É preciso enxergar o lado positivo das coisas!

É preciso enxergar o lado positivo das coisas!

Enxergar o lado positivo da coisa quando algo não sai conforme o planejado, acaba sendo uma tarefa difícil, uma vez que saímos frustrados, e como consequência, ficamos cegos para visualizar as vantagens diante de tais fatos, entretanto, para cada acontecido, existe uma razão. Nada acontece por acaso. Tudo tem um porquê. No momento em que a vida nos fecha uma porta, ficamos decepcionados, e até chegamos a nos questionar. Queremos saber a qualquer custo onde foi que nós erramos. Tentamos encontrar possíveis falhas, e diante de tamanha decepção, não conseguimos encontrar um norte.

Calma, é aos poucos que a vida vai se ajeitando.

Se algum plano não saiu da forma como planejava, não quer dizer que sempre será assim. Uma hora as coisas vão acontecer, e você vai entender o porque delas não terem acontecido antes. Quando você menos esperar, seus projetos serão concretizados, e você agradecerá ao dono do universo pelo caminho percorrido.

Você notará que durante o trajeto, aprendeu lições grandiosas que farão de você um ser humano melhor.

Sabe aquele emprego que você tanto queria, mas não conseguiu? Espera. Virá um melhor. Sabe aquela pessoa que você achou que seria o amor se sua vida, mas acabou decepcionando-se? Alguém agradecerá em ter você por perto. Sabe aquele carro que tanto queria, porém, notou que precisa juntar mais dinheiro para compra-lo? Calma. Você vai conseguir. Continue guardando suas economias.

Funciona desta forma com qualquer objetivo.

É preciso enxergar o lado positivo das coisas. Tenha em mente que certas coisas não acontecem no momento em que queremos, porque sempre virá algo melhor.

Mantenha-se firme diante das dificuldades. Elas fazem parte do processo, no entanto, jamais deixe de acreditar que tudo é possível quando se tem fé.

Imagem de capa: Max4e Photo/shutterstock

“A difícil tarefa de ter que se livrar do que dá enorme prazer”- Flávio Gikovate

“A difícil tarefa de ter que se livrar do que dá enorme prazer”- Flávio Gikovate

“Falta muito para que possamos dizer que conhecemos os detalhes do funcionamento do psiquismo humano. O que é fato é que uma boa parte das nossas ações parecem governadas por um “piloto automático”: em muitos casos, agimos de forma automática; e reagimos a determinadas situações sem que necessitemos pensar acerca do que fazer.

Os movimentos que fazemos ao dirigir o carro são todos sincronizados e não exigem reflexão, assim como as reações que temos diante de um problema inesperado no meio do percurso que estamos realizando. Muitas vezes só nos conscientizamos de algo depois do ocorrido, como se, diante do susto, o piloto automático tivesse se desligado! Fazemos o mesmo ao escovar os dentes, ao nos movimentarmos durante o banho, nos enxugarmos, assim como em tantas outras condições que se repetem com regularidade em nossas vidas.

Hábitos são comportamentos repetitivos e fixos

Chamamos de hábitos aos comportamentos, não inatos, que se tornam repetitivos e fixos. Ao que tudo indica, eles se consolidam na nossa memória, criando um caminho sólido no sistema nervoso, de modo que, em cada dada situação, respondemos do modo que foi padronizado.

Uma vez criado um hábito, que é um tipo de reflexo condicionado que se estabelece em função das repetições, fica muito difícil desfazê-lo. Temos facilidade para associar (condicionar) e enorme dificuldade para dissociar, desfazer essas conexões cerebrais que se fixam com vigor.

Se um dia nos habituamos a comer depressa, temos enorme dificuldade de reaprender e passar a comer mais devagar, mastigando bem os alimentos. Se um dia nos habituamos a cruzar as pernas ao sentar, o movimento nos chega automaticamente mesmo quando já sabemos da necessidade de nos livrarmos dele por força de algum problema de postura. Precisamos de atenção redobrada, de enorme empenho constante e prolongado, para conseguirmos nos livrar de nossos condicionamentos.

Compulsões são hábitos inconvenientes, nocivos

As compulsões correspondem a hábitos específicos que se perpetuam apesar de terem um caráter frequentemente inconveniente ou mesmo nocivo. São exemplos de compulsões o ato de roer as unhas, os variados tipos de automutilação, como por exemplo se ferir com as próprias unhas, assim como os transtornos obsessivo-compulsivos (TOC).

O que os caracteriza, a meu ver, é uma propriedade muitas vezes difícil de ser detectada, qual seja, a de que provocam uma redução de ansiedade: se alguém está muito nervoso e desenvolveu a compulsão de roer as unhas, será nessa hora que o fará, posto que isso provocará uma melhora do estado emocional. Em uma frase: as compulsões provocam um tipo especial de prazer, chamado por Schopenhauer de “prazer negativo”, que se caracteriza pela existência de um desconforto inicial que se atenua através da realização do ato compulsivo; ele provoca um tipo de prazer parecido com o que nós sentimos quando, com frio, nos agasalhamos, com sede, bebemos água…

Os Transtornos Obsessivos Compulsivos que aliviam a ansiedade

Os rituais repetitivos do portador de TOC aliviam uma ansiedade que só se esvai por esse meio. A compulsão por arrancar os cabelos (tricotilomania) só se perpetua por ter se transformado em “remédio” para a ansiedade que acompanha aquela pessoa em determinadas situações.

As compulsões alimentares ligadas à ingestão exagerada de comida (ou de certos doces) seguem o mesmo trajeto: apazigua a sensação de desamparo que nos maltrata em determinados momentos do dia ou da semana. Aquelas ligadas à recusa em se alimentar (anorexia) parecem relacionadas inicialmente ao prazer de se ver magra, que depois se transforma em algo mais complicado, onde o ato de comer aparece como a quebra de um ritual que alivia certas tensões, além de fazer bem à vaidade. As compulsões alimentares são mais complexas porque, além do alívio da sensação dolorosa de desamparo, trazem consigo também um “prazer positivo”, sensação agradável que não depende da presença de um desconforto prévio.

