Você sabia que já encontrou o amor da sua vida?!

Você sabia que já encontrou o amor da sua vida?!

Talvez ainda não tenha se dado conta, mais você já encontrou o amor da sua vida.

Esqueça essa história de buscar por alma gêmea, de sofrer por estar sozinho, de necessitar encontrar a metade da laranja, ou a tampa da panela… O amor da sua vida, meu amigo, é você mesmo!

Sinto informar, mas, ao contrário das expectativas, você não irá encontrar a felicidade suprema e inabalável quando achar um parceiro legal.

Isso é uma verdade difícil de aceitar especialmente para os mais românticos, mas hora ou outra na vida você vai ter que se render a ela…

Chega de correr atrás daquela(e) mané, chega de inventar amores platônicos, chega de imaginar que deve existir alguém, nesse mundão de Deus, feito para lhe completar.

Enquanto você não parar para se olhar, se aceitar e se amar, nada vai o preencher o seu vazio.

É claro que temos almas parceiras, pessoas que super se identificam conosco, que nos trazem alegria e tal, mas nem vamos conseguir curtir isso realmente se não estivermos, primeiramente, num “relacionamento sério” conosco mesmos…

Se não nos gostarmos, não nos compreendermos e não nos acolhermos, em todas as nossas peculiaridades e imperfeições, não estaremos bem a ponto de nos relacionamos de forma saudável com os demais…

Quantos relacionamentos não dão certo, quando poderiam, simplesmente porque uma das partes – ou as duas – tentam sugar o outro ao máximo, buscando preencher o seu vazio existencial… Não adianta, isso nunca acaba bem…

A nossa carência só é preenchida com amor próprio. O amor do outro vem só para acrescentar, para extravasar algo que já está presente…

Ame-se, então!

Imagem de capa:Por Yevgeniya Bondarenko/shutterstock

Vai por mim, uma hora a gente cansa

Vai por mim, uma hora a gente cansa

Nem todos irão entender a sua vontade de desistir. Provavelmente, irão julgar seus caminhos, seus passos, suas escolhas e dizer que você deveria ter “tido mais paciência”. Levando em consideração o quanto você aguentou, o quanto relevou e o quanto perdoou para manter esse relacionamento até aqui, você não deveria se importar com os conselhos alheios.

A vida seria mais simples (e chata) se tudo o que sentimos coincidisse com o que outros pensam, não é? Mas a vida não é assim. É tanto esforço, tanta insistência, tantos pedidos de desculpas aceitos que, um dia, a gente cansa. Como diz Carpinejar “a gente não cansa de amar, a gente cansa de não ser amado”.

A gente cansa de esperar por mudanças de quem não está disposto a mudar, cansa de se esperar iniciativas de quem nunca as teve, cansa de ser culpado de atitudes que não cometeu.

A gente cansa de ser uma versão resumida de si mesmo e de tentar se encaixar na vida dos outros. A gente cansa de esperar carinho, de cobrar a presença e de exigir respeito. Cansa de relevar as grosserias diárias e de considerar apenas, as poucas, que nos fazem sorrir.

A gente cansa, sem poesia alguma, de ser trouxa. E quer saber? Estar cansado é um grande privilégio! Quando estamos cansados somos capazes de filtrar os sentimentos por relevância e não por carência. Somos capazes de dar valor ao que, realmente, merece e não ao que julgamos merecer. Aprendemos a fazer escolhas maduras e a arcar com as consequências dos nossos atos com a seriedade que a vida exige.

Acontece exatamente assim: quando o cansaço nos abate, o amor próprio nos levanta. A partir daí, somos capazes de caminhar sem culpas, sem rancores, sem frustrações. Paramos de encontrar culpados e apenas seguimos em frente.

Começamos a entender que amor cansado não sobrevive, mas que pessoas cansadas se regeneram. Começamos a não aceitar relacionamentos mornos, pessoas indecisas e ligações nos domingos a noite. Enxergamos o próprio valor e aprendemos a respeitar os próprios limites.

Começamos a ver a vida colorida e a perceber que, por mais que queiramos muito alguém, conseguimos viver sem. Constatamos que ninguém morre de amor e que, toda dor, intensa ou não, passa.

Um dia, em alguma fase da vida, a gente percebe que precisa assinar a própria carta de alforria e entender que, se nem o amor é eterno, imagine o número de chances que damos aos outros.

Imagem de capa: ArtFamily/shutterstock

Por que você deveria perdoar até mesmo quem não merece?

Por que você deveria perdoar até mesmo quem não merece?

As reflexões abaixo surgiram da conversa entre eu e meu amigo Gustl Rosenkranz e serviram de script para o vídeo que se encontra no final do texto.

Vocês acham que vale a pena perdoar as pessoas? Mesmo as pessoas que não merecem?

Sim, vale a pena perdoar até mesmo quem não merece. Simplesmente porque nós merecemos.

Vocês já perceberam que quando guardamos mágoas de uma pessoa, quando temos rancor, quando temos ressentimentos… Vocês já perceberam como a gente lembra disso e o nosso organismo todo reage de uma maneira negativa. A gente se sente mal, a gente tem até vontade de falar da pessoa, porque parece que tem que por para fora aquilo, aquela coisa mal resolvida, aquele sentimento negativo que não nos faz bem em hipótese alguma.

Então, no momento em que perdoamos, nos afastamos dessa pessoa. Mesmo que não esqueçamos o que ela nos fez de mal, já que perdoar não significa que precisamos esquecer, nós ganhamos com o perdão, pois deixamos de nos ocupar com quem nos fez mal, a pessoa que nos feriu perde a importância na nossa vida e deixa de alugar espaço na nossa mente, de alugar espaço nos nossos sentimentos.

