Sabedoria é optar pela dor que o tempo pode curar

Sabedoria é optar pela dor que o tempo pode curar

Como dizem, a vida é feita de escolhas, as quais fazem parte de nossos dias, desde que acordamos, até o momento em que dormimos. Muitas vezes, inclusive, não teremos opções tranquilas, pois estaremos em frente a uma encruzilhada cujos caminhos inevitavelmente carregam sofrimento, ou seja, em certos momentos, não podemos fugir à dor. Cabe-nos, portanto, optar pela travessia menos dolorosa, cujas feridas serão cicatrizadas com o tempo.

Manter um relacionamento à força ou desistir? Tentar mudar o parceiro ou aceitar que ele não muda? Continuar num emprego sem perspectivas ou partir para outra? Continuar investindo na amizade que decepciona ou cortar relações? Muitos serão os dilemas que enfrentaremos e que não nos darão nenhuma alternativa tranquila, quando teremos que enfrentar a dor, não importa qual escolha fizermos. Nesses casos, optar pelo sofrimento que certamente passará será o melhor a se fazer.

Em vez de manter um sofrimento sem fim, por medo da dor do rompimento com pessoas que não nos fazem bem algum, é melhor enfrentar alguns meses de coração machucado, que o tempo curará. Romper com um amor, com um amigo, com um trabalho, certamente será doloroso, porém, trata-se de ferimentos que os dias e meses amenizam. Por outro lado, continuar preso ao que machuca implica dor sem fim, lágrimas diárias, escuridão eterna. Para que optar por sofrer sem parar?

Escolher pelo que poderá ser superado, ainda que haja escuridão a ser enfrentada, nunca poderá ser pior do que viver uma vida de dor, lamentando o que poderia ter acontecido, caso tivéssemos a coragem de lutar pela nossa felicidade. Nós nos acostumamos a tudo e, infelizmente, também nos acostumamos com o que nos faz mal. Não podemos é nos permitir o apego ao que só acumula sofrimento dentro de nós. Isso adoece, diminui, inferioriza, anula.

Acordar, tendo um caminho dolorido a ser percorrido, mas na certeza de que tomamos a atitude certa em relação às pessoas erradas, sempre será melhor do que acordar, diariamente, sabendo que os dias que virão serão os mesmos, recheados de lágrimas e de decepções, junto a quem não muda, ao que nunca mudará. A escolha será sempre nossa e teremos que lidar com ela enquanto vivermos.

Imagem de capa:Master Cowley/shutterstock

As crises são terrenos férteis para novas oportunidades

As crises são terrenos férteis para novas oportunidades

As nossas crises escondem tesouros, pode ter certeza. Aquilo que, num primeiro momento, se assemelha a um desmoronamento, sempre traz, em meio aos “escombros”, excelentes oportunidades de recomeço e de redescoberta. Uma crise nunca se instala do nada, ela é o sinalizador de que algo em sua vida está fora do eixo.

Um casamento infeliz, uma depressão, uma insatisfação crônica com o trabalho, ou os conflitos relacionais como um todo, trazem verdades que precisam ser encaradas. No geral, chegamos ao auge da crise ou fundo de poço, justamente, por tentarmos ignorar aquilo que grita aos quatro cantos da nossa alma.

Ocorre que costumamos fazer cara de paisagem para aquilo que tanto incomoda. Afinal de contas, quem disse que é fácil encarar os problemas de frente? A gente tenta driblá-los, nos esforçamos para empurrá-los com a barriga e vamos seguindo empurrando o lixo para debaixo do tapete da nossa existência. Acontece que tudo tem o seu limite, então, só podemos empurrar o lixo até onde há espaço embaixo do tapete. Chegará uma hora que não será possível empurrar mais nada, nem uma folha sequer. O espaço para o “faz de conta” estará abarrotado, então, seremos forçados a encarar toda aquela tranqueira de frente.

A hora do confronto vai acontecer, uma hora ou outra. Chegará um momento em que você vai ter que olhar no olho desse relacionamento que está praticamente o sepultando em vida. Você terá que dar um jeito nele. Seja convidando o parceiro para irem em busca de ajuda para ver a possibilidade de uma reconstrução, seja optando pela ruptura dessa aliança que mais parece uma forca. O que não vai dar é para você continuar se fazendo de desentendido enquanto a sua felicidade e sua saúde emocional descambam para o abismo.

Há casos em que é necessário parar de viver arrumando atestado médico e encarar o real motivo de tanto da esquiva do trabalho. Será que você não fez uma escolha profissional equivocada? Será que aquela faculdade que você cursou ou está cursando o seduz de verdade? Pois é, se fez uma escolha desconsiderando as suas próprias motivações, a fatura da insatisfação vai chegar, é só uma questão de tempo. E a insatisfação, quando ignorada, tende a evoluir para doenças emocionais e/ou físicas. Sim, as nossas emoções silenciadas ou mal administradas sempre dão um jeito de se manifestar. Seja por meio de uma enxaqueca, de uma insônia crônica… uma depressão. Emoções reprimidas viram sintomas.

Contudo, precisamos estar atentos ao que sentimos, precisamos olhar com muito interesse o nosso caos. Quando a desordem se instala, não podemos encará-la como uma derrota, e, sim, como algo que necessita de uma intervenção urgente. É o sinal de alerta de que aquela situação não está em harmonia com o nosso propósito de vida. Será o momento de buscar um novo rumo. Geralmente, quem se dispõe a olhar com empatia os próprios desacertos, costuma encontrar, naquele cenário desolador, excelentes oportunidades de recomeço.

Lógico que as coisas não acontecem num passe de mágica, não é fácil abrir mão de algumas escolhas por mais desconforto que elas nos causem. Mas, as novas possibilidades estão sempre ali, nos acenando em meio àquele turbilhão de sentimentos.

O problema é que somos medrosos demais. Estamos sempre atentos às opiniões externas, e o que é pior, opiniões de pessoas que nem se importam com a gente, muitas vezes. Temos uma grande dificuldade em nos silenciar para os barulhos de fora, e, com isso, acabamos ignorando aquilo que fala tão forte à nossa alma.

Eu sei do que estou afirmando. Foi em meio à crise do meu casamento que decidi cursar a faculdade de Psicologia, uma grande paixão desde os tempos da puberdade. E, foi com o divórcio que me dedique à escrita, minha paixão visceral. E sei que é um caminho sem volta, me sinto abraçada por minhas vocações. Sigo, apaixonadamente, a minha estrada com aquela sensação de ter me encontrado na vida, finalmente.

