Por trás de toda criança difícil há uma emoção que ela não sabe expressar

Por trás de toda criança difícil há uma emoção que ela não sabe expressar

Por trás de toda criança difícil se esconde um caos emocional revestido de ira e até de desobediência, que nunca é fácil de abordar por parte dos pais ou professores.

Em algumas ocasiões, não é mais simples recorrer ao castigo ou às palavras em tons mais fortes, que somente conseguem intensificar ainda mais as emoções negativas, sua frustração e até a sua baixa autoestima.

Nunca poderemos saber por que algumas crianças vêm ao mundo com uma personalidade mais complexa do que outras.

No entanto, longe de buscar uma razão para a personalidade difícil de nossas crianças, devemos entender, simplesmente, que há pessoas que têm mais necessidades, que precisam de mais atenção.

Convidamos a todos a refletir sobre isso.

A criança difícil não escuta, não obedece e costuma reagir de forma desmedida a certas situações. Tudo isso faz com que mergulhemos em um círculo de sofrimento onde o vínculo com esta criança vai sendo carregado de tensões, ansiedade e muitas lágrimas.

Algo que muitos pais e muitas mães costumam fazer é se perguntar por quê? Sou um pai ruim? Estou fazendo algo errado?

Antes de cair nestes estados de abatimento nos quais iremos alimentar ainda mais a frustração, vale a pena colocar em prática estas estratégias.

Assumir que temos um filho mais exigente
Há crianças que crescem sozinhas, que quase sem sabermos o porquê são mais maduras, receptivas e obedientes, ao mesmo tempo em que são independentes.

Por outro lado, é possível que algum dos irmãos desta mesma criança mostre já desde os primeiros meses de vida mais necessidades, e demande mais atenção. São bebês que choram mais do que o normal, que dormem pouco e que vão do riso ao pranto em poucos segundos.
Tudo isso deve nos fazer entender que há crianças “superexigentes”. Elas precisam de mais reforços, mais apoio, palavras e segurança.
Longe de nos culparmos por termos “feito algo errado”, devemos entender que o estilo de criação nem sempre é o responsável por moldar uma criança difícil.
No entanto, é nossa responsabilidade saber dar uma resposta a esta criança exigente e isso requer paciência, esforços e muito carinho.

Lidar com uma criança difícil

Se para os adultos já é difícil poder compreender e controlar nossas emoções, para uma criança exigente isso será ainda mais complicado. Por isso, vale a pena levar em conta primeiro quais necessidades básicas uma criança difícil tem.

A criança difícil busca se sentir reconhecida em cada coisa que faz. São crianças inseguras que precisam de reforços com muita frequência. Quando não os encontram ou não os recebem, elas se frustram e se sentem incompreendidas.
Sua baixa autoestima faz com que elas sintam ciúmes, com que busquem chamar a nossa atenção para se sentirem bem, com que sintam de forma mais intensa emoções como medo e a solidão.
Conforme vão crescendo, a sensação de insegurança pessoal e de falta de reconhecimento se traduz em ira e em reações desproporcionais quando, no fundo, o que existe é apenas medo, tristeza e angústia.
É necessário canalizar estas emoções e oferecer estratégias para que a criança deixe de precisar de tantos reforços externos para se sentir bem. Ela deve ser capaz de controlar seu próprio mundo emocional com a nossa ajuda.
Chaves para ajudar uma criança difícil

Muitos pais e muitas mães não aceitam ou entendem o reforço positivo. No entanto, é necessário ressaltar alguns aspectos sobre esta estratégia educativa. O reforço positivo não consiste em dar um abraço quando uma criança faz algo que não deve. É mais que isso: trata-se de não fazer uso do castigo ou do grito porque, então, iremos produzir uma reação ainda mais negativa na criança.
Devemos nos aproximar da criança para perguntar a ela por que fez o que fez. Com calma, iremos explicar que o ato cometido não é correto, e iremos explicar também o porquê. A seguir, iremos indicar como devemos agir nesta situação. Por último, iremos fazer uso do reforço positivo: “eu confio em você”, “eu sei que você pode fazer melhor do que isso”, “eu te apoio, te amo e espero o melhor de você, não me decepcione”.

Oferecer confiança, dar responsabilidades e estabelecer limites
A criança deve entender desde muito cedo que todos temos limites, e que para ter direitos é preciso cumprir com algumas obrigações. Se os adultos precisarem fazer isso, não haveria motivo para ser diferente no caso das crianças.

É necessário que a criança se acostume a alguns hábitos, a uma rotina e que saiba o que pode esperar de cada momento.
As crianças exigentes precisam de segurança e, se a educarmos em ambientes muito estruturados onde o reforço positivo esteja presente, iremos ajudá-la a se sentir mais tranquila.
Dê a ela confiança, convença-a de que ela é capaz de fazer muitas coisas, anime-a a ter responsabilidades com as quais poderá aumentar a sua autoestima.

A importância da Inteligência Emocional

A Inteligência Emocional deve estar presente na criação de todas as crianças. É necessário ajudá-la a identificar suas emoções e traduzir em palavras o que ela sente.

Desde muito pequenos iremos habituá-los a esta comunicação emocional falando sobre “o que se sente”. Eles precisam saber expressar esta tristeza, a raiva e o medo.

Deste modo ela poderá fazer uso do desabafo emocional mas, para isso, devemos mostrar a elas confiança e proximidade. Jamais os julgue pelo que dizem, e nem ria deles. É necessário ser receptivo e propiciar sempre um diálogo fluido, ameno e cúmplice.

TEXTO ORIGINAL DE MELHOR SAÚDE

Imagem de capa: Poznyakov/shutterstock

Cansaço pode ser doença

Cansaço pode ser doença

Por ANDRESSA BASILIO

A pernambucana Maria Helena Lapenda, de 56 anos, pode dizer que caiu literalmente de cama por causa de… cansaço. Mas não qualquer cansaço. As noites de sono não conseguiam repor suas energias, levantar-se exigia um esforço imenso e, para completar, uma sensação dolorosa se espalhava pelos ombros, pela cabeça e pelos membros, comprometendo movimentos mínimos como o de levar um garfo à boca. “Eu trabalhava dois dias e precisava ficar o resto da semana na cama. Estava acabada até para falar”, conta a secretária. Depois de anos de idas e vindas entre hospitais e de ser rotulada de preguiçosa pela família, Maria Helena recebeu seu diagnóstico: síndrome da fadiga crônica.

