10 filmes que valem cada minuto e provam que a amizade é a melhor coisa que existe

10 filmes que valem cada minuto e provam que a amizade é a melhor coisa que existe

Amigo, esse lugar onde cabe o abraço demorado, as falas repetidas e o café sem pressa, o passeio das dores e silêncios, lugar do colo, das lágrimas e dos sorrisos…

  1. CONTA COMIGO

Quatro amigos ficam sabendo que um menino da idade deles foi procurar frutas nas matas e desapareceu, na pequena cidade de Castle Rock. Eles imaginam que seriam considerados heróis na cidade se descobrissem o corpo. Assim, partem para uma aventura que irá significar muito mais do que a glória precoce. O filme mostra os desafios da amizade, com revelações e obstáculos inesperados.

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2. AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL

Manter-se à margem oferece uma única e passiva perspectiva. Mas de uma hora para outra sempre chega o momento de encarar a vida do centro da pista de dança. A luta entre apatia e entusiasmo o fim da adolescência de Charlie nesta história divertida e ao mesmo tempo atordoante.

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3. JÁ ESTOU COM SAUDADES

Jess (Drew Barrymore) e Milly (Toni Collette) são melhores amigas desde a infância. Enquanto Milly se casou, teve dois filhos e construiu uma carreira de sucesso, Jess decidiu levar uma vida pacata ao lado do marido Jago (Paddy Considine). Após se submeter a um tratamento, Jess enfim consegue engravidar. Mas a notícia vem justamente quando Milly descobre ter câncer de mama e precisa passar por quimioterapia, o que necessitará do apoio não apenas da amiga, mas de toda a família.

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4. CENTRAL DO BRASIL

Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil. Uma das clientes de Dora é Ana, que vem escrever uma carta com o seu filho, Josué, um garoto de nove anos, que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Na saída da estação, Ana é atropelada e Josué fica abandonado. Mesmo a contragosto, Dora acaba acolhendo o menino e envolvendo-se com ele. Termina por levar Josué para o interior do Nordeste, à procura do pai. À medida em que vão entrando país adentro, esses dois personagens, tão diferentes, vão se aproximando. Começa então uma viagem fascinante ao coração do Brasil, à procura do pai desaparecido, e uma viagem profundamente emotiva ao coração de cada um dos personagens do filme.

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5. TOMATES VERDES FRITOS

Evelyn Couch (Kathy Bates) é uma dona de casa emocionalmente reprimida, que habitualmente afoga suas mágoas comendo doces. Ed (Gailard Sartain), o marido dela, quase não nota a existência de Evelyn. Toda semana eles vão visitar uma tia em um hospital, mas a parente nunca permite que Evelyn entre no quarto. Uma semana, enquanto ela espera que Ed termine sua visita, Evelyn conhece Ninny Threadgoode (Jessica Tandy), uma debilitada mas gentil senhora de 83 anos, que ama contar histórias. Através das semanas ela faz relatos que estão centrados em duas jovens Idgie (Mary Stuart Masterson) e Ruth Jamison (Mary-Louise Parker) que provoca a ira dos cidadãos menos tolerantes de Whistle Stop. Mas elas fazem um tomate frito que é reconhecido como uma iguaria por todos da região. Assim cativam até os mais hostis, como também a senhora Evelyn Couch, que ouve a história e a partir de então resolve mudar algumas coisas em sua vida.

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6. TRUMAN

Julián recebe uma inesperada visita do amigo de infância Tomás, que mora no Canadá. Os dois, acompanhados do fiel cachorro de Julián, Truman, irão compaRtilhar momentos de muita emoção.

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7. INTOCÁVEIS

Considerado um fenômeno mundial, ´Intocáveis´ traz a história de um aristocrata que contrata um jovem para ser o seu cuidador após um acidente de parapente, o que o deixou tetraplégico. O que era para ser um período experimental, acaba virando uma grande aventura. Amizade, companheirismo e confiança são os elementos que transformam esse filme tocante e inesquecível.

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8. MINHAS TARDES COM MARGUERITTE

Este filme trata da história de Germain, um cinquentão quase analfabeto, e Margueritte, velhinha apaixonada por livros. Quarentas anos e muitos quilos os separam. Um dia, por acaso, Germain senta ao lado dela em um banco no parque. Ela recita versos em voz alta, dando a ele a chance de descobrir a magia dos livros, que nunca fizeram parte de sua vida. Margueritte está perdendo a visão e, pelo carinho e afeto que foram criados nessa relação, Germain buscará mostrar que poderá ler para ela.

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9. O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

Durante a Segunda Guerra Mundial, um oficial nazista (David Tewlis) é enviado para trabalhar em um campo de concentração e sua família se muda de Berlim para Auschwitz. Seu filho, Bruno (Asa Butterfield), de 8 anos, começa a se sentir muito sozinho na nova residência, até que conhece Shmuel (Jack Scanlon), um garoto da mesma idade que fica do outro lado de uma cerca eletrificada, sempre vestindo um pijama listrado.

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10. REINE SOBRE MIM

Charlie Fineman (Adam Sandler) perdeu sua família nos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York. Ele procura apoio em um antigo amigo da faculdade, o dentista bem sucedido Alan Johnson (Don Cheadle), que também passa por problemas. Mesmo tendo família e emprego, muitas vezes Alan se sente bastante sozinho. Ao se ajudarem mutuamente, a vida de Charlie começa a melhorar bastante e o vínculo entre eles, perdido há algum tempo, volta a se fortalecer.

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Amizade é amor leve e comprometido

Amizade é amor leve e comprometido

Sabe o que é amigo?

Amigo é aquele capaz de amá-lo generosamente, esteja você no chão ou a milhares de passos à frente dele.

Aquele que é capaz de ousar estender a mão quando o outro estiver caído e com pouquíssimas chances de se levantar.

Aquele que é forte o suficiente para oferecer uma chance ao outro que cometeu um grave erro e está perdido.

Aquele que suporta a vitória do outro e é até capaz de ficar alegre com ela como se fosse uma vitória própria.

Aquele que olha e vê além do que é conveniente, por baixo das aparências.