Olho para trás e agradeço por tudo o que deu errado, afinal, não fossem os meus desacertos, eu não estaria vivendo essa satisfação indescritível de dar vida àquilo que nasceu comigo. Exercer os meus dons e as minhas habilidades me dão a certeza de que a minha vida está fazendo sentido. Essas oportunidades surgiram em meio ao caos, não nasceram em tempos de paz.

Imagem de capa: Alfaenergy/shutterstock

Somos diálogos

Somos diálogos

O que é a palavra? Podemos dizer que aquilo que permite a nossa comunicação enquanto humanos. Se formos mais profundos, podemos até dizer que é o que nos faz humanos. E sendo algo tão importante à constituição do nosso ser humano, o que podemos inferir da palavra que não comunica? Seria ela ainda uma palavra? Seriamos nós ainda humanos?

O poeta alemão Holderlin diz em um dos seus versos que somos diálogos. Penso, então, que se somos diálogos, a palavra imbuída da capacidade e da vontade de comunicar é essencial para que consigamos nos manter enquanto diálogos. Isto é, enquanto sujeitos capazes de, por meio das palavras criar situações, fazer remeter a lembranças, recriar sensações, imaginar o futuro e, acima de tudo, conseguir que isso tudo consiga fluir entre a boca que fala e o ouvido que escuta.

Quando a palavra já não consegue exercer o seu espírito comunicativo, ela deixa de ser capaz de juntar os signos advindos de almas estranhas e atribuir-lhes sentido e sintonia. Desse modo, sem o elemento que permite a sua comunicação, as almas continuam na sua condição estranha e jamais se transformam em companhia.

E isso acontece, principalmente, quando a palavra deixa de possuir um interlocutor, de tal maneira que de tanto se acostumar a muito falar e nada dizer, ela se emudece, porque há um momento em que pela falta da chuva, a terra se torna seca, cheia de rachaduras que nada significam.

E, assim, as palavras começam a morrer de asfixia, porque não conseguem sair, tampouco respirar. Mas, diante desse cenário, para que servem tantos sons que notificam a chegada de mais uma mensagem? Servem para que apressadamente possamos responder, ainda que, na maior parte das vezes, sequer compreendamos. Talvez essa indisposição à compreensão ajude a explicar o porquê da morte das palavras.

Esses sons, tantos, também servem para nos lembrar que estamos em meio a multidões, cada vez maiores. E solidões, cada vez mais fortes. Afinal, não é preciso silêncio para que possamos nos perceber sós, quietos e sem as palavras. São as aglomerações humanas que expõem quão silenciadas nossas almas estão. Não à toa Hemingway, sufocado com as palavras, disse que: “Mesmo quando estava entre a multidão, estava sempre sozinho”.

Mas a gente prefere fingir que não vê e procura outras formas de preencher o vazio, por mais que esse vazio seja de gente, de uma humanidade perdida, órfã em sua própria rigidez. Que não muda de forma, não se abre para o outro, e vive a ironia dos gritos que ecoam pelas ruas um silêncio sem vida. Porque, “A gente vive muito em voz alta, mas às vezes a gente não se ouve”. Como não se ouve, a gente começa a cegar e nesse mundo de cegos, as palavras perdem o sentido, porque tampamos os ouvidos e paramos de enxergar.

Imagem de capa: Reprodução

Só sou perfeita aos seus olhos porque não te quero

Só sou perfeita aos seus olhos porque não te quero

Só sou perfeita aos seus olhos porque não te quero. Porque não te quero, sou bela, sou o que você consegue ver do pouco que me mostro. Porque não te quero, não me mostro toda, não me aproximo muito.

Se eu te quisesse talvez você fugiria ao ver a cara feia da minha carência, a dimensão da minha intensidade, a inconstância do meu humor.

Se eu te quisesse talvez você se assustaria com a minha bagagem de vida, com as minhas piadas bobas, com o meu jeito descabelado de manhã, com as minhas melancolias pré-menstruais e questionamentos de tudo. Talvez você se assustaria com a minha necessidade de conversas profundas, com o meu silêncio prolixo, com as minhas lutas vãs e meu olhar que mensalmente alcança o sem sentido do mundo.

Se eu te quisesse talvez você fugiria como bicho assustado, saturado de tanto amor, ou ficaria acuado num canto sem entender a minha necessidade de solidão. Se eu te quisesse, você veria uma mulher imperfeita a cada curva. Talvez você tentaria me fazer voltar para as dimensões da ilusão que você criou a meu respeito.

Por não te querer sou perfeita, bonita, soberana, interessante, equilibrada, sensata e inabalável. Você acha que eu nutriria seus sonhos, mas se eu te quisesse, talvez eles morreriam.

Só porque não te quero, você acha que me quer, você acha que quer ver o que há detrás dessa minha pele de marfim pela qual você se apaixonou.

Imagem de capa: alan payne/shutterstock

7 sinais de que você é uma alma livre

7 sinais de que você é uma alma livre

Em muitas ocasiões a alma livre surge depois de ter passado muito tempo cativa e dependente das opiniões e gostos dos outros.

Ser uma alma livre, mais além de sua vertente mais espiritual, responde a um tipo de personalidade que alcançou um adequado nível de maturidade e de competência psicológica baseadas na autonomia e na segurança.

Não é nada fácil alcançá-la e chegar ao topo de nosso crescimento pessoal.

É que se trata de uma dimensão que, na realidade, entraria muito bem nessa cúspide da pirâmide de necessidades que Abraham Maslow introduziu em 1943 em seu artigo “A Theory of Human Motivation”.

Ser uma alma livre não significa absolutamente ser, sentir e agir como uma pessoa que escolhe se desvincular de todo laço, de toda responsabilidade ou de todo indício de relacionamento que lhe permita enraizar.

Falamos de uma série de características, atitudes e formas de interagir com a realidade que nos faz, sem dúvidas, mais aptos e seguros diante da vida e suas adversidades.

Por isso que não cabem os apegos insalubres ou as dependências asfixiantes.

A seguir, propomos descobrir se estas dimensões que explicamos agora definem você em corpo, alma e sentimento.

1. A alma livre escolhe, pensa e age sem necessidade de aprovação

Chegar a este ponto em nosso caminho vital e pessoal onde não precisamos da aprovação alheia para viver como desejamos é, sem dúvidas, um grande passo.