Essa condição, caracterizada por uma canseira incapacitante, começou a ser estudada no fim dos anos 1980 e, desde então, foi pontuada de controvérsias. Isso porque, por mais que o médico vasculhe o paciente, não encontra alterações fisiológicas significativas, o que dificulta não só a detecção como a própria compreensão de quem vive com esse peso sobre as costas, a cabeça… Os mistérios que rondam a síndrome, que afetaria até 1,5% da população mundial, estão fazendo os especialistas revisitarem sua definição. E o pontapé do debate envolve a própria nomenclatura. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos propõe uma mudança: em vez de síndrome da fadiga crônica, mais fiel seria adotar o termo “doença da intolerância sistêmica ao esforço”.

Os experts creem que agregar a palavra “doença” ampliará a atenção e a seriedade cobradas pelo problema. “O preconceito e a falta de informação são os maiores obstáculos enfrentados pelos portadores hoje”, afirma Leonard Jason, estudioso do assunto e professor de psicologia da Universidade DePaul, em Chicago (EUA). Obstáculos que impedem o diagnóstico correto – algo ainda mais crítico no Brasil.

Ao comparar dados epidemiológicos do Reino Unido com os de nosso país, o pesquisador sul-coreano Hyong Jin Cho, da Universidade da Califórnia (EUA), constatou que a prevalência era quase a mesma (2 e 1,6%, respectivamente). Só que o diagnóstico era dado na proporção de 11 para 1. Ou seja, milhares de brasileiros perambulam sem receber o laudo e o acompanhamento adequados. Um dos motivos é a interpretação subjetiva da fadiga e outro, a falta de testes laboratoriais específicos. “Além disso, diversas condições têm o cansaço como sintoma, caso do hipotireoidismo e da carência de vitaminas. Aí é preciso fazer uma série de exames para descartar outros problemas”, argumenta o reumatologista Roberto Heymann, da Universidade Federal de São Paulo.

A questão que intriga os cientistas (e os pacientes) é de onde brota o cansaço sem fim. Uma das hipóteses mais aceitas diz que a doença, de base genética, está ligada a falhas no eixo que liga o sistema nervoso à fabricação de alguns hormônios, como o cortisol, que coordena nossa reação ao estresse. O psiquiatra Mario Francisco Juruena, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, explica que o baixo nível dessa substância faz com que metade dos portadores de fadiga crônica apresente também um quadro de depressão atípica. “Além do desânimo, ela vem associada a compulsão por doces e outros alimentos de alto teor calórico, sedentarismo, sono excessivo e alta sensibilidade emocional”, descreve o especialista, que passou seis anos investigando o tema na Inglaterra.

Uma curiosidade da condição, que afeta ligeiramente mais mulheres do que homens, é que muitas vezes ela se manifesta após uma infecção por bactéria ou vírus, especialmente o da gripe. Os sintomas comuns (febre, coriza, dor de garganta…) vão embora, mas ficam de presente a canseira e a falta de ânimo. Só que não dá pra responsabilizar apenas agentes microscópicos pelo revés. Há todo um cenário psicológico que favorece a doença do cansaço. “Muitos pacientes passaram por uma grande situação de estresse na infância, como a perda de entes queridos, maus-tratos físicos ou abuso sexual”, conta Juruena.

É por essa razão que atualmente o tratamento do problema não depende só de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos e de suplementos vitamínicos. Costuma cobrar também sessões de psicoterapia. “Ainda não se fala em cura, já que não conhecemos todos os fatores que determinam a síndrome, mas seus sintomas são tratáveis e é possível garantir a qualidade de vida”, afirma a psicóloga Rafaela Teixeira Zorzanelli, professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Outra medida que desponta com bons resultados é a chamada terapia do exercício gradual (GET, na sigla em inglês), um programa de atividades físicas personalizadas. Um estudo recém-publicado por cientistas britânicos na revista médica The Lancet Psychiatry mostra que vencer o medo de se movimentar e aderir devagar, devagarinho aos exercícios podem responder por até 60% de melhora no tratamento. A GET começa com pequenos movimentos (sentar-se na cama e se levantar, por exemplo) e evolui para uma modalidade mais consistente, como caminhadas leves.

E é exatamente isso o que Maria Helena está fazendo — com sucesso, diga-se. “Conseguir andar na praia aqui perto de casa é a minha maior conquista. É como se eu começasse a viver de novo”, comemora. Combinar acompanhamento médico, certos remédios e programas que trabalhem a mente e o corpo parece ser o plano perfeito para vencer a luta contra essa doença misteriosa e extenuante por natureza.

Muito além do fim do pique

Conheça os sintomas da síndrome da fadiga crônica, condição que pode mudar de nome em breve. O indivíduo se enquadra nela se apresentar pelo menos quatro dos sinais listados abaixo num período igual ou maior que seis meses

  • Cansaço persistente e sem que ele seja resultado de um grande esforço
  • Dificuldade de concentração
  • Perda constante de memórias recentes
  • Oscilação de humor entre tristeza e euforia
  • Estresse e ansiedade crônicos
  • Sonolência diurna
  • Dores musculares pelo corpo sem causa aparente
  • Dores nas articulações (sem evidência de artrite)
  • Dor de cabeça intensa
  • Fadiga insuportável após esforço físico
  • Inchaço nos gânglios linfáticos
  • Inflamação na garganta

A fadiga também pode ser sinal de:

Hipotireoidismo

O déficit na produção dos hormônios da tireoide afeta todo o metabolismo e gera uma tremenda leseira.

Insuficiência cardíaca

O coração perde a capacidade de bombear o sangue e o corpo carece de oxigênio e nutrientes.

Diabete

Além da desidratação provocada pela perda de urina, as células não recebem glicose direito – daíadeus, energia!

Depressão

As alterações químicas no cérebro interferem no sono, no humor e na disposição física e mental.

Apneia do sono

Marcado por interrupções na passagem do ar, o distúrbio rende uma baita canseira diurna.

Imagem de capa: Stock-Asso/shutterstock

Sozinha, tranquila e de bem com a vida.

Sozinha, tranquila e de bem com a vida.

