“Sofrer é uma escolha como outra qualquer. O que todos queremos é amenizar a dor do tombo, a dor do absurdo que é existir e saber que as únicas coisas que existem realmente são aquelas que não podemos explicar.
Há os que bordam azuis, escrevem poemas, constroem poentes, ensinam o alfabeto, cantam tons secretos, trançam palhas e cabelos, plantam açucenas numa manhã de abril. E há os que sofrem.
A existência acontece naquilo que criamos.
Daí, se não conseguimos construir poentes ou plantar açucenas, sofremos! Sofrer é, em última — ou primeira, quem pode saber?! — instância, fazer a manutenção de uma vida que já não consegue criar a própria existência.
O sofrimento é como uma capa de chuva: nós a usamos toda vez que o tempo turva apesar de saber que ficaremos ensopados do mesmo jeito”.
Continuei olhando o cardápio, mas nada parecia me apetecer naquela noite fria.
Dor? Não, obrigada. Não tenho aptidão para o sofrimento, nem para a dor – embora eu sofra pra chuchu (como qualquer mortal) e por muita abobrinha.
No entanto, a palavra do título era “dor” e não “sofrimento”. E como aprendi – dizem que com o poeta Drummond – que “a dor é inevitável, mas o sofrimento opcional”, acabei retornando para o início do cardápio, respirei fundo e fiz o pedido.
Com roteiro linear, alguns clichês – como o do garoto solitário que gosta de ler -, atuações impecáveis de Toby Regbo, Marcia Gay Harden e Peter Gallagher, entre outros, e muita, muita poesia, a adaptação do livro de Peter Cameron para o cinema, cujo título faz uma menção a Ovídio – “Sê paciente e resistente; um dia esta dor ser-te-á útil” – encanta à primeira garfada:
Já na abertura do filme, o off:
“Queria que o dia todo fosse como o desjejum: quando as pessoas ainda estão conectadas aos sonhos, focadas em si, e não prontas para se comprometer com o mundo. Eu estaria bem se fosse sempre café da manhã”.
O dono desta fala é James Sveck, garoto de 17 anos que experimenta a febre da adolescência no seio de uma família disfuncional, porém interessante, visceral, na cidade de Nova York; que não consegue se sentir parte do todo e por isso tudo lhe afeta e/ou parece lhe faltar.
Inteligente, sensível, tímido, poético, o protagonista não vê motivos para se relacionar com pessoas – e com o mundo – que não lhe acrescentem nada além de mais estranheza. A única pessoa com quem James gosta de conversar é a avó materna, uma senhora cheia de vida, entusiasmo e beleza no jeito de olhar; uma bailarina que escuta música no jardim e o encoraja a cometer pequenas loucuras.
O filme de Roberto Faenza também tem passagens divertidas – afinal, trata-se de uma comédia-dramática, seja lá o que isso queira dizer -, porém não daquelas que provocam altas gargalhadas, mas riso frouxo, solto, sutil.
“Um dia essa dor lhe será útil” nos mostra, sobretudo, que é preciso aprender a dizer e não apenas falar: é dizendo o que sentimos e o que tememos; é mostrando nossa fragilidade e nossa loucura, com delicadeza e coragem, que podemos acessar o coração do outro, do contrário, nada feito.
Uma oportunidade divertida e tocante de aprendermos mais uma vez que a dor, a náusea, o desconforto, o desamparo, o não saber-se, fazem parte da vida, todavia cabe a nós escolhermos a melhor maneira de lidar com essas tormentas: se boiando e deixando a maré baixar, tentando ver beleza no céu estrelado em alto mar, ou batendo os braços, engolindo água e nadando até cansar e desmaiar.
NOTA DE RODAPÉ
Definitivamente eu não entendo as pessoas que escrevem sinopses. Eis a sinopse do Netflix: “Um adolescente perdido num mar de doenças familiares encontra conforto e aceitação na companhia de sua avó rebelde”. Detalhe: não há doença no filme e a avó não é rebelde, é apenas acordada para a vida.
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Era para eu te conhecer em uma cafeteria. Na que fica perto da livraria. Nessa cafeteria nos encontraríamos pela primeira vez. Trocaríamos olhares. Descobriríamos que estávamos a ler o mesmo livro. Então, você se levantaria para vir até mim e nós nos amaríamos desde o primeiro oi.
Descobriríamos que tínhamos adoração pela história das pessoas e que um dia prometemos conhecer a bela cidade de Como na Itália. Nessa cafeteria, nos desvendaríamos, nos conquistaríamos e marcaríamos de nos ver todos os dias em uma mesa próxima à porta de entrada.
Nessa cafeteria bucólica, repleta de almas solitárias, acolhidas pelo clima aconchegante do local, você me daria o livro “Os Catadores de Conchas” e eu te presentearia com um diário em branco para que escrevesse com carinho a nossa história.
E você, amante das palavras, me leria do começo ao fim e me transcreveria com imenso carinho. Deitaria sobre mim versos, frases e arranjos e eu te daria o mundo pelos olhos meus e juntos, em abraços, beijos e anseios construiríamos uma vida.
Soprando nossas xícaras de cappuccino fumegante conversaríamos sobre tudo que aprendemos, sobre tudo que gostamos, sobre tudo que nos lembrasse o amor.
Então colocaríamos a língua na bebida, deixando o calor do copo se mesclar ao êxtase do amor em nós.
Nessa cafeteria, com luz difusa e quadros tortos, você alisaria meus cabelos rebeldes e eu passaria os dedos pelos seus lábios tomando deles o restinho de espuma que o guardanapo esqueceu de levar.
Nesse lugar que a vida reservou para nós, você descobriria que a solidão em “Automat” de Hopper não me apetece tanto quanto “O Beijo” de Klimt.
Sentados em cadeiras Béranger, sonharíamos as viagens que faríamos e os filhos que teríamos. Eu terminaria minha faculdade e abriria minha própria loja e você publicaria seus livros e juntos faríamos um mundo melhor.
Nessa cafeteria você me encontraria, nessa cafeteria você me encantaria, nessa cafeteria você leria minha admiração e meu largo amor por você. Nessa cafeteria, com um cappuccino nas mãos, nos daríamos a felicidade de conhecer um ao outro.
Mas houve um dia em que você decidiu parar com as pequenas felicidades cotidianas. Houve um dia no qual a razão lhe disse que se economizasse no cafezinho poderia no futuro, depois de décadas, comprar com o dinheiro desse pequeno deleite diário, um carro, uma casa ou qualquer outra coisa material. Então quando eu pus os pés dentro desse ambiente tão nostálgico pela primeira vez, você já não estava mais.
Você tinha decidido justamente no dia anterior que mudaria seus hábitos. E foi assim que a razão se colocou à frente de um romance delicado e verdadeiro. Foi assim que um cálculo genérico, de algum economista pragmático, decretou que um montante minúsculo podia valer mais que o amor. E eu ao pensar nessa razão não pude deixar de lembrar dos “quase amores” que morrem por uma decisão precipitada ou por uma orientação insensata.
Se eu pudesse te pedir algo, pediria para não cortar o cafezinho. Não cortar da vida as pequenas felicidades diárias. As alegrias inocentes que fazem nosso cotidiano funcionar. Se eu pudesse te dizer algo, te diria que a razão não é uma boa conselheira. Que ela enxerga gastos em filhos; que ela enxerga imprudência em amizades, que ela enxerga toda caridade como algum tipo de profanação e enxerga a vida como uma imensa planilha na qual o trabalho e o dinheiro vêm em primeiro lugar.
Existe tanto amor escondido no mundo. Existem tantas boas possibilidades não planejadas em nossos caminhos. Existe tanto que um cafezinho pode nos propiciar indiretamente. A vida é feita de inúmeros acasos, nós mesmos somos um. Se nosso trisavô não tivesse conhecido nossa trisavó, nós não existiríamos. A vida é surpresa, expectativa e amor.
