Brock Davis e suas fotos criativas de objetos do dia a dia

Brock Davis e suas fotos criativas de objetos do dia a dia

O fotógrafo e diretor de criação Brock Davis é conhecido nas redes sociais por sua criatividade e senso de humor, exemplificados nas fotos que ele desenvolve com objetos do dia a dia.

Brock trabalha em publicidade há mais de 17 anos. Na mídia internacional, ele atraiu (e ainda atrai) incontáveis fãs que se divertem e admiram suas fotos engenhosas.

Desde sua infância, época em que começou a desenhar, Brock investe no interesse por fazer arte. Ele acredita que a arte é uma forma de terapia, com efeitos práticos no bem-estar.

Há muitas pessoas criativas em sua família; artistas e músicos que o influenciaram ao longo do caminho.

Quando não está ocupado fazendo anúncios, Brock direciona sua atenção para criar imagens divertidas com objetos simples do cotidiano comum de muitas pessoas.

Além de fotógrafo e diretor de criação, ele também é artista e contribui para o The New York Times, Wired, Esquire e Fast Company.

Seu trabalho tornou-se prolífico nas redes sociais, principalmente no Instagram, Behance e Tumblr, onde Brock divulga suas fotos regularmente para quem quiser ver.

Segundo ele, a chave para criação é a espontaneidade. Há limitações e parâmetros em cada peça que se cria, e um artista deve respeitar esses fatores.

Ao trabalhar, Brock gosta de novos desafios. Ele tenta alterar a forma de um objeto no espaço, testa novas combinações de coisas aleatórias e sente como se estivesse fazendo algo diferente, de fato, inovando. De acordo com ele, é importante que um artista tenha um trabalho autêntico, original e impactante.

Cada foto de Brock é criada em um tempo variável, que depende da ideação. Às vezes, leva apenas algumas horas para fazer as fotos, se ele já tiver os objetos necessários. Desde a concepção até a execução, no entanto, o processo pode durar semanas ou meses.

O curioso é que Brock não usa recursos visuais específicos e nem adota técnicas especiais para elaborar suas imagens artísticas. Ele apenas usa sua imaginação para pensar nas ideias, e seu iPhone para capturar as fotos. A simplicidade de seu processo criativo é traduzida em um estilo interessante e peculiar de trabalho.

Abaixo, há uma coleção com suas melhores fotos:

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Traumas, apenas me ensinem. Nada mais.

Traumas, apenas me ensinem. Nada mais.

Sim, já sofri traumas, mas eles também sofreram comigo, já que não me deixei acorrentar e fiz de tudo para afastá-los da minha vida.

Traumas são murros. Nunca chegam sutilmente, nem se motivam facilmente a deixar o cenário. Traumas são roxos, fúnebres, com olheiras profundas e se alimentam da vida alheia.

São bichos chifrudos, que ao menor toque já machucam, rasgam, provocam feridas profundas. Os traumas são uma total e verdadeira maldade. Dardos afiados.

Não sei dizer ao certo se há cura para todos, mas afirmo categoricamente que a luta nunca é inútil. Já saí no tapa com muito trauma, já levei rasteiras, socos no estômago, fui esganada, mas também já eliminei muitos deles, total e definitivamente da minha vida.

A briga é feia, mas a razão é justa. Sobrevivência. Ninguém deveria se submeter às consequências de um trauma, quase sempre plantado à sua revelia, provocado por quem acha que as coisas da vida não voltam, por irresponsabilidade, crueldade, ignorância ou somente pelo acaso.

O acaso, aquela hora errada, lugar errado, companhias erradas. O acaso é um coitado, culpado de um oceano de traumas. – Melhor ter algo para culpar…

Esta semana fomos assaltados. Ou melhor, minha filha foi abordada, a mão armada. Tive que assistir, estática, parada, respirando o mínimo, para não piorar a situação. Meu maior tesouro em perigo.

Nada sofremos, só foi embora o que não é essencial para a nossa vida, mas, e não é pensamento para ignorar, um acaso, uma estatística, um azar a mais na cidade onde vivemos, poderia se tornar um trauma.

Mas, para minha imensa sorte e constatação, a filha que ainda penso ser frágil e desprotegida, tem a mesma relação com os traumas que eu costumo ter, ou seja, uma vida onde eles não são bem-vindos, onde a saúde mental e a crença nas boas realizações superam qualquer trauma, derrotam qualquer pessimismo, e mandam para o inferno as sensações infernais que costumamos sentir, quando dominados por traumas e pânicos indesejados.

A cada dia, sou mais humana, menos perfeita e mais feliz

A cada dia, sou mais humana, menos perfeita e mais feliz

Aceitar a si mesmo por completo é algo que muitas pessoas levam uma vida inteira para aprender. No momento em que nos sentimos bem com quem somos de verdade, com o que temos e o com o que conseguimos na vida, chegamos a um equilíbrio interior muito importante.

Há quem passa boa parte da sua vida aparentando ser algo que não é. E não só isso. Além de não se aceitar, faz mil esforços para mudar isso e aquilo, por buscar até a exaustão esse ideal que tem em mente, e que quase nunca se ajusta à realidade, ao que a pessoa é.

O ideal do corpo e da vida perfeita não é saudável

São poucas as mulheres que conseguem manter um corpo perfeito toda a sua vida, nem mesmo as modelos mais famosas. Ainda mais: há quem, ao invés de focar sua obsessão em ter um corpo perfeito, anseia por ter uma vida perfeita: uma casa ideal, um marido perfeito e filhos de “publicidade”.

A vida não é perfeita. A perfeição absoluta não existe. A vida são instantes, momentos que podemos desfrutar com a máxima felicidade, sendo que, para isso, a aceitação plena de si mesmo é o primeiro passo, fundamental.

Ser mais humana, menos perfeita e mais feliz

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Especialistas em beleza dizem que o maior atrativo, às vezes, está na imperfeição. Se você se perguntar por quê, a resposta é fácil: qualquer pequena imperfeição nos torna únicos e é aí onde está a magia.

Aceitar cada um de nossos matizes, com nossos defeitos e qualidades, fará, em primeiro lugar, que encontremos o equilíbrio interior e autoestima saudável. Com isso, alcançamos o equilíbrio com o mundo e com as pessoas que nos cercam.

Quem não se aceita desenvolve um sentimento de insegurança em relação a si mesmo. A insegurança gera o medo e a insatisfação. Medo de perseguir seus sonhos, o que leva à frustração e à depressão. Será que é por isso que tantas pessoas estão deprimidas hoje? Por não alcançar a imagem ideal do que acham que “deveriam ser”?

As revistas, filmes e programas de TV reforçam esse “ideal” de beleza impossível de alcançar. Será que ele traz felicidade? São muitas as pessoas, homens e mulheres que, depois de conseguir um corpo escultural graças a exercícios, dietas e até cirurgias plásticas, descobrem que continuam insatisfeitos consigo.

Ideal de perfeição e a infância

Cabe ressaltar também que, às vezes, essa necessidade de “perfeição” existe desde a nossa infância. Ter uma mãe muito rígida ou um pai exigente pode fazer com que acabemos desenvolvendo essa insegurança a respeito de quem somos, daí pensarmos que a perfeição é a única solução para sermos amados.

É necessário que cheguemos a este momento em nossas vidas quando, finalmente, nos aceitamos tal como somos. Geralmente, esse momento chega no final da adolescência e no início da idade adulta, quando nosso corpo amadureceu por completo.

