O amor é feito de oportunidades que só os corajosos aproveitam

O amor é feito de oportunidades que só os corajosos aproveitam

Quem não quer um amor? Um amor daqueles de tirar o fôlego? Acho que todos querem sentir aquela paz ao estar nos braços do ser amado, que só quem ama de verdade sente. Aquela sensação de que, se o mundo acabasse ali, estaria tudo bem. A sensação de que, embora existam problemas lá fora, basta um sorriso para que tudo fique tão pequeno. Não sei se todos sabem o que é isso, mas talvez estejam tendo a oportunidade e, se estiverem, por que deixar passar?

Pode parecer romântico demais, e que seja, pois o amor tem o dom de nos fazer enxergar o que há de belo no mundo. Embora existam inúmeros fatores negativos ou que possam nos fazer desacreditar do amor e da possibilidade de ter alguém que possa ser importante, é preciso estar aberto às oportunidades que a vida lhe dá, pois, enquanto reclama, essa oportunidade pode estar batendo à sua porta sem que você a deixe entrar.

A oportunidade de ter alguém que esteja disposto a ser o melhor que pode ser só para lhe fazer feliz. Alguém que queira colorir o mundo, para lhe mostrar que, apesar de nuvens nubladas, o céu também é azul. Alguém que conte piadas, mesmo não sendo engraçado só para ter um sorriso seu no bolso. Alguém que, sendo imperfeito, esforça-se para estar ao seu lado sempre que precisar.

O amor não é feito de facilidades, mas sim de trabalho, de construção. O amor é uma obra de arte, revista, refeita, com borrões e ajustes, já que, ao longo do caminho, sempre vamos errar. Mais que isso, devemos errar, desde que busquemos sempre o melhor e aprendamos com os erros.

Sendo assim, a oportunidade de amar pode estar ao seu lado, no entanto, não é um diamante pronto; é uma pedra bruta que precisa ser lapidada. E aqui está o problema, uma vez que quantos estão dispostos a ter esse trabalho?

Esse problema acentua-se na sociedade contemporânea, em que se esforçar por alguém é visto como sinônimo de perda de tempo ou fracasso. Todavia, ser “romântico” não é acreditar no amor, mas, antes, acreditar que ele vem pronto. Ainda bem que não vem, pois, caso viesse, perderíamos todo o encanto que é colocar cada pedra que torna a estrada da relação um caminho mais bonito.

Uma beleza que só se encontra quando se pode rir junto com o outro. Quando o outro, através de um olhar, enternece o coração. Quando o outro não é o mais bonito ou o mais inteligente; o mais elegante ou o mais parecido com você. Quando o outro tem uma vida complicada e um gênio difícil. Quando o outro, apesar de tudo isso, está disposto a superar todos os problemas, só para ser digno de um amor que torne o coração um lugar onde se possa ouvir o canto dos pássaros.

Entretanto, como já disse, querer tornar-se digno desse amor é difícil e, assim, muitos de nós deixamos oportunidades de ter pessoas, que tornam a vida um lugar mais divertido, passar. Deixamos passar, porque somos incapazes de abdicar do nosso eu para fazer o outro feliz. Deixamos passar, porque sentimos medo de nos prender ao mergulhar no universo do outro. Deixamos passar, porque nos acovardamos diante de alguém que parece amar cada célula do nosso corpo.

Alguém que não se importa em parecer bobo. Alguém que não se preocupa com o que os outros falam. Alguém que quer fazer o possível para não deixar a oportunidade passar. Alguém que não quer se arrepender de ter jogado fora a oportunidade de ser feliz.

Para isso, é necessário deixar de ouvir a opinião alheia, abrir mão dos preconceitos, e muito esforço, pois, quando há amor, a caminhada nunca será fácil. Mas o que são obstáculos, quando se tem alguém que te permite voar?

Além disso, é necessário só mais uma coisa: coragem. Substantivo que somente os que amam entendem o significado, pois a sede da coragem está no coração. Qualidade daqueles que entendem que o amor é uma oportunidade rara na vida e, portanto, não pode ser desperdiçada. Qualidade daqueles que têm bravura para enfrentar os riscos que amar alguém pode ter, pois, se no caminho houver batalhas e feridas, sempre haverá sorrisos com o dom da cura.

Imagem de capa: Rawpixel.com/shutterstock

Não desperdice sua amizade com quem não a merece

Não desperdice sua amizade com quem não a merece

Eu prefiro andar só a estar com pessoas com quem seja preciso ficar medindo as palavras, escolhendo o que falar, se benzendo dos desejos de azar e escondendo dos mau-olhados de inveja. Não que eu me incomode ou importe com quem sai falando mal de mim. Mas é que tem muita gente que critica puramente pelo hábito de criticar, fala só por falar, questiona tudo o que tem inveja e duvida de todas as nossas verdades. E sabemos que isso tudo é apenas obra das suas próprias frustrações, por conta de suas próprias derrotas. Não empreste seus ouvidos a quem está sempre dizendo que nada vai dar certo.

Não empreste a sua paciência pra quem tira a de todo mundo. Cansa tentar entender quem insiste somente nos desentendimentos. Tem gente que é especialista em apontar erros, mas cega pra enxergar os próprios. Gente que nunca viu nada, mas inventa tudo.

Maldade. Recalque. Falsidade. Falam mal da vida alheia, mas nunca param pra ver que a delas tá muito pior. Gente que ergue a voz para defender suas ideias, mas que nunca cala pra ouvir alguém. E não adianta a gente ter coração bom quando está perto de quem só sabe ser ruim. Quer saber? Não desperdice sua amizade e sua bondade com quem desperdiça o seu tempo e acaba por desperdiçar mesmo é um bom tempo da nossa vida.

Só existe gente folgada, quando a gente permite. Ignore. Ignorar poupa a alma de muita chateação. Tem gente que é atraso. Passe longe. Desvie. Se benza. Mude o caminho. Saia correndo se for preciso. O que vale a pena é estar na paz, é viver na paz, bem distante de gente assim.