E eu ainda estou sentada perto da imensa janela frontal dessa cafeteria tão acolhedora. Eu ainda estou sonhando com um amor que não se deixe envergar pela razão das coisas. Eu ainda estou molhando a língua em um cappuccino fumegante, esperando o dia no qual a emoção lhe grite alto e você apareça feliz para um cafezinho, cheio de uma alegria merecida, e para um novo e inesquecível amor.
Começar do zero não é fácil. É como dar um salto no vazio, como conter a respiração enquanto deixamos para trás coisas e pessoas às quais é necessário dizer adeus.
É muito possível que você já tenha tido que começar de novo em mais de uma ocasião. Pode ser que este “recomeço” se devesse a um tema de trabalho ou pode ser inclusive que tivesse como origem um tema afetivo, pessoal ou familiar.
Um aspecto que, em algumas situações, pode nos frear na hora de dar o primeiro passo e construir uma vez mais nossos próprios caminhos em busca da felicidade é pensar que “já é tarde demais”, que ter uma certa idade supõe, por exemplo, ter que ceder, calar e aguentar porque nossas oportunidades já passaram. Não é bem assim. Nunca é tarde para sair do sofrimento, e na verdade esta é uma obrigação para com você mesmo.
Propomos que você leve em conta esta série de recomendações para poder começar do zero seja qual for o seu problema.
Como começar do zero em qualquer idade
Pense no futuro e pergunte a si mesmo como gostaria de se ver
Se você tiver dúvidas, se sentir medo, faça o seguinte exercício de visualização:imagine-se dentro de 2 anos, mas imagine-se feliz, satisfeito e tranquilo.
Agora, avalie como você se sente nestes momentos: aí está o motivo. Mais do que buscar a felicidade ideal, na vida é preciso ter paz interior, equilíbrio e satisfação. Se você não sentir estas mesmas dimensões agora, é necessário fazer uma mudança. Você merece uma nova oportunidade.
Comece com pequenos objetivos a curto prazo
Toda mudança requer, em primeiro lugar, tomar pequenas decisões que pouco a pouco nos levarão a dar o passo final. Estes seriam alguns exemplos destes pequenos objetivos que deveríamos propor a nós mesmos:
Hoje vou controlar minha angústia e meu medo. Dado que já sou consciente de que vou começar de novo, assumo e aceito minha decisão. Vou substituir meu medo pela tranquilidade interior e a determinação.
Hoje vou buscar informação sobre como eu gostaria de começar outra vez (ofertas de emprego, ajuda dos serviços sociais ou outros organismos oficiais…)
Você não está sozinho como pensa: busque apoio
Sem dúvida, começar uma nova etapa nos causa medo, angústia. No entanto, um modo de encontrar forças é sentir que alguém nos apoia ou nos entende neste novo caminho.
Seja inteligente na hora de buscar apoio. Haverá familiares ou amigos que não darão bons conselhos, e inclusive que recomendarão que você “não o faça” ou “aguente um pouco mais”.
Se você tomou a decisão de começar de novo, busque a proximidade de pessoas que passaram pela mesma coisa que você está enfrentando. Elas, sem dúvidas, poderão oferecer os melhores conselhos e os melhores apoios.
Seu futuro não está escrito e o amanhã pode estar repleto de novas oportunidades
Se o passado serve para algo é para nos ensinar, para nos oferecer sabedoria, acerto e maturidade, e isso é algo que você pode aproveitar. Você é alguém sábio em relação a vivências e aprendizados da vida. É valor adicionado, uma arma de poder.
Pense que quando damos o passo rumo à mudança, tudo é incrivelmente novo, mas o novo não é ruim. Ele nos assusta, mas nos oferece a oportunidade de alcançar aquilo que buscamos ou desejamos.
O que você deseja é, antes de mais nada, sentir-se bem consigo mesmo,libertar-se das angústias, lágrimas ou do fracasso que não deve determinar sua vida, e sim servir como incentivo para dar um passo mais além e encontrar o seu sucesso particular.
Derrube suas próprias atitudes ou pensamentos limitantes
Sou velho demais, certamente não vou encontrar trabalho: pense em quais são as suas habilidades e seja criativo na hora de “vender-se”. Mais do que procurar, consiga ser procurado por oferecer qualidade ou algo novo. Faça uso da sua criatividade.
Nunca estive sozinho e não vou conseguir me virar: derrube este pensamento que o limita e entenda que a solidão é o reflexo da liberdade, e é aí que você se encontrará de novo para construir sua própria felicidade.
Com certeza vou fracassar e vai dar tudo errado. Acabe com esta ideia. Você não é um profeta, não pode adivinhar o que vai acontecer ou não. Leve em conta que os pensamentos geram emoções, e um pensamento negativo, no final das contas, gera uma atitude fatalista.
Certamente ninguém irá me apoiar e nada disso vai valer a pena. Não reforce este tipo de ideia. O apoio mais importante com o qual você deve contar é o seu próprio. Mais tarde, os bons amigos, a família mais nobre e pessoas que você irá conhecendo dia após dia irão oferecer seu grãozinho de areia para que você construa sua nova vida.
Pouco a pouco você se dará conta de que tudo valeu a pena. Começar do zero é algo duro e complexo, mas mantenha o seu objetivo: você merece ser feliz, merece deixar de lado os dias de escuridão e de mal-estar.
O escritor inglês Eric Arthur Blair, mais conhecido por seu pseudônimo George Orwell, costuma ser lembrado pela autoria dos livros clássicos 1984 e A Revolução Dos Bichos, mas ele também é um formidável ensaísta.
Entre os seus melhores ensaios, está Why I Write (‘Por Que Escrevo’), escrito em 1946, que contém visões realistas e atemporais sobre a arte de escrever. Neste ensaio, Orwell comenta sobre particularidades e experiências de sua infância e adolescência, e seu papel para se envolver com a arte da escrita.
Desde muito cedo, Orwell estava decidido que tornar-se-ia um escritor, pois sempre soube que tinha facilidade com as palavras.
Ele escreveu seu primeiro poema com quatro ou cinco anos de idade, sobre um tigre chamado Blake. Já aos 11 anos ele colaborava na redação do jornal de sua escola.
Suas contribuições para a literatura foram precoces, mas, somente mais tarde, aos 30, ele se voltaria para a prosa literária.
No ensaio, o autor conta como sua infância foi solitária. Ele vivia em um ambiente distante e pouco acolhedor; passava seus dias lendo histórias e conversando com amigos imaginários.
Ao imergir na literatura, Orwell imaginou um mundo particular onde poderia superar o fracasso de sua vida cotidiana. Suas ambições literárias misturavam-se com sensações prementes de isolamento e desvalorização, e então ele se voltava para a escrita a fim de apaziguar esses tormentos.
Apesar das dificuldades que viveu em um passado longínquo, Orwell não abandonou a visão de mundo que adquiriu na infância. Na verdade, ele não tentava suprimir essa parte difícil de sua vida, pois sabia que isso também havia moldado sua personalidade de escrita. Se tentasse ignorar essas lembranças, ele estaria se iludindo. Segundo o autor, “a ilusão pode tornar-se uma meia verdade, e uma máscara pode alterar a expressão de uma cara.”
De acordo com Orwell, o trabalho de um escritor serve, primeiro, para disciplinar seu próprio temperamento. Caso um escritor escape de suas maiores influências, ele terá matado seu impulso de escrever.
Em Why I Write, Orwell propaga uma opinião polêmica sobre a persona dos escritores, em geral. Pode parecer absurdo ou exagerado, mas, segundo ele:
“Todos os escritores são vaidosos, egoístas e preguiçosos. Na parte inferior de seus motivos, reside aí um mistério. Escrever um livro é uma luta desgastante, como passar por um longo surto de alguma doença dolorosa. Escritores nunca poderão escrever um livro se não forem conduzidos por algum tipo de demônio, sobre o qual possam resistir ou entender. Também é verdade para escritores que não possam escrever nada legível a menos que constantemente se esforcem para nublar a própria personalidade. Boa prosa é como uma vidraça.”
