Nós, mulheres

Nós, mulheres

Imagem de capa: Diana Indiana/shutterstock

Honramos a nossa condição de mulher dia após dia, todos os dias.
Quando vencemos preconceitos e assumimos a nossa verdade, sem considerar a opinião alheia.

Quando fizemos as pazes com a nossa gordura, a nossa magreza, a nossa altura ou o tipo do nosso cabelo. Quando realizamos os procedimentos estéticos que entendemos importantes para o nosso bem estar, ou quando preferimos nos manter “ao natural”, por assim nos sentirmos melhor.

Quando nos impomos, de igual para igual, com qualquer homem, em qualquer situação, não permitindo discriminações ou abusos. Quando admitimos nossas fraquezas e nossas carências.

Quando procuramos ajuda para algo que não damos mais conta sozinhas. Quando saímos de cara lavada e de chinelo de dedos, e ficarmos bem à vontade dessa forma, ou quando dedicamos tempo a nos arrumar e nos enfeitar, enaltecendo a nossa beleza.

Quando nos damos um tempo, apenas para nada fazer. Quando aceitamos os ciclos do nosso corpo, e nos harmonizamos com as revoluções hormonais que eles ocasionam.

Quando resgatamos a nossa dignidade, dando um basta a situações que não nos fazem bem. Quando alimentamos a nossa autoestima, dando-nos o devido valor independentemente dos outros o darem também.

Quando sentimos nosso instinto materno e damos vazão à maravilha da natureza que é gerar um ser, ou quando reconhecemos e defendemos nosso direito de não querer ter filhos, sem se importar com o julgamento alheio.

Quando nos dedicamos a nos autoconhecer e a identificar os anseios mais sinceros da nossa alma. Quando investimos no nosso aprimoramento, nos colocando como prioridade na nossa lista de tarefas.

Quando mandamos nossa mente tagarela “calar a boca” e paramos para ouvir nosso coração. Quando conversamos com a nossa criança interior, nos permitindo voltar a ser inocentes e brincar diante da vida.

Quando nos autorizamos extravasar, dançar, cantar, pular ou gritar, dando vazão às nossas emoções. Quando nos permitimos errar, cair e levantar, reconhecendo que somos humanas e, por isso, falíveis.

Quando perdoamos o nosso passado, libertando os outros e a nós mesmas por tudo de negativo que possa ter ocorrido. Quando nos reconhecemos como primeiras e principais responsáveis pela nossa felicidade, arregaçando as mangas e indo efetivamente atrás do que almejamos.

Quando nos permitimos ser delicadas e fortes, tolerantes e incisivas, solidárias e egoístas, cautelosas e corajosas, interessadas e indiferentes, conforme as circunstâncias das vida nos exigem.

Quando vemos as outras mulheres como companheiras e não como rivais, enaltecendo de modo coletivo o sagrado feminino. Quando buscamos, a cada dia, lembrar do sagrado que nos habita, despertando nossa consciência divina e que reconhecendo que fazemos parte de algo muito maior, independente de gênero

Brindemos, então, mulheres, a todo momento, o nosso corpo, as nossas emoções, a nossa vida e a nossa conexão!

Aho!

Vinícius tinha razão: “o sofrimento é o intervalo entre duas felicidades”

Vinícius tinha razão: “o sofrimento é o intervalo entre duas felicidades”

A vida não é um comercial da margarina. O correr dela envolve aprendizagem nos piores momentos, alegrias depois de muito esforço e cura depois de muitas feridas.

E, para piorar, bate no estilo que Rocky Balboa definiu: “ninguém vai bater mais forte do que a vida.
não importa como você vai bater e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. É assim que se ganha”.

Há muitas teorias sobre felicidade e sobre como alcançá-la, inclusive a de que você tem que correr atrás para merecê-la. Quanta bobagem! Primeiro porque felicidade não é um objetivo a ser alcançado, segundo porque você não é um maratonista da São Silvestre. Que fique claro: felicidade é um estado de espírito e não um objetivo de vida.

É bom estarmos felizes mas, nesse estágio, não há nenhum tipo de aprendizagem. Para que possamos evoluir como seres humanos, muitas vezes, a felicidade vem embalada em um papel de sofrimento. Entenda que não há felicidade sem dor e não há dor sem aprendizagem. Ninguém aprende sobre economia, se nunca precisou economizar. Ninguém aprende sobre morte, se nunca enfrentou um luto. Ninguém adquire inteligência emocional, se nunca foi rejeitado.

Estar no processo de aprendizagem, mesmo que diante de um sofrimento, é enriquecedor. Aprendemos a repartir, a ser solidários, a sermos compreensíveis. O que, aliás, não aconteceria se a vida fosse só risos. A verdade a gente precisa mesmo de uns tapas na cara para enxergar a realidade tal qual ela é e para aprender a valorizar o que, realmente, importa.

Note que as pessoas mais incríveis do mundo são dotadas de sabedoria, de inteligência e discrição e adquiriram essas qualidades depois de muitas lágrimas. As músicas mais belas foram criadas em um momento de melancolia e os poemas mais profundos em um momento de saudade. Então, meu caro, sinta-se privilegiado em sofrer.