A quase impossível tarefa de ter de se livrar do que dá enorme prazer

O doce ou o chocolate são experiências agradáveis mesmo na ausência de qualquer desconforto! Esse tipo de compulsão já tem um pé naquilo que se chama de vício. O vício costuma estar ligado a um fortalecimento ainda maior das conexões neuronais típicas dos hábitos, pois, no cérebro, se estabelecem outros trajetos típicos da dependência química.

Desnecessário dizer das dificuldades das pessoas para se livrar deles, posto que, ao menos numa primeira fase, provocam enorme prazer, sendo que os efeitos nocivos só costumam aparecer depois de muito tempo. Nem todos os vícios implicam dependência química, porém todos têm a ver com a presença de um prazer positivo, um bem-estar inicial: consumismo desvairado, excesso de trabalho…É preciso cautela, pois não é difícil nos vermos enredados em algumas dessas situações. E, para sairmos, necessitamos, na maior parte das vezes, de um esforço hercúleo e de muita determinação.”

Flávio Gikovate- site oficial

Imagem de capa: Syda Productions/shutterstock

“Homem não teme mulher independente, mas teme mulher autônoma.”

“Homem não teme mulher independente, mas teme mulher autônoma.”

Por Regina Navarro Lins

“A mulher, durante séculos, foi sustentada pelo pai ou marido, a quem devia obediência. Afinal, não lhe era permitido ter instrução e foi sempre considerada incompetente e incapaz. A partir dos anos 1960, a mulher começou a se libertar dessa submissão, adquirindo novo status.

Atualmente, muitas dessas mulheres ganham seu próprio dinheiro — às vezes mais que seus maridos ou amigos —, compram o que desejam, viajam para onde querem, escolhem onde morar e, o melhor de tudo, não têm que prestar contas dos seus gastos a ninguém.

A mulher independente é invejada pelas mulheres que, por mais que trabalhem, não garantem seu próprio sustento.

Entretanto, a maioria das pessoas que respondeu à enquete da semana acredita que uma mulher independente assusta o homem. Há quem diga que, além de não estar preparado para abrir mão da superioridade que o papel de provedor lhe confere, poderia se sentir desvalorizado caso a parceira ganhasse mais do que ele.

Mas na realidade não é isso o que acontece. O homem não teme a mulher que tem uma profissão e ganha bastante dinheiro. Muitos temem, sim, a mulher autônoma.

Ser uma mulher independente ou uma mulher autônoma não é a mesma coisa. Mas existe uma confusão a respeito disso.

O que é, afinal, uma mulher autônoma?

Em primeiro lugar, ela olha com novos olhos para o mundo, o amor, o homem, a mulher, sem estar presa aos padrões de comportamento que tanto limitam as pessoas.

Tem coragem de ser ela mesma na sua totalidade, e não renuncia a partes do seu eu tentando corresponder ao que dela se espera. Se sente livre para expressar todos os aspectos de sua personalidade, mesmo os considerados masculinos pela nossa cultura, como força, decisão, ousadia.

Na relação amorosa, não se preocupa em se submeter às exigências sociais do que é aceito ou não para uma mulher, tais como: mulher não deve tomar a inciativa, mulher não pode mostrar que gosta de sexo, mesmo com muito desejo mulher não pode transar no primeiro encontro, mulher precisa ter um homem ao lado para ser valorizada, etc…

A questão é que autonomia não é fácil de ser alcançada. São anos e anos de condicionamento, em que vamos assimilando os valores do lugar em que vivemos, como se fosse nosso idioma natal. Mas hoje, cada vez mais mulheres questionam a suposição da nossa cultura de que a verdadeira felicidade se equipara a estar envolvida com um homem.

Isso já é um bom sinal. Ter ou não um homem ao lado está aos poucos deixando de ser a questão básica da vida. Porém, ainda são poucas as pessoas que realmente buscam autonomia.

É evidente que sem independência financeira não existe autonomia. Mas não basta. Existem mulheres totalmente independentes sem autonomia alguma. Muitas alcançam sucesso profissional, se tornam brilhantes executivas e, no entanto, vivem sonhando em encontrar o príncipe encantado, com a ilusão de que só assim a vida terá sentido.”

Imagem de capa: Mayer George/shutterstock

E se agora for diferente?

E se agora for diferente?

Custei a aceitar que não tinha poder sobre o destino e a entender  que amor não cumpre prazos, não respeita tempo, nem aceita ordens. Demorei anos para acreditar  que o amor é soberano e que as coisas mais importantes da vida não seguem agenda planejada. Descobri, das mais duras formas, que “final feliz” acontece quando engolimos o orgulho e que, a saudade, sempre mostra para que veio.

Orgulho dentro da língua portuguesa possui dois sentidos totalmente contrários um do outro: um faz referência à dignidade e ao respeito, enquanto o outro ao estado emocional desequilibrado que compromete toda uma imagem social. E é, no limite dessas definições, que o sentimento torna-se defensor ou agressor da alma humana.

Nos relacionamentos amorosos, as definições se encaixam com perfeição. Se por um lado o sentimento é capaz de  defender o coração humano, por outro leva-o a desacreditar no amor, provocando fobia de novos relacionamentos e é, exatamente aí, que mora o problema.

Amor não gera medo. As agressões, as traições e a falta de respeito é que fazem isso. Amor tem tempo próprio e acontece quando quiser. A gente pode jurar que “nunca mais” vai ceder, tentar virar a página, fazer uma nova história ou buscar um novo amor. Mas, o destino sabe quando, onde e quem colocar em nossas vidas.

Amor é surpresa. Pode ser que você se apaixone na fila do cinema por uma pessoa que nunca viu ou volte a amar quem, um dia, desapareceu da sua vida. De forma bem objetiva:  o amor acontece quando você menos espera e do jeito que você nunca sonhou.

É preciso acreditar e fazer acontecer. Pode ser que  o “chá de sumiço” tenha sido necessário para avaliar o sentimento e que o “adeus” dito com tanta certeza, tenha virado um “até logo”. E quer saber? Tudo bem. Todos nós temos o direito de errar e aprender com as consequências.

O que não dá é desistir do amor só porque não aconteceu como você gostaria. Não dá para deixar de viver porque o medo te paralisa. É preciso permitir a entrada do novo, mesmo que em forma de antigo.