Através desse olhar circunspecto e até pejorativo sobre a natureza do trabalho de um escritor, Orwell motivava-se de um certo sentimento de aversão e cinismo para com a profissão que o popularizou.
“Quando eu me sento para escrever um livro, eu não digo a mim mesmo que vou produzir uma obra de arte. Eu escrevo porque há alguma mentira que eu quero expor, algum fato para o qual quero chamar atenção, e minha preocupação inicial é conseguir uma audiência.”
No ensaio Why I Write, o autor inglês afirma, contrariando sua percepção negativista, que a escrita não é um negócio sério, mas sim uma alegria e celebração. Orwell acreditava ser errôneo considerar a escrita somente como um trabalho. É, além do mais, uma terapia e atividade lúdica à mente.
O autor inglês também lembra que escritores devem pagar um tributo a si mesmos e lutar contra seus próprios demônios internos, a fim de criar algo que possa ter algum sentido.
Até hoje Orwell é considerado, pela crítica e pelos leitores em geral, um autor bastante politizado. Em suas obras, ele buscou transformar a escrita política em arte. Seu ponto de partida foi um sentimento de partidarismo combinado com um forte senso de injustiça.
Os 4 motivos para escrever
Em Why I Write, George Orwell conta alguns pequenos detalhes sobre sua infância idílica – a ausência do pai, bullying e intimidação na escola, e uma profunda sensação de solidão – e disserta sobre como essas experiências conduziram-no para a escrita, propondo que traumas como esses são essenciais para formar a personalidade artística de um escritor.
Orwell oferece essas informações como pano de fundo, porque ele não achava que fosse possível avaliar os motivos de um escritor sem saber algo de seu desenvolvimento inicial.
“Deixando de lado a necessidade de ganhar a vida, eu acho que há quatro grandes motivos para escrever. Eles existem em diferentes graus em cada escritor, e estas proporções podem variar de tempos em tempos, de acordo com o ambiente em que vivem.”
Segundo Orwell, os quatro motivos universais para escrever, os quais extrapolam praticamente qualquer domínio de uma produção textual criativa, são os seguintes:
1. Egoísmo puro
Para Orwell, todos os escritores são fortemente impelidos por seus egos. O desejo de parecer inteligente, explorar a vaidade, buscar a fama, de ser lembrado após a morte, e de dar as costas àqueles que o desprezaram na infância. É equivocado pretender que o egoísmo não é um motivo, mas, na visão de Orwell, é sim.
A grande massa dos seres humanos não é agudamente egoísta. Em certa altura da vida, a maioria das pessoas abandona um senso de individualismo, e vive principalmente para os outros. Para Orwell, há também a minoria das pessoas talentosas e intencionais que estão determinadas a viver suas próprias vidas até o fim, e os escritores pertencem a esta classe.
Orwell acreditava que os escritores sérios são, em geral, mais vaidosos e egocêntricos do que jornalistas, embora menos interessados em dinheiro.
2. Entusiasmo estético
De acordo com Orwell, escritores escrevem com um senso estético sobre qualquer coisa que os atraia. São sensíveis para perceber a beleza no mundo externo, ou, por outro lado, nas palavras e seu arranjo correto. O prazer no impacto de um som ao outro, na firmeza da boa prosa ou no ritmo de uma história. Segundo ele, o desejo de compartilhar experiências que se sente é valioso, e não deve ser desperdiçado.
O motivo do entusiasmo estético é muito comum em um monte de escritores. Para o autor, “nenhum livro é livre de considerações estéticas”.
3. Impulso histórico
Na visão do autor, os escritores, em geral, têm o desejo de ver as coisas como elas são, de descobrir fatos verdadeiros e armazená-los para o uso da posteridade.
4. Propósito político
Orwell acreditava firmemente que todos os escritores são intrinsecamente motivados por questões políticas. Aqui, ele usa a palavra “política” no sentido mais amplo possível. O desejo de empurrar o mundo em uma certa direção, de alterar a ideia do tipo de sociedade.
Para ele, nenhum livro é genuinamente livre de vieses políticos, e a opinião de que a arte deve ter nada a ver com política é, em si, uma atitude política.
Todos os fatores acima mencionados por George Orwell realmente motivam escritores a produzir seus textos, e não deixam de ser, de certa forma, pressupostos concretos do processo de escrita.
Orwell sugeriu que escritores têm uma vontade de ego forte, são vaidosos e têm a capacidade de persistir e estabelecer-se em seu ofício, se realmente agirem da forma como acreditam ser (primeiro motivo). Escritores trabalham sob um senso estético, pois se preocupam com a forma como um texto é apresentado, e compreendem que a disposição das ideias é tão importante quanto o que elas significam na prática (segundo motivo). Todos os escritores precisam ter alguns conhecimentos históricos a fim de orientar aquilo que escrevem e, como inspiração, devem se basear em histórias, fatos e personalidades do passado (terceiro motivo). E os escritores, sem exceção, têm inclinações políticas que influenciam em sua maneira de pensar e escrever, ou seja, os escritores não podem ser de todo imparciais em se tratando de ideologia política (quarto motivo).
Mudar é passar para outro estado, outro lugar, outro foco.
Tem gente que muda espontaneamente, sem sofrimento nem dor, delicadamente, como a passagem do sol pelo dia. Tem gente que enxerga vantagem em não ser a mesma pessoa todos os dias, que se transforma sem dramas, inspira os demais, vive a real liberdade que transcende os rótulos e aprovações. Essa gente é pipoca fresquinha, cheirosa, que a gente fica com vontade de encher as mãos e saborear.
Tem gente que não espera o apito final, que aproveita as chances e se joga, se veste com outras ideias e outros cenários. Gente que não teme aquela olhada para trás, não deixa que o saudosismo engesse as pernas e segue em frente, sorvendo e digerindo as transformações. Essa gente é pipoca das boas, que estoura enorme e inspira os milhos indecisos.
Mas tem gente que luta e reluta, que só vê cansaço e trabalho na mudança, que sofre e se contorce quando a vida convida aos novos desafios. Gente que se jogaria debaixo do sofá para esperar a transformação passar. Que não ousa mudar nem mesmo o lado para onde cai o cabelo. Que acredita em azar, torce para que nenhuma surpresa abale a rotina, nenhuma notícia mova as coisas do lugar.
Essa gente é milho duro que resiste, vai se deixando ir para o fundo do saco, se escondendo, fingindo ser até mesmo feijão, para não se deixar cair no panelão da vida. Esse panelão que sacode tudo o tempo todo e exige o máximo de resistência, flexibilidade e, muitas vezes, união de quem está dentro, para não desandar.
Os milhos duros não percebem quando já estão mudando de cor, ficando ásperos e sem sabor. Acreditam que a metamorfose da panela é mais dolorosa do que a fuga das mudanças. Observam os ímpetos dos corajosos e torcem silenciosamente para que nada dê certo, para que algo comprove suas teorias, e confirme que seus temores fazem sentido.
Os milhos duros não sabem que as mudanças os conectam com o tempo, os colocam em sintonia com as evoluções e transformação. Se isso soubessem, não hesitariam.
Na agonia de se preservarem e não se alterarem, desprezaram as habilidades de adaptação e progresso.
Para ser milho duro é preciso resistir, mas, para virar pipoca, basta se jogar!
As animações são um sucesso, possuem um público de todas as idades, são tramas emocionantes e cômicas.
A Netflix disponibiliza uma variedade imensa de filmes e seriados, e sempre fica difícil de escolher. Com isso, a CONTI outra selecionou uma lista de 10 ótimas animações disponíveis na Netflix para você.
1- Detona Ralph
Ralph é o vilão de Conserta Félix Jr., um popular jogo de fliperama que está completando 30 anos. Apesar de cumprir suas tarefas à perfeição, Ralph gostaria de receber uma atenção maior de Felix Jr. e os demais habitantes do jogo, que nunca o convidam para festas e nem mesmo o tratam bem. Para provar que merece tamanha atenção, ele promete que voltará ao jogo com uma medalha de herói no peito, no intuito de mostrar seu valor. É o início da peregrinação de Ralph por outros jogos, em busca de um meio de obter sua sonhada medalha.
