Precisamos falar de amor enquanto abraçarem o ódio

Precisamos falar de amor enquanto abraçarem o ódio

Imagem de capa: O Grande Ditador (1940) – Dir. Charles Chaplin

Eu não vou mentir, escrevo o texto abaixo bastante emocionado. Não lembro exatamente o dia em que me senti tão triste quanto hoje. Percebi que nós estamos falhando como seres humanos, e isso não é sobre religião, mas humanidade na sua essência. Desde quando a morte é motivo para celebração? Desde quando fazemos marchinhas, piadas e desenhos sob o pretexto da alegria e do finalmente ele (a) se foi? Talvez desde sempre, é verdade. Mas não vim do sempre, nem você.

Crescemos e estamos vendo outros nascerem numa sociedade que respira o ódio e o descaso para com o próximo. E estamos perdendo o controle. Perdendo benevolências, ajudas e vontade de conhecer quem mora ao lado, quem pensa diferente. Não há preconceito que passe batido, mas a raiva escorrega entre nossas pernas. Ela fica escondida e na situação mais conveniente ou convincente, ataca. Infelizmente, não sobra um respeito que a segure. E tudo isso para quê? Por quê?

Você vai me dizer que é muito fácil falar desse amor. Que um sentimento assim é um vislumbre utópico e que todos odiamos. Que todos comemoramos, em algum ponto, quando alguém que fez o mal morre. Parece ser o nosso senso de punição, já que desacreditamos há tempos do sistema judiciário. De repente, posso até concordar com você. Sério. Mas, e quando alguém que sequer conhecemos e temos conhecimento dos fatos, encara o fim? Como funciona essa bússola moral vista hoje em dia que aponta e estabelece culpados e inocentes conforme os nossos próprios egos?

Já passamos da hora de atrasarmos o amor. Ele precisa vir urgente e para ontem, antes que deixemos de lado empatias e gentilezas para darmos lugar aos maus tratos, insensibilidades e, principalmente, para essa prepotência de saber sobre tudo a todo momento. Nunca chegaremos a amar ou mesmo a reconhecer o amor enquanto estivermos abraçados, dia após dia, com esse ódio enrustido de justiça para o bem da humanidade.

Síndrome do preocupado: quando a mente esgotada parece não funcionar mais!

Síndrome do preocupado: quando a mente esgotada parece não funcionar mais!

Você chega na cozinha e de repente não sabe o que é que foi fazer ali, afinal? Você toma o mesmo remédio duas vezes porque não tem certeza se já tomou? Você deixa de pagar uma conta porque tem certeza que já pagou antes? Você anda com a impressão de que suas coisas andam se escondendo de você? Você vive achando que o dia tem menos horas do que deveria ter?

Se você se identificou com as questões propostas ali em cima, ou foi remetido a outras situações envolvendo confusões semelhantes, fique atento, você pode estar sofrendo da Síndrome do Preocupado.

Trata-se de uma disfunção comportamental que afeta aquelas pessoas que têm por hábito assumir mais compromissos do que são capazes de cumprir; ou que acham que é uma maravilha ser multitarefa e fazer um monte coisas ao mesmo tempo.

A história começa naquele ponto em que acreditamos que sempre podemos produzir mais, e melhor, e mais rápido, junto com a necessidade de viver conectado por meio dos tablets e smartphones. Aceitamos de bom grado a ideia de que é muito esperto da nossa parte acreditar que precisamos ser bem-sucedidos em tudo aquilo que nos propomos a fazer. Então, quando algo dá errado ou não sai exatamente como programamos, somos acometidos por uma sensação incômoda de fracasso e frustração.

A história continua quando não compreendemos que o excesso de obrigações é uma violência contra nossas estruturas físicas, psíquicas e emocionais. Encurtamos o horário do almoço e às vezes acabamos “comendo qualquer coisa”, diminuímos o tempo de sono, rareamos as experiências afetivas com nossas famílias e amigos e compramos a ideia de que o ócio é terrivelmente pernicioso e errado.

A sobrecarga vai logo mostrando suas consequências: falta de concentração, esquecimentos inexplicáveis, irritação, falta de paciência e insatisfação consigo mesmo. Isso para não falar das inúmeras doenças físicas que podem surgir em função de rotinas desumanas, como dores de cabeça com hora marcada, insônia, gastrite, colite, e mais uma porção de “ites” por aí a fora.

A história termina com dois possíveis finais, bem naquele estilo “você decide”. Caso você insista em testar os limites do seu corpo e mente, pode acabar esgotado, perdido num mar de tarefas inacabadas, com dores musculares e arrebatado por uma inquietante falta de perspectiva.

Mas há um final muito mais feliz do que esse bem ao alcance das suas mãos e do resto do seu corpo inteiro. É muito simples: puxe o freio! Só para começar, pare para fazer uma análise do quanto do seu tempo diário vai pelo ralo da vida em grupo inúteis do Whatsapp, em espiadas de cinco em cinco minutos nos perfis das redes sociais, em horas inteiras que você passa pasmando diante de programas alienantes na frente da televisão, em quanta porcaria você coloca dentro do seu corpo como se fosse comida.

Evolua suas observações para a maneira como você organiza o seu dia; reflita sobre as inúmeras situações em que você é incapaz de delegar tarefas ou pedir ajuda; observe as incontáveis vezes em que você abriu mão de prazeres simples, como ler um bom livro, bater papo com os filhos, cuidar das plantas, ouvir música, costurar. Tente olhar para si mesmo com um pouco mais de respeito e dê um fim a essa escravidão voluntária.

Certa vez, um discípulo perguntou ao Dalai Lama qual era o seu segredo para manter-se em paz e equilibrado. O sábio, então, respondeu: “É simples! Eu como, medito, trabalho e durmo!”. O discípulo um tanto confuso, tentou argumentar: “Mas, isso eu também faço, Mestre! Então por que vivo estressado?”. O Mestre, desta vez, tornou ainda com mais amorosidade e explicou: “Quando for comer, coma. Quando for meditar, medite. Quando for trabalhar, trabalhe. Quando for dormir, durma.”

