“A incrível geração de fotos sorridentes e travesseiros encharcados”

“A incrível geração de fotos sorridentes e travesseiros encharcados”

Nas últimas semanas, nos deparamos com dois casos de suicídio entre jovens de um colégio tradicional de São Paulo, o Colégio Bandeirantes. A notícia das mortes, que ocorreram num intervalo de quinze dias, tomou conta das redes sociais e assustou pais e estudantes em todo Brasil. Paralelamente, outras notícias de casos semelhantes surgiram, como a do Colégio Agostiniano São José e do Colégio Vértice.

É complicado tentar compreender essas tragédias. Porém, é claro perceber que vivemos tempos difíceis. Tempos em que, além da necessidade inerente à juventude de encontrar uma identidade que a faça se sentir incluída e aceita, ainda há a corrida pelo melhor status nas redes sociais, levando essa geração, ainda em formação, a comparar seu dia a dia (tão modesto, real e perfeitamente normal) com a demonstração exagerada de felicidade editada e “photoshopada”. Através de filtros e edições, é exigido um bem estar irreal, inalcançável e muito plastificado.

A insatisfação com a realidade e a competitividade têm produzido uma geração frustrada e descontente consigo mesma. Antigamente, era comum se espelhar no artista de cinema e tentar reproduzir modismos, costumes e trejeitos de um modelo hollywoodiano ou global. Porém, era fácil distinguir o mundo real daquele glamourizado pelo roteiro, fundo musical e figurino. Hoje, a representação do “teatro da existência” invadiu a realidade, e se não tivermos maturidade e filtro para separar o que é fantasia do que é possível e alcançável, corremos o risco de nos cobrar objetivos inconcebíveis, que fatalmente nos levarão a uma vida de mentiras ou de dor.

Viver uma vida de mentiras é não querer entrar em contato com as próprias emoções; com os medos e dúvidas que invariavelmente nos assolam num momento ou outro; com a solidão; com o tédio; com o anseio desenfreado somado à dificuldade de sermos populares, antenados, cools ou glamourosos. É querer parecer o que não é para impressionar quem não importa; é maquiar a realidade para ser aceito e amado; é sentir-se cobrado pela exigência da felicidade; é copiar o que não gosta para se sentir incluído; é chorar escondido por não se sentir compreendido.

Não é constrangimento nenhum ter uma vida comum, simples, pé no chão, temperada com cebola e alho num fundo de panela sem sofisticação, mas muito singelo. Não é vergonha nenhuma reconhecer que o dia a dia é modesto, rústico e trivial, e que o requinte não é permanente, mas nos visita de tempos em tempos, dando uma variada no nosso vestidinho de chita e nos propondo uma gravata ou um salto agulha de vez em quando.

É ilusão acreditar que a felicidade é mais constante e certa para aqueles com o feed de notícias mais farto de viagens, convites, likes ou popularidade. É engano imaginar que o carisma, a importância ou o valor de alguém pode ser medido pelo termômetro das curtidas ou descurtidas.

Temos nos distanciado de nossos filhos à medida que permitimos que eles acreditem que as histórias que seguem pela tela do celular ou computador têm mais veracidade ou são mais autênticas que a própria realidade que experimentam aqui, do lado de fora. Temos nos desligado de nossos filhos ao permitir que eles passem mais tempo seguindo essas histórias do que construindo a própria narrativa. Temos ajudado a construir uma geração despreparada para o mundo real à medida que autorizamos o fascínio por vidas editadas, em que as frustrações, tristezas e dificuldades ficam do lado de fora, criando uma fantasia de que ter problemas e contrariedades não é normal, e deve ser combatido a todo custo.

Ninguém é cem por cento bem resolvido. Em um momento ou outro, cada um de nós enfrenta suas próprias batalhas, seus próprios monstros e fantasmas. Acreditar que é possível viver sem tédio, contrariedade, aborrecimento e insatisfação produz ainda mais descontentamento, e gera indivíduos ressentidos com a realidade e incapazes de enfrentar frustrações.

Estamos diante de uma incrível “geração de fotos sorridentes e travesseiros encharcados”. O que é publicado, compartilhado e divulgado nas redes sociais nem sempre condiz com a realidade, com aquilo que se carrega no coração. Por isso devemos ser cuidadosos. Não colecionar expectativas, comparações nem exigências sobre-humanas a respeito da felicidade. Não viver acreditando que nossa vida está aquém do que deveria ser só porque não conseguimos manter um estado permanente e intocável de contentamento. Não nos sentir injustiçados só porque encontramos limitações.

Temos que preparar nossos filhos para os sustos, quedas e frustrações. Temos que ajuda-los a entender que a vida é um presente precioso, frágil e imprevisível, e que a felicidade não é um direito, e sim um modo de se relacionar com a existência. Temos que ampará-los na dor, mas não iludi-los a ponto de acharem o sofrimento uma anomalia. Que eles possam entender que viver é complicado sim, que nada cai do céu e que é preciso muita luta para ser realizado e feliz. Para isso, precisam de pais e mães verdadeiros, que olhem nos olhos e não finjam. Que compartilhem suas alegrias, mas também suas dificuldades. Que mostrem os sacrifícios que fazem pela família e o quanto custa um par de tênis novo. E que assim nossos filhos possam compreender que crescer é um processo contínuo, em que temos que aprender a conviver com as limitações, impossibilidades e imperfeições, tentando fazer o melhor que pudermos com o pouco que tivermos.

*O título desse texto foi inspirado na frase de Ludmila Clio: “Somos uma bela geração de fotos sorridentes e de travesseiros encharcados” 

Imagem de capa: tommaso79 / Shutterstock

A fonte da juventude tem nome e chama-se MUDANÇA – por Martha Medeiros

A fonte da juventude tem nome e chama-se MUDANÇA – por Martha Medeiros

Mês passado participei de um evento sobre as mulheres no mundo contemporâneo. Era um bate-papo com uma plateia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades. E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.

Foi um momento inesquecível… A plateia inteira fez um ‘oooohh’ de descrédito.

Aí fiquei pensando: ‘pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?’

Onde, não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado ‘juventude eterna’. Estão todos em busca da reversão do tempo.

Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas.

Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas, mesmo em idade avançada.

A fonte da juventude chama-se mudança.

De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas.

Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos. Mudança, o que vem a ser tal coisa?

Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.

Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu. Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.

Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar. Olhe-se no espelho”.

Martha Medeiros

Nota da página: esse texto foi publicado por esse site como de Lya Luft, mas fomos avisados e retificamos a autoria. Obrigada Lúcia Cortez.

Você conhece a parábola da demissão da formiga desmotivada?

Você conhece a parábola da demissão da formiga desmotivada?

“Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. A formiga era produtiva e feliz.

O gerente marimbondo estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora.

A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga.

Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas.

O marimbondo ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões.

A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida.

Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões!

O marimbondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial…
A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada.