Aquele que fica quando todos encontraram razões para ir embora.

Aquele que escuta quando só há palavras difíceis para serem ditas.

Amigo é aquele que realmente quer ouvir o que você tem a dizer quando pergunta: “Tudo bem?”.

Amigo é coisa rara. Não se tem aos montes. Amigo é irmão improvável, é colo e bronca, na mesma proporção.

Amigo é a mão que se compromete a se entrelaçar, haja seca, temporal, vento ou tempestade.

E se você é capaz de um tiquinho que seja de tudo isso… Ahhhh, sorte de quem pode contar com você! Porque você é, sem nenhuma sombra de dúvida, um amigo de verdade!

Imagem de capa: Cena do seriado “Friends”

Não deixe o amor ficar preso ao que poderia ter sido

Não deixe o amor ficar preso ao que poderia ter sido

A gente vai quebrar a cara, vai passar aperto, vai se decepcionar; a gente vai perder e perder. E isso é sinal de que estamos vivos, de que não ficamos parados, estagnados na mesmice cômoda de uma vidinha sem graça.

O que foi já era. O que passou é passado. O que se fez feito está; o que não foi feito não está lá. Palavras ditas já tiveram seu alcance; palavras engolidas já se perderam. Nada permanece igual, nem ninguém. A vida é como as águas de um rio, em eterno movimento, nunca igual: às vezes mansidão; outras vezes, tempestade. Lamentar é inútil, aprender com o que houve é o que nos salva.

Poderíamos ter feito uma faculdade diferente, poderíamos ter dado aquele beijo, ter viajado daquela vez, ter calado tantas e tantas vezes. Mas agora já foi, porque fizemos o que nos fora possível à época; agimos conforme o que tínhamos para dar, de acordo com o que então sentíamos. Hoje, somos outras pessoas, melhores e mais sábias, exatamente em razão de todas as derrapadas que acumulamos pelo caminho e que nos moldaram o caráter.

Desistir de tentar algo novo, por conta de tudo o que não deu certo até agora, significa não aprender nada com a vida, que tenta nos ensinar diariamente, sob chuva ou sob sol. A gente vai quebrar a cara, vai passar aperto, vai se decepcionar; a gente vai perder e perder. E isso é sinal de que estamos vivos, de que não ficamos parados, estagnados na mesmice cômoda de uma vidinha sem graça.

É assim com tudo, é assim com o amor. O medo de se entregar a alguém, por conta dos traumas acumulados, das pessoas erradas, da confiança repetidamente quebrada, paralisa e cega. Temer recomeçar, na vida e no amor, prende-nos a tudo o que foi falho, impedindo-nos de abraçar novas chances que se estendem diariamente à nossa frente. Como dizem, sempre haverá novas pessoas, novos momentos, novos lugares, novos sentimentos.

Nem todo mundo irá nos decepcionar. Nem todas as pessoas irão usar o nosso melhor da pior maneira. Nem todas as horas serão ruins. Nem todas as noites serão intermináveis. Existe, sim, amor de verdade por aí. Guardar no coração gente de luz e momentos felizes nos sustentará toda vez que a vida não der certo, porque então teremos dentro de nós as razões certas para prosseguir e recomeçar. Ainda bem.

*O título deste artigo é uma citação postada pela página “De repente dá certo”, no Facebook.

Imagem de capa: Andriys/shutterstock

Você, criança

Você, criança

Todos já fomos crianças e, como tal, alegres, despreocupados, leves e cheios de energia. Mas, com o passar do tempo, podemos ter esquecido tal modo de viver para assumir nosso posto de “gente grande”. Felizmente, contudo, a nossa criança interior nunca morre. Ela está sempre pronta para ser acolhida e transformar nossas vidas.

No fundo, muitos de nós são apenas crianças assustadas e confusas nesse mundo de “gente grande”…

Mau humor, desânimo e angústia podem demonstrar, apenas, que a nossa criança interior foi deixada para trás, abandonada nos recônditos mais improváveis da nossa alma…

É que quando crescemos (em tamanho), passamos a achar que não precisávamos mais dela, que aquele mundo de brincadeiras e despreocupações havia ficado, definitivamente, para trás.
E pensamos isso provavelmente com orgulho, achando que estávamos “amadurecendo”…

Então, com o passar do tempo, nossa vida foi se tornando um emaranhado de obrigações, incertezas, medo do futuro, emoções borbulhando… E não sabíamos o que fazer com tudo isso…
Percebemos que a tão sonhada vida “de adulto” não era tão legal quanto imaginávamos…

Mas fomos levando, afinal, uma hora as coisas haveriam de se encaixar perfeitamente e tudo ficaria lindo, organizado e prazeroso na nossa vida…

Contudo, o tempo foi passando e isso não aconteceu. Pelo contrário, fomos nos sentido cada vez mais perdidos e vendo o mundo menos colorido…

As atividades diárias – mesmo as mais simples – se tornaram um fardo, e fomos nos arrastando, dia após dia…

Nem lembrávamos mais daquela sensação maravilhosa de levar tudo “na esportiva”, de não se preocupar com o futuro, de tornar tudo brincadeira, de ser curioso, de não ter vergonha de experimentar, de perguntar e de errar, de se empolgar com as mudanças que a vida apresentava… De não levar a vida tão a sério, enfim. Tal qual as crianças, seres ainda não condicionados/corrompidos por um sistema criado meio sem fundamento…

Ocorre que a nossa criança nunca morre! Ela pode estar esquecida, talvez até mesmo machucada ou triste, em algum cantinho escuro dentro da gente. Mas, com certeza, está ali. Basta uma mergulhada em nosso interior para encontrá-la…

E, então, ela vai precisar de um abraço nosso. Um carinho. Um “seja bem vinda de volta”, “venha para ficar”… Um “eu amo você”!
Feitas as pazes, temos que explicar para ela que, a partir de agora, nunca mais iremos esquecê-la! Que ela será parte ativa do nosso viver.

