Nós, os imperfeitos

Nós, os imperfeitos

Metade do mundo ri da outra metade, e ambas são tolas
( Baltasar Gracián )

Pequenas inconveniências diárias podem ser irritantes; o senão dos outros pode ser muito desagradável. Ninguém gosta da deselegância dos convictos de suas certezas. Ninguém tolera os egoístas e os ingratos, os que não retribuem o amor que lhes é dedicado, estes são inesquecíveis.

Difícil suportar os fúteis; os que falam mas não agem; os que nos esquecem sem entendermos o por quê. Irritante os que perdem o humor no momento em que reina a graça, ainda que unilateralmente. Insuportável os que reclamam apenas pelo hábito de certificar-se de sua falta de controle.

Se o inferno são os outros, não se iludam, somos parte da flama.

Bendito o dia em que se percebe consumida a liberdade do autoritarismo de nossos desejos. Bendito o dia em que nos encontramos acompanhado de nós mesmos e espantados nos vemos cheios de pequenas inconveniências, egoísmos e ingratidões, e nos notamos coberto por certezas, atos e despropósitos. Neste dia percebemos o que somos, e somos o que o outro também é.

Somos feitos de pequenas imperfeições, seres cobertos por certezas equivocadas e desatinos. Quando a arrogância do outro nos alcança, não deveria haver espanto, porque também já estivemos na arrogância, no o dia em que irrompemos na impaciência da espera.

Quando a ingratidão do outro nos fere, há que se achar o anestésico, porque também já ficamos na condição de ingratos, nos dias em que perdemos a memória, a graça e a fé. Quando o mal humor do outro nos assusta há de haver sorrisos, porque também já negamos abraços por falta de disposição de espírito.

Não há nesta vida quem não tenha falado mais do que agido, quando golpeado de paixão jurou esquecer e recordou ou deslembrou daquilo que um dia jurou eterno.

Bendito o dia em que nos percebemos desapropriados de certezas e nos permitimos ser imperfeitamente livres, abarrotados de simplicidades.

Bendito o dia que traz aos nossos olhos nossas próprias imperfeições, porque são elas que nos ensinam a amar.

Imagem de capa: Reprodução

Gente bem resolvida

Gente bem resolvida

Quanto mais gente melhor.

” Veja se dá para entender: a gente, para a gente mesmo, é a gente. Raramente consegue ser o outro. A gente, para o outro, não é a gente, é o outro. Deve estar confuso. Tento de novo. Cada um de nós vive uma ambiguidade fundamental: ser a gente e ao mesmo tempo, ser o outro. Pra gente, a gente é a gente. Para o outro, a gente é o outro.”
( Artur da Távola )

Gente bem resolvida não precisa do outro. Quem inventou isto?

Eu penso que gente bem resolvida precisa de todo mundo. Outro dia ouvi a seguinte frase: “Estou com ele não porque eu precise, mas porque quero. Não sou carente.” Ora, todo mundo é um pouco carente e um pouco alforriado. Parece que precisar de alguém é fraqueza. Pura bobagem.

À medida que vamos amadurecendo, ficando autônomos, independentes no sentir, vamos percebendo que precisar é também uma forma de felicidade. Eu particularmente quanto mais livre fiquei mais precisei do outro. Precisei de amigos para rir das decisões equivocadas que tomei, precisei de amores para dividir a vida. Precisei e quis.

Precisar de alguém é ótimo, é troca no melhor dos sentidos. A auto-suficiência exagerada é tediosa. Precisamos de amores e amigos, precisamos inclusive dos ex, são eles quem nos lembram dos caminhos percorridos, erros, acertos e evoluções. O tempo nos ensina a notar delicadezas; detalhes compartilhados.

Sem a percepção do outro nos perdemos em uma linha reta e dura. Saber ficar só não significa não precisar do outro. Coçar as costas com régua, escova ou mãozinha de madeira, resolve, mas não é tão prazeroso como dizer: Mais para esquerda, mais para o centro, aí, aí.

Na qualidade de seres incompletos que somos, brotamos na presença do outro, com o afeto do outro. Ter um amigo para dividir a preguiça ou a emergência é delicioso; um amor para dividir as implicâncias e o edredom é aconchegar a existência; um ex amor para lembrar a data esquecida ou a velha piada faz parte de saber-se existido.

A existência requer o outro. Há pessoas que ficam, há pessoas que partem, mas ninguém parte ou fica apenas, há sempre um pouco de nós espalhado em lembranças. Somos, portanto, muitos. Ter pessoas enchendo nossa vida e algumas vezes nossa paciência é muito bom.

Nossa vida é composta de imprescindibilidades que desprezamos sem nos dar conta: A ligação da mãe para perguntar se você já almoçou; o cafezinho que a secretária nos leva no meio do desespero de papeladas sem fim; a massagem nos pés depois de um dia terrível; o sorriso e a reclamação do filho; o abanar do rabo do seu cachorro ou o ronronar do seu gato; o amigo que você telefona depois de beber todas; o amor que você liga para esvaziar a raiva, aliviar o aperto no peito ou dizer que ama.

Todos os detalhes importantes e inesquecíveis da vida têm o outro; de alguma forma o outro está. Tem aquele que ficará pra sempre, que ficará por uns instantes ou por um tempo, não importa, todos os detalhes importantes e inesquecíveis da vida, do café ao amor, tem o outro, porque a gente quer e precisa.

