Sociedade dos poetas mortos: Carpe Diem

Sociedade dos poetas mortos: Carpe Diem

Sempre me pego pensando na fragilidade humana, na fugacidade da vida. Tudo passa tão depressa. É como se estivéssemos travando uma luta constante contra as areias da ampulheta, buscando um modo de não deixá-la passar. A brevidade da nossa existência é algo que assusta, mas, ao mesmo tempo, é essa finitude que confere valor à vida. É por ter um fim que a vida é tão importante e, logo, ela deve ser vivida, muito embora, a maior parte das pessoas insista em apenas existir.

Essa reflexão aparece no filme “Sociedade dos Poetas Mortos” de Peter Weir. Na obra, conhecemos por meio do professor John Keating (Robin Williams) a expressão “Carpe Diem”, uma expressão no latim, que traduzida literalmente significaria algo como aproveitar o dia. No entanto, esse conceito é muito mais abrangente como explica o professor. Ele significa que devemos buscar viver de modo pleno, sugando a essência da vida. Sendo assim, somos induzidos à busca interior, pois, somente com o autoconhecimento (conhece-te a ti mesmo) conseguimos saber o que somos, o que queremos e, portanto, estaremos aptos a “aproveitar o dia”.

Essa ideia de autoconhecimento é bem trabalhada na obra ao utilizar um cenário de um colégio interno, em que jovens garotos estão descobrindo o que são. O maior exemplo é representado por Neil (Robert Sean Leonard), um garoto que descobre a sua paixão por atuar, encontrando o que quer fazer da vida. Entretanto, a escolha de Neil é totalmente desrespeitada pela sua família que o quer exercendo uma profissão “bem vista” socialmente. Assim como a família de Neil, o colégio também tinha métodos de ensinos pragmáticos, de modo que o único objetivo da educação era tornar os jovens aptos a entrar nas melhores faculdades do país.

Esse comportamento é repetido pela sociedade contemporânea, em que as pessoas devem se adequar a padrões comportamentais, preocupando-se apenas com escolhas que lhe proporcionem retornos econômicos. A subjetividade do indivíduo, bem como, o lado humanístico da educação são destroçados e substituídos por um tecnicismo burocrático e uma privação total da liberdade de ser do indivíduo, demonstrando a pseudo-liberdade na qual vivemos.

Dessa maneira, como o indivíduo pode sugar a essência da vida sendo desprovido de liberdade? Como pode viver de forma plena quando a subjetividade é tolhida? Ao querer converter homens em máquinas, que só se preocupam em fazer somas, como disse Exupéry, os homens deixam de ser homens e passam a ser cogumelos e, assim, deixa-se de viver para apenas existir, lembrando Oscar Wilde.

Estamos transformando a vida em uma grande linha de produção, em que cada um tem uma função determinada, da qual não pode se afastar. Vivemos sempre com pressa e só enxergamos valor naquilo que é determinado pela sociedade. Não temos outra preocupação que não seja consumir, além de não possuirmos interesse algum por algo que não possa ser rotulado com uma embalagem.

E quanto ao amor, à poesia, à arte? Onde ficam essas coisas? Como podemos aproveitar o dia sem elas? A educação deve servir apenas para entrar em uma boa faculdade? Empregos devem servir apenas para ter bons salários? Viver é somente consumir e seguir o protocolo social? E quanto ao que você é? Os seus sonhos? A sua beleza? Devemos deixar tudo isso de lado por fama, sucesso, dinheiro, reconhecimento social? Mas qual o valor do reconhecimento de uma sociedade doente?

É preciso estar acordado e não se deixar levar por ondas perigosas que destroem o que somos, pois ao deixarmos o nosso “ser” ser destruído, consequentemente, deixaremos de sentir a vida em sua plenitude e poder sugar a sua essência. Esta não está em manuais que determinam fórmulas para viver, e sim, no interior de cada um de nós, no silêncio oculto da alma, em cada compasso marcado pelas batidas do coração.

Para aproveitar o dia é necessário coragem para tomar caminhos que provavelmente não sejam os mais escolhidos. É preciso estar disposto a não ser aceito, ser visto como inadequado ou estranho. Todavia, ser fiel às próprias crenças, possuindo um eu forte, é o que permite ter a seiva da vida dentro de nós.

“Garotos, vocês devem se esforçar para encontrar suas próprias vozes. Porque quanto mais vocês esperarem para começar, menos provável que vocês possam encontrá-la.”

Sabemos que seguir a estrada mais percorrida é sempre mais fácil, entretanto, seguir a estrada mais percorrida é permitir ser transformado em um estranho de si mesmo, pois como nos ensina Keating: “Duas estradas se divergiam na floresta e eu, eu tomei o caminho menos percorrido, e isso fez toda a diferença”.

Ao nos acostumarmos com a nossa vida tecnicista, burocratizada e hedonista, fomos pouco a pouco matando as nossas singularidades e, assim, a beleza da vida. Somos estranhos mergulhados em um mundo de indiferença. Estamos aprisionados entre réguas e compassos que querem medir o que sentimos. Vivemos em meio a conversar vazias e vidas sem sentido. Dizem que estamos no caminho certo e insistimos em repetir que somos homens vivendo vidas felizes. Mas estamos apenas presos a vidas medíocres, calados, atormentados por um silencioso desespero.

A vida passa depressa e por isso é tão importante aproveitá-la. No entanto, para aproveitá-la é preciso estar disposto a fazer como John Keating, seguir o seu próprio caminho, buscando o seu eu, quebrando regras que só servem para tirar a liberdade do homem e subindo em cima da mesa para olhar as coisas com os seus próprios olhos.

É preciso acreditar no que somos e no poder das palavras. É preciso lembrar que vamos além de somas e números, que estamos cheios de paixão. E o mais importante: acreditar que somos livres e viver a liberdade do que somos, pois, somente assim, conseguiremos “aproveitar o dia”. Sendo mais do que cogumelos como lembrou Exupéry, fazendo mais do que existindo como disse Wilde e tendo a certeza de Thoreau, de que chegada a hora da morte, sugamos toda a essência da vida.

Seja humilde. Não seja capacho!

Seja humilde. Não seja capacho!

Você sabe como é. Um sujeito diz o que pensa, o outro discorda, os dois discutem, se elevam, se exaltam, se zangam. Na melhor hipótese se dão as costas e tomam cada um o seu rumo esbravejando baixinho: “fulano é um arrogante, sicrano é um metido”. Acontece o tempo todo.

Pena. Um e outro perderam a chance de tornar este mundo melhor. Era só aceitar que cada um tem o direito de pensar o que quer, do jeito que bem entender, e que discordar não é um problema. É só mais uma prova de que as pessoas ainda são livres para ser quem são. E quem não gostou que vá procurar a “sua turma”: aqueles com quem queremos estar. Cá entre nós, eu acho que as coisas bem podiam ser assim. Mais simples. Cada um seria o que é e pronto.

