20 programas de rádio de 7-10 minutos para repensar o seu comportamento

20 programas de rádio de 7-10 minutos para repensar o seu comportamento

O comportamento e as relações humanas permeiam cada segundo de nossas vidas.

Pensando em maneiras de levar uma vida mais leve e refletir sobre aspectos que acontecem conosco no dia a dia, foi criado o programa de rádio CONTI outra, apresentado pela psicóloga e blogueira Josie Conti.

De segunda a sexta-feira, às 10h da manhã, vai ao ar o programa CONTI outra, na rádio 94.7 FM de Socorro.

De maneira leve e descontraída, a profissional fala de conceitos importantes da psicologia, mas agora aplicados a rotina do ouvinte que consegue compreender a temática e se imaginar dentro das situações e exemplos.

Os programas podem ser ouvidos na região de Socorro, interior de SP, ou pelo site www.radiosocorro.com.br (área da FM)

Abaixo, seguem os links dos arquivos 20 primeiros programas já exibidos e as datas da exibição. Se preferir, você também pode ouvir os programas pelo Youtube .

06-11-2017 Apresentação e abordagem inicial a temática do comportamento humano

07-11-2017 Por que nos decepcionamos tanto com algumas pessoas?

08-11-2017 Relacionamentos Tóxicos

09-11-2017 Como reconhecer falta de caráter

10-11-2017 Quem puxa o tapete pensa que atrapalha, mas no fim ajuda

13-11-2017 Por que nós devemos perdoar até quem não merece?

14-11-2017 Por que não devemos resolver os problemas dos outros?

15-11-2017 Por que amizades acabam?

16-11-2017 Saiba mais sobre Assédio Moral no Trabalho.

17-11-2017 A diferença entre Motivação e Disciplina e porque precisamos dos dois

20-11- 2017 Se você não decide o que quer, o outro decide por você

21-11-2017 Escolha suas brigas. Nem sempre vale a pena lutar

22-11-2017 Pessoas teimosas, como lidar

23-11-2017 Arrogantes são ingênuos. Entenda.

24-11-2017 A verdade sobre a multitarefa

27-11-2017  A diferença entre sinceridade e sincericídio

28-11-2017 Provo que preconceito tem cura

29-11-2017 Dicas para lidar com pessoas que têm depressão

30-11-2017 A diferença entre solidão e solitude

01-12-2017  Não se acostume com o que lhe faz mal

Como evitar que a depressão se instale em minha vida?

Como evitar que a depressão se instale em minha vida?

A depressão é a doença que mais incapacita pessoas no mundo, e o número de diagnósticos não para de crescer. Interferindo no funcionamento geral do indivíduo, produz intenso sofrimento e aumenta o risco de morte devido ao suicídio e também a outras doenças (como problemas cardíacos, diabetes e até mesmo o câncer – por causa, em especial, da baixa adesão aos tratamentos).

Não existe ninguém blindado à depressão. Ela pode acometer qualquer pessoa durante qualquer estágio da vida, fato que torna importante conhecer o modo como a doença surge e se instala – para que, a partir daí, possamos freá-la logo nos primeiros sinais.

Em resumo, a depressão ocorre em decorrência de uma predisposição genética que é despertada perante circunstâncias da vida em que o melhor que o indivíduo consegue fazer não é o suficiente para livrá-lo do sofrimento ou levá-lo àquilo que deseja. Após ativada, ela causa diversos efeitos no organismo. Um dos mais relevantes, quando o assunto é a instalação da doença, refere-se à forma como a depressão altera nossas percepções do mundo.

Existem inúmeros estímulos à nossa volta, fato que torna necessário filtrar somente parte deles – do contrário seria impossível viver. Dentre todos esses, nossos órgãos do sentido captam alguns específicos que fazem parte de padrões restritos que vão sendo definidos durante nossa vida. Na depressão, nossos sentidos ficam incapazes (literalmente) de perceber quaisquer possibilidades de voltar a experimentar prazer e ter uma vida feliz; pelo contrário, só é possível ouvir e enxergar circunstâncias que confirmem o quão somos incompetentes, indignos de sermos amados e, por fim, um peso na vida dos outros.

Observando tais informações, tive a seguinte ideia: se o que mantém a depressão é a impossibilidade de enxergar circunstâncias nas quais o indivíduo possa voltar a encontrar o prazer em viver e, com isto, afunda-se cada vez mais em seu sofrimento, podemos agir antes de a depressão surgir. Daí nasceu a ideia da lista preventiva.

Em seus dias habituais, você muito provavelmente experimente boas emoções uma vez ou outra. Elas podem surgir ao encontrar alguém, ouvir determinada música, comer algo em especial e assim por diante. A ideia é simples: anote cada uma dessas coisas, da maneira mais específica possível, sempre que ocorrerem e guarde esses registros!

Agora vamos recapitular: se a depressão apaga as luzes, impedindo-nos de enxergar o caminho que nos levaria de volta à vida, a referida lista servirá como uma bela lamparina que, em meio à escuridão, nos permitirá rapidamente encontrar a porta de saída!

E como é que, na prática, utilizo isso tudo? É mais simples do que parece! Veja tudo que anotou e, em dias sombrios, pergunte para si: “qual dessas coisas é mais provável que eu consiga fazer durante pelo menos poucos minutos amanhã? ”. Feito isto, basta realizar a tarefa listada. Colocar-se novamente em movimento e voltar a experimentar boas emoções é uma ação que tem um poder muito maior do que você imagina.

E então, está pronto para criar a sua lista preventiva?

Imagem de capa: Julza/shutterstock

“Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: leve tudo que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas…”

“Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: leve tudo que for desnecessário. Ando cansada de bagagens pesadas…”

Ontem fui à cabeleireira e retoquei as luzes que venho fazendo há algum tempo. Ao chegar em casa, ainda me adaptando à nova imagem refletida no espelho, comentei com meu marido sobre o significado dessa mudança. Muito mais do que disfarçar os fios brancos que aumentam ano a ano, a alteração na aparência reflete um processo interno que venho passando, e dá boas-vindas a um tempo de menos enganos e mais certezas; de menos inseguranças e mais amor próprio; de menos mimimi e mais hahaha.

