Ela é certeza e não importa o que o mundo pensa disso

Ela é certeza e não importa o que o mundo pensa disso

Imagem de capa: Helen Sushitskaya, Shutterstock

Enquanto o mundo vive em desassossego, ela vai na contramão dos sentimentos banais. Ela é felicidade em todos os instantes. Ela é inteira e não aceita metades em troca. Ela dança entre o caos da cidade e dos meios carinhos. Ela já foi dúvida um dia desses, mas hoje, não mais. E o melhor? Ela não se importa com o que o mundo pensa disso.

Ela é encanto enquanto fala e versos quando escuta. Ela é muito mais mundo de manhã. Não perde tempo remoendo passados, não se atreve a ficar esperando futuros. Ela é presente no sentido imperfeito, mas verdadeiro. Entrega sorrisos sem medidas, abraços sem tempo de duração e amores permissíveis para o sempre. Ela exala vida das mais cheirosas, cativantes e entusiastas. O mundo não sabe lidar com ela. Quem chega ausente de disposição, também não sabe o que fazer com ela. Mas tudo bem. Cá para nós, ela não faz questão de ser aceita. Ela não precisa de autorização para ser. Ela não pede. Ela pega e vai. Ela bebe prazeres, dorme com a cara estampando tranquilidade no travesseiro e, na hora de sair, coloca o que bem entender no seu corpo errante de desejo.

Ela é independente dos julgamentos alheios e dona de si. Não brinca em serviço, não amolece no dia a dia e, muito menos, não chega atrasada no que diz respeito aos próprios anseios. Ela é dessas figuras raras que você encontra uma vez na vida e nunca mais esquece. Porque ela é irresistível de estar por perto. Porque ela conversa com a alma nas mãos transbordando pelos dedos. Porque ela dá saudade antes mesmo de acenar qualquer adeus.

Ela não vacila ou corre atrás dos indecisos. Ela não se acomoda ou desiste dos seus sonhos. Ela é certeza e não importa o que o mundo pensa disso. Para ela, o mundo é grande demais para caber apertado no coração.

Amizade no amor…

Amizade no amor…

Imagem de capa: GeniusKp, Shutterstock

É claro que os nossos amores devem ser nossos amigos (muitas vezes, são os melhores!). Contudo, é fundamental não permitirmos que a paixão se esvazie com o passar do tempo, de modo a restar, apenas e tão somente, uma boa amizade…

Talvez um dos maiores desafios dos relacionamentos amorosos longos seja não virar amizade. Não que o casal não deva ser amigo um do outro (pelo contrário, isso é essencial!), o problema é quando o relacionamento vira amizade demais e paixão de menos.

Claro que já ouvimos falar que a paixão arrebatadora dura apenas “x” anos, que depois o que sobra – se é que sobra – é apenas o amor, que pessoas inteligentes devem saber lidar com isso (ou seja, com a falta da sensação de andar nas nuvens), etc., etc., etc., mas, analisando a coisa bem a fundo, vemos que não é tão simples assim.

Ora, evidente que não podemos sentir pelos nossos namorados, companheiros ou maridos apenas o que sentimos pelos nossos pais, amigos e irmãos! Por mais lindo e profundo que seja esse amor, por mais companheirismo que exista e por mais que a relação seja legal e gratificante, para um relacionamento amoroso efetivamente se manter e ser verdadeiro, tem que haver paixão sim, nem que não seja aquela sensação tórrida do início, nem que não seja de nos fazer perder a noção, nem que seja um tantinho só…

E, nesse contexto, o tempo é o principal vilão, pois com o seu passar as pessoas tendem a se acomodar, a se acostumar com a presença do outro, a não se importar mais em surpreender, a não vê-lo como objeto de desejo, a não investir, de alguma forma, para “manter acesa a centelha”.

Não é raro vermos pessoas públicas assumirem que seus casamentos, aparentemente perfeitos, terminaram de uma hora não por brigas, falta de afinidade ou traições, mas simplesmente por ter virado amizade, apenas e tão somente.

E esse tipo de término deve ser muito triste, pois o rompimento se dá com uma pessoa que significou – e ainda significa – muito na sua vida, com a qual você tem muitas afinidades e que é sua parceira para muitas horas (senão todas). Mas, como todo fim inevitavelmente traz dor – especialmente quando se estima a pessoa da qual se está separando -, deve ser muito complicado lidar com a situação e com a amizade que poderá sobrar, se é que ela se sustentará.

Acredito que devemos, pois, em defesa do mais nobre dos sentimentos, nos negar a aceitar que todos os amores românticos tenham prazo de validade, que os que duram uma vida inteira inevitavelmente viraram apenas uma boa e profunda amizade, que não há nada que possamos fazer para que “a pessoa da nossa vida” seja nossa paixão pra sempre.