Vinícius só soube falar de solidão, depois de passar por nove grandes amores e definia a alegria como, quase, inatingível (tão romântico, quanto exagerado). “É curioso, a alegria não é um sentimento nem uma atmosfera de vida nada criadora. Eu só sei criar na dor e na tristeza, mesmo que as coisas que resultem sejam alegres. Não me considero uma pessoa negativa, quer dizer, eu não deprimo o ser humano. É por isso que acho que estou vivendo num movimento de equilíbrio infecundo do qual estou tentando me libertar. O paradigma máximo para mim seria: a calma no seio da paixão. Mas realmente não sei se é um ideal humanamente atingível.”

Beethoven redigiu a Nona Sinfonia em momentos de profunda tristeza e Fernando Pessoa escreveu a maioria de seus textos quando se sentia entediado (isso explica, talvez, tantos heterônimos). Agora seja sincero, o que leva você a pensar que a vida seria diferente com você?

Pode parecer estranho, mas tão importante quanto o amor, é o sofrer. Se sem o amor a vida é triste, sem o sofrimento não há evolução intelectual e emocional. Proust afirmava que “Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim”. Sofrimento é passageiro, mas o ensinamento adquirido com ele, eterno. É preciso ver além do muro e acreditar que dias melhoras virão.

Ninguém sofre para sempre, nem chora o tempo todo. Sempre haverá outros amores, outros motivos, outras alegrias. Encarar um sofrimento como um desafio é ser merecedor da felicidade que virá depois dele.

Aprenda a superar os desafios impostos pela vida. Chore, grite, sofra, mas supere. Porque sofrer é teu direito, mas superar é sua obrigação.

De que vale a riqueza quando se tem um coração miserável?

De que vale a riqueza quando se tem um coração miserável?

Imagem de capa: Nick Starichenko/shutterstock

Não podemos é priorizar tão somente nossa capacidade de compra como um referencial exclusivo do quanto somos felizes e realizados. Não podemos é focar nas aparências os nossos propósitos de vida, tampouco julgar o outro a partir de sua conta bancária.

Já se tornou lugar-comum dizer que o “ter”, hoje, passa por cima do “ser”, atropelando-o e se sobrepondo como condição insubstituível para se destacar no mundo. Já nos cansamos de ler e de ouvir reflexões que nos alertam para a necessidade de cuidarmos de nossa essência humana, ou o que tivermos lá fora de nós de nada adiantará durante as tormentas que virão. Mesmo assim, nada parece mudar, haja vista a supervalorização do consumismo cada vez mais intenso.

Todos gostamos de comprar e de adquirir bens, de comer bem, não há mal nisso. Não podemos é priorizar tão somente nossa capacidade de compra como um referencial exclusivo do quanto somos felizes e realizados. Não podemos é focar nas aparências os nossos propósitos de vida, tampouco julgar o outro a partir de sua conta bancária. É lógico que conforto material é bom, mas devemos ter a clareza de que o sossego da alma independe da quantidade de dinheiro que temos guardado.

Da mesma forma, muitos de nós confundimos sucesso com supersalário e status, como se as pessoas só conseguissem se realizar na vida, caso elas ganhassem salários altos em profissões valorizadas pela sociedade. Na verdade, é perfeitamente possível alguém ser feliz e realizado longe dos holofotes sociais, fazendo algo de que goste muito, mesmo que ganhe pouco dinheiro com isso. Realização pessoal é algo íntimo e se refere a sentimentos.

Tal fato se constata ao vermos quantos pais se intrometem nas escolhas profissionais dos filhos, muitas vezes distanciando-os do que eles realmente gostariam de fazer, para que possam corresponder aos sonhos de todo mundo, menos ao deles próprios. Eu mesmo conheci, dia desses, aqui na minha cidade, um homem que passa a semana na borracharia do pai, onde se realiza, e , aos finais de semana, faz plantões nos hospitais, utilizando o diploma de médico que o pai fez questão de que ele tivesse.

Quantos casos vemos de pais de família que se suicidam e até matam os familiares, após perderem tudo o que tinham? Passaram a vida se apegando somente ao material, ou seja, quando não há mais bens, a eles nada mais parece restar na vida. Esqueceram-se de cultivar também a fé, o espiritual, o amor enfim, tudo o que sempre ficará, mesmo que se percam emprego, casa, carro, bens materiais.

Porque, caso mantenhamos bem nutridos os espaços afetivos dentro de nós, com certeza conseguiremos atravessar os vendavais dessa vida, reerguendo-nos e continuando, junto a quem caminha ao nosso lado com verdade e amor sincero.

Agora só falta você

Agora só falta você

É ilusão dizer que dá pra ser inteiro sem um carinho. Que dá pra ser tudo sozinho. É ilusão fingir que não se quer um amor.

Não há no mundo quem não atenda a porta quando o amor toca. Não há no mundo quem recuse a felicidade por capricho, por achar que ser feliz é coisa torta e louca.

Amor é sobremesa proibida na dieta. É caloria extra, é perdição e benquerer. Amor é luz na escuridão. É um beijo de língua no coração. É poesia pra sentir e viver.

Todo mundo gosta de carinho e há de encontrar no mundo seu próprio caminho. E que esse caminho guarde um, dois ou mais amores daqueles bem quentinhos, que fazem a gente querer deixar de lado o micro, o smart e a tv.

