O Grande Lebowski: O que é um herói?

O Grande Lebowski: O que é um herói?

Às vezes um homem. Não vou dizer herói porque… O que é um herói? Mas, às vezes, um homem é o homem certo para determinado tempo e lugar. Ele se encaixa perfeitamente. Mas, às vezes um sujeito. Às vezes, um sujeito. Quero dizer, perdi o nó da meada. Com uma introdução confusa, inicia-se a história de “O Grande Lebowski” (The Big Lebowski) dos irmãos Coen, filme que, como a própria introdução indica, faz uma verdadeira ode ao absurdo.

A trama narra a história de Jeff Lebowski (Jeff Bridges) ou simplesmente “The Dude” (O Cara), um pacifista, meio hippie, despreocupado com a vida, que divide seu tempo entre fumar maconha, ouvir música e jogar boliche. Vivendo de forma tranquila e relaxada, sem qualquer tipo de preocupação com o amanhã. Essa tranqüilidade só é ameaçada quando “O Cara” é confundido com outro Jeff Lebowski, um milionário, tendo a sua casa invadida por capangas, que o agridem e urinam no seu tapete.

Sentindo-se indignado por ter o seu tapete, o qual compunha perfeitamente a sala, estragado, “O Cara” decide procurar o verdadeiro Lebowski, a fim de cobrá-lo pelo ocorrido. A partir de então, a história que já parecia absurda, converte-se em uma sucessão de acontecimentos bizarros e inacreditáveis, formando uma comédia nonsense, em que o absurdo se faz presente a cada nova cena.

Essa construção dos irmãos Coen, no entanto, não está ali de forma gratuita, fazendo com o que o filme seja analisado com um olhar muito mais profundo. Através dos acontecimentos absurdos vividos por um vagabundo preguiçoso, o filme busca desconstruir de forma ácida a imagem do típico herói americano e do estilo de vida considerado como de sucesso representado pelo “american way of life”.

A própria construção do personagem demonstra isso. Um sujeito que não trabalha, que não se preocupa com o amanhã, que não se move por status, que é considerado um dos homens mais preguiçosos do mundo, que passa um cheque de sessenta e nove centavos, um sujeito tão largado que não necessita nem de um nome, “O Cara”, simplesmente o serve. Ou seja, “The Dude” é um “herói” que foge totalmente ao modelo de herói americano, que trabalha duro, é inteligente, tem raciocínio rápido e é dono do seu pedaço, defendo-o inclusive por meio da violência. “O Cara” quer apenas tomar banho de banheira ouvindo música de baleias sem ser incomodado. É pedir de mais?

Sendo assim, o personagem de Bridges é a única composição que poderia viver as histórias inacreditáveis e hilárias que ocorrem ao longo da trama, buscando, como já disse, destruir a figura do herói americano, sobretudo, em um contexto de guerra (que permeia todo a história dos Estados Unidos), bem como, demonstra a fragilidade ideológica que se iniciou nos anos 90, em que vários elementos da cultura americana são satirizados.

O que se busca com O Grande Lebowski é demonstrar, por meio de uma comédia nonsense, características daquela sociedade americana, como a paranoia criada pelas guerras, o que é caricaturado perfeitamente no psicótico e raivoso Walter (John Goodman), um ex-combatente do Vietnã; a procura pelo sucesso, totalmente desconstruído pelo “Dude”; o esvaziamento de ideologias e o apego a conceitos baratos, algo que se multiplicou ainda mais com o desenvolvimento da internet.

Ao criar a atmosfera confusa do filme, os irmãos Coen questionam até que ponto aquilo que é valorizado pela sociedade americana possui de fato valor. Isto é, o que é um herói realmente como se questiona no início da obra? Será que é o modelo do patriota americano que luta nas intermináveis guerras que o seu país se envolve em busca de mais riqueza e poder? Será que é o empresário burocrata em busca de mais dinheiro e poder? O que é um herói de verdade?

O Grande Lebowski questiona e destrói esses conceitos por meio de uma narrativa niilista que não acredita em nada e desconstrói tudo a sua volta, em um tom pós-moderno, em que os valores sólidos foram derrubados, assim como o muro de Berlim. O tom captado por Joel e Ethan na composição do filme apresenta a tragédia cômica de um homem comum, que não é um herói, é simplesmente “O Cara” e vive diante de um mundo absurdo.

Absurdo representado não apenas pelos acontecimentos inimagináveis, mas, acima de tudo, pela demonstração de um mundo carente de ideologias fortes, de verdades sólidas, de respostas para perguntas que incomodam o homem, como o que é a felicidade e o sucesso. Ou seja, o absurdo representado como uma forma de existencialismo traduzido por meio de um pária, alguém sem nenhum valor social, assim como os heróis beckettianos Vladimir e Estragon, e que, portanto, acabam sendo a melhor representação de um mundo absurdo em que não há um modelo próprio para definir os questionamentos da vida.

Jeff Lebowski, melhor, “The Dude” é, acima de qualquer coisa, a representação da tragédia humana, em que divagamos em busca de respostas que não são encontradas, tentando de algum modo fazer com que sintamos que existimos e para tanto são construídos padrões e até mesmo ditaduras invisíveis que são entoadas como sinônimo de sucesso. Mas o que é um herói? Sem responder, O Grande Lebowski busca apenas desconstruir todos os protótipos da sociedade americana e, assim, demonstrar por meio de uma comédia de erros, cheia de absurdos, a própria tragédia humana em um mundo sem colorido e sem direção.

Dinheiro não corrompe ninguém. Só piora quem é ruim e melhora quem é bom.

Dinheiro não corrompe ninguém. Só piora quem é ruim e melhora quem é bom.

Ahh… como é fácil jogar a culpa no dinheiro, né? “Maldito vil metal!”, repetem aqui e ali. Segundo essa lógica infantiloide, superficial e fantasiosa, a vida só vai entrar nos eixos quando todo o dinheiro desaparecer do mundo.

A corrupção na política? “Só existe por conta das grandes cifras dando sopa!”

O casal que se divorcia e começa a brigar de verdade na hora de dividir os bens? “É porque são ricos. Fossem pobres, separavam e pronto!”

Os velhos amigos que rompem uma parceria comercial? “É porque começou a entrar dinheiro. Maldito dinheiro!”

Quanta balela! Será mesmo assim? Será verdade que o dinheiro nos transforma sempre para o mal? É certo que todos somos corruptos essenciais e só nos falta uma oportunidade para enriquecer de forma ilícita? Será mesmo que uma herança é capaz de separar irmãos? Terá a primeira mala de dólares em nossa frente o poder de nos tornar meros monstros egoístas?

Ou será que tudo já estava ali, predisposto, esperando sua chance de acontecer e o dinheiro era só o motivo que faltava?

Sei não. Mas eu tenho pra mim que ninguém vira um canalha porque ganhou uma bolada. Não é verdade que o fulano se perdeu na vida porque ficou rico, que sicrana se tornou pessoa má depois de casar com um milionário e que beltrano maltrata os empregados porque é cheio da grana. Fulano, sicrana e beltrano serão ruins com ou sem uma fortuna no banco. O que passa é que com dinheiro fica mais fácil ser e mostrar o que a gente de fato é: patife ou benfeitor. Como também, dependendo do caso, com dinheiro fica mais fácil esconder, mascarar, dissimular e essas coisas que uma hora sempre aparecem.

Dinheiro e gente imbecil fazem uma combinação perigosa. Se o sujeito é sórdido, descarado, perverso, ter recursos financeiros só o torna mais calhorda ainda. Porque dinheiro é um negócio muito simples: piora quem já é ruim e melhora quem é bom.

Cheio da grana, quem é mau fica péssimo e quem é bom fica ótimo!

Dinheiro no bolso sem vergonha na cara é a pior pobreza que existe. Quem tem saldo bancário mas não conhece outros valores não vale nada. É tão simples!