Acontece que bater o pé e insistir em ser você mesmo quase sempre vai ser visto por aí como “falta de humildade”. Faz o teste. Discorde de alguém convencido de que a verdade é uma só: ele vai dizer que você não é pessoa humilde. Que não sabe “ouvir”. É que na cabeça dele, lá dentro, “saber ouvir” e “concordar” são exatamente a mesma coisa. Se você não aprovar sem ressalvas o que ele diz, é porque você “não sabe ouvir”.

Nestes tempos de valores invertidos, humilde é só quem aceita se dobrar ao argumento alheio, quem engole a vontade dos outros, concorda com tudo que lhe dizem, faz o que lhe mandam e cala a boca. O resto é afetado, pretensioso, convencido, prepotente, esnobe, pedante e essas coisas. Gente que padece de “falta de humildade”.

Olha, eu engulo sapos de toda sorte. De todos os tipos e todas as cores. Pequenos, médios e grandes. Sapos de texturas e temperaturas diversas escorregam pela minha traqueia e mergulham no meu estômago faz tempo. Faz parte. Mas esse eu não engulo, não. Prefiro viver sozinho a aceitar o que não me agrada. E isso não me torna menos humilde. Só faz de mim um sujeito mais livre.

Humildade não é servilismo. É qualidade de gente simples. E ser simples não é ser simplório. Simplicidade, entre outras definições, é ausência de complicação. Falta de frescura, sem-cerimônia, franqueza. Coisa de quem tem mais o que fazer, que discorda ou concorda quando quer e não tem medo de cara feia. Sejamos quem somos! Humildes, sim. Jamais capachos!

Imagem de capa: Sarolta Bán

Sobre essa gente que ama a noite…

Sobre essa gente que ama a noite…

Ahhhh é bem verdade que há inúmeros distúrbios do sono, catalogados, identificados e sendo pesquisados. Também é bem verdade que tem gente que sofre um absurdo por não conseguir dormir, fica namorando o visor do relógio, sem conseguir pregar o olho; e, quando o sono chega, é sempre naquela hora maldita em que falta um tiquinho de nada de tempo para o despertador tocar. Sofrer de insônia é um verdadeiro pesadelo, vivido ao vivo, de carne e osso e com os olhos arregalados.

E, não sei se é só aqui na minha terra; mas aqui tem um passarinho, um tal de sabiá que tem por hábito acasalar-se nos meses de julho e agosto. Até aí, beleza! Tudo bem o passarinho querer namorar e tal. Quem sou eu para dar “pitaco” na vida sexual e amorosa do bichinho? O único problema é que o infeliz do passarinho resolve fazer a sua “cantoria de acasalamento” por volta das 4 horas da manhã. E quem já sofreu de insônia, como eu, há de concordar que a sinfonia romântica do sabiá é um bocado ruidosa e inoportuna para quem tem um cérebro que não reconhece o escuro da noite como hora de descansar.

O fato é que nem sempre o nosso relógio biológico vive um caso de amor com o relógio cronológico do tempo da maioria das pessoas, aquelas que costumam viver durante o dia e dormir durante a noite. Há quem tenha os ponteirinhos internos meio rebeldes e teime em subverter a ordem estabelecida, há quem ame a noite e afirme que tem as mais geniais ideias e o mais legítimo prazer em estar vivo na calada da noite.

Os notívagos têm absoluta certeza, por exemplo, que a noite tem um cheiro próprio, especial. Que o clima da noite é mais interessante para criar, imaginar, namorar. Que dormir é gastar tempo da vida num estado de quase morte. Há, ainda, aqueles que de tão apaixonados pela escuridão, arranjam um jeito de fazer das horas escuras do dia o seu modelo pessoal de vida e de produção pessoal e profissional.

Como uma amante antiga da noite, pois desde muito pequena amava o silêncio da casa depois que todos iam dormir (apesar de ter medo do escuro… vai entender!), tenho cá minhas defesas incontestes para argumentar a meu favor: nenhuma operadora de telefonia celular, banco, ou empresa de telemarketing liga para ninguém de madrugada, o tempo das horas escuras parece escoar mais devagar, a noite é dos animais silenciosos, dos gatos, das corujas e dos morcegos, a noite termina sempre com o espetáculo de um novo dia.

E, antes que alguém resolva protestar sobre o quanto é sério o problema da insônia e o quanto o Brasil é o maior consumidor de Rivotril do mundo, e que a falta de sono afeta a memória, e que quem dorme mal, engorda e tal… peço aqui uma licença poética! Hoje tirei o dia para reverenciar a noite em sua beleza. Essa mocinha de olhos negros pontilhados de estrelas que exerce sobre mim a mais absoluta sedução é minha amiga querida, minha parceira, minha confidente. Hoje peço licença para confessar que é enquanto todo mundo – ou quase todo mundo – dorme, que a minha alma desperta e acolhe as inúmeras lições que a luz do dia me trouxe de presente. É nessa hora que entro em comunhão comigo mesma e que me sinto absolutamente em paz!

A lenda budista sobre os gatos

A lenda budista sobre os gatos

Por Valéria Amado

Para o budismo, os gatos representam a espiritualidade. São seres iluminados que transmitem calma e harmonia e, por isso, costuma-se dizer que quem não se relaciona bem com seu inconsciente nunca chega a se conectar por completo com um gato, nem tampouco entenderá seus mistérios.

A verdade é que ninguém se surpreende ao saber que a figura desses animais está unida ao budismo. Tanto é assim que na Tailândia existe uma lenda sagrada que transcendeu o tempo para converter os gatos em seres únicos de paz e íntima união, havendo vários em muitos templos dos países asiáticos. É por isso que é tão comum ver tantos gatos dormindo e enrolados nos braços das múltiplas estátuas sagradas de Buda e outros temas que enfeitam os jardins dos santuários.

Os gatos veem muito além de nossos sentidos. Entre suas horas de sonecas e seus momentos de brincadeiras e exploração, olham nossas almas com seu olfato refinado. Aliviam tristezas e nos preenchem com seus nobres e reluzentes olhares.

Frequentemente costuma-se dizer que ter um cachorro é ter o companheiro mais fiel que pode existir. Isso é totalmente certo. Mesmo assim, quem conhece o caráter de um gato sente que a conexão é mais íntima e profunda, e por isso diversos monges budistas como o mestre Hsing Yun falam do poder curativo desse animal. Convidamos você a descobrir-lo conosco.