Então não esquece, arruma o seu cantinho. Olha pro mundo e pra dentro, e coloca cada coisa em seu lugar, bem devagarinho. Não se deixe enganar pelo que parece bonito. Amor bom é aquele que vem e muda tudo com jeitinho.

Deixa o amor entrar, mas não pare de viver pra procurar. O que é seu a vida se encarrega de trazer e mostrar. Luta por todos seus sonhos, caminha por todos seus desertos, chora suas lágrimas e bebe sua ânsia.

Comece e recomece. Seja a mulher ou o homem da sua vida. Acerte as contas contigo. Seja seu melhor amigo. Aprenda a amar, aprenda a aceitar, aprenda a dançar conforme sua própria música.

Continue em frente. Não se contente com o que te parece raso. Perfuma sua vida com um chanel nº 5. Torna ela chamariz de abelha silvestre. Deixa que o mundo faça mel da sua presença.

Tenha paciência. Seja grato ao mundo por tudo e depois de tudo, quando olhar para trás. Quando puder se abraçar gostoso e notar que você viveu de um jeito sincero e prazeroso, você pode e deve olhar pra vida e dizer pro amor: agora só falta você.

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Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain

Bem me quer, mal me quer, não me quer. Um adeus às ilusões.

Bem me quer, mal me quer, não me quer. Um adeus às ilusões.

Imagem de capa: Natalya Danko

Viver na dúvida, entregue às fantasias e interpretações de sinais imperceptíveis e questionáveis. É o que fazemos na maioria das vezes, temendo que a realidade nos decepcione e destrua os sonhos caprichosamente alimentados.

Preferimos montar o cenário e inserir o amor lá dentro, ainda que por vezes não combine com a proposta. Preferimos decorar a realidade a encará-la sem pintura.

Bem me quer, mal me quer. Não me interessa saber a categoria do querer, se construí um castelo indestrutível para o amor que tanto sonhei. E, se for preciso, manipularei as pétalas para que me mostrem o resultado que espero.

Uma pena que a vida não funcione desta maneira. As pétalas frágeis podem ser arrancadas e escondidas, mas ainda mais frágeis e sem estrutura, são as ilusões.

Elas fazem o papel de analgésico muitas vezes, por não suportarmos a dor da indiferença ou do desamor, mas não conseguem nos sustentar por muito tempo.

É preciso deixar as ilusões partirem, levando as portas, janelas e jardins do castelo construído, deixando tudo descoberto e à vista, para entender por onde começa a reconstrução.

Querer não é poder. Querer é só metade da força para uma construção. Tem um outro lado que também precisa querer e oferecer seus esforços para coisa funcionar.

Se nos deparamos com o “não me quer”, por mais que doa e decepcione, não haverá ilusão ou sonho ou vontade que transforme o terreno baldio em um lugar bom para se viver.

Sonhar é gostoso. Conforta, dá esperanças, boas ideias, sugere o futuro. Mas sonhar por dois, depositar esperanças, tempo e vontade em um projeto solitário, é doloroso e decepcionante.

Nesse caso, ao invés de consultar as pétalas, melhor é deixar as flores vivas e inteiras, e aprender a lidar com o “não me quer” sem transformá-lo em “mal me quer”.

O bem me quer logo chegará!

O amor se constrói aos poucos e morre aos poucos também.

O amor se constrói aos poucos e morre aos poucos também.

Imagem de capa: View Apart/shutterstock

Você pode até se apaixonar por alguém do dia para noite, mas amar alguém é algo que se constrói. Vamos amando aos poucos o jeito como o outro se ajeita no sofá para ver aquele filme, o cafuné que faz em nós com tanto amor, a sua paixão por comida e o jeito que leva e vê a vida.

É aos poucos que aprendemos a amar e a tolerar aqueles defeitinhos chatos que nos irritam e, ao mesmo tempo, fazem com que a gente veja que podemos amar aquilo achávamos não ser possível. Que podemos rir daquilo que aparentemente nos irrita.

Aos poucos, vamos amando o jeito que aquele alguém mexe no cabelo e quando nos pede para ficar mais um pouco. Mas, assim como o amor se constrói aos poucos, ele não acaba do dia para a noite.

O amor vai morrendo quando, ao invés de interromper uma briga com um beijo, o outro diz palavras que prolongam ainda mais uma discussão qualquer. O amor morre aos poucos, quando o orgulho domina mais que o perdão. Quando as desculpas ficam apenas para os corretos e sempre existe um culpado.

O amor morre aos poucos, quando um insiste em fazer dar certo e o outro persiste em dar errado. E, assim, com a indiferença, os gestos que machucam e as palavras que ferem, o amor vai perdendo a capacidade de lutar, vai deixando de ser amor e vai virando dor. Aquela dor que machuca e nos faz sofrer.

É quando a saudade vira apenas lembranças e deixa de ser reencontro. Quando os erros do outro viram motivos para termos razão. O amor morre aos poucos, quando o outro não valoriza, não elogia, não se importa e, principalmente, quando deixamos de ser nós mesmos e nos escondemos em um riso disfarçado de “tudo bem”, quando, na verdade, está tudo de mal a pior.