Por outro lado, riqueza nas mãos de gente boa é o melhor negócio do mundo. Ajuda a concretizar grandes ideias, realiza projetos, multiplica recursos, divide com quem precisa! Dinheiro e gente decente é uma mistura poderosa. Uma das únicas capazes de transformar esse mundo tão tomado de seres mesquinhos concentrando renda.

Não, o dinheiro não corrompe ninguém. Quem se deixa estragar por ele já estava perdido. E quem tem bom coração só melhora quando enriquece.

Por que será que temos essa mania de criar tantas expectativas?

Por que será que temos essa mania de criar tantas expectativas?

Quando temos um sonho, não um sonho tolo de fantasia, mas um sonho desses que têm o poder de nos levar alguns passos adiante no futuro e nos devolver ao presente, cheios de tesão pela vida e de uma pulsante iniciativa, aí podemos experimentar o sabor indecifrável de viver uma vida que seja extraordinária, uma vida que nos livre da apatia da mediocridade.

Sonhar é absolutamente fundamental para temperar a vida. Temperar a vida. Se a vida fosse um pão, por exemplo, o sonho não seria nem a farinha, nem o sal, nem a água, nem o fermento. O sonho seria aquela porção generosa de açúcar para transformar o pão de sal em pão doce; o sonho seria aquela pitada de alguma especiaria exótica, para transformar o pão do dia a dia, num pão de festa; o sonho seria aquela crostinha irresistível de parmesão ou alecrim. O sonho é o tempero da vida. Sem ele, a vida vira aquela coisa insossa, pastosa, seca, comum.

Mas, também é fato, que não há vida que se sustente só de sonhos. A vida é o presente mais caro, raro e especial que recebemos inteiro nas mãos. O que faremos dela, como a desfrutaremos, se a saborearemos a sós, a poucos ou a muitos, é nossa inquestionável e intransferível escolha.

E, a depender das escolhas que venhamos a fazer, a vida pode ser uma jornada espetacular ou uma soma de incontáveis “bate-voltas” de um lugar sem graça a inúmeros outros lugares sem significado. Nossas escolhas ficam rígidas, enferrujadas e escorregadias quando as despimos dos sonhos e a enclausuramos em arriscadas expectativas.

E, embora as escolhas sejam inerentes à aventura de viver de cada um de nós, em sua trajetória própria, cada escolha que fazemos pode mudar de forma significativa o destino de outros em suas próprias trajetórias, quer sejam outros próximos ou outros absolutamente desconhecidos. Tornamos o outro refém das nossas próprias expectativas quando o incluímos num plano nosso sem considerar o seu direito de escolha.

É como se cada um de nós, nesse imenso planeta, tivéssemos na ponta dos dedos a parte extrema de um fio, ao mesmo tempo delicado e vital. E esse fio tivesse outras milhares de pontas, na extremidade dos quais, outros de nós repousam seus dedos. Assim, é como se a cada mudança de direção, rota ou força impelida em nosso fio, todos os outros tivessem que se reacomodar, reorganizar e trocar de planos.

Mesmo sem querer, tocamos outras pessoas com o que fazemos, sentimos, deixamos de fazer ou deixamos de sentir. E essa conexão, ou desconexão, fica indisfarçavelmente clara quando incluímos o outro nos nossos planos, sonhos e projeções, sem nos darmos ao trabalho de refletir acerca da implicância dessa atitude na trajetória do outro. Parece que fazemos questão mesmo de nos esquecermos que o outro pode não querer fazer parte daquilo; de repente, o nosso sonho construído em torno de alguém pode se desfazer em pedaços porque fomos tão egoístas e simplesmente desconsideramos que o outro tem vontades, tem planos, e, sobretudo, tem seus próprios sonhos.

Que falta de jeito a nossa, em lidar com a realidade quando fazemos da nossa vida apenas um projeto de sonho. Que ingenuidade, projetar fora de nós toda a estrutura de uma obra que deveria acontecer aqui dentro, para depois ser edificada com outras mãos além das nossas; outras mãos que se juntem às nossas de livre e espontânea vontade, simplesmente porque olhou para o nosso sonho e pensou “quero fazer parte disso, esse sonho é meu também”.

Com licença, essa vida é minha. Meta-se com a sua!

Com licença, essa vida é minha. Meta-se com a sua!

Na minha vida há lugar para dúvidas, medos, bobeadas, infantilidades, ressacas. E tudo isso junto e muito mais. Na minha vida há lugar para comemorações, gargalhadas, defesas exacerbadas, abraços sufocantes. E mais, bem mais.

Mas, na minha vida não há lugar para pitaco, fofoca, questionamentos, julgamentos.

Curiosa é a impressão de que minha vida está sempre fora do lugar. Nunca organizada o bastante, jamais assentada em base sólida. Uma vida que flutua e segue à mercê das luas e marés. Assim ela é, mas é minha e de mais ninguém.

Minha vida é uma casa, às vezes aberta à visitação, outras tantas, fechada para limpeza e reparos.

Minha vida é um livro, com partes enfadonhas alternando com capítulos de tirar o fôlego.

Minha vida é uma bicicleta que ganha velocidade nos trechos sem obstáculos mas passa maus bocados nas ladeiras.

Minha vida é um par de óculos cujas lentes só garantem a visão até o grau que suportam. Mais do que isso, embaçam.

Minha vida é uma banda com os instrumentos lutando pela tão sonhada harmonia e ritmo comuns.

Minha vida é um barco que aguenta firme os solavancos das águas e também medita na calmaria.

Uma vida não é diferente de nenhuma outra vida. Estar vivo e encarar toda a bagunça que vem pela frente, eis a arte que vai fazer a diferença entre as vidas.

Mentira seria dizer que uma vida recebeu porção maior ou menor de sorte na vida. A vida já uma sorte, das grandes!

Os amores que colorem a vida podem se demorar mais em uma vida ou em outra, mas, e sem nenhuma dúvida, são os amores daquela vida. Moraram nela com permissão. E, se foram embora por vontade ou por convite, isso é das coisas que fazem parte da vida.

Falando em convite, e é por isso que fala da vida, creio que deveria ser proibida a entrada, permanência, mesmo que furtiva, de uma vida em outra vida sem a devida autorização.

É invasão de propriedade, de privacidade, de personalidade.

As vidas se tocam, se trocam, se compartilham. Mas uma vida não deve ser invadida, nem pilhada, amordaçada ou confiscada.

E, se em qualquer momento da vida essa ameaça parece ganhar vida, este é o momento certo de banir para o mais longe possível, e, para ilustrar, talvez usar a tão famosa quanto eficaz frase: “Meta-se com a sua vida!”

Pior do que a ausência é a insistência sem reciprocidade

Pior do que a ausência é a insistência sem reciprocidade

Por Samantha Silvany – Via Sábias Palavras

Tem dias em que ainda acredito que não vai passar, mesmo contradizendo tudo que já vivi, a malícia do tempo e a veracidade da minha memória. Tem dias que já se tornaram anos, e eu ainda o cito como se tivéssemos nos falado ontem. Tem dias em que sinto vergonha por todos aqueles que pensei ter gostado antes dele. Nada se compara. A gente tem que se acostumar a perder alguém antes de se preocupar em mantê-lo, porque a decisão de partir não é nossa. A maioria das pessoas vai simplesmente passar pela gente. Só devemos nos importar com aqueles que decidem ficar por nós, independentemente do quanto seja difícil. Eu não sabia disso, agora eu sei.

Já me afastei de pessoas que eu amava, e sei que era amor porque a distância não diminuiu o sentimento. Mas eu tive que escolher a mim porque pior do que a ausência é a insistência sem reciprocidade. Enquanto eu continuava pensando em como estaríamos hoje, se ele sentia minha falta como eu sentia a dele, se ele se imaginava nos melhores e piores momentos comigo ao lado ou se ele se lamentava, ainda que baixinho dizendo a si mesmo, por ter me perdido…. Minha vida estava passando e a dele está seguindo em frente sem mim.