A cigarra, então, convenceu o gerente marimbondo, que era preciso fazer uma pesquisa de clima. Mas, o marimbondo, ao rever as finanças, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação.

A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía: Há muita gente nesta empresa!

E adivinha quem o marimbondo mandou demitir?

A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.”

Autor desconhecido, via Revista Pazes

“As muitas idades da alma”, um texto rejuvenescedor de Lúcia Azevedo

“As muitas idades da alma”, um texto rejuvenescedor de Lúcia Azevedo

Vivemos todos em dois tempos: o tempo cronológico, e o tempo da alma, o tempo subjetivo.

O tempo cronológico é um só, e caminha em uma só direção: do passado para o futuro, inexoravelmente. Mas o tempo da alma circula; vai para trás, para frente, para os lados..

De manhã, acordando de uma noite mal dormida, tenho cem anos. Mais tarde, depois de um bom café, já remocei um pouco. Minha jovem vizinha comenta comigo no elevador que uma senhora amiga dela tem muita dificuldade com o computador, coitada, não é como “nós”! Pronto, já fiquei com quarenta anos. E um pouco culpada, pela falta de solidariedade com a senhora do computador.

Ouço uma música do “meu tempo”; tenho quinze anos. Brinco com a minha neta: oito anos. Um rapaz de cinquenta me pede um conselho: volto a ter uns sábios sessenta..

E assim vamos, dia a dia, passeando por todas essas idades. Ainda bem!

Mas não é fácil acostumar com a idade cronológica, em parte devido a essa grande variação nas idades da alma..

A pessoa que nos olha do espelho pode ter uma quantidade enorme de rugas e papadas e manchas num dia, e no outro ser uma jovem alegre e disposta. Fica difícil entender que a idade cronológica é sempre a mesma. Como assim? Eu ontem estava muito mais velha que hoje!

Há dez anos eu estava mais velha do que hoje!

Geralmente a gente sente a idade da alma “por dentro”: quando eu tinha dez anos, queria chegar logo aos quinze; “por dentro” eu já tinha quinze, e as constrições da minha parca idade me incomodavam demais!

Depois, quando fui chegando aos cinquenta, “por dentro” ainda era uma moça de trinta – e o número cinquenta me parecia incrivelmente excessivo!

Reconhecer que a alma tem muitas idades, poder passear por todas elas, pode nos libertar, dar bom humor e sabedoria para lidar com as limitações da idade cronológica.

Torna a vida muito mais rica e divertida, e pode nos ajudar a fazer como Mario Quintana:

“E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente …
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.”

Imagem de capa: George Rudy/shutterstock. Fonte indicada: 50 ou mais.

Entenda o que fazer ao invés de solicitar que seus filhos peçam desculpa

Entenda o que fazer ao invés de solicitar que seus filhos peçam desculpa

Quando visitei diferentes pré-escolas para a minha filha, visitei uma onde observei as crianças brincando no parquinho.

Enquanto subia a escada do escorregador, um menino pisou acidentalmente no dedo de uma menina e ela começou a chorar. O que aconteceu depois me deixou espantada.

O menino, que tinha 3 anos, foi até a menina, olhou nos olhos dela e perguntou: “Você está bem? Posso te trazer uma toalha?”

Ela limpou suas lágrimas, balançou negativamente a cabeça e os dois voltaram a brincar.

Eu olhei para a diretora da pré-escola, tipo, ah, o que foi aquilo?

“Nós não fazemos as crianças pedirem desculpas”, ela explicou. “A palavra não significa muita coisa sem uma ação para ajudar a melhorar as coisas.”

A diferença foi tão grande em relação ao que eu estou acostumada a ver entre os pais, que tendem a forçar desculpas das crianças por qualquer trombada, batida e queda acidental de uma obra de Lego recém-montada.

Normalmente, eles dão um olhar bravo e perguntam: “Como é que se diz?” Então, quando a criança murmura um “desculpe” robótico, está tudo bem!

Boas maneiras! Estamos ensinando a eles!

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Mas esta abordagem é, na maioria das vezes, insignificante, escreve Heather Shumaker em seu livro “It’s OK Not to Share and Other Renegade Rules for Raising Competent and Compassionate Kids”.

As crianças amam a palavra “desculpe”, explica Shumaker, pois ela magicamente os safa.

“É mais ou menos como ensinar as crianças a bater o carro e sair correndo”, ela escreve.

O problema com a solução de pedir desculpas é que muitas crianças pequenas – digamos, na idade da pré-escola – não atingiram um estágio de desenvolvimento moral para sentir pena, então os pais estão perdendo uma oportunidades-chave para ensinar empatia real.

Shumaker escreve:

“Crianças pequenas às vezes nos enganam. Eles podem imitar o pedido de desculpas e até chorar quando outra criança chora, mas a maioria das crianças ainda não é capaz de sentir pena. As crianças são diferentes – você pode ter uma que amadureceu mais cedo – mas a maioria das crianças simplesmente não tem o desenvolvimento emocional e cognitivo para sentir remorso. O remorso exige a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa e totalmente entender causa e efeito. Estas habilidades ainda estão emergindo em crianças pequenas. Esperar que crianças pequenas peçam desculpas não os ensina nada, a não ser uma lição equivocada em sequência: chute, peça desculpas, siga em frente.”

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Ao invés disso, os pais podem ajudar as crianças a desenvolver compaixão moral ao explicar que suas ações têm consequências, mostrando que eles podem fazer algo para melhorar as coisas e serem exemplos de como usar a palavra “desculpe” de forma significativa.

Para acidentes do cotidiano, Shumaker sugere estes passos:

Traga as crianças para perto

Algumas vezes, quando as crianças acham que estão encrencadas, elas fogem, explica Shumaker.

Se isso acontecer, você pode colocar o braço em volta da criança e dizer algo como: “Você precisa voltar aqui. A Callie se machucou. Mesmo se você não fez de propósito, ela se machucou, e você precisa voltar aqui.”

Diga o que aconteceu à criança que causou o acidente e seja específico

Mesmo quando o que acontecer pareça óbvio, precisa ser apontando para uma criança pequena.

Exponha os fatos. “Seu carrinho de compras passou por cima do dedão dela.” “Sua mão derrubou o copo de água na pintura dela.” “Você estava dançando e seu braço bateu no rosto dela.”

Descreva o que você vê

Examinar os fatos da cena ajuda a criança a desenvolver empatia.

Enfatize as consequências de suas ações para a outra criança (ou adulto) e seja específico: “Olhe, ele está chorando. Há um arranhão no braço dele. Deve estar doendo.”

Seja um exemplo de empatia pela criança machucada. Pergunta à criança: “Você está bem?”

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Tome uma atitude

Embora crianças pequenas não entendam completamente o remorso, o livro explica, elas são boas em tomar atitudes. Elas podem correr pegar um Band-Aid ou um saco de gelo, ou limpar a sujeira que fizeram.

Ajude-as a tomar responsabilidade.