Às vezes a gente se engana. Perde tempo e energia travando batalhas intermináveis com os traumas do passado, com as rejeições que sofremos, com as decepções que tivemos. E não percebemos que uma vida bem vivida é feita de peças que têm encaixe, ao lado de pessoas que nos querem bem, experimentando sensações que nos deixam em paz.

Se uma peça não está se encaixando, não devemos forçar o encaixe. Isso causa um desgaste enorme, diminui a fé que temos em nós mesmos, nos submete a uma situação embaraçosa e desnecessária. É como ser tamanho 40 e querer entrar num jeans 34. Você não precisa disso, esse não é o último jeans da face da Terra, e definitivamente é constrangedor demais desejar algo que não te serve. Quanto antes você entender isso, mais cedo irá perceber que às vezes a vida nos frustra de um modo inimaginável, mas antes de insistir naquilo que não nos cabe, é importante que saibamos qual lugar queremos ocupar. Geralmente, as pessoas mais felizes são as que ocupam os melhores lugares em suas próprias vidas.]

Quando decidimos ocupar o melhor lugar em nossa própria vida, aprendemos a recusar qualquer situação que nos diminua, e já não dependemos mais da aprovação alheia para nos sentirmos em paz. As críticas são bem-vindas_ desde que nos estimulem a crescer_ e as inseguranças do passado dão lugar a uma aceitação enorme de nossas incompletudes e um orgulho imenso de nossas conquistas. Aprendemos a nos respeitar e rejeitamos tudo aquilo que nos fere ou subestima.

Precisamos desistir de alguns sonhos, lugares e pessoas se quisermos o melhor para nós mesmos. A vida é feita de ciclos, e a melhor maneira de seguir em frente é com a bagagem leve, fácil de carregar. Preste atenção ao que você deseja daqui pra frente. Preste atenção às pessoas que você realmente quer ao seu lado. E, sem um pingo de culpa, se livre de pesos desnecessários.

Hoje quero que o vento bagunce meu cabelo e me ensine a ser leve. Que eu aprenda a suportar o tempo finito de cada coisa e entenda a partida de tudo que não é eterno. Que o vento me ensine a deitar no colo do Pai e deixar que Ele tome conta. Que eu tenha paz. Que eu aprenda a fechar meus olhos e confiar. Que eu deixe de querer controlar tudo. Que eu possa esvaziar minha casa, meu guarda roupa, minha agenda e meu espírito daquilo que é excessivo e desnecessário. E que, restaurada por repentina leveza, eu possa ignorar o que não acrescenta e valorizar o que realmente importa…

* A frase título deste texto tem sido erroneamente atribuída à Cora Coralina. Porém, a frase não consta no acervo da autora, e é de autor desconhecido (informação obtida no site “Pensador”)

Imagem de capa: Masson / Shutterstock

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As pessoas que dizem que estou sumido nunca me procuram

As pessoas que dizem que estou sumido nunca me procuram

Muitas vezes, não é a falta de tempo que impede as pessoas de procurarem umas às outras e sim as prioridades que elas colocam à frente das amizades. Desse modo é que os encontros sinceros vão sendo relegados a segundo, terceiro, últimos planos.

É muito difícil sabermos com exatidão o quanto estamos fazendo falta na vida de alguém. Os dias andam por demais corridos e nos sobra pouco tempo para procurarmos pelas pessoas que não vemos há tempos, uma vez que, quando saímos do trabalho, ainda temos um monte de responsabilidades com que lidar. Termos essa consciência também nos ajuda a enfrentar o distanciamento de pessoas que não nos procuram.

Amizades verdadeiras resistem ao tempo e à distância, pois o carinho fica sempre ali dentro de nós. Todos nós temos amigos que, quando encontramos, mesmo depois de anos, parece que foi ontem. Laços verdadeiros não se desfazem por qualquer coisa, no entanto, muitas vezes, dói a ausência demorada de quem nos é especial. Gente querida faz muita falta, porque são artigos raros, artigos de luxo.

Mesmo assim, as pessoas acabam se acomodando e priorizando outras coisas que não as amizades. Muitas vezes, não é a falta de tempo que impede as pessoas de procurarem umas às outras e sim as prioridades que elas colocam à frente das amizades. Há quem valorize relacionamentos que ofereçam mais popularidade, ou que possam trazer alguma vantagem material. E, assim, os encontros sinceros vão sendo relegados a segundo, terceiro, últimos planos.

O pior é que, às vezes, quando encontramos, por acaso, alguém que não víamos há tempos, a não ser nas fotos pelas redes sociais junto a novas amizades, ainda temos que ouvi-lo dizendo, com exclamação, que estamos sumidos. Sim, lógico, simplesmente porque é ele que não nos chama nunca para acompanhá-lo nos passeios que faz. As pessoas raramente admitem que suas prioridades sejam outras. Todo mundo tem o direito de andar com quem quiser, o que irrita é se fazer de desentendido.

Teremos que aprender a lidar com o fato de que nem todo mundo de quem gostamos sentirá o mesmo por nós, ou seja, não seremos correspondidos todas as vezes, nem na amizade, nem no amor. Da mesma forma, os interesses pessoais são mais fortes, para algumas pessoas, do que os sentimentos alheios. Mas tudo bem, mantenhamos, nós, o apreço e a convivência com quem de fato merece o nosso melhor. O resto, deixemos pra lá, bem longe, onde deve mesmo ficar. Sigamos!

Imagem de capa: Roman Samborskyi/shutterstock

As perguntas que nos libertam

As perguntas que nos libertam

Como estar mais consciente do que se passa a minha volta? Como silenciar um pouco a mente? Como diminuir a frequência dos meus pensamentos? Como parar de pensar só nos meus problemas? Como me conhecer melhor?

As perguntas acima são muito boas, não? Respondê-las é uma busca e muitos estão nessa estrada do autoconhecimento e da paz interior. Alguns iniciaram agora, outros em situações passadas e já outros estão nela a tanto tempo que se confundem com práticas, técnicas, conceitos, conhecimentos e outras bagagens. Uma coisas é comum: a crença de que ainda não chegaram nos seus objetivos e que ainda existe uma estrada longa pela frente.

