Valorize quem permaneceu junto, mesmo quando você não tinha nada para oferecer

Valorize quem permaneceu junto, mesmo quando você não tinha nada para oferecer

Prestamos muita atenção no que não dá certo, em quem não chega com verdade, em tudo o que foi ruim. Não devemos deletar o que deu errado, sem aprender com aquilo, porém, é necessário guardar um imenso espaço dentro de nós, para guardarmos cada felicidade, cada conquista, cada pessoa especial que temos em nossas vidas. A gente precisa digerir os erros e manter junto todos os acertos.

Temos que escolher todo dia, o tempo todo, e, como somos humanos, acabamos, não poucas vezes, fazendo péssimas escolhas. Confiamos em quem não deveríamos, somos sinceros com quem não poderíamos, amamos quem não nos merecia. E a gente sofre e se decepciona e se sente a pior criatura desse mundo. Isso é normal, porém, demorar-se demais no terreno escuro da tristeza e das lamentações nunca será benéfico a ninguém.

Não tem outro jeito: para sair da escuridão, temos que voltar os olhos para a luz; para enfrentar o que de ruim ocorreu, temos que voltar os olhos para o que é bom, para as escolhas certas que fizemos, para os momentos felizes que tivemos, para o que permaneceu junto com verdade. Sempre existe alguém que nunca desiste de nós, que torce por nós, que acredita no nosso melhor e fica ali, junto, de perto, chorando e sorrindo com partilha afetiva transbordante.

Uma verdade a que ninguém foge é a constatação de que muitas pessoas somente procurarão em nós algo que lhes satisfaça, fingindo gostar de nós enquanto tivermos algo a lhes oferecer. Assim que passarmos por problemas, sejam financeiros ou emocionais, elas se afastarão, pois então não teremos mais nada que possa ser usado em favor delas mesmas. Inclusive sofreremos isso por parte de muitos de quem jamais esperávamos.

Portanto, por mais que estejamos alquebrados e decepcionados com o mundo, com a vida, com as pessoas, teremos que reunir forças para sermos gratos por termos percebido quem realmente fica ao nosso lado de coração aberto, sem segundas intenções. E, mesmo que nos reste somente um amigo verdadeiro, ele então será tudo de que precisaremos para retomar nossa fé na busca pela felicidade com que sempre sonhamos.

Imagem de capa: El Nariz/shutterstock

A certeza da morte dá sentido à vida

A certeza da morte dá sentido à vida

Eu sou apaixonado pelo tema da morte e a cada dia eu percebo mais o quanto ela anda de mãos dadas com a vida, morte e vida são uma coisa só, apesar de muitos ainda acreditarem que não. Com certeza você já deve ter ouvido falar sobre aquela questão que é assustadora para quase todas as pessoas, de que nós morremos um pouquinho a cada dia, ou seja, uma criança recém nascida já é velha o suficiente para a possibilidade da morte.

Em vez de me assustar eu me encanto com essa certeza, sabe por quê? Porque a certeza da morte dá ainda mais sentido para a minha vida! E espero do fundo do meu coração que, ao ler esse texto, você passe a enxergar a morte com mais carinho.

Você também já deve ter pensado a respeito da imortalidade humana, não é mesmo? Ela seria terrível se existisse, e o principal motivo seria a PROCRASTINAÇÃO, que é deixar pra depois tudo aquilo que é importante e precisa ser feito no hoje, no agora. Se nós tivéssemos a certeza de que nunca morreríamos, praticamente deixaríamos tudo pra depois, pois não haveria pressa em si realizar as obrigações, elas sempre poderiam ser adiadas e adiadas…

Outra grande contradição interessantíssima é sobre as situações que levam as pessoas a terem um sentido real para as suas vidas. O que estou querendo dizer é que, em muitos casos, a certeza de uma morte iminente, devido a uma doença degenerativa ou a uma guerra, ou reclusão injusta, como já aconteceu milhares de vezes na história, de pessoas que foram condenadas à morte ou estiveram em uma encruzilhada para morrer a qualquer momento etc. Estas pessoas, quase sempre, encontram um sentido para as suas vidas muito maior do que as que não passaram por tais situações. Em resumo, o sofrimento intenso faz com que elas encontrem um sentido nobre para as suas vidas.

Não posso deixar de citar o grande psiquiatra Victor Frankl, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, na segunda guerra mundial. Esse homem incrível escreveu um livro chamado “Em busca de sentido”, que conta a sua experiência nestes campos de concentração e como ele encontrou sentido para a sua vida em meio ao caos. Abaixo está o link de uma entrevista feita com ele, em que conta um pouco de sua experiência de vida. Vale muito a pena reservar alguns minutos para assisti-la! Confira…

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Quando temos consciência de que a vida é breve e que nossa finitude é certa, buscamos naturalmente rearranjar nossas prioridades e passamos a buscar cada vez mais o que é essencial, vivendo o momento, vivendo o aqui e agora. Gostei muito das palavras do escritor Victor Lisboa para falar sobre isso. Suas palavras são simples e muito profundas.

“A consciência de nossa mortalidade pode rearranjar nossas prioridades e nos encorajar a não protelar nosso comprometimento com a vida. A percepção da impermanência de tudo pode transformar a forma como nos relacionamos com os outros e com o mundo, além de reestruturar nossa escala pessoal de valores. A compreensão de que certa quota de sofrimento é parte inerente de nossa existência pode estimular o exercício da compaixão por todos os seres vivos, já que todos nós vivenciamos a mesma experiência fundamental de confusão e finitude.

Como um banho de água fria, compreensão de que nossas vidas são finitas tem a vantagem de nos acordar e limpar a sujeira em nossos olhos, eliminando todos os obstáculos que nos impedem de ver o que realmente importa aqui e agora. A permanente consciência de que vamos morrer um dia é capaz de rearranjar nossos valores e prioridades de uma forma mais fiel a nossos princípios e caráter. Já não perdemos tempo nem nos distraímos com coisas que nos desviam do que realmente é importante em nossas vidas.”