Faça uma garantia

Shumaker escreve: “Reafirmar que não acontecerá de novo significa alguma coisa. ‘Desculpe’ também não significa.”

Para restabelecer a confiança entre as crianças, ela escreve, faça a criança que causou o acidente garantir à outra criança que ela não irá fazer aquilo de novo.

Você pode perguntar: “Você vai bater nele de novo?” ou fazer com que ela diga as palavras: “Eu não vou bater em você de novo”.

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Seja um exemplo ao pedir desculpas em sua própria vida

Eventualmente nós queremos que as crianças peçam desculpas. Mas, ao invés de fazê-las pedir desculpas, Shumaker diz que é mais eficiente ser um exemplo e pedir desculpas quando você, como pai ou mãe, fizer bobagem.

Apenas tenha certeza de que suas desculpas são de verdade. Isso significa reconhecer as consequências de suas ações e dar passos para melhorar as coisas.

Por exemplo: “Desculpe por ter esquecido de levar seu ursinho para a escola. Você sentiu falta dele durante a hora da soneca. Estou anotando na minha lista para que eu me lembre da próxima vez.”

Em breve, as crianças pedirão desculpas sem serem solicitadas, e elas dirão de verdade.

Criar nossas crianças é um grande desafio, não é mesmo?

Você costuma pedir para seus filhos se desculparem? Comente!

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Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Offspring escrito por Michelle Woo.

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Imagens: pexels.com e pixabay.com

Quero um amor que meu coração escolha. E que meu cérebro assine embaixo.

Quero um amor que meu coração escolha. E que meu cérebro assine embaixo.

Eu já fiz um pedido ao Universo: que meu próximo parceiro amoroso seja escolhido pelo meu coração, porém, com o aval do meu cérebro. Dessa forma, acredito que terei direito às borboletas no estômago que tanto aprecio, e terei, também, aquele sentimento de ter feito a escolha certa. Quero sentir orgulho do homem que estiver ao meu lado. Talvez seja a tradução do que o Caetano Veloso canta: “um amor tranquilo com sabor de fruta mordida”. Sim, eu quero, e terei esse amor. Eu estou falando de equilíbrio, de quando a emoção e a razão se abraçam.

Percebo que, quando a razão é a única responsável pela escolha de um parceiro, o relacionamento vai ficar semelhante a um contrato comercial. Não tem frio na barriga, não tem euforia, não tem taquicardia…não tem borboletas no estômago. E, de certa forma, isso é muito frustrante. Sabe aqueles casamentos que já nascem sem vida? Sabe quando os cônjuges parecem não sentir orgulho um do outro? Eles, talvez, tenham tudo do ponto de vista material, talvez façam viagens luxuosas etc. Mas, nunca experimentarão aquela sensação de sentir o fôlego faltar quando o outro se aproximar.

Eu sei, também, que talvez, você lendo isso agora, pode pensar: “que bobagem esse negócio de frio na barriga”. Pois é, mas, eu particularmente, não acho uma bobagem, pelo contrário, eu acho uma delícia e é o mínimo que eu desejo que um parceiro desperte em mim. E, essa sensação, dinheiro nenhum pode pagar por ela. Borboletas no estômago é vida, gente! É ressurreição!

Existem, também, aqueles relacionamentos nos quais a emoção foi a única responsável pela escolha do parceiro. Geralmente, são aqueles vínculos que se iniciam norteados, unicamente, pela atração física. Foram os hormônios que, no auge da sua efervescência, bateram o martelo. Nesses relacionamentos, a empolgação vai à máxima potência na fase inicial, contudo, vai murchando conforme o tempo vai passando, por falta de outros elementos que ajudem a sustentar e garantir a continuidade da relação. Porque você há de convir que, por mais extraordinário que um parceiro seja como amante, ele precisa oferecer algo interessante também fora da cama. Ninguém passa 24 horas namorando, acho que não.

Eu, particularmente, percebo a admiração como um potencializador da atração. Assim como considero a inteligência um poderoso afrodisíaco, capaz de, inclusive, substituir, com louvor, a beleza física. Acredito que, se você nunca viveu essa experiência, certamente, conhece alguém que se empolgou com alguém, mas acabou desanimando porque tudo o que a pessoa tinha a oferecer ficava entre quatro paredes.

Para que uma parceria amorosa tenha o mínimo de chance de prosperar, é fundamental que haja, ao menos, algumas afinidades. Não basta aquela química flamejante, até porque ela, por si só, não se sustentará se os demais quesitos estiverem ausentes na relação.

Eu já tive “amores” que meu cérebro escolheu, e posso afirmar que foram tão insossos. Eles não deixaram nenhuma saudade, nenhum resquício de frenesi sequer, quando lembro deles. Já tive, também, amores que os meus hormônios escolheram, mas que meu cérebro não via nenhum sentido. Foram intensos e efêmeros. Deram o que tiveram que dar e pronto. Faltavam condições para os sonhos e projetos, e eu estou longe daquele perfil de mulher que se contenta com um amor numa cabaninha, se é que me entendem.

Imagem de capa: Uber Images/shutterstock

O que leva um adolescente a querer tirar sua própria vida?

O que leva um adolescente a querer tirar sua própria vida?

Recentemente as famílias de um tradicional colégio da cidade de São Paulo foram diretamente atingidas por dois casos de suicídio, num período curto de tempo. Nos dois casos, aqueles que recorreram ao recurso extremo de pôr fim à própria vida, eram adolescentes, estudantes do Ensino Médio.

O luto vivido pelos pais, colegas, familiares, professores e demais funcionários da escola vem inevitavelmente acompanhado de muitas perguntas: Por quê? O que deixamos de perceber? De quem é a culpa? Havia como evitar?

Perder um filho é devastador. Ainda que os pais sejam muito idosos e o filho já seja adulto, ver um filho partir é uma experiência horrivelmente dolorosa para os pais; pois subverte a ordem natural da vida. Então, imagine a intensidade da dor daqueles que perdem seus filhos no ápice da vida; imagine o que é ter de lidar com a ausência de um filho jovem que escolheu não viver mais.

Os amigos, e mesmo os outros jovens que conheciam apenas de vista aquele que cometeu suicídio, veem-se numa situação de desequilíbrio emocional coletivo. Junto da dor, vem a curiosidade inevitável, posto que jovens são curiosos por natureza. E, não, não se trata de um comportamento desrespeitoso ou insensível; é a essência daqueles que ainda estão descobrindo a vida, buscando entender as fissuras dolorosas a que são submetidos.

Muitas vezes, aquele que partiu precocemente recebe do grupo muito mais atenção agora que já não está mais entre eles; passa a ser objeto de interesse; passa a fazer parte do imaginário; passa a ser o assunto mais frequente por muitos dias. No entanto, infelizmente, passado algum tempo, o fato será esquecido e, muitas vezes substituído por “questões mais urgentes” e que requerem a atenção daqueles que ficaram, como o vestibular, por exemplo.

