodando. Com isso, uma hora ou outra isso tudo terá que sair e da pior forma possível.

Uma das maneiras de evitarmos esses estouros que acabam nos levando a falar mais do que deveríamos, a atingir quem não merecia, a tomarmos atitudes inadequadas, em lugares impróprios, é manter a firmeza durante todos os dias, agindo de maneira mais fidedigna possível ao que temos dentro de nós. Nem sempre será possível, nem sempre conseguiremos, mas é preciso tentar.

Não se sinta mal por dizer o que pensa, por mostrar-se insatisfeito, decepcionado, por falar o que lhe desagrada e precisa ser mudado. Não se sinta mal por amar com intensidade, por ser quem você de fato é, por mostrar contrariedade, por falar não. Não se sinta mal por ter que se ausentar, por ter que se afastar, por ter que partir para outra. Não se sinta mal por se resguardar de tudo o que machuca e fere.

O mundo está demasiadamente atrelado às aparências e à futilidade nas posses e nos interesses que balizam as relações entre as pessoas, ou seja, o diferencial humano, que nos resguardará do esvaziamento de nossa essência, sempre será a verdade que carregamos, a transparência de nossas ações. Jamais perderemos sendo verdadeiros, pois é assim que manteremos junto quem nos ama sem frescura, sem senão.

11 coisas que esquecemos de agradecer as pessoas que mais amamos

11 coisas que esquecemos de agradecer as pessoas que mais amamos

Por Taianne Rodrigues

Quem tem uma pessoa especial [ou mais] na vida que é apoio e significa lar, que atire a primeira flor!

Você já sabe, se caiu, se machucou, teve um coração partido, um pneu furado, algumas moedinhas no bolso, está tudo bem, está tudo mal, não importa, essa pessoa estará lá ao seu lado.

E agradecer?

Só começar a agradecer nos faltariam palavras para descrever todos os momentos de nossas vidas em que tivemos esse apoio incondicional.

Então, veja algumas das coisas que sem dúvida você pode dizer agora mesmo: “Muito obrigado!”

1. “CONTE COMIGO”

Esse é um dos aspectos que sem dúvida faz seu coração ficar enternecido. Isso porque você sabe com quem pode contar não importando a situação.

Não estamos falando de alguém para ser o nosso quebra-galho. Longe disso! Porque você faz exatamente o mesmo, é natural a retribuição nas relações humanas.

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A questão é que esse “conte comigo” simplesmente nos faz baixar a guardar e confiar. Sabe aquela sensação de acolhimento? Exatamente isso, você pode contar.

2. “ESTOU AQUI”

Você nunca se sente totalmente na solidão. Mesmo quando está se sentindo o pior ser do universo, quem está lá compartilhando suas dores?

Sim, essa pessoa especial que abraça todos os seus medos e nunca irá correr quando as coisas ficarem difíceis.

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Na verdade, será a primeira e talvez a única a permanecer ao seu lado. É alguém que realmente se importa.

3. “TUDO BEM”

Fizemos besteira ou não estamos no nosso melhor, sentimos até mesmo que não merecemos tanta compreensão. Mas essa pessoa não nos abandona.

O sentimento de cuidar é maior, assim como o de querer o seu bem.

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Então, mesmo que você leve bronca [se for merecido], você não verá ninguém partindo porque hoje o seu humor ou sua vida não está das melhores.

 

4. “REFERÊNCIA”

É quem queremos ser quando crescer. Não é uma pessoa fora do normal ou superior a ninguém. Também erra e com certeza tem a sua parcela de erros na vida.

Mas justamente por nos tratar de forma tão gentil, cuidadosa, com respeito e sendo o exemplo daquilo que de melhor prezamos nas pessoas, é sim a nossa referência.

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Nos sentimos tão pequenos, às vezes. E essa pessoa é capaz de nos fazer sentir tão grandes e significantes.