No fim das contas, nos deparamos com a velha e boa constatação: as coisas mais simples são quase sempre as mais geniais, não é mesmo?!

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “O Diabo veste Prada”

Quem nasce sem receber privilégios deve criar os seus

Quem nasce sem receber privilégios deve criar os seus

Imagem: Rick Wang/shutterstock

Há coisas que dependem de nós. Outras dependem de outras pessoas, do acaso, de Deus, do momento oportuno, de estar no lugar certo, na hora exata, com as ferramentas necessárias.

Se entendêssemos que nem todo sucesso ou fracasso é nosso mérito ou nossa culpa, seríamos menos onipotentes na hora de celebrarmos o sucesso, e menos severos na hora de contabilizarmos o fracasso.

Por mais que se tenha vontade de vencer, de acertar, de decolar, circunstancialmente outros fatores podem pesar mais do que a nossa vontade.

O lugar onde vivemos pode ser um catalizador ou uma barreira para os nossos objetivos. A família em que nascemos pode nos ajudar, ou não, em nossos propósitos. Os relacionamentos sentimentais que estabelecemos nos levam para cima ou para baixo. Os amigos servem para o estímulo, ou para o desvio de rota. A escola em que estudamos nos coloca em condições de concorrer, ou nos deixa alinhados com os medíocres. O trabalho que executamos nos serve de ganha pão ou de banquete.

Parece impossível, não é verdade? Mas não é. É apenas difícil.
Esses fatores não são deterministas: sobre todas as dificuldades podemos triunfar. Não seremos os primeiros: há inúmeros casos de pessoas que venceram essas e outras barreiras, e figuram entre as bem sucedidas.

Qual a diferença entre essas e aquelas apenas comuns? Por que alguns chegam lá, e outros estão sempre a caminho, sem nunca chegarem? Porque há uma diferença entre “ter uma vontade” e “ter a certeza.”

Quando temos a certeza, Deus, a sorte, ou o destino ( Deus não se importa com o nome que você lhe dá), entram nessa jornada conosco, em direção ao sucesso.

A nossa certeza deve estar constituída sobre três pilares:

A) Um forte desejo. Deseje algo com tamanha intensidade que seja isso que ocupe o seu pensamento do amanhecer ao anoitecer. E se não for pedir muito, ao dormir, sonhe com ele.

B) Creia que esse desejo é parte do plano de Deus para a sua vida, e assim o fazendo, lembre-se que é ele “quem realiza em você o querer e o efetuar.”

C) Receba o seu bom desejo como parte da sua realidade, antes mesmo da posse.

Essas medidas aparentemente complexas são simples de entender: as coisas existem dentro de nós, antes que se materializem ao mundo. Assim como um bebê é gestado dentro do ventre de uma mulher antes que nasça, e em nenhum momento, a mulher duvida que está aprontando o seu filho para traze-lo ao mundo, assim deve ser a nossa fé.

Posso garantir que funciona. Deus já trouxe à existência inúmeros sonhos que concebi, acreditei, e trabalhei, fazendo a minha parte, de forma subjetiva, e de forma objetiva. Se funciona para mim, funciona para você e para qualquer pessoa que se disponha a não queimar etapas no processo.

Se você tem a sorte de ter à mão todos os elementos que abrem o seu caminho, não precisará atraí-los; mas se você não tem, trabalhe duro com as coisas possíveis, acredite firmemente nas impossíveis, e elas te seguirão.

E quando elas te seguirem, não se esqueça de agradecer. Reconheça que, sozinho,você não conseguiria. Vença o teste da soberba. Há um recurso infinito na gratidão que não se esquece de agradecer.
Afinal, a barriga não dói uma vez só. E os sonhos se renovam enquanto vivemos.

O amor é sobre dividir o melhor de você com outra pessoa

O amor é sobre dividir o melhor de você com outra pessoa

Algumas vezes, o tempo pode ser injusto. Não é uma certeza o quanto permaneceremos ao lado de alguém, seja por motivos além do nosso alcance ou por supostas entregas de cada um. Por isso que o amor não pode ser econômico. O amor é sobre dividir o melhor de você com outra pessoa.

É também sobre não ter dúvidas do que podem alcançar juntos. É cumplicidade de manhã e apetite para felicidades no decorrer do dia. É sobre serem honestos em cafunés, beijos e abraços. É não fazer cara feia quando o pensamento desalinha ou quando os gostos se afastam. Porque toda a brevidade que perdemos disputando quem está certo e errado, o amor vira um carretel sem direção. E nenhum adeus pode sobrepor à saudade de ficar.

É também sobre encontrar sonhos a dois. Não enxergar no outro uma lacuna a ser preenchida pelas suas maiores qualidades, mas como um caminho disposto de soma para inúmeros entrelaces de ambos. É trabalhar defeitos de sorrisos abertos, um por vez, carinhos por dois. Porque relacionamentos não podem ser insistências contra a solidão. Estar com alguém é entender que, dentre todas as escolhas possíveis, escolhemos inteiros.

É também sobre entender o que o coração precisa. É dizer por vontade e fazer por sinceridade. É não omitir partes de si para agradar. É estar junto nos momentos mais imprecisos e continuar em frente. Porque o amor é muito mais amor quando medidas não são impostas.

Algumas vezes, o tempo é justo. É uma certeza quando reconhecemos alguém que realmente possa estar ao nosso lado, seja por motivos além do nosso alcance ou por entregas bem-vindas de cada um. Por isso que o amor é um recipiente a transbordar. O amor é sobre permitir tudo de você com outra pessoa.

Imagem de capa: Blue Jay (2016) – Dir. Alexandre Lehmann

O que gente não conta, conta?

O que gente não conta, conta?

Imagem: Oksana Yurlova

Tem coisas que a gente faz questão de contar. Não importa porque, mas contar é bom, dividir, partilhar.

