Cuide só da sua vida e despreze a do outro. Tá aí um belo jeito de PIORAR o mundo.

Cuide só da sua vida e despreze a do outro. Tá aí um belo jeito de PIORAR o mundo.

Não nos iludamos. Essa história segundo a qual “o mundo seria melhor se cada um cuidasse da própria vida e deixasse a do outro para lá”, minha gente, não passa de uma frase de efeito velha, superficial e boboca. Fosse assim, tão simples, seria bom. Mas não é.

A premissa é correta. É isso mesmo. Cada um de nós que assuma suas próprias questões e não atrapalhe as dos outros. Mas tem gente pervertendo esse princípio faz tempo. Tem, sim. Gente exagerando, distorcendo. Tem gente aí achando que cuidar da própria vida é dar as costas ao outro, ser indiferente, onipotente, irrefutável e até torcer para que o resto se escafeda. Sim, há quem entenda “cuidar da própria vida” simplesmente como “os outros que se danem!”.

Acontece que ninguém precisa se danar para que a minha vida seja boa. Para que você e eu sejamos felizes, ninguém precisa ser infeliz. Para que nos sobre o que queremos, não é preciso faltar a ninguém. Tem pra todo mundo!

Os gênios egocêntricos que compraram a verdade vão me desculpar, mas é certo que nós só chegamos até aqui, é óbvio que só sobrevivemos às pragas e guerras e pandemias e outros perrengues porque, em certas horas, cuidamos uns dos outros, sim!

Se cada um de nós tratasse tão somente de sua própria vida e o outro que se danasse, o mundo já teria acabado. É que tratar o outro como a razão de todos os nossos males é uma bruta burrice, sabe? Porque “o outro” também somos nós. Assumamos!

“O outro que se dane”, né? Muito bem. Só tem um detalhe: se isso acontecer mesmo, se todo aquele que seja “o outro” se danar, quem é que sobra? Em que momento dessa loucura toda o ser humano esqueceu de que é um animal gregário, comunitário, coletivo, alguém que vive pelo outro, com o outro, para o outro?

Somos sete bilhões de pessoas no planeta. E se todo mundo inventar de agir feito uma besta autocentrada, a cada vez que você disser “o outro que se dane”, seis bilhões, novecentos e noventa e nove milhões, novecentos e noventa e nove mil e novecentas e noventa e nove pessoas vão desejar que VOCÊ se dane também. Porque você também é “o outro”.

Sei lá, eu só acho que a gente devia cuidar uns dos outros, sim. Um tiquinho, só. Você e eu deveríamos torcer um pouquinho mais um pelo outro. Não simplesmente dar as costas para o mundo e sobreviver no “cada um por si”.

Cuidar de si mesmo de forma a não atrapalhar o vizinho e, quem sabe, ajudá-lo. Por que não? Já tem pessoas fazendo isso aqui e ali. Tem, sim. Repare. Gente que ajuda quem precisar sem invadir, importunar, aborrecer. Gente que se faz saber estar ali para quando preciso mas não precisa chamar a atenção de ninguém.

Nesse caso não é intromissão, bisbilhotice, pitaco. É só questão de sobrevivência. Quem sabe uma hora a gente aprende? Sem querer me meter na sua vida, eu acho que você também devia pensar nisso. Ahh… devia, sim.

A linha tênue entre estar apaixonado e ter vergonha na cara

A linha tênue entre estar apaixonado e ter vergonha na cara

Há um samba que diz assim “a educação vem de berço e a bondade também. A vergonha da pessoa não se compra em armazém.” E, acredito, que não há quem discorde. O pior sentimento é a vergonha. Vergonha trava, paralisa, traz medo e, no amor, consegue ser ainda pior.

A vergonha tem duas vertentes: a boa, considerada defesa, pois leva o indivíduo a repensar em seus atos antes e depois de cometê-los. E a ruim, que faz o homem recuar diante de certas situações e sentir-se indigno de algumas coisas. No caso dos relacionamentos amorosos a vergonha deveria ser encarada como uma defesa, mas nem sempre é assim, já que há pessoas que não sentem vergonha de expor suas vidas ao ridículo.

Acredito que cada um ame de um jeito. Há quem faça declarações de amor em público, há quem atravesse o Rio Nilo a nado para ficar com quem se ama e há, também, aqueles que amam em silêncio. Porém é preciso considerar que toda forma de amor só é válida desde e for recíproca, do contrário representa mais uma história masoquista do que um romance de sessão da tarde.

Acredito no amor, em reconciliações e em histórias que recomeçam depois de anos separados, mas há pessoas que transformam o romance em um roteiro policial: perseguem, insistem e imploram o amor do outro como uma condição de continuar a viver.

Nesses casos, confesso que tenho vontade de embrulhar o bom senso para presente, chegar nelas e dizer “toma, é seu!” Talvez assim, elas entenderiam que amor e o autocontrole caminham juntos.