A partir daí, acontece a grande aventura de nossa vida. As pessoas que apresentam um maior equilíbrio e maturidade emocional, mais autoestima e autoconfiança, avançam em seu caminho com grande integridade, abertos ao que a vida lhes oferece e fieis a seus valores mais profundos. Recebem da vida de peito aberto e retribuem da mesma forma, com generosidade.

A cada dia, sou mais humana e receptiva ao que me cerca

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O que significa ser mais humana? É claro que somos todos seres humanos, desejosos de alcançar nossos objetivos de vida. Auto-aceitação não quer dizer comodismo e mente derrotista. Pelo contrário, quer dizer que não deixaremos que os fracassos e erros nos façam perder a alegria de viver e de nos amar.

— Ser mais humana é ser mais sensível às realidades do dia a dia.
— É saber escutar a si mesmo e compreender nossas necessidades, mostrar empatia, colocar-se no lugar do outro.

Somos todos humanos, mas a verdade é que apenas uma parte de nós atua com autêntica inteligência emocional: respeitando, entendendo, comunicando-nos de maneira íntegra e favorecendo uma autêntica cumplicidade nas relações, onde todos ganham e são respeitados como são.

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Para chegar a este nível tão importante em que podemos nos conectar a todos que nos cercam, é necessário, em primeiro lugar, nos conectar conosco mesmos: nos aceitarmos.

— A aceitação não se limita apenas a estar mais feliz com o nosso corpo, com nosso aspecto físico.
A aceitação é também assumir nosso passado, nossas vitórias, mas também nossos erros.
— É necessário aceitar os fracassos e integrá-los à nossa vida, aprendendo com cada um.

Cometer erros não quer dizer que não podemos ser felizes. É importante aceitar isso, pois todo ser humano comete equívocos ao longo da vida.

Apenas as pessoas que sentem orgulho de si mesmos e que, por sua vez, sabem agir com humildade, respeitando os outros e favorecendo também a felicidade alheia, conseguem que este mundo seja, dia a dia, melhor.

Assim, lembre-se sempre de ser cada vez mais humana, menos perfeita e mais feliz. O mundo inteiro vai agradecer.

Matéria original: Melhor com Saúde

Não permita que o dia termine sem que você perdoe a sua história

Não permita que o dia termine sem que você perdoe a sua história

De vez em quando penso que a vida é encantamento e desilusão.

Derruba-nos em um momento para em seguida nos dar a mão.

Guia-nos por um caminho tortuoso para que enfim possamos achar a direção.

Ensina-nos a cair e nos anima a prosseguir.

Propõe que aprendamos a confiar enquanto nos confronta com as mais duras verdades; e convida-nos a sonhar mesmo quando tudo parece desabar.

Não permita que o dia termine sem que tenha plantado um pouco de otimismo no solo árido dos seus pensamentos, sem que tenha acreditado um pouco mais em bênçãos e milagres, sem que tenha adquirido uma fé enorme no amor e na alegria.

Não permita que o dia termine sem que entenda que tem o direito e o dever de ser feliz, de experimentar sorrisos e vestir delicadeza. Que a dor é passageira, e que o tempo se encarregará de trazer novos perfumes assim que você estiver pronto.

Não permita que o dia termine sem que você perdoe a sua história, com todos os bons e maus começos que você redigiu. Que você resgate a sua essência, a porção de si mesmo que permanece naquele lugar distante da dor.

Não permita que o dia termine sem que volte a acreditar firmemente em algo bonito que faz parte de você. Sem que entenda que sua vida é dom precioso, e aprenda a ser grato por isso.

Não permita que o dia termine sem que descubra que nenhuma desilusão pode diminuir o tamanho de seus sonhos ou lhe afastar de si mesmo.

Não permita que o dia termine sem que entenda que a vida não pode ser contada através de seus fracassos e desilusões, e sim através da capacidade de ser mais gentil consigo mesmo.

Não permita que o dia termine sem que seja capaz de amar, agradar e cuidar de si mesmo; sem que aprenda que tem vocação para ser completo e feliz.

Não permita que o dia termine sem que tenha rido de si mesmo e aceitado a vida como um conjunto de acertos e desacertos, e que saiba driblar os momentos imperfeitos.

Não permita que o dia termine sem que tenha autorizado seu gozo e seu pranto, seu encanto e emoção, sua liberdade e redenção. Que se comprometa com a felicidade e transforme os bons momentos em eternidade.

Tenho receio que a gente pare de sonhar por ter medo de cair. De desistir de nossas ilusões por medo de fracassar. De deixar nossa espontaneidade em função de nossa maturidade. De abandonar os velhos pijamas, as meias coloridas, as paisagens carregadas de simplicidade. Tenho receio que a gente siga buscando o tal do crescimento e esquecendo os abraços apertados, os sonhos de antigamente, as promessas que fizemos e desejávamos cumprir.

Não deixe que a vida o endureça a ponto de não acreditar em milagres. Que o perdão seja moeda do passado de quem um dia soube agir com flexibilidade.

Não permita que o dia termine sem que tenha sido um pouco mais feliz, seguindo seus desejos de menino e superando os revezes do caminho. Entendendo, principalmente, que a vida é dura, sim, mas também é o presente mais fascinante e poderoso que alguém pode ter. E que, se o preço a pagar para vive-la plenamente é andar sem culpa, não permita que o dia termine sem que você perdoe a sua história…

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10 filmes que nos ensinam a apreciar a vida

10 filmes que nos ensinam a apreciar a vida

Estamos sempre com pressa, tentamos ter tempo para resolver uma série de questões urgentes, esquecendo o quanto significa cada minuto vivido, uma reunião, uma palavra falada…

Mas, às vezes, é útil fazer uma pausa e pensar: existe algo importante que perdi nestes intermináveis dias tumultuados?

Nocaute

Southpaw
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O protagonista é sortudo: tem uma bela mulher, uma filha maravilhosa e é campeão mundial de boxe. Mas, de repente, seu mundo ideal desmorona como um castelo de areia. Agora, ele terá de construir uma vida a partir do zero e conseguir ganhar, não importa o que aconteça. É um drama clássico que penetra nos seus ossos porque a vida do protagonista se projeta na do espectador.

Everest

Everest
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Um grupo de homens corajosos liderado por um instrutor experiente embarca em uma jornada para conquistar o Everest, mas a natureza atrapalha seus planos. Passando muito frio nas encostas, os alpinistas lembram-se do mais importante: de suas casas e famílias. A última conversa do protagonista com a sua esposa não deixará indiferente nem mesmo o coração mais duro. A primeira coisa que você vai querer fazer depois de ver este filme será abraçar seus entes queridos. Baseado na tragédia real ocorrida em 1986 na montanha mais alta do Planeta.

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Invencível

Unbroken

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A Segunda Guerra Mundial invadiu a vida de milhões de pessoas, como a deste participante dos Jogos Olímpicos de Berlim de 1936, Louis Zamperini. Mas nem o terrível acidente de avião na frente da batalha, nem dezenas de dias à deriva numa jangada no Oceano Pacífico, nem as torturas infernais no campo de concentração japonês foram capazes de destruir sua humanidade e caráter. A história de Zamperini nos lembra que a vida é bela e vale a pena lutar.