Continue sendo verdadeiro, falando o que pensa, fazendo o que quer, sempre de cabeça erguida, sempre com a verdade ao seu lado. Não caia na besteira de ter que usar máscaras para deixar os outros à vontade. É de gente que não revida que muitos gostam de tirar vantagens. Revide! Mas revide mostrando que é feliz, pois isso já é mais que o suficiente!

Não tenha medo de colher os frutos de ser fiel a si mesmo. Quem é feliz de verdade, não se julga melhor que ninguém. Quem é feliz de verdade, só se importa com a vida alheia se for pra ajudar. Quem é feliz de verdade, coloca no rosto dos outros, sorrisos e nunca lágrimas. Orgulhe-se disso, deixe que o Universo cobre de quem tenha a pagar. Muitos nem estarão preparados para o tamanho da conta, de tão alta, de tantas dívidas que tem com o mundo.

Tudo retorna, sempre. Não adianta se esconder ou disfarçar, quando chegar a hora, cada um terá suas surpresas, boas ou ruins. Então continue trabalhando. Deus não te deu a oportunidade de continuar seguindo em frente para que fique pensando em voltar atrás.

Já que ninguém paga suas contas, seja feliz e não ligue para o que os outros dizem ou pensam. Ignorar certas pessoas nos torna mais felizes.

Simplesmente, sorria e floresça. Ter luz própria já é o melhor tapa na cara de quem precisa. Beijinho no ombro!

Imagem de capa: asife/shutterstock

Às vezes, é só uma questão de destino…

Às vezes, é só uma questão de destino…

O texto é polêmico mesmo, não porque traz assuntos voltados  à vida alheia, sexo ou fofocas, mas porque leva o leitor a refletir sobre a própria condição humana e nos faz pensar sobre quem somos, e o que estamos fazendo com a própria vida.

Uns chamam de lei do retorno, outros de karma, outros de sina, mas a verdade é que depois de algumas experiências, aprendi a acreditar em destino. Não que eu vá cruzar os braços e creditar a ele toda a responsabilidade da minha vida,  mas que ele existe e exerce uma influência considerável nas coisas, ahhhh….exerce!

Destino é uma coisa misteriosa. Se por um lado estamos à mercê de suas escolhas, por outro não podemos culpá-lo por todas as escolhas erradas que fazemos. Na verdade, funciona assim: somos formados metade pelo acaso e metade pelas consequências das decisões. E, isso, inclui os relacionamentos amorosos que escolhemos viver. O famoso autor estudiense Henry David Thoreau dizia que “o que um homem pensa de si, é o que determina ou, melhor, indica seu destino”.

A verdade é que o destino vive em queda de braço conosco. Colocando à prova nossa paciência, nossa moral e nosso autocontrole para, no final, dar o que, realmente, merecemos. É como se fossemos os arquitetos dos próprios sonhos e o destino o mestre de obra, em outras palavras: podemos até planejar, mas sem ele, os planos não acontecem.

De forma alusiva, Fernando Pessoa, comparava o destino a um rio: ““Eu já disse, mas vou repetir: não se represa um rio, não se engana a natureza, faça a represa o que quiser, pois o rio cedo ou tarde vai arranjar um jeito de rasgar a terra, abrir um caminho, e voltar a correr em seu leito de origem”. E assim é a vida: não se força, não se “dá um jeitinho”, não se trapaceia. O que tem que ser, acontecerá como estiver escrito e, talvez seja isso, o que mais nos assusta.

Destino também é merecimento. É entender que tudo tem um motivo e um tempo e que, até da maior dor, podemos tirar a maior aprendizagem. Quando entendemos que não tomar todas as decisões do mundo não geramos expectativas e, consequentemente, não sofremos tanto.

Nem toda ansiedade faz um plano mudar. Nem toda beleza pode fazer alguém se apaixonar. Nem toda autoridade faz alguém te obedecer. Por isso, às vezes, encontrar um grande amor, uma grande oportunidade ou um grande negócio é só uma questão de destino.

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Acredite: contos de fadas não existem

Acredite: contos de fadas não existem

São tantas as vezes que a gente se vira e se desdobra correndo atrás pra que tudo dê certo. Em muitas dessas vezes, por causa da pressa ou da inexperiência, a gente cai, a gente se machuca e fica pra trás. Mas como desistir não faz parte da vida, levantamos e batalhamos muito pra reconquistar o tempo e as coisas perdidas pelo caminho. A alegria das conquistas, por menores que sejam é o que dá o incentivo e o ânimo necessário pra não parar. E essa motivação tem que ser diária. Todos os dias devemos levantar sorrindo, agradecendo e agarrados em todas as boas vibrações, toda a fé, todas as orações.

Temos que estar crentes na capacidade de superar qualquer coisa, esse é o maior segredo, essa é a mágica que o pensamento positivo faz. A magia da vida não é realizar tudo de uma vez, é ir realizando cada coisa ao seu tempo e sem correria demais pra não precipitar-se, pois toda queda machuca e toda ferida vai deixar suas marcas. Saiba que a vida não acaba quando você cai, a vida não acaba quando você se cansa, a vida só acaba quando você desiste. Fracasso é desistir. Por isso, é essencial trabalhar a mente pra não sermos um refém tentando escapar das grades que a gente mesmo constrói, tentando abrir o cadeado que a gente mesmo tranca. Mesmo sem ter um amor no coração, mesmo sem ter um centavo nos bolsos, é preciso seguir. Vença o medo que te aprisiona em seus pensamentos, pois serão muitos os momentos em que os pensamentos e os sonhos serão as únicas coisas que terá em suas mãos, mas mesmo assim, sem nada dando certo, é preciso continuar em frente. Alguns sonhos jamais vão acontecer, com certeza nem todos os objetivos serão realizados de acordo com nossa vontade e nem todas as metas serão conquistadas. Acredite: Conto de Fadas não existem. É preciso trabalhar duro.

A fé move montanhas, a esperança ganha batalhas e a força do querer nos impulsiona pra frente. Retroceder nunca, render-se jamais. Persista, acredite e busque. Corra atrás daquilo que te faz não querer ficar no chão. São nesses pequenos tombos que criamos cicatrizes que irão contar as histórias das grandes conquistas. Devemos ser gratos o tempo todo pelas dezenas de vezes em que temos a abençoada oportunidade de se reerguer. Você pode até não ser o responsável pelas suas quedas, mas certamente você é o único responsável pelas vezes que se levanta!