A questão, então, é como não deixar que o “amor de amantes” vire um “amor de amigos”. Dicas não faltam, profissionais das mais diversas áreas palpitam de diferentes formas acerca do assunto, mas, na prática, nada é tão fácil como parece. Uns dizem para ter mais intimidade, outros dizem que ela – a intimidade em demasia – é a culpada pelo desencanto, e por aí vai… E o tempo, que quase sempre é um bálsamo, nesse caso é o vilão.

Maturidade, consciência da real situação, expectativas diminuídas , disposição em fazer a coisa dar certo e dedicação bem dosada parecem fazer parte da receita de sucesso. O resto, se alguém descobrir, que ganhe o Nobel…

Lembranças dançarinas

Lembranças dançarinas

Imagem de capa: Jorge Henrique Paul e Rafael Ariza Gonçalves

Pode ter sido a brisa morna da tarde; ou a corrente fina de suor a traçar um desenho carinhoso na linha perfeita de sua nuca; ou ainda, quem sabe, a languidez provocada pelas carícias da areia fina por entre os dedos de seus delicados pés.

O fato real, aqui descrito, mais pela impossibilidade de ser recolhido do que pelo desejo de vê-lo revelado, é que ela era toda descuido e elegância ali, diante daquele amarelo esverdeado das folhas secas que o vento trazia, à moda de uma ciranda em torno de suas pernas esguias.

Mais parecia uma escultura, daquelas torneadas, com firme delicadeza, que só as mãos de um artista apaixonado são capazes de esculpir. Os olhos miúdos, de um verde esmaecido pelas incontáveis lágrimas de doces alegrias ou ácidas tristezas, piscavam diante do tempo.

O tempo. Esse parceiro decidido e apressado, que segue seu curso a passos resolutos e desinteressados de nós. O tempo não se envolve em nossas imprudentes aventuras; apenas observa. O tempo é pano de fundo dinâmico e independente, que zomba de nossa infantil ilusão acerca da eternidade.

A eternidade parece ínfima naqueles momentos de glorioso amor: o roçar dos lábios no primeiro beijo, os olhos que se cerram no momento do prazer, o calor das bochechas de um filho recém-nascido, que tocam o seio; o curvar dos sorrisos à toa, que enchem a vida de cores que nem existem de fato.

Essa mesma eternidade parece infinita nos momentos intermináveis de dor: a ruptura de um amor partido, a desilusão de um sonho acalentado, a fragilidade do corpo cansado e curvado pelas moléstias da vida, o adeus, a partida, o abandono.

Todas essas memórias, travestidas de lembranças ou presságios, pareciam dançarinas à sua volta. As mãos, miúdas, de pele fininha e desenhada pelas marcas das lidas, torciam-se, num gesto que tanto podia ser uma prece, quanto uma coreografia de anseios.

Ela estava ali para se despedir. Dizer um adeus desajeitado à mulher que fora um dia. Sussurrar um até breve às inúmeras personagens a quem dera alma e corpo. Murmurar boas vindas às imagens coloridas ou desbotadas, misturadas num caleidoscópio de histórias que teimavam em escapar de suas lembranças.

Ela estava ali, num ato de reverência a si, à sua história, que parecia escoar por entre seus dedos, qual água de uma fonte que não jorra mais. Por um instante, ficou atordoada. O que viera mesmo fazer ali?! Passou as mãos pelos cabelos prateados e finos; alisou a saia com gestos inseguros. Buscou na bolsinha um espelho antigo e firmou-o à sua frente. E a imagem que se projetou pareceu-lhe levemente familiar. Tão leve que voou para longe. Lembranças dançarinas, qual lagartas transmutadas em borboletas leves e de vida breve.

Texto publicado originalmente no livro “Velhice, imagem e memória” – Organização de Geni Araújo Costa – Editora Assis

Lista de prioridades: sumir, viajar sem destino, cair no mundo

Lista de prioridades: sumir, viajar sem destino, cair no mundo

“Fernweh” é uma palavra alemã cujo significado não encontra correspondência em um vocábulo específico da língua portuguesa e que traduz um desejo de fugir, viajando por aí. Trata-se daquela vontade de sumir de tudo e de todos que muitas vezes nos acomete, quando nossa paciência se esgota, quando o tédio se instala, quando nada mais parece ter sentido à nossa volta, quando nosso mundo cai e não conseguimos visualizar alguma saída.

Os homens, desde sempre, encontram-se suscetíveis de se encontrarem desgostosos com o mundo, descontentes consigo mesmos, enredados em vidas com as quais não se identifica, limitados pelas obrigações que a vida impõe, perdidos em meio ao cotidiano robótico e frio de horas que se arrastam. O desejo de fuga, então, torna-se inevitável, o que direciona cada um de nós a determinada válvula de escape, seja ela benéfica, inofensiva, ou até mesmo perigosa.