É aquela velha história, seria bom ter uma parceria em vida, um corpo aqui perto, entrelaçando energias neste inverno, uma alma amiga para construir momentos leves e colorir os dias.

Seria muito bom ter aqui por perto um encontro simples e profundo.

Mas parece que o mundo anda complexo e raso.

É aquela velha história, está fácil tirar a roupa, mas despir a alma ninguém tem coragem.

Está fácil abrir o corpo e a casa, mas pouca gente quer compartilhar as intimidades.

Está fácil encontrar embalagens que combinam, mas não profundidades que se mergulham.

É fácil encontrar uma companhia que se encanta com o que em mim é superfície, com a minha casquinha de caramelo. Mas é difícil alguém que entenda que minha casca é delicada demais e se quebra facilmente e dentro existe um grande mistério.

E eu aqui comigo mesma, já sei que a minha versão mais bonita e plena surge no ambiente que eu posso ser frágil, sensível e exagerada.

Mas às vezes acho que muita gente gosta do que é forte, racional e comedido.

E eu aqui sozinha, já vivo nesse lugar do simples e do profundo. No lugar de uma alma que se permite a amplitude. E gostaria de me compartilhar sim, mas só se for assim, porque eu já não consigo mais evitar dizer o que penso, não deixar transbordar meus sentimentos e engolir meus questionamentos. Eu extravaso.

Eu aqui comigo gosto de ser livre no viver, no expressar, e muita gente confunde liberdade com libertinagem, curiosidade com fugacidade, contraversão dos costumes com descontrole, abertura para vida com entrada franca para a minha privacidade.

Aí eu também não quero que entrem!

Sozinha sou uma mulher independente, questionadora e também muito delicada.

Quero por perto pessoas que entendam que eu gosto de carinho, diálogo, espaço e respeito. E isso também é o que eu gostaria de oferecer, se possível.

Acima de tudo eu me amo e me aceito desse jeito e quem chegar perto não pode querer menos do que isso. Porque eu já não me limito, eu me expando.

Talvez neste inverno eu não tenha um cobertor de orelha, mas não importa, porque eu sei que minha alma estará totalmente aquecida de amor próprio.

Imagem de capa: paultarasenko/shutterstock

Uma atitude amorosa vale mais que mil palavras de amor.

Uma atitude amorosa vale mais que mil palavras de amor.

Benditas sejam as palavras de amor. Ditas na hora certa provocam belezas, enfeitam o tempo, baixam as guardas, estendem as mãos. Palavras de amor são pequenas joias. E quando, por acaso ou de caso pensado, abraçam atitudes amorosas, elas se tornam tesouros. Porque uma atitude amorosa é uma palavra de amor multiplicada por mil!

“Eu te amo”, por exemplo, é uma linda frase. Faz diferença. Deixa a gente feliz. Mas se não vier de mãos dadas com um gesto de amor é só uma palavra depois da outra, uma expressão vazia e sem alma.

Quem ama mesmo faz o que fala. Ama na prática! Porque amar é mostrar serviço. Estar a postos. Disposto. Munido da disposição implacável que nos faz dormir tarde e acordar cedo pelo outro. Essa coragem de encarar o aniversário do afilhado da prima da avó do seu amor num domingo frio, em outra cidade, só para fazer o gosto de quem você ama.

Uma atitude amorosa é um gesto poderoso e gentil. É faltar ao trabalho porque a pessoa amada ficou doente e você vai passar o dia com ela. É compreender o atraso no jantar de família porque dessa vez não deu para deixar a empresa de lado. Amar é entender, conceder, respeitar, construir. Todas essas coisas que transcendem o verbo, ultrapassam conjecturas, concretizam palavras, realizam promessas.

Superar pequenas convicções pessoais em benefício do bem-estar geral é outro grande gesto de amor. As pequenas concessões, as contagens até dez, o diálogo franco. A honestidade de dizer: “eu te amo, mas você pisou na bola, pô!”.

Amar é tomar atitude. O amor também é um compromisso! Quem ama diz e ouve a verdade ainda que doa. Respeita e aprecia merecer respeito. Quem ama cuida e se cuida.

E faz tudo isso muito bem. Faz com amor. Porque amar uma pessoa é querer o bem dela tanto quanto o seu próprio. E o bem dela nem sempre é estar ao seu lado para sempre. Acontece. Nesse caso, amar também é deixar passar, deixar seguir.

Benditas sejam as palavras de amor. Que aos amantes elas nunca faltem. Mas que seu amor exista e persista para além de todas elas, em carinhos, afetos, ternuras, apreços, gestos e atitudes que fazem o mundo mais doce, honesto, amoroso e gentil.

Imagem de capa: Syda Productions/shutterstock

Dispenso amores mornos

Dispenso amores mornos

Reza a lenda que os melhores amores são tranquilos e talvez sejam. Mas não confunda a tranquilidade de um amor com o comodismo que ele pode desenvolver. O amor precisa ser desafiado a crescer. Do contrário, é só mais um chove no molhado.

Amores mornos não combinam comigo. São preguiçosos, sem paciência e estão sempre reafirmando o discurso do “eu sou assim e não vou mudar”. Ah, não vai? Tudo bem. Segue o baile, certo? E sigo com convicção porque não preciso lidar com quem nunca sente vontade de transformar o amor em algo mais. Só dizer que ama não é o suficiente. Quem quer ficar junto, constrói diariamente os detalhes desse amor.

Amores mornos são cansativos. Não quero fogos de artifício a cada encontro, mas também não pode existir o marasmo do tanto faz. É bom ter assunto, parceria e planos para realizar. O algo mais do amor está no equilíbrio que cada um deposita. Quando a sintonia é só uma coincidência para uma das partes, nenhum beijo pode reacender o querer.

Amores mornos não são possíveis. Eles acontecem com prazo de validade e eu não estou com emocional sobrando para embarcar numa história mais ou menos. Não preciso mendigar amor, conquistei o próprio antes de qualquer um chegar. E se tiver de continuar em solidão, ótimo. Ninguém deve parar de viver por isso.

Dispenso amores mornos, mas não sou contra o amor. O que acontece é que gosto da tranquilidade de estar com alguém que vista reciprocidade sem deixar a vontade de lado. O amor merece uma pitada de cada para se manter firme. Do contrário, você entendeu a ideia.