Imagem de capa: Veles Studio/shutterstock

O lado persuasivo, irônico e realista de Machado de Assis

O lado persuasivo, irônico e realista de Machado de Assis

Machado de Assis era persuasivo, inteligente e conhecia a alma humana como poucos. Com romances que trazem interações entre leitor e autor, o autor trabalha com maestria as histórias (quase) reais e traz à tona temas polêmicos e quase nunca discutidos como a futilidade, o preconceito e a covardia.

Machado é um ícone literário: mestre com palavras, possuía o dom da persuasão como poucos. Há quem comparasse Machado à Freud e à Nietzsche e o motivo não poderia ser outro: entendia a alma humana como ninguém e utilizava-se disso para levar o leitor a pensar sobre suas próprias atitudes. Com obras que andaram de mãos dadas com a filosofia, seus livros escondiam, nas entrelinhas, gritos de revolta de uma sociedade injusta e fútil. O autor possuía uma ironia peculiar e, frequentemente, trazia nos diálogos e nos enredos de seus livros, sua visão crítica dos comportamentos e dos costumes da sociedade da época.

Expressões como “caro leitor”, “amado leitor” ou “curioso leitor” não são usados por Machado em vão. O narrador sabe o valor do leitor no processo da leitura e cria um vínculo de afetividade, ao mesmo tempo, que respeita a inteligência, a opinião, os sentimentos e a forma de ver o mundo do mesmo, construindo a partir desse elo, um relacionamento “afetivo literário”.

Um bom exemplo disso é o clássico romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, escrito por Machado de Assis em 1880 e publicado um ano depois: (…) “Talvez espante ao leitor a franqueza como lhe exponho e realço a minha vida.”

E, em outro fragmento do mesmo livro, onde demonstra entender o cansaço do leitor diante da narração: “(…) Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho o que fazer; e, realmente expedir alguns magros capítulos para este mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem…”.

Na verdade a fama de Machado não se deve ao temas abordados, mas à forma de como cada um foi abordado. Nas palavras do autor, assuntos cotidianos como: ciúme, vaidade, falsidade, loucura, hipocrisia, covardia se tornam uma forma de autorreflexão.
Sejamos realistas: Machado é um clássico. Um clássico para poucos, bons e seletivos leitores. Desses que sabem o que um bom livro tem mais a ensinar do que os olhos são capazes de lerem.

Imagem de capa: Reprodrução

O coração dela pensa com a própria cabeça. Ele dispensa conselhos.

O coração dela pensa com a própria cabeça. Ele dispensa conselhos.

Eu desconheço um coração mais teimoso que o dela. Coração capricorniano. Já se esfolou todo nessa brincadeira de amar, mas está sempre sacudindo a poeira e se dispondo a recomeçar. É um coração que honra a dona que tem. Coração resiliente. Já enfrentou temporais, desertos escaldantes, madrugadas frias e encharcadas de lágrimas, mas recuperou-se com uma rapidez surpreendente.

Coração arretado, como diriam os pernambucanos. Bicho porreta. Ele não é um coração “criado com vó”. A cada tombo, ele levanta mais disposto, mais imponente e, pasmem, sem rancores. Ele aprendeu a deixar para trás o que não acrescenta, mas, principalmente, a levar consigo o aprendizado que os tombos lhe ensinaram.

Ele até já tentou, por incontáveis vezes, a desistir dessa experiência de se envolver. Já fez promessas, juras, já esmurrou paredes, já se chamou de idiota, de sem noção, de burro, e de tantos outros adjetivos nada elegantes. Contudo, parece ser algo mais forte que ele. Não, ele não é um coração vagabundo, tampouco sem amor próprio, eu diria que ele é muito crédulo, entende? É como se ele tivesse a consciência de que, o que ele procura existe, apenas não encontrou ainda. Ele se perdoou pelas vezes que se equivocou. Coração humano, generoso e cheio de poesias.

Ele se esforça para ser incrédulo, mas já está largando essa ideia de mão. Ele é movido a esperança. Ele se deu conta de que é possível encontrar um outro coração para entregar-lhe a bagagem mais bonita que recebeu da vida: o desejo de amar sem reservas. Não adianta tentar convencê-lo a desistir dessa crença. Ele já se machucou o suficiente para desistir de acreditar, mas, segue confiante. Coração intuitivo.

É fato que as intempéries às quais ele foi submetido transformaram-no em um coração mais seletivo. Isso é ótimo. Ele ficou “raposa velha” na coisa. Digamos que ele adquiriu um feeling, uma espécie de radar de última geração, capaz de identificar, sem muitas delongas, propostas sem futuro, vindas de corações mornos e almas rasas. Sim, eu poderia chama-lo de coração ambicioso. Mas, que mal há nisso? Ele quer viver o que vale a pena, dispensando experiências mornas, sem sal e sem futuro. Sem futuro, no sentido de viver algo que, se acabar, não vai deixar um frio na barriga quando vierem as lembranças. Captou?

Ele recebe muitas críticas. De que escolhe demais, de que o tempo praticamente já passou para ele, de que o amor que ele quer não existe…blá blá blá. Quem liga? Ele abstrai e finge demências nessas horas. Coração independente, que pensa com a própria cabeça. Ele aprendeu que as frustrações alheias não servem como baliza para os sonhos dele. Problema do outro que já chutou o pau da barraca e desistiu de acreditar no amor. Não é o caso dele, não é preciso entender, basta respeitar.

Ele carrega essa crença visceral de que, em algum lugar, existe um coração parceiro para misturar as batidas. Ele saberá reconhecer essa parceria quando ela acontecer. Ele não tem pressa, embora se sinta pronto. Ele é maduro o suficiente para perceber a infinidade de coisas que pode viver até o outro chegar.