5. “POR NÃO JULGAR”

Você pode não ter coragem de contar um pensamento ou decisão em público, mas esta pessoa nunca colocará suas escolhas numa posição ridícula.

Na verdade, é com esta pessoa que você aprendeu a se aceitar, desde o físico à personalidade.

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Então não há recuo quando uma dúvida surge, é sempre uma conversa leve sobre o que comove o seu interior.

6. “TORCIDA INCONDICIONAL”

Não importa o que você faça, seja na época da escola ou na fase adulta, você sempre terá momentos para se lembrar de que alguém estava lá torcendo por você.

Vergonha é uma coisa que você nunca irá sentir por essas demonstrações de afeto. E como poderia?

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Saber que esta pessoa está sempre ali apreciando suas conquistas ou apoiando mesmo quando a vitória não é sua, a mensagem é apenas uma: “você é importante, assim como tudo que é importante para você.”

7. “POR TE ANIMAR”

 

É só você parecer um pouco chateado ou realmente ficar para baixo, que esta pessoa encontra meios de tirar você de sob a nuvem obscura que tomou conta do seu quarto.

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Não importa como, os meios são singelos e gentis. Até mesmo um sorvete fora de hora ajuda um pouco.

8. “POR ACEITAR”

Essa pessoa não vai insistir que você faça coisas que não quer. Pelo contrário, vai entender que agora o momento é de recolhimento. E talvez mais tarde, tente animar você.

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Quantas vezes, não é mesmo? É provavelmente a única pessoa que só de olhar já saberá que não estamos nada bem.

9. “POR CHAMAR A ATENÇÃO”

Não é uma sinceridade crua que magoa, é sem dúvida a única pessoa que irá nos dizer aquilo que precisamos ouvir sem ofender.

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E por só querer o nosso bem, impossível nos magoar. Ninguém poderia dizer as mesmas coisas com tanta sensibilidade.

10. “POR NÃO USAR PALAVRAS”

Às vezes, não há realmente nada a ser dito. A situação não pede nada além de um abraço. E o que acontece?

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Exatamente isso: esta pessoa especial vai acolher você dentro de um abraço. E o todo o seu mundo irá se recolher no conforto de um único gesto.

Talvez não esteja tudo bem. Mas vai ficar tudo bem, é o que não chegou a ser dito e você entende isso mesmo assim.

11. “POR SER PRESENTE”

Assim como a vida é natural com esta pessoa, tudo feito em conjunto é grande em sua essência, ainda que seja a mais simples das coisas.

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Essa pessoa se importa e faz questão da sua companhia.

Qualquer coisa é sensacional: como assistir filmes e desenhos em casa, comer pizzas ou o velho macarrão instantâneo, apenas conversar por horas, andar de bicicleta, desbravar o mundo.

Sequer sair do bairro em um feriado… Não importa. Tudo o que você gostaria de dizer agora é: muito, muito obrigada!

Que outras coisas você gostaria de agradecer?

Eu com certeza pensei na minha mãe. Em quem você pensa quando a palavra é gratidão?

Referência: thoughtcatalog.com. Imagens: Freepik.com

Enquanto o mundo se estapeia, fico com o seu sorriso

Enquanto o mundo se estapeia, fico com o seu sorriso

Viver é uma sucessão de instantes. Num dia você acorda, estufa o peito e parte pra cima dos acontecimentos como quem não carrega medo de ser feliz. Mas noutros, a vista cansa, o corpo pede colo e tudo não passa de um querer distante. E nessa balança diária, acreditar que a vida te prepara para reconhecer gestos emocionais é mera ilusão. Porque somos distraídos por natureza. Temos o foco em disputa com tanto ao redor que, sem querer, passamos batido quando surgem oportunidades sinceras para algo melhor. Ainda assim, não há motivo para pânico, pois instantes sempre serão instantes e a hora de recomeçar entra no mesmo embalo constante. Foi mais ao menos dessa forma que o seu sorriso me encontrou.