Imagem de capa: O Sol por Testemunha (1960) – Dir. René Clément

Amizade é coisa valiosa. Afaste-se dos interesseiros.

Amizade é coisa valiosa. Afaste-se dos interesseiros.

Amizade virtual é mesmo muito simples e prática. Você não precisa abrir a sua casa nem tanto a sua vida para aqueles considerados na sua lista de contatos. E se não quiser mais aquela amizade, vai lá e bloqueia ou desfaz.

A realidade não virtual é mais complicada no “editar amigos”, mas a reflexão sobre quem deve ficar e continuar na vida é importante.

Amizade é algo muito valioso. É uma relação de cuidado, respeito, admiração. Penso mais: amizade é via de mão dupla – os dois lados têm que existir numa troca de colaboração e solidariedade. Quando há apenas um lado interessado para que a amizade exista, não há elo de amor, mas sim de interesse, e isso não configura amizade.

Amizade de verdade é desinteressada! É aquela que não há cobrança que faça nos sentir culpados. É querer estar perto mas não necessariamente junto. Há tentativas de encontros e há reencontros. Há contato, nem sempre tão frequente, mas quando retomado, é como se o tempo tivesse parado e tudo voltado a ser como antes. É natural, não tem esforço.

Não há inveja nem competição. Amizade tem admiração, tem ajuda, tem apoio, tem mão, braço e ombro. Tem desejo de sucesso e abraço de consolo.

Amigo que é amigo se preocupa, se prepara, abre a casa e o coração sem ter medo de receber. Amigo de verdade não vai ofender, nem a você nem aqueles que você ama. Ele sabe dizer o que precisa ser dito sem te agredir, e você vai ouvir entendendo que ali existe respeito e palavras de amor .

Na amizade existe abrigo quando não há onde cair morto, existe força quando não se encontra mais coragem. Existe alguém em quem se possa confiar e é por isso que ela é valiosa.

Alimentar amizades que não correspondem à altura é perda de tempo e um risco de ter por perto quem não tem a mesma consideração e estima.
Não traga pra sua vida quem só pensa nos próprios interesses e não dá valor para o laço da amizade. Não ande enganchado com quem não estende o braço pra você.

Afaste-se de quem não soma.

A gente não precisa ter um milhão de amigos porque os reais são aqueles poucos e bons. E quanto mais maduros vamos ficando, mais vamos filtrando e reconhecendo quem é de verdade e quem não é o que aparenta ser.

Livre-se dos que não te acrescentam. Atente para os sinais da vida, ela é sábia e manda muitos livramentos. Não se engane.

Não há necessidade de brigar, discutir e/ou apontar. Afastar sua energia do outro já é suficiente para que você tenha uma vida harmoniosa. Fique perto daqueles que realmente te amam. Valorize-se e preserve os de verdade. Os de mentira, deixa que a vida toma conta.

Imagem de capa: Jacob Lund/shutterstock

A rejeição é para os fortes. Ame-se com força que passa.

A rejeição é para os fortes. Ame-se com força que passa.

Não é por mal. Um dia, alguém vai fazer você esperar mais do que o suportável. Vai testar a sua paciência mais do que você merece. Vai lhe dar a impressão de que você é uma espécie de brinquedo de montar cujas peças sempre voltam para a caixa. Vai demorar um desaforo para responder a uma mensagem simples no telefone. “Oi. Tudo bem?”. Nada. Depois nada. E nada de novo. Você vai fazer duzentas conjecturas, imaginar dois mil motivos, um milhão de razões. O celular caiu no bueiro. Só pode! Será um sequestro? Um assalto. Claro! Chamem a polícia! Não, ela perdeu o telefone. Ele ainda está dormindo, faz dois dias que ele dorme. Será? Vai saber? Acontece, ué!

E tudo, tudo para não assumir o óbvio: a pessoa do outro lado não quer falar com você. E ela desaparece assim, exatamente como chegou. Do nada.

A sensação do desprezo na pele é uma barra pesada de ferro pelando. Dói como um murro de canguru na boca do estômago, coice de mula no ego, notícia ruim, estremece como o frio do medo na espinha, tortura como unha encravada no inverno, pedra no rim. Arde feito corte de papel sulfite entre os dedos. Chateia, decepciona, desalenta, brocha. Mas é assim. É da vida. E o melhor jeito de ganhar a vida é não perder tempo com besteira. Deixe passar.

Sentimento de rejeição é coisa que nasce com a gente. Feito as orelhas, o nariz, as unhas. Esteve cá entre nós a vida toda. Lá está você, um bebê adorado em toda a sua fofura, sugando o amor do seio poderoso de sua santa mãezinha. Você não tem olhos para mais nada. É só ela. A mãe. Sua referência inicial de amor e afeto e aconchego e… posse. Ela é sua, sua e de mais ninguém!

Aí acontece assim. Um dia ela deixa você esperando mais do que devia no berço. Porque vai dar atenção a alguém maior e mais forte. Seu pai, seu irmão mais velho, uma visita, o caminhão do gás. E pela eternidade insuportável de trinta segundos você a espera em seu canto e nada. Você chora, grita, esperneia. E nada ainda. Pela primeira vez na vida o sentimento de rejeição bateu-lhe na cara. Lá no berço. Você pode não se lembrar desse dia. Mas você também não esquece. Você nunca mais esquece. Porque esse sentimento vai tornar e retornar e voltar de novo a lhe dar na cara pelo resto da vida.

Está escrito. Todos haveremos de rejeitar e de ser rejeitados aqui e ali. Eu, você, todo mundo. Todos voltaremos a sofrer a mesma dor inicial da espera no berço. De zero a cento e tantos anos, seremos para sempre pouco mais que bichos loucos às voltas com as delícias e misérias, conquistas e fracassos, sucessos e rejeições da vida. Essa dor é nossa. Estamos juntos! Paciência.

Verdade é que aceitar o sentimento de rejeição é um poderoso exercício de tolerância. O primeiro. Sei aqui dentro, aqui para mim, que quem me rejeita não o faz por mal, apenas tem coisas mais importantes a fazer do que responder às minhas expectativas. Espero, então, que aqueles a quem eu por acaso rejeite também me compreendam e, quem sabe, um dia me queiram bem. Decerto que dói. Mas fazer o quê? O que fazer senão seguir em frente? A rejeição é para os fortes. Dói como a verdade. Mas aceitá-la nos liberta.