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Amores Nocivos: como sobreviver

Amores Nocivos: como sobreviver

O coração é um músculo irresponsável que vive dentro do peito da gente. Qual um cavalo selvagem, não aceita limites que o impeçam de se aventurar por aí. Age de acordo com regra nenhuma, escolhe ignorando qualquer tipo de critério que venha determinado pela razão (essa chata e pentelha que não sabe nada de amor!). O coração deveria ser menos independente em suas loucas experiências; mas é insolente, debochado e venal. Somos hipnotizados pelas preferências do coração. Seduzidos por sorrisos que nos colocam nus diante da lógica, submetemo-nos ao sabor delicioso de estar apaixonado. Paixão é fogo ligeiro, tanto queima, quanto arde e pode transformar nossa desarmada pessoa em cinzas, caso sejamos tolos o suficiente para nos deitarmos em sua morna e sedutora cama, sem compreender sua linguagem dúbia e envolvente.

ATIRE A PRIMEIRA FOTO RASGADA QUEM NUNCA SOFREU DE AMOR

Não importa o quanto seja arriscado amar. Viver sem amor é tão saboroso quanto um pão deixado ao relento por três noites; duro, sem gosto e difícil de engolir. O amor romântico é invenção dos loucos, loucos por uma vida com sentido, emoção e graça. O amor romântico é aquela friagem no estômago que se compara ao voo de mil borboletas coloridas e indóceis. Amar alguém nos torna mais humanos, abertos a novas experiências e propensos à felicidade. E tudo isso seria perfeito, caso houvesse no mundo a maravilhosa premissa de que todo amor fosse correspondido; de que só fosse permitido ao amor extinguir-se num compromisso tácito e silencioso entre todos os envolvidos. Ahhhh… mas não é assim! O amor é o torrão de açúcar que alimenta o cavalo selvagem no peito. Caso seja cortado de repente, causa sofrimento e dor; saudade que machuca pela ausência do toque que não se tem mais. Quem nunca sofreu de amor talvez não seja nem ao menos capaz de entender que o fim do amor não tem nada de belo ou romântico. É ferida sob o sal; é perder-se num labirinto sem saída; é encontrar o fundo do poço, sem nem uma gota de água para molhar a alma e trazê-la de volta à luz.

HÁ QUEM TENHA (DE VERDADE) UM DEDINHO PODRE PARA O AMOR

Como quase todas as coisas mais maravilhosas da vida, não há curso preparatório para nos ensinar “as mil maneiras de amar a pessoa certa”. Escolhas equivocadas são bem tentadoras, na verdade; têm aquela sedutora pitada do risco. O fato é que aprendemos a amar, amando. E é bom que se saiba: às vezes dá certo, às vezes dá errado. O que nos faz ver no outro algo que nos faça tremelicar por dentro, é a soma de todas as nossas experiências afetivas. À medida que vamos nos tornando mais íntimos dos sentimentos, criamos uma espécie de roteiro interno; rabiscos amorosos que nos fazem reconhecer no outro aquilo que nos faz sentir mais vivos e despertos. Sem que tenhamos muita consciência disso, a intensidade do amor que somos capazes de ter por nós mesmos, revela muito sobre nossas escolhas amorosas. Por alguma misteriosa razão, há quem estabeleça um perigoso e estreito vínculo entre amor e sofrimento. A pessoa fica cega para as pequenas vozes de alerta e embarca repetidas vezes em relações fadadas ao fracasso, porque cismou que se não doer, não é amor.

FAZER AS PAZES COM A POSSIBILIDADE DE SER FELIZ

Sobreviver a um amor nocivo, daqueles que colocam a gente num lugar escuro e árido; daqueles que nos apequenam diante da vida; daqueles que nos fazem duvidar sobre termos algum valor ou atrativos, é semelhante a ter a chance de nascer de novo nesta mesma vida. Há que se fazer da dor do fim, uma base para escolhas diferentes. Há que se fortalecer a alma, diante da crueza de um não à nossa alegria de viver. Há que ser o suficiente para fazermos as pazes com nosso amor próprio. Há que ser a ponte para nos darmos a chance de visitar outros lugares, mais prontos a nos acolher e tirar de nós nossa melhor porção. O tombo só faz sentido se aprendemos a cair de um jeito que nos ressignifique. Que os joelhos ralados num amor nocivo, nos torne mais aptos a optar por veredas que nos apontem vales, cavernas e montanhas de luz. Amar é para ser bom, para fazer a vida ter mais gosto. Se faz sofrer, não é amor. É, apenas uma versão pirateada, uma mentira que precisa a todo custo ser revelada, desmascarada e levada para bem longe de nós.

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Ninguém vai te ensinar a viver

Ninguém vai te ensinar a viver

Esqueça os guias e manuais. Preparada ou não, a vida vai te pegar de jeito. No escuro, de surpresa. Rápido feito um tapa na cara, intenso feito orgasmo. Acontece com todo mundo. Quando menos se espera, ela salta na sua frente e te nocauteia com a força de dez Alis. A contagem se inicia, tudo fica turvo e a gente tateia em busca de algo pra se apoiar. No corner, centenas de treinadores gritam ordens e estratégias. Pais, tias, primos, fiadores, filhos. Cada um com sua própria estratégia “infalível” de vitória.

“Se case”, “tenha filhos”, “não come isso”, “e os namoradinhos?”, “fecha as pernas”, “seja educada” e coisa e tal. Uma confusão de vozes e nenhuma delas é a sua. É complicado se fazer de surdo, mas às vezes é preciso. Ninguém sai sem um arranhão ou dois e quanto mais cedo você se acostumar com essa ideia, melhor. No entanto, nada de baixar a cabeça esperando a contagem final. Lute do seu jeito. Seja dançando, fazendo finta, plantando bananeira ou rindo descomedidamente dos erros e acertos. Não há fórmula mágica. Nunca houve e nunca haverá.

É preciso coragem para olhar nos olhos, um pouco de gingado e, claro, muito preparo. Se você acredita que vai se dar bem apenas por conta de alguma habilidade inata, prepare-se pra levar a maior surra. Toda vitória é fruto de esforço e renúncia. Muito suor, alguns hematomas e por aí vai.