Certas pessoas se voltam às artes, à música, outras escrevem, lêem, assistem a filmes, algumas recorrem a drogas, ou seja, cada um se vira ao seu modo e cada um colhe as consequências pelo que escolheu. Ah, mas o desejo de sair por aí sem destino, mochila nas costas, mapa nas mãos e nada na cabeça pode ser tomado como algo quase natural e parte da vida de quase todos que conhecemos.

O ser humano é capaz de pensar, de forma ilimitada, de sentir o mundo sob variadas sensações, de projetar o futuro, fazer planos, sonhar o que quiser. Ao mesmo tempo em que a realidade tenta nos limitar, nossos pensamentos nos tornam cada vez mais inconformados com o que é estanque, com o que se repete sempre da mesma forma. Queremos mais, precisamos de algo maior, desejamos conhecer o que vai além dos nossos quintais. É algo que pulsa dentro de nós.

Na verdade, usar do escapismo com frequência, como se fosse uma necessidade constante ausentar-se do que se encontra ali em frente, pode ser um aviso de que é hora de mudar. Mudar de emprego, mudar de amigos, de ambientes, de roupas, de pensamentos, mudar de vida. Pode ser a nossa essência querendo desatar as amarras com que a sufocamos dentro de nós. Um pedido de socorro que só a gente é capaz de ouvir.

Nem sempre somos nós mesmos que provocamos os desagrados que pontuam nossa jornada, pois quem caminha conosco também pode ser a causa de alguns dissabores que enfrentamos, porém, sempre será necessário refletirmos sobre o que estamos fazendo de nossas vidas, a quem queremos agradar, o que de fato queremos alcançar e a que custo. Porque, caso o problema esteja tão somente dentro de nós, mesmo que estejamos em casa, mesmo na praia, na neve, em Paris, ele nos acompanhará.

Viajar é uma delícia, pois renova nossos olhares, nossos sentidos, nosso amanhecer, alargando nossos horizontes e oxigenando nossos pensamentos e, muitas vezes, olhar as coisas a uma distância segura pode acabar nos trazendo de volta ao que já tínhamos com mais segurança e verdade. Mas, se o que incomoda estiver dentro de nós, somente o enfrentamento doloroso de nossa vida poderá nos levar às mudanças urgentes e necessárias. E sem gastar dinheiro.

Nota: Falando em viagem, que tal uma viagem com aventura em Ilhabela?

Imagem de capa: EpicStockMedia, Shutterstock

Lugar de mágoa é nos cotovelos. No coração a gente sente amor.

Lugar de mágoa é nos cotovelos. No coração a gente sente amor.

Imagem de capa:  FCSCAFEINE, Shutterstock

Dói, sim. A gente quando se magoa sente dor. Tem mágoa que dói mais, mágoa que dói menos, mas sempre dói. Ninguém está livre de se esborrachar aqui e ali. Acontece. Agora, depois do tombo, cabe a cada um de nós cuidar da dor no lugar que lhe é direito.

E lugar de mágoa não é no coração, não. É nos cotovelos. É lá que deve doer toda decepção e todo desarranjo, todo recalque e todo desgosto. Nos cotovelos. Deixemos o coração para o amor!

O amor e seus sonhos de grandeza, seus ímpetos, suas ansiedades, o amor e seus frêmitos, seus desejos insuspeitados, o amor e suas lembranças, suas saudades e até suas tristezas inevitáveis, o amor e seu eterno querer bem vivem no coração da gente e não merecem o aborrecimento de dar de cara com dissabores que deviam latejar à vontade em outro canto.

O coração é dos amantes e suas histórias. As mágoas e os ressentimentos, esses deixemos doer em paz lá embaixo, lá atrás. Nos cotovelos. Deus nos ajude a não guardar chateações no coração. Quando elas chegarem, sejamos capazes de despachá-las sem burocracia para o lugar certo.

Vem, gente amiga. Deixemos doer os cotovelos quando assim tiver de ser. Que doam sem dó. Estalem doloridos, façam bolhas, avermelhem-se, esfolem-se e criem cascas! Nós aguentamos!

Mas que o amor se aposse generoso de todo canto vazio no coração da gente. Porque é lá que se guarda e se sente todo profundo, verdadeiro e generoso amor. E as dores que fiquem no cotovelos!

O amor não requer provas e sim atitudes

O amor não requer provas e sim atitudes

Carência em excesso é muito desagradável, bem como indiferença constante chega a ser cruel. Equilibrar os sentimentos, as emoções, tentando sobreviver ao dia-a-dia caótico dessa vida louca e acelerada a que nos sujeitamos, sem nos machucar ou ferir quem está ao nosso lado, será um de nossos propósitos. As obrigações e responsabilidades crescentes não podem nos desviar da manutenção da afetividade que nos completa.