Amores não correspondidos não são sinais de que o amor não vale a pena, mas de que o ser amado está em outro lugar que você ainda não sabe. Nem ele. Um dia vocês se encontram por aí e todo sentimento de rejeição restará guardado em velhas gavetas, como as roupas de um bebê que não servem mais.

A quem não perde mais que os segundos necessários de choro e pesar pela rejeição sofrida ou cometida, o tempo é generoso. O dia rende, a noite é franca e a tardinha é uma moça gentil de olhar amoroso. Uma moça que chega e parte, nos aceita e nos rejeita, nos ama e nos esquece. Até a manhã seguinte, a próxima esperança, um novo amor no poente, soprando frio na barriga na Hora da Ave Maria.

Quando o sentimento pálido da rejeição vier, capriche no amor próprio. Ame-se com força, honestidade, empenho. E deixe o resto estar. Desenxabida e envergonhada, a decepção há de partir como chegou. Do nada. Para nada. Por nada.

Imagem de capa: Reprodução

Uma forma simples de ensinar seu filho a não lhe interromper

Uma forma simples de ensinar seu filho a não lhe interromper

Quase todo pai conhece aquela situação em que, enquanto está falando com alguém, seu filho pequeno lhe agarra pelo braço e interrompe a conversa. Mas uma técnica que aprendi com um amigo pode ajudar a resolver pra sempre esse problema.

Estávamos na casa desse, conversando, quando seu filho de três anos chegou para dizer algo. Em vez de interromper, a criança pôs a mão no pulso do pai e esperou pacientemente. Em resposta, sem parar a conversa, meu amigo colocou a mão sobre a mão da criança.

Por fim, quando terminou de falar, ele virou para a criança. Fiquei estupefato! Algo tão simples e com tanta ternura. Seu filho esperou alguns segundos e, logo, ele lhe deu toda a atenção.

Contei essa história a minha esposa e imediatamente decidimos que usaríamos a mesma técnica em nossa família. Explicamos a nossos filhos que, se quisessem dizer algo enquanto alguém mais está falando, basta pôr a mão em nosso pulso e esperar um pouquinho. Dentro de algum tempo, os pequenos pararam de interromper nossas conversas.

O mais importante é que não há necessidade de dizer coisas desagradáveis como “não me interrompa” ou “não se meta na conversa”, ou ainda. Espere. Questão de tato. Literalmente.

Fonte: aneverydaystory
Traducão e adaptação: Incrível.club

                                                          Imagem de capa: KonstantinChristian/shutterstock

Quando a frustração se transforma em gratidão.

Quando a frustração se transforma em gratidão.

Sempre que algo dá certo em nossas vidas, comemoramos e nos sentimos realizados. O sentimento de gratidão nos invade, isso é fato, basicamente uma regra. Entretanto, raramente nos conscientizamos de que alguns acontecimentos que nos frustraram em determinado momento da nossa vida, foram, na realidade, um grande presente ou livramento. Sim, acreditem, algumas bênçãos chegam em nossas vidas disfarçadas de dor.

Quantas adolescentes tiveram uma viagem negada pelos pais e se revoltaram, porém, aquela mesma viagem resultou numa fatalidade, num acidente no qual ninguém saiu vivo? Então, quer bênção maior do que ter a vida preservada? E aquela paixão adolescente que seus pais se opuseram e dificultaram e que você sofreu horrores por não ter se casado com ele(a)? Então o tempo passou e você se deu conta de que aquela pessoa, que foi seu sonho de consumo um dia, transformou-se numa verdadeira “mala sem alça”. Que livramento, hein?!

Seja grato aos seus pais por não terem permitido o seu envolvimento com ele(a). Enfim, são inúmeras situações que, num primeiro momento, por não ter dado certo, nos frustram, mas num momento oportuno iremos respirar aliviados e agradecer por não ter se cumprido o nosso querer.

É fundamental esse olhar sensível sobre as nossas vivências, em especial as dolorosas. Do ponto de vista espiritual, creio que Deus nos protege e nos prova o seu amor quando nos diz “não” também. Sim, se nós, humanos e tão pequenos, dizemos “não” aos nossos filhos por querermos o melhor para eles, imagine o nosso Pai Celestial para conosco. Nós, que somos pais e mães, nos sentimos profundamente angustiados diante dos nossos filhos ao vê-los chorando diante de um “não” nosso.

Isso porque, embora tenhamos a certeza de que devemos negar aquele pedido, nos sentimos cheios de remorsos por percebermos que aquele criança não tem maturidade suficiente para entender a nossa negativa. Então, quando divergimos dos nossos filhos, torcemos apenas para que um dia ele tenha a oportunidade de nos entender e nos perdoar, se for o caso.

E o encanto da vida reside justamente nisso, nessa relatividade, nessas surpresas. É lindo nos sentirmos gratos por algo que não aconteceu conforme desejamos. Creio que quando aquilo que foi a razão das nossas lágrimas se transforma em contentamento e gratidão, Deus sorri e sussurra em nossos ouvidos: “Filho, que bom que você entendeu, não permiti aquilo por te amar demais”. Eu creio nisso. Então, tenhamos mais paciência diante das nossas supostas perdas, pois nem tudo é prejuízo. Peçamos a Deus sabedoria e fé para lembrarmos sempre de que Ele está no controle de todas as coisas e que, conforme está escrito em Romanos 8:28: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Se são todas as coisas, as desagradáveis estão entre elas.

Imagem de capa: Jantanee Runpranomkorn/shutterstock

10 dicas para compreender como funciona o Apoio Psicológico Online

10 dicas para compreender como funciona o Apoio Psicológico Online

Mensalmente, recebo dezenas de e-mails de colegas perguntando sobre como realizar o Apoio Psicológico Online, portanto, objetivo com esse texto ajudar e compartilhar minhas experiências com psicólogos/psicanalistas que pretendem enveredar por esse caminho.

Dessa forma, esse artigo é de minha responsabilidade e descrevo minhas experiências,  sendo possível  que outros profissionais possam acrescentar outros pareceres ou mesmo divergir com relação a alguns tópicos-.

Em 2013, depois de 12 anos trabalhando no SUS e exercendo atividades em consultório convencional, quis dar um outro rumo a minha carreira de psicanalista, pois a maternidade exigia de mim outra adequação no mercado de trabalho.