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Uma lenda budista sobre os gatos originária da Tailândia

Em primeiro lugar temos que saber algo muito importante. O budismo não está organizado em uma hierarquia vertical, como já sabemos. A autoridade religiosa descansa sobre os textos sagrados, mas, por sua vez, existe uma grande flexibilidade em seus próprios enfoques. A lenda que vamos mostrar tem suas raízes em uma escola específica: a do budismo theravada, ou o budismo da linhagem dos antigos.

Foi na Tailândia e dentro desse contexto que foi escrito “O livro dos poemas do gato”, ou o Tamra Maew, conservado hoje em dia na biblioteca Nacional de Bangkok como um autêntico tesouro que deve ser preservado. Em seus antigos papiros se pode ler uma encantadora história que conta que quando uma pessoa havia alcançado os níveis mais altos de espiritualidade e falecia, sua alma se unia placidamente ao corpo de um gato.

A vida poderia ser então muito curta, ou o quanto a longevidade felina permitisse, mas quando chegava o fim essa alma sabia que subiria para um plano iluminado. O povo tailandês daquela época, conhecendo essa crença, mantinha também outra curiosa prática…

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Quando um familiar falecia, enterrava-se a pessoa em uma cripta junto com um gato vivo. A cripta tinha sempre um espaço por onde o animal poderia sair, e quando o fizesse tinham por certo que a alma do ser amado já estava no interior daquele nobre gato… Deste modo, alcançava a liberdade e esse lugar de calma e espiritualidade capaz de preparar a alma para o caminho posterior, o caminho de ascensão.

Os gatos e a espiritualidade

Dizem que os gatos são como pequenos monges capazes de trazer a harmonia a qualquer lugar. Para a ordem budista de Fo Guang Shan, por exemplo, são como pessoas que já alcançaram a iluminação.

– Os gatos são seres livres que bebem quando têm sede, que comem quando têm fome, que dormem quando sentem sono e que fazem o que deve ser feito a cada momento sem necessidade de agradar ninguém.
– Não se deixam levar pelo ego, e algo especial desses animais segundo esse ramo do budismo é que os gatos aprenderam a sentir o que vem do homem desde eras muito antigas na história do tempo. No entanto, as pessoas ainda não aprenderam a sentir o gato no presente.
– São leais, fiéis e afetuosos, e suas demonstrações de carinho são íntimas e sutis e, ainda assim, tremendamente profundas. Só aqueles que sabem olhar para o seu interior com respeito e dedicação entenderão o seu amor inquebrável, mas as pessoas que são desequilibradas ou que frequentemente elevam sua voz para gritar jamais serão do agrado dos gatos.

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Para concluir, sabemos que não é preciso recorrer aos textos budistas para entender que os gatos são especiais, que seus olhares nos transportam para universos introspectivos, que com suas estranhas posturas nos convidam a praticar a ioga, que são um exemplo de elegância e equilíbrio… Queremos o bem desses animais e até os veneramos e, ainda que eles mesmos se acreditem autênticos deuses lembrando quem sabe de seus dias no Antigo Egito, permitimos que eles sejam orgulhosos.
Todos temos nossas próprias histórias com esses animais, momento inesquecíveis que nos permitiram aproveitar pequenos instantes cheios de magia e autenticidade. Esses que seguramente serviram de inspiração para criar essa charmosa lenda budista que ficou impressa em tinta, papel e misticismo. A mesma que hoje nós queríamos contar e compartilhamos em nosso espaço com você.

“O tempo passado com gatos nunca é um tempo perdido.”
-Sigmund Freud-

Fonte indicada: A mente é Maravilhosa

Artistas transformaram uma igreja em pista de skate

Artistas transformaram uma igreja em pista de skate

Uma igreja em ruínas no município de Llanera, na Espanha, recebeu uma segunda vida na forma de pista de skate, graças a alguns artistas e skatistas ousados que resolveram investir em sua fé e paixão no esporte.

A igreja centenária de Santa Barbara foi construída em 1912, e abandonada dezoito anos depois, quando terminou a guerra civil espanhola. Sua bela arquitetura exterior faz lembrar de um santuário em moldes franceses; por dentro, os assentos foram substituídos por rampas, as paredes e o teto foram grafitados com desenhos coloridos e geométricos, assumindo o aspecto de murais vivos.

O espaço foi apelidado pelos idealizadores de Kaos Temple. Um grupo de entusiastas do skate, intitulado Church Brigade, levantou fundos para viabilizar o projeto de renovação do local, buscou patrocinadores oficiais (incluindo a marca Red Bull), e até mesmo chamou a atenção do artista de rua Okuda San Miguel, que se ofereceu para decorar os tetos abobadados e paredes da igreja com seu estilo artístico peculiar.

Alguns anos foram necessários para tirar esse projeto cultural do papel, mas, enfim, foi concretizado com sucesso. O produto final é uma paróquia multicolorida psicodélica que serve de pista de skate artística.

A equipe envolvida trabalhou sob influências de Salvador Dali, Hieronymus Bosch, René Magritte, Max Ernst, entre outros artistas.

Muitas pessoas consideram que essa transformação artística foi um sacrilégio. Entretanto, a grande maioria delas, após conhecer e se habituar ao local, gerou opiniões muito positivas.

Em um lugar onde eram realizados cultos religiosos, agora as pessoas podem praticar skate quando quiserem, sem se preocupar com as antigas aparências do ambiente. A comunidade religiosa que antes encontrava-se ali não pode reclamar do que foi feito, visto que a igreja estava desativada por décadas enquanto apodrecia.

Em entrevista para o jornal The Guardian, um dos idealizadores do projeto, Ernesto Fernández Rey, disse:

“A igreja estava praticamente em ruínas quando começamos o projeto. As paredes estavam manchadas, a pintura descascando e havia poeira em todos os lugares.”

Antes de ser construída, a igreja era uma fábrica de munições. Ao final da guerra civil espanhola, no entanto, a fábrica caiu em desuso e fechou suas portas.

O espaço, decadente por tanto tempo, atraiu a atenção de Fernández Rey. Quando visitou o local pela primeira vez, ele ficou interessado em abrir um negócio, mas suas condições financeiras precárias e a crise econômica na Espanha o impediram de empreender. Após um tempo sondando a possibilidade de investir no local, ele se reuniu com alguns amigos e artistas, para então fundarem o grupo Church Brigade.

Os skatistas demoraram muito para se acostumar à ideia de que praticariam seu esporte em um local onde, antigamente, faziam rezas. Tudo foi uma grande surpresa para eles, mas, hoje, pensam que seja um bom lugar para se passar o tempo, afinal de contas.

Por todos os lados, têm-se uma visão multiplamente rica. O caleidoscópio de cores criado no local, combinado com a intensidade e radicalidade do skate, é o resultado da engenhosidade de uma equipe de artistas.