Por conta dessa excessiva carga de trabalho e do cansaço que nos deixa inertes ao chegar do trabalho, muitos de nós nos sentimos mal, pois temos consciência de que estamos deixando de lado os cuidados para com os nossos queridos. Chegamos exaustos e sem vontade de nada, quando não estressados em razão dos dissabores enfrentados no dia. Com isso, tentamos compensar essa ausência emocional com presentes, com o que o dinheiro compra, mas que não preenche vazio afetivo.

Sim, é gostoso receber flores, ver a casa pintada, os jardins floridos, os móveis reluzindo, o carro novinho na garagem. É bom jantar em lugares refinados, viajar, poder olhar para um closet volumoso. O conforto material é muito importante, isso não se nega, porém, somente isso, apenas o que se vê e massageia nosso corpo não será capaz de nos preencher em toda a dimensão de nosso íntimo, de nossas necessidades afetivas.

Somos carne e essência, temos olhos e temos alma, uma alma que também clama por ser acariciada. Não basta somente ter alguém, precisamos sentir esse alguém, saber que ele se importa, que somos parte de sua vida, que seus olhos nos procuram, que suas mãos nos tocam, que seu amor é nosso. O que nos certifica o amor é a maneira como o outro sorri quando nos vê, é o tanto de verdade que vem junto com quem trazemos para nossas vidas, é o comportamento amoroso sem fingimento e afetação. É transparência.

Ainda que o cansaço extenue nosso ânimo, mesmo que o corpo se arraste, até quando nada deu certo naquele dia, chegar a nossa casa disposto a relembrar o quanto somos amados e queridos ali naquele reduto só nosso nos tornará sempre capazes de nos reerguermos e de nos fortalecermos. Porque amor correspondido é combustível de vida, amor que transpira certezas vence as dores da alma, pois é chama que não se apaga, é a eternidade brilhando dentro de cada um de nós.

Imagem de capa: Bogdan Sonjachnyj, Shutterstock

A dor virou esquisitice

A dor virou esquisitice

Imagem de capa: Tomsickova Tatyana, Shutterstock

Meu amor, a dor virou esquisitice. Não sei mais o que é fechar um ciclo, antes dependia de um calendário que a gente revirava as folhas no coração, da janela da alma espiávamos os dias e meses e o que foi arrastado até conseguirmos dizer adeus, agora não, por aqui fico sentindo uma estranheza porque parece que a tristeza não pode ter pouso, precisa andar por aí sem bagagem, não pode se demorar na casa de ninguém.

Tá todo mundo feliz? A esquisitice de nem sempre saber o que fazer com as horas foi somente minha, o relógio andou devagar só na minha parede?

Esquisitice por toda parte, meu amor. Aquela senhora, sua amiga, tem tido coração acelerado e tremores, dão remédios e não sara, sofre de solidão, não encontra vidas pra sua vida. A casa tá sempre cheia mas, hoje, as pessoas têm longas conversas com um aparelho que carregam nas mãos, não querem ouvir histórias da vida que ela tem saudades.

Você ia estranhar, nas passagens estreitas, a gente tem que acelerar o crescimento, feito fruta bonita e sem sabor, estão colocando agrotóxicos na dor! Meu amor, as pessoas não têm paciência para esperar as estações do plantio e se irritam com as estações do amor, o tempo das despedidas ficou curto e mal visto.

A dor virou esquisitice, adoecemos de solidão. Vó, quando alguém tá sofrendo e quer falar não tem espaço, a fala do outro é sempre mais importante e urgente que a nossa. A vida tá acelerada e a gente promete se ver mas, sabendo que, talvez, isso nunca aconteça.

Por favor, me manda luz, não deixe que eu me perca nesse jeito esquisito de tratar a dor, me fala das estações da terra, do tempo de plantar, semear e desabrochar, me presenteia com olhos para o entardecer, me dá ouvidos para os sons do mundo, me mantenha sensível andando nesses caminhos onde temos olhos para a vida que reside na vida.

Vó, me faz humana para lembrar que a dor não é esquisita, ela precisa de colo, sopa e cobertor, pede cafuné, ouvidos e abraços, implora que os relógios sejam quebrados para que a paz se entrelace aos dias que passam, assim, entenderei que o fechamento de ciclos se demora porque está ligado ao tempo do amor, dar adeus é um exercício que pede memória, coração e compreensão do quanto somos incertos nas nossas certezas.

Meu amor, que eu me debruce sobre as minhas despedidas num exercício delicado e despretensioso, feito suas mãos lidando com as flores, tecendo tapetes de retalhos ou peneirando sementes e, assim, tenha alma pra saber que algo sempre fica quando alguém vai embora, que as despedidas mudam o tamanho da nossa alma e que esquisito é um mundo onde a dor é esquisitice e as passagens não são estreitas e demoradas.