Nessa época pesquisando sobre diferentes formas de atuar, deparei-me com o apoio psicológico online que, aparentemente, era uma oportunidade de exercer meu trabalho.  Entretanto, eu ainda não acreditava em seu funcionamento, pois para mim ele ainda parecia algo mais comercial do que funcional.

Somado a isso, praticamente não havia bibliografia significativa sobre o tema e, em princípio, a Resolução do Conselho Federal de Psicologia, a CFP N.º 12/2005 foi o meu norte . No ano que se seguiu fui me aprofundando e estudando essa proposta de Apoio Psicológico Online.

Lembrei-me de que Freud se correspondia com seus ex-pacientes, que Winnicott era convidado na rádio BBC para falar de psicologia infantil para pais, mães e professores. E então pensei: “Se esses “caras” tivessem acesso a internet, o que fariam?” Certamente, conseguiriam levar a psicanálise para mais pessoas. Afinal, a psicologia está em todos os lugares!

A partir disso, trabalhei incessantemente para fazer dar certo meu novo projeto profissional: Apoio Psicológico Online. Agora, depois desse amadurecimento, sinto-me apta para compartilhar minhas percepções e experiências.

Algumas dicas para os profissionais que desejam trilhar esse caminho:

  • Estude muito sobre apoio psicológico online, tais como a resolução do CFP N.º 12/2005 e todos os artigos relacionados ao tema, pois quanto mais informação, melhor;
  • Reflita se essa forma de trabalho combina com o seu perfil profissional, assim como qualquer atuação em qualquer profissão, para realizar um bom trabalho é necessário acreditar no resultado;
  • Especialização em Psicoterapia Breve é um grande diferencial, já que o CFP permite 20 sessões com paciente no Apoio Psicológico Online;
  • Façam psicoterapia pessoal. Como em qualquer atendimento ou trabalho do psicólogo, o profissional empresta sua psique para os pacientes/instituições se desenvolverem, dessa forma, o profissional deve estar emocionalmente integrado e apto ao trabalho;
  • Investir em bons equipamentos tais como: computador, câmera, handoff, e muitos “megas” de internet e provedor confiável;
  • O site deve seguir todas as especificações e só deverá estar na internet depois de ter conseguido o selo do CFP;
  • Antes de iniciar o atendimento, faz-se necessário uma pré-avaliação da demanda do paciente/cliente, pois nem todos se beneficiarão com essa proposta de atendimento;
  • Quando alguém entrar em contato com queixas que não se deve tratar no Apoio Psicológico Online, como transtornos psiquiátricos/psicológicos graves e persistentes, é importante acionar o serviço de saúde mental da cidade e passar informações para que eles possam ajudar essa pessoa;
  • O setting terapêutico deve ser estabelecido já no primeiro encontro com o paciente/cliente, como pontualidade, duração e número de encontros, pagamentos, etc.
  • Supervisão dos atendimentos. Assim como os atendimentos realizados em consultório convencional, os profissionais, principalmente os menos experientes, devem procurar um supervisor para poder enriquecer seus atendimentos.

Essas são as primeiras premissas para quem deseja seguir esse caminho.

Penso que a psicologia está em todas as pessoas e lugares e que, exercendo um trabalho de qualidade, podemos transformar vidas, ajudar a “ressiginificar” o passado e transformar o futuro das pessoas que nos procuram.

Imagem de capa: GaudiLab/shutterstock

As pessoas conflituosas criam ambientes tóxicos por onde passam

As pessoas conflituosas criam ambientes tóxicos por onde passam

As pessoas conflituosas, exigentes e carentes de empatia criam ambientes tóxicos nos quais a negatividade é contagiante, inclusive capaz de nos deixar doentes. É uma realidade que reparamos de imediato em muitos contextos familiares e profissionais, onde o ar parece viciado, onde o estresse é físico, o medo é palpável e a infelicidade, um vírus implacável.

Os especialistas em ambiente de trabalho costumam diferenciar em qualquer empresa aquilo que é conhecido como “ambiente tóxico versus ambiente nutritivo”. Curiosamente, é algo que é possível identificar quase que instantaneamente. É claro que existem variáveis padronizadas que têm como finalidade fazer essa medição de forma objetiva e rigorosa, no entanto, às vezes basta caminhar por uma empresa para sentir a tensão, o desconforto estrutural e a pressão que marca o rosto dos funcionários e dos diferentes departamentos.

“Algumas pessoas causam felicidade onde quer que cheguem, outras a proporcionam quando se vão.”
-Oscar Wilde-

O mesmo ocorre a nível familiar. O tipo de linguagem utilizada, o tom e até mesmo a atitude de cada um de seus protagonistas destila essa complexidade emocional que se impregna no ambiente e em toda a dinâmica familiar. Os ambientes tóxicos existem e transcendem aos seus próprios inquilinos até o ponto de passar para terceiros, porque o clima de um ambiente é composto de sentimentos adversos, de incertezas, de um idioma agressivo e de um estresse sistêmico do qual é muito difícil se defender.

A seguir, propomos que você aprofunde seus conhecimentos sobre este tema.

O império da infelicidade nos ambientes tóxicos

Sabemos que o termo “pessoas tóxicas” está na moda. No entanto, temos que ter cuidado na hora de utilizá-lo, pois muitas vezes podemos abusar dele. Às vezes, por trás dessa etiqueta pode existir, na verdade, alguém que está passando por uma depressão, um transtorno de ansiedade ou qualquer problema clínico. É preciso ter cautela, prudência e sensibilidade ao tratar do tema.

Por outro lado, algo que certamente é muito claro é o clima que é criado em torno dessas outras personalidades caracterizadas por conflitos, abusos e a completa falta de empatia ou de proximidade com aqueles que fazem parte do seu dia a dia.

Há alguns anos a revista “Fortune“, acostumada a estabelecer rankings, criou uma lista das melhores empresas do mundo para trabalhar. Ela não usou o salário nem os benefícios dessas empresas como variáveis para fazer essa avaliação. O que foi analisado foi o nível de satisfação dos funcionários. Curiosamente, algo que perceberam no estudo é que grande parte das empresas tem no DNA de sua estrutura o vírus da toxicidade, e além disso, é algo sistêmico e crônico.