Que vamos acalentá-la quando estiver assustada, compreendê-la , amá-la incondicionalmente e, especialmente, atentar aos seus conselhos…

Vamos, então, reativar nossa criatividade e espontaneidade inerentes. Resgataremos um tanto de pureza, exarcebaremos nossa sensibilidade e reconquistaremos nossa confiança no futuro, a certeza de que ficaremos bem, de que tem alguém maior olhando por nós e de que há um jeito para tudo.

Voltaremos a nos apaixonar pela vida e a ter esperança em um mundo melhor, por mais clichê que isso pareça… Acreditaremos, mais uma vez, em super heróis (que podem ser, até mesmo, de carne e osso), em amigos invisíveis, em seres místicos, em magia… Ouviremos o nosso coração, e o usaremos como bússula!

Deixaremos um pouco de lado a necessidade de ter uma explicação racional para tudo, a vontade de planejar e controlar o futuro, o estresse por nada, a angústia por sei lá o quê e a ânsia por coisa alguma.

Recordaremos que o desânimo, a preocupação e as críticas não servem para nada, não mudam coisa alguma. Que vivemos muito melhor longe desses sentimentos intoxicantes.

Nos concentraremos mais no lado leve, divertido e prazeroso da vida e permitiremos que essa positividade traga à tona o que há de melhor em nós e nos outros.

Lembraremos, enfim, que somos seres genuinamente tranquilos, corajosos e despreocupados. Mas, todavia, também frágeis e carentes, tal qual as crianças. Precisamos de constantes cuidados e atenção.

Por essa razão, não podemos nos abandonar! Precisamos nos amar verdadeiramente. Nos compreender. Nos abraçar. Nos dar força. Nos proteger das coisas, pessoas e fatos negativos ou que nada nos acrescentam. Preservar nossa pureza, nossa doçura e nossa energia.

E, para tanto, necessitamos nos dedicar, verdadeiramente, a cumprir os compromissos assumidos com a nossa criança interior. Ela, que está há tempos aí, esperando que a recordemos.

“Todas as pessoas grandes foram um dia crianças. Mas poucas se lembram disso”. Antoine de Saint-Exupéry, em O Pequeno Príncipe.

Imagem de capa: Billion Photos/shutterstock

Estamos todos com fome de abraços

Estamos todos com fome de abraços

Em um dos seus versos, Pablo Neruda disse que “Se nada nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida”. Talvez seja ridículo dizer o quanto isso é óbvio, mas andamos tão esquecidos, tão sobressaltados, tão desmemoriados, que é preciso dizer o óbvio, a fim de que os nossos olhos consigam sair de nós e enxergar além das grandiosidades vazias que nos cercam.

Nos outros, em nós, nos lugares mais próximos, nos lugares mais distantes, não importa aonde se vá, estão todos perdidos. Todos perambulando, andando por aqui, acolá. Cortando as multidões, em que muitos se veem, mas poucos se enxergam. As pessoas não parecem satisfeitas, os seus olhares procuram algo perdido. Será a humanidade cada vez mais distante?

Mas, ninguém para, ninguém questiona, ninguém ousa andar em sentido contrário, afinal, ninguém quer ser visto como fugitivo. Os fugitivos são perigosos, eles incitam as pessoas a pensarem. E quem pensa, desorganiza, perturba a ordem, quebra a normalidade de uma vida cheia de banalizações. Sabemos bem que o sistema não costuma gostar de sujeitos subversivos.

E como somos bastante obedientes, ficamos quietinhos. Podemos até chorar, mostrar a nossa insatisfação com a vida, a nossa desesperança, a nossa fragilidade. Mas é preciso que seja em silêncio, claro. O sistema não gosta de alardes e as lágrimas costumam sempre mostrar os esconderijos da alma, algo que – convenhamos – não deve ser mostrado, já que vivemos como máquinas.

Vivemos como máquinas e tudo que nos faça pensar ou recuperar o humano deve ser esquecido, apagado da vida e da memória. Além disso, o que há para fazer? Somos ensinados desde logo que boi sozinho se lambe melhor, a não despregar os olhos de nós mesmos, ainda que para que possamos nos enxergar seja necessário ir além do nosso próprio reflexo.

Assim, o sistema de desvínculos que nos circunda torna-se perfeito, porque não enxergamos o humano no outro, o outro não enxerga o humano em nós, de modo a ficar todos perdidos e todos famintos. Com fome de gente. Com fome de toque. Com fome de abraços.

E não adianta tentar preencher o vazio com outras coisas, por mais que diga que se pode, porque afeto não é mercantilizável, embora os mercadores do amor tentem sempre arrumar uma nova forma de vendê-lo e nós obedientemente novas formas de comprá-lo.

No entanto, sempre chega o momento em que o algo que fala em nós grita que não há como viver de forma tão banal, desinteressante, solitária, egoísta. Não dá para viver apenas enganando o estômago. Uma hora, ele quer pão, assim como a alma quer abraços. É o instante em que se ainda não conseguimos enxergar a humanidade nas pessoas, ao menos enxergamos a fome que domina os seus olhos, repletos de secura.

Nesse instante, em que a alma cansada de chorar em silêncio se coloca para fora; percebemos que ser fugitivo é a única possibilidade de liberdade e que o toque é o que humaniza a nossa existência, pois se o amor é capaz de criar um escudo contra a morte, é preciso que o utilizemos para que – como falou Neruda – salvemo-nos da vida.

Imagem de capa: Rawpixel.com/shutterstock

Se não enxerga minhas qualidades, deixe em paz os meus defeitos

Se não enxerga minhas qualidades, deixe em paz os meus defeitos

Ficamos tanto tempo prestando atenção no que está longe, naquilo que não temos e em quem não chega junto, que, não raro, deixamos de lado o que nos constitui, o que já conseguimos, quem nos ama e caminha junto.

Apesar de termos muito em que melhorar, é impossível não conseguirmos enxergar tudo de bom que possuímos. Apesar de errarmos muito, também acertamos; ainda que quebremos a cara, também passamos por momentos maravilhosos. O que diferenciará nossos dias é a forma como lidamos com o que nos acontece e o valor que nos damos.