Victor Lisboa

***************

Para concluir e fazer você refletir um pouco mais sobre esse tema tão instigante, compartilho um pequeno texto do mestre Rubem Alves, um texto em que ele compara a nossa vida a uma bacia cheia de jabuticabas, que vão sendo retiradas até sobrarem apenas algumas. Um texto genial de um escritor genial.

O tempo e as jabuticabas- Rubem Alves

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que, apesar da idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de ‘confrontação’ onde ‘tiramos fatos a limpo’. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: ‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa!…

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão-somente andar ao lado do que é justo.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.

Imagem de capa: Billion Photos/shutterstock

A diferença entre o pessimista e o otimista

A diferença entre o pessimista e o otimista

Convivemos com um velho comportamento, que tem um enorme prazer de complicar o nosso cotidiano, que se chama pessimismo. É aquele mórbido estado de espírito contrário ao otimismo, em olhar a vida sempre pelo lado agourento do mundo dos adultos.

O pessimismo não tem líderes. Trata-se de um movimento individual com uma forte disposição mental e emocional de encarar a vida e de sempre esperar dela o pior, com o desejo de “azedar” o nosso cotidiano, seja na empresa, na escola, na família, nas relações amorosas, etc.

Na filosofia refere-se às doutrinas adeptas da supremacia do mal sobre o bem, que adotam atitudes de escapismo e imobilismo. Manifesta-se através de um sentimento ruim, que pode sobrepor às coisas boas da vida, entre elas: alegria, amizade, solidariedade e parceria. Essa é uma visão que insiste em minar qualquer possibilidade de resultado positivo de felicidade individual e coletiva.

A vida com seus altos e baixos impõe uma série de obstáculos, esperando soluções aos nossos desafios. Aliás, se tiver um ou mais pessimista em nossas relações, as dificuldades irão ficar mais pesadas para se resolver. O cético acredita – que tudo vai dar errado – e quer nos contaminar com esse pensamento em relação à vida e ao mundo.

O pessimista é portador de doses cavalares de ressentimentos, que acaba colocando a culpa nos pais, no cônjuge, no terapeuta, no médico, no patrão, no padre ou até mesmo em Deus ou nas divindades. Ele necessita de ajuda terapêutica e espiritual para curar a origem inconsciente dessa incredulidade.

A diferença psíquica entre o pessimista e o otimista, é que o primeiro vê dificuldade em cada oportunidade e o segundo enxerga oportunidade em cada dificuldade e não sofre por antecipação por causa disso.

Por exemplo, o pessimista visita um amigo doente no hospital e comenta: “Ele está doente, acho que vai morrer. E o otimista visita o mesmo amigo e diz: “Segundo os médicos e a família ele está melhorando, fico feliz por isso.”

Portanto, o otimista não é uma pessoa que tenta “tapar o sol com a peneira”, desejando adiar as responsabilidades de resolver as coisas no presente para o futuro. E não utiliza métodos indevidos para tentar ocultar os problemas.

Mas não devemos acreditar que ser otimista é a solução “mágica” das adversidades. Juscelino Kubitschek tinha um lema sobre isso: “Otimista pode até errar, mas o pessimista já começa errado”. O ex-presidente enfrentou uma forte oposição ao construir Brasília, que foi erguida no meio do cerrado, em menos de quatro anos, a partir de uma concepção modernista de urbanismo e arquitetura.

O antídoto para o pessimismo é não sofrer por antemão ou ficar paralisado, deixando que o medo tome conta da nossa vida. O escritor Fernando Sabino tem uma constatação sagaz: “O otimista erra tanto quanto o pessimista, mas não sofre por antecipação”.

Imagem de capa: dreamerve/Shutterstock

Espere, não embarque em quem te leva para longe de você

Espere, não embarque em quem te leva para longe de você

Ei, estão falando que as coisas andam rápido. Que é perda de tempo esperar. Que a gente tem que fazer acontecer, custe o que custar, mas, um dos maiores equívocos que cometemos na vida mora, antagonicamente, na nossa ânsia de se atirar em pessoas e caminhos errados.

Achamos, de forma equivocada, que precisamos agir precipitadamente, que a vida é curta e acabamos embarcando em quem não vale a pena.

Vamos brincar então de imaginar essa situação. Imagine-se sentado em um grande ponto de ônibus. Você tem consigo que precisa ir para o Norte, mas apenas ônibus apontando para o Sul aparecem. Você sabe que seus anseios estão apontando para outra direção, mas em certo momento, cansado de esperar, resolve embarcar para o Sul mesmo.

Dentro desse ônibus, que te leva para longe de você, seus pensamentos tentam convencê-lo de que essa viagem não é um erro, que talvez o Sul seja o melhor para você, mas seu coração sabe que isso não é verdade. Então, os quilômetros passam assim como os anos da sua vida e esse estranho ônibus te deixa em um lugar muito diferente e distante daquele com o qual você sonhou para si um dia.

Parece uma insensatez uma viagem como essa, mas a maioria de nós já embarcou em algo assim. Escolhemos uma profissão no calor do momento. Aceitamos relacionamentos que não nos levam a lugar algum, que nos desmerecem, que estão longe do que desejamos para nós. Embarcamos em planos e empregos arranjados por outros e quando damos por nós, estamos sozinhos e bem longe.

Se eu pudesse pedir algo, eu pediria: Por favor, espere. Teríamos evitado muito sofrimento se ficássemos um pouco mais sentados naquele ponto lá atrás. Estaríamos hoje livres de muita dor de cabeça se tivéssemos tido um pouco mais de fé na vida e entendido que o ônibus certo apareceria! Sim, o ônibus certo apareceria.