Independente do percurso e do lugar que você se encontra, toda busca se inicia com perguntas. Certas peguntas de tão simples e essenciais são a chave para nos conhecermos melhor e também ao ambiente que estamos inseridos.

As respostas de algumas perguntas podem não existir por meio de palavras. Como algo que é limitado ao saber humano pode definir qualquer coisa maior que nós? Como uma palavra ou frase pode explicar algo que ainda não vivemos, uma imensidão, um infinito, um poder superior… Nesses casos as próprias perguntas são as respostas, pois elas abrem a possibilidade de tomarmos consciência do que nos rodeia e que não temos necessariamente uma pré-definição.

Não termos uma resposta é algo maravilhoso. Isso significa que o nosso passado não está influenciando a experiência atual. Que algo é tão divino, que com os nossos sentidos e com a nossa mente não conseguimos captar bem os seus limites.

Que perguntas você não possui as respostas ou quais que você não está satisfeito com a definição?

Essas são as pistas para você seguir o seu caminho.

Perceba que existem técnicas, praticas, conhecimentos, livros, rituais e demais ações que podemos fazer para encontrar ou permanecer num caminho de autodescobrimento. Entretanto, perceba que existe algo mais básico que tudo isso: as perguntas.

Dê um tempo para você se questionar. Dê um tempo para você não saber a resposta. Dê um tempo para você olhar para dentro.

Você quer fazer um bolo, só que você – sem aguardar — bate todos os ingredientes e já quer comer. Você não espera a inércia, o não movimento, fermentar e e nem o forno prepará-lo. No final você quer digerir algo sem forma, bem esquisito e que não faz nenhum sentido.

Quanto mais simples e essencial for a pergunta, mais poderosa ela será. Não complique demais. Abaixo faço apenas três sugestões, entretanto você é livre para fazer as suas próprias.

  • Quem eu sou?
  • O que está acontecendo aqui e agora?
  • O que eu desejo nesse momento?

Essas perguntas nos libertam dos nossos condicionamentos, das nossas projeções, das nossas imagens, dos nossos passados, karmas ou qualquer outro conceito que te prenda ao que não é real. A realidade é o que está acontecendo nesse exato momento: você está respirando, seu coração está batendo, você está lendo cada palavra, você está ouvindo barulhos, algo está se movendo, o sol ou a lua está la fora, o vento está correndo, a terra e vários elementos do universo estão girando ou se movendo… E você nesse momento faz parte de todo esse sistema. Você pertence a isso.

Retire o véu que não te deixa perceber o quão especial e supremo você é.

Quer ir mais a fundo nesse processo?

Medite, contemple a natureza ou apenas sente em silêncio por um tempo enquanto faz as suas perguntas.

“Talvez você esteja buscando nos galhos o que só encontramos nas raízes.O que você está procurando já é o lugar no qual você está à procura. A inspiração que você procura já está dentro de você. Fique em silêncio e escute.” — Rumi (1207–1273)

Shanti (esteja em paz).

Imagem de capa: Merla/shutterstock

Trabalhar 4 anos no McDonald’s foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida

Trabalhar 4 anos no McDonald’s foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida

Sara Carvalho

Dos 18 aos 22 anos de idade, eu trabalhei no McDonald’s. Inicialmente fui contratada para part-time, e depois, para tempo integral. Porém, durante aqueles quatro anos, eu não deixei de tentar encontrar um emprego de mais prestígio. Durante este tempo, não fui promovida, não me tornei gerente, enfim, não conquistei absolutamente nada.

De forma geral, posso ser considerada a típica funcionária do McDonald´s: preguiçosa, burra, sem iniciativa.

Durante aqueles anos, pude sentir como as pessoas tratam os funcionários do McDonald’s. Lembro-me do sorriso orgulhoso dos meus pais quando eu disse que havia sido contratada por uma empresa. E lembro da rapidez com a qual o sorriso deles desapareceu quando eu disse do que se tratava. E a reação dos meus conhecidos era mais ou menos assim: «Ainda trabalhas no McDonald’s? Ah não, eu nunca poderia trabalhar num lugar assim». Ou as piadas com o meu trabalho: «Só não me digas que não poderás ir porque precisas de trabalhar» (segundo eles, o meu emprego era irrelevante e pouco sério).

Tudo isso influenciava a minha percepção do trabalho. Eu via-o como mau: eu era lenta, desajeitada, sensível, comportava-me como uma vítima da situação. Tinha a certeza de que era boa demais para aquele emprego e dizia a toda a gente: «Sim, este trabalho é uma m*rda. Mas, diabos, eu preciso de dinheiro!». Dava-me conta de que eu, uma estudante que pertencia à elite intelectual, não estava, por natureza, destinada a um trabalho ‘normal’.

Nem ao menos tentei esforçar-me. Não tentei conquistar algo naquele emprego. E, principalmente, nem mesmo eu queria conquistar algo. Para que iria gastar as minhas habilidades em algo que não é digno de mim?

Porém, depois de alguns anos a minha atitude com o trabalho começou a mudar. Comecei a sentir orgulho do meu trabalho.

Perguntei-me: qual a diferença entre o McDonald’s e qualquer outro lugar para começar uma carreira? Porque é o meu trabalho considerado mais miserável que os outros?

Será porque trabalho para uma grande corporação? Não, porque se fosse assim, trabalhar no Starbucks ou no Jumbo também seria considerado vergonhoso.

Ou será porque a empresa não é ética? Mas redes como a Zara também escravizam os seus empregados. Será que é porque trabalho numa rede de fast food? Mas até mesmo trabalhar em redes de fast food tem lá o seu charme.

Será que é porque não é um trabalho intelectual? Não, porque um trabalho com vendas é considerado totalmente decente.

E então eu me dei conta.

O McDonald’s é considerado pela sociedade como um lugar onde trabalham pessoas incapazes de conseguir algo melhor. Percebi que a maioria das outras empresas de mesmo nível não contrata pessoas parecidas com os meus colegas.

Tínhamos funcionárias com capacidades limitadas, com problemas na fala, gente com excesso de peso, pouco atraentes… Todas essas pessoas eram a base da equipe. Eram considerados bons empregados.