Totalmente inesperado e sem nenhuma expectativa ou medida, você chegou. Vinha meio sem jeito, sem saber a coisa certa a se dizer, mas para a nossa sorte, soube. Não acreditava. Afinal, como poderia? Quantas vezes pedi baixinho ao tempo, imerso no travesseiro, a mínima possibilidade do encontro. E tivemos dias bons. O sentimento dependia e crescia conforme queríamos. Abraçar a honestidade para com o outro não se tratava dos jogos vorazes emocionais vistos hoje em dia. Tampouco precisamos colocar máscaras de fingimento, tipo daquelas usadas nas ocasiões sociais com desconhecidos a fim de proteger-nos. Nada disso foi necessário. Era eu e você, despidos e entregues. Mas novamente, a vida insiste em intercalar benditos instantes de imprevisibilidades. Mal sabíamos a hora de partir, mas era consenso definir o ponteiro da chegada. E foi o que fizemos.

Não retornamos. Não nos despedimos. Não dissemos até breve. Enquanto a vida prosseguia a passos largos, tudo mudou. Inclusive nós. Porque o amor não se cria na ponta dos dedos. O amor é cultivado sem uma receita precisa. Na verdade, o amor nem deveria ter apenas essa palavra para defini-lo, pois é também uma perpetuação de instantes. Escolhemos onde e como depositá-lo. Foi através da surpresa imensurável que é a arte do desencontro que o nosso encontro aconteceu. Hoje você não é refúgio, âncora ou mesmo uma parcela de comodismo ao meu coração. Você é, dentre todas as coisas, uma escolha para ser mais. Enquanto o mundo se estapeia, fico com o seu sorriso.

Ilustrador imagina se crianças miseráveis tivessem a infância que mereciam

Ilustrador imagina se crianças miseráveis tivessem a infância que mereciam

Tendo criado uma série de imagens satíricas sobre a fisionomia de policiais ao redor do mundo, o pintor e ilustrador Gunduz Aghayev, do Azerbaijão, está de volta com uma série de fotos chamada “Imagine”.

Dessa vez, as ilustrações são sobre crianças, especificamente aquelas que tiveram uma vida curta, precária e miserável.

Toda criança, independentemente de sua origem, merece uma infância digna de oportunidades para seu desenvolvimento. Mas essa é uma fantasia bem distante da realidade em inúmeras localizações geográficas.

A desigualdade social encrustada em praticamente todos os cantos do mundo, aliada à falta de educação e falhas de criação dificultam o processo de aprendizagem experimental que é tão crucial para que as crianças obtenham recursos e estímulos, e possam crescer de forma saudável.

Com suas imagens de teor fortemente crítico, e hiper-realistas, Gunduz Aghayev nos apresenta retratos superlativos de crianças em condições adversas, pondo uma luz em questões escuras como a pobreza, fome, miséria, desigualdade e subnutrição.

O pintor e ilustrador Aghayev condena aqueles que usam as crianças para propósitos marginais de guerrilha, e se esquecem da subsistência de quem se sacrifica para servir a fins egocêntricos.

Com estilo, Aghayev transforma guerra em paz, subvertendo fotos históricas devastadoras de crianças atingidas por conflitos violentos em ilustrações felizes.

Gunduz Aghaeyv apresenta, primeiro, uma foto antiga que mostra uma criança em situação desesperadora e, em seguida, nos surpreende com ilustrações críticas que não brincam com algo sério, mas sim conotam resoluções imaginárias; perspectivas esperançosas sobre um pessimismo enrijecido na vida dessas crianças infelizes.

Algumas pessoas têm elogiado essas ilustrações esperançosas, enquanto outras as acham ofensivas e de mau gosto. O fato é que há uma sensibilidade que emana dos efeitos terríveis provocados pela guerra e pobreza sobre as crianças.

Quando fotos horríveis são recriadas como ilustrações coloridas, isso não representa algum tipo de exibicionismo irônico, mas sim um senso de otimismo criativo para com o amanhã.

