5 séries que você não imagina, mas são altamente psicológicas!

5 séries que você não imagina, mas são altamente psicológicas!

É muito comum que quando nos inclinamos para a psiquiatria, psicanálise ou psicologia busquemos programas específicos que nos tragam informações precisas sobre a área. No entanto, existem séries que não parecem, mas são bastante ricas do ponto de vista psicológico, quando assistidas sem preconceitos. Pensando nisso selecionei 5 séries que merecem nossa atenção especial. Porque nem tudo é tão obvio quanto parece ser.

1- Meu vestido ideal

contioutra.com - 5 séries que você não imagina, mas são altamente psicológicas!Aqui vemos o dia a dia de uma loja de vestidos de noiva. Entre dicas de moda, histórias de amor e discussões em família, o programa aponta desafios e dramas vividos pelas noivas e seus familiares na escolha do vestido perfeito. Essa série parece não fazer sentido algum para alguém que não pensa em se casar, mas assistida com um olhar psicológico é bastante atraente. Há muito em comum entre a forma como a noiva se relaciona com o seu vestido e com o noivo escolhido. Quando a noiva não encontra nenhum vestido que a agrade em loja alguma, e há noivas que experimentam centenas de vestidos, pode existir algo que a está incomodando não no vestido, mas em sua relação afetiva. Nesse ponto também podemos encontrar problemas específicos ligados à sua própria autoimagem. Há também na série a chance de analisarmos as interações parentais diante da decisão da noiva. Geralmente o que se desenrola ali é uma micro expressão do que acontece no mundo real.

2- O encantador de cães

contioutra.com - 5 séries que você não imagina, mas são altamente psicológicas!Essa é uma série apresentada pelo especialista em comportamento canino Cesar Millan. O programa se popularizou com o tempo e com ele o lema de Cesar: “Eu reabilito cães e treino pessoas“. Aqui, o adestrador trata de casos, quase sempre, de cães agressivos ou com alguma fobia. Pode ser que você não tenha cães ou se tem, que os seus animais sejam dóceis e obedientes, no entanto essa série é muito válida para aqueles que desejam entender mais sobre o comportamento, não canino, mas humano. Alguns animais têm características que o impulsionam, em alguns casos, de forma agressiva, para a liderança. O animal vê o dono como membro da matilha e, muitas vezes, assume uma posição de dominância com relação a ele. Assistindo à série é possível notar toda a dinâmica comportamental que existe dentro de um lar. Muitas vezes, o animal se expressa alimentado por medos, fobias e comportamentos do humano com o qual convive. O comportamento do cão pode ser o resultado da dinâmica familiar centrada quase sempre em questões psicológicas.

3- Cada coisa em seu lugar

contioutra.com - 5 séries que você não imagina, mas são altamente psicológicas!Essa série teve dez temporadas e parou de ser produzida em 2013, mas é bastante interessante do ponto de vista psicológico. Cada coisa em seu lugar, é um programa que, por meio de uma equipe de quatro pessoas, promove o restauro, a limpeza, e a organização de casas, além da venda de itens desnecessários das famílias participantes, quase sempre afundadas em meio a uma imensa bagunça. Durante o programa fica evidente que questões emocionais mal resolvidas levaram os moradores a uma situação de quase colapso. Muitos têm propensão para a acumulação outros tiveram questões emocionais negligenciadas por muitos anos. É comum que os apresentadores conversem com os moradores para orientá-los sobre seus medos, suas manias e ações. A questão da venda de itens desnecessários também remete a um tipo de terapia de desapego, no qual o morador vê seu acumulo revertido em dinheiro para a compra de móveis novos. Psicologicamente essa série é muito rica.

4- Esquadrão da moda

contioutra.com - 5 séries que você não imagina, mas são altamente psicológicas!Essa série, originalmente americana, apresentada por Stacy London e Clinton Kelly, teve dez temporadas e por lá terminou em 2013. Aqui no Brasil a série de mesmo nome está no ar desde 2009 no SBT e tem como apresentadores Isabella Fiorentino e o stylist Arlindo Grund. Resumidamente o programa recebe vídeos de pessoas cujos parentes estão interessados em vê-las com um novo visual. Muitas dessas pessoas se vestem de forma caricatural e bastante longe do convencional, o que incita a indicação ao programa. No entanto, o que parece uma série específica para quem gosta de moda é também um prato cheio para o estudo psicológico. Durante o programa é possível entender que o estilo criado pelo participante tem a ver com seus receios, inseguranças e fobias e que de certa forma o estilo adotado age, muitas vezes, como uma armadura de proteção para que a persona real não seja alcançada. A mudança de estilo é também uma mudança psicológica que implica no desnudamento não só do físico, mas também do emocional.

5- Quilo por quilo

contioutra.com - 5 séries que você não imagina, mas são altamente psicológicas!Quilo por Quilo é um programa no qual pessoas se voluntariam para receber treinamento físico do instrutor Chris Powell. Os participantes recebem orientação para realizarem uma mudança de vida e perder peso no período de um ano. Nesse programa não há competição para ver quem perde mais peso, o que é bastante estressante do ponto de vista emocional. O que acontece é uma orientação, com muito incentivo, para que o participante tenha um estilo de vida mais saudável. Assistindo a esse programa é possível notar quais foram as questões, quase sempre longe das causas meramente físicas, que levaram o participante a uma obesidade mórbida. Assistindo a essa série fica evidente que a empatia e o apoio emocional são determinantes para que as pessoas se reinventem e consigam caminhar, saudáveis, com seus próprios pés.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain.