Imagem de capa: Nina Buday/shutterstock

Sobre ciclos, relacionamentos e mudanças

Sobre ciclos, relacionamentos e mudanças

 A vida é feita de ciclos. O tempo está em constante movimento, o mundo em permanente transformação e inseridos nesse processo, nós também estamos nos modificando. Dessa maneira, de tempos em tempos – em função das mudanças que ocorrem dentro de nós e, consequentemente, nos reflexos que isso produz no mundo exterior – ciclos se encerram nas nossas vidas, outros tantos se iniciam e alguns recomeçam. Essas transições/relações nem sempre são fáceis, porém, como dito, são processos inexoráveis à vida.

A vida, no seu decorrer do tempo, nos faz estar submetidos a novas situações, a escolhas, a descobertas, e isso faz com que nós mudemos, tomemos outros caminhos, reforcemos algumas ideias e em contrapartida deixemos de acreditar em algumas; enfim, é algo natural e faz parte da evolução do ser, a meu ver. São as metamorfoses cantadas por Raul e escritas por Rubem Alves.

Essas metamorfoses que nos ocorrem fazem com que deixemos alguns ciclos de lado, iniciemos outros e renovemos alguns que se tornam mais fortes por conseguirem resistir a passagem do tempo e todas as implicações que ela produz. A partir dessa perspectiva individual de mudança acontecem outras relacionadas às nossas relações afetivas, uma vez que é preciso adaptar as novas ocorrências a relações preexistentes a elas. Nesse ponto se encontra o cerne da questão.

Fazer essas adaptações ou reintegrações de emoções, sentimentos, desejos, cosmovisões em algo que já estava estruturado em outras bases é um processo extremamente complicado. Depende de muito esforço, muita conversa, muito desprendimento e muita empatia para que se possa se colocar no lugar do outro e tentar compreender aquela pessoa, a qual, ainda que com a mesma essência, possui modificações que a tornam diferente daquela que existia.

Possuir essa capacidade é algo raro, de modo que na medida em que não se consegue promover essas novas conexões, as pessoas vão inevitavelmente se afastando, tornando-se estranhas e, por consequência, o ciclo que elas possuíam não consegue se renovar e chega ao fim.

É bom salientar que em alguns casos, por mais que haja esforço e novas conexões tentem ser estabelecidas, há uma perda de sintonia entre as pessoas que se relacionam e o ciclo que as une realmente chega ao fim. No entanto, na maior parte dos casos, o que percebo é que as pessoas não se esforçam pelas outras, se acomodam nas suas zonas de conforto, em que as relações devem permanecer eternamente da mesma forma que se formaram. Mas isso nem sempre é possível, porque as pessoas mudam e isso não é algo negativo.

É um processo de evolução necessário para o crescimento do ser; até porque, não estou me referindo a mudanças na essência do indivíduo ou em situações em que este se torna um babaca, por exemplo. Falo das mudanças que nos fazem crescer enquanto ser humano, que nos permitem enxergar a vida de outra forma, de processos, inclusive, muito dolorosos, mas que nos trazem experiências que mudam os nossos olhos. Isso ocorre em todos – em alguns mais, outros menos – mas acontece e é necessário que as relações saibam se transformar, evoluir, para que os ciclos se renovem e não morram.

Mais uma vez, esse processo é muito difícil, porque exige muita sensibilidade e empatia de quem faz parte da relação. Entretanto, sem o esforço para que ela consiga se renovar, é impossível dar-lhe prosseguimento, pelo menos de modo saudável e com vida. O que ocorre, no fim das contas, é que muitos relacionamentos bonitos (em sentido amplo) acabam tendo os seus ciclos encerrados ou empurrados com a barriga por sermos incapazes de deixar o nosso umbigo de lado e observar o que está acontecendo do outro lado da ponte. Um pouco mais de esforço e sensibilidade nos ajudaria a não deixar os ciclos se fecharem, as pontes que nos unem caírem e as pessoas que amamos transformarem-se em estranhos.

Imagem de capa:  Babich Alexander/shutterstock

Aqui pra nós, eu só acho que a gente devia “se achar” menos e se encontrar mais.

Aqui pra nós, eu só acho que a gente devia “se achar” menos e se encontrar mais.

A gente se acha. Repare. Alguém disse por aí que somos “especiais” porque fomos “o único espermatozoide a entrar no óvulo”, porque sobrevivemos aos nove meses de gestação, porque temos um brilho na testa ou sei lá o quê… e nós acreditamos! A gente se acha, sim.

Convencidos de que somos mesmo “únicos”, a gente se acha a última bolacha do pacote, a estrela de Belém, a mãe do Papa Francisco. Até aí, tudo bem. Cada um que se ache o quanto pode. O problema é: enquanto a gente tanto se acha, a gente se isola, se separa, se divide e, aos poucos, se destrói.

A gente acha que vai ganhar no grito, na marra, no muque. Em todo canto a gente se acha. Motoristas acham que acelerar uns contra os outros é um bom jeito de chegar na frente. Torcidas organizadas se enfrentam na rua achando que assim os seus times vão valer mais que os adversários. Colegas de trabalho acham que se contorcer em competições insanas, fofocas, mentiras, manipulações e puxadas de tapete vai fazê-los mais competitivos e vencedores.

Ninguém admite, mas a gente acha que nessa guerra o inimigo é quem estiver perto. E que não atirar é o mesmo que pedir para levar tiro, que não bater é o mesmo que apanhar. Então a gente acha mesmo que o caminho é o velho “salve-se quem puder”. É… a gente acha.

Em nossas casas, a gente acha que a música no vizinho é uma provocação ao nosso direito de ter silêncio. Tem vizinho que atira comida envenenada ao cachorro do quintal alheio porque acha que o bicho late demais. E tem aqueles que acham certo maldizer a família do apartamento de cima porque lá as crianças “brincam” muito. Melhor seria se brigassem e se matassem logo, assim fariam silêncio.

Enquanto casais infelizes se odeiam em franqueza absoluta, infelizes para sempre, a gente acha normal. Como acha normal a conta estúpida de tanto ódio para tão poucas atitudes delicadas. Tanta porrada para meia dúzia de gestos gentis.