Ficamos tanto tempo prestando atenção no que está longe, naquilo que não temos e em quem não chega junto, que, não raro, deixamos de lado o que nos constitui, o que já conseguimos, quem nos ama e caminha junto. Da mesma forma, costumamos reter palavras que nos ferem, ao passo que o que nos dizem de bom e encorajador acaba entrando por um ouvido e saindo pelo outro.

Será que só nos foram dirigidas palavras desalentadoras e ríspidas? Será que aquele celular de última geração iria mesmo melhorar a nossa vida? Será que a amizade de alguém que nos menospreza seria tão valiosa assim? Será que aquela pessoa que vive tão bem sem nós é tudo aquilo mesmo? Precisamos parar e refletir sobre nossas carências, ou elas adentram todas as nossas emoções, inclusive empurrando a gratidão para fora de nossos corações.

Dizem que, quanto mais a gente agradece, mais coisas boas surgem. Talvez não surjam novas coisas boas, mas o fato de olharmos com olhos positivos o que nos rodeia acaba nos levando a enxergar o quanto já temos, o quanto já possuímos, o quanto já existe de motivos para sermos felizes e parar de querer o que não temos. Prestar atenção no que temos de fato e em quem nos ama de verdade torna o real algo mais fácil de lidar, porque todo mundo possui algo de bom nesta vida.

Dessa forma é que estaremos fortalecidos para enfrentar o que tenta nos derrubar e quem adora nos criticar, pois então nada será capaz de nos diminuir, de nos distanciar das verdades que carregamos conosco, com lucidez e consciência. Ninguém é obrigado a gostar de nós, não teremos tudo o que desejarmos, nem alcançaremos todas as conquistas por que lutarmos, mas saber que o que faz parte de nossa vida já é bastante será um consolo inestimável, toda vez que a vida nos negar o que queremos.

* O título deste artigo é uma citação atribuída a Renato Russo

Imagem de capa: pathdoc/shutterstock

Não é que eu não te perdoei, é que você não passou no meu filtro

Não é que eu não te perdoei, é que você não passou no meu filtro

Chega uma hora em que a gente quer seguir com passos firmes na vida, quer olhar pra frente e seguir pelos caminhos que valem a pena. Chega uma hora que a gente aprende a ter um olhar observador, que a gente se conhece um pouco melhor e sabe como não cair tão facilmente nas armadilhas dos medos, das culpas, as ilusões amorosas.

Chega uma hora em que a gente quer viver coisas de verdade, conviver com pessoas de verdade, entrar em aventuras para evoluir e não para se divertir e estrepar, a gente sabe que o tempo é curto, que a vida é rara, que não dá para parar e prestar atenção em tudo, não dá para ouvir o que estão pensando e falando da gente, não dá para pegar no colo dores emocionais que já não nos dizem respeito.

Tem uma hora que a gente decide não querer consertar o que não tem mais jeito, que a gente já não quer discutir com pessoas que estão em caminhos tão diferentes, que a gente não acredita em gastar tanta energia para mudar uma pessoa – seja um amigo, um namorado, um parente…

Chega uma hora em que a gente não quer gastar tempo e coração remoendo, tentando viver de novo algo que não encaixou bem, a gente não quer mais se explicar, não quer mais se culpar por ter abandonado uma causa, não quer mais se sentir mal por amar mas decidir seguir o que nos engrandece e não o que nos limita e escraviza.

E a gente deixa sim pessoas que foram importantes para trás, a gente já não tem interesse em explicar, em responder mensagens, em se sentir mal por já não cuidar como antes. Podem chamar isso de egoísmo, mas eu acho que é um altruísmo na verdade – não querer atrasar o próprio caminhar e também deixar que a outra pessoa desperte para o seu propósito.

É um momento em que gente já não quer ser muleta, ouvido, colo… A gente quer ser troca; a gente não quer ceder energia, a gente quer reciprocidade. A gente não quer fazer por merecer, a gente quer ser a nossa verdade e sabe que para pessoas que valem a pena, isso basta, o que somos é suficiente e bom.

Por isso eu acredito em ter os olhos abertos e seletivos, e o coração também, mas que este seja esperto e comedido. Que o meu coração saiba se respeitar em sua amplitude e necessidades.

Eu acredito que a gente pode aprender a ver o que vale a pena seguir do nosso lado e o que a gente tem que deixar de lado.

Eu acredito que a gente tem que filtrar, abandonar, perdoar sim, mas não querer mais participar de danças que nos limitam, irritam, fragilizam.

E eu ouvi por aí esses dias de um amigo:
‘mas você não me perdoou?’
e eu disse:
‘não foi isso querido, eu perdoei sim, mas você não passou no meu filtro.’

Que loucura falar isso, que loucura fazer isso – pode parecer. Mas pra mim, liberdade mesmo é isso: seguir minha vida e ser dona do meu próprio umbigo. E o que vale a pena vem junto comigo!

Imagem de capa: STUDIO GRAND OUEST/shutterstock

Querer viver um grande amor, não te dá o direito de amar qualquer um

Querer viver um grande amor, não te dá o direito de amar qualquer um

Agir por impulso, tomar decisões em estado de carência e considerar que “qualquer amor serve” é o mesmo que dar um tiro no próprio pé. Algumas pessoas acreditam que, após certa idade, precisam carregar o rótulo de relacionamento sério a todo e qualquer custo. Para tanto, aceitam viver relacionamentos destrutivos, perigosos e mornos e tentam, a cada sofrimento, se convencer que o parceiro irá mudar.

Longe de mim julgar os sentimentos alheios ou a forma de amar de cada um. Apesar de acreditar em um amor realista, baseado no companheirismo e na fidelidade, com doses extras de bom humor, respeito quem acredite que o amor se consolida como um roteiro de novela mexicana.

O grande problema é que, indiferente de como é definido, o amor não pode estar aliado à sensação de sofrimento, de perda e de insegurança. Considerar a ideia de que “todo grande amor só é grande se for triste”, como dizia Vinícius de Moraes, é menosprezar a verdadeira essência do sentimento. Amor sofrido na Literatura é bonito, na vida real é loucura.