Ao longo de uma boa parte de nossa existência necessitamos ser validados pela sociedade. Primeiro por nossos pais, depois por nossos semelhantes e, mais tarde, por nosso entorno de trabalho.

Mostrarmo-nos tal e como somos, falarmos com a voz do coração e com a sinceridade da língua, é algo que não se consegue de um dia para o outro. Só as autênticas almas livres alcançam isso.

2. Vive sem medo: confia em si mesma

Os especialistas em crescimento pessoal e em psicologia motivacional sabem muito bem que o medo é o grande bloqueador de oportunidades.

Quando por fim deixamos os véus das preocupações e deixamos de antepor fatalidades, conseguimos avançar com pés mais seguros.

A felicidade está sempre mais além das fronteiras do medo. Porém, para cruzar essas linhas o que precisamos, em primeiro lugar, é uma “autoconfiança” adequada.

3. Você é uma pessoa autêntica, descarada, espontânea

É uma dessas pessoas que já não põe filtros na língua porque antes fez um processo mental adequado para saber que a verdade sempre deve ser colocada à frente.

A sinceridade o define, mas também a ousadia que arranca sorrisos e estabelece cumplicidades.

Você é espontâneo porque já não lhe importa o que vão dizer, muito menos o que vão pensar.

As personalidades autênticas são almas livres porque seu ser interior já não vive com censuras. Entraram em contato com suas essências e valores para demonstrar ao mundo como entendem a vida: desde a paixão.

4. Sabe por que vale a pena lutar

A alma livre, ao contrário do que muitos podem pensar, não supõe evadir as responsabilidades nem aspirar a uma forma de liberdade despreocupada onde os desejos vêm e vão de forma errada. Absolutamente.

A alma livre sabe muito bem pelo que deve lutar: por aquilo que ama, por tudo o que lhe identifica e lhe faz feliz.

O resto não tem importância.

5. A alma livre não fala a linguagem dos apegos

O apego, entendido do ponto de vista afetivo, é o grande inimigo do crescimento pessoal.

Cair em uma relação marcada pelo vício afetivo veta por completo nosso sentido de integridade, de liberdade e de autoexpressão.

A pessoa que se define por ser uma alma livre sabe amar sem depender. Oferece o melhor de si mesma aos demais, sentindo-se completa e sem ver o amor como uma droga que a torna prisioneira.

6. A alma livre sabe apreciar as pequenas coisas da vida

Ser livre supõe não ficar preso ao que veta nosso crescimento, ao que põe barreiras em nosso modo de sentir e viver.

Esta paixão pela liberdade se consegue, antes de tudo, sabendo priorizar, entendendo que as coisas mais importantes da vida na realidade não são coisas, são sensações.

Por sua vez, essas sensações vêm dadas pelas experiências mais simples e cotidianas: uma conversa, um passeio pela praia, um encontro, uma viagem, caminhar descalço, abraçar seu animal de estimação, sair para correr sem ter qualquer preocupação na cabeça…

As pessoas ocupadas e preocupadas não são capazes de apreciar esse tipo de detalhe cotidiano que as mentes mais livres identificam, promovem e valorizam.

7. A alma livre inspira a sua vida e a dos demais

É possível que, em mais de uma ocasião, tenham lhe perguntado como você faz isso.

“Está sempre feliz, tem tempo para tudo, faz mil coisas e sempre me faz rir… como você consegue?”

Na realidade, você não sabe muito bem como responder, porque sua filosofia de vida é algo que você alcançou com o tempo.

Às vezes, a alma livre surge depois de ser uma alma cativa, e isso é um fato que nunca deixamos passar por alto.

Ser livre é uma atitude que precisamos ter com confiança e perseverança, sabendo que, às vezes, é necessário deixar certas coisas para trás.

Fonte indicada: Melhor com Saúde

Imagem de capa: RossHelen/shutterstock

5 coisas que você sempre deve manter em segredo

5 coisas que você sempre deve manter em segredo

Se você não gostaria que revelassem uma informação que você compartilhou em segredo, por que iria faltar com respeito com aqueles que lhe confiaram suas intimidades?

Às vezes por insegurança, outras para resguardar a autoestima ou para proteger nosso equilíbrio emocional e psicológico, há certos aspectos sobre nossa vida que é melhor manter em segredo e não compartilhar com ninguém.

Todos temos claro que um vínculo social e afetivo dá abertura para compartilhar determinados fatos, alguns pensamentos e experiências passadas que explicamos aos demais porque confiamos, porque a amizade ou o amor se caracterizam, precisamente, por isso mesmo.

Porém, para cuidar de nossa saúde psicológica é necessário entender que a própria identidade requer frequentemente que sejam estabelecidas linhas de proteção.

Assim como quase ninguém diz em voz alta o que pensa, sente ou percebe, sem filtros e nem coberturas – a não ser que sofra de algum transtorno – também não é adequado eliminar barreiras e compartilhar tudo o que é nosso com quem nos rodeia.

Hoje, em nosso espaço, queremos explicar quais aspectos, dimensões e dinâmicas pessoais é melhor manter no jardim do privado. Confira!

1. Planos, sonhos ou projetos: cuidado com quem os compartilha

Todos temos projetos em mente que, em ocasiões, comentamos com alguém.

  • Mais tarde, e pelas razões que forem, pode acontecer de deixarmos essas metas de lado, postergá-las ou nos desfazermos delas. Isso pode acontecer.
  • Este fato, tão natural e tão comum, é o detonante para que muitos encarem como justificativas eficazes para nos criticar, para nos colocar em evidência como pessoas que, longe de lutar por algo, abandonam.
  • Em outros casos, pode se dar um fenômeno um tanto mais complexo: que pessoas próximas assumam nossas mesmas metas ou se apropriem de nossos próprios desejos.
    Por estes e outros motivos como possíveis invejas, sofrer comentários depreciativos ou ouvir o típico “você não vai conseguir”, o melhor é fazer uso da discrição e reservar seus próprios objetivos vitais.

A luta silenciosa, persistente, contínua e sempre discreta, obtém os melhores frutos.

2. Mantenha as coisas sobre seus amigos e família em segredo

Tudo aquilo que pertença a esferas alheias às nossas não é nosso território e, portanto, não se compartilha.