Perder o bom senso é perder o autocontrole, a sanidade. É esquecer que amor também precisa de medidas. É engolir a vergonha e se humilhar por migalhas de atenção por quem não merece nem seu bom dia. Como dizia Albert Camus: “Não é nenhuma vergonha ser-se feliz; vergonhoso é ser feliz sozinho.”

Amor é simples. Complicado é prova de física, levantar peso, trabalhar três períodos e sentir vergonha de, um dia, ter corrido atrás de quem nunca se importou com você.

Descubra qual é o seu traço de personalidade predominante em 2 minutos

Descubra qual é o seu traço de personalidade predominante em 2 minutos

Este teste vai revelar seu traço de personalidade predominante em dois minutos. Embora esse tipo de material não tenha comprovação científica e deva ser encarado como entretenimento, não há quem não goste de espiar os resultados de suas escolhas.

Ah, e quem fez jura que deu certo!

Aproveitem a brincadeira e nos contem nos comentários se gostaram dos resultados.

Relacionamentos verdadeiros são para os fortes !

Relacionamentos verdadeiros são para os fortes !

É fácil sair na noite, se encantar e se entregar para uma pessoa diferente por semana.
É simples “curtir a vida adoidado”, não se envolver verdadeiramente com ninguém, não criar vínculos, ser “do mundo”…
O complexo, o difícil, o que exige jogo de cintura, inteligência emocional, planejamento e dedicação, é ter um relacionamento verdadeiro. Isso, sim, é para os fortes!

É fácil sair na noite, se encantar e se entregar para uma pessoa diferente por semana (quando não por dia)!
É simples se encontrar com alguém de vez em quando, sair para jantar ou fazer um programa especial, falar apenas sobre coisas legais, mostrar o melhor de si, e, depois, voltar para a sua casa, os seus problemas e a sua vida, com todos os desdobramentos que ela tem…

É descomplicado “curtir a vida adoidado”, não se envolver verdadeiramente com ninguém, não criar vínculos, ser “do mundo”…
Ou, até mesmo, dar “uma escapadinha”, uma “puladinha de cerca”, uma “arejada na relação” (!)…
E, por ser fácil, simples e descomplicado, QUALQUER UM consegue!
O complexo, o difícil, o que exige jogo de cintura, inteligência emocional, planejamento e dedicação, é ter um relacionamento verdadeiro.

Dormir e acordar com a mesma pessoa, todos os dias, ano após ano, enfrentando contas para pagar, problemas no trabalho, crises existenciais, filhos doentes, mudança de entendimentos, de estilos de vida e de aspirações…
Isso, sim, é para os fortes!

E uma das grandes verdades no que diz respeito a relacionamentos amorosos, é que “o amor, somente, não basta!”
Quem dera ele desse conta do recado, resolvesse todos os contratempos, todos os desafios e desgostos que surgem ao longo da jornada de um casal…

Na adolescência (geralmente), ou na fase inicial da “paixão”, quando percebemos que amamos – e somos amados – “de verdade”, que o sentimento é profundo, sincero e correspondido, achamos que pronto, estamos resolvidos na vida! Tiramos a sorte grande! Acabou-se a procura, as angústias, os conflitos. Só que não…

Cada pessoa, além de única e indecifrável até para ela mesma, é um ser em constante evolução e transformação.
Todos vamos nos descobrindo e nos melhorando ao longo da vida. Não permanecemos sempre os mesmos, não tem jeito.
E o amor, nesse contexto, tem que se reconstruir junto com cada um dos envolvidos e com o relacionamento em si, dia após dia. Ele precisa se atualizar, se reinventar, se redescobrir. E esse é um trabalho sem fim…

Aprender a sobreviver sem o frio na barriga, a ansiedade pelo encontro, as borboletas no estômago e os pés nas nuvens que existiam lá no começo…
Aprender a resistir a TPMs, maus-humores (e maus-hálitos) matinais; à falta de grana (ou de vontade) para sair, viajar, mudar os ares; à falta de tempo e ao cansaço do dia-a-dia; às mudanças de sonhos, projetos de vida e ambições que podem surgir…

Sem contar a reviravolta completa na rotina, no tempo, nos planos e na energia que a chegada dos filhos – para quem os tem – certamente traz no pacote…

Relacionamentos verdadeiros – aqueles que não existem apenas para se ter uma “imagem social”, que dispensam válvulas de escape e “escoros”, e que não traduzem apenas conformismo e acomodação de seres descontentes – são, definitivamente, para os fortes!