A partir dessas imagens, Aghayev alterou, por si só, o futuro de crianças destinadas à fatalidade precoce. Com habilidade, ele desenhou as pequenas vítimas de tragédias de uma forma que elas gostariam de ser vistas. O resultado é aprazível, mas também entristecedor. Veja:

1. Crianças em milícia, na Guerra do Vietnã

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2. Foto de Kevin Carter (vencedora do prêmio Pulitzer em 1993)

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3. Bebês em fogo cruzado, na Guerra do Vietnã

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4. Morte de Aylan Kurdi (Síria)

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5. Morte do filho do jornalista Elmar Huseynov

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6. Duas garotas afegãs, noivas de um casamento obrigatório

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7. Rapaz desabrigado aponta para seu quarto destruído, após um bombardeio alemão (1940)

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8. Dr. Janusz Korczak com algumas crianças órfãs

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9. Garoto japonês em frente à uma pira de cremação, trazendo seu irmão morto nas costas

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Culpa, aqui você não se espalha!

Culpa, aqui você não se espalha!

A culpa faz o gênero daquelas pessoas que chegam sem ser convidadas, se instalam, falam mais alto que os outros, mandam desligar o ar condicionado e ainda fazem os anfitriões se sentirem incompetentes.

A sua missão é desorientar as convicções, fragilizar as certezas, deixar vulneráveis ações e reações. Dessa forma ela se fortalece, ganha espaço e vai marcando o território até que não haja mais nada nem ninguém livre de sua presença.

A culpa quer ser carregada, alimentada, refrescada, idolatrada. Uma vez dona do espaço, não dará mais um minuto de paz à vítima, e, habitará sem pudores até mesmo os pensamentos da pobre alma. A culpa não aceita desculpas. Não abre mão de suas conquistas, não aceita a porta aberta para sair, e, muito pelo contrário, te culpa se você não a convidar para ficar.

A culpa embarca clandestina numa crítica maldosa. E, num piscar de olhos, ela já é a comandante do barco.

Também entra se esgueirando por preconceitos e pudores artificiais. E mostra a cara quando vira de lado e acusa quem lhe abrigou.

Não há ser vivente sem uma pitada de culpa. É da vida, é consequência de alguns arrependimentos e malfeitos. Mas, e nisso consiste a força que deve ser empregada, essa culpa convidada, só tem por direito ficar até que as coisas voltem aos seus lugares. Não é permitida à culpa, a permanência depois da visita do perdão, das desculpas, do entendimento e libertação.

Se é para certo que somos movidos por tudo o que já vivemos e disso nos moldamos, que a culpa seja parte desprezível nesse processo. Que seja devidamente desalojada, despejada, minimizada, já que não constrói nem nada ensina. E no lugar por onde estava espalhada, que cresça a espontaneidade, o senso de justiça, a empatia.

Em terra onde florescem essas árvores, a culpa nem vinga!

Que o amor desfeito não leve embora nossa capacidade de amar

Que o amor desfeito não leve embora nossa capacidade de amar

Tenho trauma de cachoeira. Uma vez fui para Visconde de Mauá e, contrariando meu marido, me aproximei demais da queda d’água pra “foto ficar perfeita”. Lá no alto, de costas para o precipício, meu pé escorregou e eu caí. Foram momentos de muita aflição e apreensão, mas no final fui resgatada por meio de galhos que algumas pessoas deram para eu segurar, por onde fui puxada (saber nadar não significa nada nessas horas). Graças a Deus só sofri algumas escoriações e hematomas, mas o trauma que ficou me impede de visitar cachoeiras até hoje.

O fim de uma relação amorosa dói, machuca, queima e deixa cicatrizes tão ou mais profundas que um trauma físico. Mas evitar o amor não é o mesmo que evitar um banho de cachoeira, e por mais doloroso que seja o fim, ele não pode levar com ele nosso maior dom, que é a capacidade de amar.