E, tem coisas que a gente não conta. Não conta porque não quer, porque não se sente confortável, porque não interessa a ninguém, porque a revelação não será um prazer.

Mas, e quando e gente começa a acreditar que se a gente não contou, não aconteceu? E quando a gente entra no campo de não contar sequer para o nosso travesseiro?

Um caminho que oferece enorme perigo, pois que já não se trata de não divulgar, mas sim de ignorar, negar.

Pode ser uma coisinha boba, pode ser um crime odioso. Pode ser qualquer coisa. A pergunta que se faz é: Isso conta?

Bem no início do ano eu passei por uma situação um tanto vergonhosa, daquelas que a gente repensa como fala, o que fala e de que jeito fala. Realmente, para negar, somos rápidos.

Bom, eu fui a uma consulta no gastro, estava com a digestão lenta, uma sensação chata, e cheguei lá reclamando desse inconveniente. Ele pegou uma folha de papel, uma caneta, e me perguntou o que eu tinha comido e bebido nas festas de final de ano, e ele então iria anotar TUDO.

Engoli seco e comecei a contar, falando quase para dentro, pausadamente, como uma oração, omitindo algumas coisas, confessando outras, colocando a culpa nos temperos de outra mão, e ele então parou e me falou, sério: – Se você não me contar direito, eu vou entender que você só veio aqui para passear e sequer acredita que eu possa te ajudar.

Além de ter ficado de cara no chão, percebo agora uma lista infinita de sentimentos, emoções e outras tantas coisas que a gente não conta sequer para nós mesmos, ou floreia, decora, enfeita, fala partes, descarta outras.

Pode ser bobo, pode ser sério. A pergunta que fica é: O que conta na vida para ela valer a pena ser contada?

40% das mulheres que sofrem algum tipo de violência doméstica são evangélicas, diz pesquisa

40% das mulheres que sofrem algum tipo de violência doméstica são evangélicas, diz pesquisa

Imagem: Joe Techapanupreeda

Desta vez, os mestres da camuflagem foram o objeto de uma pesquisa realizada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. A pesquisa aponta, o que não nos surpreende, o fato de que 40% das vítimas de violência doméstica são abusadas por parceiros evangélicos. E, para corroborar tais resultados, asseguro-lhes que um número sem fim de relatos me chegam, referindo-se a parceiros “religiosos” e extremamente abusivos.

É também notória a existência de “líderes espirituais” que abusam sexualmente de seus seguidores, sendo que alguns conseguem hipnotizar e manipular de tal forma, a ponto de levá-los ao suicídio em massa. Outros, numa escala maior, conseguem tirar boa parte da receita de famílias inteiras, com a promessa de que suas vidas só prosperarão mediante pagamento.

Religiosos perversos podem facilmente se misturar e aparecer como normais ou saudáveis como qualquer um, mas, na verdade, são mestres manipuladores da opinião pública, bem como de pessoas com quem não convivem na intimidade.

Quando ocupam uma posição de liderança, podem manipular todo o grupo pela indução de que estão “unidos por Deus”, enquanto, privativamente, vitimam um membro específico, manipulando-o com ameaças e culpabilizações, de modo que sua vítima creia que o resto da congregação nunca acreditará se clamar por ajuda.

Utilizam-se de uma boa oratória, de carisma e de conhecimento religioso para manipular, a fim de que seus interesses sejam atendidos, tais como matar, morrer, manter relações sexuais ou abrir mão de bens materiais em troca de “benção”, “reconhecimento divino” ou “purificação”. Dessa forma, perpetram todo tipo de violência contra pessoas inocentes, crentes e de boa-fé, que buscam na religião algum alívio para seus problemas.

Usam de forma deturpada a “palavra de Deus” para justificar falso moralismo, homofobia, racismo, ímpetos violentos, maledicência, preconceito, violência sexual, pedofilia, machismo e abuso pela posição que ocupam.

Conseguem obediência de seus seguidores com grande facilidade, já que perversos sabem, como ninguém, farejar pessoas necessitadas, carentes de atenção, amor ou cuidado. Você diz do que precisa e ele lhe apresenta imediatamente uma promessa de solução mágica. Isso encanta, fazendo com que ganhe confiança e submissão. É assim em todas as suas relações interpessoais.

Nesse contexto, esses anjos de candura, dentro de casa, mostram-se verdadeiros demônios diante de mulheres silenciadas pela vergonha e pela culpa. Mulheres que sabem que não podem contar com qualquer rede de apoio, pois qualquer queixa é imediatamente desqualificada por amigos, familiares e vizinhos, afinal, aquele homem “é um santo” e “ajuda tanta gente”.

Na tentativa de manter sua posição de autoridade diante de todos, bem como de manter poder sobre uma vítima, esse perverso não hesitará em usar fofocas difamatórias ou mentiras para arruinar a reputação de sua vítima aos olhos da igreja, desqualificando, assim, qualquer acusação que venha a fazer. Não raro, reúnem a equipe disciplinar da igreja para suprimir as acusações e gritos de ajuda de sua vítima, rotulando-a como pecadora, rebelde, louca ou desonesta.

Para quem acha que um religioso não seria capaz de fazer mal a alguém, ou para aqueles que se deixam adoçar pelas “boas ações” de gente perversa, é importante entender que as características indicativas de perversão narcísica e psicopatia podem estar presentes em qualquer um e que a aparente “caridade” de um perverso nada mais é do que um modo de ter controle sobre aqueles que se sentem beneficiados por “sua bondade” tornando-se, portanto, seus devedores.

Ser amoroso e preocupado com um indivíduo pelo qual não tem interesse esconde as verdadeiras cores e intenções de um típico perverso. A verdade é que não experimentam qualquer sentimento ou emoção por nenhum membro. Olham com desgosto e desdém para os membros considerados, por ele, inferiores ou fracos, mas os utilizam como massa de manobra, como seus possibilitadores e como prova de sua “caridade”.