2- Lilo & Stitch
Lilo é uma pequena garota havaiana que adora cuidar de animais menos favorecidos e vive com sua irmã Nani. Lilo tem o costume de coletar lixo reciclável nas praias para, com o dinheiro recebido, comprar comida para peixes e nadar até o alto-mar para alimentá-los. Até que, num belo dia, ela encontra um cachorro e decide adotá-lo. Entretanto, este cachorro na verdade é Stitch, um ser alienígena que caiu acidentalmente na Terra. Stitch esconde quatro de suas seis pernas e decide se fazer passar por um cachorro comum, desenvolvendo com o tempo um laço de amizade com Lilo.
3- Meu Malvado Favorito (1 e 2)
A pirâmide de Gizé foi roubada, sendo substituída por uma imensa réplica a gás. O feito é considerado o roubo do século, o que mexe com o orgulho de Gru. Desejando realizar algo ainda mais impressionante, ele planeja o roubo da Lua. Para tanto conta com a ajuda dos mínions, seres amarelados que trabalham como seus ajudantes, e do dr. Nefario, um cientista. Só que para realizar o roubo terá que tomar de Vetor, o ladrão da pirâmide, um raio que consegue diminuir o tamanho de tudo que atinge. Sem conseguir invadir a fortaleza de Vetor, Gru encontra o plano perfeito quando vê as três órfãs Margo, Agnes e Edith entrarem no local para vender biscoitos. Ele então vai ao orfanato e resolve adotá-las. Só não esperava que, aos poucos, fosse se afeiçoar às irmãs.
4- Valente
A jovem princesa Merida foi criada pela mãe para ser a sucessora perfeita ao cargo de rainha, seguindo a etiqueta e os costumes do reino. Mas a garota dos cabelos rebeldes não tem a menor vocação para esta vida traçada, preferindo cavalgar pelas planícies selvagens da Escócia e praticar o seu esporte favorito, o tiro ao arco. Quando uma competição é organizada contra a sua vontade, para escolher seu futuro marido, Merida decide recorrer à ajuda de uma bruxa, a quem pede que sua mãe mude. Mas quando o feitiço surte efeito, a transformação da rainha não é exatamente o que Merida imaginava… Agora caberá à jovem ajudar a sua mãe e impedir que o reino entre em guerra com os povos vizinhos.
5- Enrolados
Flynn Ryder é o bandido mais procurado e sedutor do reino. Um dia, em plena fuga, ele se esconde em uma torre. Lá conhece Rapunzel, uma jovem prestes a completar 18 anos que tem um enorme cabelo dourado, de 21 metros de comprimento. Rapunzel deseja deixar seu confinamento na torre para ver as luzes que sempre surgem no dia de seu aniversário. Para tanto, faz um acordo com Flynn.
6- Toy Story (1, 2 e 3)
O aniversário de Andy está chegando e os brinquedos estão nervosos. Afinal de contas, eles temem que um novo brinquedo possa substituí-los. Liderados por Woody, um caubói que é também o brinquedo predileto de Andy, eles montam uma escuta que lhes permite saber dos presentes ganhos. Entre eles está Buzz Lightyear, o boneco de um patrulheiro espacial, que logo passa a receber mais atenção do garoto. Isto aos poucos gera ciúmes em Woody, que tenta fazer com que ele caia atrás da cama. Só que o plano dá errado e Buzz cai pela janela. É o início da aventura de Woody, que precisa resgatar Buzz também para limpar sua barra com os outros brinquedos.
7- Monstros S.A.
Monstros S.A. é a maior fábrica de sustos existente. Localizada em uma dimensão paralela, a fábrica constrói portais que levam os monstros para os quartos das crianças, onde eles poderão lhes dar sustos e gerar a fonte de energia necessária para a sobrevivência da fábrica. Entre todos os monstros que lá trabalham o mais assustador de todos é James P. Sullivan, um grande e intimidador monstro de pelo azul e chifres, que é chamado de Sully por seus amigos. Seu assistente é Mike Wazowski, um pequeno ser de um olho só com quem tem por missão assustar as crianças, que são consideradas tóxicas pelos monstros e cujo contato com eles seria catastrófico para seu mundo. Porém, ao visitar o mundo dos humanos a trabalho, Mike e Sully conhecem a garota Boo, que acaba sem querer indo parar no mundo dos monstros.
8- Carros (1 e 2)
Relâmpago McQueen é um carro de corridas ambicioso, que já em sua 1ª temporada na Copa Pistão torna-se um astro. Ele sonha em se tornar o 1º estreante a vencer o campeonato, o que possibilitaria que assinasse um patrocínio com a cobiçada Dinoco. A fama faz com que Relâmpago acredite que não precisa da ajuda de ninguém, sendo uma “equipe de um carro só”. Esta arrogância lhe custa caro na última corrida da temporada, ele acaba chegando em uma cidade do interior, onde encontra uma população peculiar.
9- Ratatouille
O filme se passa em Paris. Remy é um rato que sonha se tornar um grande chef. Só que sua família é contra a ideia, além do fato de que, por ser um rato, ele sempre é expulso das cozinhas que visita. Um dia, enquanto estava nos esgotos, ele fica bem embaixo do famoso restaurante de seu herói culinário, Auguste Gusteau. Ele decide visitar a cozinha do lugar e lá conhece Linguini, um atrapalhado ajudante que não sabe cozinhar e precisa manter o emprego a qualquer custo.
10- Up, Altas Aventuras
Carl Fredricksen é um vendedor de balões que, aos 78 anos, está prestes a perder a casa em que sempre viveu com sua esposa. O terreno onde a casa fica localizada interessa a um empresário, que deseja construir no local um edifício. Após um incidente, Carl é considerado uma ameaça pública e forçado a ser internado em um asilo. Para evitar que isto aconteça, ele enche milhares de balões em sua casa, fazendo com que ela levante vôo. Só que, após o início da aventura, ele descobre que seu pior pesadelo embarcou junto: Russell, um menino de 8 anos.
Todos precisamos ser consolados em alguns momentos, mas sabemos consolar? Às vezes temos muito internalizadas certas forma de consolar que não são corretas, e hoje analisaremos o que significa, de verdade, a palavra consolar.
Estar presente nos momentos difíceis
Todos passamos por momentos difíceis nos quais sentir-se sozinho não será nada bom. No entanto, olhe ao seu redor! Tem muita gente que se importa com você, você também está disponível para elas? Não apenas devemos querer que as pessoas estejam sempre dispostas a nos ajudar, mas nós também precisamos estar dispostos para qualquer coisa que possa acontecer, a qualquer momento, de forma imprevisível.
Sejam amigos ou alguém da família, precisamos estar ali para eles, e “estar ali” não significa estar apenas presencialmente. Significa muitas outras coisas:
Saber ouvir a outra pessoa, mesmo quando você também tiver problemas. Chegará a sua vez e alguém ouvirá você e o apoiará.
Apoiar o que a outra pessoa expõe sem criticar, sem julgar e sem tentar manipular.
Ter uma mente aberta frente ao problema que você estiver ouvindo.
Se a pessoa está deprimida ou em estado de tristeza muito profunda, sempre que ela precisar esteja ali para ela.
Interesse-se pelo seu bem-estar, por saber se você pode solucionar os seus problemas.
Todos gostamos de ser ouvidos, mas ouvidos de verdade. Portanto, se você está disposto a consolar alguém, que seja de verdade, ouça-o com sinceridade e interesse-se pelo seu bem-estar.
A amizade é estar ali em cada momento do dia, com os braços abertos, esperando tanto os bons quanto os maus momentos.
Às vezes nos sentimos desconfortáveis quando consolamos alguém, pois é tudo que podemos fazer. A impotência começa a aparecer e inclusive você se sente um pouco inútil. Isto é consolar? Como posso ajudar de verdade?