Estamos posicionados entre a ordem e o caos. Estamos ali, feito cego em tiroteio enquanto o tal Universo se decide o que vai ser de tudo que existe. Enquanto isso, uns se apegam à transcendência, outros à ciência ou aos livros e muros da academia. Também existem aqueles que, como eu, preferem o álcool, a pele e o hábito de agricultor obsoleto que ainda colhe suspiro em pé do ouvido. Mas todos nós vamos para o mesmo lugar: a lona.

Não, peraí. Nada de pessimismo. Não tenho paciência pra isso. São rounds de menos pra ficar remoendo toda essa coisa existencialista. O tempo corre, mais rápido que o velocista mais ligeiro. Quem tenta acompanhar come poeira. Como diria Siba, “se eu correr atrás do mundo eu vou gastar meu calcanhar”. Melhor não. Vamos experimentar, fazer do nosso jeito, mesmo que isso acarrete um escorregão ou um knock down.

Mas e daí? Não é uma briga de rua. Lembre bem disso. Existem algumas regras. Mas quem deve ditar o ritmo é você, ninguém mais.

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Felicidade é uma coisa assim: quanto menos a gente mostra, mais a gente tem

Felicidade é uma coisa assim: quanto menos a gente mostra, mais a gente tem

É triste, mas é verdade. Infelizmente, o mundo anda cheio de gente incapaz de aceitar que você está feliz. Nem sempre é por mal. Pode ser “sem querer”, sem intenção, mas acontece. Cada vez menos pessoas sabem lidar com o fato de que o outro está bem.

Primo distante da intolerância a lactose, esse tipo de mazela causa muito sofrimento a seus portadores. Quem padece da dificuldade de aceitar a satisfação alheia apresenta sintomas diversos, desde uma inofensiva coceira até um desejo irrefreável de disparar uma metralhadora em praça pública.

Entre um extremo e outro, uma infinidade de reações mesquinhas acomete o portador de intolerância a pessoas felizes: fofocas, intrigas, picuinhas, olhos gordos, falsas denúncias, mentiras, nomes na boca do sapo e outras “coisas mandadas” com um único objetivo: despachar o seu estado de graça às favas.

Sentir felicidade é um direito tão sagrado quanto padecer de tristeza. São sentimentos irmãos. Só pode estar verdadeiramente feliz quem já esteve triste e vice-versa. Sem a comparação não é possível saber o que a gente sente. Então, é claro que toda gente feliz merece a felicidade que sente, sobretudo porque foi capaz de sobreviver à tristeza que, vira e mexe, sempre volta.

Agora, felizes ou tristes, isso é departamento nosso. No máximo, diz também respeito às poucas pessoas que fazem parte da nossa vida e nos querem bem.

Acredite: divulgar para além dessa esfera íntima a sua tristeza é muito menos “perigoso” que anunciar aos quatro ventos a sua felicidade. Exceto um ou outro excêntrico, ninguém inveja miséria, desespero, contas vencidas, casamento infeliz, saldo no vermelho, despensa vazia. Ninguém.

Já a sua viagem dos sonhos, sua refeição cara, seu encontro de família, suas bodas de prata, sua alegria escancarada, quando gritadas para todo mundo ouvir, provocam as mais diversas reações. Quase sempre ruins. Fazer o quê? Muito pouca gente está preparada para saber que você está feliz.

É claro que a vida é sua e você conta o que quiser para quanta gente desejar. Mas pensemos. Será mesmo que a sua felicidade vai ser menor ou menos intensa se você vivê-la somente aí, entre você e os seus? Vai saber, né? Na dúvida, é melhor não arriscar. E sejamos todos felizes.

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Pode me contrariar, eu dou conta!

Pode me contrariar, eu dou conta!

E não é que na semana em que decido mudar de casa, arrumar um novo ninho, gastar as pobres economias com todo o aparato de mudança e pintura e uma coisinha aqui e outra ali, a lavadora resolve quebrar? Ela decerto não gostou da ideia, não queria sair do seu pedestal imponente; talvez tenha ouvido alguém comentar que iria para uma área externa.

Pois é, foi-se ela. Partiu dessa para um ferro velho melhor. E cheia d’água para dar bastante trabalho, sujeira e contrariedade.

E no mesmo dia a sandália arrebentou, o preço daquela mesinha que eu estava paquerando aumentou, a internet rateou, a paciência quase acabou.

Creio que um dos maiores desafios desse vida moderna, é o de ser contrariado. A tecnologia ainda reforça isso, instigando respostas rápidas, caminhos alternativos, decisões certeiras e instantâneas.

Mas a vida não é bem assim, e mesmo quem usa o mais top, fantástico e extraordinário equipamento, vez ou outra tem o seu chinelo arrebentado, ou sua internet congelada. Contrariedades…

Matutando sobre isso, decidi enxergar as contrariedades com uma outra lente, aquela mesma do óculos que já não serve mais, mas faz o feio ficar desfocado, mas bonitinho.

Contrariedade é como aquela pessoa decidida a te provocar. Uma, duas, várias vezes, até você explodir. Experimenta sorrir para ela e encarar até ela desviar o olhar. Acabou, você venceu.

Contrariedade é o professor que não quer testar seus conhecimentos, e sim te pegar num descuido. Ele pode até conseguir pegar, mas não consegue cumprir a própria missão.

Contrariedade é gente que sente prazer em contar notícia ruim, em provocar agonias e medos. Mas, se não houver quem ouça, o vento leva para longe, as notícias e as agonias.

As contrariedades já me viraram do avesso, me tiraram do prumo, da educação, da organização e segurança.