A gente acha normal as pessoas que pensam diferente se odiarem, se agredirem. Acha normal alguém ganhar dinheiro nas costas dos outros, policiais agredirem quem eles deveriam proteger, crianças se entupirem de drogas com indicação médica por serem “ativas” demais, professores emprestarem dinheiro de agiotas para pagar o aluguel e o supermercado porque seus salários não subiram na proporção de suas despesas.

É… a gente acha normal o seguro do carro ser tão caro porque o número de assaltos e roubos nas ruas aumentou. Acha que pagar uma fortuna por um plano de saúde é normal porque os hospitais públicos são verdadeiros açougues. E que é normal matricularmos nossos filhos em escolas particulares porque esse é o único jeito de eles entrarem nas faculdades públicas.

Aí acontece o que ninguém acha certo: enquanto a gente acha, o mundo se perde. As estatísticas anunciam o aumento da violência nas cidades. Mortes, assaltos, estupros. E o motorista “honesto”, que joga seu carro com o imposto em dia contra o motoqueiro apressadinho, acha que não tem nada a ver com isso. Porque, afinal, a gente acha que pagar imposto em dia faz de nós super-heróis com licença para todo tipo de barbaridade.

A senhora que maltratou a balconista acha que isso não é com ela. O marido que espanca a mulher, o chefe que assedia a empregada, o gênio que se orgulha de seu péssimo humor contra tudo, contra todos, supondo-se tão inteligente, todos eles acham mesmo que seu comportamento grosseiro e sua incapacidade para a gentileza não contribuem para que o mundo se torne mais frio, apático, hediondo, pior a cada dia.

Você vai me desculpar a conversa pesada, mas eu também acho. Eu acho que a gente perdeu a habilidade da empatia, a capacidade para a doçura. Acho que o que vem depois será mais amargo que a peste.

E acho que a gente devia se achar menos e se encontrar mais por aí. Eu só acho, sabe? Eu só acho.

Imagem de capa: Photographee.eu/shutterstock

O amor que não é demonstrado não serve para nada.

O amor que não é demonstrado não serve para nada.

Quando você opta por não externar a sua raiva em alguém que a desencadeou, você está sendo sensato, evitando vários transtornos ou até mesmo prejuízos das mais diversas ordens. Não significa que você deva engoli-la, pois isso poderá ser nocivo à sua saúde emocional ou mesmo física. Contudo, existem várias estratégias para você extravasar esse sentimento. Você pode praticar esportes, escrever sobre ela, chorar, desabafar com alguém, enfim, ela poderá ser elaborada de uma forma que não deixe consequências tão desagradáveis. A raiva é uma energia muito densa que pode ser canalizada para algo construtivo, acredito. Ela pode, sim, ser ressignificada.

E o amor? Ah, ele segue na contramão da raiva. O amor requer explicitude, para surtir algum efeito. Você pode e deve externá-lo, do contrário, ele não servirá para absolutamente nada. Amor guardado, estocado, é desperdício. Como assim, o mundo tão faminto de afeto e alguém retendo amor? Não, não pode! De nada adianta você ter as melhores intenções, ou um grande sentimento por algo ou alguém e não demonstrá-los, não praticá-los.

Uma das frases mais deprimentes que já ouvi, em forma de desabafo, foi: “eu gostava muito dela, mas nunca quis demonstrar, eu gostava do meu jeito”. Nossa, quanta mesquinhez desse ser. Negou a alguém a experiência de sentir-se amado, uma das experiências mais ricas dessa vida.

Por acaso, demonstrar amor custa dinheiro? Ainda que custasse, valeria o investimento, acredito. Ah, pasmem-se, no caso do desabafo que ouvi, o rapaz mantinha um relacionamento “amoroso” com uma mulher, mas era bem frio com ela, ele fazia questão de agir assim. Relação amorosa onde o amor não pode ser demonstrado, compreende a complexidade? Obviamente, o relacionamento chegou ao fim, a parceira estava desnutrida de afeto. O autor do desabafo confessou -me que não demonstrava gostar da parceira por entender que ela ficaria muito convencida ao sentir-se amada. Ele nutre a crença de que se alguém demonstra amor, ele será humilhado e desvalorizado por isso. Aquela insanidade de acreditar que mulher precisa sentir-se insegura quanto ao sentimento do parceiro.

Quase chorando, um deles me confessou: “eu amo tanto aquela mulher, eu faria qualquer coisa para tê-la de volta”. Então, perguntei-lhe: para quê? Para continuar matando a mulher de fome de afeto? Relaxa que ela já deve estar banqueteando por aí, aquilo você negou, intencionalmente, ela encontrará com fartura e eu torço por ela. Ah, leitor(a), você deve estar me achando um poço de insensibilidade diante do desabafo do rapaz, né? Calma, não é bem assim, eu não agiria assim se não tivesse motivos. Esse moço, por diversas vezes, me colocou a par das grosserias que ele aprontou com a namorada. E eu sempre o alertava, eu sempre tentava orientá-lo afim de que ele repensasse a forma como ele se portava em seu relacionamento. Não foi falta de aviso. Contudo, ele pagou para ver e agora chora o leite derramado.

O amor que é negado, ocultado, disfarçado ou negligenciado não gera frutos, não surte efeito algum. Acredito que a maioria das pessoas já experimentou a indescritível sensação de sentir-se amado. Quase todo mundo carrega, em seu baú de nostalgias, um amor adolescente, ainda que não tenha sido tão recíproco, o alvo de um amor demonstrado nunca vai esquecer, pois o amor deixa sempre as digitais onde ele toca. E aquele que amou e demonstrou, ainda que não teve o retorno desejado, tem história para lembrar e contar.

Amor bom é amor demonstrado. Amor bonito é amor escancarado. Ele é uma espécie de remédio que não pode ser servido à conta gotas, é para servir sem moderação, a qualquer hora, em qualquer lugar. Não existe risco de super dosagem, tampouco de reações adversas. O amor, apesar de valioso, não custa dinheiro e é multiplicado a cada vez que você divide. Por favor, se você gosta, demonstre. O outro não tem bola de cristal e, o amor é expresso em atitudes.