Estar ao lado de alguém também é ajudá-lo
Como bem dissemos, nos sentimos inúteis, impotentes, por não sabermos ajudar de verdade. Pensamos que estar ali ao lado de alguém, apenas ouvindo e consolando, é não fazer nada. Você se engana. Você está fazendo muito.
Quando alguém tem um problema ou está passando por um momento ruim, você não pode interferir nisso. A dor de cada um deve ser vivida pela própria pessoa. Ninguém pode assumir o seu lugar, ninguém pode superá-la, salvo a pessoa que a sofre.
É uma coisa que precisamos começar a internalizar, para aprendermos a compreender as diferentes reações das pessoas. Pois muitas querem descarregar falando, enquanto outras preferem fazê-lo em silêncio.
Em certas ocasiões, o silêncio é o grito mais forte que a pessoa dá para pedir ajuda.
Aprenda a acompanhar alguém
Tanto se uma pessoa quiser falar, como se quiser se manter em silêncio, mantenha-se ao seu lado. Você só precisa acompanhá-la, ela só precisa saber que tem em você um braço que irá segurá-la se ela cair. Esse braço que a ajudará a se levantar não significa que a libere da dor, mas sim que lhe dará forças para continuar lutando e enfrentando a dor.
É evidente que não temos como saber o que a outra pessoa está passando e, mesmo que pareça absurdo o que ela estiver contando ou o que ela estiver passando, precisamos tentar criar uma empatia e usar a compreensão. Pare de dizer à pessoa que sofre que tudo vai passar, que é apenas um momento ruim… Pare de criticar, de dizer como ela é boba e que para você tudo é tão claro.
Não julgue, porque talvez no dia de amanhã você esteja passando por um momento similar. Você será consciente que talvez seja uma bobagem, mas você estará sofrendo mesmo que se negue a isto.
“Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e da sua própria renúncia. Uma coisa é supor que se está no caminho certo; outra é supor que esse caminho é o único”
Consolar não implica julgar, e sim acompanhar
Aprenda a estar presente para os outros, a consolar sem julgar a forma como pensam, o estão passando, o que estão sofrendo. Apenas acompanhe-os na sua dor. Faça com que saibam que se fraquejarem, você estará ali para oferecer um apoio.
Faça-os compreender que tudo é uma experiência, para o bem ou para o mal, e que cedo ou tarde a situação será algo que já ficou no passado e já foi superado.
Viktor Emil Frankl nasceu no dia 26 de março de 1905 em Viena, na Áustria. Faleceu em 2 de setembro de 1997, aos 92 anos de idade.
Descendente direto de judeus, ele foi médico, psicólogo, psiquiatra e sobrevivente dos campos de concentração da Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial.
O austríaco também foi um renomado filósofo da humanidade contemporânea, tendo feito diversas contribuições à psicologia, psiquiatria e neurologia.
Sabe-se que, no colégio, Frankl era um aluno inveterado a seguir na área da saúde. Aos 13 anos, já no segundo grau, ele assistia a uma aula de ciências naturais, durante a qual seu professor explicava que a vida acontece como um “processo de oxidação e combustão”. O jovem Frankl interrompeu a aula, perguntando, em voz alta, o seguinte: “Professor, se é assim, que sentido tem a vida?”
Desde cedo, já era possível perceber a curiosidade e preocupação de Frankl pela filosofia, especialmente por aquilo que trata sobre os sentidos, propósitos e causas da existência humana.
O jovem Frankl se destacou durante toda sua trajetória escolar. No último ano, para o exame final, ele entregou um trabalho sobre a psicologia do pensamento filosófico, com ênfase na filosofia existencialista de Sartre, da qual discordava em partes.
Diferentemente da maioria dos pensadores do Existencialismo – vertente que lhe serviu de base –, Frankl não era pessimista, cético e antirreligioso. Ele assumia uma visão mais otimista e esperançosa sobre a capacidade humana de superar adversidades e imposições da vida moderna.
Frankl se preocupava, acima de tudo, com o conceito de sentido, a partir do qual o ser humano se orienta na viagem de sua existência.
Em 1921, aos 16 anos de idade, Frankl já expunha suas ideias e considerações em palestras e debates por vários cantos da Europa. Nesse mesmo ano, ele participou de uma conferência sobre o tema “O Sentido da Vida” e, após o evento, foi imediatamente contratado para ser funcionário da Juventude Trabalhadora Socialista, uma comunidade com fins acadêmicos.
O vigor intelectual de Frankl rapidamente impressionou e o colocou em correspondência direta com Sigmund Freud. Por influência deste, Frankl publicou seu primeiro artigo científico em 1924, numa publicação renomada chamada International Journal Of Individual Psychology. Era um grande feito para alguém que estava em vias de iniciar a faculdade.
Frankl encontrava-se regularmente não só com Freud, mas também com Alfred Adler, tendo sido influenciado pelos dois. Enquanto Freud trabalhava mais com a psique e o desejo, Adler discutia sobre o poder e a vontade. No fim, ambos determinaram a orientação do pensamento do jovem Frankl.
Mais tarde, seu relacionamento com Adler foi rompido por causa de confrontos de personalidade, fortes divergências de opinião e subsequentes brigas explosivas. Quanto a Freud, Frankl passou a vê-lo com cada vez menos frequência, embora os dois mantivessem a afinidade um pelo outro.
No final de 1926, Frankl passou a ministrar palestras públicas, e apresentava-se em congressos por toda a Europa. Suas habilidades de persuasão e oratória eram claramente notáveis, assim como era adequada a organização de seus discursos.
Em Viena e outros seis estados, Frankl e sua equipe projetaram os chamados Centros de Aconselhamento Juvenil, onde jovens em dificuldade psicológica eram atendidos gratuitamente. Quando ficou sabendo que o índice de suicídio entre os jovens estava altíssimo, na época, Frankl organizou uma ação solidária de prevenção ativa, que se mostrou extremamente eficaz. Durante a ação, não houve registros de suicídio.
Mais ou menos nessa época, o austríaco já havia adquirido uma certa notoriedade, considerando que seus feitos como profissional ressoavam por onde quer que passasse.
Entre 1931 e 1932, aos 27 anos de idade, ele finalmente concluiu sua formação como médico. Em seguida, Frankl especializou-se em psiquiatria, para depois trabalhar em um hospital na cidade de Viena. Lá, ele conhece e se apaixona pela enfermeira Tilly Grosser, com quem se casou em 1941, mesmo ano em que ele e a família foram feitos prisioneiros pelos nazistas, na iminência da Segunda Guerra Mundial.
Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração
Por três longos anos, Viktor Frankl foi mantido prisioneiro em quatro campos de concentração espalhados por toda a Alemanha. Sua pele foi tatuada com o número 119.104, para sua identificação.
Naquela ocasião, sua esposa estava grávida. O pai, a mãe e o irmão foram todos mortos, brutalmente e sem misericórdia, pelo bárbaro regime nazista.
No ínterim desse momento delicado, Frankl ainda foi separado de sua esposa. Em suma, ele perdeu praticamente tudo o que tinha por causa do terrorismo regido por Adolf Hitler. De uma hora para outra, seu mundo colapsou.
Foi a esperança de reencontrar sua esposa e publicar suas ideias sobre a terapia do sentido da vida que manteve Frankl vivo ao longo de três anos de sofrimento humano avassalador.
Tamanha era a vontade de passar seus conhecimentos adiante, que Frankl perigosamente escondia rabiscos de sua teoria dentro das cuecas. O austríaco estudava o comportamento humano em um cenário de privação total, e esses estudos, por fim, embasaram o conteúdo de seu livro Em Busca de Sentido: Um Psicólogo no Campo de Concentração.
Aprisionado pelos nazistas como um animal em um abatedouro, Frankl pôde aprender o suficiente sobre como alguém é capaz de encontrar significado e luz quando só há morte e escuridão em perspectiva.
Apesar da solidão, da miséria, do desespero e do sofrimento de viver em condições subumanas, Frankl reuniu uma força intrínseca extraordinária para superar todas as dificuldades e poder viver em paz consigo mesmo.