Quando te ensinaram que “o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” não estavam se referindo a um amor doentio, desgastante e problemático. Referiam-se a um amor forte o suficiente para superar os desafios impostos pela vida e, provar para os envolvidos (casal), que o sentimento é mais forte que a dor. Somente isso! Não deixe seu romantismo adocicado confundir as coisas, não.

Não dá para conviver com inconstância, agressividade e traições achando ser normal. Não dá para fazer planos de casamento com quem não te apresenta para família. Não dá para falar que é namoro, o antigo relacionamento é pauta de toda discussão. Não dá para fazer votos de fidelidade, se o relacionamento começou com uma traição. Simplesmente, não dá!

Infelizmente, temos a mania de acreditar que precisamos do romance para que o amor se consolide. Valorizamos mais um “eu te amo” do que uma prova de fidelidade. Valorizamos demonstrações de afeto mais do que a presença do outro em casa. Valorizamos mais o “aparentar” do que o, realmente, “ser”. Até chegar o dia em que, feridos na alma, perceberemos que estávamos equivocados em relação ao amor.

Sabe, por mais que você queira viver um grande amor, migalhas de afeto e sobras de atenção não devem ser aceitas em hipótese nenhuma. Nada do que não é dado livremente nos interesse.

Queira um amor, mas queira, também, um tempo para você. Queira encontrar alguém bacana, mas também seja esse alguém. Queira estar em um relacionamento sério, mas ame a própria companhia. Não se acostume com grosserias vindas de quem você julga amar, com essa teoria de que “um dia ele muda”, nem com as ausências constantes.

Respeite-se! Querer viver um grande amor, não te dá o direito de amar qualquer um.

Imagem de capa: Dmytro Zinkevych/shutterstock

12 filmes para quem não tem medo de crescer emocionalmente (lista 2)

12 filmes para quem não tem medo de crescer emocionalmente (lista 2)

Depois do sucesso estrondoso da primeira lista  que atingiu as primeiras 300 mil partilhas, penso que o mínimo que posso fazer é dar sequência a esse trabalho e fazer uma segunda lista de indicações mantendo o mesmo parâmetro: meu gosto pessoal.

Tomara que eu tenha conseguido manter o nível de indicações da primeira lista.

Afinal, como dito anteriormente,

“Não há volta para algumas informações e vivências que adquirimos. O sentir e a empatia proporcionadas por esses filmes certamente influenciarão quem os assiste.

(mais) Uma lista para quem não tem medo de sentir…e evoluir.”

Josie Conti

1- O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

Após deixar a vida de subúrbio que levava com a família, a inocente Amélie (Audrey Tautou) muda-se para o bairro parisiense de Montmartre, onde começa a trabalhar como garçonete. Certo dia encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse ao antigo morador, decide procurá-lo ­ e é assim que encontra Dominique (Maurice Bénichou). Ao ver que ele chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo. Então, a partir de pequenos gestos, ela passa a ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência. Contudo, ainda sente falta de um grande amor.

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2- The Fundamentals of caring

Um homem que sofreu grandes perdas em sua vida entra em um curso que muda suas perspectivas de vida.

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3- O Leitor

Na Alemanha pós-2ª Guerra Mundial o adolescente Michael Berg (David Kross) se envolve, por acaso, com Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher que tem o dobro de sua idade. Apesar das diferenças de classe, os dois se apaixonam e vivem uma bonita história de amor. Até que um dia Hanna desaparece misteriosamente. Oito anos se passam e Berg, então um interessado estudante de Direito, se surpreende ao reencontrar seu passado de adolescente quando acompanhava um polêmico julgamento por crimes de guerra cometidos pelos nazistas.

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4- Melhor é Impossível

Em Nova York um escritor grosseiro e sarcástico (Jack Nicholson) tem como alvos principais um artista gay (Greg Kinnear), seu vizinho, e uma garçonete (Helen Hunt) que o atende diariamente e se desdobra para cuidar do filho que tem asma crônica. O destino vai fazer com que eles fiquem muito mais próximos do que poderiam imaginar.

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5- Tempo de Despertar

Bronx, 1969. Malcolm Sayer (Robin Williams) é um neurologista que conseguiu emprego em um hospital psiquiátrico. Lá ele encontra vários pacientes que aparentemente estão catatônicos, mas Sayer sente que eles estão só “adormecidos” e que se forem medicados da maneira certa poderão ser despertados. Assim pesquisa bem o assunto e chega à conclusão de que a L-DOPA, uma nova droga que já estava sendo usada para pacientes com o Mal de Parkinson, deve ser o medicamento ideal para este casos. No entanto, ao levar o assunto para o diretor, ele autoriza que apenas um paciente seja submetido ao tratamento. Imediatamente Sayer escolhe Leonard Lowe (Robert De Niro), que há décadas estava “adormecido”. Gradualmente Lowe se recupera e isto encoraja Sayer em administrar L-DOPA nos outros pacientes, sob sua supervisão. Logo os pacientes mostram sinais de melhora e também mostram-se ansiosos em recuperar o tempo perdido. Mas, infelizmente, Lowe começa a apresentar estranhos e perigosos efeitos colaterais.

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6- Sete anos no Tibet

Heinrich Harrer (Brad Pitt), o mais famoso alpinista austríaco, tentou algo quase impossível: escalar o Nanga Parbat, o 9º pico mais alto do mundo. Egocêntrico e, visando somente a glória pessoal, Heinrich viajou para o outro lado do mundo deixando sua mulher grávida e um casamento em crise. Ele não conseguiu o feito, mas quando a Inglaterra declarou guerra à Alemanha ele foi considerado inimigo, por estar em domínio inglês. Feito prisioneiro de guerra, ele fugiu após várias tentativas junto com Peter Aufschnaiter (David Thewlis), outro alpinista, se tornando os únicos estrangeiros na sagrada cidade de Lhasa, Tibet. Lá a vida de Heinrich mudaria radicalmente, pois no tempo em que passou no Tibet se tornou um pessoa generosa além de se tornar confidente do Dalai Lama.
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7- Direito de Amar

George (Colin Firth) é um professor de inglês, que repentinamente perde seu companheiro de 16 anos. Sentindo-se perdido e sem conseguir levar adiante sua vida, ele resolve se matar. Para tanto passa a planejar cada passo do suicídio, mas neste processo alguns pequenos momentos lhe mostram que a vida ainda pode valer a pena.