Horas decisivas

The Finest Hours

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O protagonista do filme, Bernard Webber, um membro da Guarda Costeira, é jovem, está apaixonado e se prepara para se casar. No entanto, em vez de ter a permissão de seu comandante para o casamento, recebe uma carta para resgatar um petroleiro que afundou durante uma tempestade. Os acontecimentos que se desenrolam na tela são impressionantes e dão razão para pensar: eu seria capaz de pôr a vida dos outros acima de minha própria segurança?

La Giovinezza

Youth

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Os melhores amigos, idosos, passam seus dias em uma casa de luxo projetada para a terceira idade, compartilhando seus problemas e tirando sarro um do outro. Eles também se lembram de sua juventude e invejam os jovens que têm muitos anos pela frente. Mas você tem de entender os protagonistas, porque eles só querem incentivar os jovens a serem mais corajosos, não ter medo de errar e viver a vida ao máximo, porque, caso contrário, só sobrará na velhice o arrependimento do que não se experimentou.

Eu, você e a garota que vai morrer

Me and Earl and the Dying Girl

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Os adolescentes Greg e Earl não são o melhor exemplo de pessoas extrovertidas. Seu passatempo favorito é ver filmes famosos. Sua vida fica cheia de outras cores quando em seu círculo aparece uma garota modesta, Rachel, que tem leucemia. O enredo do filme é típico, mas seus criadores não idealizaram a doença. Eles dizem abertamente que a morte de um amigo próximo é uma perda insuportável, mas temos de fazer todo o possível para que ele, em seu último ano, mês e até mesmo na última hora de sua vida seja verdadeiramente feliz.

Não olhe para trás

Danny Collins

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O famoso músico de rock Danny Collins vive uma vida de estrela comum. Tudo muda quando ele recebe em suas mãos uma carta antiga de John Lennon, no qual pede a Danny para não desperdiçar seu talento em besteiras. Neste ponto, o herói interpretado por Al Pacino percebe que os anos se foram em vão e decide corrigir seus erros. Depois de filmes assim, realmente vale a pena pensar: estou gastando meu precioso tempo em vão?

Ricki and the Flash: de volta para casa

Ricki and the Flash

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Em sua juventude, Linda, interpretada por Meryl Streep, deixou o marido e os filhos para viver um sonho cheio de emoção: queria se tornar uma estrela de rock famosa. E, agora, depois de muitas tentativas para atingir o reconhecimento, retorna à família. Será que eles vão ser capazes de perdoar anos de indiferença? A história de Linda nos lembra que cada decisão tem consequências e que a família é a mais importante e maior felicidade.

Mama

Ma ma

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A vida de Magda, uma professora de 40 anos de idade, está indo por água abaixo: divorciou de seu marido, perdeu o emprego e também descobriu que sofre de uma terrível doença em estágio avançado. Parece que é hora de desistir de tudo e aceitar o destino. Mas a heroína interpretada por Penélope Cruz decide o contrário. Este filme surpreende pelo amor à vida, nos ensina a aproveitar cada momento e viver, apesar de tudo. Para seu próprio bem e de aqueles que você ama.

Amy

Amy

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Este filme, vencedor do Oscar, nos conta quão brilhante e curta foi a vida de Amy Wynehouse, uma cantora amada por milhares de pessoas. Durante 27 anos ela compôs muitas músicas sublimes e cometeu a mesma quantidade de erros irreversíveis. Nós só podemos aprender com eles: não nos dedicar à autodestruição e não perder tempo com aqueles que não merecem, mas, ao contrário, amar a si mesmo e apreciar cada dia.

Fonte: Incrível

Estou na idade em que não me importa o que os outros pensam de mim

Estou na idade em que não me importa o que os outros pensam de mim

Para sermos felizes e oferecermos felicidade é necessário alcançar antes o equilíbrio interior. Um estado em que ignoramos as críticas dos demais para que possamos nos centrar no enriquecimento e crescimento pessoal.

Todos nós deveríamos chegar a esta idade em que encontramos, por fim, o equilíbrio interior, a partir do qual toda crítica e comentário prejudicial ou não construtivo deixam de ter a sua influência sobre nós.

Sabemos que as críticas e frases maldosas sempre têm seu efeito em nós se vierem de pessoas próximas, especialmente de pessoas que amamos e com quem nos importamos. Por isso, nem sempre é fácil dizer “não me importo com o que os outros pensam ou falam de mim”.

As críticas o afetarão tanto quanto você permitir, por isso existe a necessidade de encontrar a maturidade e o equilíbrio interno essenciais para avançar com mais tranquilidade e integridade. Não estamos falando, portanto, da necessidade de chegar a uma idade determinada na qual finalmente comecemos a nos priorizar um pouco mais.

Estamos falando de uma idade mental, e não física, de um momento no qual alcançamos este equilíbrio onde muitas cargas ficam para trás, onde nossas experiências nos proporcionaram bons conselhos e onde conseguimos “desativar” tudo que não é positivo.

Você se anima a refletir sobre isso?

A idade de ouro não chega com os anos, mas com a paz interior e sem se importar com o que os outros pensam

A paz interior não chega com os 30, nem com os 40, nem com os 60. A idade de ouro é aquela em que damos um passo rumo ao nosso ser interno para apreciar o que somos, para olhar por nós mesmos cuidando sempre de fazer o bem, mas sabendo que se nós não formos felizes, não poderemos dar felicidade aos outros.

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A sua melhor idade é agora, não há alguns anos e não em algumas décadas: agora. E por isso, é de vital importância que você harmonize as suas ilusões, sua autoestima e seu equilíbrio interior. Nenhum amor pode ser mais importante do que o que você sente por si mesmo.
Somente quando conseguimos desenvolver uma autoestima adequada podemos desativar as pessoas tóxicas, a manipulação e as pessoas negativas que nos envolvem em suas tormentas pessoais.
Há quem consiga alcançar este equilíbrio interior com 30 anos, outras pessoas o alcançam antes ou depois, mas é necessário que chegue sempre este momento em que compreendamos que somos capazes de fazer a nós mesmos felizes e que, graças a isso, saberemos dar felicidade aos outros.
A idade de ouro é a paz e a liberdade interior. É cultivar este jardim interno onde ninguém pode podar seus sonhos ou esperanças porque você cultiva a sua personalidade com a alegria, otimismo e uma grande força, protegendo a sua autoestima.
A idade é uma questão de sentimentos, e não de anos passados. Por isso, é necessário que deixemos de dar tanta prioridade à beleza física que, embora seja importante nos cuidarmos e nos mantermos saudáveis, não é uma prioridade para sermos felizes. A aceitação de si mesmo e do próprio passar do tempo é ainda mais importante.

Minha verdadeira idade está em meu sorriso e em meu olhar

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A sua idade não é contada pelos anos, nem por uma ou outra ruga ao redor dos seus olhos. Sua juventude ou sua velhice são marcadas pelo seu coração e pelas alegrias que moram nele.

Por isso, é necessário que nosso coração bombeie de forma intensa diante de tudo aquilo de realmente nos faz felizes e acende o motor da mudança, do equilíbrio e a maturidade emocional com a qual dia a dia vamos nos sentindo mais sábios.

Deve chegar um momento em nosso ciclo vital em que sejamos capazes de dizer não à desesperança, não ao “me rendo”, não a nos deixarmos levar pelo que os outros falam, e não a dar valor as críticas que eles fazem sobre a nossa forma de ser ou entender a vida.