Certa vez, ele disse:
“Mesmo nas situações mais absurdas, dolorosas e desumanas, a vida tem um significado em potencial e, portanto, até o sofrimento tem sentido.”
No livro, Frankl relata não só suas experiências como interno nos campos de concentração, mas também descreve seu método psicoterapêutico para encontrar sentido em todas as formas de existência: a Logoterapia.
Logoterapia
A Logoterapia é uma abordagem psicoterapêutica que possui um viés existencial. Essa abordagem integra a Terceira Escola Vienense de psicologia e, basicamente, é estruturada por três alicerces ideológicos: a liberdade do desejo, o desejo por sentido e o significado da vida.
Frankl afirmava que o homem não está totalmente sujeito aos seus condicionamentos, mas tem escolha de decidir e agir em face de todas as circunstâncias, independente da privação de sua liberdade. Segundo ele, existe no homem um desejo e uma vontade de sentido.
Como psicólogo, médico e psiquiatra, ele percebeu que as pessoas não sofrem apenas de frustrações sexuais (Freud) ou de complexos de inferioridade (Adler), mas também de um certo vazio existencial. Para ele, a maioria dos problemas psicológicos e psiquiátricos nasce do sofrimento causado pela sensação de falta de sentido.
Viktor Frankl viveu tempo suficiente para acompanhar as transformações sociais da modernidade. De acordo com ele, nós vivemos em uma sociedade que busca virtualmente se satisfazer, ou pelo menos se propõe a gratificar cada uma das necessidades humanas, mas se esquece, essencialmente, de seu significado.
“A atual sociedade de consumo até está criando necessidades, mas a necessidade de sentido – ou, como eu costumo dizer, a vontade de sentido – permanece insatisfeita.”
Não deixa de ser correto considerar que, atualmente, a sociedade passa por uma crise de individualismo e apego ao materialismo. Frankl concordava com isso.
Ele argumentava que o ser humano precisa, de fato, daquilo que ele chamava de “auto-transcendência”. Ou seja, a felicidade não pode ser perseguida de qualquer jeito, mas deve acontecer espontaneamente, não por mera vontade, e sim pelo sentido inerente ao sentimento. A auto-transcendência pressupõe que esse sentido só pode existir se a pessoa tiver uma causa maior do que ela.
Segundo Frankl, a busca da felicidade é uma contradição. Na sua opinião, estar preocupado com a própria felicidade e o próprio prazer é frustrar-se.
“A felicidade nunca pode ser buscada. Ela é uma consequência, um efeito colateral, um subproduto da realização de um sentido. Isso fica evidente nas neuroses sexuais, em que, precisamente, à medida que alguém está perseguindo a felicidade sexual e o prazer, estará fadado a falhar. Seja um homem que queira demonstrar a sua potência sexual, na mesma medida, provavelmente acabará sofrendo de impotência; ou uma mulher que quer demonstrar a si mesma que é plenamente capaz de chegar ao orgasmo, na mesma medida, provavelmente acabará frígida.”
Em sua filosofia logoterapêutica, o austríaco também apontou o humor como sendo uma arma de proteção na luta pela autopreservação.
“É bem sabido que o humor, mais do que qualquer característica do ser humano, pode diminuir o distanciamento de si mesmo e gerar capacidade de ascensão perante qualquer situação da vida, mesmo que por alguns segundos. A tentativa de desenvolver um senso de humor e ver as coisas sob uma luz bem-humorada é algum tipo de truque aprendido ao se dominar a arte de viver.”
Outro motivo de salvação na busca pela sobrevivência, Frankl lembra, é o amor. Na sua bela definição:
“O amor é a única maneira de entender outro ser humano no âmago mais profundo de sua personalidade. Ninguém pode tornar-se plenamente consciente da própria essência do outro, a não ser que ame. Por seu amor, alguém está habilitado a ver os traços essenciais e recursos na pessoa amada; e, ainda, ele vê o que é potencial nela, e o que não está atualizado, mas deve ser realizado.”
Em uma entrevista concedida para um canal de televisão canadense, Frankl ressaltou que dificilmente se encontra qualquer referência àquilo que é a preocupação mais básica e fundamental de uma pessoa: não é prazer nem felicidade, tampouco sucesso, poder ou prestígio, mas original e basicamente, seu desejo é encontrar e realizar um sentido em sua vida para cada situação que a vida apresentar.
De acordo com essa teoria, a motivação básica do comportamento humano baseia-se na busca de sentido para a vida, e a finalidade da terapia psicológica é justamente ajudar a pessoa a encontrar esse significado em particular.
Ou seja, na abordagem da Logoterapia, o desejo de encontrar um propósito de vida é a força motriz do ser humano; aquilo que o move e faz acreditar que vale a pena viver. Não se trata, portanto, de um sentido geral de existência, mas um sentido pessoal de cada indivíduo, que, por escolha, pode criar (e encontrar a si próprio).
“Quem conhece um sentido para a sua vida encontra, na consciência desse fato, mais do que em outra fonte, ajuda para a superação das dificuldades externas e dos desconfortos internos. Disto se infere a importância que tem, sob o aspecto terapêutico, a ajuda a ser prestada ao homem no afã de encontrar o sentido de sua existência e de nele acordar, enfim, o desejo dormente do sentido.”
Frankl teorizou que uma pessoa pode achar um sentido (ou um propósito) para sua vida de três formas: 1) criando um trabalho ou realizando um feito notável; 2) experimentando um valor ou amor; 3) através do sofrimento, adotando uma atitude em relação ao sofrimento inevitável.
“A auto-transcendência assinala o fato antropológico fundamental de que a existência do homem sempre se refere a alguma coisa que não ela mesma (a algo ou a alguém, isto é, a um objetivo a ser alcançado ou à existência de outra pessoa que ele encontre). Na verdade, o homem só se torna homem e só é completamente ele mesmo quando fica absorvido pela dedicação a uma tarefa, quando se esquece de si mesmo no serviço a uma causa, ou no amor a uma outra pessoa. É como o olho, que só pode cumprir sua função de ver o mundo enquanto não vê a si próprio.”
Frankl criticou também a ideia geral da hierarquia das necessidades de Abraham Maslow, afirmando que o preenchimento vertical dessas necessidades não é de muita ajuda, quando o que se procura é encontrar sentido: não se trata de ordenar as necessidades em maiores ou menores, e sim de identificar qual delas tem sentido, um objetivo por trás de sua realização.
Xausa (1986) afirma que a teoria de Frankl não foi um fenômeno isolado da conjuntura perversa que se firmou no século XX, em plena Segunda Guerra Mundial: ela teria sido a antítese das teorias e terapias reducionistas do século passado, expressando, com contundência, uma originalidade científica e um campo fundamental para o sentido da vida de cada ser humano.
Não foi por acaso que Viktor Frankl seguiu o caminho da Logoterapia. Percebeu ele que as pessoas, especialmente os jovens que retornaram da Segunda Guerra Mundial, estavam terrivelmente traumatizados pela destruição sofrida, e que somente poderiam recuperar-se psicologicamente dos danos sofridos – incapacidade mental, física, carência de afeto e de recursos culturais – quando se empenhassem na busca de um novo sentido para viver. Mais tarde, quando preso nos campos de concentração nazistas, ele mesmo constatou a necessidade dos seres humanos de buscar um significado de viver.
“Mesmo que o homem esteja numa situação terrível, em que a possibilidade de realização de valores de atitude seja limitada, a realização de valores de atitude sempre continua possível. E, através dela, a vida do homem conserva o seu sentido até o último suspiro.”
Em resumo, aprendemos com Viktor Frankl que, mesmo quando a vida parece longe de ter algum significado, ou a esperança se esvai completamente, nós somos capazes de suportar qualquer sofrimento e encontrar um sentido pelo qual viver.
Referências:
FRANKL, Viktor. Em Busca de Sentido: Um Psicólogo no Campo de Concentração. Estados Unidos (1984).
FRANKL, Viktor. A Psicoterapia na Prática. São Paulo (1991).