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8- Um contratempo (Contratiempo)

Tudo está indo muito bem para Adrian Doria (Mario Casas). Seu negócio é um sucesso e lhe trouxe riqueza, sua bela esposa teve a criança perfeita, e sua amante está bem com o caso dos dois escondido. Tudo está ótimo até que Doria desperta num quarto de hotel, depois de ser atingido na cabeça, e encontra sua amante morta no banheiro, coberta com um monte de notas em euros. Pior, o quarto é trancado por dentro e não tem nenhuma maneira de entrar ou sair. Com tudo o que construiu desmoronando aos seus pés, Doria recorre a melhor advogada de defesa da Espanha, Virginia Goodman (Ana Wagener), e eles tentam descobrir o que realmente aconteceu na noite anterior.

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9- Moonlight: sob a luz do luar

Três momentos da vida de Chiron, um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying na infância, passando pela crise de identidade da adolescência e a tentação do universo do crime e das drogas, este é um poético estudo de personagem.

contioutra.com - 12 filmes para quem não tem medo de crescer emocionalmente (lista 2)

10- A Boa Mentira (The Good Lie)

Três homens sudaneses, Mamere (Arnold Oceng), Jeremiah (Ger Duany) e Paul (musician Emmanuel Jal), têm a oportunidade de sair do país e conseguir uma vida melhor nos Estados Unidos. Eles são acolhidos por uma assistente social, Carrie Davis (Reese Witherspoon), que pouco conhece sobre o duro passado de cada um. Ela é uma mulher solteira, bem resolvida e muito prática, o que parece estranhíssimo para eles. Aos poucos, tornam-se amigos e descobrem uma nova visão de mundo.

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11- O lenço amarelo (The Yellow Handkerchief)

Numa cidade em Louisiana, Martine (Kristen Stewart) viaja com Gordy (Eddie Redmayne), jovem que acabara de conhecer. Pelo caminho eles conhecem Brett (William Hurt), que recém saiu da prisão e está indo atrás de sua esposa. Os três embarcam numa viagem repleta de surpresas e descobertas sobre seus sentimentos.

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12- Paradise Road

Quando os japoneses invadiram Cingapura, em 1942, várias mulheres e crianças das mais diversas classes sociais foram levadas a um campo de concentração japonês. Entre elas estava Adrienne Pargiter (Glenn Close), formada pela Academia Real de Música, que decide organizar no local um coral, apesar da resistência do exército japonês.

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Seleção de filmes Josie Conti, sinopses via Adoro Cinema.

Cada dia é uma nova oportunidade para deixar de ser trouxa

Cada dia é uma nova oportunidade para deixar de ser trouxa

Temos que parar de correr atrás de quem mal se lembra de nossa existência; de ficar alimentando esperanças em relação a situações que não têm mais jeito; de confiar em quem já nos provou que não é confiável; de criar expectativas em relação a gente que não retorna um nada; de amar quem apenas nos usa.

Os dias nos trazem sempre novas chances, pensamentos renovados, tranquilidade retomada, para que possamos refletir sobre nossas vidas com mais clareza. O amanhã sempre será um momento em que poderemos repensar o que estamos fazendo, para que possamos mudar o rumo de nossas ações, para pararmos de colher decepções.

Infelizmente, é muito difícil mudarmos o rumo de nossos passos, uma vez que costumamos nos apegar às pessoas e às coisas, mesmo ao que faz mal, ou ao que nada provoca. E essa mania de manter junto o que já deveria ter sido descartado há tempos emperra mais e mais o nosso caminhar. Por mais que doa, é preciso que nos desprendamos dos pesos e dos vazios que nada têm a nos acrescentar.

Temos que parar de correr atrás de quem mal se lembra de nossa existência; de ficar alimentando esperanças em relação a situações que não têm mais jeito; de confiar em quem já nos provou que não é confiável; de criar expectativas em relação a gente que não retorna um nada; de amar quem apenas nos usa. Precisamos analisar as nossas atitudes, para tentar entender se as dores que sofremos vêm de nós mesmos ou do que tanto prezamos lá fora.

Romper com as pessoas que nos atrasam a vida e não repetir situações que nos fazem mal será complicado, mas vital. Complicado porque nossos sentimentos, muitas vezes, confundem-nos, colocando carinho junto ao que achávamos que a pessoa era e não é; colocando saudade de ocasiões que achávamos serem especiais e não são. Como dizem, não faz mal tropeçar, mas sim apegar-se à pedra.

A vida nos presenteia a cada amanhecer, oportunizando-nos novas chances, outras oportunidades, colocando-nos, à frente, recomeços que dependem apenas de nossa força de vontade e disposição. Mesmo assim, muitos de nós acordamos olhando para trás, tendo saudades do que já deveria estar enterrado, alimentando esperanças vãs de que o que não muda irá mudar. Se não olharmos lá na frente, o que teremos será sempre o ontem – e nem sempre o ontem deverá ficar.

Imagem de capa: AlexMaster/shutterstock

Gosto de gente que não sente medo de demonstrar afeto

Gosto de gente que não sente medo de demonstrar afeto

Na era dos relacionamentos descartáveis, quem não sente medo de demonstrar afeto, certamente ganha o meu respeito. Mais do que isso, ganha os meus inteiros. A minha intensidade está sempre disponível para essa gente que não faz rodeios, que não esconde ou disfarça a simples vontade de querer desfrutar das ternuras e presenças que posso proporcionar.

É bom demais poder contar com almas transbordantes. Com espíritos que, indo contra todas as regras ultrapassadas de uma geração que nega carinhos, compartilha e entra de cabeça em verdadeiros vínculos de honestidade e moradia. Porque encontrar gente sincera, não só aquece, como também desperta os nossos melhores lados. Para pessoas assim, livres e abertas para aproximações, não existem exageros. Todos os gestos são benditos e saudade alguma precisa de permissão.