  • Isso é algo quase “vital”: o que tenha a ver com amigos, família, e inclusive companheiros de trabalho é como um tesouro privado que é preciso proteger.
  • Nada disso pode ser revelado a terceiras pessoas. Nada disso deve ser exposto. Nada do que eles tenham passado, sofrido, vivido, rido ou chorado, pode simplesmente escapar para terceiros.
  • Ainda, é conveniente exigir a mesma coisa aos outros: ninguém pode falar aos outros sobre as nossas intimidades.
    É um princípio de reciprocidade que diz muito sobre as pessoas e que, portanto, devemos praticar.

3. É melhor não compartilhar as intimidades da nossa vida afetiva

Não deveríamos fazê-lo mas, em ocasiões, quando temos uma amizade com alguém, não hesitamos em falar de nossa vida sexual, ou de detalhes íntimos e privados que experimentamos com nosso parceiro.

Pode ser que a princípio pareça algo normal e até divertido, ou reflexo de uma boa amizade estabelecida com alguém.

Porém, na medida do possível, é preferível não cair nesta deriva de revelar esses aspectos ou detalhes que só cabem ao próprio casal.

Não há problema algum em comentar certos pontos do relacionamento, se somos felizes ou não, que coisas fazem parte da nossa rotina diária.

Porém, como dissemos, há terrenos que têm campos vetados, por um princípio básico e essencial de respeito à outra pessoa que amamos.

4. Muitos dos seus pensamentos deveriam ser só seus

Há certos aspectos de nosso universo pessoal que não só não é conveniente expor para revelar a alguém, mas muitas vezes nem podem ser explicados.

  • Há vezes em que experimentamos determinadas sensações, intuições, que não podemos definir.
  • São elas que fazem, por exemplo, com que evitemos certas pessoas, que escolhamos um caminho ao invés de outro, ou que, em um dado momento, precisemos ir embora de um lugar, ou comprar certas coisas, ou fazer aquilo outro.
    Há realidades que simplesmente ocorrem “porque sim e sem mais”, e que não há como explicar. Caso o façamos, o mais provável é que não nos entendam ou que inclusive formem uma imagem errada de nós.

5. Suas virtudes, seus atos nobres, seus atos heroicos

Em 2001 reanimei um homem que havia sofrido um afogamento na praia. Cuidei da minha mãe com Alzheimer até que ela faleceu, fiz isso e aquilo outro dia.

Me preocupo todos os dias que meus avós tenham a geladeira cheia e a casa em condições. Colaboro com entidades que ajudam países de terceiro mundo. Já resgatei 10 animais abandonados…

Mais do que manter esses dados em segredo, o mais adequado é “não vestirmos medalhas”, sermos discretos, nos mantermos humildes.

Em nosso dia a dia há milhões de heróis e de boas pessoas cumprindo com estes mesmos atos, que longe de serem heroísmos, são ações normais que todos deveriam realizar.

São fatos que, por sua vez, enriquecem a nós mesmos e que recompensam o próprio coração, não o dos outros.

Portanto, não precisamos exibi-los e, às vezes, tampouco comentá-los. Fizemos e fazemos o que deve ser feito, e essa é a realidade autêntica.

Uma realidade que, às vezes, só nós entendemos em profundidade…

Fonte indicada: Melhor com Saúde

Silenciar, não dizer o que pensa, fere tanto quanto usar palavras ofensivas.

Silenciar, não dizer o que pensa, fere tanto quanto usar palavras ofensivas.

Título original: Bem-dizer, Mal-dizer

Desejo falar do silêncio corrosivo, daquele que machuca, que deixa o outro no vácuo. Silêncio utilizado por pessoas “passivo-agressivas”; por meio da negativa, da recusa em expor o que pensam ou sentem têm como intuito não corresponder à solicitação do outro que necessita de esclarecimento. Podemos inferir um caráter retentivo e agressivo, motivado por uma diversidade de sentimentos.

Francoise Dolto, pediatra e psicanalista francesa, chegou a definir violência como: “não se diz ou não se diz mais”.

O silêncio, quando resposta à solicitação do outro, sustenta uma negativa e fica para quem pergunta a certeza da não-aceitação, do não querer o diálogo e o envolvimento de forma alguma. Quantas são as ocasiões, numa relação afetiva, em que um dos parceiros nega-se a dialogar e discutir a relação, ou simplesmente escuta o que o outro lhe diz e NADA responde?

Isso mata qualquer vínculo amoroso, machuca profundamente qualquer ser humano, principalmente, se a outra pessoa está, a seu modo, tentando resolver as diferenças de pensamento.

Silenciar, não dizer o que pensa, fere tanto quanto usar palavras ofensivas.

Mesmo acreditando em que quem pergunta pode não estar preparado para escutar o que deve ser dito, isso não é motivo para deixar a pessoa no vácuo. Dar uma resposta, dialogar, confirmar ou não a fala do outro é respeito, é consideração.

Há também aquele silêncio que faz um estrago enorme na alma de quem o pratica: o silêncio autoinfligido; a pessoa cala emoções, provocando impedimentos à expressão do que sente por medo e insegurança.

É como água parada, não tem como produzir vida. Mágoas, rancores, doenças físicas e psíquicas são desenvolvi- das como consequência.

Dr. Freud já alertava no século passado: “falar cura”.

O mesmo “mal dito” pode ocorrer frente a um fato ou acontecimento socialmente injusto. Falar, mostrar, confrontar-se não é delação. É não compactuar com o errado, com a injustiça ou qualquer outro mal que prejudica o viver em coletividade.

Não há porque não acreditar, não há porque desistir de dialogar frente às diferenças de opiniões; basta saber falar e não vomitar com ira o que estava represado por muito tempo.

Isso é saudável e uma ótima oportunidade para aprimorar nossas comunicações, equilibrar as emoções e sermos mais humanos perante o outro e o mundo.

Imagem de capa: StockMySelf/shutterstock

Eu tinha deixado de acreditar no amor, até que conheci você

Eu tinha deixado de acreditar no amor, até que conheci você

Às vezes não há aviso algum. Nenhuma pista, nenhum sonho premonitório, nenhuma intuição. Aquilo que parece só mais um dia, um dia comum, é o dia em que o amor o alcança. Você ainda não enxerga sincronicidade, encontro de dois caminhos, início de uma história que será contada pela eternidade. Mas acontece. Do nada. Sem aviso algum. Apenas como um “teste” da vida para saber se você sabe reconhecer delicadezas. Sem perceber que foi eleito, você pode recusar a sorte que lhe sorri e continuar acreditando que o mundo está cheio de almas vazias para o seu querer. Ou, atento à clandestinidade da felicidade, pode reconhecer os sinais e por um instante de descuido, permitir que o amor o alcance.