No entanto, sempre que via trabalhadores do Starbucks, por exemplo, via gente parecida comigo: estudantes educados, em forma, fisicamente atraentes, que sabiam falar bem.

Estes são os estereótipos. E eu reúno todos os requisitos para um emprego de mais prestígio: numa boa loja de roupas, numa cafetaria famosa. As pessoas de ‘classe’, segundo a tradição, não terminam num McDonald’s ao lado dos fracassados.

Se tu tens 20 anos e moras numa grande cidade, os teus amigos vão rir caso trabalhes no McDonald’s. Porém, não acho que o mesmo se aplica para pessoas com deficiência, ou imigrantes de meia idade, por exemplo. Os teus amigos não se riem deles, não perguntam constantemente: «quando pensas em arranjar um emprego normal?», porque não se espera mais deles.

E sim, comer hambúrguer engorda. Porém, as pessoas próximas a mim tinham pena não porque eu fritava hambúrgueres, mas porque acreditavam que eu tinha mais classe do que o típico empregado deste estabelecimento. Que eu merecia um ‘bom’ trabalho. Que este era o meu direito por ter nascido numa classe mais alta.

Pensei muito sobre isso enquanto fritava batatas e hambúrgueres. Dia após dia. E me dei conta: não sou melhor.

Claro, tenho as minhas habilidades, e até talento para algo especial. Não tenho músculos, percebo que não estou apta para um trabalho braçal. Sempre soube que me iria dedicar a um trabalho mental. No entanto, isso não quer dizer que eu seja mais qualificada ou tenha mais que os meus companheiros.

Existem diferentes tipos de trabalho, e porque é que alguém que vive do dinheiro do pai e pensa igual à mãe, que nunca trabalhou um dia sequer na vida, se acha no direito de dizer qual emprego é bom e qual é mau e inútil?

Sim, eu não me esforço tanto quanto alguns dos meus amigos que trabalham 20 horas por dia para que nenhum cliente fique sem a sua porção de batata frita.

Não sou tão inteligente quanto a nossa gerente formada em Engenharia que aprendeu como construir as nossas instalações de uma forma que nós não precisássemos de lidar com falhas repentinas e ficar à espera que alguém arranjasse.

Não sou tão organizada quanto aqueles que analisam e organizam os componentes para milhares de clientes para a semana inteira, sabendo que, se não obtiverem sucesso, terão problemas mais sérios do que uma simples advertência do chefe.

Não sou suficientemente paciente para ter calma com clientes escandalosos e grosseiros, que podem ofender e gritar com um empregado só porque falta ketchup.

Estas são as verdadeiras aptidões.

Se te consideras melhor do que essas pessoas só porque trabalhas com vendas ou com papéis num escritório, tu tens um problema.

Para mim, os 4 anos que passei no McDonald’s tiveram muito valor. É claro que eu nunca mais quero trabalhar fritando batatas e hambúrgueres, mas entendi ali algo importante. Deixei de ser orgulhosa como era. Deixei de julgar as pessoas pela aparência física, origem ou status social. Tornei-me mais compassiva.

E se tu achas que eu escrevi isto para me justificar por me sentir incomodada com o meu passado, então estás muito errado.

Imagem de capa: Sorbis/shutterstock

Você não precisa ser legal com todo mundo. Você precisa ser legal.

Você não precisa ser legal com todo mundo. Você precisa ser legal.

Precisa, sim. Você precisa ser legal. O mundo já tem canalha demais fazendo das suas por aí. Quem já era mau soltou o freio de mão e despencou ladeira abaixo rumo à mais pura e simples safadeza. Agora anda cruel em franco descaramento. A quem ainda resta um pouquinho de consciência, é urgente cometer bondades em brutal atrevimento.

Tem gente por aí achando bonito ser grosseiro, brigão, vingativo. Não, isso não é bom! Tanta desculpa de “bateu, levou” e tanto pretexto de “olho por olho” fazem de nós pouco menos que bichos tomados de raiva, perdidos no caminho, sem rumo e sem jeito de voltar para casa. Passou da hora de contrabalançar essa história.

Não se pode estar à vontade onde tanta gente perdeu o pudor de agredir. Não se pode concordar com quem disfarça de “democracia” a mais descarada sanha de defender a tortura, a homofobia, o fascismo. Ninguém tem o direito democrático de defender o racismo, por exemplo, como se falasse de uma mera preferência inofensiva. Para escrotidão não há tolerância possível.

Ninguém precisa ser legal com todo mundo, não. Sobretudo com quem, por descuido ou por maldade, anda à vontade no papel de malfeitor. É urgente mandar às favas quem botou pra fora as asinhas fascistas. Sem medo de perder um “amigo” aqui e ali. Que vão! Se você acredita no que diz e no que pensa, não há o que perder. Já vai tarde quem acha justo manipular, mentir, inverter valores. Repudiar um comportamento criminoso não é intolerância. É decência. E ninguém precisa se sentir culpado por ser decente.

Tem gente em todo canto agindo como se os incapazes de aceitar que o vizinho espanque a mulher fossem os reais canalhas, só porque não respeitam a “intimidade” do casal. Não pode, não.

Quanta gente fazendo sujeira à luz do dia, bandalheira em frente às câmeras, safadeza com plateia! Quanta gente se orgulhando de ser vil sob o aplauso de quem não se importa de ser torpe. Alguém precisa fazer alguma coisa e precisa fazer já.

Mãos à obra! Sem mais o quê, com toda a honestidade de nossa alma, sejamos delicados petulantes. Gentis insolentes! Simpáticos desaforados! Provoquemos arroubos de gratidão em toda gente que nos cruzar o caminho!

Assim, incapaz de ignorar nossas demonstrações de afeto, toda pessoa perdida em crueldade que ainda tiver um restinho de bondade no coração haverá de nos ouvir. E então, bombardeada de afeição, ela será obrigada, senão a revidar com mais afeto, a pensar no assunto com seriedade.

Sejamos firmes e um milagre há de acontecer à luz do dia, despudorado e incrível. Será uma graça despencada do céu sobre nós. Um milagre bonito, desses que acontecem quando a gente se vê no outro, se reconhece em seus acertos, se envergonha dos erros alheios. Um milagre de empatia e compaixão. Sejamos assim.