Imagem de capa: Kseniia Perminova/shutterstock

A angustiante condição humana de ter que fazer escolhas

A angustiante condição humana de ter que fazer escolhas

Quem nunca se perdeu em devaneios tentando imaginar como seria a vida se tivesse feito outras escolhas? Estaria mais feliz? É difícil responder, mas é inegável que não se pode voltar ao passado e, por isso é tão difícil fazer escolhas. Mas, ainda que imaginemos ter feito escolhas erradas, não há nenhuma escolha que não traga vicissitudes. Assim, não adianta ficar paralisado pelo medo e pela dúvida. É preciso arriscar e esperar as consequências.

Essa problemática aparece no filme “Sr. Ninguém”, protagonizado por Jared Leto. Grosso modo, a trama gira em torno de Nemo Ninguém, um ancião de 117 anos que não se lembra quem é (por isso o seu sobrenome: “Ninguém”). Na tentativa de descobrir quem é, ele cria diversas fantasias de vidas vividas de diferentes formas, nas quais ele sempre faz escolhas distintas. Entretanto, em nenhuma delas ele chega a sua idade, fato que comprova que os seus devaneios são apenas fantasias e não memórias.

 

Diante disso, o protagonista (e nós) percebe que a sua máxima de que – “Enquanto não escolhemos, tudo é possível” é falsa, uma vez que toda escolha anula outras possibilidades (inclusive, não escolher, que também é uma escolha) e que viver é um processo de perdas. Quando se faz uma escolha, sempre se deixa de fazer outra e, consequentemente, perde-se alguma coisa. Não há como permanecer com todas as possibilidades de forma contínua. Pelo contrário, quando não fazemos escolhas, passamos a seguir por caminhos estranhos e com o tempo nos tornamos estranhos de nós mesmos.

Deixar-se dominar pelo medo das consequências de uma escolha, apenas impede que façamos as escolhas que realmente queremos. Até mesmo porque, nunca haverá uma escolha que seja perfeita, que não traga problemas e dificuldades. Como é dito em certa parte do filme – “Na vida, você tem apenas uma tomada, se for ruim, apenas lidamos com isso”. Ou seja, não há como voltar e agir de outro modo. A fumaça nunca volta para o cigarro, portanto, as consequências, mesmo que de uma escolha errada, devem ser encaradas, pois foram frutos de uma escolha sua.

Errar é pertinente à caminhada. Mas, esses erros só servem como aprendizado quando deliberamos sobre a vida, isto é, quando nos permitimos escolher e errar. O erro, inclusive, é inevitável, pois como diz Milan Kundera somos atores entrando no palco sem nunca ter ensaiado, de modo que não temos outra coisa a fazer que não encenar/viver, mesmo sem saber como.

“Não existe meio de verificar qual é a boa decisão, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado. Mas o que pode valer a vida, se o primeiro ensaio da vida já é a própria vida?”

Nemo não se permitia errar, por isso não fazia escolhas e, assim, não consegue se lembrar quem é, já que são as escolhas que nos formam. Assim como ele, nós muitas vezes ficamos paralisados diante do abismo que uma escolha pode trazer e, dessa forma, somos levados pelas escolhas que os outros querem, mas que são estranhas ao nosso coração.

Quantas vezes desistimos de algo por imaginarmos as dificuldades que iríamos enfrentar? O que não atentamos é que, como já disse, qualquer outra escolha também trará dificuldades e quando esta não é feita pelo nosso coração, certamente nos arrependeremos muito mais. Aliás, não há nem arrependimento, posto que arrepender-se pressupõe escolha e como a decisão não foi tomada de fato por nós, não existe a possibilidade lógica de arrependimento.

É preciso escolher. É preciso arriscar. É preciso errar. Só assim crescemos e podemos olhar-nos no espelho e nos enxergar. Do contrário seremos como Nemo, um rascunho frágil de uma vida que não consegue se ver. Devemos ter a coragem de viver e não apenas existir, de ser quem somos e escolher o que faz o nosso coração se sentir melhor, mesmo que depois nos arrependamos, pois uma vida bem vivida é aquela que chegada a hora da morte, temos certeza que vivemos da melhor maneira de pudemos e que em cada suspiro deixamos a nossa marca. O pior na vida não é ter medo das consequências, do futuro, da morte. Mas, de como diz o próprio Nemo – “Não ter estado vivo o suficiente”.

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11 dores ligadas ao seu estado emocional

11 dores ligadas ao seu estado emocional

Você já parou para pensar se aquela dor nas costas ou a dor de cabeça persistente possa ter origem no seu estado emocional? Sim, isso é possível acontecer, como explica a psicóloga Rita Calegari, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo: “Nosso corpo é um sistema único – a parte física e a emocional não estão desassociadas uma da outra – o que afeta o corpo mexe na emoção, o que afeta a emoção, mexe no corpo”.

A dor funciona como um mecanismo do corpo para passar uma mensagem, mostrar que algo não vai bem. “Sem a dor, nós prejudicaríamos muito mais nosso organismo pelo simples descuido. Imagine as luzes do painel do carro que mostram quando a gasolina chegou na reserva, quando o motor está superaquecido, o óleo baixo, etc. Esse recurso mostra a tempo o que deve ser corrigido antes de nos colocarmos em risco. A dor é o nosso ‘sinal luminoso’ para prestarmos atenção”, conta Rita.

Quando a causa de uma dor é investigada, o especialista avalia vários sistemas que podem influenciar no seu surgimento. Por meio de exames, as possibilidades vão sendo descartadas até que se chegue ao diagnóstico. “Doenças podem ter diversas origens: vírus, bactérias, hereditariedade, processos inflamatórios, acidentes, alergias, poluição, má alimentação, mau uso de medicações e também estados emocionais nocivos. Somente uma boa consulta médica irá diagnosticar a causa da dor com segurança”, reforça a psicóloga.

Como o estado emocional pode influenciar na saúde?