Às vezes não é suficiente substituir os gerentes. A própria estrutura e a política de determinadas empresas criaram um ambiente crônico baseado no controle, onde alcançar os objetivos era mais importante do que o bem-estar dos funcionários, e na cultura da “cabeça baixa”, onde é melhor calar e assumir para poder manter o emprego.

Pouco a pouco, o império da infelicidade, do medo e da incerteza cresce nas mentes de todo o capital humano desses ambientes tóxicos, limitando uma verdadeira produtividade, a inovação, a criatividade e, acima de tudo, a saúde.

A necessidade de construir ambientes “nutritivos”

Ao longo da nossa vida, iremos encontrar pessoas conflituosas em qualquer lugar. No entanto, algo que temos claro é que nem sempre poderemos criar distância, nem sempre é tão fácil romper o vínculo e se afastar com pelo menos duas cidades de distância, para cultivar um silêncio saudável e a segurança de não ver mais essa pessoa. Algumas vezes esse núcleo conflituoso está na nossa própria casa ou no nosso trabalho, esses ambientes tóxicos dos quais não podemos sair.

Há alguns anos, e a título de curiosidade, surgiu no mercado de trabalho a figura do “diretor da felicidade ou coaching do bem-estar”. Trata-se de uma pessoa formada e especializada no tema que teria como objetivo criar um ambiente de confiança e de comunicação adequado, onde seus funcionários se sentissem verdadeiramente felizes e valorizados. Embora algo tão básico garanta sem dúvida a produtividade da própria empresa, é um aspecto que não costumamos ver com frequência. Pelo menos por enquanto.

Temos que tentar mudar políticas, mentalidades e perspectivas. Na verdade, não falamos só de melhorar os ambientes de trabalho, falamos também da necessidade de implementar novas dinâmicas nas escolas: o primeiro contexto onde se formam as gerações futuras. Os ambientes nutritivos são identificados por terem um sentido de permanência, onde se defende o respeito e a dignidade pessoal, onde se favorece a criatividade, o crescimento pessoal e uma empatia autêntica, próxima e palpável.

Sejamos, então, os arquitetos de cenários mais humanos, começando sem dúvida por aqueles que temos mais próximos, aqueles onde nos desenvolvemos todos os dias. É uma tarefa que certamente vale a pena.

TEXTO ORIGINAL DE A MENTE E MARAVILHOSA

Imagem de capa: Shutterstock/ Syda Productions

Agradeça por todas as amizades que ficaram na sua vida

Agradeça por todas as amizades que ficaram na sua vida

Porque algumas amizades não adormecem com o tempo. Elas continuam preenchendo e fazendo do nosso viver uma travessia especial. Amizades que ficaram merecem agradecimentos em larga escala, com sorrisos, sintonia e muito reconhecimento.

Se a sua vida não é um vazio completo, agradeça. Agradeça porque você teve a sorte de poder contar com boas amizades. Amigos que não cobraram nada em troca. Amigos sensíveis e cúmplices do seu passado. Você sabe que não é mole encontrar lugar no afeto de alguém. Tem gente que é distante de qualquer proximidade e ponto. Mas não os seus. Não os que você pode contar segredos, compartilhar experiências e ouvir coisas positivas. Para essas amizades despidas de invejas e egoísmos, agradeça.

Se a sua vida é mais bem-vinda, agradeça. São as amizades que te escolheram que você deve acolher. Aquelas que ficaram felizes enquanto você caminhava para instantes maiores. Em um mundo carregado de desapego, quem fica com você para uma saideira, quem não presta atenção na hora de ir só para te fazer companhia, quem só segura a sua mão e demonstra apoio e respeito. Para essas amizades, agradeça. Porque são relações ausentes de incertezas, achismos e promessas não cumpridas. Agradeça por isso e mais.

Se a sua vida não é mais uma contagem do que ganhou e perdeu, agradeça. Agradeça pela existência de quem foi solidário com você, de quem te fez enxergar luz em dias cinzas ou de quem simplesmente te fez esquecer que nada é tão pesado assim. É importante você reconhecer quem ficou por disposição, carinho e empatia. Para essas amizades que fizeram do acaso a melhor forma de construir um destino, agradeça.

Porque, sinceramente, é muito mais feliz quem tem amizades que ficaram sem a necessidade de um convite explícito. Elas apenas chegaram e temperaram tudo com leveza e reciprocidade. Agradeça por todas as amizades que você sabe não se tratar de quantidade, mas de qualidade.

Imagem de capa: smile photo, Shutterstock

Sobre o abraço: nunca economize, ele é cura.

Sobre o abraço: nunca economize, ele é cura.

A banda Jota Quest, em sua canção “Dentro de um abraço” afirma, dentre outras coisas, que tudo o que a gente sofre, dentro de um abraço se dissolve. Palmas para essa banda, o abraço merece todas as homenagens do mundo. O abraço é tão sagrado que aproxima dois corações, de forma que um possa sentir as batidas do outro. E vai além disso, determinados abraços são capazes de conectar almas.

Nos dias atuais, estamos cada vez mais conectados, virtualmente, vale lembrar. Tenho a impressão de que o abraço anda meio escasso nas relações humanas, tomara que eu esteja enganada. O abraço não pode se extinguir, ele é um porto seguro para quem tem o privilégio de recebê-lo e ofertá-lo. Abraçar é acolher a dor do outro dentro da circunferência dos nossos braços. Um abraço traduz tantas coisas. Ele revela a saudade que sentimos do outro. Ele é o porta voz da nossa fragilidade quando não conseguimos verbalizar nossos medos.

Abraço é acolhimento. É compaixão. É amizade. É amor. É paixão. É entrega. É desejo. É gratidão. É solidariedade. É respeito. É empatia. É carinho. É reconciliação. É carícia. É socorro. É refúgio. É perdão. Muitos dos abraços que trocamos um dia, se entrelaçaram com a saudade. Particularmente, tenho saudades dos abraços que o meu filho me dava no portão de casa, me recebendo no final de um dia inteiro de trabalho. Vinha cheio de novidades para me contar e me perguntando: “mamãe, a senhora apagou muito fogo hoje”?