Nunca senti uma sensação tão incomoda em toda minha vida quanto a saudade. Sério. É um aperto no peito tão forte, uma vontade desesperada de sair correndo, fugir daquilo, fugir dele ou de mim mesma e das consequências que eu não quero suportar de minhas escolhas. Ninguém está esperando que você se recupere, que enterre o passado e sacuda a poeira de memórias já gastas. Ninguém vai te lembrar do tempo que você perde enquanto aguarda o melhor momento pra superar. Você tem que começar de algum lugar, tirar forças de dentro de si. E, sobretudo, entender que terminar não é um fardo, e sim, uma escolha.

Você poderia estar com ele, sim. Acontece que você merece muito mais do que ele tinha te oferecer. Guarda a saudade no bolso e estampa o sorriso no rosto. O amor não é como a maioria dos outros sentimentos. Tem o lado ruim, aquele que doí, e você nunca mais vai ser o mesmo. Eu não sabia disso, mas agora eu sei.

Depois dos felizes para sempre: os relacionamentos em 10 filmes fantásticos

Depois dos felizes para sempre: os relacionamentos em 10 filmes fantásticos

Mais que a consagração da união entre duas pessoas que se amam, com ou sem festa, uma união afetiva fala de amor, compreensão, companheirismo, maturidade, aceitação e dinamismo em encontrar soluções conjuntas.

Na lista abaixo vocês encontrarão dez filmes que nos incitam a pensar mais à respeito do que vem depois do famoso “Felizes para sempre”.

1 – CENAS DE UM CASAMENTO, Ingmar Bergman, 1973

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A dor e a raiva, a paixão e o amor, o riso e as lágrimas. Todas as “estações” do que é estar vivo e partilhar vida são tratadas nesse belo filme. Apreciado principalmente na Suécia, país onde a tv o exibiu em forma de minissérie antes, “Cenas de um casamento” não nos fala de forma doce ou leve sobre as relações humanas. Em diálogos ácidos, os personagens, dentre eles o casal Johan e Marianne, deixam aflorar seus mais ocultos ressentimentos e amarguras; tudo condizente com o cinema de natureza psicológica do diretor Ingmar Bergman. O filme tem um efeito quase documental. O espectador percebe cada gesto, cada sorriso como se estivesse ao lado dos personagens em um enredo demasiadamente humano, que carrega questionamentos acerca de temas como a existência, amor, relações familiares, dentre outros.

2 – SHIRLEY VALENTINE, Lewis Gilbert, 1989

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Shirley Valentine é uma dona de casa que todos os dias arruma a casa, passa roupa e prepara o jantar para o marido. Em certo ponto Shirley decide seguir seus mais loucos sonhos e isso inclui uma viagem para a Grécia. Engana-se quem pensa que vai encontrar nesse filme uma comédia romântica clichê. O texto esbanja um senso de humor ácido, amparado por uma estrutura deliciosamente farsesca. A protagonista, vivida competentemente por Pauline Collins, conversa com o público durante todo o filme e o faz tão confidente quanto as paredes de sua casa, que a escutaram por longos anos. Filme primoroso!

3 – COLCHA DE RETALHOS,  Jocelyn Moorhouse, 1995

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O filme “Colcha de retalhos” narra as experiências de vida de um grupo de mulheres maduras que costumam reunir-se a cada ano para confeccionar uma colcha de retalhos, cujo tema escolhido na ocasião é “onde mora o amor”. Cada uma delas borda um pedaço de pano que se relaciona metaforicamente ao que sentem. Ao final elas unem todos os pedaços formando uma linda colcha artesanal bordada de histórias. Essas histórias são no filme objetos de estudo da mestranda Finn, uma jovem que se encontra dividida entre casar-se com o homem que ama e sua liberdade. Esse é um daqueles filmes absurdamente tocantes. Cheio de simbologias, reflexões e ensinamentos, “Colcha de retalhos” dedilha carinhoso as relações humanas, deixando ao final uma sensação boa de quero mais. Imperdível!

4 – ENCONTROS E DESENCONTROS, Sofia Coppola, 2004

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Duas pessoas se encontram por acaso em um hotel em Tóquio. Ambas são estrangeiras, casadas e estão lá de passagem. Uma é Bob Harris: famoso ator americano de meia idade que foi para lá sozinho, para gravar um comercial de Whisky. Ele se mostra entediado, sofre de insônia, está casado há 25 anos e tem um casal de filhos, no entanto é um marido e pai ausente. A outra é Charlotte, uma moça de Nova York que está acompanhando o marido fotógrafo, com quem se casou há dois anos, contudo ela pouco o vê. Ela e Bob se encontram no hotel e aos poucos se aproximam. Cria-se entre eles uma imensa empatia. Esse encontro tem certo tom erótico, mas o que prevalece entre ambos é o desejo de compartilhar experiências. De forma delicada o filme, dentre outras coisas, nos faz refletir acerca do casamento e do que deveria ser inerente a ele.

5 – FOI APENAS UM SONHO, Sam Mendes, 2009

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Nos EUA, na década de 50, a vida se resumia, para o homem, ter um mesmo emprego por anos, casar, ter filhos e comprar uma casa pela qual pagaria pelo resto da vida e, para a mulher, usufruir de seu lar recheado de eletrodomésticos e fazer dele o local perfeito para uma vida perfeita, no entanto uma vida perfeita não existe. April e Frank formam o típico casal aparentemente feliz dessa década e tudo parece correr como deveria, contudo, ambos não se sentem realizados. Esse filme toca em um tema delicado: a frustração de se conformar em nascer, crescer, trabalhar, casar, ter filhos, casa própria, envelhecer e morrer – tudo isso sem muitos riscos e sem grandes entusiasmos.

6 – MAIS UM ANO,  Mike Leigh, 2010

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O que fazer para manter a felicidade tão próxima por tanto tempo? O longa inglês “Mais um ano”, um filme simpático com diálogos sensacionais, busca responder a essa pergunta. Na trama, um casal (interpretado por Jim Broadbent e Ruth Sheen) sempre tenta ajudar amigos a saírem de problemas. Durante um período, que definimos como ciclos em estações do ano, a casa deles vira um verdadeiro consultório para ajuda e conselhos que contam com diálogos muito bem escritos. Um filme para cinéfilos pacientes que trata da vida e do tempo no qual ela pacientemente se faz.

7 – TERÇA, DEPOIS DO NATAL, Radu Muntean, 2010

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Em “Terça, depois do Natal” o personagem Paul está diante de um impasse rodrigueano: a preparação do seu Natal promete ser duplamente torturante porque ele é casado com Adriana há dez anos e há seis meses tem como amante Raluca, a dentista da sua filha. Assim como o trágico herói de Nelson Rodrigues que não aguenta mais almoçar duas vezes em casas diferentes, Paul tem que conciliar a agenda de fim de ano de sua família com a da família de Raluca. A banalidade do dia a dia, interações mecânicas, horários e compromissos cumpridos por inércia interessam ao diretor romeno Radu Muntean e tudo isso pode ser encontrado nesse filme inquietante.

8 – NAMORADOS PARA SEMPRE, Derek Cianfrance, 2011

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Nesse belo filme acompanhamos as dificuldades de um casal durante o casamento. Apesar do título, essa não é uma história romântica. Dean (Ryan Gosling) e Cindy (Michelle Williams), ele pintor de casas e ela enfermeira, tem uma filha pequena e enfrentam problemas no relacionamento após dez anos juntos. O filme vai e volta no tempo como se tentasse descobrir o que deu errado no caminho desses dois. Para Dean a resposta parece ser “nada”, mas para Cindy as coisas não parecem tão tranquilas assim. O diretor e co-roteirista levou mais de uma década para levar o filme às telas, tendo declarado que o roteiro teve mais de 67 versões anteriores. O resultado é um excelente filme, com ótimas atuações, que prende a atenção do público do começo ao fim.