Perdoar, na verdade, não é você ter um discurso bonito de gratidão, ou dizer que está tudo lindo se você não sente isso. Não é isso. O perdoar está mais ligado a deixar o outro ir, a não se preocupar mais com ele para que passem os sentimentos ruins, para que você possa ter novamente paz interior e cuidar de si mesmo.

Se tem alguém que merece o perdão, esse alguém é você, para dar tempo para si mesmo, tempo para o sentimento se acalmar, tempo para a cabeça esfriar, tempo para desligar de algo/de alguém que lhe fez mal. É perceber que aquela pessoa, aquela situação e aqueles
sentimentos ruins não têm mais que ser o foco de suas atenções.

Então, se alguém não merece nosso perdão, que sejamos capazes de perdoar assim mesmo, não pelo outro, pois já sabemos que ele não merece, mas por nós mesmos.

Lembrem-se disso, quando tiverem com muita raiva ou ressentimento de alguém. Lembrem-se que essa pessoa não merece tudo isso que a gente está sentindo, não merece todo esse tempo que a gente está dedicando, não merece causar toda essa energia negativa em nossa vida. Se perdoamos alguém que nos fez mal, nos afastamos e nos libertamos. Se insistimos na mágoa e no ressentimento, nos deixamos dominar por essa pessoa.

Vamos refletir sobre isso, tentar entender o que está acontecendo e tentar mudar o foco, perdoando até mesmo quem não merece.

Você merece.

Abaixo, o vídeo que fala do tema:

Imagem de capa: CHOATphotographer/shutterstock

Amelie Poulain voltou para o catálogo Netflix!

Amelie Poulain voltou para o catálogo Netflix!

“São tempos difíceis para os sonhadores”-Amelie Poulain

Dirigido por Jean Pierre Jeunet e estrelado por Audrey Tautou, o filme francês “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”, filme lançado em 2002, hoje é referência em qualquer lista que trate do cinema francês.

Após alguns meses de sumiço, o filme voltou para o catálogo Netflix de onde nunca deveria ter saído!

Encantador pelas imagens parisientes que acompanham a vida singela da protagonista em Montmartre, o filme mostra como cada pessoa traz consigo suas próprias peculiaridades: fala das emoções que não demonstramos, do peso da convivência e da neurose dos relacionamentos.  A jovem Amelie, após ser criada de uma maneira pouco convencional e isolada,  descobre em si um objetivo e para realizá-lo ela é capaz de qualquer coisa.

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A Sinopse

Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.

O trailer:

15 filmes onde o suspense te desafia (perfeitos com quarentena, sofá e pipoca)

15 filmes onde o suspense te desafia (perfeitos com quarentena, sofá e pipoca)

É difícil resistir ao mistério de não saber o que acontecerá em seguida. Assim são esses filmes.

A seleção foi pessoal e não se baseia em ordem de relevância.  A lista abrange apenas uma pequena parcela de possibilidades, mas é um bom caminho para triagem de filmes que ainda não foram vistos e que podem ser uma boa pedida nesse período de quarentena.

Espero que gostem!

Josie Conti

1- O abutre

Enfrentando dificuldades para conseguir um emprego formal, o jovem Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) decide entrar no agitado submundo do jornalismo criminal independente de Los Angeles. A fórmula é correr atrás de crimes e acidentes chocantes, registrar tudo e vender a história para veículos interessados.

Sua internet vive caindo na hora de assistir ao Netflix? Visite o site Portal dos Planos para comparar e assinar a internet banda larga ideal para sua residência ou empresa!

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2- Os Outros

Os outros (Alejandro Amenábar, 2001) – Durante a II Guerra Mundial, Grace se muda com os filhos para uma mansão enquanto aguarda o retorno de seu marido. Os três vivem na escuridão, assombrado pelos outros, criaturas que podem ou não ser fantasmas que habitam o casarão. A verdade aparece quando novos empregados chegam à casa

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3- Trilogia “O Poderoso Chefão”

História do chefe da família “Corleone” e suas ligações com a máfia de Nova Iorque.

Qualquer outra explicação é dispensável: um clássico.

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4- Seven, os sete crimes capitais

Dois policiais, om jovem e impetuoso David Mills (Brad Pitt) e o outro maduro e prestes a se aposentar, William Somerset (Morgan Freeman), são encarregados de uma periogosa investigação: encontrar um serial killer que mata as pessoas seguindo a ordem dos sete pecados capitais.

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5- Amnésia 

Um ladrão ataca um casal, terminando por matar a mulher e deixando o homem à beira da morte. Porém, ele sobrevive e a partir de então passa a sofrer de uma doença que o impede de gravar na memória fatos recentes, o que faz com que ele esqueça por completo algo que acontece poucos instantes antes. A partir de então ele parte em uma jornada pessoal a fim de descobrir o assassino de sua mulher para poder vingá-la.

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6- O Segredo dos seus olhos

Benjamin Esposito (Ricardo Darín) se aposentou recentemente do cargo de oficial de justiça de um tribunal penal. Com bastante tempo livre, ele agora se dedica a escrever um livro. Benjamin usa sua experiência para contar uma história trágica, a qual foi testemunha em 1974. Na época o Departamento de Justiça onde trabalhava foi designado para investigar o estupro e consequente assassinato de uma bela jovem. É desta forma que Benjamin conhece Ricardo Morales (Pablo Rago), marido da falecida, a quem promete ajudar a encontrar o culpado. Para tanto ele conta com a ajuda de Pablo Sandoval (Guillermo Francella), seu grande amigo, e com Irene Menéndez Hastings (Soledad Villamil), sua chefe imediata, por quem nutre uma paixão secreta.

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7- A pele que habito

O doutor Robert Ledgard é um renomado cirurgião plástico que tenta recriar em laboratório uma espécie de pele humana.