Mas a vida é isso! É botar o pé no chão e encarar o movimento que essa pisada provocou. Pode tudo dar certo, e, na maioria das vezes, dá mesmo. O que não deu, o que contrariou, vira experiência, vira bagagem, sabedoria.

Daqui para frente, e isso é uma promessa, elas vão chegar, fazer suas mandingas e bater em retirada. Não tem contrariedade que ouse me segurar!

Vai me contrariar? Pode vir que eu dou conta. E ainda mando a conta, se for o caso.

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Encontre alguém que te namore

Encontre alguém que te namore

Sim, encontre alguém que verdadeiramente te namore. Alguém que esteja com você para o que der e vier. Alguém sem o discurso de querer que você seja uma outra pessoa. É diferente quando você cruza o caminho de alguém com vontade de cuidar, respeitar e fazer dessa história algo especial. Tenha certeza, esse é o amor batendo na sua porta.

Quantas vezes você não se deixou levar por uns carinhos aqui e ali e, pensando ser amor, recebeu em troca umas poucas atenções? E achou que o mundo estava te pregando mais uma peça, que você estava fazendo papel de trouxa por entregar tanto de si para alguém que nunca demonstrou estar presente. Você passou maus bocados quando o assunto é o coração. Teve quem tenha dito querer ficar, mas que não moveu um sentimento em favor disso. Teve quem tenha ficado, mas que não tratou de vestir interesse o suficiente para o sentimento de dois continuar sendo de dois. Foram amores de todos os jeitos, mas com a mesma fórmula: a falta da reciprocidade.

Falar de reciprocidade não pode ser um tabu e muito menos um clichê recorrente. Porque reciprocidade é o natural para quem sente ternura e empatia, para quem não precisa fazer esforço em dizer, com todas as letras e gestos, o quanto alguém lhe faz feliz. Essa é a principal diferença entre os que apenas namoram dos que namoram por amor. Enquanto o primeiro vem com a desculpa de muitos motivos, o segundo respira através de um que é somado com outros – a gentileza, a maturidade, a parceria.

Então, chega de correr atrás de metades ou de incentivar o desapego dos seus inteiros. Encontre alguém que te namore. Alguém que não obrigue o seu coração a suplicar nada menos do que você merece. Alguém que, com sinceridade e vontade nos abraços, te reconheça a cada reencontro. É de uma pessoa assim que você deve torcer para esbarrar. E se tiver essa sorte, tenha certeza, esse é o amor que você vai querer transbordar a todo instante.

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Anne with an “E”, defletindo para sobreviver

Anne with an “E”, defletindo para sobreviver

“Deflexão é uma manobra para evitar o contato direto com outra pessoa ou conflito; uma forma de tirar o calor do contato real. Isso é feito ao se falar em rodeios, usar linguagem excessiva, rir-se do que a outra pessoa diz, desviar o olhar de quem fala, ser subjetivo em vez de específico, não ir direto ao ponto, ser polido em vez de falar diretamente, usar linguagem estereotipada em vez de uma fala original, exprimir emoções brandas em vez das emoções intensas; falar sobre o passado quando o presente é mais relevante. A pessoa que deflete, ao responder à outra age quase como se tivesse um escudo invisível, muitas vezes experiencia a si mesma como imóvel, entediada, confusa, vazia, cínica, não-amada, sem importância e deslocada.” (Erving e Miriam Polster, 2001).

Baseada no clássico “Anne of Green Gables” da escritora canadense L. M. Montgomery, a série da Netflix “Anne with an E” conta a história de Anne Shirley, uma menina órfã aos três meses que desde cedo trabalha duro para sobreviver. Os olhos azuis e vívidos da jovem Anne escondem o peso de uma curta existência, porém carregada de complexidade emocional e traumas.

A história começa quando os irmãos Marilla e Matthew Cuthbert resolvem adotar um menino com braços fortes e ágeis para ajudar na lida diária do campo, Matthew surpreende-se ao encontrar uma menina aguardando por ele na estação de trem. O primeiro encontro da garota com os novos pais adotivos é pautado por decepção, frustração e rejeição. A menina Anne é miúda e desajeitada, tem imaginação viva e fala incessante. Dentro de uma tipologia gestáltica, pode-se dizer que Anne é deflexiva.

Embora não seja próprio do espírito gestáltico falar em tipologia, Fritz Perls e outros gestaltistas descreveram alguns “modos operantes” utilizados para evitação de contato com o outro, com o meio ou com situações de conflitos emocionais. Os gestaltistas chamaram estes modos de se relacionar de “Mecanismos de Evitação do Contato” ou “Mecanismos de Defesa”.

Os mecanismos de evitação de contato são recursos que desenvolvemos desde muito cedo, primeiramente como forma de ajustamento e sobrevivência ao modo (muitas vezes disfuncional) como nosso sistema familiar está organizado; posteriormente repetimos os mesmos padrões em outros círculos relacionais. Todos nós alternamos entre os diferentes mecanismos, de acordo com dada situação ou conflito, por isso não se deve “engessar” alguém em um determinado mecanismo. Porém, fala-se em prevalências, que moldam nosso funcionamento e personalidade.

A menina Anne é muito jovem e desde cedo vive desamparada em orfanatos e trabalhando em casa de terceiros. Por diversas vezes foi rejeitada, maltratada, agredida, experienciou traumas psicológicos e físicos que com pouca idade não possuía recursos emocionais para “processar”. Ela se utiliza da fala excessiva e da imaginação para criar ambientes mais leves; assim tira o calor das relações e evita contato com a realidade dos fatos, com o peso e a dor que eles trazem. A fim de sobreviver com tão pouca idade em um mundo tão emocionalmente complexo e caótico, Anne deflete.