Sei que é difícil imaginar, mas esse nosso ônibus tão esperado pode ter surgido logo após termos embarcado em uma grande furada, naquela que nos roubou tempo e quase liquidou nossos sonhos.

Se você se deixou levar pela impaciência, talvez seja hora de saltar dessa louca condução e buscar seu próprio caminho. Nunca é tarde para voltar para você. Grite ao motorista que você quer descer e respire com seus próprios pulmões.

Saia disso com os fios de paciência que você teceu nos anos em que vagou perdido e não tenha medo de esperar.

Espere. Espere pelo melhor. Espere pelo momento certo. Espere pela pessoa certa. Espere pela vida perfeita para você. Espere sem medo e embarque apenas no que te leva de encontro com o que te faz bem.

Acompanhe a autora no Facebook pela sua comunidade Vanelli Doratioto – Alcova Moderna.

Atribuição da imagem: pexels.com – CC0 Public Domain

Por que muitas pessoas inteligentes são inseguras?

Por que muitas pessoas inteligentes são inseguras?

Elas costumam ser mais pensativas, meticulosas e indecisas em seu dia a dia, mas por que muitas pessoas inteligentes são inseguras no que diz respeito a suas próprias habilidades e na hora de tomar decisões?

Aqueles perfis mais arrogantes e caracterizados pelo excesso de valorização pessoal são seguros por natureza porque não avaliam as consequências de seus atos, nem medem o efeito de suas palavras. Elas também não se preocupam com o dano que possam causar a outras pessoas.

Com frequência, costuma-se dizer que “não existe felicidade mais profunda do que aquela que deriva da ignorância”. Com certeza todos nós concordamos com essa ideia, porque já encontramos, em alguma ocasião, com essa essência tão característica da estupidez humana onde uma pessoa age com completa negligência emocional e racional, sem estar consciente das implicações de certas condutas.

“A inteligência de um indivíduo se mede pela quantidade de incertezas que é capaz de suportar”.
-Immanuel Kant-

No entanto, e apesar de a maioria de nós saber reconhecer o “ignorante”, aquele que age com um notável orgulho, com vaidade e arrogância, é comum aparecer uma pergunta: por que continuam a ter tanto poder em nossos entornos mais habituais? O historiador Carlo Maria Cipolla dizia que às vezes subestimamos a grande quantidade de estúpidos que existem no mundo, mas a esta afirmação deveríamos acrescentar algo mais… Por que a estupidez atingiu patamares tão elevadas de influência na nossa sociedade?

Os psicólogos e sociólogos dizem que existe um aspecto curioso associado a este tipo de perfil de comportamento. As pessoas menos inteligentes costumam mostrar uma elevada segurança, são mais impetuosas, mais “barulhentas” e têm a capacidade de influenciar os demais por este tipo de características.

As pessoas inteligentes, por outro lado, costumam se caracterizar por uma notável insegurança, lentidão de resposta, reflexão e, inclusive, discrição pessoal. Todos esses atributos não provocam impacto. Além disso, vivemos em um mundo onde a insegurança continua sendo vista como uma característica negativa.

Muitas pessoas inteligentes são inseguras e desvalorizam a si mesmas

Continuamos tendo um conceito equivocado sobre as pessoas inteligentes e, especialmente, aquelas que apresentam um quociente intelectual (Q.I.) bastante elevado. Nós as vemos como homens e mulheres competentes, capazes de tomar sempre as decisões mais acertadas, ou de ser altamente eficazes em suas tarefas, responsabilidades e obrigações cotidianas.

Porém, existe um detalhe que costuma estar presente em muitas ocasiões: as pessoas inteligentes costumam sofrer de ansiedade social. Raras vezes se sentem completamente integradas em um contexto determinado: escola, universidade, trabalho, etc. Tal e como nos explica o psiquiatra e doutor em neurociência Dean Burnett, o perfil caracterizado por uma elevada inteligência costuma se desvalorizar constantemente.

É o que se conhece como “síndrome do impostor”, um transtorno no qual a pessoa minimiza suas conquistas e capacidades pessoais até minar pouco a pouco a sua autoestima e autoconfiança. Obviamente não podemos generalizar, pois haverá pessoas com um alto Q.I. que mostram uma elevada segurança e que terão escalado o sucesso com constância e eficácia psicológica.

No entanto, o padrão citado anteriormente costuma ser bastante comum: as pessoas intelectualmente brilhantes muitas vezes têm uma percepção mais profunda da realidade, uma realidade que nem sempre parece fácil de assimilar, nem é agradável e muito menos confiável.

“Diante de um mundo complexo, cheio de contradições e imprevisível, as pessoas inteligentes se sentem como figuras ‘estranhas’ e alheias a esses entornos. Assim, e quase sem perceber, é comum que elas acabem se desvalorizando porque não se sentem capazes de se adaptar a essas dinâmicas sociais”.

A insegurança é realmente um atributo tão negativo?

Devemos admitir: a autoconfiança nos atrai e inspira. Nós gostamos das pessoas capazes de decidir rápido, de mostrar segurança e uma capacidade rápida de reação em cada circunstância. Porém… é realmente acertado e inclusive desejável estar sempre tão “seguros” de nós mesmos?

A resposta seria “sim e não”. O segredo está no equilíbrio. Citando novamente o neurocientista Dean Burnett, vale a pena falar aqui de um de seus livros mais conhecidos: “O cérebro idiota”. Ele explica que geralmente as pessoas mais ingênuas ou ignorantes são as que costumam mostrar um maior nível de autoconfiança. São perfis incapazes de reconhecer quando algo está errado ou de aplicar um pensamento analítico e reflexivo para avaliar, previamente, o efeito de certas decisões, ações ou comentários.