Não quero um amor pela metade, quero um amor que mate a minha fome

Não quero um amor pela metade, quero um amor que mate a minha fome

Para de mentir! Não diz que vai ficar, porque, na primeira oportunidade, você vai embora e me deixará aqui. Não sussurra no meu ouvido que me ama, porque não estou preparado para mais uma desilusão. Acho que minha cota de sofrimentos acabou. Estou ficando cansado de me decepcionar e de pessoas que só me fazem sofrer. Sei que me jogo de cabeça, mas qual o problema? Qual a graça de ficar nadando no rasinho?

Não tenho problemas em não saber de tudo. Não preciso de um mapa que me conduza o tempo inteiro. Quero me arriscar a descobrir o que me aguarda do outro lado da ponte. Sei que posso me decepcionar e ficar com raiva pelo tempo perdido, mas prefiro isso a viver uma vida com medo de ser vivida. Então, se você não tem coragem para ficar, por favor, deixe-me sozinho. E não adianta me dizer que eu quero demais de você, porque eu queria você por inteiro e não fragmentos que não matam a minha fome.

Mas, sabe o que eu quero mesmo? Eu quero um amor que me faça sorrir, mas que não desligue o telefone quando sentir a primeira lágrima de um dilúvio de dor. Eu quero um amor que me faça feliz e que esteja bem perto de mim quando eu precisar de um abraço forte para me acalmar. Eu quero um amor que tenha colorido e que me faça sentir aquele friozinho no umbigo. Eu quero alguém que coma chocolate, sem vergonha de lamber os dedos depois.

Eu quero sentir aquele cafuné gostoso enquanto estiver deitado no seu colo. Eu quero um amor temperamental, daqueles que nos permitem fazer loucuras. Não quero alguém que pareça não se abalar com nada, que não sinta ciúmes, que esteja sempre sob controle. Eu quero alguém que possa se descontrolar, que faça com eu me sinta vivo e amado. Eu quero um amor que me faça vibrar com a vida.

Eu quero um amor que sempre possa contar comigo, mesmo quando as angústias pareçam insuportáveis e a alma fraqueje. Eu quero um amor que bagunce a minha vida, porque de nada adianta ter uma sala bem arrumada, sem alguém pra dividir o sofá. Eu quero um amor que tenha intimidade e confidência, para que possamos gargalhar das nossas vergonhas.

Acho que você não quer ter esse trabalho e eu quero me sujar, porque, no amor, não existe facilidade, tampouco tranquilidade o tempo inteiro. Por isso, estou construindo uma jangada, onde só cabe o essencial, para que eu possa navegar pelo oceano, à procura de alguém que, como eu, tenha só uma jangadinha, mas que carrega o essencial, e que esteja disposto a enfrentar as tormentas que o mar pode ter.

Não é que eu seja romântico, só não acredito nessa engenharia sentimental e nesses amores burocratizados, que ficam medindo os níveis de envolvimento. Também não quero nada demais, embora você ache isso. O que quero é alguém que esteja por inteiro comigo e que segure forte a minha mão. Você sempre esteve ausente e nunca teve coragem para me segurar, porque tinha medo de que, se eu caísse, levasse você junto. É isso, cansei do café descafeinado. O que eu quero agora? Ah! Um café forte e bem quente. Sabe como é. Se for para queimar a língua, que seja com algo que valha a pena.

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Diário de uma Paixão

A dor emocional é a que mais demora a sarar

A dor emocional é a que mais demora a sarar

A dor emocional é a que mais demora a sarar e é a ferida que ninguém vê. Todos nós temos alguma, ou mais que uma. Contudo, em vez de considerá-la como derrota ou símbolo de fraqueza, devemos aprender a reconhecê-la como parte de nossa essência.

Ao longo do nosso ciclo de vida, temos passado por triunfos e decepções.  Ninguém é imune ao sofrimento,  mas só alguns são capazes de transformar esse sofrimento em aprendizagem: em resiliência.

Mas você não é nem suas derrotas, nem suas perdas.  Você é a pessoa que conseguiu olhar cara a cara à adversidade para enfrentá-la e avançar. Contudo, isso é algo que demoramos em descobrir, porque a dor emocional sempre dói e sempre nos lembra “onde está a ferida”.

A dor emocional que ninguém vê e que todos escondem

Podemos dizer, sem equívoco, que nesta vida existem, geralmente, dois tipos de pessoas:

  • Aquelas que interiorizam sua dor emocional e a vão controlando-a dia a dia com valentia e superação pessoal. São personalidades que não se deixam vencer e que mantêm suas cicatrizes, sabendo que são parte de suas vivências e do que aprenderam.
  • Por outro lado, há aquelas outras  pessoas que fizeram de sua dor emocional a sua amargura pessoal. Se sentem tão feridas que provocam mal estar a quem se encontra à sua volta. Deixam de confiar em si mesmas e nos outros e encaram o dia a dia com negativismo.

Costuma-se dizer que quem não sofreu, não sabe o que é a vida. Contudo, não vale a pena cair nesses extremos. Todos nós vivemos a existência que nos toca e devemos aceitar aquilo que o destino nos traz.

A dor emocional é sempre essa ferida interna que, se não for gerida de forma adequada, pode se traduzir, por sua vez, em doenças. É o que chamamos “somatizar”, ou seja,  quando um problema emocional nos supera, todo o nosso organismo sofre as consequências  até ao ponto de sofrer várias doenças.

contioutra.com - A dor emocional é a que mais demora a sarar

Estas são as mais comuns:

  • Enxaquecas
  • Cefaleias
  • Problemas musculoesqueléticos
  • Dor de estômago
  • Problemas digestivos
  • Insônia
  • Ansiedade
  • Tonturas
  • Náuseas

Todos nós, de alguma forma, já vivemos esses momentos difíceis em que o sofrimento passa do pensamento e do mundo emocional para o nosso frágil corpo.