A deflexão é o mecanismo de evitação que se utiliza do desvio do contato direto ou da energia do objeto de desejo. A pessoa deflexiva nunca adere à situação, sempre falando de outras coisas, fala muito e ao mesmo tempo não diz nada.

É importante ressaltar que todos os mecanismos são funcionais quando utilizados de maneira adequada. Defletir é um ótimo recurso em situações que requerem contatos superficiais, polidez e diplomacia. Também é um recurso muito utilizado na arte e na escrita, tornando as palavras mais ricas e floreadas. As pessoas com prevalência de funcionamento deflexivo, por terem dificuldade de fixação em uma só coisa ou pessoa, são curiosas, criativas e têm conhecimento de assuntos variados.

Os mecanismos de evitação de contato tornam-se neuróticos quando utilizados em situações que requerem novas maneiras de lidar com conflitos, ou seja, quando se tornam anacrônicos. Defletir é inadequado quando precisamos ser objetivos, assertivos, ao falarmos de nós, quando se faz necessário silenciar e entrar em contato com nossas dores e frustrações. Defletir não nos ajuda quando temos que focar ou aprofundar em algo e, principalmente, quando desejamos criar intimidade e vínculo emocional legítimo e duradouro com o outro.

O exercício para pessoas que defletem é aprender a falar assertiva e objetivamente, manter foco e atenção em algo ou alguém, fazer e manter contato visual ao falar, escutar e, claro, silenciar.

“Anne with an E” é uma história sobre reconstrução, novos aprendizados e oportunidades, e também sobre deixar velhos padrões (deflexivos) de comportamentos. A menina Anne precisa reinventar-se, aprender a permanecer e criar vínculos e recontar sua historia. A série não acerta sempre, mas me surpreendeu em conteúdo, produção e fotografia. A narrativa, apesar de complexa em conteúdo emocional, se desenvolve de forma leve e divertida. Assistir “Anne With an E” requer ainda contextualização histórica de uma época onde não existia infância e as crianças eram tratadas como “mini-adultos”. Para os chorões como eu, sugiro manter uma caixa de lenços por perto.

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Existem casais compostos por uma pessoa e uma “sombra”.

Existem casais  compostos por uma pessoa e uma “sombra”.

Há uma verdade que, geralmente, só constatamos com a maturidade, e, entenda, essa maturidade não possui, necessariamente, relação com a nossa idade cronológica. Afirmo isso porque, lamentavelmente, algumas pessoas serão eternamente imaturas nesse quesito, por mais cabelos brancos que tenham na cabeça. Que verdade é essa? A de que não seremos “mais amados” quando abrimos mão dos nossos desejos em prol do parceiro.

É preciso muita calma, não me interprete de forma equivocada, vou explicar direitinho e você vai compreender. Eu quero dizer que, quando alguém nos ama de verdade, ele nos aceita exatamente como somos, isso não significa que ele nos considere perfeito(a), porém, ele percebe os nossos defeitos ou diferenças como pontos perfeitamente toleráveis para ele, ou seja, a pessoa coloca na balança os nossos pontos positivos e negativos e percebe que a “relação custo-benefício” é positiva.

Numa relação assim, ambos experimentam a perfeita liberdade de serem quem são, sentem-se aceitos e valorizados em sua totalidade como pessoas. É fato que os relacionamentos nos convidam, educadamente, a fazer concessões para o bem da relação, ou seja, ajustes que contemplem o bem do casal, até aí tudo certo.

Entretanto, em muitos relacionamentos, o verbo “ceder” é confundido como o verbo “anular”, e qual a diferença entre esses dois verbos no contexto relacional? Bem, nos relacionamentos, ceder é uma atitude que ambos precisam praticar, em contrapartida, o anular parte sempre de um. Existem relacionamentos em que apenas um faz tudo pela boa convivência. Ele começa cedendo em pequenas coisas, e o egoísmo do outro vai agigantando a tal ponto que esse ceder é promovido a um sacrifício solitário e injusto. Aquele que cede vai abrindo mão de tudo o que gosta simplesmente porque o cônjuge ou namorado(a) não o(a) aceita como ele(a) é. Geralmente aquele que se incomoda com o jeito de ser do outro e exige mudança, percebe-se como um ser perfeito, um verdadeiro sonho de consumo, dessa forma, nunca está disposto a ceder em nada em prol da relação. Enquanto isso, o que cede estará cada vez mais insatisfeito, mas de tanto não ser reconhecido nem valorizado pelo o que faz, acaba destruindo sua autoestima e vai suportando tudo calado.

No fundo, essa pessoa que tanto cede acredita que ela não é reconhecida pelo parceiro porque ainda não cedeu o suficiente, então, acredita que, quando ela ceder ao ponto de “ficar perfeita” aos olhos do parceiro ela será profundamente amada por ele. Ledo engano, o amor não negocia nada para manifestar-se, ele não impõe condições do tipo: estar mais magro(a)….passar num concurso público…ter um carro.

Entendem? Infelizmente, existem muitas pessoas enfiadas em relacionamentos miseráveis, vivendo de migalhas e sonhando com o dia em que alcançará a meta para, então, receber o amor do parceiro. Nesse tipo de relacionamento, sempre existirá um ressentido e frustrado ou mesmo deprimido, e não é para menos, afinal, ele sente-se invisível aos olhos do parceiro.

Caro(a) leitor(a), se essa for a sua realidade, reaja enquanto é tempo. Na realidade, existem muitos viúvos de esposas vivas e viúvas de maridos vivos. São pessoas que vivem como sombra ao lado do cônjuge, de tal modo que nunca são ouvidas, nunca são percebidas como uma pessoa que tem alguma vontade, enfim.