No entanto, é aqui que entra o que é estranho e preocupante, a “personalidade idiota” costuma ter maior êxito social. Os diretores, altos funcionários ou políticos que demonstram impetuosidade, segurança e firmeza em suas decisões costumam reunir o que muitos consideram como “capacidade de liderança”. Assumir isso é um autêntico perigo, porque, às vezes, colocamos nosso futuro nas mãos de pessoas incapazes de avaliar as consequências de seus atos.

A insegurança produtiva

A insegurança que prende e imobiliza não é útil. Porém, a insegurança que indica algo como “pare, seja cauteloso e pense antes de decidir” pode ser de grande ajuda sempre e quando ajudar a tomar uma decisão e não a se bloquear de forma indefinida.

As pessoas inteligentes costumam ter grandes dificuldades na hora de controlar essa insegurança porque, como mencionamos, apresentam uma baixa autoestima além de algumas destas características:

– Analisam em excesso cada evento, acontecimento, palavra dita, gesto ou atitude.

– Apresentam um tipo de pensamento “crescente”. Ou seja, de uma ideia passam a outra e logo a outra, até ficar eternamente abstraídos em estados mentais sem saída.

– São pessoas muito lógicas e precisam que “tudo se encaixe”, que tudo tenha sentido. Mas a vida exige, às vezes, que a aceitemos como ela é, com suas irracionalidades, caos e estranhezas.

Por tanto, e para conseguir que a insegurança não as deixe isoladas na imobilidade de suas sofisticadas mentes, é necessário que elas aprendam a tolerar certas incertezas, a imperfeição do comportamento humano, assim como a falta de lógica de muitos eventos deste mundo.

Além disso, é vital que a inteligência delas passe da fronteira iminentemente “racional” para a inteligência emocional, onde deixa de se desvalorizar ou se sentir como um ser estranho, alheia a uma realidade que, apesar de não acreditar, precisa dela mais do que nunca para poder vencer o “vírus da estupidez humana”.

Fonte indicada: A Mente é Maravilhosa

Imagem de capa: GaudiLab/Shutterstock

Lembranças são vaga-lumes

Lembranças são vaga-lumes

Lembranças são vaga-lumes que acendem e apagam dentro de nós. Basta um fragmento de sonho, uma música, um perfume ou um determinado sabor, para que lembranças adormecidas acendam , transportando-nos àqueles momentos vividos.

Outras se apagam para sempre, levando à morte psíquica. Lembranças que partem sem dizer “Adeus”; memórias que morrem pelo entorpecimento costumeiro, ou pela falta de cuidado consigo mesmo, ou por não ter companheiros com quem atualizar seu passado por meio de narrativas. O fio vital trinca-se como consequência infeliz na trama da vida.

Como regressar à terra natal se as pedrinhas-memórias são subtraídas?

Como se reencontrar vivendo distraído e hipnotizado com tantas possibilidades externas? Como saber sobre si quan- do a preocupação é somente sobreviver?

Além disso, temos o contexto atual que reforça conti- nuamente o afastamento de si próprio: vive-se uma tempora- lidade cada vez mais efêmera que requisita de todos nós uma atenção ampla, porém rasa; uma urgência em acolher o novo e uma destreza frente à multiplicidade de tarefas simultâneas.

Todos esses fatores (internos e externos) colocam em xeque a memória, pois se pressupõe que ela precise de um am- biente onde seja possível uma atenção profunda, um estado de repouso para abstrair-se da ação presente e se aprofundar na contemplação.

Henri Bergson, filósofo e diplomata francês falecido em 1941, sustentava essa relação entre a memória e o tempo, ao afirmar que “a memória é a vida do espírito por excelência”.

Certamente, são tempos impróprios para uma mente em descanso e para um corpo quieto. As janelas da alma estão com suas redes de proteção bem instaladas, de tal forma que não há como vaga-lumes entrarem e serem pontos de luz em nosso cosmo pessoal.

Imagem de capa: Irina Kozorog/shutterstock

Meu luxo é clichê

Meu luxo é clichê

Ontem acabaram minhas férias, quinze dias de puro luxo.

Como já disse Danuza Leão, existem luxos e luxos.
Obedecendo a cartilha da colunista, estive em Buenos Aires com o livro “De malas prontas” debaixo do braço, cheio de dicas.

Seguimos a recomendação de tomar o chá da tarde no Alvear, hotel tradicional do bairro Recoleta. Sentados diante de uma mesa com porcelana centenária e canapés minimalistas, olhava para os lados e me perguntava quem é que estava se divertindo ali. Tudo bem, de vez em quando é bom entrar no clima, tomar uma taça de champagne no meio da tarde com o marido, mas aquilo de beliscar micro-sanduichinhos e comer tortinhas decoradas com frutas em compotas, certamente não faz parte de minha natureza nem do meu “requinte”.

Dias depois, de volta ao meu ninho, o frio chegou a Campinas. Numa tarde de puro ócio com meu filho, partimos para o clássico piquenique na cama. Ele decidiu fazer uma barricada de almofadas e cobertor, enquanto preparei pão de queijo e chocolate quente. Um clichê luxuoso acompanhado da série “Anos Incríveis” (tenho os episódios gravados da ‘Cultura’, e meu menino não conhecia). A poesia do seriado nos preencheu duas tardes inteiras, e lá pelas tantas perguntei afirmando: “Nosso lanche tá melhor que aquele chá do hotel chique em Buenos Aires, não é?” , ao que ele respondeu de boca cheia: “Bemmm melhor…”

Cheguei à conclusão que meu luxo é clichê. Não tem relação com dinheiro, e sim com a forma de usufruir a rotina ou simplesmente pausar o instante a fim de percebê-lo melhor.

Meus luxos são clichês, tão comuns como assistir “Anos Incríveis” na cama, numa tarde chuvosa.