Assim, não importa qual a posição ocupada por tal pessoa, é preciso estar atento ao seu comportamento fático, pois este difere das palavras, ainda que se insista em não enxergar. Importante, nesse sentido, não se ignorarem pedidos de socorro de quem com essas pessoas convivem na intimidade, apenas porque o suposto abusador parece alguém bom. É preciso manter as antenas ligadas, porque o mal existe e tem muitas faces.

“Abraçadora” profissional cobra cerca de R$ 430 para abraçar e dar afeto a homens carentes

“Abraçadora” profissional cobra cerca de R$ 430 para abraçar e dar afeto a homens carentes

Janet Trevino é uma americana de 37 anos que ganha a vida através de abraços. Como uma “abraçadora” profissional, ela cobra cerca de R$ 430 por hora para abraçar e dar afeto para homens carentes.

Moradora de San Antonio, nos EUA, ela passa de 13 a 20 horas abraçando homens que têm entre 40 e 70 anos. Através dessa atividade, ela ganha cerca R$ 8 mil por semana, de acordo com o tabloide “Daily Mail“.

contioutra.com - "Abraçadora" profissional cobra cerca de R$ 430 para abraçar e dar afeto a homens carentes

“Meus clientes costumam ser veteranos de guerra, já que moro em uma cidade militar, mas atendo todos os tipos de pessoas”, contou.

Antes de atender o cliente, Janet costuma conversar com ele por telefone para descobrir o que ele realmente precisa. “Não é como ir fazer uma massagem”, explicou. “Preciso fazê-los entenderem o que exatamente é o meu trabalho para que eu também esteja segura”.

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Com informações da Uol

Se ela soubesse que seria tão fácil, teria largado antes

Se ela soubesse que seria tão fácil, teria largado antes

Ela confiou no que sentia por ele e se esqueceu de perceber os sentimentos dele, o que ele sentia por ela – e como sentia -, e esse foi seu maior erro. Ela idealizou um romance de sonhos, de certezas, de verdade, baseando-se tão somente em si mesma, esquecendo-se de prestar atenção nos sonhos dele – se ao menos ele os tinha -, e esse foi o seu maior erro.

Ela sempre achava que ele iria mudar, que ele ouviria seus lamentos, suas queixas, que ele daria atenção ao que ela tinha para dizer. Achava que ele tinha tanto amor por ela, que mudaria seu comportamento naquilo que a desagradava, para tentar fazê-la feliz, afinal, ela mudara muito por ele.

Ela abria concessões, revia idéias, analisava as situações, sobretudo ponderando as opiniões dele, porque acreditava que assim é que se firmava a cumplicidade no amor e na vida. Ela até abriu mão de algumas coisas, deixou de lado algumas aspirações, porque queria que desse certo. Mas ela se esquecia de pedir, de exigir abrir mão por parte dele, engolindo dissabores e decepções, porque queria tê-lo com ela.

Ela queria conversar, expor tudo o que nem cabia direito dentro de seu peito, pois prezava o compartilhamento, a soma, o estar junto de perto, sendo sincera, esperando por ele, por seu olhar, esperando que ele a esperasse também. Ela não se atentava para o terreno árido em que caminhava, para o eco vazio do não retorno que pontuava seus dias, para a reciprocidade inexistente, para o desprezo que o silêncio dele carregava dia após dia.

Numa sucessão de erros, ela tentava agarrar-se ao que não havia, apoiar-se no que não era, contentar-se com o que não saciava, com o nada. Perdendo-se de si, ignorando os avisos que a vida dá, os conselhos de quem realmente se importava com ela, ela afundou-se no mar de ilusões que criara para fugir ao que era fato: só ela se importava, só ela procurava, só ela falava, só ela amava. Só ela, solitariamente acompanhada.

Um belo dia, num desses que não se pode explicar, ela cansou, como que se sua essência doesse, como se sua alma estivesse pesando lá dentro, não conseguindo mais respirar, viver. Ela se viu, enxergou a si mesma diante dele, percebendo toda sua invisibilidade na vida daquele homem que ela tanto amava. Sua dignidade a obrigou a dizer “chega” – com a voz tremendo, com o coração apertado. Saiu correndo daquele relacionamento, como quem ganha a liberdade, mas com medo do que estaria por vir. Ela temia o novo sem ele, mas passou a temer ainda mais o que ela era junto a ele.

E ela foi, desprendeu-se, libertou-se. Chorou muito, noites insones, vontade de gritar e sair correndo atrás dele. Mas ela foi corajosa o bastante para não se esquecer do quanto doía sua vida com ele. Ela não suportava mais a dor. E ela aos poucos foi se reerguendo, aprendendo a ser alguém de verdade, alguém que queria amor de ida e volta, alguém seguro de si, alguém que não aceitaria mais se anular por nada nem ninguém.

E ela, então, finalmente começou a agarrar-se a si mesma, ao que ela tinha de melhor, a tudo o que a vida lhe oferecia sem a presença dele, sem a mendicância afetiva a que ele a submetia, livre do peso morto das súplicas vazias e sem resposta. Ela descobriu-se gente de verdade, porque podia fazer o que queria, ser quem queria, sem precisar conceder, sem precisar da aprovação de ninguém.

Ela se sentiu feliz, realmente e verdadeiramente feliz, livrando-se da necessidade de ter alguém para poder viver, sem precisar implorar por atenção, pois quem ela era atraía olhares e sua confiança a tornava mais linda e querida por onde passasse. Como ela estava bem, como se sentia melhor, só lamentava o tempo perdido junto a um homem que não sabia amar – quanto tempo…

Ah, se ela soubesse que seria assim tão fácil e tão melhor a vida sem ele, teria se libertado bem antes. Mas ainda havia tempo, muito tempo, e ela não se permitiria aceitar menos do que tudo o que alimentava as batidas do seu coração. Nunca mais…

Imagem: Bojan Ristic/shutterstock

Duas cabeças e um chifre – O drama das traições conjugais

Duas cabeças e um chifre – O drama das traições conjugais

Imagem: BRAIN2HANDS/shutterstock

Todo mundo sabe que naquele casal há duas cabeças e um chifre. Todo mundo sabe, menos o portador do acessório. Ou sabe, e faz de conta que não é com ele. Os parentes sabem, os amigos sabem, os inimigos também sabem, mas ninguém comenta abertamente um atributo desses, de modo que fica o dito pelo não dito, e o chifrudo ganha o benefício da dúvida.