ASSUNÇÃO RODRIGUES, Larissa; ALVES DE BARROS, Lúcio. Sobre o Fundador da Logoterapia: Viktor Emil Frankl e Sua Contribuição à Psicologia. Goiás (2009).
“Viver amanhecendo é aprendizado que não posso perder de vista.” Pe. Fábio de Melo
“O que eu quero e sobrequero” é uma expressão de Guimarães Rosa e que tomo emprestada para falar do meu maior desejo .
Se uma fada madrinha aparecesse com sua varinha de condão, e me desse a possibilidade de realizar um desejo, não teria a menor dúvida e rapidamente responderia, inspirada na música “Tocando em frente” de Almir Sater e Renato Teixeira:“O que mais quero é tocar em frente a minha vida com valentia e ser feliz sem muitas garantias”.
O que mais quero é não ser o meu maior obstáculo, frente às lições do caminho, e ter coragem – seguir em frente apesar dos medos.
O que mais quero e sobrequero é ser como o velho boiadeiro, que leva sua boiada (todas as experiências boas e ruins) sem pressa, com um sorriso, forte e feliz, aceitando e aprendendo com cada passo e escorregadela que vier dar pelo caminho.
O que eu quero é não recuar frente às manhas da vida, manter-me firme e não permitir que a descrença more dentro de mim.
O que eu quero e sobrequero é não produzir pensamentos catastróficos constantemente, para que a paz possa vir em meu auxílio e ritmar o meu coração.
É encontrar um velho boiadeiro que me ajude quando nada sei e que eu também possa, com minha experiência, ser um velho boiadeiro para quem por mim passar.
O que eu quero e sobrequero é não me afastar de Deus e guiar-me sempre por Sua Palavra.
Tocar em frente e compor a própria história, sei bem que nenhuma fada irá me proporcionar, pois essa estrada é um processo de construção particular, intenso e profundo, que se faz continuamente por meio do autoconhecimento .
Cumprir a vida é ser estrada; viver intensamente cada passo dado, não se fechar às possibilidades do caminho, ter um olhar mais generoso para com as pessoas e saber lidar com a própria verdade.
O que eu quero é aprender a amar para poder pulsar e que, antes de morrer, eu saiba viver, pois “cada ser em si carrega o dom de se ser capaz e ser feliz”.
O filme de animação “O Profeta, de Khalil Gibran” é baseado no best-seller “O Profeta”, escrito nos anos vinte pelo poeta libanês Khalil Gibran e traduzido em mais de 40 línguas.
A história traz uma mensagem de paz, amor e fraternidade. No filme, uma coleção de nove histórias fala-nos de Mustafa, um poeta preso porque aquilo que escreve é considerado perigoso e rebelde. O poeta explica a uma jovem, Almitra, que uma prisão não consegue roubar a liberdade a um pensamento livre.
De acordo com Selma Hayek, o cinema de animação permite maior fidelidade à mensagem de Gibran:
“Através da arte, da música e da poesia, podemos exprimir melhor uma ideia. O filme fala da liberdade e a animação deu-nos a liberdade de ser mais fieis à mensagem.”
Este filme resultou de um trabalho especialmente inspirado, em que participaram nove dos melhores profissionais independentes do mundo, reunidos neste projeto pelo realizador de “O Rei Leão”, Roger Allers.
Abaixo: Trailer do filme “O Profeta” Estreia em cinema dia 28 de abril
Há quem o encontre prematuramente, no despertar da puberdade; há quem o receba na maturidade dos anos e há quem o espere pela vida toda. Não importa onde ou em que fase da vida estamos, o amor sempre se destacará em meio a nossas prioridades e jamais nos cansaremos nem desistiremos de achá-lo e de desfrutar de tudo o que ele traz, suas dores e alegrias, os encontros e desencontros, o sim e o não. Tão infinito em sua completude, tão contraditório em si é mesmo o amor, necessário e vital como o ar que respiramos, combustível do pulsar de nossos sentidos.
Mais difícil do que encontrá-lo, no entanto, é conseguirmos mantê-lo vivo dentro de nós e de quem nos rodeia, demorá-lo o suficiente para que não enfraqueça sob o peso amargo do dia-a-dia célere e frio a que nos lançamos, para que não se perca por entre as cobranças, as expectativas frustradas, o enfrentamento dos dissabores, do preconceito e das dificuldades financeiras; para que não se torne surdo às madrugadas insones à beira do berço, aos pedidos de socorro estampados nos olhos dos filhos, aos gritos mudos das carências do parceiro, à libido amortecida pelas contas a pagar ao fim de cada mês.
Mais difícil ainda é lembrar-se de reacendê-lo continuamente, com palavras gentis, cumplicidade no olhar, vidas entrelaçadas, corpos e almas que se tocam, mãos estendidas quando se pede ajuda, ouvidos atentos quando se pede compreensão, sinceridade quando se requer opinião. É preciso dormir e acordar o amor, afagá-lo, abastecê-lo, dar-lhe a devida atenção, porque ele não sobrevive somente do que aconteceu, do que foi dito e feito tempos atrás, e sim do que existe aqui e agora, das verdades que caminham em nossas vidas diariamente.
O amor não aceita desaforo, violência, desamparo, vaidade, preconceito ou orgulho. Não se prende a bens materiais, aparências, beleza física vazia, tampouco a desprezo. Não suporta ser esquecido, maltratado, cobrado, nem se rende a perfumes, flores e outros presentes, se isentos de sinceridade. Amor não se compra, amor não se ludibria, amor não se corrompe. É forte o bastante para resistir à dor, à doença, às cicatrizes no corpo e na alma, embora sucumba, mesmo que lentamente, à traição e à mentira, à dissimulação e ao abandono.
Não se ama sendo o que não quer ser, falando o que não tem fundamento em si, agindo contrariamente aos impulsos, sobrepondo o outro a tudo o que é seu. Porque o amor brota de dentro de nossas verdades para sair à procura de onde houver arrebatamento sincero. Enquanto não formos inteiros, completos e reais, não estaremos prontos para o amor, para o encontro com o outro, pois não seremos dignos de receber de ninguém o que não estivermos dispostos a dar em troca.
Não estaremos preparados para compartilhar amor pleno, caso ainda não tenhamos certeza de quem somos, do que e de quem queremos, caso ainda não sejamos honestos por inteiro. O amor é preenchimento, jamais solidão. É afirmação e aceitação, é avidez por viver e respirar com liberdade, mantendo-se sempre a postos, dentro e fora de nós. No entanto, só irá e virá ao encontro daquilo que for verdadeiro e somente pousará junto de quem for leal a tudo o que define a própria essência, de quem não mente para si mesmo.
Porque então o amor saberá que ali terá menos chances de sofrer a dor de ser esquecido e menosprezado, ali se intensificará e multiplicará. Porque então poderá ser verdadeiro, como todo e qualquer amor tem de ser, como diz o nosso poetinha, infinito enquanto durar. E que assim se preencha toda a dimensão dos nossos sonhos…
Devido à poluição eletromagnética, nosso corpo pode apresentar diferentes problemas de saúde, por isso, deveríamos restringir seu uso, por exemplo, desligando o wi-fi quando não o estivermos usando.
As novas tecnologiasrevolucionaram o mundo e ampliaram as possibilidades de comunicação, trabalho, lazer e qualquer outra coisa que pudermos imaginar.
Nesse contexto, a conexão sem fio à internet se tornou essencial, já que permite acessar a muitas outras ferramentas de grande utilidade.
O wi-fi se tornou indispensável nos lares, ambientes de trabalho, escolas e muitos outros espaços em que se oferece a conectividade para aproveitar todas as oportunidades que a internet oferece.
No entanto, existem algumas desvantagens que muitas pessoas desconhecem e que, inclusive, podem estar influenciando nosso estado de saúde.
Muitos especialistas o estão classificando como “inimigo silencioso” e seu principal argumento são os níveis de radiação que emite.