Por mais decepcionadas e blindadas que as pessoas estejam, não se pode generalizar as derrotas do amor. Nem todo mundo está fazendo hora com você, nem todo mundo quer te usar para depois descartar, nem todo mundo está tão machucado que não quer se envolver. Ainda acredito que há pessoas dispostas a andar de mãos dadas, a assumir compromissos, a investir num encontro até que o tempo mostre que ali há uma vocação para o amor. Ainda acredito em investimento emocional, parceria, cumplicidade, envolvimento. Insisto em não desistir de acreditar em afinidades, que vão desde uma cerveja compartilhada numa tarde quente até a disposição para conhecer e começar a gostar de séries policiais no Netflix. Posso parecer ingênua e excessivamente otimista, mas ainda tenho fé num tipo de sentimento que começa num encontro tímido e, com muita vontade e coragem, vai se tornando, pouco a pouco, dia a dia, em amor construído, batalhado, valorizado.

Eu tinha deixado de acreditar no amor, até que conheci você. Mais do que dizer que eu era a mulher da sua vida, você me fez entender que eu poderia ter um tipo de amor que eu não sabia que existia. Um tipo de amor que me assegurava possibilidades novas, até então desconhecidas para mim. Sabe, eu tinha me acostumado a aceitar pouco. Eu tinha me habituado a ter em minhas mãos migalhas. Eu tinha aprendido que deveria me sentir grata por qualquer pontinho de afeição direcionado a mim. Eu não sabia que poderia ter mais. Não sabia que havia alguém disposto a me acompanhar sem reclamar, sem impor condições, sem pedir algo em troca. Não sabia que era possível ser amada dessa maneira. Não imaginava que poderia encontrar alguém que segurasse minha mão com tanta força e ternura que eu nunca mais teria medo de não ser amada.

Eu entendia o amor errado. Imaginava que amar era um jogo que oscilava entre perdas e ganhos. Imaginava que a sensação de estar numa montanha russa emocional me tornava mais “viva”, mesmo que isso custasse noites com o travesseiro molhado de lágrimas. Eu precisei me despir de meus medos e aceitar que poderia ter alguém diferente de tudo o que eu já havia conhecido antes. Alguém que estava disposto a atravessar as tempestades junto comigo e tornar meu caminho menos sinuoso.

Era preciso que eu voltasse a acreditar no amor. Era preciso que eu descobrisse que era possível encontrar alguém com quem poderia compartilhar pequenas ou grandes histórias, momentos delicados ou grandiosos, alegrias serenas ou arrebatadoras, tristezas miúdas ou generosas. Era preciso que eu entendesse que reciprocidade não se trata apenas de ligar no dia seguinte ou responder a uma mensagem carinhosa. Tudo isso faz parte, é claro, mas também se trata de ter real interesse na sua vida, orgulho de suas conquistas, parceria, respeito, investimento de tempo e sentimento. Era preciso que eu encontrasse você. Era preciso que eu te amasse como eu te amo e aprendesse, de uma vez por todas, que o amor se constrói no dia a dia, somando pequenas delicadezas, diminutas concessões, miúdas gentilezas e abundante dedicação.

Imagem de capa:  alessandro guerriero/Shutterstock

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Desumanizado Mundo Novo

Desumanizado Mundo Novo

Vivemos em um mundo repleto de ironias, de contradições, de paradoxos, em um mundo confuso e confusamente percebido, como escreveu Milton Santos. Vemos de um lado a tecnologia se desenvolver em uma velocidade cada vez maior, enquanto nós parecemos ir no sentido contrário, em um processo contínuo e acelerado de desumanização. É óbvio que o desenvolvimento tecnológico em si não é o causador do problema, mas o progresso humano está paulatinamente mais distante do progresso da máquina e das grandes cidades. É como se para que um exista, o outro tenha que ceder espaço de si mesmo, adaptar-se, abnegar-se, transforma-se no que não é.

Por mais que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia seja importante e traga benefícios para a vida individual e coletiva, é preciso considerar que um mundo de coisas não é um mundo de pessoas. Todo “progresso” conseguido através da tecnologia deve servir como instrumento para que haja uma melhora na condição humana, individual e/ou coletivamente. Desse modo, caso não seja percebido um progresso similar entre o mundo das máquinas e o mundo dos homens, é necessário repensar e reorganizar as bases em que tal “desenvolvimento” tem ocorrido.

Se analisarmos os altos índices (com projeções ainda maiores) de doenças psicológicas e de suicídio, perceberemos que as áreas com maior incidência são as grandes cidades, onde a modernidade, com todo o seu “progresso” material, consegue se “desenvolver” com maior êxito. Além disso, os jovens são o grupo mais afetado, o que não significa que outras pessoas não possam sofrer com os mesmos problemas.

Esses dados separados podem não ter muito nexo. Contudo se analisados juntos, fazem todo o sentido, já que há uma pressão muito maior sobre as atuais gerações para que elas consigam se afirmar e obter sucesso dentro dos parâmetros estabelecidos pela sociedade, pautada, evidentemente, pelo consumismo e espetacularização de bens que afirmam a magnificência do mundo líquido moderno.

Com isso, na medida em que o “sucesso” não é atingido, uma vez que nem todos possuem os “pré-requisitos” necessários para adentrar no oásis de prazer da sociedade de consumo, nem os “talentos” necessários para agradar as plateias do espetáculo permanente que é a nossa sociedade, passa-se a ter sujeitos frustrados, insatisfeitos e desindividualizados, que ao mesmo tempo que não conseguem se encaixar no mundo, não conseguem reconhecer a si próprios.

Em outras palavras, não há espaço para todos brilharem e/ou nem todos querem, de fato, “brilhar”. Logo, muitos acabam ficando no meio do caminho, entre ser um sujeito individual, mas desencaixado; ou ser um sujeito despersonalizado, porém ajustado. O preço cobrado por sair de um lugar, mas não chegar a outro, é ficar perdido: da sociedade e, sobretudo, de si mesmo. Ponto em que dificilmente há retorno, como se uma prisão se apossasse da vida do sujeito e o impedisse de prosseguir, ou pior, de enxergar o caminho de retorno ao seu eu. Longe do mundo e perdido de si, viver ou morrer passam a ser sinônimos perfeitos.