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8- Sete minutos depois da meia-noite

Conor é um garoto de 13 anos de idade, com muitos problemas na vida. Seu pai é muito ausente, a mãe sofre um um câncer em fase terminal, a avó é uma megera, e ele é maltratado na escola pelos colegas. No entanto, todas as noites Conor tem o mesmo sonho, com uma gigantesca árvore que decide contar histórias para ele, em troca de escutar as histórias do garoto. Embora as conversas com a árvore tenham consequências negativas na vida real, elas ajudam Conor a escapar das dificuldades através do mundo da fantasia.

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9- Ilha do medo

1954. Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de um paciente no Shutter Island Ashecliffe Hospital, em Boston. No local, ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os pacientes, envolvendo métodos ilegais e anti-éticos. Teddy tenta buscar mais informações, mas enfrenta a resistência dos médicos em lhe fornecer os arquivos que possam permitir que o caso seja aberto. Quando um furacão deixa a ilha sem comunicação, diversos prisioneiros conseguem escapar e tornam a situação ainda mais perigosa.

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10- Millennium- trilogia

Harriet Vanger (Ewa Fröling) desapareceu há 36 anos, sem deixar pistas, na ilha de Hedeby. O local é de propriedade quase exclusiva da família Vanger, que o torna inacessível para a grande maioria das pessoas. A polícia jamais conseguiu descobrir o que aconteceu com a jovem, que tinha 16 anos na época do sumiço. Mesmo após tanto tempo, seu tio ainda está à procura de Harriet. Ele resolve contratar Mikael Bomkvist (Michael Nyqvist), um jornalista investigativo que trabalha na revista Millennium. Mikael não está em um bom momento, pois enfrenta um processo por calúnia e difamação. Ele aceita o trabalho, recebendo a ajuda de Lisbeth Salander (Noomi Rapace), uma investigadora particular incontrolável e anti social.

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11- Regressão

Um caso de agressão sexual cometida por um homem sem lembranças do crime leva um detetive e um psicólogo por um caminho sombrio cheio de maldades ocultas e reprimidas

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12- O nevoeiro (“The mist”) 

Após uma violenta tempestade devastar a cidade de Maine, David Drayton (Thomas Jane) e Billy (Nathan Gamble), seu filho de 8 anos, correm rumo ao supermercado, temendo que os suprimentos se esgotem. Porém um estranho nevoeiro toma conta da cidade, o que faz com que David, Billy e outras pessoas fiquem presas no supermercado. Logo David descobre que há algo de sobrenatural envolvido e que, caso deixem o local, isto pode ser fatal.

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Além, é claro, de clássicos de Alfred Hitchcock como:

13- Psicose

Marion Crane é uma secretária (Janet Leigh) que rouba 40 mil dólares da imobiliária onde trabalha para se casar e começar uma nova vida. Durante a fuga à carro, ela enfrenta uma forte tempestade, erra o caminho e chega em um velho hotel. O estabelecimento é administrado por um sujeito atencioso chamado Norman Bates (Anthony Perkins), que nutre um forte respeito e temor por sua mãe. Marion decide passar a noite no local, sem saber o perigo que a cerca.

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14- Um corpo que cai

Em São Francisco, o detetive aposentado John ‘Scottie’ Ferguson (James Stewart) sofre de um terrível medo de alturas. Certo dia, encontra com um antigo conhecido, dos tempos de faculdade, que pede que ele siga sua esposa, Madeleine Elster (Kim Novak). John aceita a tarefa e fica encarregado da mulher, seguindo-a por toda a cidade. Ela demonstra uma estranha atração por lugares altos, levando o detetive a enfrentar seus piores medos. Ele começa a acreditar que a mulher é louca, com possíveis tendências suicidas, quando algo estranho acontece nesta missão.

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15- Janela Indiscreta

Em Greenwich Village, Nova York, L.B. Jeffries (James Stewart), um fotógrafo profissional, está confinado em seu apartamento por ter quebrado a perna enquanto trabalhava. Como não tem muitas opções de lazer, vasculha a vida dos seus vizinhos com um binóculo, quando vê alguns acontecimentos que o fazem suspeitar que um assassinato foi cometido.

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Extras:

A série Bates Motel

Após a misteriosa morte de seu marido, Norma Bates decidiu começar uma nova vida longe do Arizona, na pequena cidade de White Pine Bay, em Oregon, e leva o filho Norman, de 17 anos, com ela. Ela comprou um velho motel abandonado e a mansão ao lado. Mãe e filho sempre compartilharam uma relação complexa, quase incestuosa. Trágicos acontecimentos vai empurrá-los ainda mais. Todos eles agora compartilham um segredo obscuro.

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CONTRATEMPO (CONTRATIEMPO)

Tudo está indo muito bem para Adrian Doria (Mario Casas). Seu negócio é um sucesso e lhe trouxe riqueza, sua bela esposa teve a criança perfeita, e sua amante está bem com o caso dos dois escondido. Tudo está ótimo até que Doria desperta num quarto de hotel, depois de ser atingido na cabeça, e encontra sua amante morta no banheiro, coberta com um monte de notas em euros. Pior, o quarto é trancado por dentro e não tem nenhuma maneira de entrar ou sair. Com tudo o que construiu desmoronando aos seus pés, Doria recorre a melhor advogada de defesa da Espanha, Virginia Goodman (Ana Wagener), e eles tentam descobrir o que realmente aconteceu na noite anterior.

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Seleção Josie Conti. Com sinopses de adoro cinema. 

Você merece alguém especial todos os dias, durante a vida inteira

Você merece alguém especial todos os dias, durante a vida inteira

E como merece, viu? Não há nada demais em querer alguém que respeite, cuide e admire os seus pontos fortes e fracos. Alguém que procure entender e participar da sua história. Alguém que realmente tenha a intenção de permanecer e contribuir, mesmo nos piores dias, num sincero sentimento de cumplicidade.