-Será que ele sabe? Será que ela sabe?

Quem pode saber NÃO diz – e dessa forma o caso ganha contorno de mistérios que pode durar para sempre, até que o relacionamento espúrio acabe por desgaste, ou até que a idade chegue e os hormônios entrem em regressão. Isso quando não acontece o divórcio.

Eu nem falaria sobre esse tema inglório se não fosse para analisar o assunto sob uma perspectiva mais generosa.

Pode haver generosidade nesse assunto? Pode sim. Basta que a sociedade se conscientize de que o casamento é mais do que um compromisso de fidelidade assumido diante de Deus e dos homens.

O casamento é um compromisso de sentimentos bem delineados que envolvem carinho, respeito, companheirismo, fidelidade, parceria, compatibilidade, e sobretudo, amor.

O ideal é que o maior deles seja o amor, mas não qualquer tipo de amor. É preciso que seja um amor de qualidade tão intensa que, ano após ano, ainda conserve intacto o desejo.

E é ai que as coisas complicam: quem pode desejar o que já é seu? O desejo está sempre vinculado àquilo que ainda não temos. Mas o casamento é uma instituição tão sagrada, manchada por uma legalidade tão esquisita, que passa o certificado de posse logo no primeiro dia e ai tá feita a besteira.

Onde entra a lei há confronto com o amor. O amor não gosta de submeter-se à lei, e a lei não aceita perder para o amor.

Como conservar intacto o desejo por algo que já é nosso? Não apenas um dia, mas todos os dias, de todos os meses, de todos os anos, para o resto das nossas vidas? Quem pode continuar desejando o amor que chegou aos 15, 20 ou 25 anos, quando se tem mais de 40, e as muitas águas já afogaram todas as nuances do desejo, de modo que só resta uma relação empossada sobre direitos bem estabelecidos?

Há quem possa!

Não tenho a fórmula, mas tenho capacidade para observar e concluir que mesmo 30, 40 anos depois, alguns casais parecem se desejar tanto quanto se desejavam logo de início. Não é sorte a deles é pura sintonia fina! Quem conseguiu esse resultado não foi um dos dois, ou os dois, mas o acaso que uniu as pessoas certas, com preferências e olhares convergentes. Não dá trabalho? Lógico que dá. O trabalho é diário. Um deslize qualquer coloca tudo a perder e a magia vai para o ralo. Ocorre que essas parcerias sempre se estabelecem entre seres sensíveis, e os seres sensíveis já se sabem, são donos de muita sensibilidade para a troca. Por isso, o trabalho.

Mas não é sobre esses que quero falar. Esses são os certinhos. Quero falar sobre os erradinhos. Quero falar sobre aqueles que perderam o desejo ao longo do caminho, e permanecem erradios em posições corretas.

Entre esses, duas espécies: aqueles que colocam o dever conjugal sobre todas as coisas, e fazem de tudo para manter os hormônios fora do ponto de ebulição – o que não é difícil já que a idade puxa tudo para baixo-, e aqueles que não se conformam com a perspectiva de morte anunciada, e por conta disso, dão as suas escapadelas, voltam a paquerar, namorar, e exercer a arte da sedução, nos bastidores do silêncio.

Os adeptos do time do dever sem desejo tornam-se voluntariamente senis antes do tempo. O corpo mal cuidado segue a linha descendente da alma. Falta-lhes o frescor. Neles, a juventude é uma fonte que secou de repente, e por conta disso buscam compensação na comida e nos afetos que lhes são lícitos.

Já os adeptos do time das escapadelas demonstram o perfil de vivos entre os mortos: ainda se preocupam com o corpo e seguem tendências comportamentais afinadas com a época atual, e não com mil novecentos e antigamente. Não raro voltam a ser adolescentes, querem causar em todo lugar que chegam, e perdem um pouco a noção do ridículo. Acerca deles se diz : “ainda dá um bom caldo.”

Só para relembrar, falei sobre dois grupos: sobre aqueles que ainda se amam e se desejam, e sobre aqueles que de uma forma ou de outra, continuam se amando, mas não se desejam mais.

Sim é possível amar e não desejar. Ama-se com outro tipo de amor, com um amor benevolente que deseja o melhor para o ser amado, mas que não deseja o ser amado. O tesão sumiu no meio do caminho, mas restou o amor revisitado.

E dentro desse último grupo – dos que amam e não se desejam, há um subgrupo que se divide em duas categorias: os que desistiram de viver como um casal apaixonado, mas vivem como dois velhinhos empenhados na instituição casamento, conservando todos os direitos e deveres, e fazendo sexo esporadicamente; e os que desistiram da fidelidade para se sentirem vivos, mas ainda conservam a instituição casamento, ignorando os deveres de monogamia e fidelidade.

Pode acontecer de um dos cônjuges optar pela monogamia fiel e o outro optar pela infidelidade fiel. Infidelidade fiel é aquele tipo de infidelidade em que um dos cônjuges vive as suas aventuras, mas preza pela conservação do matrimônio.

Pode acontecer. Nesse caso, o chifre refulge na cabeça do mais conservador e faz dele um ser envolto em mistérios: sabe ou não sabe? Eu não julgo ninguém, não me espanto com nada, sou fiel à máxima: “cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é.”