9 – ANTES DA MEIA-NOITE, Richard Linklater, 2013

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Em 1995, o diretor Richard Linklater, ao lado dos atores Ethan Hawke e Julie Delpy, lançou um dos romances mais interessantes do cinema, a jornada de Jesse e Celine em “Antes do Amanhecer”. “Antes da meia-noite” é último filme dessa trilogia. Nele Jesse e Celine vão passar uma temporada na Grécia. Nessa viagem o casal conversa sobre os muitos anos juntos e enfim param para pensar e analisar tudo o que viveram até ali. Questões como “e se você não tivesse falado comigo naquele trem?” são colocadas em pauta. Eles discutem sobre os anos que passaram juntos e principalmente sobre as escolhas que fizeram, além, é claro, de falarem do futuro, onde Celine deseja aceitar um novo trabalho, enquanto Jesse fala sobre seu desconforto em viver longe do filho do primeiro casamento. Um filme primoroso, assim como os dois anteriores.

10 – GAROTA EXEMPLAR, David Fincher, 2014

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“Garota Exemplar” não só atinge a expectativa de quem esperava por mais um grande trabalho de David Fincher, como ainda traça uma discussão muito interessante sobre a vida adulta, com um casal que é levado pela vida ou pela conveniência a se transformar num tipo de gente que antes detestava: o marido frio e a mulher controladora. Adaptação de livro homônimo de Gillian Flynn, que também assume o papel de roteirista, o longa conta a história de Nick e Amy Dunne. Depois de um casamento dos sonhos, eles se veem obrigados a deixar a vida em Nova York para mudarem para Missouri. No dia em que comemoram o aniversário de casamento, Nick retorna para casa e encontra o lugar revirado. Ele não consegue encontrar a esposa e logo chama a polícia. A partir daí a trama se desenrola com muitas surpresas. Um filme no mínimo interessante!

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Robin Williams: 10 filmes para lembrar do ator

Robin Williams: 10 filmes para lembrar do ator

O ator e comediante Robin Williams faleceu no dia 11 de agosto de 2014, em sua casa, na Califórnia. Um agente de sua assessoria de imprensa informou a mídia que o ator vinha passando por uma crise severa de depressão. Segundo a polícia, a causa da morte foi suicídio. Ele tinha 63 anos.

Apesar da morte de Williams ter revoltado muitas pessoas, sua carreira profissional o dignificou além de qualquer julgamento.

Williams, um dos atores mais queridos e carismáticos de Hollywood, sempre escondeu o fato de que convivia com a depressão. Apenas sua esposa, alguns familiares e um punhado de amigos próximos sabiam dessa condição. Quando sua morte foi anunciada, milhões de fãs em todo mundo sentiram sua falta e decerto continuam sentindo.

Nascido na cidade de Chicago, o ator estreou como ator na comédia Mork e Mindy (1978), um seriado de TV americano que teve cinco temporadas ao todo.

Ao longo de sua carreira muito bem-sucedida, Robin Williams ganhou cinco Grammys, quatro Globos de Ouro, dois Emmys e um Oscar.

Os filmes em que participou contém mensagens filosóficas riquíssimas; suas palavras saltam para fora das telas e reverberam na mente com impacto.

Williams foi um ator inclinado para a comédia e o drama. Mas ele já fez papel de vilão em filmes policiais, de suspense e thrillers psicológicos.

Em memória ao ator, aqui estão os possíveis 10 melhores filmes com ele:

10. Bom Dia, Vietnã (1987)

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Bom Dia, Vietnã é um enorme sucesso que rendeu a Williams sua primeira indicação ao Oscar e Globo de Ouro. No filme, o ator interpreta um DJ cômico e irreverente chamado Adrian Cronauer, que comanda a rádio das Forças Armadas do Vietnã. Em meio às experiências de guerra, ele faz piadas para promover o ânimo e gerar força de vontade nos soldados americanos que, ao superar os inúmeros desafios militares, também lutam contra a hipocrisia de seus superiores.

9. Patch Adams – O Amor é Contagioso (1998)

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Essa é a história melodramática de Patch Adams. Após tentar o suicídio e se internar num hospital psiquiátrico, ele passa por uma verdadeira revolução interna e, de volta à sociedade, atende pacientes usando um simples método de tratamento: bom humor.

8. Hook – A Volta do Capitão Gancho (1991)

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Robin Williams deu vida ao personagem Peter Pan nesta que é a melhor versão da história. O ator interpreta o menino que não quer crescer em sua versão mais velha. Ele precisa voltar à Terra do Nunca para salvar seus amigos em apuros nas mãos do Capitão Gancho. O filme sugere que todas as pessoas devem amadurecer, mas também manter o espírito aventureiro e imaginativo da infantilidade.

7. Tempo de Despertar (1990)

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Baseado em um livro de memórias de Oliver Sacks, esse filme apresenta a história de Malcolm Sayer (Robin Williams), um neurologista britânico recém contratado para trabalhar num hospital psiquiátrico. Após fazer uma série de pesquisas, ele chega à hipótese de que um novo remédio para mal de Parkinson pode ser a solução mais eficaz aos tratamentos convencionais. Seus procedimentos farmacológicos pioneiros fazem a diferença.

6. O Homem Bicentenário (1999)

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O Homem Bicentenário narra a história de Andrew (Robin Williams), um robô comprado por uma família para fazer serviços domésticos. Aos poucos ele vai apresentando características de seres humanos, como curiosidade, inteligência, emoções e personalidade. O enredo do filme é lírico e poético, evidenciando um robô personificado que luta pela liberdade como todas as pessoas com as quais convive.

5. Jack (1996)

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Nesse filme absurdamente emotivo, Robin Williams foi ótimo em interpretar Jack, um menino da quinta série com um distúrbio raro de envelhecimento: ele cresce quatro vezes mais rápido que um ser humano normal. Com aparência de 40 anos e uma vida destinada à brevidade, o jovem Jack sofre bullying, rejeição e intimidação na escola. Apesar de sofrer por sua condição degenerativa, ele conta com pessoas que lhe mostrarão que uma vida boa não se mede por seu tempo.

4. Uma Babá Quase Perfeita (1993)

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Robin Williams em uma de suas atuações mais conhecidas. Após passar por um divórcio complicado, um ator se disfarça como empregada, a Sra. Doubtfire, para poder passar mais tempo com seus filhos que estão sob a custódia de sua ex-mulher. Uma comédia dramática clássica.

3. Gênio Indomável (1997)

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Will Hunting, zelador do Massachusetts Institute of Technology (MIT), é um aluno rebelde e inteligente com dom para a matemática. Ele luta intermitentemente contra fantasmas de seu passado nebuloso e precisa de ajuda. Mas Will odeia todos os profissionais designados para atendê-lo, até o psicólogo Sean Maguire (Robin Williams) entrar em sua vida e lhe dar uma nova direção. O filme mostra que o talento é difícil de gerenciar; mais ainda, é difícil de ser aproveitado se não houver uma boa causa para validar os esforços.

2. Sociedade Dos Poetas Mortos (1989)

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Um filme arrebatador que influencia legiões de professores e alunos em grande escala. Neste drama filosófico, Williams interpreta um professor de poesia, John Keating, que leciona em uma escola com regime de internato. Contrariando todo o sistema educacional dessa instituição conservadora, ele usa métodos excêntricos e inovadores para incentivar seus alunos a perseguir seus objetivos e valores, questionarem as regras impostas e pensarem por si próprios. O filme é regido pela filosofia Carpe Diem, possui diversas citações literárias e apresenta uma dicotomia interessante entre disciplina e liberdade.