Buscar o filho na escola e comprar um saquinho de pipoca na saída; tomar um café fresco na xícara de estimação enquanto escuto Chico Buarque cantar “Carolina” e pensar que poderia chamar-me Carolina também, e ter aqueles olhos tristes cheios de sentimento e poesia; assistir pela milionésima vez “Era uma vez na América” e me encantar_ de novo _ com Robert de Niro, com a trilha sonora e com a emoção que o filme desperta; ganhar de presente um livro novo, de um autor desconhecido, ficar embasbacada com a forma que ele escreve e querer escrever assim também; tomar uma taça de vinho no jantar, mesmo sendo segunda feira, e ficar engraçada de repente, fazendo o marido rachar de rir; ouvir um elogio sincero; ter vontade de fazer um elogio sincero; colocar o filho pra dormir e ganhar um abraço de urso; sol de inverno no rosto; quentão e vinho quente em copinho térmico na festa junina; lavar a louça do almoço de família enquanto minha mãe enxuga os pratos e confidencia bafos e babados de uma época feliz; assistir à reprise das novelas no “Viva” e perceber que o tempo não poupa ninguém; encontro de primos; visitar a rua que moramos na infância e reparar que a antiga residência continua igualzinha àquela que a memória guardou; ler cartas antigas e relembrar uma amizade verdadeira que ficou pra trás; réveillon na casa daquele tio saudosista que adora vinho e tangos; ganhar florzinha colhida pelo sobrinho pra enfeitar o cabelo; ligar para a avó e ela te tratar como uma criança trinta anos mais jovem; acertar a receita da lasanha e impressionar os sogros e as cunhadas; acordar no meio da noite para cobrir o filho e não perder o sono depois disso; pedir para o cabeleireiro cortar só dois dedinhos e ele cortar só dois dedinhos; receber email do pai; voltar do trabalho pra casa ouvindo Eric Clapton e pensando ‘como a vida faz sentido quando se ouve Change the World…’  ; ir à terapia e notar o olhar orgulhoso da terapeuta comunicando: ‘como você progrediu…’; andar no shopping de mãos dadas com meu menino de oito anos e perceber que logo logo ele irá crescer e esse costume vai passar; ajeitar o cabelo fino de minha mãe e descobrir que preciso ter mais tempo para ajeitar o cabelo fino de minha mãe; ganhar um desenho do filho em que ele me retrata mais linda e mais sorridente do que posso supôr; fazer uma lista de luxos e constatar que tenho tido uma vida luxuosa, ou _ melhor dizendo_ uma vida feliz…

Imagem de capa: LightField Studios/shutterstock

Quando pensar em desistir, lembre-se dos motivos que fizeram chegar até aqui!

Quando pensar em desistir, lembre-se dos motivos que fizeram chegar até aqui!

“Só não consegue o seu objetivo quem acredita que as coisas são fáceis. Todas as coisas são difíceis, todas as coisas têm que ser lutadas. Quando você consegue algo fácil, desconfie. Porque ela não é tão fácil quanto parece.”
― Silvio Santos.

É inevitável. Em tudo que nos dispusermos a fazer, encontraremos dificuldades no meio do caminho. Toda vez que pensarmos em desistir de algo, temos que nos lembrar o motivo que nos fez chegar até ali.

Quando iniciamos um trabalho, um curso, ou qualquer outra coisa, algo nos motiva a passar por tal processo, seja à vontade de alcançar algum objetivo, ou, a paixão em si. De qualquer forma, estaríamos nos iludindo se acreditássemos que seria fácil, e que não encontraríamos obstáculos. Conforme vamos passando por essas pedras, o nível de dificuldade vai aumentando, e em algum momento, podemos nos sentir fracos, e é aí que precisamos respirar fundo e ser mais fortes do que nunca. É questão de superação.
Somos capazes de enfrentar qualquer dissabor, entretanto, se não tivermos força de vontade, não conseguiremos cumprir nosso tão sonhado objetivo.

Um exemplo disso é uma graduação. Sou estudante de jornalismo e sonho com isso desde dos meus 14 anos. Eu sabia que queria ser jornalista, mas devido a pouca idade não imaginava que encontraria barreiras que precisariam ser ultrapassadas. Comecei a entender que nada seria fácil conforme fui criando maturidade.

Quando estou na faculdade e me deparo com um obstáculo, lembro-me daquela menina que dizia com os olhos brilhando que queria ser jornalista. Aquela garotinha que hoje é uma mulher sente-se orgulhosa por ter alcançado esse objetivo.

O mesmo serve para qualquer coisa. Nunca deixe de sonhar. Contudo, não fique apenas imaginando como seria se seu sonho fosse realizado. Corra atrás dele. Invista naquilo que te faz sorrir. Tenha paciência. E quando pensar em desistir, lembra-se do que te motivou a chegar até aqui.

Image3m de capa: Lopolo/shutterstock

Muitos cônjuges dividem a cama, mas não dividem a intimidade.

Muitos cônjuges dividem a cama, mas não dividem a intimidade.

Essa é uma realidade nada romântica, porém, mais comum do que possamos imaginar. Existem casais que dividem a mesma casa, mas, são estranhos no quesito cumplicidade. Eles dividem uma cama, mas não compartilham a intimidade. Como assim? Vou te explicar!

É um pouco complexo, eu sei, mas espero conseguir transmitir o que tenho percebido, baseando-me nos incontáveis desabafos que escuto. Ocorre que, temos essa visão romântica dos relacionamentos amorosos, especialmente, os casamentos. Acreditamos muito nesse mito de que, à partir do momento que duas pessoas dizem “sim”, seja num altar e/ou frente a um juiz de paz, eles passarão a comungar da mais perfeita cumplicidade.