Já parou para pensar que dessa vez pode ser diferente? Que a dor da saudade gera um novo comportamento e que o medo de perder faz as pessoas tomarem atitudes? (Não, isso não é via de regra e você deve ter cautela nas decisões).

Deixe as bagagens pesadas, a descrença e o medo no passado. Permita-se ser feliz mesmo que tenha dado errado muitas vezes. Permita-se acreditar que, dessa vez, será diferente. Como dizia Mário Quintana em “Canção do dia de sempre”: “Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança das outras vezes perdidas”.

Imagem de capa: Best Photographer/shutterstock

Cada pessoa tem um tempo na nossa vida

Cada pessoa tem um tempo na nossa vida

Durante muito tempo tive grande dificuldade de entender porque tantas pessoas entram e saem das nossas vidas o tempo todo. Hoje, já mais amadurecido, consigo compreender melhor porque isso acontece.

À princípio, essa reflexão pode parecer banal, mas não é. Ela tem a ver com as mudanças próprias que cada pessoa vivencia.

Quero levar você a refletir junto comigo, levando em consideração um ingrediente fundamental que poucos falam, a PAZ.

Todos nós, na infância, vamos para a escola, e a medida que vamos crescendo, nossos amigos vão mudando, vamos experimentando novas coisas. Porém, existe algo impressionante que, uma vez compreendida, nos faz entender como acontece a dinâmica das amizades durante nosso processo evolutivo.

Sempre, sempre nossos amigos são escolhidos por nós através de processos semiconscientes ou inconscientes. Escolhemos nossos semelhantes, quanto mais semelhantes, mais íntima é a amizade.

Aqui está a principal mensagem que quero lhe transmitir hoje. Nada na vida acontece por acaso, quem entra e quem sai do nosso convívio sempre tem algo a nos ensinar, resta a nós compreender o que é e evoluir durante esse processo.

É interessante notar que precisamos ACEITAR tudo que nos acontece em paz e consciência. O processo para nos tornarmos pessoas mais sábias e espiritualizadas tem uma relação intrínseca com quem nos relacionamos.

Quando buscamos verdadeiramente essa espiritualidade, passamos a compreender com mais lucidez quando é hora de ir, de voltar, de seguir, de ficar…

Isso é bem sutil e um pouco difícil de explicar com palavras, vou citar meu próprio exemplo.

Já frequentei grupos religiosos por um tempo e na minha busca espiritual conclui que o melhor a fazer seria me distanciar. Perdi vários amigos! Foi um processo doloroso no começo, mas depois me trouxe uma paz de espírito impressionante.

Não nego o tempo que fiquei por lá, ele foi necessário para mim. Era lá que deveria estar, mas por um tempo limitado.

Muitas pessoas têm dificuldade de entender quando é o tempo de ir, de ficar, de voltar e de partir. Esse discernimento só nos vem com o tempo e o amadurecimento.

O mesmo aconteceu na minha busca profissional. Quando descobri que minha maior vocação não era com pesquisas em Física, também foi um processo doloroso me distanciar de quase todos que conviviam comigo. Mas foi necessário. E hoje sinto uma paz incrível por saber que lá não é o meu lugar.

A maior lei que existe é a lei da atração. Somos seres espirituais em corpos físicos. Nossa energia pessoal, essa energia que brota do nosso interior sempre nos leva para onde devemos estar e com as pessoas que devemos estar por determinado tempo.

A busca pelo autoconhecimento é fundamental, pois nos enche de paz ao passar pelos processos de transição.

Isso pode ser extremamente útil quando se trata de relacionamentos amorosos. Eu mesmo, terminei relacionamentos que eram necessários para meu processo evolutivo. Há pessoas que já conviveram comigo que tenho uma profunda admiração ou até mesmo amor, porém, elas não podem mais estar no meu convívio pessoal, pelo fato de eu estar seguindo um caminho completamente diferente delas.

Eu desejo que você grave essas palavras: Muitas vezes, a maior prova de amor que podemos dar a uma pessoa é não conviver mais com ela.

Espero que você esteja conseguindo entender. Existem pessoas que passam pelas nossas vidas por um tempo determinado, todavia, depois de um tempo não faz mais nenhum sentido ela continuar em nosso convívio. E isso, ao contrário do que pregam, não é um ato egoísta, é um ato de amor. Um amor nutrido pelo sentimento de liberdade.

Por isso que gosto de dizer que o amor só dura em liberdade, pode durar mesmo uma vida inteira.

Precisamos introjetar no mais profundo da nossa mente que o amor, para ser verdadeiro, muitas vezes não precisa do contato físico da outra. Nós somos espíritos, e é dele que brota o amor, não dos nossos corpos.

Há pessoas que amo profundamente e que nunca mais terão contato direto comigo no dia a dia, mas isso não reduz o amor, na realidade o frutifica. Na presença física, muito provavelmente aconteceria o contrário, a perda desse amor genuíno.

Estou escrevendo esse texto com a certeza que nem todos entenderão. É bastante sutil tudo o que estou descrevendo aqui.

Para terminar. Preciso falar sobre os relacionamentos que duram uma vida inteira, como alguns casamentos e amizades.

Em todos eles, isso só é possível quando há uma decisão por aceitar o outro em sua integridade, com todas as qualidades e defeitos, e estar contente com o resultado, contente não no sentido de felicidade, mas no sentido de contentamento, que significa estar alegre e satisfeito.

Só é possível permanecer ao lado de pessoas por toda uma vida quando há comunhão de valores, um respeito pelas diferenças, quando não há nenhum tipo de julgamento nem imposições de verdades individuais.

Por isso que é tão difícil permanecer a vida inteira ao lado de alguém, mas é possível. É preciso um investimento intenso em si mesmo, para superar os limites próprios e buscar cada vez mais a empatia, que é ver os outros sob a perspectiva deles, sentir o que eles sentem.

Esse é um possível caminho para se conviver a vida inteira. Também não posso dizer que é o único. Certamente existem outros caminhos, que deixo como reflexão pessoal.