1. Jumanji (1995)

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Neste filme clássico e lucidamente memorável, Robin Williams é Alan Parish, um garoto (depois adulto) que descobre um curioso jogo de tabuleiro enterrado em uma parede de terra. Quando decide jogar com sua amiga, eles são transportados para um mundo bizarro onde precisam lidar com desafios complexos e personagens exóticos. Em Jumanji, eles descobrirão como algumas tarefas exigem trabalho em equipe. Um filme autêntico, divertido e estimulante que faz lembrar, com saudosismo, do legado deixado por Robin Williams.

Filhos abandonados dentro da própria casa

Filhos abandonados dentro da própria casa

Por Roberta Castro

Encontrar filhos abandonados emocionalmente pelas famílias é uma dura realidade

Hoje, vivemos um tempo de grande transformação nos relacionamentos sociais. Em pouco tempo, evoluímos enormemente nas possibilidades de comunicação pessoal a distância. Eu, por exemplo, peguei a época em que só existia telefone fixo (com fio) e “orelhões” de rua (sem celular ou internet), e a comunicação escrita era feita por carta. Na minha adolescência, passei muitas horas (todos os dias!) brincando e conversando na rua com os amigos, e em casa com a família. Quando alguém estava presencialmente com outra pessoa, havia muito pouca distração. Tínhamos de investir no relacionamento “ao vivo”, demonstrar sentimentos, conquistar a simpatia dos outros. Mas os tempos mudaram e estima-se que o brasileiro passa, aproximadamente, de três a quatro horas por dia conectado, interagindo via internet, o que reduz muito sua convivência física com amigos e familiares.

Estamos esquecendo como amar

Fico impressionada quando vejo o desenvolvimento de formas de demonstrar emoções via internet (desenhos, “se sentindo…”, carinhas de todos os tipos). As pessoas estão se tornando ótimas no marketing emocional externo, mas estão esquecendo como amar, como fazer carinho físico, como olhar nos olhos e dar atenção a quem está perto. Será que isso não é reflexo da dificuldade de nos abrirmos aos laços emocionais reais e fortes na nossa intimidade?

Medo de expor traumas e fraquezas

Será que não é medo de expor nossos traumas e fraquezas? Digo isso, porque, apesar da internet ser um meio real de conhecimento pessoal e uma forma de diálogo, há um fator limitante que tendencia essa experiência a ser uma ilusão: eu mostro somente o que quero mostrar. Já no convívio concreto, não tenho tanto o domínio sobre a exposição, porque meus gestos, minha entonação de voz, a linguagem corporal, a resposta imediata frente aos estímulos e minhas atitudes reais tornam-me muito mais vulnerável a ser realmente conhecido de maneira mais completa, inclusive naquilo que ainda não está bem equilibrado em mim.

Consequências da ausência dos pais

Claro que essa desconexão dos relacionamentos concretos é um problema. Ele se torna muito mais grave (e com fortes repercussões) quando a conexão enfraquecida é o laço familiar com uma criança ou adolescente. A criança nasce completamente dependente da atenção dos pais. À medida que vai crescendo, vai aprendendo a ter autonomia e tornando-se mais independente. Porém, a atenção real dos pais é indispensável para o saudável desenvolvimento emocional dos filhos. Vários estudos mostram que as consequências da ausência dos pais são graves e podem causar agressividade, tristeza, desenvolvimento de tiques e problemas na escola.

Presentes e ausentes ao mesmo tempo

A questão que quero levantar é que, hoje, muitos pais estão presentes e ausentes ao mesmo tempo. Em corpo estão ali, mas envolvidos com outras coisas. A criança se sente ignorada emocionalmente. Celular, Ipad, notebook, TV… Corpo presente, mente e atenção em outro lugar, com outro foco. Essa falta de atenção gera o sentimento de não ser importante, de não ser amado, de não ser suficiente para atrair a mãe e pai. Os filhos precisam sentir que há envolvimento dos pais, que eles sentem prazer em estar em sua companhia, que estão se divertindo ao brincar com eles. O contato físico e o carinho representam estabilidade e segurança para que eles aprendam o que é um relacionamento afetivo.

Degraus do amadurecimento humano

Sei que a vida é corrida, por isso mesmo é preciso que o tempo designado para estar com os filhos seja de grande qualidade. São preferíveis trinta minutos de exclusividade do que mais tempo ao lado deles, porém fazendo uso das redes sociais. Um dos grandes degraus do amadurecimento humano é aprender a dar importância ao que é importante. Sei que seus filhos e sua família são importantes para você; então, simplesmente esteja ali, de verdade, por inteiro onde estiver. O amor de Deus age por meio de nós, para nos ensinar novas formas de demonstrar o que nós sempre sentimos, o amor que temos aos que nos são preciosos. Você vai se surpreender com a resposta dos seus filhos ao se conectarem com você de verdade.

TEXTO ORIGINAL DE CANÇÃO NOVA

Conheça o curta desenvolvido a fim de apoiar a causa da Guarda Compartilhada!

Conheça o curta desenvolvido a fim de apoiar a causa da Guarda Compartilhada!

Conheça o curta de animação “Cadê Você?”, projeto-piloto da série Sonhos da Isah, desenvolvido a fim de apoiar a causa da Guarda Compartilhada.

A série apresenta de forma lúdica o resultado da alienação parental sofrida por Luisah, uma menina de 5 anos que é impedida por sua mãe de ver regularmente o pai.

Movida pela saudade, e sem entender porque precisa ficar tanto tempo sem ver seu pai, Luisah inventa um mundo fantástico, onde pode se encontrar com ele para brincar e conversar sempre que quiser.

Mais que uma fábula comovente, a animação Sonhos da Isah retrata a realidade de milhares de crianças que sofrem com a restrição de ver um dos pais, apesar da da lei sancionada em 22 de dezembro de 2014, e nos faz refletir sobre o real sentido da igualdade e do direito das crianças conviverem com pai e mãe, mesmo que em casas separadas.

O curta “Cadê Você?” e o projeto da série são fruto de um trabalho voluntário e financiamento coletivo para difundir a campanha em apoio a Guarda Compartilhada e prevenção da Alienação Parental, escrito, produzido e dirigido por João Ricardo Costa, com animação de Gabriel Fraga, Michel Apaza e Marcelo Teodoro. Cenários por Felix Velaz, música por Letícia Belucio, dublagem e narração por Marcello Trigo (português), Armando Plata (espanhol), Graciele Gomes (português e espanhol), Nadya Schwingel e Pio Rambo (inglês), tradução para o inglês por Renato Baggio, e edição de Gabriel Fraga.

Página do projeto no Facebook: Curta Sonhos da Isah

Veja o curta abaixo!!!

O projeto de divulgação também tem um livro ilustrado.

Links para a compra do livro: Clube de autores, Amazon.

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Caiu? Levanta!

Caiu? Levanta!

 

Cair todo mundo cai. Levantar todo mundo levanta. Uns demoram mais a se levantar, outros menos, mas de alguma maneira todos acabam se levantando. Com exceção dos enfermos.

A diferença está na maneira como se levanta.

Uns se levantam porque não têm opção e sempre o fazem reclamando. Outros porque sabem que navegar é preciso. E há os que se levantam porque aprenderam que esse movimento faz parte do jogo da vida e que cair é tão inevitável quanto se apaixonar sem quê nem para quê.

Quando se aprende que nem o sucesso e nem o fracasso alteram de fato nossa essência as quedas ficam mais amenas.

As crianças, quando caem de suas bicicletas, de árvores, escadas ou balanços, limpam os cotovelos ralados, choram um pouquinho e, na sequência, recomeçam a correria rumo a uma nova brincadeira, rumo ao nada.

Nenhum tropeço para elas é tão grave, assustador, avassalador ou definitivo – a não ser quando se machucam gravemente, claro.

Nós é que depois que crescemos complicamos demais as coisas. Passamos a sentir vergonha das nossas quedas e as associamos ao fracasso. É como se toda queda fosse uma conta a mais no colar encardido de nossas sombras.

Cair (e levantar) não é sinônimo de fracassar. Fracassar é cair e ficar no mesmo lugar, sentindo pena de si mesmo.