O Ministério da Saúde divulgou recentemente dados alarmantes: o índice de suicídio cresceu no Brasil entre 2011 e 2015, sendo a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos; o meio mais utilizado é o enforcamento; 35,8% dos casos estava ligado à depressão, sendo o maior percentual; em segundo lugar, aparecem transtornos decorrentes do uso de substâncias lícitas ou ilícitas. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a presença de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) nas cidades reduz o risco de suicídio em 14%; no entanto, estas instituições só estão presentes em 2463 dos quase 6 mil municípios do país.

A despeito das impactantes estatísticas, o mundo evoluiu em termos de ações para a prevenção ao suicídio. Até a década de 1980, acreditava-se que a divulgação dos casos poderia incentivar a ocorrência de outros, por imitação; sendo assim, era habitual evitar falar sobre o assunto. Entretanto, estudos e aprofundamentos sobre o suicídio, avançaram; hoje a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que PRECISAMOS FALAR SOBRE O ASSUNTO. Sabemos agora que a prevenção passa por um longo processo de pesquisas, desenvolvimento de programas de apoio e aconselhamento e muito diálogo entre todas a partes envolvidas: profissionais de saúde, educadores, familiares e os próprios jovens e crianças, inclusive.

Uma das questões apontada pelos pesquisadores alerta para o atual modelo de educação; estamos criando nossas crianças em bolhas blindadas de proteção; evitamos a todo custo que elas sofram qualquer tipo de aborrecimento ou privação. A consequência é que estas crianças chegam à adolescência precocemente em função do bombardeamento de estímulos externos e de uma cada vez mais prematura explosão hormonal, ao mesmo tempo em que não contam com recursos suficientes para administrar essas mudanças e sem praticamente nenhuma capacidade de lidar com as frustrações.

Junte-se a isso uma quantidade considerável de famílias desestruturadas, mais pais perdidos e com dificuldades para encontrar um equilíbrio entre liberdade e autoridade amorosa, mais uma estrutura educacional despreparada para lidar com esses jovens e crianças. Escolas muitas vezes omissas em relação às inúmeras demandas de seus alunos e não raras vezes sendo protagonistas na defesa de espaços educacionais que priorizam uma avalanche de conteúdos pedagógicos, muita pressão por resultados e nenhuma reflexão.

Não há fórmulas mágicas, não há sequer razões coincidentes entre todos os casos de suicídio. No entanto, a maioria deles tem relação com distúrbios mentais, como depressão e transtornos de ansiedade que podem ser causados por inúmeros elementos estressores, por desequilíbrio químico do cérebro e, também pelo consumo de álcool e drogas. Há ainda os fatores diretamente ligados ao cenário de convívio social dos jovens e crianças que vão desde a falta de atenção familiar à casos de Bullying.

Existe, inclusive, a hipótese de que o uso de alguns antidepressivos possa contribuir para que se instale o desejo suicida. Ainda não há pesquisas suficientes para que se estabeleça um consenso a respeito, mas consta na bula da maioria destes medicamentos que “casos isolados de ideação e comportamento suicidas foram relatados durante o tratamento”. Muitas vezes, o antidepressivo promove num espaço mais curto de tempo a melhora das queixas físicas; para só depois de algumas semanas começar a promover a melhora psíquica, e este descompasso pode fazer com que o paciente, sentindo maior vigor físico, saia da letargia depressiva ainda sem ter os transtornos psicológicos estabilizados.

Aqueles que planejam tirar a própria vida ou que estejam apenas cortejando a ideia não trazem isso escrito na testa, inúmeras vezes, inclusive, suas intenções passam desapercebidas. Porém, há sinais que podem indicar a presença de ideação suicida:

• Oscilações de humor
• Isolamento
• Alterações no sono
• Alterações no apetite
• Irritação ou explosões emocionais
• Queda no rendimento cognitivo
• Desinteresse por atividades que antes eram queridas
• Abuso de bebidas alcoólicas
• Prostração ou agitação excessivas
• Falas disfarçadas de ameaça (ao contrário do que diz o senso comum, quem quer se matar, muitas vezes avisa, sim!)

O assunto é extremamente sério, difícil, complexo e doloroso. E a solução passa por um movimento de ação conjunta de todos os setores da nossa sociedade. A morte prematura desses jovens é problema de todos e de cada um de nós. Que a exposição de suas vidas na mídia não seja apenas “mais um assunto de comoção geral”. Que as suas vidas tão precocemente interrompidas desperte em nossos ânimos uma vontade perene de evitar a todo custo que essa triste história se repita.

Imagem: CC image courtesy of Flickr Jared Keener

“Tenham filhos”, texto de Bruna Estrela que viralizou na internet.

“Tenham filhos”, texto de Bruna Estrela que viralizou na internet.

Nota explicativa da Conti outra: antes de ler, lembrem-se que esse é um texto de opinião e que, logo, reflete a opinião da autora. Vocês não precisam concordar com ele 😉

***

Por Bruna Estrela
TENHAM FILHOS

“Se eu pudesse dar só um conselho para os meus amigos, seria esse: tenham filhos. Pelo menos um. Mas se possível, tenham 2, 3, 4… Irmãos são a nossa ponte com o passado e o porto seguro para o futuro. Mas tenham filhos.

Filhos nos fazem seres humanos melhores.

O que um filho faz por você nenhuma outra experiência faz. Viajar o mundo te transforma, uma carreira de sucesso é gratificante, independência é delicioso. Ainda assim, nada te modificará de forma tão permanente como um filho.

Esqueça aquela história de que filhos são gastos. Filhos te tornam uma pessoa com consumo consciente e econômica: você passa a comprar roupas na Renner e não na Calvin Klein, porque no fim, são só roupas. E o tênis do ano passado, que ainda tá novinho e confortável, dura 5 anos… Você tem outras prioridades e só um par de pés.

Você passa a trabalhar com mais vontade e dedicação, afinal, existe um pequeno ser totalmente dependente de você, e isso te torna um profissional com uma garra que nenhuma outra situação te daria. Filhos nos fazem superar todos os limites.

Você começa a se preocupar em fazer algo pelo mundo. Separar o lixo, trabalho comunitário, produtos que usam menos plástico… Você é o exemplo de ser humano do seu filho, e nada pode ser mais grandioso que isso.

Sua alimentação passa a importar. Não dá pra comer chocolate com coca-cola e oferecer banana e água pra ele. Você passa a cuidar melhor da sua saúde: come o resto das frutas do prato dele, planta uma horta pra ter temperos frescos, extermina o refrigerante durante a semana. Um filho te dá uns 25 anos a mais de longevidade.

Você passa a acreditar em Deus e aprende como orar. Na primeira doença do seu filho você, quase como instinto, dobra os joelhos e pede a Deus que olhe por ele. E assim, seu filho te ensina sobre fé e gratidão como nenhum padre/pastor/líder religioso jamais foi capaz.