Sem pretensão nenhuma de santidade, sem o menor desejo de agradar o planeta inteiro, sejamos bons, façamos melhor.

Não é preciso ser legal com todo mundo. É preciso ser legal! E isso quer dizer que uns vão gostar, outros vão odiar. Não importa. Façamos assim mesmo o que acharmos certo. Nem que seja só para ver o que acontece, sejamos legais! Façamos uma força, tentemos. Sejamos melhores do que somos agora. E depois a gente vê o que faz.

Imagem de capa: savageultralight/shutterstock

Seja gentil com as chances que a vida oferece

Seja gentil com as chances que a vida oferece

E são milhares, todos os dias, o tempo todo. A cada instante que decidimos por isto ou por aquilo, estamos usando uma chance. E tudo pode dar certo, mas também pode não dar. Assim é, as chances são nossas, desenrolar e resultado do uso de cada uma, já depende de um monte de circunstâncias.

Não vale mais culpar as chances que a vida oferece só porque não funcionaram como foram arquitetadas. Pegar uma chance é pegar as rédeas de um cavalo que só terá direção, velocidade e destino, conforme o comportamento de quem o guia.

Algumas chances são traiçoeiras, brincalhonas, inconsequentes. É preciso ter atenção. Outras chances são brilhantes, únicas, justas na intensidade e tamanho. Essas, podem ser agarradas com paixão.

Outras ainda, são mensageiras de outras que ainda virão, se o caminho estiver livre, se forem bem-vindas, se forem desejadas. É necessário delicadeza e respeito.

As chances estão por aí, para o lado que virarmos haverá sempre uma, mas nenhuma responsabilidade por ser atribuída a uma chance. Elas simplesmente estão. Tocá-las, se apoderar delas, rejeitá-las ou ignorá-las, é escolha assumida e individual.

As que nos levam a caminhos perigosos, a terras e atos que deveriam ser evitados, essas são as que merecem mais gentileza e consideração, já que são as que acendem as luzes do bom senso e discernimento em nós.

Não há chance boa ou ruim, assim que não há acordo bom ou ruim. Tratado é tratado, não é caro nem barato. Quem não gosta de pimenta, que jamais peça um acarajé quente!

Assim são as chances, disponíveis e apetitosas, mas cada qual que pegue a que mais lhe convém, use-a gentilmente, trate-a amigavelmente e retribua honestamente.

Imagem de capa: FCSCAFEINE/shutterstock

A autoestima adoecida e as doenças emocionais costumam caminhar juntas.

A autoestima adoecida e as doenças emocionais costumam caminhar juntas.

Uma autoestima adoecida é um verdadeiro imã para atrair os mais variados sentimentos destrutivos e ameaçadores para a nossa saúde emocional.

Olhar para a própria vida e não sentir orgulho da pessoa que é, olhar para a própria história e ter a sensação de não ter construído nada de interessante, olhar-se no espelho e não gostar da imagem que vê. Essas são algumas das percepções de alguém com a autoestima fragilizada.

Ao constatar que a vida não está sendo significativa, a pessoa tende a experimentar um sentimento de vazio existencial ameaçador para a própria saúde emocional. O sentimento de apenas existir, sem vivenciar as sensações prazerosas de construir vínculos relacionais satisfatórios, de realizar uma atividade que o deixe entusiasmado ou mesmo de nutrir algum sonho são fatores que podem levar o indivíduo à depressão.

Nosso organismo precisa de endorfina, o hormônio do bem estar, para, dentre outros ações, melhorar o nosso sistema imunológico. Para se ter uma ideia, existem casos em que uma pessoa diagnosticada com depressão é curada e abandona a medicação pelo simples fato de iniciar uma atividade prazerosa, como por exemplo, dançar ou mesmo criar um animal de estimação.

Vale lembrar que nem sempre aquela atividade que nos rende mais dinheiro é a que mais nos proporciona prazer em realizá-la, é possível que um hobby ou um trabalho voluntário cumpram esse papel de fornecer a dose de endorfina que o nosso organismo necessita.
Costumamos vincular, equivocadamente, a ideia de pessoa próspera à pessoa feliz, e isso nem sempre “casa”. Ter uma vida confortável do ponto de vista material e financeiro não garante, necessariamente, uma vida feliz, visto que muitas pessoas reduzem as suas vidas em trabalhar, produzir e correr atrás de dinheiro.

A alegria e o entusiasmo não tem, necessariamente, vínculo com ter coisas ou status, mas, sim, com fazer aquilo que realmente que gosta. Fica claro que, dedicar o nosso tempo, ainda que seja uma parte dele, em algo que nos desliga da obrigatoriedade e nos conecta ao lúdico, torna-se imprescindível, olhando pela perspectiva da nossa saúde mental e da qualidade de vida. Investir em atividades que nos alegram é um investimento em nossa saúde e longevidade, nos distanciando cada vez mais das doenças emocionais, como a depressão.

Quando estamos focados em algo que nos alegra, pouco nos importamos com picuinhas, por mais que apareçam situações para nos aborrecer, elas não ganham a nossa atenção, afinal, estamos sintonizados com o sentimento de plenitude que, só aqueles que tem a graça de fazer algo que ama pode entender.

Em contrapartida, quando uma pessoa está “desnutrida” de endorfina, quando ela está amargurada, ela torna-se extremamente vulnerável aos ataques externos, uma simples fofoca poderá desencadear uma melancolia de semanas e um ressentimento que perdura por anos. Um ego triste não possui imunidade para discernir aquilo que merece atenção daquilo que merece total indiferença.

Diante disso, para uma pessoa com a autoestima debilitada, qualquer acontecimento desagradável, ainda que insignificante, ganha uma interpretação dramática e caótica.
Daí, a grande vulnerabilidade em adoecer, pois a mente já perdeu a capacidade de filtrar os acontecimentos que merecem atenção, dessa forma, tudo o que vier será olhado com uma espécie de lente de aumento.

Que cada pessoa possa pensar sobre essa questão, compreendendo que, viver de forma satisfatória é algo muito além de apenas existir. Uma forma de prevenir doenças é descobrir uma atividade apaixonante e dedicar-se à ela.