Tenho o maior respeito por Danielle Mitterrand, esposa do ex presidente francês François Miterrand, que acompanhou durante anos a traição do marido e, ainda assim se manteve ao lado dele. Atribui-se a ela o texto desta carta que transcrevo, justificando a sua posição de contemporizar sempre, confrontar jamais.

Texto de Danielle Mitterrand, esposa do ex-presidente François Mitterrand, ao povo francês:

“Vivi com François 51 anos; estive com ele em muito desse tempo e me coloquei sempre. Há mulheres que não se colocam, embora estejam; que não se situam embora componham o cenário da situação presumível.

Uma vida de altos e baixos.
Na época da Resistência nunca sabíamos onde iríamos passar a noite – se na cama, na prisão, nos bosques ou estendidos por toda a eternidade. Quando se vive assim em comum, cria-se uma solda e a consciência de que é preciso viver depressa. Concentrar talvez seja a palavra.

Por isso tentei entendê-lo, relacionar-me com sua complexidade, com as variações de sua pessoa e não de seu caráter…Quem entende ou, pelo menos luta para compreender as variações do outro, o ama realmente. E nunca poderá dizer que foi enganada ou que jamais enganou. Não nos enganamos, nos confundimos quando nos perdemos da identidade vital do parceiro, familiar ou irmão.
Quem não conhece, não tem enganos.

Nas variações do outro, não cabe o apaziguador que destrói tudo antes do tempo em forma de tranqüilidade. Uma relação a dois não deve ser apaziguada, mas vibrante, apaixonada, e não, enfastiada.
Nessa complexidade vi que meu marido era tão meu amante quanto da política.

Vi, também, que como um homem sensível poderia se enamorar, se encantar com outras pessoas, sem deixar de me amar. Achar que somos feitos para um único e fiel amor é hipocrisia, conformismo. É preciso admitir docemente que um ser humano é capaz de amar apaixonadamente alguém e depois, com o passar dos anos, amar de forma diferente. Não somos o centro amorável do mundo do outro. É preciso aceitar, também, outros amores que passam a fazer parte desse amor como mais uma gota d’água que se incorpora ao nosso lago.

Simone de Beauvoir dizia bem, que temos amores necessários e amores contingentes ao longo da vida.

Aceitei a filha de meu marido e hoje recebo mensagens do mundo inteiro de filhos angustiados que me dizem:
– “Obrigado por ter aberto um caminho. Meu pai vai morrer, mas eu não poderia ir ao enterro porque a mulher dele não aceitava”.

É preciso viver sem mesquinhez, sem um sentido pequeno, lamacento, comum aos moralistas, aos caluniadores e aos paranóicos azedos que teimam em sujar tudo.

Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões.
Isso é amar por inteiro e ter confiança em si mesmo.”

Vovó russa de 89 anos viaja pelo mundo e compartilha imagens no Instagram

Vovó russa de 89 anos viaja pelo mundo e compartilha imagens no Instagram

Há seis anos a russa Elena Mikhailovna  , de 89 anos, decidiu se dedicar à realização de um sonho antigo, o de viajar pelo mundo. Desde então, já passou Alemanhã, Vietnã, Turquia e Israel. Sua experiência é compartilhada através de fotos do seu perfil no Instagram, onde a vovó mochileira, conhecida como Baba Lena, é uma sensação.

Suas fotos fazem sucesso na rede social, onde Lena é tida como uma inspiração para gerações mais novas. Seja andando na garupa de uma moto no Vietnã ou tomando uma sopa tradicional da Tailândia, Baba Lena encanta.

Em entrevista ao The independent, Lena diz gostar de viajar sozinha e de fazer novos amigos. “É fácil fazer amigos porque as pessoas ficam curiosas em saber a minha idade e oferecem ajuda. Elas me mostram tudo, me ajudam a ver o mar, visitar restaurantes”, contou.

Para Lena, “viajar significa vida nova, pessoas, encontros”. Em seus planos, uma viagem para a República Dominicana no seu aniversário de 90 anos.

“A principal coisa que aprendi na vida é que existem pessoas boas em todos os países. Não há nada a temer, porque você só morre uma vez e um dia você vai morrer de qualquer jeito.”

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É melhor não ser feliz demais

É melhor não ser feliz demais

‘É melhor não ser feliz demais’ – dizem os olhares das pessoas, os pontos de ônibus, o gerente do banco, o porteiro do prédio, as bancas de jornais…

O mais ou menos é sempre mais aceitável. O mundo parece preferir pessoas medianas, mornas, de poucos sorrisos e pouco choro. Que se conformam e seguem seus destino e desalinhos. Impressionante como estar bem (e mostrar isso) atinge as pessoas.

É melhor não ser feliz demais, demonstrar que vai tudo bem, sorrir por aí sem culpa, sem pesos, sem ligar para os julgamentos. Deve haver algo errado com alguém que gosta da paz, que evita cair em provocações, que desvia dos joguinhos, que tenta expressar os sentimentos sem medo do que os outros vão pensar.

Deve haver algo errado com quem acorda sorrindo e em alguns dias, simplesmente sente que não há nada para reclamar. Realmente está tudo bem. Não que tudo esteja perfeito, não que o mundo seja só belezas, mas a gente vai fazendo o que pode, vai cuidando dos arredores, vai caprichando nos pequenos feitos e colocando boas intenções, e aprendendo com os tropeços, encarando com coragem, força e leveza o que surge, sabendo que a vida é mistério e milagre, e ela desabrocha o que a gente planta.

Mas que estranho é sair assim de casa vestido de asas e sorrisos, pode ser que você entre numa padaria e seja mal atendido, pode ser que você diga na rua um ‘bom dia’ e te respondam ‘o que é que tem de bom nisso?’, pode ser que a sua vida que parece estar indo tão bem irrite profundamente quem tem caminhões de coisas para reclamar e pouca força para mudar.

É.. desconfiam de quem faz da vida o que quiser, quem não se culpa, não se fere tanto, explicam sua vida como fácil, eliminando todo o aprendizado que você desenvolveu em todos esses anos de caminhada. Julgam como sorte, folga, trapaça… Procuram explicar a sua paz interior. Não entendem que se você sorri hoje descompromissadamente talvez já tenha chorado muito antes.