Lembre-se sempre. Cada pessoa tem um tempo determinado em nossa vida, e a busca pelo autoconhecimento nos dá essa paz para compreender que se trata de um processo natural e absolutamente necessário para uma vida em harmonia…

Imagem de capa: Kichigin/shutterstock

Pequenas delicadezas do amor

Pequenas delicadezas do amor

“Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós.” (Manoel de Barros)

As coisas incomensuráveis habitam as pequenas delicadezas do amor. Estão nas miudezas e nos gestos cotidianos dos quais nem nos damos conta; nos pequenos desejos, na mão pousada sobre ombros descansados, nas pontas dos dedos que deslizam na nuca amada, na pipoca dividida, nos abraços despretensiosos, na pia do banheiro ou nos beijos dados na cozinha vestida de louças de um almoço qualquer.

Estes pequenos gestos e abraços engolem o sexo mais indomado e o presente mais caro. Não que o sexo e o presente mais lindo não sejam bem-vindos, mas as pequenas delicadezas têm um poder incrível de sobreviver ao tempo. Sacanagens são deliciosamente prazerosas, mas a certeza da conversa a qualquer tempo é ainda mais reveladora e prazerosa, é ela quem nos afasta da solidão das multidões, que nos transmite certezas, se é que estas existem, de que as coisas seguem por um caminho quase perfeito.

O riso solto e sem protocolos conseguidos com o aumento da intimidade, sem os quais a gente murcha um pouco, está nestas pequenas delicadezas. São estas miudezas do amor que nos engrandecem e muitas vezes a gente sequer se dá conta disto. O amor é cheio de vocações desconhecidas e conexões profundas e delicadas. Pequenas delicadezas são na verdade a mais profunda forma de amor e que nos é revelada, também, em pequenas coisas.

Há momentos na vida em que ficamos por um triz, temos vontade de chorar, gritar, bater; do mesmo modo temos vontade de dividir alegrias, belezas, conquistas, mas quando vamos desmoronar queremos conosco ou do outro lado da linha, aquele que dividiu com a gente as pequenas delicadezas; é nesta pessoa que pensamos, é neste colo que queremos descansar. É naquela conexão profunda e delicada que mora o sossego dos nossos anseios.

Às vezes esta pessoa só precisa dizer um “alô” para o mundo ficar reconhecível outra vez. É que as coisas incomensuráveis da vida moram nas lembranças, gestos e amores gentis.

Imagem de capa:Gergely Zsolnai/shutterstock

Não se humilhe por nada nem ninguém

Não se humilhe por nada nem ninguém

Todos temos a tendência a tomar certas pessoas e situações como imprescindíveis e insubstituíveis, como se não pudéssemos viver sem elas, como se nossa felicidade dependesse estritamente daquilo tudo. Supervalorizamos, assim, muitas vezes, algo que não nos faz bem, alguém que não nos acrescenta nada, coisas que só atravancam o nosso caminhar, sem perceber que muito do que encaramos como ganhos na verdade são fardos em nossas vidas.

Na ânsia de tentar controlar as nossas vidas e de buscar a felicidade tal qual aquela que nos é vendida nas vitrines, nas revistas e nas redes sociais virtuais, acabamos muitas vezes buscando construir uma vida sobre bases desarmônicas. Trazemos, para dentro de nossas vidas, estilos, pessoas e comportamentos que destoam completamente da essência de nossas verdades mais íntimas.

Dessa forma, valorizando tudo o que está lá fora de nós, tudo o que não diz respeito aos nossos valores, aos sonhos que pulsam em nossos sentidos, acabamos nos afastando de nós mesmos, diminuindo-nos, desvalorizando-nos, enfim, tornando-nos muito menos do que realmente somos. E, se nem nós mesmos nos sentirmos gente de verdade, as pessoas que nos rodeiam acabarão por nos atravessar, como se fôssemos invisíveis, pois é assim que nos comportaremos.

Enredados em meio às aparências que construímos, tentamos mantê-las a qualquer custo, a despeito de toda dor que elas carregam, apesar de toda dignidade que se perde nesse caminho, mesmo que tenhamos que nos humilhar perante pessoas que não têm um mínimo de consideração por nós. E, assim, aceitamos de volta quem nos diminui, submetemos nossa vida a dissabores desgastantes num emprego desumano, mantemos perto de nós amizades que apenas sugam nossas energias.

Não podemos aceitar menos do que merecemos e ninguém tem o direito de determinar o quanto valemos. Não se humilhe, não sufoque seus sonhos por conta de algo que é substituível e pode melhorar. Enterre a cabeça no travesseiro, grite, chore, acabe-se, numa luta sua com você mesmo e de mais ninguém. Fortaleça-se enquanto sente doer fundo as decepções e o amargor da rejeição, para sobreviver e seguir mais forte e seguro de si. É assim que tem de ser.

Quem só vê defeitos em nós deve cair fora. O emprego que nos limita e reduz deve ser trocado. O amigo que só quer o que temos para dar não gosta de nós realmente. É preciso que adotemos uma postura crítica perante o mundo, para que consigamos aparar as arestas espinhosas que nos dificultam a busca da felicidade. Afinal, para sermos felizes, precisamos estar rodeados de amor verdadeiro, de sinceridade, de gente que gosta da gente. E, para isso, precisamos nos sentir e ser gente de verdade.

Imagem de capa: Max4e Phot/shutterstock

3 Lições de amor da série “Atypical”

3 Lições de amor da série “Atypical”

Em 2017 iniciou-se uma série interessantíssima no Netflix chamada “Atypical”, que conta as histórias e experiências vividas pelo personagem “Sam”, que tem Autismo. É uma série que nos ensina de uma forma profunda e bem humorada como funciona a mente de uma pessoa que tem autismo. Recomendo essa série a todos, mas acima de tudo aos educadores, que lidam constantemente com alunos que tem estão dentro desse espectro.

Na 1ª Temporada há um episódio bem interessante no qual o Sam quer saber se ama a sua namorada “Paige” ou não. Então ele conversa com seus pais sobre isso, pedindo que eles falem sobre a experiência de amor deles, ou seja, o que cada um pensava a esse respeito.