Dezenas de pessoas visitam o local todos os dias. Apesar da baixa rentabilidade do negócio, isso não chega a descompensar todo o investimento feito. A Red Bull como patrocinadora e o sistema de crowdfunding ajudam a manter o lugar em pé, longe dos riscos de desapropriação.

Essa obra de arte icônica passa a mensagem de que não há função que limite um bom propósito, quando existem pessoas se esforçando para atingir objetivos em comum. A igreja deixou de ser igreja, mas a fé talvez não tenha se perdido.

Muitos skatistas preferem praticar o esporte ao ar livre, pois isso lhes confere a liberdade que tanto almejam. Mas poucos deles desconsiderariam a chance de andar nessa “pista de skate santificada”. Confira:

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Moça, o amor sozinho também faz verão

Moça, o amor sozinho também faz verão

Já de antemão, aviso – moça, o amor sozinho também faz verão. Mania essa de achar que precisa ter um outro alguém para dividir uma casquinha ou para acompanhar uma maratona daquele série que você gosta. Até mesmo na questão das contas, não se prive. Não se contenha. Gostar da sua própria companhia nunca pode fazer mal. Não me lembro de ler um epitáfio escrito: Viveu do próprio amor e foi feliz. É sempre a mesma velha história sobre ter sido amada e amado todos. Nada de errado com isso, mas, antes do transbordar, recolha um bocado pra si.

Esqueça esse papo de independência financeira, moça. Lógico, isso infelizmente é pedido para todos nós, claro. Mas o mais importante é ceder o alvará do coração. Torná-lo sedento por novas experiências e sabores que somente terão significado se passados pelo seu sorriso. É da tranquilidade de fazer as coisas em solidão, onde finalmente encontrará a densidade do verdadeiro querer. Não é ser egoísta, moça. Não é fechar a conta para quem vier querendo um colo. Descrevo simplesmente sobre saber priorizar, antes de tudo, a sua própria felicidade. Para ser cúmplice num relacionamento é preciso reconhecer e aprimorar a alma. Beber dos amores ausentes de outros lábios que não sejam os teus. Desfrutar dos sentimentos ambíguos despertados por algo simples, chamado autoconhecimento. Isso não vende em farmácias, moça. E você também não consegue comprar pela internet, diga-se.

Moça, por favor, olhe-se no espelho. Contemple as belezas que os outros não viram. Dispa-se dos medos e cicatrizes oriundos daqueles relacionamentos que tiveram um fim por não saberem partilhar do respeito. Entenda que, o amor sozinho definitivamente faz verão e também outras estações. Permita-se encontrar a si e, após ter adentrado no que há de melhor para seu coração, aí sim você pode cogitar abrir um extenso sorriso e dizer; estou pronta para amar a dois.

Tente outra vez. Fracasse outra vez. Fracasse melhor

Tente outra vez. Fracasse outra vez. Fracasse melhor

Às vezes a gente sonha, imagina um futuro, cria expectativas e, contrariamente ao que queríamos, a tudo que planejávamos, a vida nos leva por outros caminhos. Tempestades fortes, com rajadas de vento geladas, destroem tudo que construímos com enorme esforço. Como se não bastasse, o céu se abre, não para nos iluminar, mas para derrubar torrentes de água que parecem cair somente em nós, como se o universo buscasse de algum modo nos sufocar, transformando-nos em grandes silêncios contínuos de tristeza e desilusão.

A vida em sua extrema exuberância não nos permite compreendê-la e, assim, inevitavelmente sentiremos o peito esmagado pela angústia de não saber para que lugar estamos indo ou pior, não saber perfeitamente o que é o mundo em que vivemos. Com os fracassos que vamos adquirindo, a angústia muitas vezes se converte em tristeza e desesperança, de tal maneira que nosso coração fica tão seco e duro, que perdemos a capacidade de sentir e sonhar.

Desse modo, o viver se torna mecânico, o olhar cinza, os pés completamente presos ao chão. O sujeito sem alma e, por conseguinte, desanimado, perde a vontade de continuar a caminhar, com medo das novas tempestades que sabe que encontrará. Medo de tentar, de cair, de fracassar. Todavia, há outra maneira de viver, senão flertar com o fracasso? Há outro modo de viver, senão enfrentar “Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo infantil de ter pequenas coragens”?

Não há como viver sem estar disposto a enfrentar o mundo e inevitavelmente fracassar. Não há como sentir prazer, sem antes tropeçar na dor, não há como saber o que é alegria, sem conhecer a tristeza. A vida se equilibra em contrastes, o que de um lado traz medo e confusão, e de outro, cor, brilho, felicidades, pois são os contrastes que fazem emergir o novo, o inconcebível, o permanente.

Assim sendo, os fracassos são, antes de qualquer coisa, contrastes entre a doçura e o amargor, o conhecimento e a ignorância, a imensidão da dor e as lacunas de felicidades, a infinitude da vida e a finitude do homem, a secura de uma alma e a alegria da descoberta. Ser parado pelos fracassos é desistir de ser homem, de ser poeta, de ser sonhador e perder a dura, mas maravilhosa, capacidade de dobrar a realidade e dar ao mundo fantasia.

É bem verdade que por vezes as circunstâncias nos levam a querer desistir e a pensar que a melhor coisa é logo morrer para que o sofrimento dessa terra selvagem se estanque. Entretanto, essa é somente a escolha mais fácil, um fracasso último que não permite outros. Ora, mas o que somos nós senão o resultado dos fracassos que tivemos? O crescimento, a maturidade, as reinvenções, as epifanias, as maravilhosas loucuras, as belezas descobertas em lugares jamais imaginados, os caminhos desbravados que levaram às maiores alegrias. Tudo construído pelos fracassos, pelas novas rotas que nós fomos obrigados a tomar.

Fracassos são dolorosos, mas inerentes à vida e ao prazer. Sem eles não passamos de rabiscos inexpressivos, porque só cai quem está disposto a se jogar no reino dos mistérios, atravessar o vale da sombra da morte e encontrar o caminho de felicidade a que estamos destinados.

Samuel Beckett disse: “Não importa. Tente outra vez. Fracasse outra vez. Fracasse melhor”. Eu vos digo, os fracassos são quedas que nos levam às depressões e nos fazem querer chegar às montanhas, mas o alto da montanha não é o mais importante. O mais importante, o que realmente importa, é nunca parar de subir. É escorregar em uma rocha solta, cair e subir novamente. É perceber as belezas que passam em raros momentos de grandiosidade infinita entre a queda e o passo de dança, a depressão e a montanha, o real e a poesia, o homem e o divino e, sobretudo, entre o fracasso e o sucesso daqueles que tentam outra vez, fracassam outra vez e fracassam sempre melhor.