Mas saber que se tem alguém para te abraçar no fim daquele dia difícil, para te acalentar quando aquele projeto não deu certo e para te fazer rir de si mesmo quando se fez uma besteira…
Alguém que te conhece suficientemente para respeitar suas particularidades, aceitar suas imperfeições e compreender suas incertezas…

Alguém que sempre vai estar ao seu lado, que se preocupa realmente em te cuidar, que compra os teus devaneios e se empenha, sinceramente, para te ver feliz…
Alguém que, enfim, te ama por tudo – e apesar de tudo – o que você é, de fato, sem máscaras, sem estimulantes, o tempo todo, e apesar do tempo…

Isso, definitivamente, não tem preço, não tem definição e faz tudo valer a pena!
Sinceramente, na minha opinião, só não quer um relacionamento verdadeiro quem ainda não o experimentou…

Com você uma noite pode ser a vida inteira

Com você uma noite pode ser a vida inteira

Pode ser que o tempo não nos faça justiça. Pode ser que, entre um carinho e outro, até fiquemos encostados por um silêncio extenso. De todo jeito, registro aqui a minha parcela de querer. Deixo, por cima dos ombros, os versos entregues em comunhão desse sorriso que transborda no amanhecer seguinte. É pela dança que tivemos, pela noite que passamos.

Enquanto isso, vamos desfrutar do nosso melhor. Porque pode ser que o amanhã nem dure. Pode ser que encontremos caminhos distintos e não compartilhemos mais o mesmo par de pernas. Pode ser que, inclusive, cobremos espaços onde não seriam necessários colocarmos pontos. Não importa, penso. Fundamental é mantermos, como naquela melodia sintomática, a simplicidade dos abraços. Eu desbravando novos indícios e você transparecendo outros começos. É pela escolha que fizemos, pela saída que não imergimos.

Cá pra nós, não há medidas em nossos instantes. Pode ser que mais à frente, cuidemos para que os segundos sejam contados na ponta dos lábios. Pode ser que cataloguemos, cada uma das noites, em grau de importância e intensidade. Pode ser que, indo ainda mais adiante, prestemos tributos calorosos em quartos enumerados mundo afora. É pela mão que tocamos, pela brevidade que asseguramos.

Com você uma noite pode ser a vida inteira. E mesmo que não seja, estivemos, por uma noite, desafiando todos os encontros que poderiam terem sido e não foram. Dançamos no silêncio. Fomos. Somos. Com você o tempo ganhou uma nova configuração.

Não sou tudo o que vês, nem vês tudo o que sou

Não sou tudo o que vês, nem vês tudo o que sou

Sou muito mais que um invólucro físico, mais que um sorriso que se transmite felicidade e empatia. Por trás do meu rosto e em meu coração, encontram-se essas cicatrizes que você não pode ver, mas que também me definem.

Desta maneira, não me julgue apenas pelo que você vê, nem pense que me conhece apenas por ouvir o que os outros dizem de mim. Uma pessoa é formada por seu passado e seu futuro, além de por seus sonhos. Por isso, não se deixe levar pela simples aparência.

Hoje em nosso espaço, convidamos você a refletir sobre seu passado, suas cicatrizes escondidas e as máscaras cotidianas que todos nós utilizamos para escondermos determinadas coisas.

As máscaras que utilizo para esconder parte do que sou e do que sofro

Já ocorreu com você de ter dias em que não sabe como fingir que todo está bem, enquanto que por dentro você só sente tristeza? A sociedade, nossa educação e o dia a dia nunca viram com bons olhos esse alívio emocional que algumas pessoas têm em determinadas ocasiões.

Chorar em público mostra uma imagem de debilidade e uma preocupação que não é bem aceita por quem o rodeia. Por isso, sempre precisamos de espaços privados. Além disso, não é fácil falarmos dos nossos sentimentos, não é algo simples nem cômodo.

Por isso, também é comum que guardemos determinados sentimentos para nós mesmos, e que para não afrontá-los os escondemos.

  • As pessoas, geralmente, carregam muitas máscaras ao longo do dia. São máscaras que permitem que nos adaptemos ao dia a dia, ao trabalho, a nossas relações sociais.
  • Entretanto, por debaixo delas muitas vezes escondemos nossas vulnerabilidades, nossas decepções e as perdas não assumidas que acabamos camuflando com falsos sorrisos.
  • Por isso, às vezes nos vemos dizendo para nós mesmo “estou muito bem, sou feliz, as coisas estão perfeitas”. E, na verdade, nos vemos obrigados a fazermos isso porque não é a toda pessoa que lhe interessa nossas lutas internas, nossos pesares.

Agora, ainda que seja verdade que todos eles são mecanismos de defesa que utilizamos de maneira habitual, seria adequado também que não nos vejamos obrigados a “usar tantas máscaras”.

Quanto menos camuflagem e menos máscaras, mais livres seremos.

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Liberto-me das máscaras para mostrar minha liberdade e autenticidade

Pode ser que muitos se atrevam a julgar você pelo que veem. Entretanto, são suas crenças e seu mundo particular, e como tais, isso não o define como pessoa. Não tem nada a ver com você.

Lembre-se sempre de que as críticas o afetam apenas o quanto você permite.