Como ele é extremamente metódico e racional, escreve tudo o que os pais dizem na forma de regras. Daí ele cria as “3 regras para saber se ama a Paige”. Farei uma breve reflexão sobre elas, que achei simplesmente magníficas.

1) Quando você acorda a primeira pessoa que vem em mente é a pessoa amada.

2) Você sempre tem alguém pra contar em todos os momentos, sejam eles felizes ou tristes.

3) Estar com a outra pessoa lhe faz querer ser melhor a cada dia.

Não coloquei de forma idêntica a dele, porque ficaria pouco explicado, mas essas são as 3 regras, que ele vai descobrindo uma por uma até saber que ama a Paige (claro que de acordo com essas regras!).

O amor é algo muito profundo, é algo que vai muito além de um sentimento. Eu considero o amor uma dimensão na nossa vida, algo tão grandioso que os milhões de livros, músicas, programas de TV ou rádio etc, são insuficientes para defini-lo ou esgotar o que ele significa. Aqui estou trazendo outra perspectiva.

A 1ª regra fala principalmente sobre o período inicial de um relacionamento, quando a pessoa está totalmente envolvida pela paixão. Tudo faz lembrar a pessoa amada, tudo fica mais colorido estando ao seu lado. E já tendo me apaixonado diversas vezes, confirmo que isso acontece mesmo. O primeiro pensamento ao acordar é a pessoa amada, e esse sentimento é incrível, quase indescritível. Espero que você já tenha sentido isso ou ainda sinta! Das três regras, essa é a que considero menos relevante, porque passado o período da paixão, eu posso garantir que vem algum pensamento antes de pensar na pessoa amada! Mas é claro que isso não diminui em nada o amor, pra falar a verdade, talvez até o aumente, pois sabemos bem que a paixão é um estado alterado, no qual a pessoa temo lado racional meio esmorecido em relação ao emocional, mas deixemos essa questão para outros textos…

A 2ª regra é linda. Ela traz a noção do sentimento de SOLIDÃO e como lidar com ele. O Renato Russo falou muito bem no final do século XX: “O mal do século é a solidão”… Temos visto cada vez mais as pessoas se isolarem em seus mundos e não mais contarem com o apoio emocional das pessoas amadas. Essa regra pode ser estendida para muito mais além do relacionamento amoroso. O amor pelos pais na grande maioria das vezes traz essa regra sem imposições de nenhuma natureza. É bom demais saber que podemos contar com os nossos pais nos momentos tanto de alegria como de tristeza. É bem interessante! Acabou de acontecer algo de bom como, por exemplo, você acabou de ser promovido à gerente da empresa em que trabalha. Nessa hora, as duas primeiras regras se juntam percebe? Você automaticamente lembra da pessoa amada e já pela o celular pra dizer: “Amor! Eu foi promovido à gerente da empresa! Vamos comemorar indo pro restaurante tal às 19h viu?”.

A 3ª regra é a que considero a mais bonita, porque ela fala sobre o amor na sua dimensão mais transcendente, quando queremos ser a melhor pessoa do mundo para quem amamos e estamos dispostos a trabalhar internamente os nossos defeitos para que eles não atrapalhem o bom convívio. É como se quiséssemos nos lapidar para sermos melhores e mais polidos entende? Sempre que escrevo ou converso sobre isso, me vem em mente a imagem da divina escultura de Michelangelo chamada “Davi”. Ela é, talvez, a mais bela obra de arte do planeta! Ela é um dos maiores símbolos de perfeição que eu conheço. O Michelangelo levou mais de dois anos para terminá-la e trabalhando todos os dias na sua lapidação. Nós somos como esse “Davi”, uma pedra bruta que através do amor podemos nos lapidar e chegarmos ao final da nossa vida mais parecidos com esse “Davi” de Michelangelo. Escrevi um texto especial no blog tempos atrás falando mais sobre isso, se você ainda não leu, recomendo, segue o link do texto [aqui].

Certamente o amor não se resume à essas 3 regras, estou apenas refletindo a partir da visão diferenciada de um adolescente autista numa série americana!

Mais uma vez reforço a sugestão. Assista a esse série, você vai aprender muitas coisas boas e ainda vai aperfeiçoar dentro de si o sentimento de amor a partir das 3 regras do Sam…

Imagem de capa: Reprodução

As histórias extraordinárias moram nos momentos simples

As histórias extraordinárias moram nos momentos simples

Hoje uma prima querida compartilhou uma foto especial no grupo da família. Ela estava dando uma volta de carro, tentando fazer seu bebê dormir, quando passou pela casa em que eu e meus irmãos moramos na infância. Não se conteve e parou para fotografar. O que se seguiu foi uma onda de nostalgia e emoção, lembranças de um tempo repleto de histórias simples, ordinárias, corriqueiras… mas que de uma forma inimaginável se tornaram extraordinárias.

Nem tudo mora no visível. Nem tudo pode ter seu valor medido através do dinheiro que foi gasto ou da serventia que terá. Jamais conseguiremos mensurar a importância de algo que mora na lembrança e no coração do outro. Há coisas que não valeriam nem um centavo, mas que para você são verdadeiras relíquias. Há vivências que jamais poderiam ser substituídas por uma passagem de primeira classe ou trocadas por uma semana num resort de luxo. Essas são as histórias extraordinárias. Aquelas que nasceram no corriqueiro da vida, mas provocaram encantamento. Provocaram um tipo de arrebatamento que não tem explicação lógica, não se baseia em probabilidades, não pode ser descrito com palavras. Há coisas que nos resgatam do que é terreno e palpável e nos aproximam de Deus. Essas são as coisas mais simples. Essas são as coisas extraordinárias.

Penso que as crianças estão mais próximas do extraordinário. Porque conseguem tocar o eterno com seus bracinhos curtos e sua alma livre. Me recordo que meu filho me pedia um bolo simples de aniversário. Trocaria feliz o bolo de pasta americana pelo bolo de iogurte na fôrma redonda que minha mãe faz. Da mesma forma, eu e minhas primas adorávamos brincar de cabeleireira no quintal da minha casa. Com baldes cheios de água e canequinha, lavávamos os cabelos umas das outras e aquilo tinha muito mais valor que uma tarde no salão chic do shopping.