Vivo com pouca grana. Com pouco afeto, nem pagando.

Vivo com pouca grana. Com pouco afeto, nem pagando.

É assim. Aqui só entra com afeto. É favor deixá-lo à mão. Na cara, no gesto. Apresentá-lo de quando em vez, sem ser solicitado, também é bom. Não tem jeito. Sem afeto, aqui, nada feito.

Eu não topo grosseria, patada, grito, rispidez, azedume, desamor. É simples: vem com afeto ou nem precisa vir.

Faz assim. Quando me falar, fale com calma, decência, elegância. Ou não perca o seu tempo. Eu não vou ouvir. Juro. Discorde de mim, critique minhas ideias. Mas tenha a bondade de fazê-lo como gente. Falando. Não aos relinchos e coices.

Não grite na minha cara, não me faça grossura. Se não for possível, é só não falar comigo. Vem com delicadeza ou deixa pra lá.

Dia desses, fui falar sobre isso a uma mula completa, um ruminante orgulhoso, desses que compraram a verdade, e ele me perguntou: “quer dizer que você só aceita elogios?”

Não. Mas as mulas completas sempre entendem tudo completamente errado. Por burrice ou por maldade, superficializam toda questão e distorcem o que você diz. Fazer o quê?

Não adianta dizer que eu prefiro estar perto de gente educada, que não perde tempo com picuinha e conversa inútil, que quando precisa dizer o que pensa, mesmo que seja um insulto, o faz sem gritar ou se cala e se afasta.

Quem tem afeto por mim também tem a liberdade de me dizer o que pensa. E vice-versa. O carinho que eu tenho por você é do tamanho do meu direito de lhe dizer o que quero. Se não há afeto entre nós, não há sentido em perdermos um só segundo um com o outro.

Discussões não são disputas esportivas nem batalhas campais. Não há “vencedores” ou “derrotados” numa conversa. Há pessoas com opiniões diferentes, livres para expressá-las e defendê-las sem querer mudar a posição do outro. Se a minha opinião é diferente da sua, você não precisa me obrigar a pensar e agir como você. Muito menos precisa me ofender ou me odiar. E se não puder viver com isso, adeus.

Você me perdoe. Mas eu escolhi não me aproximar de gente por quem eu não possa sentir o mínimo de ternura. Preciso gostar de algum jeito até do sujeito que me vende café de manhã. Ou vou tomar café noutro lugar. Não é pedir demais, não. É cuidar bem do tempo que me foi dado na vida. Não admito rudeza, muito menos sem motivo.

Eu reconheço. Gente de pouco afeto não me interessa. Fico perto até a primeira chateação. Depois, só por obrigação e olhe lá. Passo longe. Não quero, não gosto. Não me faz bem. Vou embora. Só fico se for por gosto.

Viu a placa ali na porta? “Quem tá fora pode entrar, quem tá dentro não sai”.

Entra. Pode vir. Vem que é hora. Vem com tudo. Vem de jeito. Vem com gosto. Vem com fé. Vem. Traz suas coisas. Tem lugar. Vem de mala, vem de cuia. Vem que a casa é sua. Mas vem com afeto. Ou pode ficar por aí.

Se dizia introvertida, mas era só arrogante mesmo

Se dizia introvertida, mas era só arrogante mesmo

Sabe aquela pessoa que chega no lugar e já ganha a plateia, que fala com pessoas na fila do caixa, que sorri para estranhos na rua, que sente prazer ao falar em público, que arranja qualquer pretexto para dar uma festinha? Pois, não é dessa pessoa que eu estou falando. Essa gente falante e “mega extrovertida”, pode até ficar um pouquinho inconveniente em certas ocasiões; mas, na maior parte das vezes são seres inofensivos; algumas vezes são mesmo pessoas inseguras que escondem suas fragilidades por trás de toda essa barulheira.

A arrogância perigosa não costuma fazer muito barulho. Gente arrogante calcula o risco, mede palavras e estuda muito direitinho o gesto certo para cada situação. Arrogantes não se contentam com essa popularidade instantânea e volátil. Arrogantes são sugadores vorazes de energia, manipuladores de vontades alheias e grandes estrategistas.

Ninguém escapa de conhecer um punhado de gente arrogante durante a vida. Eles podem vir fantasiados de parceiros irresistíveis, dada sua aura de superioridade; podem estar camuflados na pele de colaboradores indispensáveis no ambiente de trabalho, já que parecem entender de tudo um pouco (mas, nada tanto assim, na verdade!); podem, inclusive, vestir a pele de melhor amigo, aquele que só dá as caras quando você está por baixo – claro, porque arrogantes não sobrevivem ao sucesso e alegria alheios, é demais para eles!

E às vezes a gente leva um bom tempinho para identificar um exemplar da espécie. Não raras vezes, nós caímos na besteira de confundi-los com os tímidos e os introvertidos. Ahhhh… mas não é mesma coisa! Não mesmo! De jeito nenhum! Gente introvertida é adorável, é mais receptiva ao sentimento do outro, é interessante. Os introvertidos apreciam ficar a sós, porque se sentem à vontade consigo mesmos, não porque se consideram superiores ao resto da humanidade.

Os arrogantes podem ser quietos como os introvertidos e os tímidos, a diferença é que essa quietude esconde a falta de habilidade dessas pessoas em interagir e coordenar diferentes pontos de vista. Um arrogante morre com uma dúvida parada na ponta da língua, mas nunca dará o braço a torcer para assumir que não sabe alguma coisa que você sabe. Podem chegar a evitar o convívio de determinados grupos, caso não sejam ali o centro das atenções. Assim, ficam escondidos por trás de uma nuvem falsa de mistério, quando na verdade estão apenas desdenhando a companhia de pessoas que, em sua opinião, são inferiores, menores e menos valorosas.

É claro que existe o arrogante modelo pavão! Aquele que gosta de aparecer, de fazer piadinhas com a sua desgraça e de dar showzinhos gratuitos de vaidade explícita. Mas esses têm esse utilíssimo alarme visual e sonoro! A gente bate o olho e saca que está diante de um poço de soberba. Basta ignorar que uma hora a criatura desiste de você e vai arranjar outro inocente para atormentar.

O perigo são os silenciosos mesmo! No silêncio de um arrogante moram armas letais, como o egocentrismo, a limitação sócio afetiva, a irritação contida e disfarçada de elaborado pensamento crítico, a personalidade manipuladora que se sustenta por meio de comportamentos repetitivos de “morde e assopra”. Essa gente não tem meio termo. Ou você as idolatra, para ter o seu precioso interesse, ou será tratado como algo descartável.