Devemos ser nós mesmos os nossos próprios juízes e a única pessoa com direito de julgá-lo. O mais importante é nos sentirmos bem, em equilíbrio com tudo o que vivemos. Tranquilos cada vez que nos olhamos no espelho, assumindo nossos erros, vivenciando as experiências.

  • Se nos limitarmos a esconder cada dia nossas emoções e preocupações, cedo ou tarde isso irá emergir e nos incomodar. A máscara cairá e nos trará essa sensação de frustração, de rancor não resolvido. Não vale a pena.
  • Quanto menos máscaras, maior a liberdade. Permite que você diga “sou tudo o que vês”, ainda que, em certos momentos, sempre guardemos algumas coisas para nós mesmos.
    Há cicatrizes que não são visíveis, há feridas que ainda estão abertas e que nos impedem de virar a página. Mas, como dizem, se você ver que nada acontece, talvez seja melhor mudar a página.
  • Com isso, queremos dizer que existem momentos em que o mais aconselhável seria mudar. Deixar para trás determinadas situações, determinadas pessoas…
    Quando nos vemos livres e desapegados, nasce a autêntica liberdade. Prontos para começar de novo, para curar as feridas, para se encher de novas ilusões que poderão, com o passar do tempo, tornarem-se o motor de sua vida.

“Não sou tudo que vês, nem vês tudo o que sou”. Que fique claro que somente nós nos conhecemos em toda nossa essência, mas sempre será mais saudável nos mostrarmos ao mundo com plenitude e liberdade, da forma mais sincera possível.

Mostre-se de acordo com seus valores, seus pensamentos e emoções. Fale com assertividade e mostre-se sem máscaras, ainda que, em algumas ocasiões, você se veja obrigado a dizer verdades que doam.

Não importa. Tudo isso o ajudará a se sentir muito melhor. Atreva-se a por isso em prática!

Para bom entendedor, uma mensagem visualizada e não respondida, basta !

Para bom entendedor, uma mensagem visualizada e não respondida, basta !

A sociedade atual necessita da aprovação do outro em tudo. A validação do outro em nossas atitudes serve para nossa autoafirmação. A tentativa de provar algo para os outros é tão patética que faz com que as pessoas se mostrem felizes quando na verdade não estão.

Para Nietzsche “as pessoas que não sabem amar a si mesmo buscam constantemente a aprovação alheia e sofrem quando são rejeitadas. Para quebrar essa dinâmica, devemos admitir que não podemos satisfazer a todos”.

No mundo virtual a situação consegue ser pior: uma mensagem visualizada e não respondida é o mesmo que receber um murro na boca do estômago. Primeiro porque essa atitude é uma grande falta de educação, segundo porque o cérebro manda, quase instantaneamente, a seguinte mensagem para o coração: “eu avisei, seu trouxa”.

A verdade é que, se por um lado os aplicativos ajudam as pessoas a se conectarem, por outro conseguem destruir os relacionamentos em segundos. Quando uma mensagem não é respondida, a pessoa entra em uma área de pressão social e psíquica surreal, tentando encontrar justificativas para tal atitude alheia.

Nesses casos, é necessário analisar duas situações: a primeira é que ser independente em atitudes e nos relacionamentos é uma necessidade. Como afirma Martha Medeiros: “independência é aceitar a si mesmo antes da aprovação alheia. É defender a própria verdade e ter humildade para mudar de opinião caso seja surpreendido por melhores argumentos.

Ser independente é preferir ao cinema com alguém, mas não perder o filme por falta de companhia. É vibrar quando lhe abrem um champanhe, mas não deixar de comemorar sozinho se a sua alegria basta para o brinde. Ser independente é fazer tudo o que se gosta junto de quem mais se gosta, incluindo a si mesmo.”

A segunda é que as pessoas precisam trabalhar para sobreviver, portanto ,não dá para ficar respondendo mensagens toda hora.
Concordo que responder uma mensagem no prazo de (até) 24h é, no mínimo, educado, mas, se isso não acontecer, aceite que a pessoa não quer conversar com você. E, caso não saiba, ela tem direito a isso.

Aceitar que as pessoas tem liberdade de escolhas é ser coerente e não permitir que as próprias atitudes sejam desagradáveis e invasivas.

Visualizar uma mensagem e não responder é a forma sutil de dizer “não”. E, admita, você também já fez isso várias vezes…

O coração da gente é onde moram os que vivem para sempre.

O coração da gente é onde moram os que vivem para sempre.

E se aquele avião não tivesse caído? Se o pouso fosse tranquilo, os passageiros voltassem para casa, a vida seguisse sem mais?

Se o caminhão não perdesse o controle no asfalto molhado, não saísse de sua pista. Se os carros na mão contrária seguissem seu percurso sem percalço e chegassem a seu destino sem surpresa.

Se a notícia indesejada não viesse e o amigo querido estivesse ainda aqui, trabalhando, vivendo, pagando as contas, fazendo das suas, pensando na gente, habitando este mundo como qualquer um de nós.