É inevitável que assim seja, mas isso  não significa que devemos nos render a esse mal estar emocional.  A vida segue seu curso e nós merecemos continuar respirando, continuar com a ilusão da esperança. Explicaremos como você pode conseguir isso.

 

Como gerir a dor emocional no dia a dia 

Você tem o direito a chorar de sentir raiva

Você é uma pessoa e, como tal, necessita canalizar suas emoções.  Jamais siga o conselho daqueles que lhe  dizem: não chore, olhe para frente e esqueça tudo, faça como se nada tivesse acontecido…

  • Desde quando temos de virar a cara aos que nos fazem mal? Nunca. Se deve olhar o inimigo cara a cara, compreendê-lo e saber por que prejudicou você. Para fechar uma etapa necessitamos “entender, compreender” e não fugir.
  • Chorar é algo necessário, higiênico e saudável. Assim como sentir raiva e irritação. Tudo isso recebe o nome de  desabafo emocional e, como tal, deve ser vivido durante um curto período de tempo.
  • Quem não desabafa não “descarrega” e isso, a longo prazo, traz consequências.

    Você tem o direito de se priorizar

    Você não só tem o direito de se priorizar, como também é sua obrigação se permitir aquilo que quer e necessita.

    • Necessita de tempo? Dê umas semanas para si mesma.
    • Necessita se sentir útil? Tome suas próprias decisões e defina novos objetivos que a motivem.
    • Necessita de ser feliz? É possível que existam coisas no seu dia a dia que você deva deixar para trás. É o momento de refletir e tomar decisões.

    Acabou de “se encontrar consigo mesma”. Agora você deve “se reinventar”

    Passamos grande parte de nossas vidas procurando “encontrar a nós mesmas”. Agora que você já teve algumas experiências, que já fez suas aprendizagens e que já viveu a dor emocional de várias maneiras, é o momento de se “reinventar”.

    • Você sabe como é. Agora se pergunte que tipo de pessoa você gostaria de ser: Alguém mais forte? Mais seguro? Alguém capaz de alcançar seus sonhos?
    • Para nos reinventar, necessitamos alimentar novas esperanças e ilusões. Nunca é tarde para fazer mudanças, para pegar de novo esse trem que um dia deixamos passar.
    • Se rodeie de pessoas que favoreçam o seu crescimento pessoal, que a ajudam e que não levantam obstáculos à sua identidade ou autoestima.

    A dor emocional se supera com novas ilusões, com novos alentos e esperanças. São feridas internas que cicatrizarão pouco a pouco e que a cada dia doem um pouco menos.

    O desabafo emocional deve ser pontual e não ir além de duas semanas. Se passarmos todo o mês chorando e nos deixarmos levar pelas emoções negativas, corremos o risco de cair em uma depressão. Essa seria uma hora de pensar em procurar ajuda.

Fonte indicada: Melhor com saúde

Imagem de capa: pecaphoto77/shutterstock

Gosto dos amigos que respeitam o tempo, o silêncio e o espaço

Gosto dos amigos que respeitam o tempo, o silêncio e o espaço

Meus melhores amigos podem ser contados nos dedos de uma mão. São poucos, mas são grandes, com sentimentos sinceros e sem duplos sentidos. É uma amizade cúmplice, altruísta, que não sabe de chantagens, que se oferece com liberdade para incentivar, para fazer minha vida mais completa…

E você, quantos amigos tem?

Há quem se orgulhe de ter uma enorme quantidade de amigos, nomes que coleciona nas redes sociais, pessoas que mal conhece e que, no entanto, são aquelas que sempre lhe oferecem uma “curtida” em cada uma de suas publicações.

Os bons amigos não são só nomes e fotografias nas agendas de nossos celulares. São pessoas que atenden nossas palavras e sabem interpretar nossos gestos.

São vidas que se encaixam em nossos cantos vazios, vozes que enchem nossos espaços nos maus e bons momentos, são risadas que relativizam os problemas e pessoas com as quais construímos nossos dias.

Entretanto… como poderíamos definir os bons amigos? Não pense em favores. A amizade não deve se basear somente em “Um dia você me dá, no outro eu te dou”. Às vezes, além do apoio, da diversão ou da ajuda mútua, uma boa amizade, uma GRANDE amizade, baseia-se também no silêncio, no espaço e no tempo.

Vamos refletir sobre isso.

A linguagem dos silêncios

Certamente isso já aconteceu com você alguma vez. Estar em uma reunião com outras pessoas e sentir um verdadeiro incômodo quando surge um silêncio no grupo.

É aí então que fazemos aqueles comentários vazios e ocos com os quais aliviamos o vazio das palavras, que os rostos são examinados sem saber muito bem o que fazer.

É algo que não acontece somente com desconhecidos. Há vezes em que sentimos esse mesmo incômodo com alguns familiares ou com companheiros de trabalho.

É como se o silêncio abrisse as portas para estes pensamentos calados que nos causam medo… “Será que a pessoa está me julgando?” , “O que será que ela está pensando sobre mim?”

Isso não acontece com os bons amigos. Poderíamos dizer também, e como uma reflexão, que as pessoas praticam muito pouco o valor do silêncio.

Lá onde as almas repousam tranquilas, onde a cumplicidade adquire seu autêntico sentido. Somos pessoas que não precisam das palavras para estarmos unidas, para nos sentirmos bem. Os silêncios são cômodos com as pessoas de quem gostamos porque nos permitimos ser nós mesmos, com toda nossa autenticidade, sem sermos julgados.

O silêncio une corações e relaxa nossas mentes.

 

A inexistência do tempo…

“Mas o que está acontecendo com a sua vida…? Parece que você se esqueceu de todo mundo, você sempre está na sua e não se lembra dos demais! Você sumiu!”