Apesar desses casos serem, aparentemente, mais graves, não se deve entender que renunciar à própria individualidade em favor do cumprimento de protocolos sociais seja algo saudável ou normal. Pelo contrário, é no enquadramento, na subserviência às regras de uma sociedade que se apresenta em um temível estado patológico que reside o âmago do problema, pois é por meio da conversão de novas ovelhas que a “igreja” expande o seu rebanho e, consequentemente, o seu poder.

No entanto, há de se entender também, que é extremamente difícil escapar de um modus operandi que atinge profundamente a nossa psique e faz com que nós mesmos sejamos os nossos vigilantes e punidores. Mesmo entre pessoas que são esclarecidas e que procuram reafirmar a sua condição de sujeitos humanos, há a ação impositiva das normas de conduta social, de tal maneira que estando em sociedade, é impossível não ser atingido por alguns dos incontáveis sustentáculos do nosso admirável mundo novo.

Para os que conseguem enxergar as cordas, há sempre um atalho que permite o retorno ao seu eu e o exercício da sua subjetividade. Para os que não enxergam ou enxergam parcial e vagarosamente, a conta chega: mais hora, menos hora, de forma transitória ou definitiva. O número crescente e alarmante de pessoas com depressão, ansiedade, síndrome do pânico e, por consequência, de consumo de antidepressivos, ansiolíticos, álcool, drogas e de suicídios, como o ponto final de desesperança, perda de si e de desencaixe no mundo, não aponta outro caminho.

É urgente repensar o nosso mundo e declarar a ironia de uma sociedade que transverte o fracasso em uma roupa de sucesso e que ao criar a ilusão de uma sociedade de indivíduos, criou uma sociedade de massa, uniforme e prisioneira em um reino de ignorância, indiferença, egoísmo e apatia, em que todos, em alguma medida, vivem de forma mecânica, anônima, invisível e solitária, distantes de si, distantes do mundo, chorando as lágrimas escassas de quem não acredita mais no choro.

O nosso admirável mundo líquido com todo o seu “progresso” tem nos deixado tristes, sozinhos, frios, inseguros, perdidos, ansiosos. Desesperados para preencher o vazio que nos aflige, que nos atormenta, que não nos deixa dormir, que invade os nossos sonhos e os transforma em pesadelos, que nos torna insignificantes e as nossas vidas sem nenhum sentido, a não ser correr e ter.

Estamos todos doentes e precisamos nos curar. Entretanto, a cura não está na sanidade de um mundo aparentemente são, mas completamente adoecido; e sim, na lou(cura) de ser a si mesmo e permitir que os outros também sejam, pois qualquer caminhe que tomemos deve ter como destino o nosso ser, já que é somente permitindo que o que há de gente em nós queime, que o que há de gente no mundo poderá arder em chamas e iluminar os céus com a sua beleza.

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Toda mulher é sagrada

Toda mulher é sagrada

Sim, toda mulher é sagrada.

Talvez o curso do mundo tenha nos feito esquecer, mas nós, mulheres, somos seres sagrados, e precisamos voltar a honrar a nossa sacralidade.

“Sagrado” , segundo o dicionário, é algo “que, pelas suas qualidades, merece respeito profundo e veneração absoluta”.

E nós, mulheres, honramos o nosso sagrado quando saímos do papel de vítimas de uma sociedade doentia e nos colocamos como protagonistas da nossa própria história;

Quando assumimos a rédea da nossa existência e passamos a tomar as decisões nos colocando, sempre, em primeiro lugar;

Quando não ficamos esperando que o governo, o(a) nosso(a) parceiro(a), os nossos chefes, os nossos pais ou os nossos filhos nos reconheçam e nos valorizem, porque nos damos conta de que, na verdade, isso não importa, não é necessário;

Quando compreendemos que o que necessitamos, verdadeiramente, é nós mesmas nos darmos conta do valor inestimável e indiscutível que temos, independentemente de qualquer circunstância;

Honramos nossa sacralidade quando compreendemos que não precisamos ter um(a) companheiro(a) para vivenciar o amor, sendo que qualquer pessoa que, eventualmente, venha a seguir a caminhada ao nosso lado poderá apenas complementar algo que já nos é inerente;

Quando paramos de nos culpar por tudo o que envolve os nossos filhos e entendemos que, pelo simples fato de termos lhes dado à vida, somos honradas, sendo que sempre fazemos o melhor que podemos de acordo com as nossas condições no momento;

Quando tomamos por hábito assegurar um tempo, diuturnamente, para nos relacionarmos com as nossas emoções e fazer coisas que nos fazem bem;

Quando paramos de sufocar a necessidade de viver um processo contínuo de autoconhecimento e de ouvirmos os anseios da nossa alma para nos alinharmos com o nosso propósito de vida;

Refrescamos o nosso sagrado quando lembramos ser fruto da união dos nossos aspectos físico, mental, espiritual e emocional, com todas as suas singularidades, o que nos torna um ser único neste vasto universo e, por isso mesmo, especial;

Quando lembramos, diariamente, que não precisamos ser uma super-heroína (como os outros, às vezes, esperam) para sermos uma mulher maravilha, sendo que dividir tarefas, ao invés de um sinal de fraqueza, pode ser um sinal de sabedoria;

Quando nos aliamos umas às outras para trocar experiências, compartilhar frustrações e perceber que podemos aprender com os erros umas das outras, sentir alívio por vermos que os nossos dilemas não são exclusivos e compreender que, afinal, está tudo certo;

Quando verdadeiramente aceitamos que cansar é algo absolutamente normal e que pedir um tempo e buscar ajuda quando necessário é algo fundamental para reequilibrarmos nosso eixo e irmos ainda mais longe;

Honramos nosso feminino quando nos libertamos dos padrões em todos os âmbitos da nossa vida e nos tornamos sinceramente indiferentes à opinião alheia, nos abrindo para o novo e seguindo o caminho que faz o nosso coração vibrar;

Quando, definitivamente, abrimos mão dos julgamentos de todo gênero, nos policiando para não emiti-los (ainda que mentalmente) e não permitindo que os outros nos dirijam nenhum;

Exacerbamos nossa sacralidade quando, finalmente, compreendemos que querer ter o controle sobre tudo o que nos cerca apenas nos traz angústia e ansiedade, e passamos a nos entregar ao acaso, permitindo o fluxo da vida e nos deixarmos surpreender;

Enaltecemos nosso sagrado quando passamos a vivenciar, verdadeiramente, nossa conexão com o Divino, seja de que forma for, acendendo o sol que mora em nosso coração e nos fazendo, pois, resplandecer em luz e amor;

Mas, notadamente, honramos nossa condição de seres sagrados quando nos reconhecemos conectadas umas às outras, nos tratamos como irmãs e deixamos de lado invejas, competições e ciúmes para, juntas, sentirmos a força da nossa união e o fato de ser, todos os dias, uma excelente oportunidade de celebrarmos a nossa existência!