Você confronta sua sombra. Um filho traz a tona seu pior lado quando ele se joga no chão do mercado porque quer um pacote de biscoito. Você tem vontade de gritar, de bater, de sair correndo. Você se vê agressivo, impaciente e autoritário. E assim você descobre que é só pelo amor e com amor que se educa. Você aprende a respirar fundo, se agachar, estender a mão para o seu filho e ver a situação através de seus pequenos olhinhos.

Um filho faz você ser uma pessoa mais prudente. Você nunca mais irá dirigir sem cinto, ultrapassar de forma arriscada ou beber e assumir a direção, pelo simples fato de que você não pode morrer (não tão cedo)… Quem é que criaria e amaria seus filhos da mesma forma na sua ausência?! Um filho te faz mais do que nunca querer estar vivo.

Mas, se ainda assim, você não achar que esses motivos valem a pena, que seja pelo indecifrável que os filhos têm.

Tenha filhos para sentir o cheiro dos seus cabelos sempre perfumados, para ter o prazer de pequenos bracinhos ao redor do seu pescoço, para ouvir seu nome (que passará a ser mãmã ou pápá) sendo falado cantado naquela vozinha estridente.

Tenha filhos para receber aquele sorriso e abraço apertado quando você chegar em casa e sentir que você é a pessoa mais importante do mundo inteirinho pra aquele pequeno ser. Tenha filhos para ganhar beijos babados com um hálito que listerine nenhum proporciona. Tenha filhos para vê-los sorrirem como você e caminharem como o pai, e entenda a preciosidade de se ter uma parte sua solta pelo mundo. Tenha filhos para re-aprender a delícia de um banho cheio de espuma, de uma bacia de água no calor, de rolar com o cachorro, de comer manga sem se limpar.

Tenha filhos.

Sabendo que muito pouco você ensinará. Tenha filhos justamente porque você tem muito a aprender. Tenha filhos porque o mundo precisa que nós sejamos pessoas melhores ainda nessa vida.”

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9 gifs animados que traduzem perfeitamente os sintomas da ansiedade

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Petra Svajger é uma artista eslovena bastante conhecida na internet devido aos seus gifs. Nas imagens animadas ela é a própria modelo e torna-se porta-voz das dores de muitas outras pessoas quando, nessa série, mostra como são sentidos os sintomas ansiosos.

Sensação de medo, problemas para dormir e inquietação são só alguns dos sintomas representados nos gifs abaixo.

 

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Essas imagens fizeram sentido para você? Conte-nos sobre a sua experiência.

 

Pessoas com mais de 40 anos devem trabalhar apenas 3 dias por semana

Pessoas com mais de 40 anos devem trabalhar apenas 3 dias por semana

Um estudo de pesquisa recente conduzido por especialistas no Melbourne Institute produziu conclusões interessantes. Enquanto o trabalho for até 30 horas por semana, será bom para a função cognitiva na quarta década da vida, qualquer carga extra reduz o desempenho.

Na verdade, as pessoas que trabalham 55 horas por semana ou mais têm o maior declínio cognitivo do que aqueles que não tiveram emprego, se aposentaram ou trabalharam em absoluto.

A pesquisa incluiu 3.500 mulheres e 3.000 indivíduos do sexo masculino com 40 anos de idade. Enquanto os sujeitos realizavam testes de função cognitiva, seu desempenho no trabalho estava sendo monitorado.

O teste conhecido como Renda Doméstica e Dinâmica do trabalho mediu o quanto eles eram capazes de ler as palavras em voz alta, combinar letras e números em testes de velocidade e recitar listas de números. O autor deste estudo, o professor Colin McKenzie da Universidade de Melbourne, afirma que tanto “conhecer” como “pensar” são indicadores significativos. Os testes de leitura são o elemento “conhecedor” da capacidade, enquanto o “pensamento” compreende o raciocínio da memória, a execução e a abstração.

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Embora se acredite que certo grau de estimulação intelectual beneficia da retenção da função cognitiva em idade avançada, com enigmas cerebrais como palavras cruzadas e sudokus que preservam a capacidade cerebral em pessoas maiores, a estimulação excessiva tem o efeito oposto.

O professor McKenzie disse ao jornal britânico The Times que muitos países procuram elevar a idade da aposentadoria, forçando as pessoas a trabalharem mais tempo porque não poderão reivindicar benefícios até a velhice. Sua opinião é que a quantidade de trabalho pode ter uma importância significativa nisso.

O grau de estimulação intelectual pode depender das horas de trabalho. O trabalho pode ser uma espada de ponta dupla. Por um lado, pode desencadear a atividade do cérebro, mas, ao mesmo tempo, trabalhar muito tempo pode levar à fadiga e ao estresse, potencialmente danificando funções cognitivas.

McKenzie acredita que o trabalho a tempo parcial pode beneficiar na preservação da função cerebral nas idades média e avançada. Então, a questão se coloca, as pessoas que podem paga-lo deveriam reduzir suas horas de trabalho? E que tipo de trabalho representa um fator?

O professor McKenzie analisa: “É muito difícil identificar os efeitos causais do tipo de trabalho nas funções cognitivas. Os indivíduos podem ser selecionados em determinadas ocupações de acordo com suas habilidades cognitivas. “Certamente, profissões que envolvem trabalhar muito tempo sob o estresse, em áreas competitivas e exigentes, geralmente prejudicam a saúde”.

Como a maioria de nós somos forçado a continuar trabalhando após os 40 anos, cuidar da saúde, passar férias tranquilas e prolongar o tempo de inatividade torna-se essencial. O professor McKenzie sugere que “trabalhar em tempo integral – mais de 40 horas por semana – é ainda melhor que nenhum trabalho em termos de Ca função cognitiva, porém não maximiza os efeitos potenciais do trabalho”.

O equilíbrio é aparentemente necessário, especialmente porque os governos de alguns países pretendem introduzir os requisitos de trabalho a tempo integral até a idade de 70 anos.

Fonte indicada: Coruja Professor

Imagem de capa: Lipik Stock Media/shutterstock

Nota da página: prestem atenção que a matéria está falando de qualidade de vida e não de exploração do trabalho.

O mar: uma droga gratuita que cura pelo menos 16 doenças

O mar: uma droga gratuita que cura pelo menos 16 doenças

Do site Coruja Professor

Férias na praia podem ser uma verdadeira cura para muitas doenças. Descubra os benefícios da água, sol e sal no corpo.

Retire seus medicamentos e trate-se para um feriado ou um final de semana na praia. Sim, o mar, com a sua salinidade, o iodo, o seu ar saloio dico pode ser uma verdadeira cura para muitas doenças. Eles contaram: são pelo menos 16.

A massagem com água ativa a circulação, a água salgada libera o trato respiratório e reduz as formas alérgicas.