Nada de pouco. Nada daqueles amores que chegam assumindo funções e direcionando objetivos sem te consultar. Antes de tudo, nada disso é amor. Encontrar alguém especial não significa encontrar a perfeição em pessoa, mas isso não quer dizer que ela não tenha preocupações e legítimas atitudes de carinho.

Conhecer alguém especial é saber que ela não brinca com você. Que ela não atropela os seus sonhos para fazer valer os dela. Que ela sequer carrega essa prepotência de disputar uma queda de braço com você. E é exatamente por entendimentos assim que você não deve aturar uma vida inteira de meros vislumbres de alguém que deveria ser especial.

Pare de responsabilizar metades alheias. Esqueça essa mágoa, esse triste e solitário buraco que faz com que você se aproxime de repetidos quase especiais. É perda de tempo. Seu e delas. Porque enquanto estiver procurando janelas para aquecer o coração, porta alguma fará sentido. E entrar dessa forma, sem convite e autoconhecimento do que se espera, é o crime mais praticado pelos supostos amantes.

Faça diferente. Observe os espaços deixados, troque de lugar alguns pensamentos – renove-os, se for preciso. Tenha paciência e um zelo definitivo pela sua caminhada até aqui. Aos poucos, novas pessoas pediram passagem. A diferença é que agora você saberá quais delas são merecedoras da sua morada, da sua ternura.

Para merecer alguém especial todos os dias, você deve sentir-se tão especial quanto. Prezando, igualmente, realistas demonstrações de afetos e reciprocidades. É o mínimo nesses tempos de amores cambaleantes.

Imagem de capa: Os Amantes (1958) – Dir. Louis Malle

Deixei de dar explicações a quem entende o que quer

Deixei de dar explicações a quem entende o que quer

Por Valéria Amado

Não viva dando explicações para cada coisa que você faz: essa é uma fonte de estresse desnecessária. Não há necessidade de justificar o seu jeito de ser a quem já julga você por ser diferente, por ser único. Quem o ama o respeita. Portanto, evite cair na cultura do “o que vão dizer” e proteja a sua intimidade e as suas crenças.

Uma coisa que caracteriza a sociedade atual é que existem padrões para tudo: desde o aspecto físico até o que se considera “biologicamente” normal, como se casar, ter filhos, etc. A pressão social e inclusive familiar nos obriga frequentemente a ter que dar explicações para cada coisa que fazemos (ou que decidimos não fazer).

Pratique a liberdade pessoal e a arte da assertividade. Deixe de dar explicações sobre tudo o que você faz: quem gosta de você não precisa disso, e quem não respeita você entenderá o que quiser.

Uma coisa importante que deveríamos começar a fazer hoje mesmo é refletir sobre o número de vezes em que nos justificamos perante os outros. Fazer isto em excesso é cair em incoerências, sofrimentos e custos desnecessários. Você é o seu próprio juiz e tem direitos assertivos para dizer: “não, não vou dar-lhe explicações porque isso não lhe diz respeito em absoluto”.

Dar explicações: uma fonte de estresse

Um artigo interessante publicado no espaço “Psychology Today” explica que precisamos aprender a enfrentar a todas essas pessoas que se atrevem a questionar as nossas “decisões vitais”.

– Como você ainda não se casou?

– Quando você vai tomar jeito e encontrar um bom trabalho?

– Por que vocês não tem outro filho?

O mais complexo destas situações é que os juízes que valorizam as nossas decisões ou “não ações” são precisamente os parentes mais próximos, por isso a pressão e a sensação de estresse são mais elevadas.

Razões que nos obrigam a ter que dar explicações

Para compreender um pouco melhor as fontes de sofrimento mais comuns, é preciso considerar estas dimensões com as quais todos podemos nos sentir identificados.

-Um erro muito comum no qual costumamos cair é que nos condicionamos pela estressante necessidade de projetar a nossa existência procurando agradar os outros (e em especial as nossas famílias).
-Outro aspecto a considerar é que há quem tenha feito da sua vida pessoal uma tribuna pública, onde cada atitude, escolha ou pensamento precisa ser dito em voz alta para encontrar aceitação. É algo que vemos com frequência em nossas redes sociais: um “curtir” é um reforço positivo com o qual a gente se sente bem logo depois de publicar um pensamento ou uma foto.
-O medo do “o que vão dizer” continua muito presente atualmente. Há quem sinta a necessidade de justificar cada coisa que faz para não “quebrar” esse círculo de controle, onde agir ou não dar explicações é ser apontado como diferente.

Aplique na sua vida a seguinte regra: faça as coisas em vez de falar delas, porque as coisas, ao serem feitas, falam por si mesmas e não precisam de explicações.

Os nossos direitos assertivos

Um estudo realizado na Universidade de Ohio (Estados Unidos) e publicado na revista “Behavior modification” explica que o simples fato de desenvolver e aplicar estratégias assertivas melhora a nossa saúde e a qualidade das nossas relações sociais.

Todos nós temos direitos assertivos, isto é, você pode e deve ter as suas próprias opiniões e crenças, com direito de avaliar os seus sentimentos e condutas, e de aceitá-los como válidos mesmo que os outros não concordem ou não os aceitem.

Aprenda a ser assertivo: nem sempre é útil dar explicações

Agora… Como internalizar e aplicar estes pilares à nossa realidade mais próxima? Convidamos você a tomar nota:

-Você tem direito de dar ou não dar explicações: os verdadeiros responsáveis pelo que fazemos, sentimos ou escolhemos somos nós mesmos. Se as pessoas gostam de você e o respeitam, não precisam das suas justificativas.
-Estabeleça os limites de forma diplomática: quando, por exemplo, um familiar insiste em ouvir uma explicação sobre algo que não lhe diz respeito, coloque os limites com cortesia e use sempre frases curtas: “é a minha decisão”, “porque eu gosto assim”, “porque estou contente com a minha vida”.
-Reconheça que, às vezes, dar explicações não serve para nada: é algo que devemos aceitar porque há aqueles que entendem o que querem, e com frequência a demanda de uma explicação já é por si só uma crítica ou uma forma de humilhação. Aprenda a ignorar as críticas vazias e não se estresse. Evite o sofrimento inútil.