Contudo, lamentavelmente, a realidade destoa muito desse ideal amplamente difundido pelas religiões cristãs, o de que duas pessoas, ao se casarem, tornam-se uma. Obviamente, esse texto não é generalista, visto que devem, sim, existir, casais que honram aquele juramento que fizeram perante a autoridade civil e/ou religiosa e convidados no dia dos seus casamentos.

Paralelamente à realidade dos casais afortunados no quesito cumplicidade, existem aqueles casais cuja convivência é norteada pela hostilidade e indiferença. São aqueles cônjuges que não compartilham segredos, nem medos, nem sonhos. Por alguma razão, eles não confiam um no outro. Não há harmonia e não há torcida de um pelo outro.

São parcerias “amorosas” nas quais os envolvidos não vivenciam a graça e a riqueza de ter, de fato, um ombro amigo à disposição sobre a mesma cama. Pelo contrário, são o ressentimento e a desconfiança que ditam as regras. Imagine a frustração de sentir-se angustiado(a) e não ter a segurança de compartilhar isso com o próprio cônjuge? E a decepção de ver o próprio cônjuge tripudiando em cima daquele desabafo tão doloroso, feito aos prantos? E o hábito de omitir informações financeiras um do outro(esconder dinheiro, comprar escondido, mentir sobre algum ganho etc.)? Pois é, tudo isso é rotina em muitos casamentos.

É fato, existem muitos casamentos que são um verdadeiro cárcere para as emoções dos envolvidos. Ah, muitos deles duram muito, comemoram, inclusive, bodas de ouro. É que nossa sociedade hipócrita insiste em chamar de “casamento que deu certo” aquele que dura muito tempo, a qualidade dele não entra como elemento de análise. Se a pessoa estiver com uma aliança no dedo e com o status de casada, está tudo nos conformes. Pouco importa se está infeliz, amargurada, desrespeitada ou maltratada. É o que fica nas entrelinhas do contrato da hipocrisia social e religiosa.

Em contrapartida, aquelas pessoas que se separam, justamente por se darem conta de que não encontraram no casamento uma atmosfera de harmonia, amor e confiança, são criticadas pelo seu meio social e familiar. É comum essas pessoas serem rotuladas como “inconsequentes”, “irresponsáveis” etc. Ao que parece, há uma parcela da sociedade que defende que o casamento deve ser mantido mesmo com o sacrifício da própria vida.

Percebo alguns segmentos sociais fazendo campanha para o casamento, mas, não vejo campanha para o amor, o respeito, a cumplicidade dentre outros atributos. Especialmente, a cultura machista, defende que a mulher tenha um marido, mas não está nem um pouco interessada se essa mulher vai ser feliz no casamento.

Nessa brincadeira de mal gosto, têm muitas pessoas adoecendo de tanta infelicidade no casamento, mas estão ali presas. A vida passando e elas empenhadas em sustentar essa máscara de “pessoa bem casada”. A saúde indo para o ralo; a autoestima, sepultada; e a dignidade, nunca mais deu notícias.

Imagem de capa: Diego Cervo/shutterstock

Incerteza causa mais estresse que dor, diz estudo

Incerteza causa mais estresse que dor, diz estudo

Segundo um estudo da UCL publicado recentemente na Nature, ficar na dúvida se você vai sentir dor é muito mais penoso do que ter certeza de que a dor realmente vai acontecer. Para os pesquisadores, saber que existe uma pequena chance de levar um choque elétrico, por exemplo, é “significantemente” mais estressante que ter certeza de que o choque virá. Uma chance de 50% de levar o tal choque causa muito mais estresse do que 0% ou 100% de certeza.

Para chegarem a essa conclusão, os estudiosos convidaram 45 voluntários para jogar um jogo em que precisavam virar pedras virtuais. Então, os participantes deveriam adivinhar se haveria ou não uma cobra embaixo da pedra  e se tivesse, levariam um pequeno choque. Quanto mais jogavam, mais percebiam quais pedras eram mais prováveis de dar choque, mas como essa informação variava conforme o jogo, o nível de incerteza era alto  o que aumentou consideravelmente o estresse dos participantes.

“Usando nosso modelo, conseguimos prever quanto estresse nossos participantes sentiram e qual era o nível de incerteza que tinham em relação aos choques”, explicou o autor principal do artigo, Archy de Berker, à Wired. “Descobrimos, então, que é muito pior não saber se você vai levar um choque do que ter certeza se vai ou não”.

Até aí, tudo bem: por mais interessantes que sejam os dados, eles não parecem ter tanta utilidade prática. Mas e quando esse resultado é levado para algo do cotidiano, como uma entrevista de emprego? Para Robb Rutledge, que co-escreveu o artigo, explica: “você se sente mais relaxado se pensa que é uma oportunidade que está fora do seu alcante, ou se sente tão confiante que sabe que o trabalho já é seu. O cenário mais estressante é quando você realmente não sabe“. Para Rutledge, “a incerteza nos deixa ansiosos. O mesmo acontece quando estamos aguardando resultados médicos ou esperando o metrô chegar, por exemplo”.

Mas nem tudo é má notícia. Pessoas que tiveram níveis de estresse mais altos se mostraram mais capazes de fazer bons julgamentos e avaliações – além de ficarem muito mais atentos. “De uma perspectiva evolucionária, descobrimos que o estresse está ligado a incertezas em relação ao ambiente”, explicou Sven Bestmann, outro co-autor do texto. “Respostas apropriadas de estresse podem ser úteis para aprender sobre coisas perigosas no ambiente“.

Imagem de capa: Linda Moon/shutterstock

A dor ensina. Então… seja a melhor aluna e aprenda rápido!

A dor ensina. Então… seja a melhor aluna e aprenda rápido!

Um passo para fora do círculo da dor. A medida de um pé. Seu pé. Pode ser o início de uma nova história para além daquele fim, que parecia tão definitivo. Mas não é!

Se você ainda dói, é porque ainda respira. E se ainda respira, é porque há em seu núcleo de dor, uma vida esperando para ser liberta, desanestesiada, descoberta.