Se a criança vingasse na barriga da mãe e hoje corresse pela casa, fazendo graça, puxando o rabo do gato, evitando a hora de dormir.

Se o homem bom não saísse de casa no mesmo instante em que uma alma perdida decidiu sair por aí disparando sua arma. Se a velha senhora não atravessasse a rua na frente de um carro apressado, chegasse ao mercado e voltasse à casa em tempo de fazer sua sopa, cujo aroma aqueceria a alma de uma vizinha que chora sua solidão.

Se a tarde não tivesse acabado, a festa não tivesse passado, a manhã não findasse tão cedo, a noite não amanhecesse tão rápido.

E se aquela moça linda se salvasse do mal que a levou de repente, e acordasse na cama do hospital sem entender nada, varada de fome, sob o olhar de apreensão e ternura da família que a esperava rezando, agarrada com força à sua fé.

Sua gente a olharia tão cheia de amor, diria “que susto!” mal vendo a hora de voltar todo mundo para casa, tocar a vida em frente. E seria uma tardinha linda, de brisa mansa ventando esperança. A vida sorrindo como criança que brinca num parquinho, girando, girando…

Dói. E não fosse o coração da gente, generoso, aberto, abrigando tanta coisa e tanta gente que passou, doía muito mais. Ahh… doía, sim.

E eu que não sou nem a rainha da Inglaterra, vou sorrir sem vontade por quê?

E eu que não sou nem a rainha da Inglaterra, vou sorrir sem vontade por quê?

Em terra de gente falsa, quem tem coragem de dizer a verdade causa uma revolução. E em terra de gente corajosa, quem é falso não dura muito tempo. Até porque, manter um personagem fictício, com um sorriso congelado no rosto, exige da pessoa uma fleuma digna de Rainha da Inglaterra, não é não?

A rainha Elizabeth, essa rainha-mãe que ainda vive e detém o maior título da monarquia do Reino Unido, logo no início do seu reinado teve uma espécie de espasmo involuntário nos músculos da face, tudo porque vinha de uma maratona de visitas a inúmeras cidades da Austrália – na época em que esse país ainda não era independente.

A pobre da rainha não conseguia nem dormir por causa dos tremores na bochecha. E o médico disse a ela que o único jeito era ela parar de sorrir. Só que ela não podia parar de sorrir. Tinha que acenar e sorrir; sorrir e acenar, qual uma boneca de corda.

A moça, recém-entronada, vivia às voltas com a dura tomada de consciência acerca do pouco poder que exercia e do quanto a coroa sobre sua cabeça era, além de um enorme peso, um adorno difícil de carregar.

Embora fosse, e ainda seja, sem nenhum questionamento, “a rainha”, Elizabeth não apitava nada sobre acordos políticos, decisões econômicas, ou coisa alguma. E ainda não apita. Tudo o que diz respeito ao Reino Unido é pensado, gerido e decidido pelo Parlamento Inglês. Elizabeth é um símbolo do poder, mas não decide nada de fato. Para decidir por ela, existe a figura forte e poderosa do Primeiro Ministro.

E o que é que você que está aí lendo esse texto e eu que estou aqui escrevendo temos a ver com a rainha Elizabeth? Na prática, absolutamente nada. Em tese, vivemos o mesmo dilema: passamos uma boa parte da vida a sorrir e acenar, acenar e sorrir. E se não fizermos nada a respeito disso, vamos acabar com espasmos na bochecha. Porque sorrir mecanicamente é extremamente cansativo, além de ser vazio e pobre em significado real, com o perdão do trocadilho.

E a coroa? Pense na coroa como algo que simbolize tudo aquilo em sua vida que tenha valor verdadeiro. Caso tivéssemos mesmo que carregar nossas conquistas sobre a cabeça, certamente escolheríamos aquelas que não se pode “coisificar”. Caso contrário, certamente, acabaríamos por abdicar da coroa sob seu peso insuportável.

Sendo assim, talvez seja mais sábio e inteligente refletir sobre as inúmeras vezes em que sucumbimos à nossa gula por poder, vaidade ou adulação alheia. Talvez seja mais esperto da nossa parte, cairmos “na real” e entendermos que não há nenhum trono a nos esperar ao final do dia. Não há nenhum Primeiro Ministro para legislar em nosso nome.

Aproveitemos a nossa maravilhosa vida plebeia e paremos de infligir a nós mesmos, o roteiro de personagens ilusórios de poder. Deixemos as coroas e acenos para os nobres de nascença. E vivamos apenas pela nobreza de caráter. Essa, sim, coloca em nossas mãos a posse de nossa própria vida e nos torna senhores de nossas escolhas, de nossos encontros e de tudo aquilo que nos faz ter um orgulho danado da pessoa de verdade que estamos nos esforçando para ser.