Sentimento deveria ser feito lâmpada: queimou, a gente troca

Sentimento deveria ser feito lâmpada: queimou, a gente troca

Perder tempo insistindo com o que não tem mais jeito, com o que já era, com aquilo que saiu para nunca mais, é algo a ser evitado. Isso com pessoas, com lugares, com sentimentos, com o que for. Nada do que se esgotou tem chances de se retomar, o que já deu o que tinha, o que já não tem o que possa ser reaceso, o que findou para sempre. Ter a noção do que já não está mais ali nos salvará de muitos dissabores ao longo de nossa jornada.

Sim, uma coisa é o tratamento dispensado a objetos, outra coisa é lidar com sentimentos que envolvem pessoas. Desvencilhar-se de um relacionamento não é tão simples quanto jogar fora um tênis usado, uma vez que o que está em jogo são memórias e lembranças afetivas, idealizações de nosso coração e sonhos que alimentam a nossa essência. Falhar no amor dói, porque ninguém quer que o relacionamento dê errado.

Parece que tem muito mais gente envolvida nos sentimentos entre duas pessoas, uma vez que, quando entramos na vida de alguém que também entra na nossa vida, a gente se mistura com os amigos, com a família, com tudo o que o outro vive. E a gente se abre ao parceiro, compartilhando mais do que só a gente, porque nós nos doamos, nós nos entregamos por inteiro, a gente soma e transborda no amor verdadeiro.

Daí a dificuldade em nos afastarmos de um relacionamento, pois também nos afastaremos de muita coisa e de muitas pessoas de quem gostamos, com quem também construímos histórias afetivas que guardamos em um lugar especial dentro da gente. Portanto, decidir colocar um fim num relacionamento implica ter que deixar para trás muitas coisas boas, pessoas especiais, lugares aconchegantes. Trata-se de deixar toda uma vida, uma história, uma carga intensa de emoções. Isso faz tudo doer ainda mais.

Vem daí essa dificuldade, essa hesitação que toma conta de nós quando queremos dar um basta no relacionamento que já acabou, que já esgotou, que nos esgotou e desgostou, porque é inevitável colocarmos na balança das indagações não só o parceiro, mas tudo aquilo que ele carrega, todos aqueles que ele trouxe para junto de nós. Mesmo assim, cabe-nos perceber que romper com quem nos intoxica não necessariamente nos afastará das coisas e das pessoas boas que ele nos fez encontrar. O que é ruim a gente expulsa, o que é bom a gente mantém. É bem por aí.

Imagem de capa: michaeljung, Shutterstock

Truque do pano: proteja o cachorro do barulho feito pelos fogos de artifício

Truque do pano: proteja o cachorro do barulho feito pelos fogos de artifício

Por Raphael Domingos, SOS solteiros

Momento de festa para uns e de terror para outros.

Quem tem animal de estimação sabe como é estressante para eles lidar com os barulhos feitos por explosivos, como os fogos de artificio, situações que os expõem a altos níveis de ruídos – dá um aperto no coração vê-los em pânico.

Para amenizar o sofrimento do seu filho peludo, encontramos uma técnica – muito simples – chamada Tellington Touch.

Esse método se baseia na informação de que animais que possuem esse tipo de pavor também têm grande sensibilidade nas regiões traseiras, patas e orelhas.

Sendo assim, consiste em atar seu cão com um pano para que a circulação sanguínea das regiões extremas do corpo seja estimulada, amenizando as tensões localizadas no dorso do animal e diminuindo sua irritabilidade. Veja:

contioutra.com - Truque do pano: proteja o cachorro do barulho feito pelos fogos de artifício

Amarre seu cachorro de forma que a faixa englobe peito e dorso (formando um oito), finalize dando um nó na região traseira, mas certifique-se que não esteja exatamente sobre a coluna.

POR QUE FUNCIONA?

O ato de “amarrar” seu cachorro reverbera no sistema nervoso dele, que recebe a informação sensitiva, envia ao cérebro e o deixa mais calmo, visto que essa pequena pressão ativa seu sistema nervoso autônomo.

Conforme o corpo sente a pressão das faixas, sua psique e tronco entram em harmonia, fazendo com que o pet sinta-se mais seguro e possa enfrentar momentos que lhe causavam medo e pavor.

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De acordo com Helena Truksa, bióloga com foco em psicologia e especializada em comportamento animal na Ethos Animal, a técnica funciona, mas não pode ser considerada como a salvação. Pois há a questão do nível da fobia que o cão possui e isso varia de acordo com cada pet.

Contudo, ela complementa dizendo que “os cães sentem-se mais seguros em locais pequenos e apertados, e as faixas e camisetas desenvolvidas com essa finalidade, simulam esta sensação.