Pode ser que alguma das suas amizades seja desse jeito. Você deixou passar um dia de “incomunicação” sem nenhuma razão, simplesmente porque queria ou porque você não se vê obrigado a ter que estar em contato constantemente. E pouco a pouco aparecem as reclamações.

É assim, tem gente que não entende esse tipo de coisa. Há quem pense que a amizade é um noticiário que temos que “atualizar diariamente”, onde temos que comunicar cada coisa que fazemos e pensamos.

No momento em que aparece a pressão da obrigatoriedade, nos sentimos um pouco assediados. Porque quem não respeita um tempo de privacidade e, inclusive, de desconexão, não entende o autêntico valor da amizade.

Há pessoas que, seja por razões pessoais ou de trabalho, ficam distantes durante meses ou até mesmo anos, no entanto, ao se reunirem novamente, a mágica da cumplicidade que tanto aquece nossos corações continua existindo. É como se o tempo não tivesse passado, porque o sentimento continua o mesmo.

Isso já lhe aconteceu alguma vez?

Espaços próprios, espaços comuns

Poderíamos dizer que o problema básico é que muita gente não controla de modo adequado a solidão, suas emoções, nem respeita os espaços pessoais.

Todos nós temos ou tivemos aquelas amizades que precisam estar em contanto constante para compartilhar um pensamento, um medo, uma ansiedade… E, de fato, nós costumávamos dar tudo o que tínhamos para atendê-las.

Pouco a pouco fomos compreendendo que essa pessoa disponia de uma escassa habilidade para controlar seus próprios problemas, até o ponto de projetar nos demais seus medos e sua negatividade.

E, sem dúvidas, damos tudo por eles, mas com um limite: que respeitem nossos espaços pessoais, nossa identidade e nosso equilíbrio emocional.

Apesar de tudo, as pessoas não têm motivos para viver com as pedras que os outros encontram em seu próprio caminho, porque fazer isso, unir tais problemas aos nossos, fará com que seja muito complicado avançar.

As verdadeiras amizades não devem oferecer cargas nem serem tóxicas. Devem harmonizar nossa vida como companheiros de viagem, como confidentes que sabem respeitar espaços, tempos e silêncios. Os bons amigos sempre vivem do lado mais autêntico do nosso coração.

Texto original em espanhol de Valeria Sabater.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

A gente nunca sabe quando a vida está prestes a mudar para sempre

A gente nunca sabe quando a vida está prestes a mudar para sempre

A gente nunca sabe quando a vida está prestes a mudar para sempre. Você acorda num dia comum sem saber que logo ali na frente algo muito grande está para acontecer, ou toma uma decisão, que parece ser só mais uma entre tantas, e essa atitude altera o curso de sua história de forma definitiva.

A gente nunca sabe se o dia que amanheceu sorrindo irá terminar chovendo em lágrimas, ou se a semana que começou nublada irá desembocar numa sexta ensolarada.

A vida não nos oferece garantias, certezas ou segurança de forma alguma, e é justamente essa possibilidade de surpresas que a torna tão especial.

Outro dia li uma frase de Caio Augusto Leite que dizia: “Os dias mais felizes são aqueles com menos planos na agenda”. E percebi que a felicidade gosta de surpreender; está à espreita de brechas para se revelar; está escondida nos cantinhos dos dias mais acidentais, nas entrelinhas da rotina, no poente das horas preguiçosas.

A felicidade não avisa que vai chegar nem anuncia que aquele momento presente é o momento que jamais iremos esquecer. Poucas vezes temos a consciência de estarmos vivendo um momento carregado de eternidade. Essa noção virá só lá na frente, quando o momento for revisitado em noites carregadas de nostalgia e poesia.

E me vem à lembrança uma festa memorável nos meus tempos de faculdade. Cursando odontologia, nosso dia de clínica foi cancelado devido a um defeito no compressor. Naquela tarde, tivemos uma das melhores festas que nossa turma já viu, a eterna “Festa do Compressor”. Sentados em bancos improvisados no quintal da República Pé de Chinelo, comemoramos à vida e brindamos ao compressor quebrado. Sem planos, sem regras ou restrições, demos oportunidade para a felicidade se cumprir enquanto a festa rolava. A gente não sabia, mas a vida estava prestes a mudar para sempre. E enquanto fotografávamos uns aos outros com nossas câmeras (com filme embutido) e prometíamos nunca mais nos afastar, a eternidade selava nosso encontro. Hoje, cada um daqueles que se reuniram ali, naquela tarde, enfrenta ou enfrentou suas próprias batalhas. Mas saber que aquela festa existiu é entender que uma parte de nós sempre estará lá, naquele quintal, num dia tão especial.

Felicidade é pra gente distraída, privilégio dos que viajam sem culpa e sem compromissos na agenda. É contrato com a simplicidade, com o desarranjo de coisas supérfluas e mãos dadas com uma tarde amena de primavera, bilhetes escritos à mão, cadeiras na calçada e cheiro de bolo quentinho.

A gente nunca sabe quando a vida está prestes a mudar para sempre. Nem sempre conseguimos nos despedir de quem amamos, das ruas onde brincamos, dos sabores que experimentamos. Nem sempre temos a consciência de que aquela será a última vez, e podemos não dar a devida reverência ao que merece ser reverenciado.

É preciso deixar os medos morrerem baixinho, a culpa se extinguir devagarinho e a mágoa se dissipar de mansinho. Só assim estaremos prontos para que a felicidade nos alcance e nos surpreenda. Só assim estaremos prontos para aceitar que a vida mude para sempre e nos leve a construir uma nova história, repleta de sopros de alegria, vapores de eternidade e impermanência do tempo…

Para adquirir o livro “A Soma de Todos os Afetos”, de Fabíola Simões, clique aqui: “Livro A Soma de todos os Afetos”

 

Procuro uma companhia que me procure.