São milhares de pessoas com uma aliança no dedo e um contrato de casamento assinado, porém, não sabem o que é receber afeto do cônjuge, não sentem-se parte da relação e suas opiniões nunca são levadas em consideração. Falei de casamento, mas isso se aplica aos namoros, noivados e uniões no geral. É muito triste quando o amor é desperdiçado. Manter alguém ao lado sem a menor intenção de fazê-lo feliz é algo que poderia ser considerado um crime…inafiançável.

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Previsão do tempo para hoje: você pode estar perdendo o seu

Previsão do tempo para hoje: você pode estar perdendo o seu

“Ter tempo é um luxo”. Li isso em algum lugar e desconheço o autor, mas, com certeza faz parte das coisas que eu gostaria de ter escrito. Talvez pela verdade que envolva a frase ou pelo medo de perder o tempo que nos resta, o fato é que, minha vida mudou, depois de refletir sobre ela.

Tempo é uma questão de percepção. Para Platão, a origem do tempo possuía uma base cosmológica, para Einstein o tempo não passava de uma ilusão e, para Machado de Assis, o tempo era um destruidor de situações: “o tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto”.

Michael Ende, famoso escritor alemão, em seu livro “Momo e o senhor do tempo” afirmava que “existe um mistério muito grande que, no entanto, faz parte do dia-a-dia. Todos os seres humanos participam dele, embora muito poucos reflitam sobre ele. A maioria simplesmente o aceita, sem mais indagações. Esse mistério é o tempo. Existem calendários e relógios que o medem, mas significam pouco, ou mesmo nada, porque todos nós sabemos que uma hora às vezes parece uma eternidade e, outras vezes, passa como um relâmpago, dependendo do que acontece nessa hora. Tempo é vida. E a vida mora no coração.”

De qualquer forma, indiferente da linha defendida, a verdade é que não aprendemos a administrar o próprio tempo como deveríamos: temos pressa para tudo, mas não temos tempo para nada.

Planejamos nossas vidas como se soubéssemos quanto tempo nos resta, sofremos por pessoas como se fosse impossível a vida sem elas e acreditamos tudo irá acontecer dentro da nossa agenda programada. Doce engano! Mal sabemos que dirigimos nossas vidas até a metade do caminho. O restante, vivemos das consequências das escolhas feitas.

A sabedoria está em atentar-se a isso enquanto há tempo. Assim como a dieta faz bem ao corpo, a administração do tempo faz bem à alma.

Perder tempo em relacionamentos tóxicos, com pessoas vazias ou deixar se abalar pela maldade alheia é uma forma cruel de matar o próprio tempo e desequilibrar os próprios sentidos.

Então, apenas viva bem e viva agora! Ainda há tempo! Ainda há esperança!Ainda há uma forma de recomeçar! Afinal, “o tempo rende muito quando é bem aproveitado”(Johann Goethe).

Não perca seus dias implorando a atenção alheia. Não perca sua vida acreditando que amores mal resolvidos são lindos. Não divida seus momentos com quem não merece vivê-los. Tenha claro que nada que exija seu tempo, seus sentimentos e sua disposição sem oferecer, no mínimo, reciprocidade, pode ser bom para você.

É hoje que a vida acontece. É com quem fica que os relacionamentos eternizam. É nos dispostos que o amor nasce. Essa história de “vamos dar um tempo” é apenas uma forma covarde de brincar com os sentimentos alheios.

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Sente-se aqui, vamos falar sobre esse relacionamento que roubou a sua alegria.

Sente-se aqui, vamos falar sobre esse relacionamento que roubou a sua alegria.

Hei, vamos falar desse relacionamento que você vem arrastando há tanto tempo? Hum, sei que o assunto é chato, mas até quando você pretende fugir dele? Aliás, como fugir de algo que está aí te incomodando o tempo inteiro, roubando o seu sorriso e soterrando a sua autoestima? Cá prá nós, você decidiu se vai manter-se enterrado(a) vivo(a) ou se vai tentar sair dessa sepultura? Você sabe que a decisão é sua, né?

Sabe muito bem que por mais que existam pessoas preocupadas em te ajudar, somente você poderá resgatar-se desse cativeiro. Conte-me como é lidar com essa realidade, de ter uma pessoa apenas para entristecê-lo(a). Pode chorar, não se constranja, eu te acolho. Fale-me o que sente ao ver os casais que se respeitam e se tratam com afeto. Sente-se diminuído(a) e profundamente ressentido(a), não é mesmo? Talvez você se pergunte: porque ele(a) não me trata bem assim?Por que ele(a) não usa esse tom de voz afetuoso comigo?

É provável que se pergunte: por que sou tratado(a) com tanta rispidez por ele(a)? Daí você percebe que tudo aquilo que você idealizou num relacionamento amoroso está bem distante da sua realidade. Atitudes triviais como “bom dia, meu amor”,”eu te amo”, “você está lindo(a)”, “tenho muito orgulho de você”, “obrigado(a) por estar comigo”. Não existe beijo de boa noite, nem “estou com saudades”. E você percebe tudo isso, e sente falta, muita falta.

Como pode você estar passando por isso? Logo você, tão intenso(a) que chega a transbordar, vivendo recluso(a) nesse cativeiro, alimentando-se dessas migalhas miseráveis, alimento de formiga. Logo você, que sempre foi tão espontâneo(a) e sorridente, agora vive com esse olhar embaçado, completamente sem brilho. Então, você se consome nas noites de insônia, vendo os seus dias passarem e perguntando aos seus “botões”: meu Deus, eu vou ter que me conformar com essa situação? O pior de tudo é esse conflito que você vive. Você sabe do seu potencial, você sabe da bagagem que carrega na alma e tem consciência de que pode ser o sonho de consumo de alguém.