Tirando a bailarina de Edu Lobo que não tem “piriri, nem lombriga, nem ameba, ou cheiro de creolina”, procurando bem todo mundo tem um irmão meio zarolho dentro de si que vez ou outra tropeça.

Um irmão meio zarolho que às vezes não nos deixa enxergar o caminho certo a seguir, que nos faz sabotar planos e objetivos, que fica sussurrando em nossos ouvidos que “não vamos conseguir”, que nos faz pensar insistentemente nos problemas que não conseguimos resolver e que nos convida a ficar confortavelmente estagnados, parados.

Só há uma maneira de não cair: não se mexer.

Quem se mexe, quem dança, quem avança, está sujeito a cair em algum momento – os bailarinos, as crianças e atletas sabem disso! Quem se arrisca, quem se apaixona, quem dá a cara para bater, quem muda de ideia, quem experimenta o novo, também.

Cair é inevitável, mas levantar e começar tudo de novo, sem dramas, opcional.

FALANDO NISSO

Uma das cenas que mais aprecio no seriado Sex and the City é a que a personagem Carrie Bradshaw cai em uma passarela, levanta-se e conclui: “levantei e continuei porque é isso o que as pessoas reais fazem na vida real”.

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O maior patrimônio: as viagens que fazemos, os lugares que conhecemos

O maior patrimônio: as viagens que fazemos, os lugares que conhecemos

Estive ausente na última semana, de férias, viajando com minha família. Foi momento de abandonar meu cotidiano apertado e experimentar ser eu mesma sem as exigências da rotina.

Visitamos museus e vinícolas, experimentamos novos sabores, atravessamos pontes, subimos e descemos morros e montanhas, vimos o pôr do sol do alto de um mirante, conhecemos a casa de um grande poeta.

Porém, a gente não precisa ir tão longe para descobrir que a vida pode ser decodificada de uma forma mais leve, doce e sensível _ se estivermos abertos e dispostos a isso.

Como diz o poema de Fernando Pessoa: “Para viajar, basta existir”. O que precisamos é aprender a perceber o mundo de forma diferente. Aprender a perceber nós mesmos longe daquilo que pensamos ser essencial e que muitas vezes não é.

Viajar pode ser a oportunidade de aprendermos a reagir positivamente diante dos imprevistos, e descobrir que somos capazes de reinventar nossos planos usando a criatividade e a coragem. E agora me lembro da última animação da Disney Pixar, o desenho “Procurando Dory” , que assisti esta semana no cinema com o filhote. Num dado momento, Marlim, o peixe preocupado e certinho, se pergunta: “O que Dory faria nesta situação?”, e descobre que a amiga, “doidinha” e tranquila, tem muito mais recursos para sair de apuros do que ele.

No nosso primeiro dia de viagem pelo Chile, descobri que tinha reservado o hotel de forma errada. No lugar de sete diárias, tinha reservado apenas uma! Foi a oportunidade de sermos criativos como Dory e, com muito bom humor, arranjar outro hotel para a viagem continuar.

Viajar é a oportunidade de nos recriarmos de formas mais simples e descompromissadas, descobrindo que nosso mundo pode caber no espaço de uma mala, e que nossos pés ficam muito mais leves usando apenas chinelos de dedo ou meias confortáveis.

Nos apegamos ao nosso mundo, nossas coisas, nossos objetos… como se isso pudesse nos definir. Ter uma casa, um ou dois carros na garagem, um closet cheio de roupas e sapatos… tudo isso é bom e nos dá segurança, mas somente deixando tudo isso pra trás e seguindo com uma mala de rodinhas, podemos experimentar o que aguça nossos sentidos e nos sensibiliza por completo. Como quando nos emocionamos diante de uma música nova, um pôr do sol deslumbrante ou um sabor que nos faz suspirar.

De repente descobrimos que a vida pode ser declamada como pura poesia, basta a gente estar pronto e aberto a enxergar.

Fora do barulho e poluição das ruas, distante da urgência dos despertadores, longe das mesmas paisagens e sabores… podemos acolher quem somos de fato. E nos percebermos crianças diante do mundo que acontece como grande novidade.

Visitando a casa do poeta Pablo Neruda, e pouco a pouco entrando na história que ele vivenciou, poetizou e imortalizou, me senti inspirada a olhar minha própria existência com olhos de poesia, transformando minha antiga atmosfera numa nova possibilidade.

Talvez o maior patrimônio seja esse: viajar, ultrapassando as fronteiras de nosso universo particular, descobrindo o que nos comove a ponto de voltarmos renovados.

É gostoso investir num sapato bacana, numa roupa nova, numa bolsa diferente. Mas investir num voo que nos conduz por novos horizontes, onde poderemos nos reciclar e recriar por algum tempo, é aquilo que todos dizem: “não tem preço”.

Não há dinheiro mais bem gasto do que aquele que usamos para viajar. Que permite que nossos pés toquem um solo desconhecido e nossa pele sinta o frio dilacerante ou calor reconfortante. Que desafia nossa percepção e instiga nosso olhar; que nutre nossos sentidos e aguça nosso paladar; que nos oferece caminhos onde iremos pisar e jornadas que irão nos transformar.

“Para viajar, basta existir”. Que você descubra o que lhe move, o que lhe comove, o que desperta seu desejo de reciclar-se perante o mundo. Que possa fazer as malas de vez em quando e sair à rua cantarolando. Que possa abandonar partes de si mesmo que não têm mais significado e descobrir novos territórios para ocupar os espaços vazios. Que haja mar, brisa suave e cheiro de terra molhada. Que chova à noite e faça sol de dia. Que o dia branco prometido seja compensado pela nevasca da madrugada, e que a água salgada deixe escorrer tudo o que já lhe causou dor no passado.

Faça as malas se puder. Faça planos, trace rotas, decifre mapas. Vá a lugares que só conheceu em seus sonhos, pise firme no chão que escolheu e respire fundo na atmosfera que te acolheu. Abandone bagagens desnecessárias e despeça-se do que não faz mais sentido. Olhe-se nos olhos frente ao espelho e encontre uma pessoa renovada. Lave o rosto, penteie o cabelo e tome uma xícara de café. Sinta-se vivo, sinta-se outro, sinta-se pronto pra começar de novo…

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Fotógrafo revela onde crianças sírias refugiadas dormem

Fotógrafo revela onde crianças sírias refugiadas dormem

Magnus Wennman, um aclamado fotojornalista de Estocolmo, na Suécia, publicou uma série de fotos atordoantes revelando o que está acontecendo com as crianças sírias refugiadas em vários cantos da Europa.

Para criar essas fotos, ele passou meses viajando pelo Leste Europeu, em regiões onde crianças e suas famílias estão fugindo por causa dos conflitos de guerra na Síria. Junto com as fotos, Magnus apresenta uma breve história sobre cada criança atemorizada pela violência brutal que vem devastando sua terra natal.

Nascido em 1979, Magnus Wennman tem trabalhado com fotojornalismo desde seus 17 anos de idade, quando começou sua carreira em um importante jornal sueco, chamado Demokraten.

O fotojornalista se concentra em histórias e notícias provindas de mais de 60 países. Ele já fez a cobertura de vários eventos relevantes, como as eleições presidenciais americanas de 2008, os protestos políticos dos “camisas vermelhas” na Tailândia, e a situação dos refugiados na África.

Ele já ganhou prestigiados prêmios de fotografia, tanto na Suécia quanto no exterior, tendo dezenas deles em seu currículo. Por quatro vezes, foi considerado “o fotojornalista do ano” em seu país.

A sua série de fotos mais famosa é justamente a intitulada Where The Children Sleep (‘Onde as Crianças Dormem’), que mostra os locais onde crianças sírias estão abrigadas após fugirem dos ataques de guerra.