Procuro uma companhia que me procure.

Às vezes, diante de tanta possibilidade do que assistir, eu não sei por onde começar. Se vejo um dos milhares de filmes disponíveis, a tal série comentada. Ainda, falta-me tempo e olhos para acompanhar todas as novas produções e revisar as antigas. Por isso, eu procuro uma companhia que saiba contar histórias. Não quero Shakespeare, nem Machado de Assis, preciso de alguém que não se importe com escolas literárias, apenas, somente, conte o que lhe aconteceu, o que poderia ter acontecido, em troca prometo ser um assíduo espectador.

Procuro uma companhia que saiba sentir a vida. Que veja as coisas mais supérfluas, o mais fútil do ambiente e aponte. Eu preciso de ajuda para reconhecer novas bobagens. Tenho tédio das bobagens repetitivas que invento, ter outra mão para guiar minha cabeça pelo mundo dos bobos. Disso, nós retiraremos as mais profundas revelações brincando. Sentir a vida, segundo meus pensamentos, é voltar a brincar quando as outras crianças cresceram.

Procuro uma companhia que tenha problemas. Que saiba admitir não estar bem e peça um pouco do meu silêncio, me chame para ajudá-la nessas tarefas emperradas do dia. Eu irei, mesmo sem saber tanto, sendo especialista de nada, estarei lá. Vivendo o problema como se fosse meu, ao ver a solução, eu terei um prêmio mais bonito que as medalhas olímpicas; participar da vitória de alguém.

Procuro uma companhia que me deixe estar apaixonado. Não enxergue meu sentimento como se fosse uma doença, não é um convite a cadeia, a uma prisão eterna enquanto dura. Eu fujo desse massacre. Apenas paixão, vontade de ver, de ouvir, de receber respostas e perguntas. Tenho em mente que ninguém é minha propriedade, pois o que eu procuro é uma companhia. Que saiba, também, treinar beijos e toques. É difícil algum sair pronto. E se sair, que permaneça o treinamento, por que parar o que estar evoluindo?

E tenha erros gramaticais, falsos fatos históricos, desconhecimentos necessários. Inteligência não reside nos dados, mas na capacidade de saber que pouco sabe. Não me encantam os doutorados, embora eu os aplauda, prefiro a dissertação sem referências da ABNT, dita com a boca suja de coisas de uma lanchonete.

Procuro uma companhia disposta a fazer feliz a si mesma. Não tenho a pretensão de ser  luz de uma vida. Que tenha amigos, amigas, que saiba passear e conhecer novas pessoas. E ao voltar, no reencontro, olhe para mim como um papel em branco e escreva suas inéditas histórias.

Não tenho ânimo para caçar. Andar por aí, com as armas da conquista carregadas, mirando belos alvos na noite. Já tentei e minha pontaria é péssima. Aceitei minha habilidade de não ser caçador feroz atrás de presas. Ao invés de uma caça cheia de estratégias de guerra, eu prefiro uma coincidência de buscas para que haja encontro.

Porque, no fim, só vale a pena procurar uma companhia que me procure.

Imagem de capa: boonchoke/shutterstock

Olhando para trás, identificaremos os anjos e os demônios na construção da nossa identidade.

Olhando para trás, identificaremos os anjos e os demônios na construção da nossa identidade.

Ninguém nasce pronto, vamos nos construindo a cada dia, enquanto tivermos fôlego de vida.

Vale lembrar que, determinadas construções são, por demais, trabalhosas e cansativas, o que não é diferente em se tratando da construção da nossa identidade.

Nunca saberemos ao certo, o resultado final desse “projeto arquitetônico”, pois, uma parte considerável dessa obra dependerá dos “materiais” que iremos encontrar pela nossa caminhada. Esses materiais são, em parte, as nossas vivências e as pessoas com as quais teremos algum grau de convivência que seja significativo ao ponto de deixar em nós as suas digitais, podendo alavancar o nosso desenvolvimento ou aniquilar o nosso potencial criativo.

Não resta dúvida de que existem muitas águias vivendo como galinha simplesmente porque um dia tiveram o azar de ter tido algum contato com alguém que podou as suas asas.

Isso é mais sério do que possamos imaginar, e preocupante também. Existem multidões de pessoas vivendo infinitamente aquém das suas capacidades porque, em algum momento de suas vidas, elas foram convencidas de que não teriam capacidade de ir além do ponto que chegaram.

São as vítimas fatais das crenças limitadoras, verdadeiros reféns de seres destruidores de sonhos. Vale lembrar que, os destruidores de sonhos estão em todos os lugares, eles trabalham diuturnamente para isso, o que não significa que eles logram êxito em todas as suas investidas.

Esses seres sombrios logram êxito quando proferem suas malditas profecias em ouvidos que, por serem ou estarem vulneráveis, acabam acatando como verdade indiscutível aquilo que ouvem.

Uma vez que alguém ouve uma afirmação negativa e limitadora a seu respeito e não a questiona ou não a rejeita, ela será instalada em sua alma e, provavelmente será cristalizada, tornando-se praticamente uma sentença de morte, exatamente isso: morte do crescimento dela como pessoa.

Entretanto, quando um assassino de sonho lança a sua peçonha em ouvidos críticos, a história é bem diferente, havendo inclusive a possibilidade de o ouvinte sentir-se desafiado e ir além do que imaginava, causando uma enorme frustração naquele que desejava matar os seus sonhos.

Há ainda, um grupo de pessoas que tiveram a infelicidade de ter tido alguma ligação com os castradores de sonhos e que ficaram reféns de suas profecias por um tempo determinado, porém, por alguma razão, inquietaram-se e tempos depois, cortaram os cadeados das suas almas. Elas despertaram e decidiram resgatar aquilo que lhe roubaram.