De verdade, a gente pode dar um jeito nisso! O melhor remédio para lidar com a arrogância é não alimentar o monstrinho. Caso você já tenha detectado alguns rostinhos em sua memória afetiva, enquanto lia esse texto, alerta máximo! Caia fora das malhas desse ser soberbo! Arrogantes não têm amigos, têm súditos. Disfarce, evite, suma do mapa, antes que de súdito você seja rebaixado a tapete!

Porque o amor também é dúvida

Porque o amor também é dúvida

Quantas vezes você já se perguntou o que faz do amor o amor? Quantas vezes você se questionou dos porquês dele despertar tamanha felicidade num momento e tristeza incontáveis no outro? A verdade que é não existe um padrão para essas perguntas, mas existe sim, para a sua surpresa, caminhos distintos para achá-los. Eu nunca quis sofrer por amor e, no entanto, sofri. Também não imaginava ser feliz no nele e já fui. Quem nunca? Quem? Será que estamos tão carentes a ponto de não percebermos o abismo emocional que nos lançamos paixão após paixão? Não é uma ciência exata. Nunca foi. O amor é um pulsar acima dessas suspeitas, mas nem por isso menos palpável para as nossas expectativas.

Relacionamentos não precisam ser carregados de promessas para serem mais reais. Aliás, desconfio dos amores que vivem rogando juras e outras sandices. Porque quando o sentimento é mútuo e o respeito faz morada, não há necessidades de tais gestos. O carinho simplesmente acontece, sabe? E nessa parceria emocional, a honestidade dos momentos compartilhados é toda a prova necessária para que o amor repouse, enfim. Nada de desculpas sobre o mundo está imerso no desamor. Nós é que estamos ausentes para com o amor. Escolhemos escancarar esses maldizeres sobre o outro na esperança de não precisarmos olhar para nós mesmos e contemplarmos nada menos que seres falhos e ainda preguiçosos no que diz respeito a amar. Afinal, quantas vezes você não escolheu apontar o dedo para a possível falta de amor no outro, simplesmente para valorizar o próprio? Ambos podem ser legítimos. Amor também é ponto de vista. Mais uma vez, não é uma ciência exata e, tampouco, uma janela disposta para qualquer um sair entrando e moldando como bem quiser.

Contudo, nada está perdido. Ainda podemos e devemos a aprender a caminhar e também reconhecer o amor como algo em construção. Não é preciso ser sólido e muito menos líquido. A forma e os pormenores do amor necessitam caber conforme cada coração estiver preparado e desarmado para ser diferente. Ser inteiro com outra pessoa é quando nos despimos das certezas do amor. Porque o amor também é dúvida, com ponto de interrogação, vírgula e, principalmente, reticências. Se fosse ponto de exclamação ou dois pontos, não seria amor, mas egoísmo. E de egoísmo, o amor já não pode sequer ser um parágrafo.

Os benefícios fantásticos do ‘silêncio’

Os benefícios fantásticos do ‘silêncio’

Por Stephanie Gomes

Poucas coisas são tão benéficas para a saúde mental como a prática do silêncio. Mas num mundo tão barulhento, agitado, com tantas coisas para fazer e pensar e distrações para todos os lados, o silêncio tornou-se uma joia rara.

É uma pena que tão poucas pessoas se disponham a experimentar e provar os benefícios que o silêncio pode oferecer para o bem-estar, para a energia interna, para o autoconhecimento, para a produtividade, para a paz interior e, principalmente, para a felicidade.

O silêncio tem o poder de transformar emoções, reações, estados mentais e pensamentos, mas são poucos os que acreditam que algo que “não diz nada” pode lhes ser útil. Acreditamos que é apenas através do pensamento e da fala que podemos encontrar solução para os nossos problemas, obter conhecimento e fazer bem a nós mesmos. É difícil para nós entendermos que o silêncio tem outra forma de falar, que não usa palavras nem precisa de som, mas diz muito.

Se você ainda não tentou usar o silêncio a seu favor, saiba que há muitas formas de aproveitá-lo. Meditação é uma delas, mas não é a única. Você pode apenas sentar-se em um local silencioso e confortável e deixar que apenas você e o silêncio existam naquele momento. Pode também, antes de dormir, dar-se alguns minutos para sentir o silêncio. Sempre que tiver a oportunidade de estar em um lugar silencioso, pode desfrutar do momento ali mesmo, esteja onde estiver.

Se não sentir os benefícios na primeira tentativa (é bem provável que não sinta), insista. O silêncio é uma prática, não um feitiço mágico que faz coisas acontecerem. Garanto que, com a prática, você vai conseguir perceber seus benefícios. Se ainda não está convencido, aí vão alguns fatos sobre o silêncio e coisas importantes que ele é capaz de fazer por você:

O silêncio ajuda a encontrar respostas

Principalmente quando você está com um monte de ideias embaralhadas na cabeça e nenhuma delas é a solução que você precisa. A mente em silêncio se acalma e se organiza, abrindo espaço para um pensamento mais consciente e sem influência de ansiedade, pressa e desespero. O silêncio não vai te dizer o que você precisa fazer, mas tirará da frente aquilo que está te deixando confuso, e você conseguirá ver as coisas com mais clareza.

O silêncio te leva a uma condição melhor para agir ou tomar decisões

Tomar decisões com a cabeça agitada não é uma boa ideia, seja a agitação causada por um motivo positivo (como empolgação) ou negativo (como medo). Estar em um estado mental que proporcione compreensão, visão, sensibilidade e clareza, sem grande influência de sentimentos momentâneos, é a melhor forma de pensar e agir quando há algo importante em jogo. Se você não estiver bem para tomar uma decisão, mas precisar tomá-la, use o silêncio para alterar o seu estado mental e entrar em um estado mais equilibrado.

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O silêncio faz você retornar ao seu estado normal quando está ansioso, agitado ou estressado

O silêncio alivia. Alivia o incômodo causado pelo barulho, pela a bagunça, pelos pensamentos insistentes e pelo cansaço resultante das energias negativas absorvidas. Alguns minutos de silêncio fazem você se reequilibrar, neutralizar a agitação, se desvencilhar das pressões e retornar ao seu estado natural de tranquilidade, o que permite que você recomece de onde parou e faça as coisas com mais calma e energia. É ótimo praticar o silêncio naqueles momentos de bloqueio, em que você perde toda a sua inspiração e começa a se sentir desesperado por isso. O silêncio te leva de volta para o seu estado de inspiração e as coisas voltam a fluir naturalmente.

Você precisa de silêncio

Mas não sabe disso porque aprendeu a (sobre)viver sem ele. Todo mundo precisa de um pouco de silêncio, porque todo mundo precisa acalmar a mente para continuar trabalhando, construindo a própria vida e se sentindo em paz. A partir do momento em que começar a ter o silêncio na sua vida, você não vai mais conseguir explicar como viveu tanto tempo sem ele.