Antes de dar uma explicação, pense se o que você vai dizer irá contribuir para melhorar alguma coisa, solucionar ou prevenir algo de fato. Se não for assim, não se preocupe, sorria e limite-se a guardar silêncio.

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA

O amor e sua injustiça. É preciso falar da necessidade de ser injusto.

O amor e sua injustiça. É preciso falar da necessidade de ser injusto.

O que é a justiça? A vida é justa? Por que tanta injustiça no mundo? Existem relações justas? Devemos dar apenas no mesmo nível que recebemos? Injustiça causa sofrimento?

Durante vários momentos do nosso dia — e da nossa vida como um todo —, buscamos uma forma de justiça, seja no nosso modelo pessoal de justiça, o modelo jurídico ou seja baseado numa providência divina. Mas qual seria o padrão de justiça? Qual a forma de agir de modo a não ser injusto com os outros e sobretudo conosco? Sob qual ponto de vista e em qual balança eu pondero o correto e o errado? Em qual balança eu pondero a minha necessidade e a do outro?

Certo, nós temos os nossos valores pessoais e de convívio coletivo, logo, ações como roubar, furtar, homicídio, entre outras, possuem definições claras e penalidades próprias. Temos um padrão ou uma série de leis e regras que definem o que é cada caso e as suas penalidades.

Aposto que você já teve casos em que um furto, ao seu ver, não foi algo tão ruim, como casos de furto de comida para a sobrevivência de uma pessoa. Ou algum homicídio, em que você pode ter considerado que o assassino estava fazendo, na verdade, uma justiça. Ou, ainda, casos em que o processo jurídico absolveu um criminoso ou culpou um inocente.

Nesses casos, estão presentes os conflitos entre o que é ser justo, o que pensamos sobre isso, o que coletivamente acontece, o que juridicamente acontece e, por último, o que você esperava que Deus fizesse.

Imagine que você está na padaria, pagou por 250g de queijo e vai retirá-lo no balcão. Imagine que essas 3 situações abaixo possam acontecer:

  • O rapaz do balcão coloca um pouco de queijo na balança e lhe dá menos do que 250g. É justo isso? Você protesta, pede para colocar mais, porque está pagando e acha injusto aquilo.
  • O rapaz enche o prato da balança com 300g de queijo, vai tirando fatia por fatia até chegar a 250g cravado (nem a mais e nem a menos). Dessa vez é justo para você, menos justo impossível. Talvez um pouco justo demais, não?
  • O rapaz enche novamente o prato da balança, que indica 250g. Só que aí ele pega mais umas boas fatias e acrescenta a parte para você. É justo dessa vez? É injusto, uma vez que ele está dando mais do que é devido.

Encontramos, nesses exemplos, uma injustiça que nos parece ruim, criminosa, e que procuramos corrigir. Existe uma outra injustiça que está acima da justiça pura e que a supera. Uma injustiça que nos dá mais do que deve, mais do que merecemos muitas vezes.

Essa forma de injustiça é o amor!

O amor é injusto, o amor está acima do nível da justiça. O amor compartilha, acredita, confia e vai além do que a justiça determina. O amor dá uma nova chance, espera o melhor e está apenas doando, sem essa necessidade de retribuição direta.

O amor não é o ibope, o amor não é censo, não é matemática, não é democrático e não é medida.

Claro que devemos sempre estar acompanhados do discernimento e da sabedoria, por isso devemos fazer a escolha de forma consciente. Mas essas duas qualidade devem ser canais para esse amor — não se transformando em barragens, deixando o amor parado e sem ação.

Já que a gente fica nessa corda bamba da justiça, por que não escolher, de forma consciente, uma outra forma de injustiça?

Aqui, convido a você a refletir sobre isso: vamos ser injustos?

Não vamos julgar o outro apenas por uma aparência ou um simples comportamento, não vamos criar muros, não vamos ficar remoendo o passado, não vamos maldizer o próximo, tampouco cobrar por migalhas, não vamos exigir que satisfaçam as nossas necessidades (podemos deixá-las claras, mas não exigir de ninguém), não vamos pintar o outro num quadro sombrio (colocando o papel de culpado nele e em nós de vítimas), não vamos regar as nossas sementes de medo e de raiva, e não vamos olhar só o lado ruim.

Vamos sim: olhar o outro lado, pensar no melhor, pensar no melhor do outro (mesmo o outro não conhecendo esse lado ainda), vamos dar uma segunda, terceira, quarta chance, vamos falar de qualidades, vamos pedir ao outro, vamos analisar o presente baseado na história de cada um, vamos dar mais do que jamais recebemos.

É assim que os pais fazem, não é verdade? Dão-nos tanta coisa que, inclusive, é impossível de retribuir. Ou existe alguma forma de retribuir pela vida?

Vamos entregar com as duas mãos, sem a espera de nada em troca, nada em retribuição. Eu faço isso por mim, não pelo outro — para afastar aquele pensamento que só faço se o outro também o fizer…

Nós não perdoamos pelo outro, perdoamos por nós mesmos, por aquele sentimento que nos incomoda. Nós temos que ser, nessa parte, egoístas: não estou fazendo para você gostar de mim e sim para ser digno comigo mesmo. Faço tudo por mim, pelo divino que habita em mim e em todos nós. Vamos dar mais do que receber, vamos agradar mais do que ser agradados, vamos perdoar mais do que ser perdoados, vamos ser injustos nesse ponto!