Um passo.

Ainda que seja num andar trôpego e incerto. Com pernas bambas e pés insensíveis… Ainda assim, um passo é muito mais do que estar parado, apagado, sedimentado, no mesmo lugar.

Mover-se fará jorrar em suas veias uma seiva quente e revolucionária. Mover-se desestabilizará o universo ao seu redor.

Uma atitude assim, inesperada, pega o sofrimento de surpresa. Tira seu poder gelatinoso de cima da sua vontade de viver.

Um passo.

Apenas um passo para fora do seu círculo de dor. Seu corpo há de se encantar com a delicadeza da trégua. Seu peito há de ansiar pelo sabor esquecido do prazer de ser. Livre.

E haja o que houver. Aconteça o que acontecer. Não olhe para trás. Não caia na sedução dos sussurros do mal disfarçado de saudade.

O primeiro passo é sempre o mais custoso. Os outros… os outros são as infinitas possibilidades à sua frente.

Tome posse delas. Abençoa o círculo da dor. Agradeça as lições aprendidas. E voa!
O futuro é pra cima! Sempre pra cima!

Imagem de capa meramente ilustrativa: cena do filme “Uma linda mulher”.

É ruim ser ingênuo?

É ruim ser ingênuo?

Eu acho essa pergunta tão interessante, sabia? Talvez você se surpreenda com esse texto, pois ele traz uma perspectiva bem diferente da qual estamos acostumados.

Se eu fizer essa pergunta aqui no Brasil, creio que recebei um sonoro SIM de pelo menos uns 95% das pessoas!

Mas sabe o que eu digo a você? NÃO! NÃO É RUIM. Vou explicar!

Gosto de conhecer as raízes das palavras. Sabe o que significa “ingênuo”? Aquele que está de acordo com os genes. É a mesma raiz da palavra “Gêneses” da bíblia, ou “Genética” da Biologia!

Ou seja, significa princípio, início, criança, natureza primordial!

Bem bacana não é? As pessoas, de um modo geral, pensam que ser ingênuo é ser infantil, ser bobo, ou no modo mais popular ainda, “ser besta”.

Isso não tem nada, absolutamente nada a ver, com você ser ingênuo.

Ser ingênuo é você ter a coragem de ser você mesmo! Sem máscaras. Sem subterfúgios. Sem complexos de superioridade ou de inferioridade. Sem travas internas. Sem preconceitos ou julgamentos alheios, e por aí vai…

Será que é fácil ser ingênuo? Garanto a você que não! A gente paga um preço muito alto ao fazer essa escolha.

Realmente, como a nossa sociedade vive em um desequilíbrio sem medidas, muitos acham perigoso ser ingênuo. Eu não! Acho uma aventura! Faz a vida ter um gostinho especial! Rsrsrsrs

A ingenuidade está completamente atrelada ao AMOR. Lendo bastante sobre os grandes mestres, principalmente o mestre Jesus Cristo, consigo perceber que ele era ingênuo.

Eu tento, na medida do possível, me espelhar nele e na sua sabedoria. Essa é a grande questão. Para ser ingênuo de verdade, é preciso antes de tudo buscar o AMOR PRÓPRIO.

Quando você se ama, passa a ter o potencial para amar de forma plena as outras pessoas. Lembra a frase? “Amai ao próximo como a ti mesmo”?

Jesus queria falar sobre esse transbordamento em amor. Ele tinha um amor tão grande, tão imenso por ele mesmo, que ele espalhava esse encanto por onde andava. As pessoas olhavam para ele e se sentiam atraídas pela sua aura de paz.

Infelizmente, não foi isso que nós aprendemos sobre ele. As religiões ensinaram algo bem diferente. Elas vêm, em sua maioria, ensinando que devemos aprender com os sofrimentos, que eles são necessários, que o pecado se alastra e vem desde que nascemos, somos herdeiros do pecado de Adão…

Será que é isso mesmo? Quando leio as passagens bíblicas não vejo nada disso em Jesus. Quando leio sobre Buda, sobre Yogananda, o Eckhart Tolle, o Osho e muitos outros iluminados, nenhum deles, acredite! Nenhum fala sobre o sofrimento ser necessário.

Ele não é! Ele é uma criação nossa. Nós criamos os nossos sofrimentos e depois sempre tentamos encontrar culpados. Pode? Se quiser ler um pouco mais sobre isso, compartilho algumas palavras inspiradoras do místico Osho. Vale a pena dar uma lida…

Você cria seus próprios problemas

Esse é um ponto bem interessante. Ao contrário do que você pensa, quem é ingênuo não fica comprando sofrimento para si! Ficou chocado? É! Levei um tempo danado da minha vida para entender isso!

Aí que vem a sabedoria! A verdadeira ingenuidade nos faz sermos mais RECEPTIVOS. Nós passamos a observar mais as pessoas e a entrarmos nos seus mundos de uma maneira bastante sutil. Aí então, quando sentimos que a outra pessoa está de alguma forma invadindo a nossa individualidade, nessa hora dizemos! Espera! Não é por aí não! Vamos esclarecer as coisas?

Ser ingênuo requer um mergulho no autoconhecimento para você identificar bem quais são suas qualidades e defeitos, de forma a buscar melhorar as qualidades e se trabalhar quanto aos defeitos.

Jesus dizia: “Quem não se fizer como uma dessas criancinhas, não entrará no reino dos céus”.

Essas são palavras simbólicas. Ele não quis dizer para ser infantil, como muitos pensam, ele quis dizer ser INGÊNUO, que nas palavras mais bonitas que eu conheço, quer dizer o seguinte: VOCÊ ESTAR NA SUA ESSÊNCIA.