Não pare no tempo por alguém que continuou sem você

Não pare no tempo por alguém que continuou sem você

Por mais que pareça egoísmo e descomprometimento, um dos maiores favores que poderemos prestar a nós mesmos sempre será desenvolver a capacidade de desapegar do que não tem retorno ou do que retorna peso inútil. A vida segue, com ou sem você prestando atenção nela, com ou sem o seu consentimento, com ou sem a sua presença. Andar na contramão do curso do tempo, por conta de estar preso a decepções, de nada adiantará.

Será inevitável, em muitos momentos, canalizarmos o que tivermos de melhor ao emprego inadequado, à amizade fajuta, ao parceiro errado, ao amor não correspondido. Da mesma forma, não fugiremos às decepções com as pessoas, com os acontecimentos, inclusive com as decepções em relação a nós mesmos. É preciso, portanto, saber deixar ir e estar pronto ao que estiver por vir.

Sofreremos a dor da não correspondência, da ausência de reciprocidade, pois nem sempre iniciaremos um relacionamento com alguém que esteja disposto a trocar, a doar-se, a enxergar o outro; bem como nem sempre conseguiremos manter aceso o nosso interesse por determinadas atividades, determinadas carreiras. A gente vai se reinventando e se transformando, porque a vida nos cobra isso, essa capacidade de se aprimorar e de se tornar melhor, mesmo em meio a raios e trovões.

E, nesse percurso, pessoas deixarão as nossas vidas, pessoas deixarão de nos amar, de nos querer, de precisar de nós em suas vidas. Eis um dos piores dissabores que enfrentaremos: deixar de ser amado. Quando o amor começar a ir sem voltar, não encontrando terreno acolhedor, sem que encontre acolhimento junto ao coração do outro, teremos que aceitar e deixar a pessoa ir.

É preciso deixar ir e deixar vir. Deixar o ódio, a mágoa, a culpa, o ressentimento, o desamor partirem. Deixar vir o que é bom, quem é verdadeiro, pessoas que retornam na medida exata, que sorriem na hora certa, que abraçam a nossa alma. É dessa forma que não nos demoraremos além da conta nos recantos sombrios de nossa essência. É assim que o tempo conseguirá carregar para bem longe o que nos feriu, trazendo-nos o repouso tranquilo de tudo o que merecemos, junto a pessoas verdadeiras, em lugares aconchegantes, preenchidos com amor correspondido, principalmente o próprio.

30 frases para você ler quando estiver pensando em desistir

30 frases para você ler quando estiver pensando em desistir

Todo mundo já passou por um momento em que a ideia de desistir ficava martelando insistentemente na cabeça. Dúvidas fazem parte da história de praticamente qualquer pessoa, inclusive algumas das mais bem-sucedidas que conhecemos – e muitas delas têm um pouco a nos ensinar sobre isso.

São frases, pensamentos e algumas ideias quase soltas que nos ensinam porque nós devemos parar de reclamar e aprender a olhar pra frente.

1. “Se você não está disposto a arriscar, esteja disposto a uma vida comum.” – Jim Rohn

2. “Todos os seus sonhos podem se tornar realidade se você tiver coragem para persegui-los.” – Walt Disney

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3. “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente. Quem sobrevive é o mais disposto à mudança.” – Charles Darwin

4. “Um homem de sucesso é aquele que cria uma parede com os tijolos que jogaram nele.” – David Brinkley

5. “Há dois tipos de pessoa que vão te dizer que você não pode fazer a diferença neste mundo: as que têm medo de tentar e as que têm medo de que você se dê bem.” – Ray Goforth

6. “O ponto de partida de qualquer conquista é o desejo.” – Napoleon Hill

7. “Todo progresso acontece fora da zona de conforto.” – Michael John Bobak

8. “Daqui a vinte anos, você não terá arrependimento das coisas que fez, mas das que deixou de fazer. Por isso, veleje longe do seu porto seguro. Pegue os ventos. Explore. Sonhe. Descubra.” – Mark Twain

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9. “Nosso maior medo não deve ser o fracasso, mas ser bem-sucedidos em algo que não importa.” – Francis Chan

10. “Muitas das falhas da vida ocorrem quando não percebemos o quão próximos estávamos do sucesso na hora em que desistimos.” – Thomas Edison

11. “Coragem é a resistência ao medo, o domínio do medo – não a ausência do medo.” – Mark Twain

12. “Apenas deixe para amanhã o que você está disposto a morrer tendo deixado de fazer.” – Pablo Picasso

13. “Se você quer fazer uma mudança permanente, pare de se focar no tamanho de seus problemas e comece a focar no seu tamanho.” – T. Harv Eker

14. “Se você não tiver seu próprio plano de vida, é provável que caia no plano de alguma outra pessoa. E adivinha o que eles planejaram para você? Não muito.” – Jim Rohn

15. “A vida é uma viagem e se você se apaixona pela jornada, você estará apaixonado para sempre.” – Peter Hagerty