QUEM CRIOU?

Segundo uma publicação no site The Ann Arbor News, a técnica ‘Tellington Touch’ foi desenvolvida por Linda Tellington-Jones, que inicialmente aplicava esse método em cavalos. No entanto, hoje o procedimento é utilizado no mundo todo para amenizar também as fobias e traumas em outros animais, como os cães.

contioutra.com - Truque do pano: proteja o cachorro do barulho feito pelos fogos de artifício

Pela internet é possível encontrar produtos específicos, como tecidos e camisetas caninas anti-estresse. Mas “isso não quer dizer que o cachorro vai ficar tranquilo […] apenas vai ter menos medo da situação”, ressalta Truska.

E lembre-se: pegue leve na hora de apertar a faixa.

Nota da CONTI outra: A notícia é tão valiosa que merece ser compartilhada o máximo de vezes para que os donos dos bichinhos tenham acesso antes do Natal e Ano Novo. Como bem explicado pelo Raphael Domingos do SOS solteiros, não significa que o animal não terá medo, entretanto a técnica dará mais conforto e isso já vale muito!!!

Para o ano novo, eu desejo você

Para o ano novo, eu desejo você

Para o ano novo eu desejo você ao meu lado. Desejo você que me contou todas as verdades, e acreditou em minha capacidade de lidar com cada uma delas.

Desejo você que poderia ir, mas que decidiu ficar. Você que foi forte diante das minhas fraquezas e soube entender o meu silêncio.

Nesse ano novo, eu desejo você que me deu a amizade sincera. Que soube me apoiar, mas também me repreender quando me viu saindo da linha.

Eu desejo você que me ouviu demorado, mesmo quando o tempo gritava alto sua atenção.

Para o ano novo, eu desejo você. Você que me disse exatamente as palavras que meu coração precisava ouvir. Você que desbravou tempestades comigo na certeza de que a calmaria viria. Na certeza de que eu seria forte.

Eu desejo você que me amou quando perfeita e me amou ainda mais quando imperfeita. Eu desejo você que transformou os meus dias em dias melhores e me fez enxergar a vida com novos olhos.

Para o ano novo, eu desejo você e teu carinho. Desejo você e teu abraço demorado. Desejo você e teus olhos serenos. Desejo estar contigo bem longe daqueles que não estiveram nem aí para as dores que não eram deles.

Nesse ano novo, eu desejo você. Você que me ensinou que devo ir apenas onde sou querida. Que me ensinou a ser companhia para quem realmente me ama.

Nesse ano novo, eu desejo você. Você que conheceu meu caos. Você que respeitou meus lutos e que me amou profundamente, sem cobrar de mim perfeição. Sem cobrar que eu fosse outra senão eu mesma.

Nesse novo ano, eu desejo você. Desejo você que acreditou em mim e nos meus sonhos. Que me contou que eles podiam ser reais.

Desejo você que dividiu comigo um mesmo sorriso ao saber das minhas alegrias e chorou pelos meus olhos ao saber de minhas tristezas. Eu desejo você que me deixou sorrir e chorar sem constrangimentos, segurando com ternura minhas mãos.

Nesse ano novo, eu desejo você que foi carinho quando tudo se tornou rispidez. Você que foi compreensão quando nem mesmo eu me entendia. Você que foi esperança, quando o sol da vida amanheceu meio cabisbaixo.

Nesse ano novo, eu desejo você. Você que me disse que haveria não uma, mas inúmeras chances de fazer melhor.

Para o ano novo, eu desejo amizade, saúde, amor, paixão, riqueza e paz. Para o ano novo eu desejo tudo isso em um só.

Nesse ano novo eu quero estar com quem vale a pena compartilhar tudo de melhor: você.

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Atribuição da imagem: pixabay.com – pexels – CC0 Public Domain

Se nem jeans serve apertado, imagina sentimentos

Se nem jeans serve apertado, imagina sentimentos

Imagem de capa: Robert Kneschke, Shutterstock

Não fique onde não te cabe. Isso mesmo. Não fique! Você não compra uma roupa dois números menores, nem usa um sapato com a numeração de uma criança, não é? Então, porque aceita ficar em histórias que não lhe servem mais?

Quantas vezes insistimos em fazer parte de algo que não nos cabe? Relacionamentos doentios sufocam, apertam, fazem mal. Chega uma hora na vida que é necessário encarar a realidade: o que não é recíproco, não vale a pena ter. E, isso meu caro, são em todos os tipos de relacionamentos: amorosos, sociais ou familiares.

Quantas vezes você engoliu seus princípios para ser aceito por pessoas que nunca te deram valor? Quantas vezes você abaixou a voz para não parecer ridículo? Quantas vezes você se diminuiu para caber em algo que julgava ser adequado à sua vida? Não se sabote: quem não é capaz de te aceitar em toda a sua essência, não vale a pena ter por perto.