Você tem muito amor para dar, você transborda carinho, sua libido é efervescente, você é engraçado(a), é uma ótima companhia, mas está aí ao lado de alguém que além de não reconhecer nada disso, faz questão de adoecer cada virtude sua. Imagino a frustração de andar pelas ruas e perceber o quanto desperta a atenção dos(as) outros(as), enquanto sente-se invisível aos olhos do parceiro. É um desperdício muito grande, não é mesmo? Então você vai vivendo seus dias alternando tristeza e amargura, ressentimento e arrependimento, desânimo e irritabilidade.

Pode ser que você alterne também um sentimento de muita raiva por você mesmo(a) que permitiu a situação chegar nesse ponto e nada fazer para mudar, e raiva pelo(a) parceiro(a) que não te oferta o mínimo de afeto e companheirismo. Talvez aconteça de você atravessar algumas noites pensando e criando coragem para tomar uma atitude de sair dessa relação, daí amanhece o dia e você sente-se, outra vez, acovardado(a).

Hei…responda-me: que prejuízo você terá ao sair de um relacionamento que não te acrescenta nada de positivo e que ainda rouba o seu entusiasmo? Qual o seu receio? Sabe, existem pessoas que já se acostumaram com a infelicidade, elas já chutaram o balde e decidiram que vai viver essa tragédia de relacionamento e pronto, seja por preguiça ou por qualquer outra razão. Mas você não chegou nesse nível ainda, pois você se incomoda, você chora, sente angústia e revolta. Acho que ainda há salvação para você…ainda é possível você pular dessa barca furada. Você acha que tenho razão? Tomara que sim.

Imagem de capa: Jakub Zak/shutterstock

5 séries hipnotizantes (e novas) para ver na Netflix

5 séries hipnotizantes (e novas) para ver na Netflix
Alias Grace

Todo mundo gosta de um pouco de emoção. E se essa emoção vier em capítulos e nos mantiver interessados ao longo de diversas horas. Aí temos o real sentido do entretenimento.

Abaixo, uma lista pessoal com algumas das séries mais recentes que estão disponíveis no catálogo Netflix e que garantem boas horas de distração e até adrenalina.

1- Alias Grace (primeira temporada disponível)

Grace Marks (Sarah Gadon) é uma jovem irlandesa de classe média baixa, que decide tentar a vida no Canadá. Contratada para trabalhar como empregada doméstica na casa de Thomas Kinnear (Paul Gross), ela é condenada à prisão perpétua pelo assassinato brutal do seu patrão e da governanta da casa, Nancy Montgomery (Anna Paquin). Passados 16 anos desde o encarceramento da imigrante, o Dr. Simon Jordan (Edward Holcroft) se apaixona por Grace e fará de tudo para descobrir a verdade sobre o caso.

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Alias Grace

2- Stranger Things (duas temporadas disponíveis)

A segunda temporada foi recentemente lançada e pode ser mais uma motivação para quem ainda não viu ne a primeira, pois saber que existem mais capítulos sempre anima os seguidores de séries.
A continuação acontece quando, quase um ano após os eventos do desaparecimento de Will, uma menina psíquica com uma tatuagem idêntica à de Eleven, marcando-a como “008”, está trabalhando como parte de uma quadrilha criminosa em Pittsburgh. De volta à Hawkins, Will, Mike, Dustin e Lucas conhecem uma nova garota na escola, Maxine (“Max”). Para saber mais é preciso ver a série!

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3- O tempo entre costuras

Baseado no best seller homônimo de Maria Dueñas, a série O Tempo Entre Costuras narra a história de Sira Quiroga, jovem costureira que, nos meses que antecedem a guerra civil espanhola, abandona Madri para seguir o homem que ama rumo a Tanger, em Marrocos. Mas as coisas lá não acontecem conforme o planejado. Sira fica sozinha e precisa garantir a própria sobrevivência.

Em um país desconhecido, carregando o peso de dívidas alheias e com o coração partido, Sira vai parar em Tetuão, então capital do protetorado espanhol em Marrocos.

Para sobreviver, a jovem não tem escolha senão seguir fazendo a única coisa que sabe: costurar. Após abrir seu próprio negócio em Tetuão, sua vida passa por uma inesperada reviravolta e Sira se vê colaborando com o serviço de Inteligência britânico durante a Segunda Guerra Mundial.

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4- Mindhunter (primeira temporada disponível)

Baseado no livro best-seller do NYT, que relata os anos que John Douglas passou perseguindo serial killers e estupradores, desenvolvendo seus perfis para prever seus próximos passos. A série discutirá alguns de seus casos mais publicizados, como o homem que caçava prostitutas no Alaska, o assassino de crianças de Atlanta e o matador de Green River.

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5- Ozark (primeira temporada disponível)

Quando o consultor financeiro Marty Bird (Jason Bateman) se muda para os arredores do lago de Ozark com sua esposa Wendy (Laura Linney), eles descobrem um lado sombrio e selvagem do capitalismo. Pois naquela parte do estado do Missouri, o que dá futuro é a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas.

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Sinopses via Adoro Cinema , Wikipédia, Tv Brasil

O ônus e o bônus de expor os relacionamentos nas redes sociais.

O ônus e o bônus de expor os relacionamentos nas redes sociais.

Começo este texto deixando bem claro que não estou julgando ninguém, tampouco mandando indiretas, pois faço parte do time de pessoas que se expõe nas redes sociais, ou pelo menos, já se expôs. Tudo na vida tem ônus e bônus, e embora eu ainda não tenha conseguido enxergar o lado positivo da exposição minuciosa dos relacionamentos nas redes sociais, eu posso claramente perceber as nuances negativas dessa publicidade.