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Existe começo depois do fim

Existe começo depois do fim

Certa vez tive um sonho diferente. Nele um índio vinha até mim em um cavalo e, exultante, ele me contava o que havia descoberto: Eu fui até depois daqueles montes – dizia-me ele apontando ao longe – e era dia.

Assim que despertei, pesarosa e com tristes perspectivas, eu entendi o significado do sonho. Eu estava passando por dias escuros em minha vida, dias regados de incertezas e o índio tentava me dizer que lá na frente era sol, que eu tinha que continuar a caminhar se eu quisesse sair daquilo. O sonho me deu um sopro de vida. Mesmo que eu estivesse cansada e passando por situações angustiantes, o meu futuro era bom.

Estava na época em um relacionamento ruim. Carregava em minhas largas costas, dentre outras coisas, o peso de ter escolhido a pessoa errada para compartilhar a minha vida e os meus sonhos. Na época eu não sabia que sonhos não podem ser confiados àqueles que não têm um sentimento sincero por nós. Eu não sabia que sonhos morrem ao toque da possessividade, da inveja e do rancor.

Os meus sonhos quase morreram naqueles fatídicos dias. Ouvi muitas vezes que eu nunca alcançaria aqueles montes. Que eu não teria força e competência para isso. Que minhas pernas não eram suficientemente boas para alcançá-los.

Eu entendi por fim que precisava acreditar em mim sem hesitar. Parei ,então, de tentar provar a minha força. Não perderia mais tempo provando coisa alguma. Entrando em discussões tolas. Sentindo-me exausta pela descrença de quem um dia eu acreditei gostar de mim.

Subi inúmeras vezes até uma altura razoável e fui puxada em muitas delas para trás. Fiquei chateada e exausta, mas não desisti. Eu queria a luz do dia. Não aguentava mais viver sufocada e na escuridão. Eu sabia que conseguiria sair daquela relação se continuasse a lutar por mim. Eu sabia que atrás do montes havia um sol lindo me esperando. Eu só estava vivendo em um vale sombrio, mas esse não era o meu lugar.

Hoje, assim como aquele índio do meu sonho, eu venho contar para vocês que atrás dos montes é dia, viu. Que depois do fim existe um novo começo. Que depois do fim existe um vale encantado. Uma folha em branco. Um caminho lindo perfeito para os nossos pés.

O que aprendemos com nossas escolhas erradas fica na gente. Depois do fim temos convicções otimistas e a certeza de que fomos mais fortes que aquilo que um dia zombou da nossa capacidade. Depois do fim a gente sabe do sol, que ele é para todos. Que só basta a gente acreditar.

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8 coisas chocantes que pudemos aprender com Stephen Hawking

8 coisas chocantes que pudemos aprender com Stephen Hawking

Depois de ter sua vida desacreditada aos 21 anos, o físico inglês Stephen Hawking rompeu com todas as expectativas e teve uma longa e produtiva existência até os 76 anos.

Seu legado é imenso e, dentre ele, listamos 8 coisas chocantes que só pudemos aprender graças a sua genialidade.  Os conceitos abaixo foram publicados em 2010 na obra “The Grand Design”, em pareceria com o físico Leonard Mlodinow.

8 – A força da luz

A cada segundo, uma lâmpada incandescente comum, de 1 watt, emite um quintilhão (ou seja, um bilhão de bilhões) de fótons, a partícula elementar da luz. Pode-se dizer, de maneira primária, que os fótons são como pequenos pacotes dentro dos quais a luz é emitida. Os cientistas ainda investigam a fundo as propriedades de um fóton, que se comporta simultaneamente como partícula e como onda.

7 – O passado é uma possibilidade

Se nós sabemos apenas que uma partícula viajou do ponto A ao ponto B, mas não observamos que caminho ela fez para chegar, ela simultaneamente fez todos os caminhos possíveis para fazer a trajetória. Esse é um enunciado da mecânica quântica que explica o seguinte: se qualquer evento no passado não foi observado e registrado, ele é tão indefinido quanto um evento futuro. Assim, não se pode dizer que ele aconteceu de determinada maneira, e sim de todas as maneiras possíveis ao mesmo tempo!

6 – Teoria do todo

Uma teoria do todo, conforme sugere o nome, é qualquer teoria que unifique todos os fenômenos físicos do universo sob um único padrão matemático. Segundo Hawking e Mlodinow, a única teoria do todo válida para explicar nosso meio seria a Teoria M. Esta ideia sugere que o universo seria composto de cordas que vibram em diferentes frequências e determinam as dimensões em que o universo se posiciona. De acordo com essa teoria, haveria não três, mas onze dimensões existentes, o que dá origem a mais de um universo.

5 – Relatividade Geral

Hawking e Mlodinow fizeram uma releitura de alguns pontos da velha Teoria da Relatividade formulada por Albert Einstein, que explica como a matéria e a energia influenciam o meio e causam curvaturas no espaço-tempo (o que origina, por exemplo, a gravidade e os buracos negros). Ela enuncia, entre outras coisas, que o tempo flui mais lentamente quando nos aproximamos de um corpo de grande massa, como um planeta ou estrela. Na época em que a teoria se espalhou pelo meio científico, ficou a ideia de que ela se aplica apenas a grandes eventos no universo, tais como os buracos negros. Mas os físicos explicam que ela é automaticamente levada em conta para qualquer sistema de medição de tempo e espaço, tal como um GPS, e sem a relatividade, as medições dariam em resultados imprecisos por quilômetros de diferença.

4 – Teoria do peixe no aquário redondo

Há alguns anos, as autoridades da cidade de Monza, na Itália, proibiram toda a população de criar peixes em aquários. Isso era qualificado como prejudicial aos animais, que teriam uma visão distorcida da realidade devido à curvatura do vidro. Sobe isso, os físicos lançam apenas a seguinte questão: como é que a gente pode saber qual é a verdadeira visão da realidade? Como podemos garantir que não estamos nós mesmos vendo o mundo através de algo como um aquário curvo, que distorce permanentemente a “realidade”?