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Fonte: Autor

Onde houver ódio, que eu leve o amor; Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; Onde houver discórdia, que eu leve a união; Onde houver dúvida, que eu leve a fé; Onde houver erro, que eu leve a verdade; Onde houver desespero, que eu leve a esperança; Onde houver tristeza, que eu leve alegria; Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a Vida Eterna. (Oração de São Francisco)

Vamos ser Franciscanos!

Grande abraço, Virgilio

Imagem de capa: Milanin tata/shutterstock

A verdadeira amizade modifica a nossa história

A verdadeira amizade modifica a nossa história

Uma vez li uma crônica que dizia que pra sempre teremos nossos 16 anos. Nossos 21. Nossos 25 e todos os outros números que contabilizamos a cada aniversário. Os anos que vivemos que, somados, nos transformam no que somos hoje.

Pois no feriado de Tiradentes deixei vir à tona meus 17 anos. Nos três dias de encontro de turma, revivi meus 18, 19, 20 e 21 anos. Ao lado de meu marido e filho, abracei aqueles que ajudaram a construir a pessoa que sou hoje e extravasei minha melhor versão.

A semana que antecedeu o encontro foi tensa. Na segunda feira, um grande amigo sofreu um infarto e nos apoiamos à distância. Porém, para surpresa de todos, ao receber alta do hospital seguiu para nos abraçar. Foi comovente nos depararmos com o carro subindo a ladeira do hotel e, no banco do carona, o sorriso conhecido. O susto tornou o reencontro mais especial; a vulnerabilidade da vida trouxe mais significado à nossa amizade e estreitou os laços.

A amizade nos faz acreditar que ainda estão em curso nossas primeiras experiências e sensações. É ela quem diz que mesmo que o tempo cronológico tenha passado, uma parte de nós ainda vive as emoções, brincadeiras, rubores e afeições daquele período que chamamos “ontem”.

Sentados em círculo, revimos fotos e ouvimos histórias de um tempo que foi um divisor de águas para o restante de nossas vidas. Pois naqueles quatro anos tão intensos, ficou evidente que, mais do que aprender uma profissão, aprendemos a viver. A nos relacionar uns com os outros, a administrar uma casa longe de nossos pais, a iniciar e romper um namoro, a nos divertir com responsabilidade e nos apoiar como irmãos.

Na noite de sábado, uma missa celebrada por outro amigo que se tornou padre nos aproximou ainda mais. Ele lembrou alguns colegas ausentes e falou sobre o sofrimento. Nos comovemos recordando os altos e baixos na vida de cada um, sem exceção. Éramos amigos se reencontrando após mais de vinte anos, e isso bastava para entender que, mesmo que a vida tenha deixado cicatrizes, não houve perdas, só ganhos.

A verdadeira amizade modifica a nossa história. Nos desperta pra vida, dá um chacoalhão no nosso comodismo e nos faz prestar atenção ao que é essencial. Nos diz que essa vida vai passar rápido, e que é preciso não perder o sono pelas insignificâncias e frivolidades. De vez em quando nos dá asas, outras vezes nos dá chão. Nos livra de nossas auto depreciações, culpas, submissões. Nos ajuda a amadurecer, a desatar os nós, a descalçar os sapatos e suportar os vazios.

A amizade nos faz entender que todos têm uma história, que não é só a sua história que é importante, que ninguém está aqui para fazer figuração na sua vida. Nos mostra que de vez em quando somos os protagonistas, e em outros momentos assumimos o papel de coadjuvantes, e que isso é fascinante também.

Com a idade e algumas vivências, a gente fica mais sentimental. Assim, dei pra me emocionar a cada reencontro, sentindo o abraço forte daqueles que viajaram dez horas seguidas ou o esforço de quem recebeu alta do hospital para poder estar entre nós. Nem todos entendem isso. Nem todos criam vínculos ou cuidam das memórias. Me sinto privilegiada. Sortuda por perceber que o tempo não passou e os amigos não se despediram. Eles permanecem e resistem, mês a mês, ano a ano, vivos dentro de mim…

Imagem de capa: Rawpixel.com/shutterstock

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É no silêncio da noite que nossos medos mais intensos gritam

É no silêncio da noite que nossos medos mais intensos gritam

O silêncio da noite é gritante. Essa foi a conclusão a que cheguei dia desses, enquanto jogava conversa fora com meu amigo, num banco de uma praça qualquer.

De onde saiu essa frase tão filosófica? De um comentário sobre o barulho das árvores durante a noite. Meu amigo tinha sido presenteado com uma muda de planta. A senhora que o presenteou disse que ela fazia um “barulho gostoso de noite”. Está aí a deixa.

À noite, se deixarmos as janelas abertas e fecharmos os olhos, escutaremos facilmente o barulho das árvores de nossos quintais ou jardins. Sim, só no silêncio da noite, escutamos o ruído das árvores, o estampido surdo de seus frutos caindo, o movimento do vento (quanto mais violento), os animais cantando e toda uma sinfonia que, durante o dia, na cidade, mergulhados em seu barulho incessante e em nossa rotina frenética, não somos capazes de ouvir.

Um parêntese curioso: sabe quando você vai a um evento muito barulhento, chega em casa e continua ouvindo aquele ruído agudo em seu ouvido? Pois bem. Eu tenho isso. O tempo todo. Sim, é algo crônico em mim, entretanto, é também algo que só ouço basicamente à noite, quando as luzes se apagam e todos se calam. Não vou mentir. É chato. Incomoda. Tem dias em que só durmo se tiver o barulho do ventilador abafando tal ruído.