16. “Muito do estresse que as pessoas sentem não vem de ter muito o que fazer. Ele vem de não terminar o que foi começado.” – David Allen

17. “Se você procura sua realização nos outros, você nunca será realizado. Se sua felicidade depende de dinheiro, você nunca será feliz consigo mesmo. Se contente com o que você tem; fique feliz com a maneira como as coisas são. Quando você perceber que não está faltando nada, o mundo pertence a você.” – Lao Tzu

18. “A arte de viver está menos em eliminar nossos problemas do que em crescer com eles.” – Bernard M. Baruch

19. “A felicidade não é uma estação em que você chega, mas uma maneira de viajar.” – Margaret Lee Runbeck

20. “A verdadeira felicidade não é alcançada através da auto-gratificação, mas através da fidelidade a um propósito digno.” – Helen Keller

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21. “Todos nós recebemos relatórios de muitas maneiras diferentes, mas a verdadeira emoção do que você está fazendo está em fazê-lo. Não é o que você vai conseguir no final, é realmente em fazer, e amar o que você está fazendo.” – Ralph Lauren

22. “Faça algo que ame e você nunca mais precisará trabalhar na vida.” – Willie Hill

23. “A ansiedade é a vertigem da liberdade.” – Soren Kierkegaard

24. “Faça o que você sempre fez e você terá sempre o mesmo resultado.” – Sue Knight

25. “Nós evitamos as coisas das quais temos medo porque pensamos que haverão consequências desastrosas se as confrontarmos. Mas a verdadeira consequência desastrosa em nossas vidas vem de evitar coisas sobre as quais nós precisamos aprender ou descobrir.” – Shakti Gawain

26. “Muito melhor é arriscar coisas grandiosas para ganhar vitórias gloriosas – mesmo que estampadas pelo fracasso – do que se alinhar com aqueles espíritos pobres que nem aproveitam muito nem sofrem muito, porque vivem em uma penumbra cinzenta que não conhece nem a vitória nem a derrota.” – Theodore Roosevelt

27. “Eu não sei a chave para o sucesso, mas a chave para o fracasso é tentar agradar a todos.” – Bill Cosby

28. “O primeiro passo em direção ao sucesso é dado quando você se recusa a ser um prisioneiro do ambiente em que estava inicialmente.” – Mark Caine

29. “Sempre que você se encontrar ao lado da maioria, é tempo de fazer uma pausa e refletir.” – Mark Twain

30. “Se você ouve uma voz dentro de você dizer ‘você não pode pintar’, então pinte sem dúvida, e essa voz será silenciada.” – Vincent Van Gogh

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 *Fonte sempre indicada: Site Nômades Digitais

Cabelos afro ganham ilustrações de flores e galáxias em trabalho de tirar o fôlego

Cabelos afro ganham ilustrações de flores e galáxias em trabalho de tirar o fôlego

Por Maria Eduarda Mallet

Intitulado de Magia da Garota Negra, o projeto criado pelo artista visual americano Pierre Jean-Louis cria retratos de mulheres negras e seus cabelos transformados em galáxias e flores.

Iniciado em setembro de 2015, Pierre afirma que acha muito importante quando as mulheres abraçam sua herança africana.

“Muitas mulheres são forçadas pela sociedade a não apreciar sua beleza natural”, contou Pierre ao site Bored Panda.

Confira as fotos de seu trabalho:

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Todas as imagens: Pierre Jean-Louis

Quem critica demais o outro, no fundo, está muito mal consigo mesmo!

Quem critica demais o outro, no fundo, está muito mal consigo mesmo!

Por Cláudia Rocha

Existem pessoas maravilhosas por aí, e eu estou a aprender a deixá-las entrar na minha vida. Aquilo que sou, os outros refletem no que são para mim.

A qualidade das nossas conversas é o espelho perfeito daquilo que dizemos a nós mesmos, mesmo sem palavras envolvidas. Quando alguém diz: “és feio” a alguém, provavelmente tem esse pensamento treinado em relação a si mesmo, mesmo que seja bem no fundo do iceberg da sua consciência.

Quer seja diretamente ou indiretamente, aquilo que falamos das pessoas revela exatamente aquilo que achamos de nós. Porque o que sentimos, refletimos nas ações da nossa vida.

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Então imaginem aquelas pessoas que falam mal dos outros o tempo todo!

Não importa o que essas pessoas que estão a ser mal faladas façam, elas nunca vão agradar a quem as critica. O defeito é de quem fala, e não de quem é falado. Este defeito chama-se emoção negativa.

O erro da pessoa que fala mal é a emoção negativa. É uma necessidade urgente dela se voltar a si mesma, se olhar ao espelho e se ver de fora. Perguntar-se: “o que é que eu posso melhorar em mim?” A resposta é: tens de te sentir melhor.