O amor morre aos poucos, quando perdemos a parceria de quem amamos, assim como a generosidade e a paciência. Quando o outro desiste, enquanto você luta. E, então, o que era amor vira desamor e vai aos poucos perdendo o seu colorido, vai aos poucos deixando de ser bonito, até que um dia não suportamos mais o pouco que recebemos e o relacionamento chega ao fim, não por falta de amor ou falta de tentar, mas pelo cansaço da insistência, de tanto avisar e o outro ignorar, como quem acha que, uma vez brotado a semente do amor, jamais precisaremos regá-lo novamente.

E então a gente cansa de insistir, de tentar fazer dar certo, cansa da mesmice e da zona de conforto. A gente percebe que aquilo está mais para comodismo do que para amor e, no fundo, a gente deseja ser cuidado e não apenas cuidar; a gente quer abraços, beijos e elogios e, mesmo sabendo que o outro nos ama, queremos ouvir o eu te amo. E, quando tudo isso fica apenas no começo da história, o amor vai deixando de ser amor e vira ferida, vira mágoa e discussão, e o que era para ser paz começa a ser tempestade, daquelas que parecem não passar.

Mas o amor não vira desamor em 24 horas ou em uma briga; o amor vai morrendo aos poucos e, mesmo a gente tentando reacender, só é possível pegar fogo se o outro tentar também, caso contrário, ela – a chama – apaga, assim como o amor também morre.

Tem gente que suga nossas energias

Tem gente que suga nossas energias

Imagem de capa: pathdoc/shutterstock

Quantas vezes não nos sentimos cansados e desanimados, após termos conversado com alguém, como que inexplicavelmente?

É como se aquela pessoa estivesse carregada de peso e fosse sugando as energias de cada pessoa com quem conversa e tornando carregado cada ambiente por onde passa.

Não importa se cremos em um Deus, em vários deuses, no espiritual, no material, ou mesmo em nada, difícil é não perceber que somos circundados por energia, que tudo possui uma energia própria e que isso acaba nos afetando de alguma forma. Alguns dias nos acordam com energia e esperança renovadas; outros dias nos empurram com desânimo e ausência de perspectivas.

Fazemos parte do movimento contínuo do universo e estamos engrenados junto ao vai e vem da sociedade, dos dias, das pessoas ao nosso redor. E, apesar de muitos afirmarem que a felicidade se encontra dentro de cada um, fato é que o que ocorre lá fora também tem força para nos tornar menos felizes e esperançosos. Nossos pensamentos são capazes de nos desanimar, mas os acontecimentos exteriores e as atitudes de pessoas próximas nos influenciam da mesma forma.

Quem de nós não conhece alguém que parece sugar as energias dos ambientes por onde passa? Quantas vezes não nos sentimos cansados e desanimados, após termos conversado com alguém, como que inexplicavelmente? É como se aquela pessoa estivesse carregada de peso e fosse sugando as energias de cada pessoa com quem conversa e tornando carregado cada ambiente por onde passa.

Somos mais do que razão, somos mais do que emoção, somos também energia, que vai e vem, atraindo e se espalhando por aí. Manter a positividade e o otimismo sempre firmes faz com que nos tornemos mais fortes e protegidos contra a negatividade alheia, mas nem sempre estaremos em alerta para podermos nos defender do desânimo negativo e invejoso dos chamados vampiros energéticos. Nem sempre estaremos bem e é nesses momentos, inclusive, que ficaremos mais vulneráveis ao que de ruim nos cerca.

Portanto, cabe-nos o esforço em mantermos os nossos sonhos acordados e nossas esperanças renovadas, fortalecendo nossas emoções e nossa afetividade através do que nos possa ajudar a não sucumbir nem desanimar, orando, meditando, exercitando-nos, conversando, seja lá como for, mas sempre carregando o amor dentro de nós. Porque quem ama com verdade possui fé, esperança, motivação e disponibilidade para ajudar o outro a ser feliz, mantendo-se, assim, feliz também.

É estranho, mas a gente morre de amor

É estranho, mas a gente morre de amor

Esse texto não é, nem de longe, o que você gostaria de ler. Aqui, temos um canto de feridas expostas, de declarações que adoeceram e de consequências que você precisará carregar para o resto da vida. É estranho, mas a gente morre de amor.

A gente morre de amor quando falta o ar. Quando, mesmo querendo dizer, palavras faltam. Mais ainda, a gente morre de amor ao se abrir para a verdade. Quando você reconhece que não dá para seguir, que não dá para ser. Às vezes, o amor sobra. Noutras, não preenche. Enquanto isso, a gente morre. Morremos um pouco a cada adeus, a cada desencontro.

A gente morre de amor no dia seguinte. Quando, acordados para um novo amanhecer, percebemos o anúncio da solidão. Quando a ausência grita, estou do seu lado. Às vezes, o amor é injusto. Noutras, implacável. Enquanto isso, a gente morre. Morremos um pouco a cada noite mal dormida, a cada vontade de permanecer.

A gente morre de amor quando chora. Quando, com o peito dilacerado e o rosto encharcado, entendemos, acabou de verdade. Quando não há alternativa senão entregar os pontos. Às vezes, o amor é amargo. Noutras, saboroso. Mas morremos, mais uma vez, a cada tentativa de sobrevida.

A gente morre de amor e não sabe. Porque, vez ou outra, o amor é ceifado num tiro curto à queima roupa. Não é possível revidar, pedir clemência e nem esboçar uma segunda chance. Às vezes, o amor é causa natural. Noutras, terminal. E morremos, inevitavelmente, em algum dia não antecipado.