Em entrevista para o jornal CNN, Wennman disse:

“Eu senti que este projeto foi mais pessoal para mim do que todos os outros, talvez por eu ter um filho de 5 anos de idade. Eu sei o quão importante para ele é se sentir seguro, todas as noites, quando eu o coloco para dormir.”

Wennman revela que as crianças são as vítimas mais inocentes desse conflito na Síria. Acima de tudo, elas enfrentam um mundo de incertezas.

“Ninguém sabe se ou quando o conflito vai acabar na Síria. Algumas dessas crianças vão poder recomeçar suas vidas em novos países, e terão um grande futuro. Outras serão presas em campos de refugiados nos países vizinhos. Muitas provavelmente não voltarão à Síria.”

Grande parte do que se vê em conflitos armados no Oriente Médio é caos e destruição. Multidões de pessoas cruzando mares em barcos superlotados, indivíduos correndo de guardas munidos de metralhadoras, e famílias inteiras clamando por salvação ao ser perseguidas por terroristas insanos. No meio dessa cacofonia toda, Magnus Wennman encontrou uma forma de registrar tais intempéries.

Além de revelar onde as crianças sírias refugiadas estão dormindo, as fotos de Wennman mostram, com clareza, seu sofrimento individual arrebatador.

Mais de 2,4 milhões de crianças sírias estão vivendo como refugiadas, de acordo com a Unicef. Isso representa mais da metade do número de refugiados da Síria. Muitos mais estão deixando países do Oriente Médio por conta da guerra.

A maioria dessas crianças sírias desoladas caminha dezenas de quilômetros por dia, sem parar, carregando pertences pesados nas costas, enquanto outras crianças praticam trabalhos braçais que estão além de sua capacidade física. Todas elas fazem isso para ganhar algum dinheiro que possa sustentar as necessidades de suas famílias em estado de emergência financeira.

Não existe uma só criança síria refugiada que não esteja passando frio, sede e fome, à margem de qualquer ajuda eficaz. É necessário lembrar, ainda, que várias dessas crianças são órfãs; elas perderam seus pais que não conseguiram suportar a vida condicionada pelo terror. E, como Wennman nos mostra, essas crianças perderam até o privilégio de dormir em paz.

Veja então algumas fotos que revelam onde crianças sírias desabrigadas estão dormindo, e saiba um pouco sobre a história por trás de seu refúgio:

Lamar, 5 anos – Horgos, Sérvia

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De volta para casa, em Bagdá, as bonecas, o trem de brinquedo e as bolas são deixadas para trás; Lamar fala frequentemente sobre esses itens quando sua casa é mencionada. A bomba mudou tudo. A família estava em seu caminho para comprar comida, quando a menina foi abandonada perto de casa. “Não era mais possível viver lá”, diz a avó de Lamar, Sara. Depois de duas tentativas de atravessar o mar da Turquia, em um pequeno barco de borracha, eles finalmente conseguiram passar pela fronteira com a Hungria. Agora, Lamar dorme em um cobertor na floresta, com medo, frio e triste.

Abdullah, 5 anos – Belgrado, Sérvia

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Abdullah tem uma doença sanguínea. Nos últimos dias, ele tem dormido do lado de fora da estação central de Belgrado. Ele presenciou a morte da irmã em sua própria casa, na região de Daraa. “Ele ainda está em estado de choque e tem pesadelos todas as noites”, diz a mãe de Abdullah. O garoto está cansado, não é saudável, e a mãe não tem dinheiro suficiente para comprar o remédio que ele precisa.

Ahmed, 6 anos – Horgos, Sérvia

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Já passa da meia-noite, e Ahmed está adormecido na grama. Os adultos ainda estão sentados ao redor, formulando planos de como vão sair da Sérvia sem se registrar com as autoridades. Ahmed, com seus seis anos de idade, carregava sua mochila pesada nas costas ao andar com sua família por um longo trajeto. “Ele é valente e só chora às vezes, antes de dormir”, diz seu tio, que tem cuidado do garoto desde que o pai foi morto em sua cidade natal, localizada no norte da Síria.

Maram, 8 anos – Amã, Cisjordânia

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Maram, de oito anos, havia acabado de chegar da escola quando o foguete atingiu sua casa em cheio. Um pedaço do telhado caiu bem em cima dela. Sua mãe levou-a para um hospital próximo, e de lá ela foi transportada através de uma fronteira com a Cisjordânia. A menina sobreviveu ao acidente, mas sofreu um traumatismo craniano causado por hemorragia cerebral. Durante os primeiros 11 dias, Maram esteve em estado de coma. Ela agora está consciente, mas tem uma mandíbula quebrada e não pode falar.

Ralia, 7 anos, e Rahaf, 13 anos – Beirute, Líbano

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Ralia, de sete anos, e Rahaf, de 13, vivem nas ruas de Beirute. Eles são de Damasco, onde uma granada matou sua mãe e seu irmão. Juntos do pai, eles têm dormido na rua por mais de um ano. Eles se amontoam em caixas de papelão. Rahaf diz que está com medo de “meninos maus”, do que Ralia começa a chorar.

Moyad, 5 anos – Amã, Cisjordânia

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Moyad e sua mãe precisavam comprar farinha para fazer uma torta de espinafre. De mãos dadas, eles estavam em seu caminho para o mercado de Dar’a. Eles passavam por um táxi no qual alguém colocara uma bomba. A mãe de Moyad morreu instantaneamente. O menino, que foi levado para a Cisjordânia, tem estilhaços alojados na cabeça, costas e pélvis.

Walaa, 5 anos – Alepo, Síria

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Walaa, com cinco anos de idade, quer ir para casa, mas não pode. Ela tinha seu quarto particular em Alepo, cidade natal. Lá, ela nunca chorou na hora de dormir. Aqui, no campo de refugiados, a garota chora todas as noites. “Descansar a cabeça sobre o travesseiro é horrível”, diz ela. Foi quando os ataques aconteceram. Todo dia, a mãe de Walaa constrói um pequeno monte de travesseiros, a fim de ensinar a filha que ela não precisa temê-los.

Ahmad, 7 anos – Horgos, Sérvia

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Mesmo o sono não é uma zona livre: é então que o terror avança. Ahmad estava em casa quando a bomba atingiu sua casa. Ele sobreviveu, mas seu irmão não teve a mesma sorte. A família conviveu com a guerra como vizinha durante anos, mas, sem um outro lar, eles não tiveram escolha. Foram forçados a fugir. Agora, Ahmad estabelece-se entre milhares de outros refugiados no asfalto ao longo da estrada que conduz à fronteira fechada com a Hungria. A família vem dormindo em abrigos de ônibus, na estrada, e também em clareiras na floresta.

Shiraz, 9 anos – Suruç, Turquia

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Shiraz tinha três meses de idade quando foi acometida por uma grave febre. O médico diagnosticou poliomielite, e aconselhou os pais a não gastar muito dinheiro em medicamentos para “uma menina que não tem chance”. Então, veio a guerra. Sua mãe, Leila, começa a chorar quando descreve como ela embrulhou a menina em um cobertor e levou-a ao longo da fronteira de Kobane, para a Turquia. Shiraz, que não pode falar, ganhou um berço de madeira no campo de refugiados. Ela vive lá, dia e noite.

Amir, 20 meses – Zahlé, Líbano

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Amir, com apenas 20 meses de idade, nasceu um refugiado. A mãe acredita que seu filho foi traumatizado no útero. “Amir nunca falou uma única palavra”, diz Shahana, a mãe, de 32 anos. Na tenda de plástico onde a família vive hoje, Amir não tem brinquedos, mas brinca com tudo o que pode encontrar no chão.

Juliana, 2 anos – Horgos, Sérvia

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Faz 34º Celsius na região de Horgos. As moscas rastejam no rosto de Juliana, e ela, inquieta em seu sono, muda de posição. A família da garota andou pela Sérvia, sem parar, por dois dias inteiros. Esta é a última fase de uma fuga que começou há três meses. Fatima, a mãe de Juliana, coloca o xale fino sobre sua filha, no chão. A poucos metros de distância do seu local de descanso, há um fluxo interminável de pessoas. Assim que cai a noite, a família de Juliana aproxima-se dela e faz cafunés, para ajudá-la a dormir.