Agora você entende melhor porque as pessoas acham ruim ser ingênuo? Porque o número de pessoas que vive a partir da sua essência é mínimo. Nós temos várias crostas de medos, de traumas da infância, de condicionamentos, de crenças negativas adquiridas…

Enquanto não trabalharmos tudo isso dentro de nós, a ingenuidade se torna cada vez mais difícil ou até mesmo uma utopia!

Agora é engraçado que são poucas as pessoas que tem coragem de encararem a si mesmas para fazerem esse mergulho.

Eu vou lhe confortar, tá bem? Dá muito medo! Pode ter certeza. Às vezes fico com medo de mim mesmo ao olhar para as minhas sombras. Mas pense comigo! Se eu procuro jogar luz sobre as minhas sombras, nesse local sombreado passará pouco a pouco a existir luz, concorda?

Esse é o processo de iluminação! Que todos os mestres ensinam.

O caminho para ser ingênuo é o caminho da ILUMINAÇÃO. Eu quero seguir por ele! E você?

Sei que estou engatinhando nesse processo. Caio, levanto, caio de novo, levanto outra vez. Faço uma besteira aqui, outra ali, magoo alguém! Mas sei que tudo isso é para aprender, para me tornar alguém melhor.

Espero que tenha gostado dessas palavras e que você reflita com carinho sobre elas! Acredite! Ser ingênuo vai fazer de você um ser humano diferenciado nessa sociedade tão cheia de desequilíbrios…

Imagem de capa: EsanIndyStudios/shutterstock

Dicas de como lidar com a falsidade humana

Dicas de como lidar com a falsidade humana

Os animais utilizam a camuflagem para se proteger dos seus predadores ou os predadores usam estratégias falsas para atacar as suas presas, como instinto de sobrevivência. Porém, a falsidade humana é utilizada de forma racional ou passional com objetivo de esconder atos enganosos, emoções fingidas e ações simuladas, a fim de manipular a verdade.

Hoje temos o avanço da falsidade humana, que pulsa no que é contrário à realidade. Se manifesta onde existe mentira, hipocrisia, fraude e adulteração. Conviver com a falsidade não é tarefa fácil, exige cautela – para identificar como funciona as suas engrenagens –, sobretudo, na família, no trabalho, na mídia e nas redes sociais, na política e na religião.

O ambiente de trabalho é o espaço que aprendemos a lidar com gente falsa e não gostamos das atitudes fingidas de certos colegas. Esse tipo de falsidade constrange a vida profissional e destrói reputações no local de trabalho. É preciso ter calma, pois quem não consegue conviver com os conflitos gerados pela falsidade acaba colocando em risco o seu emprego.

Na família, por ser uma situação delicada, no primeiro momento é não desacreditar o parente falso, porque ele poderá reverter os fatos e pôr a culpa em nós. O tempo se encarrega de colocar as coisas no seu devido lugar nas relações familiares, mas isso não significa que nunca possamos impor um limite nesse familiar.

Na mídia e nas redes sociais a falsidade reside na distribuição de fofocas, boatos e difamações, que ainda prejudica a cobertura da imprensa, tornando difícil cobrir as notícias sérias. Assim todo o cuidado é pouco, quando se trata de “fake news”, por isso é importante não compartilhar coisas que tenham um conteúdo sensacionalista ou manipulador.

A falsidade na política tem o caráter sórdido da demogogia, por suas acusações, trapaças e canalhices, todas relacionadas a esquemas de corrupção ou desvios de recursos públicos. É a mesma lógica das falsas religiões, que são especialistas em enganar as pessoas para ganhar dinheiro, em troca da cura das doenças e da prosperidade dos fiéis. Mas Jesus, há dois mil anos, nos alertava para ter precaução com esses “lobos vestidos com pele de cordeiro.”

Para o psicanalista Donald Winnicott a falsidade ocorre quando a pessoa se afasta da sua essência. É um indivíduo que não consegue se demonstrar vulnerável, criando um “ eu falso”, que acredita nas suas próprias mentiras. As pessoas com esse traço patológico criam pontos de vistas falsos da vida, que tentam iludir os demais com as suas necessidades, tornando qualquer relacionamento muito difícil.

Sendo assim, a cautela e a calma são ferramentas eficazes para lidar com a falsidade, como afirmou Bertholt Brecht: “Se se pretende dizer eficazmente a verdade sobre um mau estado de coisas, é preciso dizê-la de maneira que permita reconhecer as suas causas evitáveis. Uma vez reconhecidas as causas evitáveis, o mau estado de coisas pode ser combatido”.

Imagem de capa: Shutterstock/ Lemon Seed

Instante de amor

Instante de amor

Como traduzir um instante de amor?

Como explicar um gesto que abraça e integra todo o seu ser, que é capaz de unir o Céu e a Terra, o corpo e a alma, em questão de segundos?

E para que interpretar, explicar ou traduzir a comunhão de um instante?

Por que não sentir, somente?

Não é suficiente o sentimento capturado e vivido com a máxima intensidade?

Respondo que Não! Concordo com Hannah Arendt, filósofa alemã, quando afirma: Humanizamos o que ocorrer no mundo e em nós mesmos apenas ao falar disso, e no curso da fala aprendemos a ser humanos.

Narrar esse instante de amor é prolongá-lo, é voltar a sentir, é eternizá-lo…

A memória deste gesto – sua mãozinha procurando pela minha- reafirma a certeza de que um amor maior está sendo construído. O calor e a carícia resultante do encontro de nossas mãos, criaram uma intimidade profunda e fecunda que atra- vessou todos os poros, uniu gerações e confirmou o sentido da minha vida.

Mãos que se transformaram em ninhos de alegria, de confiança e de esperança.

É o impalpável sentimento brotando do palpável roçar das palmas de nossas mãos que velará meus sonhos e despertará as raízes de minha vida.

Imagem de capa: Irina Braga/shutterstock

INDICADOS