Eu sei, esse não é um texto otimista, sonhador e aconchegante. Mas o amor também não é, às vezes. A verdade é que morrer sempre será estranho e doloroso. O amor deixa essas lacunas inexplicáveis. Mas a gente respira até o último dia, tentando sorrir e acreditar que, para cada atestado de óbito do amor, uma grande celebração está sendo realizada para o nascimento de outro.

Imagem de capa: Diário de uma Paixão (2004) – Dir. Nick Cassavetes

Me faz um favor? Me pensa com amor

Me faz um favor? Me pensa com amor

Ei, me pensa com amor, que o carinho no pensar alisa a alma e dá uma sensação boa, de calma e alegria.

Deixa as contas de lado. Não atende ao telefone. Fica um pouco mais na cama, atrasa um pouquinho o seu cronograma, mas se lembra de me lembrar.

Que se você fizer isso eu tenho certeza que vou te sentir juntinho de mim onde quer que eu esteja e, se houver por perto alguma tristeza, ela há de desaparecer.

O pensamento é forte. Infinito em seu alcance, guarda consigo calor e quebra a distância. O pensamento é cobertor pro frio, é arrepio suave de benquerer.

Quem lembra revive as alegrias do passado, volta a sentir o perfume das flores ao lado. Enche os pulmões de ternura e prazer. E o lembrado, por mais que se sinta sozinho, ao ser tocado com tanto carinho, ganha mais alegria no viver.

Vem então e me encontra em pensamento. Vive comigo esse momento, que pensar é poder. Vem e me diz que meu caminhar vale a pena quando eu caminho serena pelo seu doce querer.

Vem, que eu me faço feliz em sua companhia. E num passe de mágica posso ser a sua menina. Risonha e feliz.

E ninguém há de saber que em meio à tanta labuta, na rua abarrotada, no consultório médico, na sala de espera lotada, há uma doce lembrança.

Um pensamento afetuoso e sincero, repleto de ternura, feito abraço em dança, que rasga o mundo inteiro e traz pra perto quem vale a pena lembrar.

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Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain

Não use palavras para convencer. Use palavras para transparecer e transcender!

Não use palavras para convencer. Use palavras para transparecer e transcender!

Imagem de capa: Cozy Home/shutterstock

Não são discursos que me convencem. Não são falas bem embasadas e estruturadas, cheias de teorias e muitas vezes sem tanta prática de coração e alma, não é isso que vai entrar em mim e fazer sentido.

Eu não quero parar para ouvir discussões, argumentos, discursos. Eu não quero ficar perdida, confusa, imersa numa cachoeira de palavras incisivas e vazias tentando preencher a minha dor, o meu momento confuso, a minha dúvida.

Eu não quero participar dessas conversas cheias de egos, cheias de vampirismos energéticos e politicagens, que encontram na minha fragilidade alimento.

Antes eu prefiro o silêncio. Eu prefiro o respiro, a ausência de companhia, a melodia do vento. Eu prefiro compartilhar a vibração sem verbete, sem nome, sem explicação. Só a sensação.

Eu não acredito mais no que sai das bocas ávidas e viciadas, amparadas em verdades de fora, que precisam se enterrar em palavras para não sentir algo além, mais profundo. Antes eu acredito no olhar que mergulhou, que flexibilizou, desestruturou, questionou tudo o que vem pronto.

Percebe os olhos falando mais que as falas? Os ‘não atos’ significando mais que os atos? O respeito às diferenças fazendo mais sentido do que o radicalismo das ideias?

Às vezes o sentimento mais genuíno se expressa em pequenos gestos, quase que involuntários, ou na delicadeza do silêncio que surge naturalmente quando dois ou mais seres se sentem humanamente confortáveis. Às vezes o que faz sentido na vida vem sem tanto esforço, sem tanto entendimento, sem nenhum convencimento; surge, agrada, encaixa e pronto.

Eu não acredito mais nos baralhos e barulhos dos meus pensamentos, nos jogos que eles encontram nessas palavras de cascas bonitas e conteúdo duvidoso.

Eu estouro, como bolha de sabão, cada um desses verbos, advérbios, adjetivos e nomes, para ver o que há realmente nessas caixinhas de presente. E eu tento, ainda que nessa fase de aprendiz, absorver para dentro desse peito o que realmente tem tutano, recheio, miolo, âmago.

Sentindo essas forças que vibram no corpo antes do pensamento, a energia que acalma e fortalece, o que toca essa pele fina de forma transparente; é isso o que busco, é isso que me aquece.

Que o que me persuada, convença, transforme, seja a luz boa, a fruta em semente, a criatividade das ideias frescas, a verdade sem entendimento.

A personagem principal da sua vida

A personagem principal da sua vida

Percebeu que a fatalidade da vida nem sempre vem na forma de um acidente. Reza a lenda, que quando as pessoas se encontram diante da morte eminente, são iluminadas por um olhar renovado sobre a vida.

Mas agora, ela via a fatalidade branda. Ela estava nas rugas que se apontavam ao redor dos seus olhos, nas marcas que compunham o seu rosto, o seu corpo, cada traço seu. Ela se insinuava na elasticidade que se perdia sutilmente com o tempo, nas dores na coluna, na tensão dos ombros.