E se você me perguntar, mas e quem não consegue agir dessa forma? Que tenha o seu próprio tempo para aprender. Ninguém é obrigado a sentir do mesmo jeito. Mas para quem não sente, um aviso, também não tenho o dever de permanecer. Com o tempo, você passa a absorver certas coisas da vida, e uma delas é a não instituir qualquer contrato emocional com quem se quer estar. Logo, se os afetos não são urgentes em reciprocidade e cumplicidade, saio de fininho ao lado daqueles interessados em viver o contrário. Talvez isso seja o princípio do amor próprio. Talvez possa significar que disposição e comodismo não combinam.

Não gosto de gente que não sabe pra onde vai. Que não se importa com quem dedica, divide e ensina tantas sensações e acolhimentos. Sou mais daquele grupo, daquele chamado de louco e trouxa por depositar mais do que consegue guardar. Faço parte dos que se jogam nos abraços, dos que se perdem nos beijos. Nem se eu pudesse, mudaria. Não mudaria porque gosto do sabor das relações descaradas e que não criam ausências.

A verdade, a única verdade, é que amo gente que não sente medo de demonstrar afeto. Já passei da fase de gostar, me apaixonar e seguir os dramáticos e tediosos roteiros sobre relacionamentos. Quem demonstra afeto, sinceramente, ganha o meu amor logo de cara. E olha, vou te contar, quanto vigor cabe neste amor.

Imagem de capa: Jurij Krupiak, Shutterstock

Do chão não passa!

Do chão não passa!

A partir do momento em que damos nossos primeiros passos, com aquelas perninhas inexperientes e incertas, aprendemos três valiosas lições:

• Tropeçar é inevitável!
• Cair faz parte!
• Do chão não passa!

E quer saber qual é o melhor indício de que você vem fazendo jus às experiências a que foi apresentado? Alguém vai dizer que você tem sorte. Outro alguém vai tentar te derrubar. Ou ainda, haverá muitos que dirão que você é um idealista, um visionário ou maluco.

Nesse momento você deve sorrir para si mesmo e entender que está no caminho certo! Você deve assumir seu posto de protagonista da sua aventura nesse planeta e focar naquilo que você sonha para você mesmo em seu futuro. Porque sonho sem foco, não passa de ilusão; e foco sem sonho, é apenas um alvo seco e sem brilho.

Destino é uma ideia criada por aqueles que ficam procurando desculpas para a falta de garra em fazer a vida dar certo.

“Não era pra ser!”; “O mundo é injusto!”; “Tenho certeza que foi olho gordo!” – essas são apenas algumas das frases prontas que a gente pode bradar por aí, como se fossem escudos para nos proteger de assumir riscos.

Sem assumir riscos, ficamos no lugar cômodo e conhecido onde não há sustos, apertos ou desafios. Nada disso. Mas também não há boas surpresas, frio na barriga, nem fogo na alma.

A essência da vida reside na quantidade de vezes que formos capazes de sambar na cara das evidências contrárias e lutar com toda a nossa energia por nossos objetivos e ideais.
Cada dia de nossas vidas é uma espécie de estreia, é o ponto de partida. E o ponto de partida define cinquenta por certo do resultado na chegada. O processo – a nossa postura ao desempenhar cada tarefa ao longo do dia -, é uma oportunidade diária de mostrar ao mundo ao que viemos.
Podemos encarar esses desafios cotidianos com a alma ressabiada dos pessimistas e economizar na ousadia; ou com o peito cheio do apetite dos otimistas e saborear o que vier. Haverá doçuras, azedumes, amarguras e delícias… tudo isso é o tempero da vida.

E não importa o tipo de ofício que tenhamos assumido ou abraçado. A mais simples das tarefas pode transformar o mundo ao redor, quando é feita com fibra, compromisso e paixão.

Aqueles que fazem de suas vidas uma missão, encontram o propósito de estarem vivos. E, por isso, vislumbram em cada etapa uma oportunidade para evoluir, em cada crise uma chance de trazer à tona uma pessoa mais forte e amadurecida. Porque aprender é o nosso destino e não há melhor escola do que a própria vida.

No fim das contas são os pessimistas que enxergam os problemas, mas só os otimistas são capazes de resolvê-los. Porque é preciso muita energia e persistência para não deixar que os revezes nos impeçam de vislumbrar uma vida plena.

E uma vida plena é coisa para aqueles que não têm medo de acreditar, ainda que não haja garantia de nada, ainda que nem tudo dependa de nós! É arregaçar as mangas e não se contentar apenas com o que é possível. É no impossível que reside o caminho para uma vida extraordinária!

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Coco antes de Chanel”

8 motivos para não falar mal da solidão

8 motivos para não falar mal da solidão

A solidão, às vezes, é encarada como um mal que precisa ser combatido. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, ela também tem um efeito benéfico, que nos auxilia a encarar muita coisa na vida e até ajuda a melhorar a qualidade dela em alguns aspectos.

Eis alguns motivos que justificam que ficar um tempo sozinho pode fazer bem para a sua alma:

  1. Ficar sozinho te dá tempo para pensar

A vida, às vezes, pode ser meio louca, tanto para o lado bom como para o ruim. Com a correria do dia a dia, é fácil se perder durante uma semana atribulada e fica difícil achar um tempo para si mesmo, para processar melhor as informações que recebemos. Ter um tempo a sós nos dá esse tempo que precisamos para refletir sobre coisas importantes e para organizamos nossos sentimentos sobre o que acontece ao nosso redor. Sem ele, podemos ficar sobrecarregados com todas as coisas que tentamos avaliar e isso pode levar a ainda mais ansiedade e estresse mental.

  1. Pode excitar sua criatividade

Não importa se você é um escritor, artista, técnico de informática ou músico. Esses momentos a sós trazem a motivação e a oportunidade para abrir a mente e explorar novas ideias e, em seguida, achar um bom uso para elas.

  1. Se conhecer melhor

Passar um tempo sozinho significa levar em conta seus pensamentos e sentimentos acima dos que qualquer outra pessoa. Pode parecer egoísta, mas não é. É necessário para que sua personalidade seja explorada com profundidade.