Isso mesmo, elas ficaram por um tempo adormecidas acreditando não serem capazes de construir seus sonhos, aliás, já tinham até desistido de sonhar. Ao se darem conta da capacidade e do valor que possuem, elas despertaram e posicionaram-se diante da vida trazendo à tona todo o potencial que estava adormecido.

Em contrapartida, em nosso processo de construção como sujeitos, encontramos pelo caminho aquelas pessoas que semeiam sonhos em nossa alma, que delícia… que gratidão. São os nossos coadjuvantes na construção do que temos de melhor como pessoas, não importa a duração do tempo que estiveram conosco, elas deixaram em nós um lembrete de que somos capazes, de que somos merecedores do melhor, de que a dor sempre passa e de que o fato de errarmos não nos tornam incapazes.

São verdadeiros anjos que nos sinalizam que podemos sempre recomeçar, quantas vezes forem necessárias. Existem muitos desses anjos espalhados pela terra, são os verdadeiros porta-vozes de Deus.

Ah, essa corrente do bem não pode ser interrompida, então, cabe-nos reproduzir, de forma multiplicada, aquilo que recebemos dos anjos que cruzaram a nossa caminhada. Sejamos, então, multiplicadores de profecias do bem.

A cada pessoa que nos apresentar uma frase de desânimo, que sejamos capazes de animá-la, se for o caso, usando a nossa própria história de vida e que sejamos sempre bocas que profetizam curas e sonhos na vida daqueles que passarem por nossas vidas. Combinado?

Imagem de capa: Dean Drobot/shutterstock

Quem realmente se ama não se sujeita a qualquer companhia

Quem realmente se ama não se sujeita a qualquer companhia

Com uma frequência maior do que gostaríamos, vemos amigos, conhecidos ou familiares presos em relacionamentos degradantes, nos quais se sentem infelizes, desvalorizados e, mesmo assim, permanecem ali, junto à dor. É como se estivessem viciados em se punirem, porque manter uma vida a dois nesses termos equivale a sofrer castigos diários.

Nenhuma relação é serena o tempo todo, livre de algumas desavenças, pois é assim que os parceiros se reajustam, fortalecendo o que traz ganhos e se libertando do que emperra. Se nunca, nenhuma vez que seja, houver algo a se discutir, é sinal de os parceiros deixaram de prestar atenção um no outro. É sinal de que tudo esfriou, espaçando-os a uma distância confortável, na qual não necessitam enfrentar o que está engolido – uma ou outra hora, a indigestão chega.

No entanto, o extremo oposto também não pode ser tido como normal, uma vez que ninguém, em sã consciência, é capaz de viver e de sobreviver com mínima saúde mental, caso passe os dias brigando com o parceiro ou clamando para que sua presença seja notada. Ninguém merece estar acompanhado e, ainda assim, sentir solidão. Ninguém merece conviver com quem só critica, só reclama, só cobra, sem nada ofertar em troca. Porque todos merecemos amor de verdade.

Por isso, antes de nos lançarmos a um relacionamento, é necessário que tenhamos bem claro, dentro de nós, tudo aquilo que aceitamos e não aceitaremos nunca; tudo o que merecemos e o que ninguém mereceria; caso contrário, poderemos trazer, para junto de nós, o que nem deveria passar por perto de nossas vidas. Temos que saber exatamente o tanto que somos e temos e podemos oferecer, para que não nos conformemos com retornos ínfimos, incompletos, menosprezíveis.

A gente tem que se bastar, completando-nos, amando tudo o que existe aqui dentro. Somente assim seremos capazes de nos relacionar sem pendências, sem que procuremos no outro o que nos falta. Caso deixemos alguns vazios em nossa essência, poderemos tentar preenchê-los com o pior que o outro tem a oferecer, porque então nos sujeitaremos às migalhas alheias. Seja inteiro, seja amor-próprio, para que não aceite menos do que a verdade completa.

Imagem de capa: Yuliya Yafimik/shutterstock

Eu não quero e nem aceito um amor mais ou menos

Eu não quero e nem aceito um amor mais ou menos

Para algumas pessoas o fato de estar solteiro (a) é um grande problema. Ainda não entendo a lógica da nossa sociedade que entende que ter alguém é necessariamente sinônimo de felicidade.

Nessa minha vida de solteiro (a) já escutei tantas coisas e percebi que o desespero das pessoas para que eu tivesse alguém em minha vida era tão grande que tentavam me “empurrar” qualquer coisa e esperavam que eu aceitasse.

Quantas vezes não passaram o meu telefone para alguém que eu mal conhecia, tentaram marcar encontro com casais e no final sobrava eu e esse alguém, também solteiro (a). Não tinha assunto, não tinha nada. Apenas a vontade de sair correndo e ir embora daquela cilada. As pessoas achavam que estavam te ajudando, mas a verdade é que eu nunca pedi ajuda.

Você diz que está bem e feliz assim e elas entendem isso como desculpas. Medo de se envolver ou qualquer coisa do tipo. Não aceitam que alguém pode sim estar feliz sem necessariamente estar com alguém. É por isso que essa gente irá cansar de passar o meu telefone, de tentar marcar encontro e de dizer que eu estou escolhendo demais. Quem nunca ouviu um “você vai acabar ficando sozinha (o) desse jeito?” Eu apenas gostaria de entender o que leva alguém a pensar que desespero é sinônimo de amor. Que aquela ânsia em ter alguém irá fazer com que eu encontre alguém para partilhar a minha vida.

Eu não estou escolhendo, porque escolher implica em ter opções e ultimamente eu não tenho tido interesse algum em conhecer alguém. Já tive confesso. Mas a gente cansa de conhecer pessoas superficiais, que pensam na academia, no corpo malhado, prometem mil coisas, mas não conseguem assumir um compromisso. Não conseguem honrar as suas palavras e apenas nos mostram que não vale a pena se envolver.