A fatalidade estava no oco do peito, que amplificava os ecos do coração, nos odores que se transformavam, no opaco crescente dos cabelos. Ela estava nas memórias acumuladas, um tanto quanto diluídas nos excessos das experiências rotineiras.

A fatalidade estava na vontade desorientada em meio à avalanche de responsabilidades. Na esperança comida pelas traças. Nas roupas desbotadas. No cansaço. Estava cansada. Cansada demais de esperar. Voltava à infância, quando tudo começou. Recebia deslumbrada as narrativas dos personagens principais. Tão distintas, tão semelhantes.

O coração ambicioso comprava iludido aquele sonho de ser especial: de ser encontrada, de ser surpreendida, de ser afortunada por um acontecimento inesperado.

Estava nos contos de fada, onde era adormecida, presa em uma torre, caçada por bruxas, e alguém inusitado vinha lhe salvar. Estava nos contos e mitos, nos quais recebia uma benção de deuses, uma prenda das fadas, a intervenção de um sábio que lhe confiava um novo destino.

Estava nas reportagens rotineiras, nos casos burburinhos, das figuras encontradas por agentes, dos talentos comprados por milionários, das genialidades descobertas ao acaso. Haviam muitos desses mitos da espera, nos quais o ser passivo aguardava a sua estrela cadente.

Agarrou-se a esse personagem frágil, incompleto, esperando por salvação. Pensou, até mesmo, que poderia ser um acidente, uma fatalidade explícita a vir colocá-la diante do acaso da vida finita e despertá-la daquele torpor, que acreditava ser o seu estado natural.

Riu saudosista, fazendo piada consigo mesma, de que até para chegar ao mundo esperou que os tirassem de lá, sem forçar as contrações que a trariam à luz por um movimento próprio.

Sempre fora inteira expectativa. Só agora que parou, ali, diante do espelho, tentando ver além de si mesma, e se perguntou sobre o destino daqueles personagens “salvadores”. Qual era a narrativa dos guerreiros, dos príncipes, das fadas, dos sábios, dos acidentes?

Qual era a narrativa daquilo que trazia a surpresa, aquela luz tão desejada, aquele movimento irresistível? Qual era a narrativa daquilo que vinha, daqueles que aconteciam, em vez de esperar?

Mais de 35 anos se passaram e ela esperava. Aos seis anos, esperava que uma fada lhe viesse revelar um poder escondido. Aos dez, esperava que um sábio lhe destinasse uma missão incrível. Aos quinze, esperava um namorado que lhe trouxesse flores. Aos dezessete, esperava que os amigos lhes fizessem uma festa surpresa. Aos vinte, tinha esperança de que, nela, um talento incrível fosse descoberto por um superior do trabalho – expectativa que perdurou ainda por muito tempo.

Aos vinte e cinco, ela aguardava um pedido de casamento romântico e repentino. Aos vinte e sete, fantasiava encontrar um bilhete premiado na rua, que a tornasse milionária e a permitisse viajar o mundo. Aos trinta, esperava atenta que fosse abordada por um estranho e este lhe fizesse a proposta que causaria uma reviravolta em sua vida.

Passados os trinta anos, esperava, desesperadamente, qualquer coisa, qualquer surpresa, qualquer acontecimento fora do comum que lhe desvelasse uma chama de vida capaz de inflamar e iluminar toda a sua existência. Mas as coisas corriam calmas, mornas, esparsas.

Começou a silenciar a expectativa para abrandar as dores que a corroíam. Silenciados todos aqueles ideais passivos, começou a escutar e surpreendeu-se: eram muitos os que esperavam, como ela, esperavam um por vir surpreendente. Eram muitos os que se identificavam com esse ser por ser descoberto por um olhar outro.

Estava cansada. Cansada demais. E hoje, parou diante do espelho, não para pintar o rosto, cobrindo-lhe as imperfeições, não para conferir o quanto estava adequada para um encontro íntimo, social, profissional. Não para avaliar o quanto havia envelhecido.

Iluminada pelo silêncio da própria dor, daquele cansaço que se instalava languido pelo seu corpo, parou diante do espelho para ver-se de fora – com todas as imperfeições e inadequações que costumava camuflar.

Procurava em suas marcas, no fundo dos seus olhos, nas formas do reflexo, no além que o espelho sugeria enigmático, aquela chama, que algum outro desconhecido não apareceu para encontrar. Estava por ali, ela sabia, em algum lugar. Se nada acontecia, se nada lhe vinha surpreender ou salvar do mormaço do tempo a consumindo lentamente, era ela quem deveria ser a “salvação” que esperava. Era ela quem deveria ser a surpresa que almejava.

Era ela que precisaria descobrir seus poderes escondidos, destinar-se missões incríveis, plantar flores, dar festas surpresas aos amigos, identificar e incentivar talentos incríveis, causar em sua vida as reviravoltas que tanto esperava, propor-se celebrar um compromisso consigo mesma, viajar sem esperar permissão.

Estava cansada. Cansada demais. Mas, quando parou diante do espelho, sabia que um dos caminhos possíveis era nutrir a frustração das esperas vãs, até que evoluíssem para a amargura. Iluminada pelo silêncio da própria dor, olhando-se fundo nos olhos, com toda a coragem que é necessária para olhar-se fundo nos olhos, viu no espelho que viveu enganada.