Imagem de capa: Julija Erofeeva/shutterstock

A humildade de amar e deixar as verdades irem por água abaixo

A humildade de amar e deixar as verdades irem por água abaixo

Ah, como a gente tem que ser humilde para amar!

Como a gente tem que acolher as dúvidas, as incertezas que nos transpassam e aceitar que nossas verdades, vez ou outra, vão levar rasteiras, vão ir por água abaixo.

Para amar, ah! como a gente tem que, tantas vezes, deixar o orgulho ser desmoronado – tijolinho por tijolinho – e ficarmos crus e desapegados do que era a nossa mais íntima proteção. Esse orgulho que a gente confundia com amor próprio. Mas era só medo de sofrer demais e de novo.

Porque se a gente, por vezes, não deixar o orgulho de lado, não há espaço para os perdões e os renascimentos. E parece que o amor é planta em constante transformação, se a gente se apega à semente, a gente nunca verá a árvore. Se a gente não se deixa desestruturar, se a gente não sede, até ao que é grande e certo dentro da gente, a gente não dança com a energia do amor.

Ah, como a gente tem que passar dos nossos limites tão minuciosamente estabelecidos, dizer não, sair de perto, ficar só por um longo tempo, meditar, encarar nossas sombras e voltarmos para o mundo mais serenos, menos vitimados e vaidosos.

Porque duas máscaras podem se beijar perfeitamente por algum tempo, mas duas almas nuas precisam sempre de coragem para evoluir. E nem sempre estamos dispostos a isso. Evoluir cansa. Mas o amor precisa disso.

E mesmo com tantos beijos e rasteiras, com tantos desencontros, reencontros, nascimentos e mortes… A gente precisa ter a doçura da maturidade para manter o coração sempre aberto para mais. Porque assim é a vida.

Às vezes tudo se rompe. Às vezes tudo se fortalece.

Mas, em qualquer história que seja, o amor me parece ser o contrário de qualquer jogo de cartas marcadas e de passos bem dados.

O amor parece ser algo como a natureza: caótico, um sem sentido mas com tanto sentido! O amor parece estar neste mundo há muito mais tempo do que nós homo racionales sapiens.

As árvores nos ensinam a amar. Um lagarto estirado no quintal nos ensina a amar. A chuva, que cai com cheiro de terra húmida trazendo cores de outros rios, nos ensina sobre amar. Sobre a inconstância das nuvens, sobre a flexibilidade das almas. Sobre as surpresas inesperadas e as transformações constantes…

Sobre o desencanto das aparências para o reconhecimento de uma essência comum.

Ah! Como a gente tem que ser humilde para receber o amor.
Perceber que de nada temos controle. Mas podemos ter muita vontade de amar, de crescer, de viver, de respirar profundamente as nossas possibilidades de sentir.

A gente pode pegar uma caneta e tentar escrever a própria história, mas que as janelas e portas fiquem abertas para que a gente não se esqueça da força das marés e dos ventos e das surpresas e mistérios que nos circundam.

Muitos mais que amar alguém ou algo, é amar a vida, e a vida é isso.

Imagem de capa: sivilla/shutterstock

Decidir mudar é o grande começo pra uma nova vida!

Decidir mudar é o grande começo pra uma nova vida!

De repente a gente se vê perdido entre tantos pensamentos, tantas coisas pra fazer, tantos problemas pra resolver, querendo fugir, querendo ficar, querendo se esconder, querendo se encontrar, querendo tantas coisas, mas sem saber o quê e nem aonde procurar. De repente a gente para tudo, cala todo o barulho e pensa se chegou a hora de mudar.

Saiba que pelo lado de dentro é que se começam as mudanças. Se desejar uma nova vida, se destranque, descomplique suas senhas e se deixe descobrir. A luz do sol só bate em quem sai das sombras. O amor recíproco é pra quem ama. Só ganha sorrisos quem sabe sorrir. Mudanças são sempre necessárias e de vez em quando é preciso mudar a rota, fechar umas portas, dar um passo atrás, retornar, pensar em outros caminhos ou, simplesmente, desistir do que faz. Algumas coisas não valem à tentativa, não valem o esforço. Dê um passo atrás quando precisar, muitas vezes isso não é retroceder, é avançar. Reconhecer um caminho errado é a oportunidade de tirarmos do bolso a chave que tranca uma passagem e partir em busca de outra. Sem remorsos, sem arrependimentos. Você nunca chegará a novos destinos, se andar sempre pelos mesmos caminhos.

Depois que descobrimos melhores caminhos, a vida vai se arrumando, as coisas se ajustam, as palavras se encontram e o que estava bagunçando os dias começa a dar certo. O céu azul fica mais tempo, a gente aprende trabalhar o tempo e tudo ao nosso redor fica mais bonito. E pra mudar tudo assim tão rápido não é mágica nem milagre, é transformação do olhar, saber o que procurar, é ajuste no agir, é tomar a decisão de mudar. Comece com tranquilidade, paz no coração e acalme seus pensamentos. O que passou, passou. Não olhe mais para trás. As tempestades mais fortes serviram para regar a alma, levar a sujeira e lavar seus os caminhos por onde vai passar. Tudo vai quando tiver que ir, tudo vem quando tiver que chegar.

Quando isso acontece chega a hora de sair da plateia e subir ao palco, ser você o espetáculo e parar de esperar tudo acontecer. E se de repente tudo se colore, as frases que queria ouvir chegam, tudo vira sorriso, tudo fica melhor; Foi você quem fez por merecer, decidiu mudar e mudou, correu atrás e conquistou, se dedicou, batalhou e está começando a aprender que pra se viver um grande sonho a primeira coisa a se fazer é acordar!

Imagem de capa: rdonar/shutterstock

Deixe para trás tudo o que diminui as suas chances de ser feliz

Deixe para trás tudo o que diminui as suas chances de ser feliz

Deixe para trás essa mania de ficar esperando pelo momento mais apropriado, pelas palavras certas, pelo príncipe encantado, pelo emprego mais rentável. Deixe para trás a amizade ausente, as mensagens lidas e não respondidas, as ligações sem retorno, o convite que nunca chega. Deixe para trás o que ficou lá atrás e não volta mais.