Fara, 2 anos – Azraq, Cisjordânia

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Fara ama futebol. Seu pai tenta fazer bolas para ela, amassando qualquer coisa que consiga encontrar. Ele até produz algumas bolas, mas nenhuma dura por muito tempo. Ao final de todo dia, ele dá um beijo de boa noite em Fara e sua irmã mais velha, Tisam, na esperança de que, amanhã, possa trazer uma bola de verdade para elas brincarem. Todos os outros sonhos parecem estar fora de seu alcance, mas ele ainda não desistiu de dar o presente que suas filhas tanto desejam.

A era da Correria

A era da Correria

“Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho.

Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos. Estamos na era do ‘fast-food’ e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas ‘mágicas’. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Uma era que leva esta carta a você e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar ‘delete’.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre. Lembre-se de dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo se quer. Lembre-se de dizer ‘eu te amo’ à sua companheira(o) e ás pessoas que ama, mas em primeiro lugar, se ame… se ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vem de lá de dentro. Por isso valorize sua família e as pessoas que estão ao seu lado, sempre.”

A imagem de capa é do ilustrador Steve Cutts.

Nota da página: o texto, segundo os próprios leitores da página, é do pastor Bob Moorehead, mas circula na internet com a falsa atribuição de autoria a George Carlin.

15 Filmes que irão colocar sua mente em xeque

15 Filmes que irão colocar sua mente em xeque

Alguns filmes esquisitos e incomuns às vezes nos colocam num beco sem saída; fazem pensar e ir a fundo para tirar conclusões. E, passados os créditos no final, nos perguntamos: “como o autor foi capaz de criar uma trama como essas?“

Aqui estão algumas dessas obras. Se já as assistiu, talvez queira assistir de novo, analisando cena a cena e voltando aos antigos enigmas. Agora, se nunca as viu, que tal aproveitar um final de semana para ver pela primeira vez e pensar um pouco?

O amigo oculto

Hide and Seek

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Um psiquiatra de meia idade, David, está desesperado para ajudar sua pequena filha Emily a enfrentar a morte da mãe. Ele se dá conta de mudanças estranhas no comportamento da menina. Acontece que agora ela tem um amigo imaginário chamado Charlie. A princípio David não leva a sério, mas quando eventos misteriosos começam a acontecer a seu redor, ele passa a investigar quem é esse amigo.

O duplo

The Double

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Este filme faz pensar muito. Simon é um humilde empregado. No trabalho, ninguém presta atenção nele e a garota dos seus sonhos o ignora. Parece que tal situação irá durar para sempre, mas um dia surge no escritório um tal de James, que é fisicamente idêntico a Simon, mas com uma personalidade totalmente oposta. Assim, pouco a pouco, James passa a se apropriar da vida de Simon.

Donnie Darko

Donnie Darko

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Donnie Darko nunca foi considerado um rapaz comum, sempre foi visto como um ”bicho esquisito”. O filme é igualmente esquisito, tal qual o personagem principal. A trama é complexa e emaranhada, porém interessante e fascinante. A história conquistou muitos fãs ao redor do mundo e muitos a consideram uma obra cult.

O Operário

The Machinist

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Trevor Reznik passa um ano sem conseguir dormir. Ele se transforma em um esqueleto ambulante que tenta encontrar o equilíbrio entre sonho e realidade. Os diálogos e a música fazem deste filme um verdadeiro transe, no qual o protagonista luta para dormir e, ao mesmo tempo, descobrir o que o impede de pegar no sono. Christian Bale está simplesmente irreconhecível.

A caixa

The Box

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Arthur e Norma são recém-casados e estão passando por dificuldades financeiras. De repente, se transformam nos felizes proprietários de uma caixa enigmática que tem um botão. É explicado a eles que, ao apertar o botão, imediatamente ganharão um milhão de dólares. Só que existe um porém. No mesmo momento em que apertarem o botão, em algum lugar do mundo uma pessoa desconhecida morrerá… O filme é um pouco chocante e nos leva a pensar: você seria capaz de tirar a vida de alguém?

Quero ser John Malkovich

Being John Malkovich

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Em seu escritório, Craig Schwartz descobre uma pequena porta secreta por trás da qual encontra um corredor escondido que leva diretamente à mente do ator americano John Malkovich! Craig resolve organizar excursões para quem quiser viajar à mente do astro. O filme é tão estranho que os personagens às vezes querem entrar também na mente de quem está assistindo.

Paixão à Flor da Pele

Wicker Park

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É um imponente drama com uma trama sensível, que o mantém em estado de tensão. Até o último momento, não é possível saber como irá terminar nem em que resultará a crescente tensão e a intriga inteligente que desperta sua imaginação. A trilha sonora, de extremo bom gosto, merece atenção especial.

Spider — Desafie sua Mente

Spider

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Após passar 20 anos em um hospital para doentes mentais, o esquisito e solitário Dennis Clegg retorna ao lugar onde cresceu. Como uma aranha, ele explora a teia das lembranças que cobriu sua mente. O ambiente do filme é um pouco psicodélico, mas quem ama cinema precisa assisti-lo.

O Homem Duplicado

Enemy

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Filme interessante e digno de sua atenção, na mesma linha de ’O Duplo’. Ao alugar um filme, um rapaz percebe que um dos atores que aparecem é uma cópia exata dele mesmo. O desejo de encontrar seu clone se transforma em uma obsessão. Mas será que aquele homem é mesmo sua cópia?

Filth

Filth

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É um filme forte, com história interessante e uma excelente atuação. Bruce Robertson é um policial corrupto, obcecado por álcool e sexo. Ele deseja ser promovido no emprego, mas seus odiados companheiros poderiam lhe atrapalhar. No decorrer da história, os demônios internos de Robertson lhe deixam louco. O ator James McAvoy (que interpreta Robertson) conseguiu expressar as emoções do personagem de maneira extraordinária.

Triângulo do Medo

Triangle

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Greg convida sua namorada Jess para passar um dia num iate com amigos. Uma forte tempestade vira o barco, mas para salvar-lhes surge do nada um enorme transatlântico. O navio de cruzeiro parece estar vazio e com os relógios parados. Porém, eles não estão sozinhos na embarcação. Alguém os observa constantemente.

Identidade

Identity

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Durante um terrível dilúvio, 10 viajantes se veem obrigados a passar a noite num hotel de beira de estrada. Logo depois, porém, as pessoas começam a morrer, uma depois da outra, e o assassino que os espreita não é descoberto. Nem tente adivinhar… a trama é tão complexa que o final é realmente inacreditável.

Contraponto

Tideland

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Um pai relapso, Noe, decide levar sua filha, Jeliza-Rose, até a casa onde passou a infância, situada entre grandes campos de trigo. A fuga da realidade o leva a um lugar estranho e sombrio, onde até as fantasias mais selvagens parecem histórias inofensivas. O filme, totalmente maluco, não é para qualquer um. Mas é impossível deixar de vê-lo.

Império dos Sonhos

Inland Empire

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Os filmes do diretor David Lynch são muito peculiares e ocupam um lugar especial na história do cinema. Como todas as suas obras, não há como descrever Império dos Sonhos. É uma obra que foge à lógica, ao menos da lógica dita normal. Recomendada para todos os cinéfilos.

A vida de David Gale

The Life of David Gale

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Este talvez seja o melhor filme sobre a luta do ser humano contra o sistema da Justiça. O maravilhoso Kevin Spacey prende a atenção com sua atuação do começo ao fim. O final obriga o espectador a perceber de outra forma tudo o que aconteceu, rejeitando por completo a narrativa anterior.

Matéria original: Incrível.club

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