O personagem principal não era aquele que esperava por ser salvo, não era aquele afortunado por um acaso – ele era a fortuna, ele era a surpresa. O personagem principal não era arrastado pelos acontecimentos – ele acontecia. Naquele dia, parada diante do espelho, ela descobriu que tinha sorte: estava destinada a ser a personagem principal da sua própria vida.

Fibromialgia: a doença em que tudo dói, até mesmo a incompreensão.

Fibromialgia: a doença em que tudo dói, até mesmo a incompreensão.

Imagem de capa: pathdoc/shutterstock

Para começar a falar sobre isso, gostaria de explicitar o incomodo que sinto ao ver que o meu Microsoft Word não reconhece essa palavra – fibromialgia- e isso me remete à ideia do quão desconhecido ela ainda é para as pessoas também.

Gostaria de informar que eu já passei um período da minha vida em que fui diagnosticada com depressão e sei bem como é lidar com a tal da incompreensão, mas, quando fui diagnosticada com fibromialgia, confesso que me assustei um pouco, afinal, nem eu conhecia muito sobre a doença. Mas, antes, vou contar um pouco da minha trajetória com a doença, para vocês entenderem um pouco a que ponto quero chegar.

Dores e mais dores, exames e mais exames, e a resposta, nos consultórios, era sempre a mesma: você não tem nada. Por muito tempo, eu evitava falar das dores que sentia, mesmo que, às vezes, elas parecessem insuportáveis para mim, porque eu sabia que as pessoas se baseavam em apenas uma coisa: você já fez vários exames, não tem nada, é coisa da sua cabeça.

Já escutei que “eu inventava doença” ou que, talvez, eu “gostasse de ficar doente”, e isso me deixava profundamente irritada, afinal, eu queria que as pessoas entendessem que eu sentia realmente todos aqueles incômodos e dores. Se todas essas falas calassem a minha dor, seria tudo mais fácil, mas não, ela persistia.

Meu corpo todo doía, desde a cabeça até os pés, desde o acordar até a noite. Havia dias em que eu não suportava ficar sentada, pelo simples fato de encostar as costas na cadeira e isso ser algo extremamente doloroso para mim. Além disso, eu sentia muita dor perto da região do rim, o que foi motivo de alerta – afinal, agora devia ser sério –; vamos ao médico.

Exames e mais exames, até que fui diagnosticada com a tal da fibromialgia. A partir disso, procurei ler sobre o assunto e tentei me informar. E, sempre que as dores apareciam, eu me sentia “impotente” demais. E agora eu tinha um nome para dar como resposta às pessoas, sempre que me perguntavam sobre o que eu tinha. Mas, para a minha surpresa, a incompreensão ainda permanecia.

Por diversas vezes em que resolvi sair de casa, mesmo com o seu corpo gritando, os seus braços doloridos, as pernas que latejam e alguém me perguntava se eu estava bem, optava por responder: “Ah, sim, estou com dores, mas não é nada demais. É que tenho fibromialgia.” E a resposta era sempre a mesma: “Fibromial o quê? O que é isso?” E lá ia eu explicar para a pessoa e ela fazer aquela cara de “Essa dai está inventando moda”.

Por muito tempo, eu deixei de falar ou explicar, pois às vezes não estou bem de fato, tudo dói em mim e isso me enlouquece, confesso que é difícil. Tenho buscado diversas alternativas, além dos remédios. Sucos verdes, exercícios e alimentação regrada. Claro, ajudam, mas vez ou outra sempre sinto aquela dor incapacitante.

E, quando digo incapacitante, é porque até levantar da cama é um trabalho imenso, não por preguiça, mas por mal estar. Sono desregulado, dores proporcionais ao nosso estado emocional e a habilidade de ter que aprender a lidar com aquela dor persistente não tem sido uma tarefa fácil. Quando estou bem ruim, sinto dor até quando me abraçam, pois qualquer toque é suficiente para “chamar” a dor. Mas o que mais me incomoda mesmo é ouvir um “Nossa, que frescura, isso nem dói” de quem desconhece a minha realidade.

Claro que em você pode ser que doa não mesmo e eu acredito nisso, mas a questão é que sinto o meu corpo como um campo de dor em que qualquer fagulha já ativa todo o sistema, é realmente difícil de compreender. Fibromialgia é uma doença e essa incompreensão também machuca.

O intuito desse texto é fazer você conhecer um pouco da realidade de quem convive com a fibromialgia e, caso você também seja diagnosticado, que procure alternativas para lidar com esse “campo minado de dor” que é o nosso corpo.

Comecei a investir mais em mim, a dedicar mais tempo para as coisas e com pessoas de que gosto. Acredite: cuidar do nosso emocional é fundamental para uma melhora. Cuidar de nós é um ato de amor e cuidado e isso ninguém pode fazer por nós, a não ser nós mesmos.

Não se esconda atrás de um diagnóstico, não se afunde em uma definição que lhe atribuíram, não se enterre em um termo. A vida é muito mais do que isso. Precisamos, sim, de empatia e de um olhar compreensivo do outro, mas devemos também fazer muito por nós mesmos, uma vez que sabemos que esperar demais do outro é, no mínimo, uma grande decepção.

Uma paixão pode te deixar boba, mas não burra.