Na presença do estresse, os músculos ficam tensos, causando dores específicas. A tensão, por sua vez, aumenta o cortisol no sangue, alterando o ritmo cardíaco. “Tudo isso altera o organismo de uma forma geral, inclusive a musculatura, ficando tensionada e refletindo-se em dor. Além disso, a pessoa com alteração emocional e deprimida tende a manter uma postura errada e acaba não realizando exercícios, ocasionando assim dores musculares”, ressalta Carlos Górios, ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

O processo inflamatório desse tipo de dor é diferente da reação do corpo após um trauma físico. “O processo inflamatório causado por fatores emocionais está relacionado a alterações hormonais e erro de postura, enquanto que no outro caso pós-traumático ocorre uma resposta fisiológica do organismo ao dano tecidual ou alguma outra situação, como infecção. Esse envolve células do sistema imune, levando a vasodilatação como resposta vascular, aumento da permeabilidade vascular levando à edema, aumento da pressão do tecido causando dor”, explica Górios.

Como essas dores se manifestam

A região cervical, torácica e principalmente a lombar são as mais afetadas. Isso se dá porque a coluna é responsável pela sustentação do corpo e por isso as costas acabam recebendo uma carga maior em situações de estresse e alterações do emocional.

“Outro músculo que pode ser afetado é o músculo psoas, que liga a coluna vertebral às pernas. Em situação de alteração emocional, com descarga de adrenalina, esse músculo é tensionado, dificultando a postura e causando dor nas costas. Essa região é chamada de ‘músculo da alma’, segundo a medicina oriental”, revela ele.

A psicóloga destaca que a tensão emocional pode ser provocada pelos mais diversos âmbitos da vida, como trabalho, casamento, família, entre outros. “Alterações no ciclo vital, como mudanças nas fases comuns da vida, mas que acarretam sofrimento, como a morte de alguém querido, também são capazes de criar essas dores”, conta Rita. Confira algumas dores que podem surgir por causa do seu estado emocional e os motivos comuns que podem desencadeá-las, de acordo com a psicóloga:

1. Dor de cabeça

Tensão emocional e muitas preocupações. Pessoas que pensam demais e realizam pouco. Amargura com alguma recordação de eventos passados, entre outros.

2. Dor no pescoço/nuca

Forte tensão emocional, conflitos entre a razão e os sentimentos, entre outros.

3. Dor nos ombros

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, timidez, medo, insegurança, entre outros

4. Dor nas costas

Medo, desamparo, insegurança, sobrecarga de tarefas, tensão emocional, entre outros.

5. Dor na lombar

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

6. Dor nas mãos

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

7. Dor nas articulações

Sentimento de impotência, grande tensão emocional, medo e tristeza. Rigidez de pensamentos, inflexibilidade, entre outros.

8. Dor muscular

Tensão, energia acumulada, tristeza, medo, raiva, conflitos existenciais, entre outros.

9. Dor de estômago

Tensão, irritabilidade, conflitos insolúveis, mágoa, raiva, nervoso, entre outros.

10. Dor nos quadris

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

11. Dor nos joelhos

Sobrecarga de tarefas, tensão emocional, medo, insegurança, entre outros.

Formas de tratamento

A terapia desse tipo de dor deve contar com uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir médico, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, além de outros profissionais. “O tratamento medicamentoso inclui analgésicos e anti-inflamatórios, ‘antidepressivos’ (que na verdade seriam melhor denominados como moduladores de serotonina e noradrenalina), anticonvulsivantes e opióides”, conta a psiquiatra Milene Busoli. Ela também destaca a atividade física como um fator essencial para a recuperação. “Em geral, atividades na água, pilates ou atividades mais intensas, desde que supervisionadas. Outros tratamentos incluem fisioterapia, acupuntura e massagem. A terapia em geral visa a adaptação e aceitação do quadro, e enfrentamento dos medos relacionados a atividade, retorno ao trabalho, bem como a sensação de culpa e inadequação”, finaliza.

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TEXTO ORIGINAL DE MINHA VIDA

Desconfio que o amor de mãe seja uma amostra do amor de Deus.

Desconfio que o amor de mãe seja uma amostra do amor de Deus.

Acredito que todo mundo já ouviu, ao menos uma vez, a mãe dizer: “quando você tiver filho você vai me entender”. É possível, inclusive, que tenhamos subestimado essa profecia materna e que tenhamos feito cara de paisagem. Então, somente quando nos tornamos mães, aquela frase com tom dramático passa a fazer sentido em nossa vida. É isso, a maternidade nos apresenta um amor inédito, que transforma toda a nossa estrutura.

Um amor que nasce tão logo tomamos conhecimento de que carregamos uma vida no ventre, ou diante daquela vida que será adotada, gestada no coração. Quando recebemos aquele ser tão indefeso em nossos braços, sentimos um misto de poder e fragilidade. Poder, porque nos percebemos diante de uma vida que dependerá de nós para sobreviver e fragilidade porque aquela vida se torna a nossa própria vida. É o nosso coração pulsando fora da nossa caixa torácica.

Um amor que, acredito ser, uma amostra do amor de Deus. Amamos tão intensamente um filho ao ponto de desejarmos que todas as dores dele sejam transferidas para nós, para que ele seja poupado. Dores de cólicas, dores de ouvido…dores da alma. O que dói no filho dói, mais profundamente, na mãe. A ideia de que um filho esteja sofrendo qualquer desconforto, seja no corpo ou nas emoções, nos trituram a alma.

Em se tratando de filhos, uma mãe sempre vai se colocar em segundo ou mesmo em último plano. A felicidade dela estará sempre condicionada à felicidade da cria. É inconcebível uma mãe feliz com um filho infeliz. É pelo filho que oramos primeiro. É pelo filho que queremos ser melhores a cada dia. Somos capazes de ofertar a última porção de alimento a eles, e ainda fingirmos que não estamos com fome. Pois não basta priorizarmos a nutrição deles, nos importamos, também, em poupá-lo de um possível remorso.

O melhor remédio para a tristeza de uma mãe é o sorriso do filho. Não há fragrância mais gostosa do que o cheiro de nossa cria. Não há nada que nos conforte mais do que ver um filho feliz. Olhar um filho dormindo é maravilhoso. Ficamos contemplando cada detalhe daquele rosto e, nesses momentos, eles se assemelham aos anjos, não importa a idade, a altura ou a compleição física.