Aviões. Decolam e pousam o dia todo no aeroporto daqui. O único que, de fato, ouço, em algumas noites de insônia, é o que sai às 3h da manhã, quando o silêncio impera e ele pode ser ouvido em todo seu tamanho e imponência. Mesmo não morando perto do aeroporto, às vezes tenho a impressão de que ele está planando pela vizinhança. É, no mínimo, assustador.

Assustador como os pensamentos que nos assaltam antes de dormir. Aqueles que tentamos ignorar durante o dia com todas as nossas listas de afazeres; aqueles que são apavorantes demais para serem verbalizados; aqueles pensamentos que são a materialização de nossos maiores medos e nossas tristezas mais profundas. Caetano cantando sobre o silêncio da noite é a concretização disso.

O silêncio da noite é mesmo cortante. Agressivo, porém verdadeiro. Ele remove o véu que é usado para encobrir aquilo que não queremos ouvir e deixa gritar alguns detalhes que, durante o dia, são só detalhes. O silêncio da noite é o embaixador de nossas intensões e intensidades: paixões arrebatadoras, arrependimentos dolorosos e conflitos mais cansativos. Paradoxalmente, é também um aviso sobre os detalhes mais simples que nos passam despercebidos. Detalhes estes que, por mais irrelevantes, merecem ser notados.

Pois é, esse tal silêncio solitário da noite pode ser incômodo, chato e até assustador, mas tem muito a revelar e a ensinar sobre nós mesmos e o mundo, por isso se faz tão necessário.

Imagem de capa: Stokkete/shutterstock

Excesso de bagagem

Excesso de bagagem

Minha amiga Sheila xingava aquele homem de tudo que era nome. Confesso que anotei dois ou três palavrões pra expandir meu vocabulário. O cara havia terminado um namoro com ares de casamento no frescor de seus dois anos juntos. “Como ele faz isso comigo?”, repetia chorosa. E eu sem entender o que o moço tinha feito de errado. “A gente era feliz. Como ele pôde me deixar sozinha? Que irresponsável. Eu mudei a minha vida todinha por causa dele”, respirei fundo.

Vinha na glote? Vinha. Eu queria poder dizer que era direito legítimo do coitado desistir do contrato de ser dois, no momento que fosse, sem multa de rescisão, sem bonequinho de vodu personalizado. Mas não era aquilo que ela queria ouvir. Chega vinha no fio do lábio a vontade de dizer? Vinha. Que aquele homem tinha sido correto, corretíssimo, que ele tinha sido mais legal com ela que muita gente por aí, mas eu perderia a amiga. Preferi perder a verdade momentaneamente. Sheila ia demorar um tempo pra entender que foi inclusive corajoso da parte dele ir embora quando não se percebeu mais feliz ali. E o dobro do tempo pra sacar que ninguém é responsável pelos prejuízos emocionais da gente.

Flor, se você tiver pausado o Grey’s Anatomy pra ler isso, entenda, com todo o apreço que lhe tenho: ser adulto tem disso mesmo. É arriscado, lento e doloroso, mas eu prometo que fica mais fácil com o tempo. Eu sei que é atraente, que dá uma vontade doida de escorregar dos braços dos nossos pais, cair nos braços aquecidos de outra pessoa, e adiar-nos enquanto adultos. Como se seu peso fosse um presente, como se ele pudesse preencher a solidão do outro, como um favor, uma generosidade cínica da parte da gente. Densa você, densa, certamente. Volume e massa são diferentes também emocionalmente.

Não importa o que você fantasiou. No mundo real somos só nós carregando nossos próprios ossos, pele e medos. Por tudo o que é mais sagrado, fica combinado que a gente até se ajuda às vezes, que a gente acarinha, abraça, dá colo quando o fardo parecer imenso. Mas cada um carrega a própria bagagem nessa conexão de voos demorada que é viver. Ninguém é responsável se não nós, pelo que aceitamos, pelo que escolhemos, pelo que preferimos acreditar, pelas verdades que preferimos adiar. Ninguém é responsável se não nós mesmos, por entrar e sair elegantemente da vida dos outros carregando os nossos próprios sonhos e pagando pelos excessos da gente.

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Sou efeito colateral de tudo o que eu não soube fazer

Sou efeito colateral de tudo o que eu não soube fazer

É uma qualidade não se limitar, querer sempre enxergar além. Porém, são muitas as chances de cometer erros dentro dessa vontade de ter braços do tamanho do mundo e querer abraçá-lo. O que não nos torna errados, apenas errantes. Mas tudo bem, eu nunca quis mesmo me fechar dentre paredes que eu já conheço, sempre quis conhecer o universo como a palma da mão, mesmo que para isso eu tenha que fracassar diversas vezes.

É bom quando somos forçados a nos olhar de frente. Quando a vida coloca um espelho enorme na nossa direção e não temos outra opção se não nos encarar. É o momento de pensar se somos alguém que gostaríamos de conhecer ou se já não nos reconhecemos mais.

Nós somos feito de tudo o que não soubemos fazer. Pois, quando não sabíamos como prosseguir, moldamos nossa personalidade decidindo para onde ir: voltar e seguir para um lugar menos lamacento ou sacodir a poeira, repor as galochas e continuar seguindo rumo ao que antes sonhamos.

A gente nunca sabe quando vamos finalmente ser recompensados pelas nossas lutas, até que somos. Você saberia reconhecer a sua recompensa? Ou estaria tão ocupado reclamando do seu cansaço que passaria despercebido?

O entrelaço de tudo é que devemos nos orgulhar das nossas batalhas, ainda que sejam todas derrotas. Somos o que somos porque perdemos e agradeço por isso. Cada gota escorrendo no meu rosto te conta quem eu sou. Seja de suor por tanto tentar ou lágrima por não conseguir.

Sou efeito colateral de tudo que não soube fazer, mas continuei tentando.