A vida é tão curta, os momentos passam tão rapidamente, as pessoas acabam indo embora, algumas vezes cedo demais. Como diziam nossos avós, tudo o que é bom dura pouco. Por isso mesmo, não podemos nos demorar junto a pessoas desprezíveis e insossas, tampouco nos lugares onde nos sentimos muito menos do que somos, onde nossos sonhos se achatam e nosso sorriso é forçado. Deixemos para trás o que faz mal.

Deixe para trás essa mania de ficar esperando pelo momento mais apropriado, pelas palavras certas, pelo príncipe encantado, pelo emprego mais rentável. Sem essa de esperar a hora certa, pois o que temos é o agora, o instante em que respiramos neste exato momento, nada mais do que isso. Aproveite o que está à sua frente e pode ser alcançado.

Deixe para trás a amizade ausente, as mensagens lidas e não respondidas, as ligações sem retorno, o convite que nunca chega. Você tem tanta coisa boa dentro de si, que vai ser fácil encontrar alguém que curtirá a sua companhia, que sorrirá e chorará junto, que o levará aos lugares. Tem alguém que torce por você e valoriza a sua amizade. Pare de ser bobo.

Deixe para trás a obrigação de dar satisfações a quem mal o conhece, a quem na verdade nem ouve o que você diz. Grande parte das pessoas que ficam nos cobrando uma faculdade, um namorado, casamento e filhos mal se lembram de que existimos, mal sabem nosso nome completo. Dê satisfações a quem te ama e caminha junto, com verdade e transparência.

Deixe para trás a preocupação excessiva com sua aparência, com seu peso, com o número de sua calça jeans. Preocupe-se com sua saúde, mas não deixe de viver, por ser escravo de uma estética que, muitas vezes, nem combina com seu corpo. Aceite-se por inteiro, cada imperfeição que o torna tão único e especialmente charmoso.

Deixe para trás o que ficou lá atrás e não volta mais. Passado é lugar para visitar e não para morar. Livre-se dos erros que já se foram, dos amores que já partiram, dos momentos que doeram, mas tiveram fim. Olhe adiante, contemple o leque de oportunidades escancaradas em seu horizonte e siga, sempre em frente. Que doa, mas siga.

Tão importante quanto o que temos é o que não temos mais, o que não é mais nosso, o que não deve nunca mais fazer parte de nossa jornada. Só nos recarregaremos de novas possibilidades se nos livrarmos dos pesos inúteis que, não raro, teimamos em manter conosco. Liberte-se, deixe para trás e vai ser feliz, pois eis o sentido da vida: pra frente!

Imagem de capa: Alexander Steam/ shutterstock

Meu cachorro pirou! Por que os cães tem alguns hábitos estranhos?

Meu cachorro pirou! Por que os cães tem alguns hábitos estranhos?

Você já deve ter reparado naquela incongruência entre a super bola de pelos fofíssima e a inesquecível bola de imundice perambulando em seus aposentos pela casa. Trata-se do mesmo ser, aquele seu mascote cheiroso que insiste em voltar às entranhas de seus antepassados, se refestelando sobre os dejetos mais nojentos possíveis. Basta levar seu cachorro para uma fazenda ou qualquer lugar onde haja vacas e cavalos, e seu amigo volta verde como um alien para casa: ele acabou de rolar feliz e satisfeito pelas fezes dos equinos e bovinos, e você ficou sem entender tal feito.

Acontece que a culpa é nossa! Sim, nossa. Vamos entender. Cães possuem um cheiro característico, um odor que incomoda muita gente, principalmente aqueles que mantém os peludos dentro de casa. Na tentativa de pelo menos amenizar esse cheirinho, muitos desses cães tomam banho pelo menos uma vez por semana, camuflando o aroma natural que eles tanto amam. Na tentativa de voltar a possuir esse elixir canino, eles rolam nas fezes de animais herbívoros numa espécie de atavismo, ou seja, herança antepassada. Na natureza, seus semelhantes costumam deitar e se esfregar sob fezes e carniça para obter o odor natural de volta, como também, disfarçar sua presença contra predadores e presas.

Banhos em excesso podem estimular ainda mais as glândulas responsáveis pelo cheiro dos cães, fazendo com que aumente. Ao contrário do que a maioria pensa, a diminuição dos banhos controlam o odor.

Outro hábito mal interpretado é o ato de comer mato. As pessoas erroneamente acreditam que os cães comem capim porque estão com dor de barriga. Há sim casos em que os animais ingerem mato por má nutrição e verminoses, porém, existe um outro fator muito interessante em torno desse costume. Quando os predadores, no caso, os antepassados dos cães, se alimentavam de suas presas herbívoras, boa parte da celulose que se encontrava no estômago delas, eram consumidas automaticamente pelos carnívoros, logo, o organismo desses caçadores atualmente domesticados, sentem alguma necessidade de repôr essa “lembrança”. Portanto, se o seu gatinho ou o seu cachorrinho não está desnutrido ou parasitado, e mesmo assim insiste em comer mato, lembre-se que não há problema algum nisso, estão apenas, inconscientemente, relembrando um passado orgânico.

E, por fim, você já deve ter se perguntado alguma vez, por que os cães cheiram o traseiro uns dos outros, eca! Pois saiba que esta é a forma que eles dizem “olá”, a maneira como conhecem seus “amiguinhos”. Digamos que o bumbum de um cachorro seja sua carteira de identidade. No ânus dos cães existe uma glândula, o odor que ela produz costuma indicar inclusive do que aquele animal se alimenta. Sim, os cães são capazes de identificar do que o seu colega canino se alimenta simplesmente ao cheirar o ânus dele. Já reparou que alguns cachorros de rua colocam a cauda por entre as pernas ao ser cheirado? Acreditem, é uma maneira de avisarem que estão envergonhados, e tentam esconder ou isolar o ânus, pois se alimentam de lixo, comida estragada, dentre outros alimentos, que dentro de uma hierarquia, não seriam muito proveitosos.