Tentam provocar a sua ira, afinal como pode todo mundo se dando mal e você estar tranquila?! Como pode mais ação do que reclamação? Como pode essa ousadia para transformar sonhos em realidade, se o mundo é uma coisa tão mais complexa, burocrática e chata?

É melhor você ir sorrir pra lá, é melhor você não se aproximar muito das proteções amargas das pessoas, das verdades inquestionáveis e do determinismo conformado.

É melhor você não vir aqui e tentar mudar a minha realidade compacta. Eu já me acostumei, eu já me adaptei, eu já fechei os olhos e absorvi o cinza do mundo. Ninguém confia em quem chega assim tentando colorir o dia. Ninguém confia em quem não acredita que a vida é apenas um fardo. Ninguém aceita a pessoa que desvia o corpo e a alma das fofocas, dos olhos gordos, das más energias.

Quem não absorve tudo o que vê por aí, porque acredita que preservar-se inteiro, com compaixão sim, mas sem tanta empatia, é a melhor filosofia.

É, meu amigo, o mundo parece nos dizer todos os dias ‘é melhor não ser feliz demais’. Mas, bem na verdade, eu acho que a gente deveria!

Enquanto você ocupar seu coração com a pessoa errada, a certa não terá espaço para chegar

Enquanto você ocupar seu coração com a pessoa errada, a certa não terá espaço para chegar

Imagem: Boiarkina Marina/shutterstock

Nós não dominamos nada senão nossas escolhas — e muitas vezes nem isso. Podemos escolher a faculdade, mas nem sempre a profissão. Podemos escolher uma cidade para morar, mas nem sempre nossa proposta de emprego estará nela.

Podemos (achar) que encontramos a pessoa certa, mas nem sempre somos a pessoa certa para ela. A verdade é que nem tudo depende de nós. E isso é bom demais! Deixar a vida acontecer com naturalidade tem um outro gosto. As surpresas é que fazem a vida valer a pena.

Nessas surpresas rotineiras, sempre encontramos alguém que nos queria bem, que faça dos nossos dias melhores e que nos ame da forma como merecemos. Da mesma forma que encontramos pessoas que não estão dispostas a um compromisso sério, mas fazem de tudo para nos convencer do contrário, com o objetivo de conseguirem o que querem. Mentem, trapaceiam, enganam. Deixando marcas que o tempo leva anos para apagar.

Para essas pessoas, aceite um conselho: afaste-se e esvazie seu coração! Tire dele todas as pessoas tóxicas que, de alguma forma, ficam mal ao te ver bem ou que só te procuram quando precisam de algo. Sabe, limites foram feitos para serem respeitados e você deve obedecer essa regra em respeito próprio.

As pessoas precisam perder essa mania de se acostumar com aquilo que as fazem mal. Não dá para conviver com grosserias diárias e encarar como normais. Muito menos não ter com quem conversar no final do dia porque o “cansaço” tomou conta dos dois. É preciso desmistificar essa ideia de que toda felicidade está condicionada à um grande sofrimento anterior.

Nos ensinaram que se não lutarmos o suficiente, não chorarmos ou não enlouquecermos por alguém, não merecemos a felicidade que o relacionamento proporciona. Quem disse? Merecemos sim!

Escolher alguém para dividir a vida não se resume a uma qualidade específica. O que encanta é o conjunto de qualidades e a troca recíproca delas: o telefonema de bom dia, a mensagem no meio do expediente, a preocupação de levar ao dentista…relacionamento é rotina com doses de cuidados recíprocos. Se não for assim, para que continuar?

O sofrimento depois de qualquer término, é difícil, mas necessário. Não dá para se torturar com possibilidades do tipo “ e se?”, “poderia ter dado certo” ou “ será que a culpa foi minha?”, porque você sabe a resposta.

Não dá para encher uma taça de vinho se ela estiver preenchida de gelo. Da mesma forma que um novo amor não poderá chegar, se você não abrir mão do que te faz mal. Até quando você será capaz de rasgar a própria alma e costurá-la em troca de aceitação?

Permita-se viver o que merece e, acredite, você merece muito! Aceite o conselho de Fernando Pessoa e “feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”

Esvazie sua vida para que o novo tenha espaço para fazer morada. Queira um amor com senso de humor, desses de rir até doer a barriga. Desses que você sinta saudades no meio do dia e que se importe com suas inseguranças, mas não saia por aí procurando-o.

Não entre na paranoia da obrigatoriedade de encontrar, a todo custo, o amor da sua vida. Amor não segue regras e tem dia marcado para acontecer, mas isso, meu caro, é um assunto entre seu destino e suas atitudes.

Em caso de excesso de lucidez: LOUCURE-SE

Em caso de excesso de lucidez: LOUCURE-SE

Imagem: sun ok/shutterstock

Parece óbvio o que vou dizer, mas os seres humanos são diferentes. Sim, ninguém é exatamente igual a ninguém. E, isso, apesar de evidente, parece não ser ou estar tão claro assim.

Explico. A vida tem se tornado cada vez mais veloz e mecânica, cobra-se eficiência o tempo inteiro e para que isso aconteça, faz-se necessário aderir a um determinado tipo de comportamento. Isto é, se adequar a um plano de conduta que possibilitará atingir a eficiência cobrada é quesito obrigatório em qualquer currículo humano. Todavia, qual o problema em ser mais “eficiente”? Nenhum, desde que isso não automatizasse as pessoas e destruísse a sua humanidade.

Nesse modelo (de sucesso) você deve seguir algumas regras. Claro, tudo é muito organizado (ordem e progresso sempre!). A primeira regra é deixar de ser quem você é. Isso mesmo, você deve deixar de fazer, pelo menos em público, tudo aquilo que possa ser julgado como esquisito ou estranho. Melhor, tudo aquilo que possa ser visto como inadequado perante os padrões de comportamento estabelecidos pela sociedade.