É com os filhos que aprendemos a liberar o perdão genuíno. Não importa o que façam de errado, o nosso perdão sempre será ofertado, ainda que eles não nos peçam. E, inevitavelmente, sempre que algo não vai bem com os filhos, as mães se culpam e se perguntam: onde eu errei com ele? Sim, erramos com eles porque somos imperfeitas, somos humanas e nenhuma de nós nasce pronta para exercer a maternidade, ela vai sendo aprendida à base de acertos e falhas.

Um filho traz à tona os atributos mais sagrados, alojados na alma de uma mulher. De cara, riscamos, do nosso dicionário, a palavra egoísmo.

Fiz alusão à maternidade que consideramos ideal, entretanto, é fato que, lamentavelmente, existem muitas maternidades que fogem completamente ao que descrevi. E, não me cabe fazer julgamentos. Esse texto refere-se à regra geral da maternidade, não às exceções.

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Vale a pena encontrar alguém especial para viver uma história de amor, afinal amar será sempre uma boa decisão.

Vale a pena encontrar alguém especial para viver uma história de amor, afinal amar será sempre uma boa decisão.

Quando o amor chega à vida das pessoas, vem a oportunidade de novas descobertas, novas chances, novas paixões e tudo de novo. E pode ser que seja uma oportunidade de fazer alguém feliz, porque há sempre uma fonte de amor a jorrar em cada alma, ainda que muitos não permitam o seu anúncio público.

É bonito viver uma história de amor, mas confesso que é difícil, e muitas vezes nos machucamos por diversas razões. Na medida em que nos dedicamos a quem amamos uma dose certa de atenção, aprendemos a viver sem forçar, aprendemos a dar liberdade, aprendemos o significado da palavra paciência e também aprendemos a hora certa de falar e de calar, aprendemos a viver as boas lembranças, e até mesmo a aceitar o tempo da distância. Existem alguns sacrifícios “louváveis” e que fortalecem o sentimento e faz com que seja um investimento no qual recebemos o mesmo de volta. E nos preparamos para uma doação exclusiva de carinho, beijos, palavras de conforto, sorrisos e abraços aconchegantes. Sorrimos com facilidade com a risada mais gostosa, esboçando o mais belo sorriso, com olhos vivos e cativantes, na espera de receber sempre aquele beijo que venha diretamente de um coração cheio de amor. Algo perfeito. Entretanto muitas vezes nos machucamos, sim! Porque por amor tem seus próprios planos (eu creio) para se manter no equilíbrio de determinada situação, e por isso, muitas vezes nos machucamos por amar demais. Por outro lado, muitas vezes, as lágrimas que inundam o nosso rosto, é enxugada por um gesto de consolo, de carinho, de amor; mostrando mais uma vez que tudo vale a pena quando se sabe amar. Há momentos no quais o amor nos torna bobos, quando espraiamos a nossa loucura, e muitos dizem que somos loucos mesmo, mas temos motivos para essa desestabilização momentânea. E rimos. Rimos por várias razões que aparentemente são insignificantes. Aí então temos todo o mundo ao nosso redor, e todo o universo em nossas mãos, mas ainda assim, decidimos simplesmente que não podemos perder aquele (a) que está ao nosso lado, porque decidimos amar. Essa é a escolha, amar.

Decidimos que seja um amor “para sempre”, transbordante e que se fortaleça com a realidade na qual vivemos. Porque vivemos as diferenças que nos completam, afinal as metades nunca são iguais. Bem, descobrimos que há sonhos destinados a espaços minúsculos, para que se tornem uma imensa realidade. Que a felicidade é exageradamente egoísta, porque não deixa espaço para a tristeza, aliás, elas trilham caminhos diferentes, ao se deparam com o amor.

Muito se fala sobre saudades quando nos apegamos ao amor. E quão difícil é, nos desprendermos de alguém que amamos. Principalmente quando damos conta de que esse amor foi gerado no tempo certo e que foi retribuído, que foi vivido e tornou-se um sentimento com valor incalculável. Que nos apegamos a esse amor que nos traz alegria e que não podemos abrir mão desse sentimento que se entranhou nos corações disponíveis. Então decidimos que mesmo que nos machuquemos, ainda queremos viver esse amor. Porque amor não tem preço…

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Você pode ficar

Você pode ficar

Sim, você pode ficar. Não precisa ter medo, eu seguro a sua mão. Eu estou com você. Fiz essa escolha com o coração aberto e a alma entregue. Me deixa te ajudar a seguir em frente, a realizar os seus sonhos, a te fazer enxergar o mundo de um jeito mais tranquilo.

O passado que deixou cicatrizes em você, tudo bem. Vim paciente, sereno e amável para que você volte a acreditar no presente e, com isso, sinta alegria ao pensar no futuro. Eu não vou deixar a peteca cair, confia em mim. Sei que pode levar algum tempo até que você sinta paz nos meus abraços, mas a se a gente combinar direitinho, dá muito bem para ambos termos sinceros instantes de reciprocidade.

A gente sabe quando acontece. A gente sabe quando o sorriso é bem-vindo e quando a vontade de querer alguém feliz é mais forte do que não permitir o mundo todo saber. É uma paz acima de qualquer desapego quando alguém se importa com você. Quando o desistir só aparece se um dos dois não sentir o mesmo. E eu sei que não é o caso aqui. Já demonstrei, com gestos e reticências, o quanto estar do seu lado é um presente. E olha que eu nem imaginava ser possível ter a chance de dividir a rotina com a felicidade mais uma vez.

Sim, você pode ficar. Você pode mudar as coisas de lugar e pode me sugerir novos sentimentos. Eu quero que você se sinta em casa. Porque lar é o carinho que a gente se dedica para manter. Se a gente souber respeitar espaços e admirar o que temos de comum e incomum em relação ao outro, o tempo não vai sacanear.

Enfim, fica. Não tenho medo de pedir. Eu estou com você porque não sinto nada mais ou menos na sua companhia. O meu coração passa o dia sossegado no seu abraço e a minha alma tem certeza que você não veio por acaso. Você pode não querer ficar, entendo isso. Não é sempre que tudo acontece da forma que a gente planeja mas, cá pra nós, o meu mundo já ficou mais bonito com o nosso encontro.

Imagem de capa: Athena Grace

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