Quando você começa a entender que o extraordinário está no ordinário da vida, passa a perceber melhor os detalhes. Passa a entender o propósito do cheiro de assado que invade a casa na véspera de natal, passa a valorizar a algazarra das crianças fazendo guerra de travesseiros sobre a sua cama, passa a não se importar com a bagunça que sua casa ficará após a noite de ano novo. Você descobre que nada tem sentido se você não estiver com a alma presente. Nada tem sentido se você não estiver disposto a se tornar vulnerável. Vulnerável a chorar um pouquinho quando aquele tio querido revelar que é seu amigo secreto e você se lembrar das histórias extraordinárias que viveu ao lado dele. Vulnerável ao perceber que a passagem do tempo nos apavora, e é por isso que mais vale uma toalha de mesa repleta de manchas após uma noite feliz do que guardanapos imaculadamente alvejados guardados no fundo de uma gaveta.

Existe alma em tudo que a gente atribui sentimento. O que ninguém nos conta é que é preciso coragem para mergulhar fundo na existência. Coragem para absorver singelezas, delicadezas, miudezas de tudo que é comum e corriqueiro. Coragem para não se blindar dos eventos que nos alcançam nas horas mais distraídas e que serão lembrados para sempre, quer a gente queira ou não. Coragem para entender que, mesmo que a gente deseje, jamais conseguiremos nos desapegar de algumas histórias. Coragem para descobrir que, se a gente quer que a vida seja realmente extraordinária, isso vai doer um pouquinho, mas esse preço a pagar é muito pequeno diante de tudo que a gente irá ganhar…

Imagem de capa: Look Studio/shutterstock

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Sylvester Stallone- Uma história de superação

Sylvester Stallone- Uma história de superação

Hoje quero compartilhar um pequeno texto que conta a história de vida de um ator que admiro muito, o Sylvester Stallone. Não conhecia sua trajetória e depois de ler esse texto passei a admirá-lo ainda mais.

Se você está passando por momentos de crises e dificuldades, saiba que pode se superar e chegar muito mais longe do que imagina…

Uma das historias mais tristes nos bastidores de Hollywood.

Seu nome é Sylvester Stallone. Um lutador em todos os sentidos da palavra. Nasceu com uma paralisia facial o que lhe rendeu apelidos e bullying na infância. Em um ponto de sua vida estava tão pobre que roubou as poucas joias que sua mulher tinha e as vendeu. As coisas ficaram tão ruins que ele acabou morando na rua. Sim ele dormiu na estação de ônibus de Nova York por 3 dias. Incapaz de pagar aluguel ou comprar comida. O fundo do poço chegou quando ele teve de vender seu cachorro em uma loja de bebida para um estranho qualquer, pois não tinha dinheiro para alimenta-lo mais. Ele o vendeu por $25, entregou seu cachorro e saiu chorando.

Duas semanas depois ele viu uma luta de boxe entre Mohammed Ali e Chuck Wepner e essa luta o inspirou a escrever o roteiro de ROCKY. Ele escreveu o roteiro durante 20 horas seguidas! Tentou vendê-lo e recebeu a oferta de $125.000, mas tinha apenas UM PEDIDO. Ele queria ESTRELAR no filme como o personagem principal ROCKY, mas o estúdio disse NÃO. Eles queriam uma “estrela” de verdade.

Disseram que ele “tinha um rosto engraçado e falava engraçado”. Ele saiu com seu roteiro. Depois de algumas semanas o estúdio o ofereceu $250,000, ele recusou, então ofereceram $350,000, e ele ainda recusou. Queriam o seu filme, mas não o queriam. Ele disse NÃO! Eu tenho que estar nesse filme.

Depois de um tempo o estúdio concordou em lhe dar $35,000 pelo roteiro e o deixaram estrelar o filme. O resto entrou para a história do cinema. O filme GANHOU prêmios de MELHOR FILME, MELHOR DIREÇÃO, MELHOR EDIÇÃO e o prestigioso OSCAR de MELHOR FILME. Ele ainda foi nomeado como MELHOR ATOR! O filme ROCKY entrou para o s registros americanos da indústria de cinema como um dos maiores filmes até então feitos.

E você sabe a primeira coisa que ele fez com os $35,000?

COMPROU DE VOLTA O CACHORRO QUE HAVIA VENDIDO. Ficou parado na loja por 3 dias até que o homem voltasse com seu cachorro. O homem se recusou a vendê-lo mesmo por $100, Stallone então ofereceu $500, ele recusou. Ele então ofereceu $1.000. Acredite ou não Stallone teve de pagar $15.000 pelo mesmo cachorro que ele vendera por $25.

O mesmo Stallone que morou na rua, que vendeu seu cachorro, pois não podia alimentá-lo é um dos maiores ícones do cinema mundial hoje.

“Não ter dinheiro é ruim, MUITO RUIM. A vida não será fácil. Oportunidades passarão por você ser um ninguém. Pessoas vão querer seu produto e não VOCÊ. É um mundo cruel. Se você ainda não é famoso, ou rico, ou bem conectado você vai achar ainda mais difícil. Portas se fecharão. Pessoas roubarão sua glória e esmagarão sua esperança. Você vai se esforçar, se esforçar e nada acontecerá. Então desolado, quebrado, pobre, você aceitará trabalhos que não o completam por sobrevivência. Quem sabe pode até acabar dormindo na rua. Mas NUNCA deixem que destruam seu sonho. Seja o que for que aconteça CONTINUE SONHANDO, mesmo quando esmagarem sua esperança CONTINUE SONHANDO, mesmo quando te deixarem sozinho CONTINUE SONHANDO. Ninguém sabe do que você é capaz a não ser você mesmo.Enquanto você estiver vivo, a sua história ainda não acabou.”

Imagem de capa: vipflash/.shutterstock

Que sejamos felizes, mesmo diante das frustrações que nos desmotivam.

Que sejamos felizes, mesmo diante das frustrações que nos desmotivam.

Vivemos dias de tribulações… Busquemos então, motivos para superação. As perdas não serão nossos entraves, porque somos curiosos e descobriremos o caminho para que sejamos felizes.

Então devemos levantar a cabeça, abrir os olhos e esboçar aquele sorriso.