Corações de pedra – como dizem por ai – também se apaixonam e talvez estejam calejados de tanto acreditar e tentar novamente. O fato de estar bem sozinho (a) não implica que não quero ter ninguém, mas que simplesmente não quero e não aceito um amor mais ou menos. Não quero viver qualquer história por medo de “ficar sozinho”. Amor é compromisso, amor é algo leve, nobre e bonito e eu não aceito qualquer coisa.

Deus me livre viver de migalhas, sofrer com a indiferença de quem está ao meu lado apenas fisicamente. Não quero isso para a minha vida, um amor mais ou menos que não sabe se você é de fato o amor da sua vida, alguém que ignora as suas falas de saudade e que sempre demonstra não estar tão interessado (a). Não quero um relacionamento redes sociais que posta fotos com textão, mas que pessoalmente dispensa o toque físico, os beijos e abraços. Amor sem respeito, sem cuidado, amor sem carinho sem compromisso. Não quero não, obrigada.

Imagem de capa: Joana Lopes/shutterstock

A vida une os corações certos na hora certa.

A vida une os corações certos na hora certa.

“Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas para um dia darem certo.” (Caio Fernando Abreu)

Existem pessoas que nasceram uma para a outra. Existem pessoas que se destinam e que se afinam, complementam-se e se completam, entregam-se e se transbordam. O amor sempre vem, às vezes na hora errada, mas então não morre, apenas se guarda e espera o momento certo de se instalar para sempre em vidas que não mais se separam.

Nós nos enganamos com muitas coisas, até quanto ao que é ou não amor de verdade e, por essa razão, acabamos, muitas vezes, expulsando de nossas vidas o que jamais deveríamos. Por egoísmo, por não abrir concessões, por medo, sabe-se lá, por ainda nos prendermos a uma visão idealizada de um relacionamento a dois.

Não existe felicidade que não seja intermitente, ninguém é feliz vinte e quatro horas por dia. Da mesma forma, não existe relacionamento tranquilo o tempo todo, todo dia, o dia todo. Precisamos nos ajustar ao outro, que vem de outras histórias, aparando as arestas e solidificando o que agrega e soma. Sem que haja discordâncias, ninguém consegue se acertar com o outro.

Fato é que, enquanto não estivermos abertos para o preenchimento amoroso, não conseguiremos ser inteiros e nos doar na medida exata das necessidades que o amor requer. Enquanto carregarmos inseguranças, medos e incertezas, não haverá terreno sólido que sustente a inteireza de que se constitui o sentimento amoroso.

Por isso é que muitos parceiros acabam se desencontrando, ainda que se amem, porque não estão prontos para se lançar à imensidão afetiva do encontro amoroso, em sua magnitude. O amor não aceita menos do que tudo, do que inteireza, integralidade, inteireza e verdade plena. Terrenos inseguros e incompletos não são suficientes para que se superem as tempestades que devem ser enfrentadas juntas, de mãos dadas.

No entanto, ainda que se separem e se distanciem por um tempo, até que amadureçam e estejam prontas e preparadas para vivenciar sem medo tudo o que o amor irradia, nada poderá separar por muito tempo duas pessoas que se amam verdadeiramente. A vida sempre haverá de unir os corações certos na hora certa. Para muitos casais, o para sempre existe de verdade.

Imagem de capa: goodluz/shutterstock

A dor silenciosa dos enteados quando o pai ou a mãe se separa.

A dor silenciosa dos enteados quando o pai ou a mãe se separa.

Hoje me veio à cabeça esse tema, me peguei pensando sobre as possíveis feridas emocionais dos enteados que, mediante a separação dos pais/mães das madrastas/padrastos vivenciam um verdadeiro luto, considerando que, no geral, a ruptura é de caráter permanente.

Obviamente, é de conhecimento de todos a fama negativa associada aos padrastos e madrastas, como é óbvio, também, que todos sabem da existência de pessoas que exercem com excelência esses papéis. E é sobre esses últimos que me refiro.

Não raro, muitas crianças e adolescentes são oriundos de um contexto de rejeição ou ausência paterna/materna, então, acontece de receberem, por meio da união de um dos genitores, a figura do pai ou mãe. Considerando que o vínculo afetivo é construído na convivência e que é facilitado quando os adultos estão predispostos e interessados nessa construção, é indiscutível que esse afeto seja real e significativo na vida de muitas pessoas que, embora não possuam vínculo genético, percebem um ao outro como pai/mãe/filho.

E que ocorre quando uma união se desfaz? É fato que o sofrimento se instala na vida de todos os envolvidos. O casal sofre, e muito, por mais que ambos tenham optado pela separação e por mais que o amor tenha morrido ou esteja soterrado sob os escombros da mágoa e do ressentimento. Esse sofrimento poderá durar uma semana, um mês, um ano ou uma década. Mas eles acabam se refazendo e se reestruturando, enfim, a vida segue.

Quanto aos filhos biológicos do casal, eles sofrem muito também, afinal terão que passar por uma readaptação no que se refere à rotina de convivência familiar, porém, eles continuarão tendo contato com os pais, e se isso não acontecer será por irresponsabilidade, negligência ou insensibilidade dos adultos que, não compreendem que a paternidade/maternidade não é uma condição que pode ser anulada no cartório juntamente com o casamento.