Cães tratados com boa comida, automaticamente estão no topo dessa hierarquia, e conseguem identificar seus semelhantes menos favorecidos através desse “olá”. Imagine conhecer se uma pessoa é rica ou pobre pelo odor do seu ânus? É bem por aí.

Independente de um hábito ser agradável ou não, tente sempre compreender seu cachorro para que ele se mantenha em equilíbrio com sua natureza, e junto ao convívio com sua família.

Imagem de capa: atikinka/shutterstock

Descubra a sua paixão nessa vida e reduza as chances de adoecer emocionalmente.

Descubra a sua paixão nessa vida e reduza as chances de adoecer emocionalmente.

Querido(a) leitor(a),  não faço ideia de como este texto irá te encontrar, mas, tenho certeza de que ele vai te deixar inquieto(a) durante, e, principalmente, após a leitura.

É possível que ele seja lido por pessoas que estejam vivendo a sua plenitude, como pode ocorrer de ele cair nas mãos de pessoas que tenham sido diagnosticadas com depressão e estejam tomando, diariamente, medicamentos antidepressivo e que regulem o sono. Deixo bem claro que, longe de mim, criticar a atuação da psiquiatria, tampouco me oponho ao uso dos medicamentos para os transtornos emocionais.

O que pretendo aqui, é chamar a atenção para a vida que você está vivendo, no sentido de identificar se ela está conforme aquilo que constitui a sua essência. Alguém duvida que uma vida satisfatória é um verdadeiro antídoto para a depressão e outras patologias emocionais e físicas? É delicado tratar sobre isso, eu tenho consciência, mas é uma realidade que, talvez esteja mascarada. Sabe, eu acredito que muitas doenças emocionais estão vinculadas à uma vida infeliz, vida essa que não está sendo vivida de acordo com aquilo que foi, digamos, programada, para a pessoa viver.

Pensem comigo, como uma pessoa vai manter a própria saúde emocional em dia, se ela trabalha com algo que não a faz sentir-se realizada? Eu estou sendo generosa nessa questão, afinal, existem pessoas que odeiam o que fazem. Diga-me, como alguém será emocionalmente saudável se vive um relacionamento infeliz e frustrado?

Acredito que cada pessoa possua, no mínimo, uma paixão específica, e essa paixão é a senha de acesso para a imunidade emocional dela. Sim, acredito piamente que cada um de nós nascemos dotados de uma habilidade ou aptidão que precisa ser vivida na sua integralidade. E praticar essa habilidade proporcionará, à pessoa, aquela dose de satisfação que vai atuar como um bálsamo para que ela enfrente os demais percalços da vida sem adoecer emocionalmente. É como se a gratidão por fazer algo que realmente gosta causasse uma imunidade contra patologias que afetam as emoções.

É aquela questão da compensação, ou seja, ainda que tenhamos que fazer algo que não gostamos, teremos o conforto da certeza de que, em algum momento, iremos fazer algo que realmente nos apaixona. Precisamos de prazer para viver, precisamos nos sentir úteis, precisamos nos sentir integrados, precisamos viver essa sensação de pertencimento. Ocorre que, infelizmente, é possível que uma pessoa viva uma vida inteira sem ter contato com aquilo que poderia ter evitado uma depressão. Então, leitor querido, responda a si mesmo, você está vivendo a sua paixão ou suas paixões? Você está se presenteando com aquilo que faz os seus olhos brilharem? Você, ao menos, já identificou a sua possível paixão nessa vida? Cozinhar, dançar, escrever, pintar, cantar, ensinar, plantar, a maternidade, a paternidade, enfim, o que faz sua alma sorrir?

É possível, ainda, que você tenha consciência da sua paixão nessa vida, mas por alguma razão, não permitiu que ela viesse à tona e que se expressasse de forma plena. Quem sabe, a pessoa com a qual você se relaciona te oprimiu ao ponto de te fazer abrir mão de algo que gosta tanto. Sim, isso acontece, conheço uma mulher que é apaixonada por dança de salão, mas o parceiro não permite que ela expresse essa arte tão linda por ciúmes, afinal, ela vai chamar a atenção, entende? Não? Eu também acho um absurdo, mas fazer o quê?

Creio que não seria absurdo afirmar que boa parte das doenças emocionais são oriundas das insatisfações. É preciso compreender, de uma vez por todas, que nenhum medicamento substitui a eficácia dos hormônios que são liberados pela satisfação. Os medicamentos são bengalas, eles não atuam na alma, eles não fazem os olhos brilharem. Os medicamentos não dão sentido à vida, eles apenas anestesiam as dores de uma vida desconectada da própria essência.

Há casos em que uma pessoa é curada da depressão simplesmente por ter saído de um relacionamento infeliz, outras, são curadas porque começaram a trabalhar e passaram a se sentir produtivas. Não importa o que seja, mas uma pessoa precisa sentir a alegria de realizar algo que realmente gosta.

Identificar uma paixão e investir nela é algo emergencial, eu penso. É investir em saúde e qualidade de vida, é dar sentido à própria vida, é fazer a vida valer a pena. É recusar a viver por viver. É dar forma e vazão ao que pulsa na alma.

Existem muitas pessoas diagnosticadas com doenças emocionais que, acredito, seriam curadas se tivessem a possibilidade de entrar em contato com aquilo que lateja na alma dela, ou, que talvez, ainda esteja adormecido nela. Existem muitos medicamentos que poderiam ser substituídos por abraços, toques, carinhos, afeto. Existem medicamentos que poderiam ser trocados por pinturas, jardinagens e culinárias criativas. Existem medicamentos que poderiam ceder o lugar para um trabalho voluntário que multiplicasse sorrisos e gratidão. Os meus medicamentos, eu troquei por textos, poesias e uma faculdade de Psicologia. Isso mesmo, escrever é uma das minhas paixões viscerais. Torço que caso você ainda não esteja vivendo a sua paixão, que você ainda tenha tempo de vivê-la.

Em tempo, deixo claro que não estou reduzindo as doenças emocionais ao fato de uma pessoa não fazer o que gosta, contudo, acredito que passar a vida inteira fazendo algo que não dá prazer pode, sim, ser um desencadeador de doenças.

Imagem de capa: nd3000/shutterstock

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