Não tenhamos medo de viver com intensidade, de amar e valorizar todos aqueles que fazem parte da nossa vida. Pais, filhos irmãos, amigos e até – por que não? – os nossos inimigos, eles servirão, muitas vezes, de base para nossa subida.

Vamos entender que a vida é curta.

Então vamos lá!

Cante mesmo em tom desafinado, escreva sua própria história, sorria como se quisesse mostrar tua alma ao mundo inteiro. Dance ao vento, sinta-se ao sol, queira mais da vida. Questione o amor e obtenha respostas. Seja diferente, quebre barreiras, mude a situação. Coloque seu nome na história, e, principalmente, não te esqueças das tuas qualidades.

Tu podes subir, com certeza poderás alçar voo e realizar teus sonhos. Poderás seguir em frente, ir muito além do lugar que limita teus passos. Sim, poderás seguir em passos lentos, mas poderás sim, certamente tocar o céu.

Não deixes que morra dentro de ti, a esperança. Ela será o combustível para a tua trajetória. O mundo poderá te ser um tanto cruel, mas se acreditares no impossível serás o campeão.

E muitas vezes a felicidade nos segue com passos lentos, por isso atente para os seus detalhes, pois neles estarão impregnados os teus sonhos, que serão possíveis, se acreditares neles.

Viver é uma consequência, um exercício para que percebamos quem somos nós. Sim, somos seres dotados de autoconhecimento, do qual fazemos uso para o desenvolvimento da nossa felicidade. Então poderás viver sem culpas, porque somos livres e nos movemos como balão, rumo ao infinito. Pode ser que no momento o resultado não seja o esperado, mas não sejas mais um obstáculo para a tua própria vida, porque a felicidade é um resultado de atitudes bravias dos otimistas. Aqueles que não cultivam o veneno do fracasso, mas a esperança que os leva a persistir apesar das perdas.

Quando finalmente te fizeres consciente de que apenas de ti, dependerá os teus risos, os teus dias serão mais felizes, e as pessoas que estarão ao teu lado, serão as que sempre sorriem. Isto é porque valorizam a vida em sua plenitude, e por isso têm que saber que a felicidade não se alcança com as ações de outras pessoas, mas que, para que sejas feliz, dependerá de uma chama existente dentro de ti.

E esteja sempre preparado (a) para receber aquilo que a vida tem de bom.

Então não permitas que a chama se apague, ou que essa oportunidade continue vagando por ai, porque a decisão de ser feliz é apenas tua.

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Um copo de leite, por favor!

Um copo de leite, por favor!

Outro dia, um senhor chamou minha atenção. Sentado próximo à mesa na qual eu me encontrava, tínhamos o plano coincidente de almoçar no mesmo restaurante, do tipo self service. Ele me surpreendeu ao chamar a garçonete e indagar como funcionava o almoço: se ele mesmo poderia servir-se ou se ela o faria para ele.

Que coragem! -eu pensei. Deixada de lado a vergonha por não saber como proceder para fazer a refeição, ele ocupou-se apenas com sua fome e ignorou meu olhar curioso. À resposta de que ele mesmo poderia servir-se, ele recusou. Disse que preferia que ela mesma o fizesse porque ele não gostava de servir-se.

A garçonete se foi, a fim de cuidar da missão que lhe foi confiada. Eu ainda tentava digerir aquela cena de coragem recém-presenciada.

O mais provável, a julgar por sua conduta um tanto acanhada, é que ele tinha pouca ou nenhuma experiência com restaurantes. Mas aquilo não o impediu de entrar, sentar-se e dar um jeito na fome que o incomodava.

Por que não aprendo com ele?- pensei. Por que não me arrisco assim, sem tanto medo de errar? De súbito tentei enumerar quantas vezes deixei de fazer algo por receio de passar vergonha, por medo de fazer feio ou não conseguir.

Lembrei-me de quando era criança e deixei de experimentar um salgadinho porque tinha palitos de dente espetados nele e eu me perguntava o que faria com eles. Agora, tantos anos depois, a resposta me veio de assalto, quando eu já não esperava mais por ela. Coragem foi o que me faltou naquele dia: pra descobrir como fazer e pra admitir que eu não sabia mas que precisava me arriscar.

Abri mão de muitas outras coisas, desde o episódio do salgadinho. Enterrei muitas vontades por não saber o que fazer com elas. Deixei de viver muitos momentos, por ignorar o fato de que tentar é a atitude mais importante de todas.

Talvez eu devesse ter aprendido isso antes; deveria ter entendido que ninguém nasce sabendo. Poderia ter confiado naquele ditado “quem não se arrisca, não petisca” que me disseram a vida toda. Arrisquei-me muito menos do que poderia e aprendi menos, por consequência.

Deixei de ir a lugares, de conhecer pessoas e de viver mil coisas por não saber o que faria, o que diria, o que aconteceria.

Eu ali, ao lado daquele senhor cheio de coragem, planejei agir com mais acerto na próxima vez em que o receio batesse à minha porta. E quando achei que a ousadia já ia adiantada, ouvi sua resposta à pergunta da garçonete, sobre beber alguma coisa: – Um copo de leite, por favor!

A coragem dele era algo incomum- pensei, agora com perplexidade. Tenho mesmo muito a aprender nessa minha vida.

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Os inevitáveis (e abençoados) pontos finais

Os inevitáveis (e abençoados) pontos finais

Passageiros, é isso o que melhor nos define. Nenhum de nós, vivo ou morto, nasceu nesse planeta de agressivas contradições, para ser resumido a uma definição. Mesmo que à primeira vista isso pareça beirar o exagero, o fato é que a cada dia somos apresentados a uma nova versão de nós mesmos.

Até mesmo os dias mais vazios e entediantes exercem sobre a nossa maneira de ser algum tipo de força ou sugestão. Em verdade, talvez seja exatamente a falta de assunto, atividade ou alegria que faça brotar dentro da gente um “não sei quê” de rebeldia.