Outra saudade que perfura o meu coração é de quando ia passar férias na minha terra natal e, quando descia do ônibus, me refugiava dentro do abraço do meu pai, na rodoviária de Alvorada do Norte- Go. E de todos os abraços que recebi até então, o mais privilegiado foi o da minha mãe, o último dela, 5 minutos antes de ela ir morar com Deus…paro por aqui. Se eu tivesse algum poder de convencimento eu pediria a todas as pessoas que abraçassem mais seus entes queridos. Pediria que não economizasse esse carinho tão milagroso.

Não custa nada e os benefícios são incontáveis. Entre casais, em especial, o hábito de se abraçarem é fundamental para a harmonia e a conexão dos cônjuges. Abrace sem motivo, não precisa de uma circunstância específica. Abrace porque está ao alcance das mãos, abrace para expressar contentamento por ter essa pessoa…abrace por estar sem fazer nada e logo estarão inspirados a fazer algo. Abracem-se por estarem vivos. Sou tão apaixonada por abraços, que estou aqui fazendo um texto sobre ele.

Imagem de capa: nd3000/shutterstock

As coisas perderam o sentido para você? Aqui estão algumas dicas que podem ajudar.

As coisas perderam o sentido para você? Aqui estão algumas dicas que podem ajudar.

Todos nós passamos por momentos difíceis. Entretanto, cada pessoa possui mecanismos próprios de adaptação e enfrentamento das dificuldades.

Sabemos também que, em diferentes épocas da vida, sentimo-nos mais fortes que em outras. Em outros momentos podemos não estar tão bem e, se outros fatores influenciarem negativamente, a vida pode até mesmo perder o sentido.

Então, qual é o segredo para a superação?

Aqui selecionei algumas dicas que podemos usar para refletir quando a vida ficar difícil.

1. As coisas são o que são

Há um ensinamento de Buda que nos diz que “É a nossa resistência às coisas que causa nosso sofrimento”.
Pense nisso por 1 minuto…Isso significa que o nosso sofrimento só ocorre quando resistimos às coisas como elas são. Se você pode mudar alguma coisa, então aja em conformidade com a realidade. Primeiro aceite-a, depois mude.

Mas, se você não pode mudar, então nos restam 2 opções:
Aceitar e deixar a negatividade para lá. Nos tornarmos miseravelmente obcecados com o sofrimento.

2. Se você acha que tem um problema, você tem um problema

Muitas vezes nós somos o nosso pior inimigo. A felicidade depende realmente de nossa perspectiva.

Se você acha que algo é um problema, então seus pensamentos e emoções serão negativos. Mas você acha que está passando por algo que pode aprender, então, de repente, isso não é mais um problema podendo se tornar apenas um obstáculo frente a um objetivo melhor e maior.

3. A mudança começa em você mesmo

O seu mundo exterior é um reflexo do seu mundo interior. Você certamente conhece pessoas que possuem vidas caóticas e estressantes. E não é verdade que, em grande parte, elas se sentem assim também por dentro?

Nós gostamos de pensar que as mudanças em nossa rotina nos mudam. Mas, dando um passo atrás, precisamos mudar a nós mesmos antes que as circunstâncias mudem.

4. Não existe aprendizagem maior do que falhar

Você deve eliminar a palavra fracasso de seu vocabulário. Todas as grandes pessoas que já alcançaram alguma coisa falharam.

Thomas Edison disse algo como “eu não falhei ao inventar a lâmpada, eu encontrei primeiramente, 99 maneiras de  como ela não funcionava”.

Tire as  falhas do caminho e aprenda alguma coisa com elas. Depois disso, aprenda como fazer melhor da próxima vez.

5. Se algo não acontece como planejado, significa que o melhor aconteceu

Isso é bem difícil de acreditar, mas é a mais pura verdade uma vez que as possibilidade de ganhos e perdas em cada escolha que fazemos são infinitas (amplie suas perspectivas).

Talvez, por exemplo,  o trabalho que você não conseguiu teria feito você passar mais tempo longe da sua família, e o que você conseguiu era mais flexível.

6. Aprecie o presente

Este momento nunca voltará. E há sempre algo preciso a cada momento.

Em breve tudo será apenas uma lembrança.

7. Deixe o desejo de lado

A maioria das pessoas vive com a mente motivada por desejos. Isso significa que nossas mentes ficam ligadas a um desejo e quando não realizamos esses desejos, nossas emoções despencam em negatividade.

Em vez disso, tente praticar uma mente isolada. Isso significa que, quando você quer algo, você ainda será feliz conseguindo ou não. Faça com que suas emoções permaneçam felizes ou neutras. Não se esqueça de tudo o que você já tem e do quanto isso é importante para você.

8. Compreenda e seja grato por seus medos

O medo pode ser um grande professor. E vencer o medo também pode fazer você se sentir vitorioso.

Por exemplo, muita gente tem medo de falar em público (esse é um dos 3 principais medos dos seres humanos). Então, quando você perder o medo e conseguir falar de maneira bem humorada na frente de todos, vai se sentir vitorioso.

Superar seus medos requer apenas prática.

9. Experimente a alegria

Acredite ou não, muitas pessoas não deixam de se divertir com o que acontece ao seu redor. E, muitas vezes essas pessoas nem sabem porque se divertem nessas situações.

Algumas pessoas são realmente viciadas em seus problemas e o caos envolvido nisso tudo faz com que eles nem saibam quem são.

Portanto, permita-se ser feliz. Mesmo que seja apenas por um breve momento, é importante se concentrar em alegria, e não em dificuldades.

10. Você não é uma vítima

Você precisa parar de ver tudo pelo seu próprio ponto de vista. Você é apenas uma vítima de seus próprios pensamentos, palavras e ações.

Ninguém faz alguma coisa contra você. Você é o criador de sua própria experiência. Assuma a responsabilidade pessoal e perceba que você pode sair de suas dificuldades.

Nós só precisamos começar a mudar pensamentos e ações. Abandone a sua mentalidade de vítima.

11. Tudo é possível

Milagres acontecem todos os dias. E realmente eles acontecem. Confie e acredite que tudo é possível. Coisas incríveis acontecem o tempo todo.

Você só precisa acreditar nisso e, agir em conformidade. Uma vez que você fizer isso, você já ganhou a batalha.

Este artigo foi traduzido e adaptado do original, “13 Things to Remember When Life Gets Rough“, Lifehack.

Imagem de capa: golubovystock/shutterstock

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