Ao te sentires melhor contigo mesmo, vais automaticamente sentir-te melhor acerca de tudo. De repente, aquela pessoa não incomoda tanto. Aquele trabalho já não é tão difícil. Aquela notícia já não causa tanto transtorno.

Porque é um trabalho interno! Mas nós fomos tão programados a falar mal de tudo e de todos, que é compreensível que as pessoas julguem tanto umas às outras, nem que seja simplesmente pela cor da camiseta que o outro está a usar!

Vamos acabar com as brigas.

Se tu dizes mal de alguma coisa, estás mal contigo, ponto.

Na minha experiência, o bullying que sofri nos tempos de escola fez-me ver que aquelas pessoas não eram mesquinhas, mas que lhes faltava amor próprio. Não as culpo, agradeço porque me fizeram ver a verdade sobre toda a gente.

Uma pessoa que se ama, que pensa nela própria e sente: “sou uma pessoa espetacular”, é a que fala bem de todas as pessoas, e que escolhe não falar mal, porque não faz sentido na cabeça dela.

Pode não ser perfeito, mas na vida vamos aprendendo a amar-nos mais e mais, e aqueles que alcançam um nível de amor próprio tão elevado que os outros não podem não notar, surpreendem com a sua atitude positiva para com TODAS as pessoas.

Quando se fala daqueles que são arrogantes porque gostam demasiado deles mesmos, que passam por cima dos outros e se acham superiores, não se enganem.

Isso é mentira! Alguém que ama a si próprio jamais trata os outros como inferiores. O amor gera mais amor, quer seja vindo de nós, quer seja vindo dos outros.

Vamos praticar elogiarmo-nos com sinceridade. Vamos falar muito bem de nós! Quanto mais o fizermos, mais teremos vontade de fazer.

Ainda mais importante que isso, vamos aprender a falar bem dos outros. Muito mais. Substituir maldizer por bem-dizer é plantar um jardim de positividade na nossa vida. Quanto mais agradeceres e elogiares, seja o que for, seja quem for, mais vais ter vontade de o fazer, e mais irás irradiar aquela luz própria que tanto te intrigava nas pessoas floridas.

Cláudia Rocha – portuguesa, autora do blogue Vibe High. Textos sobre pensamento positivo e Lei da Atração.

O duro é quando tentamos ajudar e saímos como o malvado da história

O duro é quando tentamos ajudar e saímos como o malvado da história

Uma das lições mais amargas que teremos de aprender é a de que nem todo mundo será grato e, pior, alguns ainda usarão de nossa solicitude contra nós mesmos. Por mais que tentemos ajudar, por mais que aconselhemos, por mais que estejamos dispostos, haverá quem simplesmente se negará a sair do buraco onde estiver, culpando todos à sua volta pelos problemas que ele próprio causou.

Ocasionalmente, quando uma pessoa de quem gostamos estiver passando por alguma situação desagradável, por algum problema, e tentarmos ajudá-la de alguma forma, pode ser que sejamos mal interpretados, que nossas reais intenções venham a ser deturpadas. Teremos que enfrentar a ingratidão e palavras injustas justamente de quem tentamos socorrer, de quem muito estimamos.

Isso porque ninguém é capaz de ajudar alguém que se nega a receber ajuda, ou seja, deverá sempre partir de nós mesmos a iniciativa de sair daquilo que nos desagrada, de tudo o que nos faz mal. Somente quando tivermos a consciência de que muito do que nos ocorre é consequência também de nossas atitudes, do que escolhemos ou não ao longo de nosso caminhar, é que estaremos prontos para sermos socorridos.

Por outro lado, quando culpamos todos à nossa volta, o mundo e o universo, como os causadores de nossas dores, como se fôssemos meros joguetes nas mãos de terceiros, estamos fugindo à nossa parcela de responsabilidade sobre nossas próprias vidas. Dessa forma, incapazes de assumirmos o que nos cabe, incapazes seremos de aceitar, de ouvir, de enxergar o que vem de fora de nós, centrados que estaremos em nosso próprio umbigo.

Nesse contexto, fatalmente nos veremos enredados no jogo de culpas de que a pessoa se utiliza para se livrar do próprio peso, jogando contra nós uma carga de responsabilidades que não são nossas. Então, ela fará de tudo para virar o jogo, fazendo com que nós é que passemos a ser um dos causadores de suas misérias, um dos malvados que agiram para que ela se encontrasse naquela situação, uma vez que é assim que sua consciência se livra do que não aceita, do que recusa a assumir.

Não poderemos nos negar a levar ajuda às pessoas que se encontram em situações difíceis, somente porque não gostaríamos de ser mal interpretados, pois nossos princípios são mais fortes do que isso. Caso sejamos vítimas desse tipo de situação, teremos que ser pacientes e deixar que o tempo, como sempre o faz, traga as verdades e torne tudo claro. Quanto aos ingratos, permanecerão enclausurados nas próprias cavernas, enquanto não aceitarem o enfrentamento de si mesmos.

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