E, sem rebeldia, não haverá jamais nenhuma revolução. É o desgostar de algo que nos faz ir atrás de outros sabores, texturas e cheiros. E, ainda que a próxima degustação nos traga paladares mais ácidos ou amargos, que venham as experiências desconhecidas; que venham os tombos para nos sangrar os joelhos; que venha a luz forte para nos ofuscar a visão; ou a escuridão para nos fazer o peito palpitar de medo, susto ou prazer.

Ninguém pode sentir prazer em histórias terminadas por reticências, toda vez. Que haja algumas reticências, tudo bem. Elas são uma pausa, ou licença necessária para o que ainda não foi revelado, ou para aquilo que ainda não está pronto para o fim.

No entanto, reticências excessivas têm o perigoso efeito colateral de nos fazer acreditar que pode haver algo de romântico ou suave na indecisão. Viver na indecisão dos dias torna-nos seres acostumados com uma vida em suspenso. O ar fica parado; ninguém respira; ninguém pisca; ninguém vive.

Viver, pressupõe acolher corajosamente algumas pequenas mortes. Morremos um pouco cada vez que fazemos tornar possível algo que parecia ser inatingível. Morremos um pouco a cada orgasmo. Morremos um pouco a cada sonho desfeito. Morremos um pouco a cada partida, nossa ou do outro. Morremos um pouco todas as vezes que desistimos de algo sem ter tentado.

Tentar; arriscar; desafiar são coisas muito mais fortes e importantes do que acertar ou errar. Erros e acertos podem estar vinculados a árduos processos de empoderamento e luta. Mas, também podem ser presentes do acaso. Há sucessos e fracassos que vêm espontaneamente ao nosso encontro.

Entretanto não há tentativa, risco ou desafio que possa nos transpassar com sua força transformadora, se não estivermos dispostos e disponíveis a deixá-los nos arrebatar.

E, uma vez arrebatados pela avassaladora inquietação do desconhecido, da página em branco, do próximo capítulo, aprenderemos a forjar no traço empunhado por nossas mãos (tão provisórias), os definitivos e necessários pontos finais.

É bem verdade que vivemos assustados pelos términos de tudo. O fim nos deixa sobressaltados e, ao mesmo tempo, nos mantém cativos numa espécie de visgo em nome de uma segurança qualquer que nos proteja e nos salve de enfrentar a perda.

Porém. Ahhhh sempre haverá, mesmo na mais inofensiva de nossas escolhas, um “porém”. Porque ao escolhermos seguir em frente, em busca do que ainda não compreendemos, deixamos para trás o que nos é familiarmente acomodado ao colo. E porque, ao escolhermos a permanência morna daquilo que já nos é tão íntimo, abrimos mão do salto, do frio na barriga e do que não temos como prever. Então, para que sejamos dignos de uma vida menos medíocre, apertemos a ponta da pena mergulhada em tinta e calquemos, de peito aberto, os inevitáveis e abençoados pontos finais. Afinal, sem eles não haverá próximas histórias para nenhum de nós, porque elas ficarão invisíveis entre os espaços em branco, deixados pelos pontos finais que não fomos capazes de determinar.

Imagem de capa: Masson/shutterstock

De bons de briga o mundo anda cheio. O que falta é gente boa de amor.

De bons de briga o mundo anda cheio. O que falta é gente boa de amor.

Deu, né, minha gente? Já tem muito coração cheio de ódio nesse mundo. Basta. Nós mesmos, humanos que somos, vez em quando rangemos os dentes por aí. Todos temos motivos para odiar alguém ou alguma coisa. Mas passou da hora de fazer um esforço, remar no sentido contrário, apertar o passo, seguir em frente e deixar lá atrás tudo quanto é odioso.

A vida anda repleta de pessoas, bichos, ideias, causas e coisas de toda sorte merecendo o amor da gente. É questão de escolha: em vez de perder um só segundo odiando quem nos ofende, nos rouba, explora, agride e nos xinga, por que não mudar o foco e buscar quem mereça de nós coisa melhor?

Falo por mim, mas acho que com você não é diferente: eu odeio tanta coisa! Odeio mesmo. Tenho ódio puro e simples de um caminhão de comportamentos que, para mim, são próprios de gente ruim. Homem que bate em mulher, político ladrão, arrogância, grosseria, maldade com criança, desprezo com velhinhos, crueldade com animal, assédio, força bruta. Tanta coisa! Mas fazer o quê senão me posicionar contra isso, me afastar do que faz mal e me concentrar no que faz bem?

Verdade é que a minha raiva me escraviza. Quem é dono do meu ódio é dono de mim. Já quem tem o meu amor, não. Sou escravo de quem eu odeio e amigo de quem eu amo. Então, chega de ódio. É tempo de buscar o que possamos querer bem.

O seu tempo, claro, é seu. Você faz o que quiser com ele. Mas eu acho que ele bem gostaria de ser investido num amorzinho bom, um passatempo saudável, um trabalho que cansa o corpo e descansa a cabeça, uma amizade sincera. Uma companhia a quem se achegar à tardinha, um afeto a quem deixar de manhã e regressar à noite. Essas coisas que, Deus é grande, estão sempre à nossa espera.

Há sempre o que fazer de bom. Adote um gato, um cachorro, uma nova postura, um hábito saudável, um hobby. Telefone às pessoas queridas, ainda que para dizer nada. Perdoe os velhos erros, inclusive os seus. Peça perdão! Beba água, seja amigo dela! Compre uma planta e dê-lhe um nome bonito e simples. Quando for regá-la de manhã, diga “Saúde, Fulana!” e beba água junto com ela, num brinde à saúde de todas as plantas e todos os bichos e todas as gentes! Escolha um segredo revelável e conte a um amigo querido como prova de confiança. Se ele contar a outro alguém, não o odeie por isso – o segredo era revelável mesmo. Mas não perca tempo com mau sentimento. Odiar quem bem merece é tão ruim quanto amar quem não merece.

O mundo já vai cansado de gente boa de briga. O que falta é gente boa de amor.
É tempo de caçar o que amar. Encontremos então o que nos faça sentir o coração feliz.
Olhemos para fora ou miremos para dentro, não importa. Sejam os outros, sejamos nós mesmos, tem sempre alguém ou alguma coisa merecendo o amor da gente por aí.

Imagem de capa: Kris Tan/shutterstock

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