  • Todos nascemos livres, viemos a este mundo sem cargas e vamos embora da mesma maneira. Assim, tenha claro: entre o nascimento e a morte há uma etapa chamada vida que devemos viver com a máxima intensidade.
  • Sua vontade de viver e experimentar desenha a linha do seu sorriso e o brilho dos seus olhos, onde ficam impregnadas as emoções positivas.
  • O que os outros pensam de nós é seu mundo, sua área limitada de conhecimento que não lhe pertence nem o identifica. Se estas críticas vierem de pessoas que são importantes para você, reaja e imponha limites. Não permita que ataquem os seus valores nem a sua pessoa.
  • Quem lhe quer bem o fará feliz. Isso é algo que devemos nos lembrar sempre. Porque quem o ataca ou critica de forma pouco construtiva ou negativa não sabe respeitá-lo.

Em conclusão, lembre-se sempre de que a sua melhor idade é agora, um momento mais do que adequado para priorizar a si mesmo, para dar ao mundo o melhor de si desde a felicidade, o equilíbrio e a ilusão que se alimenta com cada novo dia.

Fonte: Melhor Com Saude

Hoje eu decidi ser feliz

Hoje eu decidi ser feliz

Hoje eu decidi ser feliz. Decidi abandonar aquele peso que eu carregava, que me sufocava, me deixava preso e me impedia de voar. Decidi sair da gaiola e transgredir as normas. Cansei de ser normal, de ser igual, de ser mais um. Cansei das respostas, agora só me preocupo com as perguntas. Perdi-me nas certezas e encontrei-me na loucura

Hoje eu decidi ser feliz. Decidi abandonar todas as presenças ausentes. Cansei de estar rodeado de multidões e me sentir sozinho. Daqui pra frente só aceito olhares profundos, ouvidos atentos, línguas afiadas e abraços apertados. Quero ao meu lado apenas aqueles que se jogam no mar sem medo de se perder.

Hoje eu decidi ser feliz. Decidi andar devagar, aproveitar o dia, esperar de mansinho a lua e sentir, entre as ondas que quebram na praia, as brisas que vem do oceano. Quero correr despreocupado pelo céu, descansar nas nuvens e beber água na fonte.

Hoje eu decidi ser feliz. Decidi prestar mais atenção nas felicidades presentes nas pequenas coisas. Decidi entregar-me aos pequenos prazeres e ser rei apenas do meu reino. Entreguei-me voluptuosamente aos encantos da distração para não perder nesta terra escassa nenhum raro poço de alegria.

Hoje eu decidi ser feliz. Decidi superar todos os meus medos e as minhas vergonhas. Decidi largar a borracha e fazer de cada borrão um novo traço, mais vivo, mais marcante, mais vibrante de um quadro em constante transformação.

Hoje eu decidi ser feliz. Decidi desbravar o mundo enquanto há tempo. Decidi lutar pelos meus sonhos, queimar o pé no asfalto, sentir a mão que afaga e ao mesmo tempo apedreja, pegar carona em balões de poesia e lutar contra as feras da selva de pedra.

Hoje eu decidi ser feliz. Decidi aprender a sorrir mais para poder enxergar na queda o passo de dança. Enxergar o novo lance de escada para continuar a subir, a melodia do silêncio para continuar a cantar e o balanço da rede para adormecer as tormentas.

Hoje eu decidi ser feliz. Decidi continuar a lutar por esse mundo vil e também encantador, que tanto me machuca e me alegra, que tanto me castiga e me nina, que tanto me manda embora e me prende em teus braços para que jamais encontre morada em outro lugar.

Hoje eu decidi se feliz. Decidi me perder nas linhas tortas do destino ou ser mochileiro de uma estrada sem rumo. Decidi explorar meus avessos, ter coragens infantis, vislumbrar o impossível e ser maluco o bastante para sempre acreditar no futuro.

Hoje eu decidi viver e lutar pela vida. Decidi enfrentar a minha tragédia fantasiado de palhaço para sempre rir por mais que o choro seja inevitável, para rir por mais que o choro seja seco, para rir e sempre lembrar que por mais dura que esta terra seja, sempre haverá poetas que jamais se esquecem de sorrir e enquanto estes existirem, sempre haverá uma nova aurora para nascer, um novo hoje a recomeçar e um novo dia para buscar o destino de felicidade do universo.

De onde vem a minha ansiedade?

De onde vem a minha ansiedade?

“Anguisse” metaforicamente no francês antigo era usado para comunicar sensações excessivas associadas a eventos aversivos, outra metáfora usada era a de borboletas no estômago (FRIMAN, HAYES E WILSON, 1998).

Para a psicologia, com foco na análise funcional do comportamento, sentimentos não são a causa de comportamentos. Skinner (1991) diz que os “comportamentos perturbadores são causados por contingências de reforçamento perturbadoras, não por sentimentos ou estados da mente”. Ou seja dizer que alguém chora porque se sente ansioso, não explica o porquê da ansiedade, apenas descreve um comportamento ansioso ou um “choro ansioso”.

O comportamento da pessoa não muda porque este se sente ansioso, ele muda por causa das interações da pessoa com o seu ambiente aversivo, que geram o estado físico sentido como ansiedade (mão gelada, coração disparado, falta de ar , etc). As mudanças sentimentais e comportamentais tem uma causa comum. Algo aconteceu para que a pessoa ficasse ansiosa, algo mudou em seu dia-a-dia e sem saber como lidar com a situação a pessoa passa a sentir alterações corporais, entendidas como ansiedade.

É preciso voltar aos eventos ambientais para explicar o porquê de um determinado comportamento, e ao mesmo tempo como esse indivíduo se sente enquanto o faz, assim a resposta para a causa da ansiedade pode estar nos eventos que acorrerem antes da pessoa passar a se sentir ansiosa. Esses eventos causadores podem ser imediatos ou estarem presentes na história de vida da pessoa.

As contingências antecedentes (o que aconteceu antes do estado ansioso) determinam os sentimentos, portanto ao trabalhar com elas se pode mudar a causa funcional dos sentimentos, eliminando assim angústias, sofrimentos, ansiedades, etc (QUEIROZ E GUILHARDI, 2001).

Se as causas do comportamento ansioso não forem identificadas e modificadas, dificilmente a pessoa deixará de sentir assim diante daquilo que lhe causa a ansiedade.

Dessa forma comportamentos ansiosos podem estar relacionados a uma falta de habilidade comportamental do individuo,ou seja, a pessoa não sabe como se comportar diante de algum evento ruim, de forma que estes causam o sentimento de ansiedade.

A tarefa do psicólogo analista do comportamento se concentra em entender como a ansiedade se estabelece. Buscando identificar como os eventos adquiriram a função aversiva, analisando sua história comportamental, e porque a pessoa não apresenta um repertório eficaz de fuga e esquiva (QUEIROZ E GUILHARDI, 2001).

Assim identificando e alterando as interações da pessoa com seu ambiente, se alterarão também os sentimentos e os comportamentos ansiosos (SKINNER, 1991).

O psicólogo é capacitado para analisar a interação das pessoas com o seu ambiente e ajudá-las a identificar as causas da ansiedade, converse com um bom profissional.

Se você ficou com dúvidas quanto este artigo me escreva > [email protected]

Referências

FRIMAN, P. C.; HAYES, S. H.; WILSON, K. G. Porque Analistas do Comportamento devem estudar a emoção: o exemplo da ansiedade (Tradução Livre). Why Behavior Analysts should study emotion: the example of anxiety.JABA, v.31, n. 1, pág.137-156, 1998.