Eles beneficiam as vias aéreas e aliviam-se:

– alergias respiratórias

– sinusite

– asma

– convalescença de resfriados e outras doenças respiratórias

– problemas causados ​​pelo tabagismo

– intoxicação por agentes químicos

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Por MAGNIFIER/shutterstock

O dano dos ossos é reparado e as dores de:

– deslocamentos

– distorções

– fraturas

– artrose

– dores nas articulações

– osteoporose

– espondilose

– doenças reumáticas

Com o mar, as alergias cutâneas são reduzidas:

– psoríase

– eczema

– dermatite

– acne seborreica

Graças ao mar, as condições anêmicas, as doenças ginecológicas, o hipotireoidismo e o linfatismo melhoram. Muito importante, o mar também ajuda a combater estados depressivos.

Que doenças são tratadas com o mar

Um benefício de uma estadia no mar são alergias respiratórias (especialmente pólen), anemia, artrite, convalescença depois de doenças do trato respiratório, depressão, entorses, fracturas, hipotiroidismo, luxações, doenças alérgicas da pele, doenças ginecológicas, doenças reumática, osteoporose, psoríase, raquitismo.

O importante é saber como se comportar para aproveitar ao máximo todos os benefícios que podem ser extraídos da água do mar e do sol. Os benefícios da água do mar

Aqui estão alguns dos principais benefícios dos tratamentos de maré, ou seja, talassoterapia.

Melhore sua respiração.

Mas por que o mar é um amigo tão precioso? O que o torna tão especial é o chamado aerossol marinho. O ar, perto da costa, contém uma quantidade maior de sais normais do que minerais: cloreto de sódio e magnésio, iodo, cálcio, potássio, bromo e silício. Eles vêm das ondas quebrando a costa e dos salpicos de água do mar levantada pelo vento. Os primeiros a se beneficiar são os pulmões: a respiração melhorou significativamente desde os primeiros dias. Mas o aerossol marinho também estimula o metabolismo, revigora a circulação sanguínea e melhora o sistema imunológico.

A água do mar tem muitos componentes que trazem relaxamento ao corpo, tiram dores e reenergizam. Não é à toa a crença de que um banho de mar pode “descarregar” energias negativas. Além das propriedades da água, a quebra das ondas no corpo promove uma drenagem linfática e ainda estimula a pele e a circulação.

A água marinha é composta por mais de 80 elementos químicos. Alivia principalmente as tensões musculares, graças à presença de sódio em sua composição — por isso é considerada energizante. A massagem que as ondas fazem no corpo estimula a circulação sanguínea periférica, e isso provoca aumento da oxigenação das células.

Graças à presença de cálcio, zinco, silício e magnésio, a água do mar é usada para tratar doenças como artrite, osteoporose e reumatismo. Já o sal marinho, rico em cloreto de sódio, potássio e magnésio, tem propriedades cicatrizantes e antissépticas

Combate a retenção de água.

Muitas pessoas sofrem de retenção de água durante a estação quente. Na água do mar, de fato, existe uma concentração considerável de sais minerais. E isso, devido a um mecanismo físico chamado osmose, favorece a eliminação, através da pele, dos líquidos que haviam acumulado nos tecidos. Com grandes vantagens para a circulação das pernas.

Lute contra os quilos extras.

Os quilos extras são perdidos com mais facilidade. O sal estimula as terminações nervosas da epiderme, como conseqüência acelera o metabolismo: o corpo, na prática, queima alimentos e gordura mais rápido.

Fortalece o sistema circulatório.

Graças à pressão que a água exerce enquanto você está imerso, sua temperatura, que nesta temporada é de cerca de 20 graus e movimento ondulatório, que pratica uma massagem suave em todo o corpo.

A musculatura se fortalece.

A natação relaxa os músculos, rapidamente dissolve contraturas e dá mobilidade às articulações bloqueadas pela artrite e artrose. E então ajuda intestinos e rins, purificando todo o corpo.

“A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância”

“A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância”

A nossa sociedade líquida tem dificuldades de escutar. Tudo é apressado, onde emergem o individualismo, a fluidez e a efemeridade das relações. Um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível, como identificou o sociólogo Zygmunt Bauman.

Tal rapidez se revela na prática de alguns profissionais, que não mostram boa vontade para escutar, como por exemplo: comunicadores de rádio e televisão que falam aceleradamente, religiosos que acham que Deus é inaudível, psicoterapeutas que divagam ao perceber voz dos pacientes, professores que se incomodam com a fala dos alunos, empresários que abreviam a conversa com os funcionários e políticos que depois de eleitos ignoram a locução dos eleitores.

Há outras situações, como aqueles maridos que não prestam atenção nas palavras das esposas, pais que se irritam ao ouvir os anseios dos filhos, amigos que só querem desabafar ao invés de escutar. Os elementos neuróticos da aceleração da fala possuem a sua origem no ritmo alucinante das nossas cidades, que reforçam um estado temporário e frágil das relações sociais e dos laços humanos, afetando a saúde mental das pessoas.

A mania da pressa urbana, associada a falta de escuta, produz mal-estar na comunicação. A vida seria mais tranquila se as pessoas escutassem ao contrário de ouvir de modo superficial. Para escutar, torna-se imprescindível o uso de um mecanismo especial: saber dar atenção. Demanda, de uma escuta mais cautelosa, pois quem escuta, ouve, mas quem ouve não necessariamente escuta.

As pessoas que ouvem de maneira líquida têm dificuldades de se envolver num processo autêntico de comunicação. Escutar é mais que ouvir, gente que escuta dá atenção ao contexto da conversa, entende o assunto, percebe o que foi dito, reconhece as palavras. Contudo não é um ouvinte passivo, sabe distinguir o que é falso e verdadeiro, sem julgar.
O neurologista auditivo Seth S. Horowitz publicou um artigo publicado no New York Times, onde avaliou que ouvir de forma passiva é uma consequência do nosso sistema auditivo. Segundo o cientista, a distração digital e sobrecarga de informações estariam se tornando uma epidemia num mundo, que está trocando conteúdo por conveniência e significado por velocidade.

Mas para Seth escutar é uma ação ativa, uma arte que requer habilidade e foco, que pode ser cada vez mais melhorada. É como nos ensina, o líder espiritual do budismo tibetano, o Dalai Lama: “A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância”

Neste mundo, somos tensionados a falar rápido e ouvir o mínimo possível, escutar não entra na lógica da modernidade líquida. Porém, a arte de escutar é um sábio conselho que os grandes mestres nos deram: Freud, Sócrates, Buda e Jesus, pois para eles uma comunicação perfeita e sem ruídos nos transforma em pessoas melhores e bons ouvintes, no sentido correto da escuta.

Imagem de capa: LightField Studios/shutterstock

7 motivos que mostram que viajar faz bem

7 motivos que mostram que viajar faz bem

Viajar é uma chance de respirar outros ares, explorar diferentes pontos de vista, ganhar ao também se dar. Entre muitas outras coisas, viajar é viver. Não está convencido? Conheça 7 motivos que mostram que viajar faz bem!