E como ficam os enteados no contexto de separação? Ficam como cartas fora do baralho, lamentavelmente. A eles, restam, simplesmente engolir o choro e mascarar a dor da ausência de quem exercia o papel de pai ou mãe. Mascarar, sim, considerando que, talvez, dependendo do contexto, eles nem terão a liberdade de chorar essa perda. Quando o padrasto ou madrasta arruma as malas e sai de casa, no geral, eles não farão questão de voltar para ver o “ex” enteado, sem contar que, ainda que tivessem tal interesse, talvez encontrassem a barreira imposta pelo(a) ex, pai ou mãe da criança ou adolescente. Então, ali estará uma criança ou adolescente que, não raro, já veio de uma rejeição por parte de um dos pais biológicos que deixou sequela, tendo que enfrentar, outra vez, um abandono.

Sem visita nos feriados, sem passar as férias juntos, nada disso. Sem falar que tem toda uma rede relacional da família do padrasto/madrasta que ela terá que dizer adeus: primos, avós, tios e etc. Seguramente, trata-se de um luto. Infelizmente, a imaturidade e o egoísmo daqueles que construíram um vínculo matrimonial e inseriram essas crianças nele, não permitirão que eles levem em consideração a dor e as sequelas nas vidas daqueles que não tiveram opção de escolha. E as consequências desse descaso poderão resultar, dentre outros malefícios emocionais, em adultos desconfiados e com muitas dificuldades para estabelecerem vínculos, pois terão como norteadores, as experiências traumáticas, nas quais aprenderam que o amor é algo que pode surgir e desaparecer sem aviso prévio, sendo assim, é melhor não confiar nele.

Imagem de capa: Yuriy Golub/shutterstock

Só deixe entrar na sua vida quem tiver sido convidado

Só deixe entrar na sua vida quem tiver sido convidado

Não deixe qualquer um ultrapassar os limites de sua dignidade, nem permita que tudo aquilo que você possui de melhor e mais bonito seja mal usado por quem não reconhece o seu valor como pessoa, como ser humano, como alguém que não merece receber menos do que oferece.

Nossa vida é nosso maior presente, nossa mais perfeita dádiva, por isso deveremos sempre tentar torná-la recheada de momentos memoráveis com gente do bem. Atravessaremos desertos áridos, escuridões desesperançosas, porém, tudo de bom e de verdadeiro que levarmos conosco nos ajudará a voltar ao prosseguimento de nossos passos rumo à realização de nossas metas e planos de vida.

Nos momentos de calmaria e de mansidão é que necessitaremos nos cercar de pessoas verdadeiras, valorizando os momentos especiais, as conquistas que já são nossas, os amores que já possuímos lá fora e dentro de nós, firmando as certezas amorosas em nossos corações, fortalecendo-nos para as tempestades que virão. A qualidade daquilo que mantivermos junto à nossa essência determinará a força que teremos frente a cada tombo vida afora.

Daí a necessidade de cuidarmos bem de nossos jardins, escolhendo com sabedoria e tenacidade cada semente a ser plantada, regada e colhida com amor e consciência, na medida do possível, uma vez que nem sempre poderemos raciocinar com clareza. Porém, quando percebemos que vários dissabores podem ser evitados, à medida que nos afastamos de gente ruim e de ambientes pesados, somos capazes de acolher quem realmente merece e de fechar as portas a tudo e a todos que nada de bom têm em si.

Não deixe qualquer um ultrapassar os limites de sua dignidade, nem permita que tudo aquilo que você possui de melhor e mais bonito seja mal usado por quem não reconhece o seu valor como pessoa, como ser humano, como alguém que não merece receber menos do que oferece. Ame muito, mas jamais se perca de si mesmo nesse percurso, pois é o amor próprio que nos sustentará durante cada rejeição sofrida, dia após dia.

A gente sofre muito e passa por contrariedades diversas, enquanto vamos construindo nosso caminho com verdade e amor, porque há muitas pessoas que optam pelo caminho mais fácil da mentira e da corrupção do que se é. Não é fácil mantermos os nossos princípios em meio a tanta mentira e maldade, portanto, não podemos permitir que nossa jornada se fragilize por conta de gente intrometida e maldosa. Convidemos as pessoas certas para o nosso viver e somente a elas ofereçamos guarida afetiva, pois é assim que a gente amanhece com esperança, a cada novo dia.

Imagem de capa: Zoran Matiq/shutterstock

Por que você tem tanto medo?

Por que você tem tanto medo?

Por que você tem tanto medo?

Medo de viver, medo de arriscar, de botar a cara pra bater. Da onde vem esse medo todo? Quem te ensinou a ser assim? Querida, a vida está aí para ser vivida. A gente vai tomar muito rola, vai quebrar a cara muitas vezes, mas faz parte. A gente levanta, sacode a poeira, e continua andando.

O que não pode é ficar parado, sem se mexer, estagnado na vida. Isso não. Isso é inaceitável.

Eu já sofri. Já botei minha confiança em quem só me decepcionou, já perdi noites de sono pensando no que não deveria, já apostei todas as minhas fichas em projetos que não deram certo, já quebrei a cara muitas vezes. E, pelo o que tudo indica, vou quebrar muito mais ainda. Já errei muito também.

Mas cara, faz parte. A vida é isso. A vida é errar e errar e errar mais uma vez, até aprender. Uma hora você aprende e pronto: aí sim você cresceu. Mas quem tem medo de errar, quem tem medo de sofrer, quem tem medo de gritar “Olha, eu to aqui”. Nunca vai sair do lugar. Já dizia Projota: quem tem medo de sofrer não merece o melhor da vida.

E não merece mesmo; a vida ta aí pra quem arrisca.

Perde o medo, vai em frente, vai de cabeça erguida. Não deu certo? Paciência. Você tem a vida inteira pra tentar de novo.

Mas tenta.

Porque quem não tenta não sai nunca do lugar.

Acompanhe Amanda Areias no Facebook pela sua comunidade Livre Blog.

Imagem de capa: acervo pessoal da autora

INDICADOS