GUILHARDI, H. J. e QUEIROZ, P. P. Identificação e análise de contingências geradoras de ansiedade: caso clínico. Em: H. J. Guilhardi; M. B. B. P., Madi, P. P. Queiroz, M. C. Scoz (orgs.), Sobre Comportamento e Cognição: Expondo a Variabilidade, v. 7, pág. 257-268. Santo André: ESETec, 2001.

SKINNER, B. F.;O lado operante da terapia do comportamento. Em B. F. Skinner Questões Recentes da Análise do Comportamento. Campinas: Ed. Papirus. (Publicação original de 1987), 1991.

A sorte tem o riso solto. Sorria que ela sorri de volta.

A sorte tem o riso solto. Sorria que ela sorri de volta.

Que sorte a nossa! Viver num mesmo tempo, debaixo do mesmo céu, acima do mesmo chão. Com todos os milhões de anos da Terra, tanto canto na história para termos existido, olha que coisa, viramos gente logo aqui, logo agora. Que sorte!

Podíamos ter surgido em qualquer ponto na antiguidade, em tantas eras passadas, tantas épocas idas. Eu ali na pré-história, você acolá no Egito antigo. Mas não. Somos gente de um só tempo. Gentis contemporâneos de sorte. Que sorte a nossa!

Um mero deslize da Criação e teríamos sido estranhos na idade da pedra lascada, descobrindo o fogo em outros braços. Uma mudança à toa nos planos da existência e seríamos soldados de tropas inimigas em guerras antigas de pau e pedra, rivais cegos de ódio e medo em disputas de solo, carrancudos senhores feudais enterrando dinheiro nos fundos da casa, broncos de ganância, obscuros um ao outro para sempre.

Mas estamos aqui, bichos de um mesmo tempo. Não mais sisudas criaturas de outra era, almas desencontradas em desengano e desespero. Somos seres que riem e sonham juntos. E você sorri tão bonito! Mais bonito que o meu sonho mais bonito.

Que sorte, meu Deus, que sorte a nossa! Se o amor é para todos, entre todos estamos nós. Sortudos que só, vivendo cada um a sua vida, em caminhos separados num só tempo. Sofrendo as mesmas penas, assistindo às mesmas guerras, correndo os mesmos riscos. Amando o mesmo amor bonito que vive em cada um. Percebendo no caminho que a vida é mesmo um escandaloso privilégio.

Até que enfim nossas vias se cruzem, nossos passos se encontrem. E nossa sorte grande seja um amor enorme. Uma sorte conquistada, uma fortuna infinita. Partida feita de chegadas. Jogo que se joga a favor do outro. Que sorte a nossa. Que sorte!

Por que você se foi? O acompanhamento Psicológico no Luto.

Por que você se foi? O acompanhamento Psicológico no Luto.

“A gente prepara, com carinho e alegria, a chegada de quem a gente ama. É preciso preparar também, com carinho e tristeza, a despedida de quem a gente ama.” (Rubem Alves)

Quando alguém que amamos se vai, ou com a ameaça de perda iminente, nasce uma angústia avassaladora; várias incertezas e perguntas sem respostas. Isso dói. Corrói. Por que você se foi? O enlutado se pergunta e, dificilmente consegue resposta. Os esforços para compreender a perda são grandes, contudo, as respostas nem sempre são satisfatórias. As conclusões, por vezes, são formadas por pessoas próximas e ora do próprio esforço de pensamento. Mas o fato é que a morte faz parte da vida, porém também faz parte das questões as quais nem sempre estão ao alcance de uma compreensão lógica.

Com duração variável, o sofrimento intenso é, muitas vezes, paralisante. O que não significa que seja patológico, podendo ser algo natural em decorrência do forte vínculo que foi estabelecido. Por um tempo (o tempo do luto) é esperado que isso aconteça e, é importante que aconteça, inclusive. Não dá para depositar expectativa no tempo como remédio único para cicatrizar feridas, reparar danos e solucionar questões difíceis. No entanto, com o tempo, tem-se a possibilidade e o espaço necessário para que se possa ir elaborando melhor as dores. O tempo é um espaço possível para que coisas que pareçam gigantes possam se diluir neste espaço e tornarem-se mais acessíveis.

Quando o acompanhamento psicológico é indispensável?

Chega um momento (com um tempo relativo e particular) em que a vida precisa seguir. É preciso lembrar-se de que, embora alguém importante tenha ido, a própria vida é também muito importante.

Nem sempre o acompanhamento psicológico vai ser necessário, pois é possível lidar com a dor e seguir com as atividades habituais, sem grandes desordens. No entanto, a morte é potencialmente um evento traumático, que pode romper com o equilíbrio das estruturas psíquicas e emocionais. Merece atenção. Além disso, diante da vida agitada da maior parte das pessoas e com as limitações que cada um tem para lidar com o sofrimento (próprio e o do outro), não há espaço para compartilhar a dor da perda. Passa-se por cima. Faz-se um esforço desmedido de não entrar em contato com os conteúdos que estão latentes. Ficando dessa maneira, superficialmente “tudo bem”. Deste modo, os sentimentos conflitantes, por ora adormecidos, podem vir a agravar o luto, tornando-o uma depressão etc. E é aí que o acompanhamento psicológico torna-se imprescindível.

A psicoterapia é também um espaço para o auxílio na significação da morte, na legitimação da dor e para uma escuta empática da perda conflituosa. Um profissional pode proporcionar o acolhimento necessário a essa fase complexa da vida, que é a morte.

Simone de Beauvoir apaixonada

Simone de Beauvoir apaixonada

Engana-se quem pensa que Jean-Paul Sartre foi o amor maior ou o único amor essencial de Simone de Beauvoir. O escritor americano Nelson Algren despertou na escritora uma paixão arrebatadora que durou mais de uma década e a inspirou a escrever diversos livros.

Tão imensamente triste quando o amor se transforma numa poeira incômoda nos olhos. Uma poeira que não é outra coisa senão o resquício do que não foi, o que deveria ter sido; um grão de promessa não cumprida.

Tão imensamente desolador quando duas criaturas que se amam feito bicho se olham, mas não conseguem se perceber porque tudo o que desejam ver é o amor do outro e tudo o que temem é perder esse amor.

Tão imensamente insano e estúpido mastigar raiva, engolir frustração e depois vomitar falsa altivez quando tudo o que se quer é boiar como uma rã no ventre de um crocodilo após uma tarde de fomes saciadas.

Petite, Frenchie, Rã, Simone; Marido, Precioso Amado, Crocodilo, Nelson. Estes e outros apelidos amorosos de Simone de Beauvoir e seu amante americano Nelson Algren podem ser encontrados na biografia romanceada deste louco amor “Beauvoir Apaixonada” (Editora Verus), de Irène Frain (tradução de Marisa Rosseto).

Segundo Frain, seu livro é um romance inspirado em fatos reais, embasado em documentação de arquivos preexistentes: “Agi como o produtor de um dossiê, reunindo o máximo de elementos que se encontravam disponíveis ou documentos inéditos que eu mesma busquei com afinco para reconstituir o quebra-cabeça dessa relação fascinante”.