O que uma viagem significa?

Viagem é uma palavra que pode ter muitos significados e para muitas pessoas significa realizar um sonho, enquanto para outras, gastos desnecessários. Se você acredita que fazer uma viagem não é um bom investimento para a sua vida, veja alguns motivos que provam que você está errado:

  1. Viajar é poder ter novas experiências

Viajar é poder experimentar coisas diferentes e é isso que motiva os viajantes. Seja uma culinária, cultura, ritmos ou o lugar em si, ao deixar o conforto do lar em busca de novas experiências você aprende muitas coisas.

  1. Viajar é aprender

Ler livros e até navegar na internet não vai te ensinar sobre outros lugares, pessoas e tradições, como uma viagem. Um viajante aprende outras línguas, culturas, história, natureza e ainda desenvolve suas habilidades sociais. E quando viaja sozinho, também aprende sobre ser independente. Por essas e outras razões que viajar é a melhor forma de aprender.

  1. Viajar aproxima pessoas

Uma viagem aproxima mais ainda um casal, amigos e famílias por proporcionar diversos momentos divertidos e relaxantes juntos. Ao viajar você vai perceber que não é preciso muita coisa para ser realmente feliz.

  1. Viajar é poder fazer novas amizades

Ao viajar você vai conhecer muitas pessoas que jamais teria encontrado se não realizasse essa viagem. Aproveite para aprender tudo o que for possível com cada uma delas, extraindo o melhor para você. Entre as possibilidades, você encontrará pessoas que, mesmo com tão pouco, conseguem levar a vida sempre com um sorriso no rosto, pessoas generosas, batalhadoras e até aquelas que vão te ensinar a exercitar a paciência.

  1. Viajar é poder se educar

Quando viajamos, aprendemos a respeitar tradições e culturas diferentes e ainda desenvolvemos habilidades sociais. Através de uma viagem conseguimos aprender na prática o que é ensinado em diversos cursos. E não estamos falando apenas de línguas estrangeiras, mas também de desenvolvimento pessoal, por exemplo.

  1. Viajar é sentir liberdade

Ao viajar você tem a liberdade para fazer o que mais deseja, seja relaxar, se divertir, se arriscar, enfim, curtir cada momento do seu jeito. Aproveite que está viajando e satisfaça a sua curiosidade, aventure-se e colecione sorrisos.

  1. Viajar mostra que a vida não deve ser levada tão a sério

Quando viajamos descobrimos que a vida não deve ser levada tão a sério. Uma viagem nos permite aproveitar momentos descontraídos, coisas diferentes da nossa rotina e nos faz sentir uma mudança interior que nos faz repensar a nossa maneira de encarar as coisas.

Ao viajar, não se apegue ao roteiro, mas se permita acordar, fazer um passeio e de lá seguir para outro lugar, sem planejar. Sinta alegria até nas pequenas coisas e veja o quanto uma viagem pode te renovar.

Mas lembre-se de que viajar é uma experiência para você, então, extraia o máximo que puder.

Por: Andréia Silveira, colaboradora do site SeguroViagem.org.

Imagem de capa: Day2505/shutterstock

Documentário sobre Osho vira sucesso na Netflix

Documentário sobre Osho vira sucesso na Netflix

Por Ana Maria Bahiana

LOS ANGELES – Quatro anos atrás, quando os irmãos Chapman e McClain Way tinham dado por encerrada a produção do documentário The Battered Bastards of Baseball, sobre os Portland Mavericks, o time independente de beisebol de seu avô, o ator Bing Russell (pai do igualmente ator Kurt Russell), o arquivista com quem tinham trabalhado perguntou qual seria o próximo projeto.

“Tínhamos algumas ideias, mas nada muito concreto”, diz Chapman. “Nada que realmente nos apaixonasse. E aí ele disse: eu tenho umas 300 horas de imagens sobre – nas palavras dele – o caso mais bizarro em toda a história do estado do Oregon. E aí ele nos deu uma breve descrição da coisa toda, sobre um guru que veio da Índia e construiu uma cidade, e como uns 10.000 seguidores vieram e tomaram conta da região e da cidadezinha de Antelope. E como eles arranjaram um monte de armas de fogo e importaram grupos de sem-teto e como a coisa toda tinha escalado.”

Os irmãos ficaram intrigados. Nenhum dos dois jamais tinha ouvido falar da batalha cultural, social e religiosa entre os sannyasins do mestre Osho, na época conhecido como Bhagwan Shree Rajneesh, e os 50 e poucos habitantes do vilarejo de Antelope, num vale do município de Wasco, ao norte do estado de Oregon, entre 1981 e 1984. “Eu sabia um pouco, porque Osho é muito famoso no Brasil”, diz a produtora brasileira Juliana Lembi. “Mas para Chapman e Mac era tudo novidade.”

Intrigadíssimos, os irmãos começaram a pesquisar – “queríamos saber se o que o arquivista tinha nos contado era verdade. Parecia extraordinário demais mas… quanto mais pesquisávamos, mais extraordinária a história ficava.”

As mais de 300 fitas – Umatic,VHS, Betacam, 16 milímetros- guardadas nos Arquivos Públicos da cidade de Portland continham o registro preciso, quase dia a dia, da criação e construção da comunidade Rajneeshpuran no munícipio de Wasco, desde a chegada da equipe de prospecção – liderada por uma personagem essencial na história, a sannyasin Ma Anand Sheela, mão direita de Bhagwan Rajneesh – até o desmoronar do projeto, sob pressões internas e externas. “Vimos imediatamente que ali havia mais do que apenas um documentário”, Chapman diz. “Para contar uma história como essa, apenas um filme não daria conta. Sabíamos que isso tinha que ser uma série.”

Assim nasceu Wild, Wild, Country, enorme sucesso internacional da Netflix, na já estabelecida tradição do canal com o gênero – Making a Murderer, The Keepers, The Toys That Made Us, The Confession Tapes, entre outros.

Em seis episódios, Chapman e McClain Way tecem cuidadosamente a trama de duas comunidades que caminham inexoravelmente para um confronto sem possibilidade de resolução. No microcosmo da minúscula Antelope e seus arredores agrestes, conflitos universais são encapsulados numa espécie de ópera trágica em três atos. “Vimos imediatamente que tínhamos personagens extraordinários, e escrevemos o roteiro como se escreve um filme de ficção”, Chapman diz. “Onde estão os três atos, quando termina o primeiro ato, qual é o gancho para o episodio seguinte. Fizemos uma “bíblia” de toda a série, com a narrativa de cada episódio.”

Os elementos desse combate são tão extremos – armas a granel, tentativas de assassinato e envenenamento em massa, batalhas legais, jatinhos, rolls-royces, atentados a bomba, meditação e sexo livre – que os próprios realizadores do documentário às vezes duvidavam do que estavam vendo.