Você não precisa mudar o cabelo, aprender a falar baixo ou deixar de dar essa gargalhada gostosa. Você precisa ser você! E aceite quem quiser. Ninguém irá pagar a fatura do seu cartão de crédito, fazer suas compras, tão pouco comprar suas brigas. Então por que a opinião deles é tão importante? Não se humilhe em troca de aceitação.

As pessoas costumam desprezar o que não podem ter (ou ser). E isso é um problema delas, não seu! Aceite-se como você é. Valorize a sua formação, a sua história, a sua cultura e aprenda que as pessoas irão te tratar como você permitir. Deixe a inveja para quem não sabe ser autêntico.

São raros os que vivem o que sentem, permita-se ser diferente, esqueça os que lhe impões regras e diz como você deve se portar, seja dona e protagonista da sua vida. Não aceite menos do que você merece. Celebre a sua singularidade, sua alegria, sua generosidade. São essas coisas que fazem você tão singular. Seu coração é grande demais para ficar em lugares estreitos.

Sabe, quando nos desdobramos para caber em espaços pequenos, algumas marcas ficam em nossas almas e não saem mais. E, isso, nunca vale a pena! Para nos movermos em direção aos nossos sonhos, precisamos estar leves, sem marcas, sem bagagens. Precisamos deixar o medo de sair da zona de conforto e seguir em frente, sem receios.
A sensação de valorização das próprias qualidades e de estar livre de onde não te cabia mais, faz de você uma nova pessoa.

Números menores apertam, corações pequenos não cabem grandes sentimentos e pessoas cheias de si não se preenchem do amor recíproco. Então alargue esse coração. Deixe as velhas roupas, as velhas atitudes e os velhos hábitos, há mais espaço vazio lá fora, esperando por sua coragem, do que seu medo imagina.

“Muito se fala sobre aprender a dizer “não”… Mas ouvir também é um desafio”

“Muito se fala sobre aprender a dizer “não”… Mas ouvir também é um desafio”

Imagem de capa: Quino

Uma palavrinha tão curta, com um poder de fogo e corte tão grandes! “Ene-a-o-til”! Há quem faça até questão de soletrá-la para que não paire dúvidas sobre o fechamento da questão. E se para alguns de nós é difícil aprender a dizê-la; ouvi-la é uma unanimidade: para todos nós é difícil demais.

As negativas vêm quase sempre carregadas de alguma frustração. Ninguém entra num empreendimento, seja material ou afetivo, esperando que dê errado. É inerente ao ser humano criar expectativas.

E, afinal de contas, são as expectativas que botam fogo na gente por dentro, que fazem a gente tecer planos e empreender esforços. Arquitetamos, ansiamos, agimos e esperamos que as nossas iniciativas sejam frutíferas, e que os frutos sejam doces, de preferência.

Uma empreitada malsucedida é um não que a vida nos diz. Ninguém espera por isso. Por mais maduro que seja, por mais prevenido ou racional que se procure ser, é o sim que ilumina a cara da gente com um sorriso de vitória.

E quantas e quantas vezes, não enxergamos na negativa uma questão pessoal? Como se o “não” fosse à nossa existência e não àquilo que esperamos do outro ou imaginávamos que ele fosse fazer; e que, naquele momento, é a única resposta possível.

Ouvir um “não” é ter que lidar com o desafio de sentir-se rejeitado. É a não acolhida, ainda que circunstancial à realização ou satisfação de um desejo, seja ele imediato ou um planejamento de longo prazo.

É quase irracional! Quando fazemos uma pergunta, lá dentro da gente já está desenhada uma aprovação, a resposta do outro já foi rascunhada em nosso peito com uma caligrafia caprichada, letras redondinhas a traçar o conteúdo daquilo que esperamos ouvir.

E quanto mais formos poupados de forma exagerada das naturais frustrações da vida, mais violenta será a nossa reação ao sermos contrariados. A falta de intimidade com as adversidades deixa-nos frágeis e muito pouco confortáveis com as situações inesperadas.

Dizer “não” é uma arte. Porque é preciso saber dizê-lo, com justeza, serenidade e delicadeza. Requer de quem o pronuncia, um tanto enorme de equilíbrio e alguma confiança de se estar fazendo a coisa certa, no momento certo e da maneira mais honrada.

No entanto, para ouvir um “não”, essa honra precisa estar revestida de humildade. E, passado o susto inicial da quebra do sonho, ser capaz de entender que o que foi dito não há de voltar atrás. É preciso sair dali com a cabeça erguida o suficiente para enxergar na situação difícil que encerra a negação, um aprendizado. É preciso tirar do “não” proferido a lição que ele tem a nos dar, e seguir em frente porque logo adiante há de ter um “sim” que nos espera e pelo qual sempre vale a pena continuar tentando.