  1. Ajuda a te tornar mais independente

Quando você está sozinho, não precisa depender das opiniões, conselhos ou ajuda de mais ninguém. Ser independente significa também ter mais segurança em si. Sentindo-se mais seguro, será fácil até mesmo se abrir com outras pessoas quando for necessário.

  1. Te permite ver e ouvir mais

Não é incomum entabularmos uma conversa apenas para preencher algum silêncio que muitos acham constrangedor. No entanto, ao se resguardar é possível notar coisas que de outro modo não conseguiríamos. Ficamos aptos a apreciar as coisas pequenas da vida e estar sozinho ajuda a prestar mais atenção aos momentos que realmente valem a pena.

  1. Você pode fazer o que quiser fazer

Você não precisa se preocupar em agradar outras pessoas ao escolher um lugar para comer ou um filme para assistir, por exemplo. Ao invés disso, pode aproveitar seu tempo fazendo exatamente o que quiser fazer. Estar consigo mesmo pode também proporcionar ótimas aventuras.

  1. Você fica mais produtivo

É muito mais fácil terminar alguma coisa quando não há distrações – e isso inclui pessoas. Ter um tempo para si e depois verificar que você conseguiu tudo o que queria fazer em uma lista de afazeres (do trabalho ou do cotidiano) é extremamente recompensador.

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Mehendra_art/shutterstock
  1. Você aprende a apreciar as pessoas da sua vida

A solidão também nos ajuda a crescer. Tirar um tempo longe de outras pessoas na sua vida também pode te ajuda a descobrir o quão importante elas são para você. Esse tempo pode renovar relações e trazer de volta alegrias e memórias que te deixarão com mais vontade de vê-los novamente.

Redação CONTI outra. Inspiração: PopSugar

Imagem de capa: Mehendra_art/shutterstock

“Existem muitas emoções que as pessoas julgam ser amor, mas não são”

“Existem muitas emoções que as pessoas julgam ser amor, mas não são”

Quando eu era pequena, adorava ir fazer visitas com minha mãe. Havia sempre aquele momento (esperado!) em que os donos da casa ofereciam um café aos adultos e um bombonzinho às crianças.

Aquele breve momento de degustação valia todos os minutos de conversa entediante e horas preguiçosas. Estava ali o que me faltava, a doce recompensa por ser uma boa menina.

O tempo passou e, ainda muito nova, acreditava que amor era mais ou menos isso. Que um dia iria conhecer alguém e esse alguém seria a doce surpresa que chegaria para recompensar meu tempo de espera. O grande mimo para suprir toda minha tristeza adolescente e noites vazias rabiscando meu diário.

É claro que os primeiros namorinhos tiveram gosto de cafezinho com bombons na antessala dos meus sentimentos imaturos. Mas não duraram, e me deixaram com gosto de adoçante e papel metalizado na boca.

Me frustrava demais porque esperava muito deles. Esperava que surgissem somente para me agradar, somente para me animar, somente para me fazer feliz, somente para me salvar. E é claro que eu pensava ser capaz de fazer isso tudo por eles também.

Aos poucos fui amadurecendo e percebendo que não era assim. A sensação que eu sentia _ de ser resgatada no meio de uma conversa de adultos por alguns chocolatinhos _ era muito parecida com a sensação de conhecer meu primeiro namorado. Eu queria ser resgatada, e isso não é amor.

Descobri então que amor se confunde com muitas outras coisas, nem sempre verdadeiras, mas que enchem nosso peito de satisfação… e confusão.

“Existem muitas emoções que as pessoas julgam ser amor, mas não são”. Peguei a frase emprestada do doutor Théo, o psicanalista do seriado “Sessão de Terapia”. A frase me fisgou, assim como toda a verdade por trás dela.

Me fez lembrar uma outra frase, de Antoine de Saint- Exupéry, que diz: “O verdadeiro amor nada mais é que o desejo inevitável de ajudar o outro a ser quem realmente é.”

Porque há muita confusão por aí. Tem muito sentimento miúdo se confundindo com amor verdadeiro. Tem muita emoção pequena se passando por afeição sincera. Tem muito desejo de posse se misturando com bem querer pra valer.

Amor é quando você deseja o bem do outro mesmo sabendo que ele será mais feliz longe de você. É doloroso, eu sei, mas é real. E isso não vale somente para o amor romântico, e sim entre pais e filhos, irmãos, amigos.

Amor é querer que o outro seja ele mesmo em sua integridade, quando permito (e facilito) que o outro se aproxime de quem é de fato, independente do meu desejo de que ele se molde a mim.

É difícil amar de verdade. Amor assim, puro, sincero, pra valer, é muito raro.

Porque amamos dentro de nossas regras. Amamos quando o outro nos dá a mão e diz que vai ficar tudo bem. Agora, quando algo não sai conforme o script, o amor é substituído por medo. Medo de perder, medo de ser desnecessário, medo de ser preterido, medo de ficar sozinho. No fundo já nos sentimos desamparados, por isso tememos tanto.

Não tem essa de esperar que o outro venha preencher todos os espaços vazios ou colorir todas as telas em branco.

Amor não é para preencher lacunas.

Amor não vem para completar pessoas incompletas. Amor é sentimento para pessoas inteiras, para quem aprendeu a se amar e se respeitar.

Amor não é a hora do cafezinho no meio de uma reunião chata. Pois amor não resgata nem salva ninguém.

Amor é sal. Amor é tempero. Amor é colo e cheiro, sabor e calor. Vem para acrescentar, mas não é tábua de salvação. Vem para acalmar, mas não nos impede de transpirar. Vem para apascentar, nunca atormentar…

Por fim, um vídeo que assisti outro dia. Uma explicação belíssima da monja Jetsunma Tenzin Palmo, sobre a essência do amor. Sobre a diferença entre amor e apego. Vale a pena assistir:

Para comprar meu novo livro “Felicidade Distraída”, clique aqui.

Imagem de capa: Kitja Kitja/shutterstock

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