Leva tempo até que o corpo _ e mais ainda, a alma _ consiga vivenciar o luto por completo até a total aceitação. Porém, mais que aceitar, é preciso permitir a si mesmo a possibilidade de abrir um livro novo e preenche-lo com novas histórias.

O fim de uma relação amorosa não pode significar o fim de nossa capacidade de amar. Ninguém, em nenhuma hipótese, pode tirar isso de você. Ninguém pode te roubar de si mesmo.

O coração ferido tem que descobrir que é capaz de amar de novo, e, se tiver sorte, amar melhor. Nenhum amor, por mais intenso e bonito que tenha sido, pode destruir sua capacidade de sonhar, poetizar e sentir.

Que o amor desfeito não leve embora os risos, o olhar cintilante, o pulsar acelerado e a capacidade de amar.

Que os braços encontrem novos abraços; que os lábios encontrem o gosto de novos sabores; e que a vida possa ser recontada com a mesma intensidade das primeiras experiências.

Nos habituamos a permanecer no que fomos. Na porção de nós que experimentou o primeiro sopro de alegria ou amor. Esquecemos que a vida é composta de muitas histórias, e precisamos nos despedir para continuar vivendo, criando, inventando, voando.

Novos capítulos estão por vir. Novos sabores desafiarão nosso paladar e novas músicas nos convidarão a dançar. Que possamos apenas permitir… Permitir gosto de pipoca caramelizada, flor apanhada de repente, cartão escrito às pressas, música gravada com o celular, perfume borrifado no ambiente, foto com moldura colorida na rede social, quintal coberto de folhas, chuva molhando a vidraça… E amor querendo dar as caras de novo.

Permitir que novas versões de nós mesmos possam desafiar as intempéries da jornada e desabrochar.

Que não nos falte afeto, esperança, poesia e muito sonho. E que ao nos olharmos no espelho depois de mais um dia, possamos enxergar uma pessoa inteira, que deve ser amada e cuidada para florescer novamente. A vida nos espera!

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Tem gente que não sabe tocar instrumentos, mas tocar o outro também é música

Tem gente que não sabe tocar instrumentos, mas tocar o outro também é música

Tem gente que não sabe tocar, tem gente que arranha um sol-lá-sí-dó; tem gente que é capaz de nos fazer chorar com apenas dois acordes e gente que canta cada nota como se fosse a última. Também tem aqueles que, mesmo sem saber segurar direito um violão, parecendo ter nascido com dois braços esquerdos, consegue encantar, justamente pela falta de jeito.

Não importa a música, o ritmo, o estilo, é sempre a intensidade da entrega que importa. É preciso saber prestar atenção, não aos detalhes técnicos, mas aos emocionais, àquilo que mexe contigo, que te faz feliz, que te faz crescer e refletir, afinal, o que é a felicidade se não uma música que ecoa alto no peito da gente? Ouvido bom, vida sadia, já dizia o velho ditado que acabo de inventar.

Uma vez, tentei aprender a tocar piano e foi um completo desastre. Muitas teclas, poucos dedos. Preferi aprender a tocar as pessoas de outra forma, não por não achar graça no piano, nada disso, mas por total falta de competência mesmo. Às vezes acho que acertei na escolha, mas confesso que ainda sinto aquela pontinha de inveja quando vejo e escuto alguém tocando clássicos como “atirei o pau no gato”. Hoje, me contento em tocar outros instrumentos, mais “singulares”, com alcances e timbres diferenciados, como os cabelos da amada, os braços e a nuca. Penso que faço isso bem, mas pode ser só pretensão, o que vale nesse caso é o treino constante, a prática intensa e dedicada.

A vida, às vezes, até parece uma canção, feita por gente de verdade, sem maquiagem, sem medo de dizer o que precisa dizer e uma canção não é nada sem ninguém para ouvir e compartilhar.

Não importa se você é Caetano Veloso ou aquele tio simpático que leva o violão nas reuniões de família, o importante é viver a canção que a vida te dá pra cantar.

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