3 – O teorema de Pitágoras não é de Pitágoras

As aulas de matemática da escola jamais deixaram de prestar um tributo ao homem que ofereceu as noções mais básicas sobre os lados de um triângulo, afirmando que a² + b² = c². Mas Hawking e Mlodinow sugerem que não foi Pitágoras o autor destas inferências sobre catetos e hipotenusas. Os antigos babilônios, segundo os físicos, já aplicavam estas noções matemáticas séculos antes de Pitágoras nascer em 570 a.C.

2 – Quarks nunca estão sozinhos

Os quarks, bem como os léptons, são as partículas mais elementares do universo. Dois dos seis tipos conhecidos de quark são os formadores de prótons e nêutrons. Hawking e Mlodinow sugerem que a atração entre os quarks funciona da seguinte maneira: quanto maior a distância entre dois quarks, mais cresce a força que os mantém unidos; logo, estão sempre juntos. Não existem quarks livres na natureza.

1 – O universo criou a si mesmo

Não há como negar que esta foi a asserção mais polêmica do livro de Hawking e Mlodinow: a ideia de que o universo pode ter perfeitamente se criado por si próprio, sem necessidade da figura de Deus para explicar seu surgimento. Eles garantem que é perfeitamente justificável, fisicamente, que o universo possa ter partido a partir de um estado onde nada existia, ou seja, do zero. Devido a leis como a gravidade, conforme explicam eles, podemos inferir que o universo é capaz de regular seus mecanismos sozinho.

A lista foi publicada originalmente nas revistas LiveScience, Hypescience. e foi republicada na CONTI outra em homanagem a sua morte em 14 de março de 2018.

Nem opção e nem prioridade. Sou da vida e estou bem com isso.

Nem opção e nem prioridade. Sou da vida e estou bem com isso.

Não sei onde você viu que mereço um tratamento diferenciado. Não estou presente em nenhum cardápio de amores do dia. Estou de bem com a vida e é disso que preciso. O resto vai se ajeitando e, caso alguém apareça, decidiremos juntos se os santos batem para um relacionamento.

Estou na fase de ser a minha própria escolha e única prioridade. Não estou desistindo de encontrar um amor, mas não faço questão dele ser a coisa mais importante no momento. Ando redescobrindo essências e me abrindo para novos ciclos. Quero a leveza e a liberdade de seguir em frente sem ter que me preocupar com quem ficou para trás. Aceitei que, daqui por diante, o foco é conseguir o máximo de amor próprio que puder.

Cheguei na época de transbordar disposição junto da vida. De traçar rotas, planejar passos e realizar sonhos. Dos pequenos aos maiores, agora é comigo. Tive uma conversa séria com o meu eu esses dias e combinamos de sintonizarmos os nossos quereres. Espaços em branco apenas para quem souber respeitar o meu agora. Expectativas desnecessárias, dispenso. Não tenho interesse em promessas, posso fazer isso por mim em qualquer instante.

Hoje, finalmente entendo o apreço de algumas pessoas pela solidão. Mas da solidão que desperta autoconhecimento, e não fuga. É esse tipo de não ter companhia que venho reconhecendo passar.

Sou da vida e estou bem com isso. Não estou obrigando ninguém a me seguir ou coisa parecida. Cada um com a sua opção e prioridade. O que acontece aqui é algo mais. Misturei quem já sou com quem posso ser. O resultado, pertenço-me. É um baita amor para alguém cobrir.

Imagem de capa: Mark Nazh, Shutterstock

Você chegou! Meu coração está em festa!

Você chegou! Meu coração está em festa!

Confesso que estou muito surpresa. Eu tinha dúvidas se você ainda chegaria em minha vida. Eu vivia alternando fases de fé e descrença sobre a possibilidade de viver um grande amor. Não vou negar, por incontáveis vezes, evitei alimentar essa esperança. Era um verdadeiro conflito, de um lado, uma intuição muito forte me sinalizando a sua vinda, de outro lado, havia uma lista de motivos para que eu duvidasse disso.

Contudo, apesar de todos os percalços, eu entendia que não tinha como atravessar essa vida sem materializar essa carga de amor que carrego comigo. Alguma coisa teria que acontecer, não seria justo desperdiçar todo esse amor que tenho para ofertar. Ah, eu sempre lia e ouvia que o amor é fã dos distraídos, e, de fato, você chegou quando eu estava completamente desligada. Já houve fases em que eu meio que facilitava as coisas, como quem dá um empurrãozinho para o amor, mas foi perda de tempo e frustração.

E agora estamos aqui, cara a cara. Nem sei o que dizer, sou toda emoção. Meu coração está todo descompassado, minha idade cronológica parece ter despencado para os 17 anos. Sem dúvidas, o amor tem esse dom de nos deixar bobos, eu diria que até meio ridículos, no bom sentido.(risos).

Meu coração estava praticamente empoeirado, acho que ele já tinha se esquecido de como bater nessa intensidade e nesse descompasso. Perdi completamente a concentração, você tornou-se o meu primeiro pensamento ao acordar e o último antes de dormir. Eu sempre quis um amor que fosse assim, permeado de admiração, atração, carinho, afinidades, entrega. Eu amo essa liberdade de ser eu mesma, sem precisar me justificar o tempo todo. Contigo, não preciso modular o som da minha risada, tampouco, disfarçar o meu jeito destrambelhado. Isso não tem preço!

Dentro do seu abraço, minha alma sussurra: “era disso que eu estava falando!”. Contemplando o seu sorriso, tenho um monte de perguntas antigas respondidas. O som da sua voz, tornou-se minha melodia favorita. Em outros tempos, eu teria um baita medo, sentiria aquele receio de me entregar e depois me machucar. Mas, farei diferente, vou me jogar nesse amor, viverei com o máximo de intensidade enquanto houver reciprocidade. Não vou me preocupar com o futuro, pois aprendi que a ansiedade põe tudo a perder e acaba estragando as delícias do presente. Bem, acho que isso é maturidade.

Ah, como você é especial, veio melhor que a encomenda. Meu coração vive saindo pela boca por você…que bom que você chegou, meu amor. Seja bem vindo, e, se quiser, pode ficar a vida inteira…amor não vai faltar, o estoque está bem sortido.

Imagem de capa:Y Photo Studio/shutterstock

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