Uma paixão pode te deixar boba, mas não burra.

Imagem de capa: Maisevich Alexey/shutterstock

Romantizar as relações é uma tarefa comum entre os apaixonados. As pessoas tendem a romantizar as histórias, verem qualidade onde nunca existiram e dedicarem músicas às fases dos relacionamentos como se fosse um filme de Francis Ford Coppola. Porém, ao perceberem que o outro não corresponde à suas expectativas, o conflito se instaura e o drama começa.

Para que haja superação da dor e para que o término não vire uma tortura psicológica é preciso entender os motivos que, realmente, levaram ao término. É necessário fazer uma autoavaliação e colocar na balança o que foi decepção e o que foi ilusão criada pela paixão.

O que o levou ao encantamento no começo da relação? Por que ele era interessante? Por que ela era mais atraente? Por que parecia mais fácil suportar as diferenças?

Todos esses questionamentos refletem o seu comportamento até aqui. Para respondê-los é necessário, primeiramente, entender que ninguém é configurado para agradar os outros. Somos formados de personalidade, hábitos e educação, e forçar uma relação a dar certo, acreditando que ela acabará se tornando perfeita, é como dar um tiro no próprio pé.

A não ser que vocês estejam dispostos a isso, a probabilidade de um dos dois mudarem “por amor” é zero. As pessoas mudam/amadurecem conforme as situações que enfrentam na vida e não a bel-prazer do parceiro.

A escolha de um parceiro envolve atração (física e emocional), admiração, desejo e respeito. Quando a paixão cega, a maioria desses “requisitos” são camuflados prevalecendo somente a perigosa atração física. Aí, meu amigo, lascou tudo.

Uma paixão pode te deixar boba, mas não burra. Pode embaçar a visão, mas não cegá-la. Pode até te deixar iludida, mas nunca enganada. Então, pare de colocar a culpa sempre no outro e veja se não foi você quem viu a perfeição onde nunca existiu.

O amor dá sinais, mas é a convivência que os comprova. Sabemos quando alguém não é para nós. Os sinais são claros, os defeitos irritantes e a rotina avassaladora. Stephen Charles Kanitz, consultor de empresas e conferencista brasileiro, afirma que “não são os grandes planos que dão certo; são os pequenos detalhes.”

Ele fala que a ama, mas a ofende na primeira oportunidade. Ela diz ser compreensiva, mas tem mais ciúmes que uma psicopata. Ele diz ser calmo, mas já ameaçou te agredir. Sinceramente, a culpa é somente do outro ou você, também, compactua com isso sendo permissivo demais? Entenda: você tem direito de errar, mas não ouse transformar isso em um casamento.

Não teima com o destino. O que não é seu, nunca irá te servir. Limpe a alma, arrume o coração e pare de viver de remendos. Há oportunidades que só entrarão pela porta, quando você tiver coragem de fechar as janelas.

Poucas pessoas suportarão nos ver felizes

Poucas pessoas suportarão nos ver felizes

Imagem de capa: Maisevich Alexey/shutterstock

O ser humano tem certas peculiaridades que ninguém explica direito, sendo uma delas o gostinho de inveja que não poucos sentem, mesmo que bem lá no fundo, quando veem o sucesso de alguém. Por mais que neguemos, não costuma ser tranquilo assistir às pessoas galgando degraus e mais degraus; é algo que poucos conseguem controlar esse sabor amargo que sobe à boca quando se olha a felicidade alheia.

Talvez a gente se sinta meio que injustiçado, comparando onde estamos com os lugares aonde os outros já chegaram. Quantos de nós já não nos esforçamos muito no trabalho, mas vimos o colega ser promovido? Quantas vezes estudamos com afinco para um concurso no qual é aprovado alguém que parece nem se esforçar? Quantas pessoas nos preteriram, em favor de um outro que lhes oferecia bem menos do que estávamos dispostos a ofertar?

Na verdade, muitas vezes, acabamos por exagerar na visão que temos do que fazemos e do que nos acontece, pois evitamos naturalmente uma auto análise nua e crua de nós mesmos. E, quando as pessoas se dispõem a se enxergarem de fato, então percebem que poderiam, muitas vezes, ter agido de outra maneira, que deveriam ter dito ou feito diferente, que não se esforçaram tanto assim. A gente acaba recebendo de acordo com o que ofereceu.

No entanto, também teremos que presenciar muita gente ocupando cargos por apadrinhamento, aproveitando ou desdenhando de oportunidades que sua situação financeira lhe permite, sendo escolhidos pelo sobrenome que carregam. Mesmo assim, muitas dessas pessoas farão o melhor que puderem a partir do que lhes chegar facilmente. O que não podemos é desistir, pois há exemplos vários de indivíduos que venceram, saindo de uma total ausência de perspectivas.

Fato é que será muito mais fácil ter alguém compadecido de nossas tristezas do que encontrar quem realmente comemore conosco as nossas vitórias. Chegar junto à miséria alheia parece ser muito mais fácil do que aplaudir o sucesso do outro. De tanto que se valoriza o sucesso material, é exatamente esse aspecto que será alvo mais contundente de inveja.

Como se vê, bem poucos suportarão nos ver felizes, com sinceridade transparente, mas serão esses poucos aqueles com quem sempre poderemos contar, sem medo de rasteiras e decepções dolorosas.

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