É fato que a maioria das pessoas gostam de perceber que seus parceiros demonstrem publicamente o quão orgulhosos sentem-se por tê-las como parceiros amorosos. Entretanto, há uma fato que considero como um complicador quando os casais optam por tornarem-se famosos no ambiente virtual: o desgaste gerado para a manutenção de uma “realidade” que nem sempre existe fora do ambiente virtual. Convenhamos que, por mais feliz e cúmplice que um casal seja na realidade, nas redes sociais, essa condição é sempre maximizada, melhor dizendo, há um exagero nas virtudes do relacionamento, algo surreal.

Diante disso, quanto mais um casal se expõe como perfeito, mais curiosidade e interesse ele estará atraindo daqueles que têm acesso às suas publicações. Devido ao excesso de exposição e o enaltecimento da relação, ao menor sinal de crise da relação, todos ficam meio que em “alerta” de que algo mudou na vivência daquele casal tão inspirador. E outra coisa: um casal que já está acostumado a estar em evidência e a receber os likes de forma rotineira, enfrentará uma certa dificuldade em administrar uma crise de forma reservada.

Explicando melhor: pode acontecer, por exemplo, de ser o dia dos namorados, e o casal estar brigado, então, obviamente, as pessoas já estarão esperando por aquela homenagem em forma de textão do casal, daí, esse casal terá que se esforçar para manter as aparências de casal perfeito, postando algo na rede que não seja autêntico, enquanto que na realidade nem estão se falando.

Há casos muito constrangedores em que um dos cônjuges/namorados posta uma homenagem e o outro nem comenta ou, no máximo, apenas curte. Nessas horas, sentimos pena do autor da postagem, é muito embaraçoso. Na realidade, quando nos expomos em demasia no ambiente virtual, nos transformamos em atores com a missão de manter aquele “espetáculo” em cena, tornamo-nos, de certa forma, reféns da nossa exposição.
Partindo do princípio de que o que não é visto não é lembrado, o oposto acaba valendo: quem se expõe demais acaba virando espetáculo dos mais diversos olhares: curiosos, invejosos, empáticos e etc. Como disse no início do texto, eu não teria nenhuma condição de recriminar alguém por essa prática, justamente por já ter me exposto demais, entretanto, confesso aqui, que me arrependo de quase todas as exposições que já fiz envolvendo os meus relacionamentos.

Certamente, hoje em dia meu olhar sobre essa conduta é bem diferente. Eu me pergunto: qual a necessidade de alguém mostrar um presente que ganhou do cônjuge ou namorado? Bem, eu já fiz isso e, olhando para trás, sinto uma pontinha de vergonha. Alguns momentos tão íntimos, até mesmo print de mensagens percebemos expostos nas redes sociais, e vem a pergunta: qual o objetivo dessa exposição às pessoas que são, inclusive, desconhecidas?

Conheço uma pessoa que confessou ter mantido por muito tempo um relacionamento por vergonha de romper e “frustrar” os seguidores. Ela disse,em tom de desabafo: “nada daquilo que eu postava, existia, aquilo tudo era um teatro e era horrível manter as aparências, eu me sentia na obrigação de dar satisfação a todos pois meu casamento vivia exposto”. Por fim, a pessoa optou por abandonar por completo as redes sociais. Eu confesso que tenho uma profunda admiração pelas pessoas que conseguem viver seus relacionamentos sem expô-los de forma demasiada. Mas, viva a liberdade que cada um que faça o que bem quiser de suas vidas.

Imagem de capa: gpointstudio/shutterstock

Somos mulheres, temos sensibilidade e adoramos que cuidem de nós.

Somos mulheres, temos sensibilidade e adoramos que cuidem de nós.

Quer saber do que mulher gosta? De carinho e cuidado.

Como mulher digo que, apesar de conquistarmos nossas independências financeira, sexual, amorosa, de haver ocorrido um despertar feminino que mostrou e reconheceu a força da mulher e suas capacidades, uma coisa no meio de todo esse empoderamento não pode ser esquecida: nossos sentimentos, e emoções. Somos mulheres, temos sensibilidade e adoramos que cuidem de nós.

Sim, cuidamos da casa, da vida, da profissão, da comida, dos planos para o final de semana, da roupa que tem que lavar, passar, buscar… não pensamos somente em nós, devemos admitir: Nós sempre pensamos em tudo!
O instinto materno de cuidado se estende para além dos filhos e alcança até nossos parceiros.

Nossa natureza do cuidado não distingue a pessoa, há prazer em cuidar de quem se ama.
Mas sabe o que é? É tão bom também receber isso de volta!
Alguém que intua aquilo que queremos, ou mesmo nos faça um surpresa!

Que sinta que estamos cansadas e que prepare nosso jantar ou ainda que nos leve a um lugar legal para passear.
Que nos faça companhia, que cuide de nós e assim nos faça se sentir bem, em paz. Que nos defenda quando estivermos em perigo ou que nos abrace quando sentir que precisamos de um . Que dê segurança.
Que tenha cuidado. Que pense nas minhas dificuldades e não somente nos meus interesses.
Que seja amigo e parceiro. Que juntos um possa sentir a proteção do outro. Sem sufocamento, apenas cuidado e entrega.

Sim, imperfeições humanas existem e devemos relevar e compreender muitas delas. Tudo é aprendizado e o outro sempre será reflexo de nós mesmos. Ser tolerante com quem a gente ama faz parte do relacionamento e da vida, mas que este defeito não seja uma repetição, uma distração e que o cuidado esteja presente.

Ter o outro na vida da gente deve ser como um presente. A gente precisa cuidar para não perder em deslizes bobos. Que nenhum tenha que ser mais que o outro. Que ambos possam se sentir cuidados ao mesmo tempo que doam suas atenções;

Queira isso também. A gente se doa por amor, mas quer receber isso de volta, não por jogo de interesses, apenas pelo bom merecimento.

Imagem de capa: StockLite , Shutterstock

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