Neste artigo, queremos descrever em detalhes quais os seus perigos e o que se pode fazer para reduzir ao máximo o risco.
Quais os perigos ocultos da tecnologia wi-fi?
Apesar de já terem sido divulgados muitos documentos sobre os perigos da radiação que os dispositivos móveis e outros aparelhos emitem, muitas pessoas ainda ignoram o tema ou não tomam plena consciência dos riscos.
Ainda que já há várias décadas a tecnologia tenha chegado para ficar, é necessário muito mais tempo para compreender exatamente a influência que tem no organismo humano.
Até agora, foram realizadas várias investigações científicas que analisaram o impacto das ondas eletromagnéticas sobre a atividade cerebral e os sistemas do corpo.
Existem provas que sugerem que está relacionada à aparição de cânceres e outros tipos de doenças de difícil tratamento.
Em um relatório destinado ao público, conhecido como Bioiniciative, são resumidas cerca de duas mil pesquisas internacionais que relacionam a exposição prolongada às radiações eletromagnéticas com certos tumores.
Além disso, poderia ser uma causa de episódios contínuos de dores de cabeça, hiperatividade ou má qualidade do sono.
Realmente, quem trabalha com esse tipo de equipamento segue recomendações estritas de segurança, cuja finalidade é diminuir os efeitos negativos da radiação sobre o corpo.
A preocupação cresce com a exposição das crianças, que são mais suscetíveis aos danos, porque estão em pleno processo de crescimento.
Pensando nisso, países como Inglaterra, França e Suécia já começaram a retirar o wi-fi das escolas, museus, bibliotecas e de outros lugares públicos, com o objetivo de regular o consumo dessa tecnologia e buscar outros sistemas que permitam desfrutar da web através de conexões elétricas.
Que medidas posso tomar para diminuir o impacto negativo do wi-fi?
A fim de diminuir os impactos negativos dessa tecnologia, existem várias medidas que você pode levar em conta:
Desligue o roteador durante a noite ou quando ninguém o esteja usando. Se o dispositivo se encontra localizado na cozinha ou quarto, transfira-o o quanto antes para outro local, menos frequentado.
Pergunte sobre a instalação de rede via cabo, incluindo a de telefone. Ainda que os telefones sem fio sejam mais práticos, sua radiação também tem efeitos danosos.
Utilize os aparelhos móveis e computadores apenas em um determinado período. De toda forma, evite tê-los no quarto.
Desfrute de mais tempo ao ar livre, realize exercícios físicos e leia os jornais e revistas em papel, ao invés dos digitais.
Até o momento, não existe nenhuma entidade ou sistema de controle permanente e confiável que permita aos consumidores saber dos perigos aos que estão expostos de acordo com o nível de radiação.
O agravante é que a poluição eletromagnética está crescendo a passos largos em pouco tempo, e não se sabe a que níveis chegará em alguns anos.
Em países como o Japão e Estados Unidos, já está sendo desenvolvido outro tipo de tecnologia móvel que não implique no uso de ondas eletromagnéticas.
Estima-se que sejam necessários cerca de 30 anos para que se decida alertar sobre os efeitos que esses aparelhos têm no corpo humano.
A superexposição aos mesmos é algo que não se deve ignorar e que, ainda que pareça que se pode fazer pouco, cada um pode tomar suas próprias medidas para diminuí-la.
Para concluir, como consumidores desse tipo de tecnologias, devemos nos precavere utilizá-las com mais responsabilidade.
Apesar de podermos realizar milhares de coisas todos os dias graças ao wi-fi, não se deve esquecer que também acarreta várias consequências.
“The Present” é um curta metragem feito por Jacob Frey.
A história é baseada em uma HQ (história em quadrinhos) brasileira, feita por Fábio Coala.
Com mais de 50 prêmios e com a participação em mais de 180 festivais de cinema, o curta mostra a mudança na vida de um adolescente após ganhar um presente da mãe.
Tem gente que acumula quinquilharia. Tem gente que acumula pérolas. Qual acúmulo é melhor? Nenhum dos dois!
Acumular, no dicionário: v.t e p. 1. pôr(se) em cúmulo ou montão; amontoar(se). 2. Ajuntar(se), reunir(se).
Tem gente que acumula lixo, lembranças, vontades, mentiras, frustrações, quilos, papéis, poeira, objetos, medos, ilusões, projetos, desejos, sonhos.
Porém esses acúmulos são apenas sintomas, efeitos colaterais, de outros dois acúmulos: passado e futuro. E são totalmente prejudiciais à saúde.
Quem não consegue se desapegar do que passou, de histórias que não deram certo, de lembranças boas que não voltam mais, de projetos que fracassaram, de mágoas antigas, de velhos traumas, adoece.
Quem não consegue se desapegar do futuro e está sempre pensando como será a vida daqui a 5, 10 ou 20 anos, que esquece o presente para pensar e batalhar incessantemente o futuro, também adoece.
Os efeitos nocivos de acúmulos de passado e futuro geralmente são os mesmos: solidão, medo, depressão, aumento de peso, dificuldade para dormir, dificuldade para se relacionar, fobias, angustia, insatisfação, ansiedade, doenças.
Nossa consciência só entende a linguagem do AGORA, mas como o AGORA é algo desconhecido – portanto, ameaçador – a mente, que é identificada com o ego, cria estratagemas de defesa contra esse corpo estranho chamado AGORA: acumula passado e futuro.
De acordo com o pesquisador e professor de espiritualidade contemporânea da Universidade de Cambridge, Eckhart Tolle, autor do livro best-seller “O poder do agora”, “para permanecer no controle a mente trabalha o tempo todo para esconder o momento presente com o passado e o futuro. Assim, a vitalidade e o infinito potencial do Ser, que é inseparável do Agora, ficam encobertos pelo tempo e a nossa verdadeira natureza é obscurecida pela mente”.
Segundo Tolle, todo sofrimento deriva da incapacidade de viver o momento presente: “O sofrimento varia de intensidade de acordo com o nosso grau de resistência ao momento atual”.
Claro que planejar o futuro é saudável e maduro. Evidentemente que lembrar coisas boas que passaram faz bem. Porém, condicionar a maioria das ações (pensamentos e emoções) ao passado e ao futuro não é saudável.
Nas palavras do escritor: “ Não há nada de errado em estabelecermos metas e nos empenharmos para conseguir bens. O erro existe em usar isso como um substituto para o sentimento de vida, para o Ser. O único ponto de acesso para isso é o Agora”.
E acrescenta: “Toda negatividade é causada pelo acumulo de tempo psicológico e pela negação do presente. O desconforto, a ansiedade, a tensão, o estresse, a preocupação, todas essas formas de medo são causadas pelo excesso de futuro e pouca presença. A culpa, o arrependimento, o ressentimento, a injustiça, a tristeza, a amargura, todas as formas de incapacidade de perdão são causadas pelo excesso de passado e pouca presença”.
Portanto, proponha-se a uma faxina mental diária. Vigie seus pensamentos. De nada adianta jogar papéis velhos, frascos de perfume, roupas e objetos na lata do lixo e continuar vestindo antigos personagens e investindo em roteiros invisíveis e imaginários.
De nada adianta fazer dieta e malhar para perder peso se o acumulo de peso for reflexo de acúmulos emocionais de passado (mágoa) e futuro (medo). De nada adianta sonhar com um trabalho melhor, mas estar apegado à ideia de um trabalho perfeito que acabou – ou à ideia de um trabalho maravilhoso que ainda não chegou. De nada adianta querer viver um grande amor se a mente está presa num relacionamento que fracassou ou na promessa da chegada de um príncipe no futuro.
Quanto mais vigiarmos nossos pensamentos, quanto mais tomarmos as rédeas da nossa mente, quanto mais impedirmos que a nossa mente fique vagando em lembranças que não servem para nada e hipóteses relacionadas ao futuro, mais conectados com nossas verdadeiras necessidades ficamos, mais criativos, abertos e entusiasmados nos tornamos.
É quando estamos distraídos que as boas surpresas da vida acontecem.
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