A excelência do documentário se apoia em três elementos essenciais: a riqueza do material de arquivo, o tratamento dramático desse material e a clara postura de não tomar partido, e dar voz a todos os personagens do drama.

“O elemento raro dos videos era o fato de ser material bruto, sem cortes, sem edição, imagens captadas tanto pelos próprios integrantes da comunidade quanto por canais locais de televisão”, Chapman conta. “Na maioria dos documentários você tem acesso a material já editado, aquilo que foi ao ar nos noticiários de televisão – no máximo clipes de 30 segundos com alguém falando e imagens de fundo. No nosso caso, tínhamos horas de imagens captadas, nas quais o operador filmava o que queria.”

As fontes deste extraordinário material usado como base para Wild Wild Country são os arquivos das televisões locais e imagens captadas pelos próprios sannyasin. “No início eles tinham uma atitude muito aberta quanto à mídia local, e davam acesso total, convidavam quem quisesse ir para visitar a comunidade, fazer entrevistas e filmar,”, Chapman diz. “Além disso eles tinham sua própria produtora na comunidade. Baghwan era um entusiasta das novas tecnologias, que via como um meio de espalhar sua mensagem.”

A opção por um mergulho profundo nas personalidades dos principais personagens estava presente desde o primeiro momento em que os irmãos Way viram que ali havia uma série documental.

Do mesmo modo, a decisão de ser absolutamente isento quanto aos personagens dos dois lados – sannyasins e locais- estava na raiz da proposta. “Muitos documentários são ativistas, engajados, com uma agenda – isso é ótimo, é importante, pode ser muito poderoso”, Chapman diz. “(Nesse caso) o ponto de vista do realizador é muito claro, e a plateia sabe disso, claramente. Mas não foi o nosso caso. Não tínhamos nenhum ponto de vista a respeito. Não somos seguidores do guru, não somos do Oregon e nascemos depois que tudo isso aconteceu. Desde o começo sabíamos que essa era a história do choque cultural entre duas comunidades. A narrativa da história, em si, era sobre esses dois grupos de personagens. E para isso era preciso deixar que os personagens narrassem a história segundo o ponto de vista de cada um.”

E assim eles surgem das neblinas dos anos 1980: Chandra Mohan Jain, aliás Bhagwan Shree Rajneesh, aliás Osho, aluno rebelde, professor de filosofia, que teria recebido a iluminação aos 21 aos, no dia 21 de março de 1953 e se tornaria um líder espiritual propondo uma fusão de princípios indianos e ocidentais e abraçando (para horror de seus colegas de liderança espiritual) os prazeres carnais; Ma Anand Sheela, sua secretária particular e, muito rapidamente, seu lugar-tenente e líder da comunidade de sannyasins no Oregon; Philip Toelkes, advogado, inteligente, agressivo, devotado a Osho; e um sortimento de sannyasins, rancheiros, políticos, agentes do FBI , alguns sem-teto e muitas armas de fogo.

Nos três atos do drama, Sheela compra, em nome de Osho, uma propriedade de 260 quilômetros quadrados nos arredores do vilarejo de Antelope, no Oregon; 10.000 seguidores do mestre se mudam para lá e constroem uma cidade-modelo para abrigar a comunidade; os locais não gostam, invocam leis estaduais sobre uso de terra – terra definida como agrícola não pode ser urbanizada, no Oregon – e deslancham uma batalha legal; os sannyasins retribuem à altura e além (“é um elemento essencial dos ensinamentos de Osho – não adotar a postura cristã de dar a outra face, mas engajar o oponente, agressivamente, protegendo a comunidade”, Chapman diz); coisas bizarras acontecem, o FBI entra na briga e o final não é feliz.

Sheela, Toelkes e muitos outros personagens do drama narram a história numa espécie de caleidoscópio de pontos de vista. Na primeira abordagem dos realizadores, as respostas foram negativas. Com insistência e a certeza de que haveria isenção, todos os principais elementos da história se disponibilizaram para horas de entrevistas – todas elas, extraordinárias.

“Como em qualquer relacionamento, para construir uma base de confiança com o entrevistado é preciso que haja tempo, paciência e dedicação”, diz a produtora Juliana Lembi. “Além de conversas por telefone e troca de e-mail procuramos visitar os entrevistados periodicamente. Em um ano e meio visitamos a Sheela duas vezes na Suíça, antes da entrevista. Em cada um das visitas passamos mais de uma semana com ela, com a família dela e com todos os pacientes que ela atende nos hospitais.”

Os locais de Antelope foram os mais resistentes, Lembi diz. “Por mais de um ano nós mandamos cartas, emails, ligamos e até visitamos o John Silvertooth (figura proeminente de Antelope, dono do bar local) tentando marcar uma entrevista. A nossa sorte foi que tivemos a ajuda da Melissa Bowerman, que o conhecia bem e intercedeu pela nossa equipe. Nós havíamos entrevistado o marido dela, Jon Bowerman (fiho do fundador da Nike e um dos maiores defensores de Antelope contra os sannyasins) e consequentemente passamos um dia inteiro com eles. Se não fosse a ajuda dela provavelmente não teríamos entrevistado o Silvertooth.”

David Knapp aliás Krishna Deva, prefeito de Rajneeshpuran, foi o único a se recusar a dar entrevista. “E infelizmente Osho já tinha falecido, deixando pouquíssimo material de registro”, lamenta Chapman.

Sheela Anand, na realidade a personagem central de Wild Wild Country, foi a primeira pessoa a ver a série documental, e aprovou. “Mandamos os seis episódios para ela, e ela nos respondeu com um e-mail dizendo que tinha orgulho de ter resistido a todo o preconceito e racismo que enfrentou.”

O sucesso internacional de Wild Wild Country surpreendeu seus realizadores. “Nossa opção por não tomar partido poderia ser um problema para a plateia, principalmente a plateia norte Americana, que quer tudo definido, quem é do bem, que é do mal”, Chapman diz. “Mas creio que, ao acompanhar a jornada, essas questões se tornam menos importantes, e cada pessoa pode chegar à sua própria conclusão.”

Quanto aos irmãos Way, o processo de criação de Wild Wild Country levou-os a ver, mais que as diferenças entre essas duas comunidades em conflito, as suas semelhanças. “Os fundadores de Antelope chegaram ali cem anos antes, construíram sua cidade, trouxeram sua religião, puseram sua igreja no centro da sua comunidade, criaram suas escolas, onde ensinavam a religião cristã. Ou seja, basicamente a mesma coisa que os seguidores de Rajneesh fizeram. E aí você começa a se perguntar – quais são as grandes diferenças neste caso? O fato dos seguidores de Rajneesh promoverem relações não-monógamas foi, com certeza, uma delas. Não havia nada sinistro ali – era uma coisa meio hippie, meio new age, amor livre para todos. Mas para os rancheiros conservadores, cristãos, do Oregon, isso foi a gota d’água.”

Fonte indicada: Exame

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