Isso inclui os seus sentimentos, de tal maneira que eles devem permanecer escondidos, a fim de não prejudicar a sua evolução enquanto um “ser social”. No mínimo, você deve soltá-los apenas quando estiver sozinho. Sabe como é, lágrimas e dores não são permitidos, nem alegrias com coisas simples. Elas são muito baratas.

Dessa maneira, além de nos tornarmos completamente iguais, ficamos sufocados pelos sentimentos não externalizados, pelas palavras não ditas, pelas emoções contidas. E, assim, as relações podem viver plenamente com o sistema e de modo pobre com o homem. As relações tornam-se superficiais, porque nós nos tornamos superficiais, fúteis e mesquinhos. Totalmente adequados ao mundo e inadequado a nós mesmos. Nesse modelo de vida que se apresenta como maravilhoso, somos transformados em ilhas afetivas cercadas de um mar de angústias.

Nos tornamos cheios de medos e fobias. Receosos em demonstrar qualquer emoção ou comportamento que nos retire do reino da adequação, preferimos nos esconder em nós mesmos, até que nada reste a não ser uma imensa tristeza, que dia após dia só faz aumentar. Uma tristeza que nos afasta ainda mais do que realmente somos e da conexão com o que é real no mundo, já que o mar de hipocrisia existente nele não merece essa alcunha.

E o pior é que se tentarmos procurar nos outros um suspiro de naturalidade, de beleza, na maior parte dos casos, não encontraremos, porque estamos todos adaptados, adequados, automatizados, sendo superficiais e frios e compartilhando dessa mesma superficialidade e frieza nas nossas distantes relações (solidões).

Apesar de conseguirmos viver essa “fantasia” por algum tempo, chega uma hora em que os olhos não aguentam mais e, então, você deixa cair uma gota e toda a torrente de dores, desejos e sentimentos guardados vem abaixo. Não há como controlar, não há como segurar, não mais. O mar de angústias é alimentado, a ilha torna-se menor e o mundo distante.

E por mais que se chore, parece que as lágrimas nunca são suficientes para colocar tudo que estava guardado para fora. Parece que algumas tralhas se tornaram tão profundas, que já não saem do lugar. E tomam todo o (in)consciente.

Mas, o mais curioso nisso tudo é que passamos uma maquiagem e fingimos que nada está acontecendo. Continuamos fingindo ser quem não somos, fazendo sempre o que a cartilha manda, mesmo que não entendamos bem o porquê. Preferimos estar mortos por dentro a ser estranhos, esquisitos, inadequados por fora.

E, neste momento, colocado isso, vem a pergunta de um milhão de dólares: por quê? Por que aceitamos viver de uma forma tão degradante para a nossa alma só para agradar à sociedade, ao sistema ou a quem quer que seja, enquanto, tornamo-nos cadáveres?

É preciso se aceitar e deixar transparecer o eu verdadeiro que há em cada um de nós, as esquisitices que alguns assim chamam, mas, que chamo de idiossincrasias, porque são elas que nos tornam belos. E se formos chamados de loucos, qual o problema? Ou será que sanidade é estar preso nos próprios sentimentos e desejos, afogados em hipocrisia, tristeza, depressão e medo?

Você não possui um número de série, tampouco foi feito em uma forma, portanto, livre-se das amarras que te impedem de se olhar no espelho e se reconhecer, pois reflexo algum vai tornar a sua alma mais viva do que o seu. O mundo já está repleto de cadáveres cheios de “sanidade” presos em suas ilhas. Seja você, lou(cure-se) e transforme o seu oceano de angústias em um mar navegável de prazeres.

O amor próprio sempre será recíproco

O amor próprio sempre será recíproco

O amor mais precioso que temos, a pessoa mais importante de nossas vidas, todas as respostas, tudo de que precisamos de mais urgente, sempre será o que temos de mais verdadeiro: nós mesmos. Ao contrário de egocentrismo ou de egoísmo, o bem me quero nos fortalece, para que não nos excedamos em nossas carências, procurando no outro aquilo que achamos estar nos faltando.

Nossa autoestima será constantemente posta à prova durante nossa jornada, uma vez que as decepções com as pessoas, com o mundo, as quebras de expectativas, serão uma constante em nossos dias. Alguém deixará de nos amar, perderemos o emprego, seremos reprovados em algumas provas, muita coisa dará errado. E, inevitavelmente, a gente se culpa, colocando-nos como desmerecedores de felicidade.

Será até normal, quando dos ventos cortantes bem fundo em nossas emoções, colocarmo-nos, de início, como vítimas de maldades alheias, de injustiças, de incompreensão, culpando o mundo lá fora pelos reveses que nos machucam. No entanto, a passagem do tempo sempre nos tentará mostrar a nossa parcela de culpa em tudo o que nos aconteceu, pois grande parte dos ocorridos nos tem como protagonistas.

Daí a necessidade de mantermos nossas verdades dentro de nós, valorizando-nos em tudo o que somos e temos, aceitando-nos e reconhecendo nossas imperfeições, que também nos tornam tão especiais e únicos. Quando estamos seguros de todo o nosso potencial e força interior, conseguimos enfrentar as tempestades com mais firmeza, pois então nossas convicções sustentam nossos passos, com esperança e ideais inabalados.

Enfrentar cada negativa, cada tombo, cada tapa na cara, sem que nos demoremos demasiadamente na autopiedade, em muito nos ajudará, pois sentir pena de si mesmo é o pior a se fazer nesses casos. Se estivermos felizes e completos em nosso relacionamento com nós mesmos, as fases ruins serão apenas fases, que servirão para nos amarmos ainda mais, em busca de tudo o que merecemos, de tudo e de todos que ficarão junto com verdade e calmaria. É assim que o amor se espalha e volta mais forte.

Imagem: Olha Miroshnyk/shutterstock

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