O seu silêncio é só seu

E sendo só seu, não sofre influência alheia, o que consequentemente o torna um trabalho profundo de autoconhecimento. É uma outra forma de autoconhecer-se: silenciosa, porém profunda. Nem tudo o que se passa dentro de você precisa ser descrito com palavras, e é justamente nas coisas que não precisam de explicações verbais que o silêncio toca.

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Silêncio é serenidade e serenidade é paz

Não acredito em felicidade sem paz interior. Para mim, a paz interna é o ingrediente mais importante para a verdadeira felicidade. Quando está em paz, você está aberto para receber toda a alegria, a emoção, o amor, a positividade e tudo o que puder sentir de bom. Uma atitude interna serena é a forma mais simples de se colocar em paz, e não há caminho mais garantido para a serenidade do que o silêncio.

Fonte indicada:  Desassossegada

Simplifique-se

Simplifique-se
50 Years of the Mini, Goodwood Revival 2009

Outro dia eu estava voltando do mercado quando, em meio a um pequeno caos, percebi algo importantíssimo sobre mim: eu mesma me prejudico. Isso mesmo! Tenho a mania de tornar certas coisas mais difíceis.

Neste dia se tratava apenas das compras. A cena aconteceu no estacionamento do prédio onde moro. Fui tirar as sacolas do carro e, só quando estava com as mãos bem recheadas, fui abrir a porta para tirar meu filho. Larga tudo, pega a criança, pega tudo de novo. Chegamos à porta que dá acesso ao interior do prédio, quando me dei conta de que a chave estava na minha bolsa.

Controla o filho, larga tudo de novo, cata a chave (e não a encontra), volta para o carro (ainda de olho no filho), acha a chave, abre a porta, pega tudo de novo, chama o filho e entra no elevador. Repete tudo na porta do apartamento.

Cheguei em casa exausta e estressada, até com certa raiva de mim mesma. Teria sido tão mais fácil separar a chave, pegar o filho e buscar o carrinho de mercado que temos disponível no prédio para subir com as compras… Eu só teria que descer de elevador novamente para devolver o carrinho, mas teria valido a pena.

Naquela noite, comecei a refletir e notei que em vários momentos do meu dia, acabo dificultando algumas ações, simplesmente por agir sem planejar. Não foram poucas as discussões que tive com meu marido pelo simples fato de que vivo perdendo minhas chaves. Eu acabo encontrando em meio ao desespero, mas isso não faz bem.

E não precisaria acontecer se eu me habituasse a escolher um lugar para ela. E a chave é apenas um exemplo das mil coisas que eu acabo “perdendo” por me autossabotar. Assim, perco tempo (a maior preciosidade dos dias de hoje) procurando as coisas de que preciso. Isso sem falar no que acontece comigo em dia de chuva… Não sei se é pior sair do carro com ou sem sombrinha, só para ilustrar um pouco.

É tão difícil assumir e dividir essa ( como vou dizer… ) característica minha com os leitores… Porém, foi tão valioso aquele momento em que percebi o que estava acontecendo, que preciso compartilhar. Sempre me defini como uma pessoa “atrapalhada” porque é um jeito até bonitinho de aceitar a situação.

Mas, agora, ao invés de me conformar, vou tentar fazer algumas coisas de outro modo para ganhar ainda mais qualidade de vida. Sendo assim, vou me atrever a dar alguns conselhos, mas que fique bem claro: neste caso, faça o que eu digo, não o que eu faço! Prometo também tentar fazer o que eu digo daqui pra frente.

1) Não faça sua vida andar de ré. Descomplique. Facilite. Simplifique. Colabore consigo mesmo. Se não for você, quem fará isso por sua vida? Permita-se o prazer de desfrutar de dias mais tranquilos. Às vezes, pequenas atitudes conseguem transformar o dia.

2) Existem várias formas de encarar a mesma situação. Escolha a que vai te fazer menos mal.

3) Existem várias formas de se dizer a mesma coisa. Escolha a que vai ferir menos. Trate as pessoas como gostaria de ser tratado.

4) Existem várias verdades a respeito de um mesmo assunto. Escolha a sua e respeite a dos outros. Elas não têm que combinar.

5) Coloque-se no topo das prioridades. Não se trata de egoísmo. Trata-se de amor próprio. Cuide-se. Respeite-se. Ame-se.

6) Tente não se sabotar!

7) Deixe as mágoas do passado no passado. E não brigue com ele por causa disso. Tudo que aconteceu foi exatamente como tinha que ser. Faça as pazes com quem você foi. Faz parte de sua história. Perdoe-se pelo que tiver que perdoar e vire a página. Remoer uma mágoa é machucar-se duas vezes. Isso não faz nenhum sentido. Liberte-se!

8) Deixe as preocupações futuras no futuro. Sofrer por antecedência é sofrer duas vezes. Isso também não faz sentido. Desencane!

9) Somos donos apenas de nossas vidas. Somos os únicos responsáveis pela administração de nossa existência. Cabe a nós mesmo decidir o que nos afeta e o quanto. Decida com carinho. Saiba lidar com o que te faz mal o tempo suficiente para deixar passar.

10) Nossa vida é o que fazemos dela. É o que fazemos a respeito dos acontecimentos. É a maneira com a qual lidamos com os sentimentos que brotam. É nosso jeito de conviver com os outros e conosco.

Aproveite essa oportunidade! Invista seu tempo e seus esforços naquilo que vale a pena, naquilo que acrescenta. E seja feliz!

Familiares tóxicos: transtornos que podem causar

Familiares tóxicos: transtornos que podem causar

Talvez você se identifique com muitas das pessoas que tiveram de lidar com uma família tóxica porque os familiares tóxicos são mais comuns do que pensamos.

E, às vezes, não somos conscientes de que estamos submergidos em uma delas.

Esta é uma situação complicada, um tipo de toxicidade da qual não podemos escapar e que não podemos  evitar. Mas, você sabia que, as famílias tóxicas podem gerar ou provocar transtornos mentais?

Hoje nos aprofundaremos um pouco em todas essas coisas.

Famílias tóxicas e os problemas mentais

A família é muito importante, já que é nela que as crianças se educam e começam a adquirir certas habilidades para se comunicar com os demais e lidar com o mundo.

Por isso, não é difícil de acreditar que uma excessiva toxicidade pode provocar severos transtornos, se não houver equilíbrio e emoções saudáveis no ambiente familiar.

Existem muitos tipos de família, principalmente aquelas desestruturadas, com graves problemas de superproteção   e outras circunstâncias que podem afetar às crianças; estas famílias fazem com que estes, amanhã, sofram com psicopatologias cuja origem são desconhecidas até hoje.