No decorrer das 334 páginas de “Beauvoir Apaixonada”, Nelson Algren sai da condição de “amante tímido” a que muitas vezes fora relegado para ser apresentado ao leitor como de fato parecia ser: grande escritor, sedutor irresistível, dotado de um humor devastador e admirável e ardente amante. Já Simone é apresentada não como o ícone que conhecemos, mas como mulher apaixonada que, igualmente a qualquer outra, soluça de desespero quando sente que está perdendo o remo da própria vida ao mergulhar nos olhos daquele que parece ter engolido a sua alma. Mulher apaixonada que chora por 48 horas seguidas quando seu amor se despede e sobe num avião e, em outra ocasião, escreve: “O que é longe? O que é um voo de 24 horas se você realmente quer ver o homem que ama?”

contioutra.com - Simone de Beauvoir apaixonada
Beauvoir Apaixonada- 334 páginas- Editora Verus

“Petite, como você pôde me desejar tanto tão depressa, tão rudemente e intensamente, na primeira noite, como jamais nenhuma mulher desejou um homem antes?” – escreve Nelson, após o primeiro encontro amoroso do casal em Chicago.

“Senti que minha vida me abandonava, minha velha vida com suas preocupações, suas fadigas, suas lembranças desgastadas (…) Eu não sabia que podia ser tão arrebatador fazer amor. O passado, o futuro, tudo o que nos separava morria ao pé da nossa cama. Que vitória!” – anota Nelson num de seus rascunhos.

As cartas foram, sem dúvida, o palco onde esse amor, atravessado pela distância (ela morando em Paris e ele em Chicago) e pelo relacionamento de Simone com Sartre, respirou:

“Meu querido, o quer que eu faça, quer eu trabalhe ou esteja bebendo algo, quer esteja sozinha ou com outras pessoas, você sempre está em meu coração” – dizia Simone numa das primeiras missivas.

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Mais adiante, quando os laços pareciam indestrutíveis, escreveu:

“Não lhe darei trégua à noite, quero me assegurar de que você me ama realmente (…) É uma mulher completa que o deseja. Agora, não sou nada mais que esse ardente, orgulhoso, impaciente e feliz desejo de você”…

Foi na época em que viveram esse amor maior que o mundo, um amor de bicho, amor de criança que, Simone de Beauvoir, escreveu seus famosos livros “O segundo sexo” e o premiado “Os mandarins” (que conta a história do casal) e Nelson Algren alcançou fama e reputação com o premiado “O homem do braço de ouro” e “Chicago, City on the Make”.

Além dos encontros e desencontros amorosos do casal ao longo de catorze anos – bem romanceados, diga-se de passagem, por Irène Frain, que soube amarrar a narrativa com diversas reviravoltas e diálogos plausíveis e verossimilhantes – “Beauvoir Apaixonada” conta, também, com curiosidades como a repercussão negativa do livro “O segundo sexo” nas ruas de Paris na década de 50, a história das lendárias fotografias de Simone nua no banheiro, detalhes da traição consentida de Simone (seu marido Sartre chega a pagar passagens para que ela se encontre com o amante), bem como o ciúme que a imperatriz do existencialismo sentia de uma das amantes de Sartre, Dolores, a quem chamava carinhosamente de Maldita.

contioutra.com - Simone de Beauvoir apaixonadaNelson e Simone parecem ter se amado sem nunca ter se entendido. Amaram-se com a força e a virulência da peste, mas botaram tudo a perder por pura incapacidade de abrir mão do que foram antes de se tornarem rã e crocodilo um para o outro. Botaram tudo a perder por medo: medo de perder o amor do outro.

Acontece. É triste, mas acontece nos “romances com embasamento na vida real”.

Mais triste do que a impossibilidade de viver uma história a dois quando o amor é pungente? Somente a sensação de ter sido enganado. Confesso que chorei copiosamente lendo as páginas finais. Eis um trecho:

“No fim de seu livro, ela declarou que, agora que conhecia as leis da vida, tinha a impressão de que o mundo era uma promessa não cumprida. “Eu fui enganada”, concluía. Nelson teve a mesma convicção: ele tinha sido enganado. Não pela existência, mas por ela. Nunca mais lhe deu um único sinal de vida. Exceto pela imprensa. (…) No entanto ele não destruiu as cartas de Simone. Nem as fotos. (…) Ela tampouco destruiu as fotos ou as cartas dele. E conservou na mão o anel [ofertado por ele na primeira noite de amor] na mão”.

Sobre os efeitos colaterais do amor, Simone dissertou no capítulo A apaixonada, de “O contioutra.com - Simone de Beauvoir apaixonadasegundo sexo”:

“Esse sonho de aniquilamento é, na verdade, uma ávida vontade de ser. Em todas as religiões, a adoração de Deus confunde-se para o devoto com a preocupação de sua própria salvação; a mulher entregando-se inteiramente ao ídolo, espera que ele lhe dê a um tempo a posse de si mesma e a do universo que nele se resume”. Aliás, ela abre esse capítulo com uma observação para lá de interessante:

“ A palavra ‘amor’ não tem em absoluto o mesmo sentido para um e outro sexo. E é isso uma fonte dos graves mal entendidos que os separam. Byron disse, justamente, que o amor é apenas uma ocupação na vida do homem, ao passo que é a própria vida da mulher”.

Ah o amor! O amor e seus equívocos. O que será que impediu, de fato, que Nelson e Simone tivessem consciência de que a história que viveram talvez tenha sido a única coisa verdadeira que experimentaram? Ou será que eles sabiam disso, mas achavam que só amor não bastava?

***

contioutra.com - Simone de Beauvoir apaixonadanota: as fotos nuas de Simone de Beauvoir foram feitas em Chicago, por Art Shay, amigo de Nelson Algren e, segundo o fotógrafo relatou anos mais tarde, “Nelson estava ausente”. Os cliques se deram no banheiro da casa de uma amiga de Shay e Simone não se importou quando se percebeu sendo fotografada: “ela estava morrendo de calor, segundo ele, e queria de qualquer jeito tomar banho. Como em Wabansia [ casa de Nelson] só havia uma pia para se levar, ele telefonou a uma amiga e lhe pediu que emprestasse seu apartamento para que Simone se refrescasse. A amiga teria concordado e saído, deixando as chaves do apartamento debaixo do capacho (…) Uma vez lá, percebendo que Simone tinha deixado a porta do banheiro aberta (…) ele aproveitou para fotografá-la enquanto enquanto ela se penteava , depois de já ter se lavado. Ela teria ouvido o barulho do disparador e, longe de ficar ofendida, teria caído na risada: “Safadinho!”…

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imagens: google.

matéria publicada originalmente em Obvious.

Fotógrafo capta imagens esplêndidas de bailarinos nas ruas de Cuba

Fotógrafo capta imagens esplêndidas de bailarinos nas ruas de Cuba

O fotógrafo Omar Robles tem mais de 200 mil seguidores no Instagram, e esse número só tende a crescer, já que a sua nova série de fotografias com alguns dos melhores bailarinos do mundo nas ruas de Cuba é nada menos do que hipnotizante.

“Aqui estão alguns dos melhores bailarinos do mundo”, escreveu Robles no seu blog. “Talvez seja porque o ritmo e o movimento correm no sangue afrocaribenho, mas isso se deve sobretudo à escola russa de dança que é parte da sua formação.”

“Os cubanos lutam muito para permanecerem em cena. No entanto, muito parecido com os bailarinos, eles se esforçam com uma capacidade de resistência e elegância que eu nunca vi antes. É exatamente por isso que bailarinos cubanos têm sido sempre tão grandes e por tantas gerações. A resistência simplesmente reside em seu sangue”, conta o fotógrafo.