Meu desprezo não é orgulho, é amor próprio

Meu desprezo não é orgulho, é amor próprio

Onde e com quem estivermos, seja com pessoas que nos conhecem, seja com desconhecidos, estaremos sujeitos a ser mal interpretados, rotulados, simplesmente porque é assim mesmo, as pessoas analisam os outros e tiram conclusões sobre eles. Alguns são mais maldosos e negativos do que outros, em seus julgamentos, e tomam como verdade aquilo que pensam, superficialmente, sem saber a história de quem julgam.

Por isso mesmo é que não poderemos nos importar muito com o que falam de nós, com o que pensam, com o que vão achar, uma vez que, por mais que tentemos ser transparentes, cada um interpretará o mundo e as pessoas ao seu próprio modo. Da mesma forma que há quem enxergue sempre algo de bom em tudo o que acontece, há, por outro lado, quem verá tudo e todos com olhos pesados, cores frias, sendo pessimista em toda e qualquer situação.

É assim que muitas pessoas, inclusive, acabam formando algum juízo sobre nós, ouvindo de opiniões de terceiros, sem ao menos ter conversado conosco, por minutos que fossem. Portanto, teremos que agir de acordo com o que sentimos, sem pisar ninguém, mas mantendo o que somos enquanto vamos vivendo. Balizar nossa vida nas impressões alheias será o pior a se fazer. Ninguém, a não ser nós mesmos, tem noção de tudo o que tivemos de enfrentar e digerir para chegarmos até aqui.

Muitos irão confundir nossas atitudes, baseando-se tão somente no que veem, como por exemplo, nos casos em que seremos tachados de insensíveis, frios, orgulhosos, quando, na verdade, estaremos nos preservando de quem já nos machucou, de quem nos usou da pior forma possível, de quem tirou o nosso melhor e nada devolveu. Confundirão nossa autopreservação com indiferença, nossa jornada de autoestima com empáfia. Que confundam, importa é a gente sobreviver longe de quem faz mal.

Nós temos que nos cuidar, que prestar atenção no que vimos fazendo de nossas vidas, no que vêm fazendo conosco, para que não deixemos de voltar os nossos olhos para dentro também, porque somente olhar lá fora implica deixar nossa essência desamparada. E, caso nossa alma se torne vulnerável, estaremos impossibilitados de fazer alguém feliz, muito menos nós mesmos.

Imagem de capa: Felix Britanski, Shutterstock

Capriche nas promessas de final de ano!

Capriche nas promessas de final de ano!

Imagem de capa: oneinchpunch, Shutterstock

Prometa para si, jamais para alguém! Por si e por mais ninguém.

Prometa mesmo um monte de coisas! Quem sabe algumas delas cheguem a ser cumpridas. A vida é assim mesmo, de certezas e desistências, de resoluções e ponderações, “agora vai” e “não foi dessa vez…”

Voltar atrás é escolha, desistir é processo, desfocar também é ponto de vista.

O segredo é saber o que tem margem de negociação. A ferro e fogo ninguém vive e essa coisa de manter o foco pode ser repressora, dependendo da dose. Nosso melhor caminho é o que nos faz livres e autônomos. Quando escolhemos renunciar a alguém ou alguma coisa, sabemos ou ao menos desconfiamos das consequências, mas ainda assim pagamos para ver.

E crescemos com os acertos, e, mais ainda com os erros. O tempo é que passa e não volta, talvez a maior das perdas. A equação tem esse elemento de de peso forte!

As promessas sofrem ajustes e desgastes com o passar do tempo.

Então, para otimizar a lista de promessas de final de ano e ainda ficar de bem com o tempo que nada espera, aí vão sugestões de quem já deixou de cumprir as mais comuns e convencionais:

– Não prometa dieta. Prometa se apaixonar. Por si, por alguém, por uma causa, pela vida que quer ter. O corpo responderá feliz!

– Se você não faz o tipo fitness, não prometa academia cinco vezes por semana. Ao invés disso, prometa comprar uma bicicleta, um patinete, jogar bola com os filhos, nadar, caminhar, respirar, dançar, se valorizar!

– Prometa todas as reconciliações que estiverem pendentes, todos os perdões a dar e pedir, todos os polimentos nas relações que estiverem arranhadas!

– Não prometa adquirir mais itens de consumo do que lugares a conhecer, amizades a fazer, lembranças a colecionar.

– Prometa por fim, jamais cumprir uma promessa absurda, que não seja em favor do seu crescimento, paz e saúde para desfrutar a vida, nem mesmo em nome de um amor – que não sobrevive apenas de promessas.

Feliz Ano Novo! Que as boas promessas se realizem e, as nem tanto, a onda leve!

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