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Queria mesmo é que você pensasse em mim de vez em quando

Queria mesmo é que você pensasse em mim de vez em quando

Tem uma música da Legião Urbana que eu gosto muito que diz assim: “Será que você vai saber o quanto eu penso em você, com o meu coração?”. A música é doce e a letra encanta pela simplicidade dos versos. Quem nunca se sentiu assim? Quem nunca passou um dia inteirinho pensando em alguém que não está mais por perto? Porém, jamais iremos saber por completo se há reciprocidade nesse sentimento tão subjetivo que é o pensamento.

Pensar em alguém com saudade não exige reciprocidade. Porém, não queremos ser esquecidos. Mais ainda, queremos ser lembrados por aqueles que ainda vivem em nosso pensamento. Como disse Bruno Fontes: “é tão difícil carregar uma saudade sozinho…”

Queria mesmo que você pensasse em mim de vez em quando. Que tivesse vontade de mandar um “oi” pelo WhatsApp ou mesmo um emoji feliz, assim, do nada, no meio da tarde. Que, mesmo que não me enviasse um “bom dia” pela manhã, sussurrasse em silêncio, ao acordar, que me deseja os melhores votos. Que tivesse lembranças doces. Que, mesmo sem intenção de voltar, não me deixasse passar.

Eu carrego em mim todas as saudades, lembranças e até mesmo detalhes bobos que deveriam ter passado batido mas eu fiz questão de absorver. No fundo eu sabia _ a gente sempre sabe_ que não seria para sempre. Mas eu queria mesmo assim. Eu queria guardar dentro de mim todas aquelas bobagens pra depois revisitá-las com calma, aumentando, diminuindo e até enfeitando. A gente tem o costume de lembrar das coisas de um jeito mais bonito do que elas realmente foram, por isso essa saudade de tudo.

Fico aqui pensando se você ainda se lembra. Se de vez em quando apareço no banco do carona durante um engarrafamento ou no meio de uma reunião chata. Porque comigo é comum acontecer. De vez em quando fica uma bagunça aqui dentro, meu pensamento trazendo você de volta, minha realidade dizendo que você não está mais aqui. Mas eu finjo equilíbrio. Sigo meu caminho e disfarço minha saudade. Transformo falta em sorrisos e ausência em leveza. Não sei se você faz o mesmo. Se faz, tem tido muito mais êxito do que eu.

“Será que você vai saber o quanto penso em você, com o meu coração?” Acho que você nunca saberá. O tempo vai passar, a saudade dissipar e a vida caminhar. Talvez um dia, tarde da noite, eu volte a me lembrar. Nesse dia vou sorrir sozinha, em silêncio, e se alguém perguntar o motivo, vou dizer somente: “tem lembrança que a gente não quer que morra nunca, mas cedo ou tarde elas vão embora. Por isso, quando chegam pra uma visita, a gente se faz de bobo e abre a porta…”

Imagem de capa: c12/shutterstock

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Seja “bonzinho” consigo mesmo

Seja “bonzinho” consigo mesmo

Quantas vezes, por sermos “bonzinhos” demais com os outros, acabamos nos dando mal?!

Não conseguimos dizer não, ficamos assoberbados de tarefas, as nossas vontades são deixadas de lado e a vida vai passando…

Na verdade, o que precisamos mesmo, é ser mais “bonzinhos” conosco mesmos. Mas “bonzinho” mesmo, pra valer, sem desculpas, sem exceções. Isso tem a ver com aumentar a autoestima e cultivar o amor próprio.

E ser “bonzinho” consigo começa por não se maltratar, não se dando o tempo que precisa, alimentação adequada, descanso, lazer amor próprio…

Também significa não se culpar o tempo inteiro, pelo que fez, pelo que deixou de fazer, pelo que os outros fizeram, ou deixaram de fazer…

Especialmente, ser “bonzinho” consigo mesmo traduz não exigir demais. Ora, a vida é curta, as tarefas são infinitas, nunca vamos achar que fizemos o suficiente, se pensarmos em tudo o que poderíamos estar fazendo…

De que vale, então?! Quando a vida acabar, você vai acabar chegando lá do outro lado e, na hora do “balanço”, vão te pedir: e aí, como foi a sua vida?! E você vai dizer: bah, acho que não deu tempo de viver, eu estava muito ocupado fazendo coisas…

Pra que levar a vida tão a sério?! Que graça tem?!

Pare e olhe para trás, do que você já viveu até agora: o que faz seu coração se alegrar, que lhe faz ter a sensação de que valeu a pena? Os momentos de leveza ou os momentos de seriedade? Quantos dos seus medos passados foram completamente sem fundamento, pois nada veio a acontecer?

Quantas vezes você achou que uma determinada pessoa era imprescindível na sua vida e, depois que ela se foi, você sobreviveu e ficou bem? Quantas coisas você queria mais que tudo no mundo e, apesar de não as ter conseguido, vieram outras e tudo ficou legal? Quanto gasto de energia (e te tempo) desnecessário, não é?!

Danem-se as regras sociais, dane-se do dinheiro, dane-se a opinião dos outros, dane-se tudo o que venha para pesar, para dificultar, para entristecer!

Vamos dar uma chance a nós mesmos, a nossa criança que está clamando por diversão e por leveza, ao nosso presente e ao nosso futuro…

Todos temos um sol dentro do peito, basta o deixarmos brilhar!

Precisamos nos abrir para a vida, em suas infinitas possibilidades, sem medos, sem ansiedade, sem pré-conceitos, sem restrições…

Celebrarmos a nossa própria existência: a toda hora, a todo momento, de todas as formas – porque não há nada mais maravilhoso do que estar vivo!

Seja “bonzinho” consigo mesmo

Imagem de capa: HQuality/shutterstock

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