Vem ver:

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Fonte: Razões para Acreditar

Observar e Absorver: a vida precisa de sentido e empatia

Observar e Absorver: a vida precisa de sentido e empatia
https://www.facebook.com/ObservareAbsorver/?fref=ts

O que é necessário para vivermos? Quais as coisas que, mediante a esse mundo moderno, realmente precisamos para termos uma vida plena e calorosa? Pode parecer controverso dedicar reflexões tão abrangentes numa época da qual o capitalismo é dominante, onde o dinheiro e os bens materiais surgem no horizonte a fim de suplantar todos os desejos e anseios da sociedade. Talvez seja uma discussão realmente teórica e pouco importante. Talvez. Mas como nos comportamos ao encararmos diariamente o ódio, a intolerância e os maldizeres de um corpo social construído para menos sentir? Adentramos nesse abismo emocional quase que corriqueiramente e sequer percebemos. E isso é preocupante. Eduardo Marinho é um homem comum. Simples. Sem posses. Veio de uma família afortunada. Estudou nos melhores colégios. Um dia, largou tudo. Disse que queria encontrar o sentido da vida. Marinho ainda o busca, mas hoje, com sorrisos e as mangas arregaçadas, consciente das suas escolhas. Também fundamental e de peito aberto para observar e absorver assuntos e sentires pouco próximos da maioria. Estas são apenas algumas das linhas desconstruídas e conversadas no documentário Observar e Absorver, dirigido por José Marques Carvalho Junior (também conhecido como Junior Sql) e disponível na íntegra, gratuitamente, no Youtube.

A simplicidade flerta na vida de Eduardo Marinho em todos os momentos mostrados no vídeo. O cronista das ruas e das artes, na verdade é um cidadão do mundo – não no sentido territorial, mas naquele imerso nos questionamentos sobre a vida e sobre as importâncias de quem não sente medo de viver. Marinho vive. Ele não sobrevive. O que começou com algumas conversas gravadas dos seus dias de trabalho expostas nas redes sociais, tomou proporção até chegar nesse documentário legítimo, sincero e por que não, carregado do mais inciso amor? Sim, inciso amor. Um sentimento que desperta proximidade e não restrito no plano das ideias. Marinho atua, dia após dia, através do seu próprio eu, de forma a interagir e definitivamente interferir para mudanças. Fala de tudo. Sente mais ainda. E as pessoas param e ouvem. Ouvir aqui é diferente de escutar. Ouvir é colocar o coração para fora, sem medo, despido dos velhos hábitos e personagens caricatos oriundos da infância. É sinestesia abarrotada de vontade. Vontade de evoluir e de ser alguém melhor para uma sociedade melhor. Sem pretensões e campos comportamentais utópicos. Porque para que exista uma real mudança no coletivo, primeiro precisamos mudar a nós mesmos. Permitir-nos sair dessa zona de conforto e comodismo que nos encontramos quando, contrariados por egocentrismos, batemos. Excluindo os mais fracos. Virando os olhos para mais pobres. Fazendo piada com quem é diferente do nosso convívio. Se faça a seguinte pergunta; quantas vezes eu perguntei para alguém hoje “tudo bem?”. Mas não na forma de cumprimento, mas de interesse. Daquela estampada e disposta de empatia para ouvir e conversar. Não importa o assunto. Não importa a resposta. A experiência pura e simples do amor começa assim, em pequenas atitudes e preocupações com o próximo.

Observar e Absorver demanda escolha. É romper todas as barreiras de quem você é hoje, abrindo espaço para algo novo ser lapidado, mas sem previsão de término. Tudo isso com mais e mais empatia. Pelas palavras, pelas pessoas, pela poesia e por todas as coisas que nos cercam. Cada qual no seu próprio tempo, sem dúvida. Esqueçamos aspirações políticas e disseminações de verdades universais que reprimam o direito do outro. Todavia, fazendo da vida um caminhar para ser feliz consigo e, consequentemente, contaminar todos ao redor. Sorrindo e abraçando novos patamares. “Ser dois e ser dez e ainda ser um”, compuseram Herbert Vianna e João Barone.

Por que uma brasileira largou tudo para divertir crianças refugiadas pelo mundo?

Por que uma brasileira largou tudo para divertir crianças refugiadas pelo mundo?

“Estão tão traumatizadas que mal conseguem brincar”, relata Alessandra Luiza de Morais, que deixou seu playground em Nova York para trabalhar em campo de refugiados na Grécia

A brasileira Alessandra Luiza de Morais, de 49 anos, se define como brincante. A profissão de Lele, como é conhecida, é justamente brincar com crianças de todas as idades. Mas nos últimos meses, se sua atividade seguiu sendo a mesma, o cenário e a situação dos meninos e meninas do outro lado do jogo mudaram drasticamente.

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Em uma semana, ela estava em Nova York, onde mora há 14 anos, com as várias crianças que participam do grupo de brincadeiras que ela mantém no quintal de sua casa ou em algum parque da cidade americana. Em outra, ela estava em um campo de refugiados na Grécia, brincando com crianças sírias que chegaram até lá de bote, depois de presenciarem todo tipo de atrocidades.”Elas já haviam perdido tudo. Não queria que perdessem também a infância.”

Com a ideia de ajudar crianças a continuar sendo crianças mesmo diante dessa situação, Lele criou o “Child Rescue Project”. Após uma campanha de financiamento coletivo, ela foi até o campo de refugiados de Eko para brincar com as crianças sírias – e arrancar umas risadas delas.

Antes de embarcar para inventar brincadeiras, dessa vez com refugiados na Áustria e provavelmente na Turquia, Lele conversou com a BBC Brasil sobre as surpresas (boas e ruins) de sua experiência e a luta para “garantir o direito de brincar às crianças de quem isso lhes foi roubado”.

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Como você foi parar na Grécia? Já tinha algum envolvimento com a causa dos refugiados?

Não, não tinha. Mas desde setembro do ano passado, quando comecei a ver fotos das crianças sírias mortas após se afogarem na travessia, passei a acompanhar essa crise, a coletar doações, a me envolver – especialmente com Calais (cidade na França que abriga campo, conhecido como “A Selva”, com imigrantes que tentam entrar na Inglaterra), que passou a abrigar mais e mais famílias. Fiz contatos e resolvi ir trabalhar com as crianças de lá, mas acabou não dando certo.

Por quê?

Porque o campo foi desativado e as famílias, inclusive as crianças que estavam sozinhas, foram expulsas, se dispersaram. Mas não mudei de planos. Por meio de uma ONG que conheci (a Lighthouse Release), decidir ir para o campo de Eko, no norte da Grécia.

Como você viabilizou a viagem?

Ia bancar tudo sozinha, mas uma amiga achou que poderíamos fazer um financiamento coletivo, especialmente para comprar material. Acabou sendo um sucesso. Pedimos US$ 3 mil, mas conseguimos mais que o dobro. Quando vi, pensei “Gente, tudo isso? Não vou dar conta de levar tanto brinquedo e giz” (risos). Mas foi lindo ver essa generosidade.

E chegando lá na Grécia?

Eu e uma amiga que foi comigo alugamos um carro e quando fomos chegando perto do acampamento, vimos um sinal luminoso. Eko era um posto. O acampamento era em um posto de gasolina. Foi meu primeiro choque.

Como você foi recebida?