É por isso que abordaremos algumas das relações mais interessantes e reais entre famílias tóxicas e seus problemas mentais: Vamos a eles!

1. O efeito Pigmalião e sua influência nas crianças

O efeito pigmalião é o papel que as crianças adotam por influência dos pais, ou seja, tudo o que o pai deseja ou teme para seus filhos acaba se convertendo em realidade.

Por isso, todo rótulo que colocamos em nossos filhos como “é preguiçoso”, “é mau caráter” pode provocar um grande impacto na criança no futuro.

A família não tem ideia do quanto as crianças se influenciam com isso. Não sabem que qualquer rótulo pode ser adotado posteriormente pelos pequenos. De alguma maneira contaminam sua conduta.

2. Amores que matam

Há uma frase que muitos pais ou famílias dizem a seus filhos: “ninguém vai amar você mais do que nós”. Se isso literalmente for levado ao pé da letra,  pode causar, ainda que não se sintam muito queridos no seu ambiente familiar, não se sentirão no direito de reclamar, porque “eles fizeram isso para o meu bem”.

O grande problema disso é que pode resultar em um grande silêncio ante situações extremas como maus tratos e abusos emocionais.

É importante saber que o amor da família pode não ser saudável e por isso devemos questioná-lo. A família não tem que ser boa só pelo fato de ser sua família: às vezes esta é muito tóxica.

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3. Pais superprotetores

A superproteção pode ocasionar problemas como a dependência emocionale as crianças terão uma luta contínua na sua fase adulta. Por isso é importante manter um equilíbrio e nunca chegar ao limite da superproteção.

Quer um filho inseguro? Quer uma pessoa que não tenha confiança em si mesma? A superproteção é o que origina esses graves problemas emocionais dos quais não será fácil sair. Tudo o que acontece na nossa infância nos marca.

4. Desejos e inseguranças projetadas

Quantas vezes em uma briga de casal tem se visto as crianças com medo? Apesar de não querer admitir, problemas conjugais, por vezes, nos afetam tanto que ignoramos que as crianças ou adolescentes estão chorando, isso realmente afeta a todos.

Além disso, muitas famílias sobrecarregam suas frustrações e inseguranças sobre eles, levando-os a ficar sob grande pressão, à qual não deveriam ter sido submetidos! Eles não são culpados pelos problemas dos mais velhos!

Todas essas situações familiares podem resultar em depressões, em transtornos da personalidade, em situações de dependência e muitas outras psicopatologias que ficam muito complicadas e duram por toda a vida adulta.

Você foi criado com familiares tóxicos ou tem uma família tóxica? Que problemas isso têm ocasionado a você? Não escolhemos a família, mas ao menos, podemos ser conscientes de como ela é, para evitar repetir a mesma história com nossos filhos.

Pensemos um pouco mais neles; nossos problemas não são maiores que os deles e nem estão à frente dos seus.

TEXTO ORIGINAL DE MELHOR COM SAÚDE

Como manter a calma na presença de pessoas que você não gosta?

Como manter a calma na presença de pessoas que você não gosta?

Por José Coelho

O que você sente quando se encontra na presença de uma pessoa de quem não gosta e de quem, às vezes, nem conhece assim tão bem?

Seja um colega de trabalho ou de faculdade, o seu chefe, ou até aquele alguém que passa à sua frente na fila do supermercado, ou que pertence a outro clube de futebol diferente do seu, ou partido político, ou simplesmente alguém que, só de olhar para a sua cara, o(a) faz não gostar dela.

Todos nós, ao longo da nossa vida, conhecemos pessoas com quem sentimos mais sintonia e outras que nem por isso. Por diversos motivos, até inexplicáveis, há pessoas com quem não temos mesmo qualquer afinidade e outras de quem não gostamos mesmo nada.

Seja como for, todos nós somos adultos e a melhor coisa a fazer quando estamos na presença dessas pessoas é permanecer calmo e lidar com a situação de melhor forma possível. O importante mesmo é não perder a cabeça.

“Calmo?” Não perder a cabeça? Pergunta você? É assim difícil?

Eu sei que é complicado porque nem sempre é possível darmos-nos bem com todas as pessoas que encontramos, pois cada um de nós tem a sua personalidade, umas mais vincadas que outras, mas o importante é NÃO GUARDAR RANCOR porque isso só vai acumular negatividade à sua vida.

Se você decidiu que não gosta de alguém porque essa pessoa veste casacos de pele e você é um grande apoiante da defesa dos animais, por exemplo, ou algo semelhante, sem, de facto, ter tido a oportunidade de conhecer verdadeiramente a pessoa de quem você assume que não gosta, porque não experimenta tomar a iniciativa de falar com ela? Isso mesmo, fale com ela! Inicie uma conversação com a pessoa que você diz não gostar, conheça também os seus gostos e pergunte-lhe porque motivo usa peles, por exemplo.

Falar com a pessoa de quem você não gosta mas que, na verdade, não conhece, pode ajudá-lo(a) a aperceber-se de que, se calhar, essa pessoa não é assim tão má como estava a pensar. Tente não julgar ninguém e se essa pessoa lhe disse algo que você achou impróprio ou ofensivo, espere um pouco, antes de responder ou de criticá-la, para pensar sobre o que a levou a formar essa opinião.

NÃO SE PRECIPITE A JULGÁ-LA NEM SEJA IMPULSIVO(A).

Pensar antes de falar é a chave para se manter calmo nestas situações.

Mas assim que sentir a cabeça mais leve pode expressar os seus pensamentos sem julgamento e sem raiva.

Defenda o seu ponto de vista.

Por vezes pode ser difícil distanciar-se dessa pessoa, especialmente se for alguém mais próximo de si no emprego, por exemplo, ou na escola, etc. Se puder evitar contacto com ela, faça-o, mas não de forma rude.

Evitar confrontos é o mais recomendável. mesmo que você seja forçado a interagir com essa pessoa. Não sinta culpa, porque afinal todos somos seres humanos. Todos temos emoções e, por vezes, mesmo quando não apreciamos estar na companhia de alguém que dizemos não gostar, nem nos apercebemos que a outra pessoa, afinal, até gosta de nós e de estar junto de nós.

Mas não tem mal nenhum, obviamente, de não gostar de alguém. Isto não significa que você seja uma má pessoa, claro. Se a outra pessoa entender as suas pistas, irá rapidamente aperceber-se dos seus sentimentos acerca dela e isso também não faz dela uma má pessoa.

Lembre-se sempre deste meu conselho: CABEÇA LIMPA, CABEÇA NO LUGAR.

TEXTO ORIGINAL DE Hoje Descobri, via Psicologias do Brasil

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