Cheguei lá e fui conversar com dois espanhóis que já estavam trabalhando com as crianças, entre outras coisas. Eles chegavam lá, colocavam os brinquedos no chão numa espécie de tenda, e entrava uma manada de crianças. Segundos depois, elas começavam a disputar os brinquedos e a se bater.

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Por quê?

Essas crianças são incríveis, são uns amores, mas elas são uma panela de pressão. Nem tem como ser diferente, né? Tem tanta coisa por baixo, estão tão traumatizados, que mal conseguem brincar, qualquer coisa já saem na mão.

Como você reagiu?

Passei meu primeiro dia lá no campo controlando briga, tentando acalmá-los. Morri de tristeza. As crianças choravam o tempo todo. Os voluntários, que eram fantásticos, estavam exaustos, claro.

E depois desse dia meio traumático, como foi?

No dia seguinte, pedi para a Clara (a voluntária espanhola) para eu começar o dia e ela topou. Não sabia exatamente o que fazer, mas sabia que tinha de ser uma coisa amorosa, calma, para lidar com a energia desses meninos, algo alegre, mas sem ser explosivo. Então, fui pegando as crianças pela mão, duas por vez. Pegava, abraçava, beijava e levava para a dentro da tenda e falava de um jeito bem tranquilo para elas ficarem sentadinhas. Fizemos uma roda e peguei um livro de histórias e fui tirando umas mágicas do bolso. Foi dando certo… olhei para a Clara e ela estava chorando, nunca tinha visto os meninos tranquilos daquele jeito.

Não teve disputa por brinquedos?

Num primeiro momento, não teve brinquedo. Só depois fomos distribuindo, aos poucos. Levei alguns piões do Brasil e foi a coisa mais linda que aconteceu. Achei que ia ter de ensiná-los a jogar. Dei um giz para cada um ir pintando o seu e, quando olhei para trás, eles estavam todos jogando pião, brincando, rindo, numa alegria…

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Eles já conheciam pião?

Não fazia ideia disso, mas sim. Sem querer, conseguimos levar para eles a melhor memória que eles tinham do país deles. Uma memória que não tinha nada a ver com a guerra na Síria, tinha a ver com tempos felizes, era uma memória alegre. Eles estavam muito empolgados, fazendo algo que tinham aprendido na cidade, na escola, no quintal deles. Foi incrível. Não teve uma briga sequer. Fiquei muito emocionada. É incrível ver como a brincadeira une, acalma, põe a criança em contato com ela mesma.

Por que você achar que brincar é uma prioridade para essas crianças refugiadas?

Para elas é ainda mais urgente, porque elas perderam tudo o que tinham. Vivem a falta de tudo. Não têm casa, não têm o lugarzinho deles, a caixinha debaixo da cama. Por isso mesmo que é preciso dar continuidade à infância deles, reinventar o espaço da brincadeira mesmo em um lugar completamente adverso. Brincar é um direito deles. Tanta coisa já foi roubada deles. Isso não pode ser roubado também.

As brincadeiras também os ajudavam a esquecer um pouco da tragédia, não?

Sim, vendo eles brincar, a gente nem imagina pelo que passaram até ali. Nos intervalos, eu usava uma Polaroid que havia levado para fotografar as famílias. Um menino me levou até a tenda dele e só estava o pai. Perguntei da mãe. Ele apontou para o céu. Fiz um sinal com a mão, perguntando “como?” E ele fez um som com a boca; “bum!” Você engole seco, abraça a pessoa, demonstra todo o seu amor.

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Mas você conseguia se segurar?

Sabe, quando eu estava com as crianças, claro que eu eu ficava superemocionada com as histórias, mas não sentia vontade de chorar – mesmo nos momentos mais difíceis. Com as crianças, era como se eu fosse que nem elas. Só que à noite, quando ia pro hotel, chorava sem parar. Pensava que eu tinha uma cama, um banho quente… os meninos não tinham nada disso. Voltar para Nova York também foi difícil. Voltar para sua vida real, não ter mais como estar com as crianças.

E como ficou sua vida em Nova York, seu grupo de brincadeiras?

Resolvi desativar meu playgroup por pelo menos um ano, para me dedicar ao Child Project Refugee. Me dói muito porque faço isso desde que cheguei aqui, há 14 anos. Quando comecei, inclusive, meu inglês era igual ao deles, falava como uma criança de 3 anos (risos). Mas na Grécia me deu um click, porque pela primeira vez eu estava fazendo o que eu queria quando saí do Brasil: brincar com crianças do mundo, assegurar essa cultura da criança.

Quais os próximos destinos?

Neste mês, embarco para a Áustria, passarei algumas semanas com as crianças refugiadas de lá. Depois, devo ir para a Turquia e para Líbano. E também tenho projetos de brincar com crianças em situações delicadas, não necessariamente envolvendo guerra, como em um projeto que devo participar na Índia.

E a Grécia?

Eu mal posso acreditar, mas o campo Eko não existe mais. Os refugiados foram retirados de lá e levados para um campo militar, onde não podem cozinhar, não há escola e as condições são péssimas. E lá ONGs estrangeiras também costumam ser proibidas. Eu vi como funcionam esses campos quando visitei um assim no norte da Grécia (o campo de Alexandreia). Mas vou voltar para Grécia no segundo semestre.

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Você mantém contato com os refugiados que conheceu lá?

Sim, com alguns eu me comunico ainda, especialmente por WhatsApp, como com a família que ganhou um celular para a esposa falar com o marido, que estava na Alemanha. Uma mãe de cinco crianças, que atravessou sozinha da Síria até a Grécia. Nunca vi uma mãe naquele estado de esgotamento, me disse que não dormia, com medo de os meninos saírem da barraca no meio da noite.

O que você aprendeu no começo do projeto que vai repetir ou evitar nessa segunda fase?

Uma das coisas que quero repetir é o projeto de troca que fiz entre crianças de uma escola aqui de Nova York com crianças sírias. Umas fizeram desenhos para as outras – foi incrível. Agora quero fazer vídeos também. Porque quero mostrar para as crianças que todos são iguais. Aquela pessoa sofrendo é parte de você. Você não quer isso, porque vai sofrer também.

Quero manter esse contato entre elas, porque toda criança tem dentro dela a compaixão, tem senso de igualdade, de justiça. E vai perdendo quando cresce, quando passa a achar que ter um carro te faz melhor. Eu acho que esse intercâmbio de desenho ou vídeo mantém esse valor original que vive dentro das crianças. As mensagens eram lindas, com frases como “Vocês são as pessoas mais corajosas desse mundo, estamos orgulhosos…”

Você percebe diferença entre as crianças sírias, brasileiras, americanas?

Bem, o que eu percebi logo de cara quando cheguei aos Estados Unidos foi que as crianças daqui já tinham uma perda, não sabiam brincar sozinhas, não podiam pular corda, tudo era perigoso. Normalmente, as brincadeiras aqui têm de ter um propósito. Fiquei chocada quando um menino me contou que no pega-pega aqui, quem for pego tem que falar uma palavra com a letra que o pegador fala. Gente, o verdadeiro brincar não tem propósito. No meu grupo, eu só brinco, não fico querendo ensinar nada.

Mas em geral, meninos e meninas de todo o mundo são muito parecidos, porque a linguagem da criança é sempre o brincar. Sempre fico observando. Os meus professores sempre foram as crianças.

Fonte: Ultimo segundo

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