Por que o pensamento de Gramsci enraivece os anti-intelectuais?

Por que o pensamento de Gramsci enraivece os anti-intelectuais?

Antonio Gramsci (1891–1937) foi um filósofo marxista, político e jornalista, que escreveu sobre política, sociologia, antropologia e linguística. Esse italiano era um dos intelectuais mais admiráveis do século XX, sendo preso em 1926, devido à perseguição política imposta pelo fascismo de Mussolini, e no ano seguinte foi condenado a 20 anos de prisão.

E, para conseguir sua condenação, o promotor do caso afirmou: “Durante vinte anos, temos que impedir que este cérebro funcione“. Porém, a reclusão não o impediu de continuar a ser um intelectual digno e generoso, que produziu na prisão cadernos sobre literatura e teoria política. Neste artigo destacamos algumas teses de Gramsci, que enraivecem os anti-intelectuais de hoje.

Gramsci elaborou o conceito de hegemonia e estudou os aspectos culturais da sociedade. Assim, as classes dominantes usam esse controle no sentido de educar os dominados para que vivam em submissão, como algo natural, inibindo suas potencialidades. Aliás, em nome “Pátria”, as classes dominantes criam no povo o sentimento de identificação, de união sagrada com os exploradores, contra um inimigo exterior e a favor de um suposto destino nacional.

Para lutar contra essa dominação Gramsci colocou a necessidade de criar uma cultura própria dos trabalhadores, que permitiria o surgimento de intelectuais capazes de partilhem das paixões das classes exploradas. E convoca os oprimidos: “Instrua-se, porque necessitaremos de toda a sua inteligência. Atue, porque necessitaremos de todo o seu entusiasmo. Organize-se, porque necessitaremos de toda a sua força.”

O papel dos intelectuais na sociedade é uma das teses de Gramsci, que era contra que qualquer um se tornasse intelectual por uma questão de erudição ou esnobismo. Ele acreditava que os intelectuais deveriam se colocar a serviço dos que tinham menos acesso ao mundo das ideias.

Então, os intelectuais não se contentariam em produzir apenas discursos, mas estariam engajados na organização de práticas sociais, repletas de paixão para entender e agir, sempre em conjunto com os explorados.

O pensamento de Gramsci entendia que os períodos de transição na história costumam levar ao caos e a grandes incertezas, já que o antigo coexiste com o novo, sem que nenhuma das duas realidades se imponha sobre a outra. E previu: “O velho mundo morre.

O novo é lento para aparecer. E nesse claro-escuro surgem monstros.”
Em 1934, com sua saúde debilitada pelo cárcere, Antonio Gramsci, morre aos 46 anos. Antes, a sua mente genial, concluiu: “Se um inimigo te faz mal e você se lamenta, você é um estúpido, porque é natural do inimigo fazer mal.” O seu pensamento continua influenciando o trabalho de intelectuais do mundo ocidental sejam eles de esquerda, de centro e de direita.

É por essas razões, que o pensamento de Antonio Gramsci enraivece os anti-intelectuais de hoje, que da mesma forma desprezam o método Paulo Freire e os cursos de sociologia e filosofia. É nesse claro-escuro que surgem os “monstros”, com a vontade de destruir tudo que remete ao pensamento crítico.

Jackson César Buonocore é Sociólogo e Psicanalista

Estudo revela que 80% de diabéticos podem ter doenças cardiovasculares

Estudo revela que 80% de diabéticos podem ter doenças cardiovasculares

Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil ,São Paulo

Um estudo realizado pelo EndoDebate em parceria com a Revista Saúde, mostrou que 80% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam indícios de comprometimento cardiovascular. Mais da metade (52%) indicam pelo menos dois destes sintomas: tontura, dores no peito e nas pernas, falta de ar e palpitações.

Intitulado “Quando o Diabetes Toca o Coração”, o estudo foi lançado em junho pelo laboratório Novo Nordisk e divulgado nesta semana. A pesquisa entrevistou 1.439 pessoas com e sem diabetes tipo 2, com idade entre 47 e 55 anos.

O levantamento mostrou que 64% dos diabéticos não seguem rigorosamente o tratamento e apenas 48% dos pacientes consideram a doença muito grave. O diabetes aparece atrás do câncer (92%), do acidente vascular cerebral (79%), do infarto (75%), do mal de Alzheimer (74%), da insuficiência renal (70%) e da insuficiência cardíaca (56%).

“A atenção ao coração é um dos grandes desafios no segmento do paciente com diabetes. Temos objetivos desafiadores no século 21 que vão além do controle da glicose no sangue, fundamental para o tratamento do diabetes tipo 2. Tudo isso passa também por reduzir o peso e o risco de hipoglicemia e umentar a segurança do ponto de vista cardiovascular”, disse o médico endocrinologista e fundador do EndoDebate, evento que ocorre até hoje (20) na capital paulista, Carlos Eduardo Barra Couri.

Desconhecimento

Sobre a primeira palavra lembrada ao pensarem em problemas do coração, 662 entrevistados mencionaram infarto; 159 disseram morte; 39, hipertensão; 25, AVC. O diabetes ficou em último. Entre os diabéticos, 61% disseram acreditar que a doença está entre os fatores de risco para problemas cardiovasculares, contra 42% entre os não diabéticos. Nos dois grupos, a pressão alta aparece em primeiro lugar, seguida do colesterol e dos triglicérides altos.

Para 60% das pessoas com diabetes tipo 2, o médico transmitiu informações insatisfatórias ou nem mencionou as questões relacionadas ao coração na última consulta para controlar o diabetes. Embora 62% desses pacientes tenham sido diagnosticados há pelo menos cinco anos, 90% dizem ainda sentirem falta de mais informações durante o tratamento.

“O tempo é determinante. É muita informação que o médico tem que passar. Eu acredito que há uma mistura de falta de informação e desconhecimento de como abordar direito esse paciente. Como falar em um tom acolhedor humano e ao mesmo tempo incisivo, informativo? Muitos médicos não sabem como fazer isso”, comenta Couri.

Percepção limitada

Apesar da gravidade da doença, a pesquisa também revelou uma percepção limitada sobre os riscos do diabetes tipo 2. Ao todo, 64% das pessoas com diabetes entrevistadas não seguem o tratamento à risca. “A adesão ao tratamento começa quando o médico abre a porta do consultório, quando o médico levanta para atender o paciente, quando o paciente tem uma consulta digna, quando o médico ouve o paciente. Adesão é muito mais do que explicar como toma o remédio, é acolher o paciente e ser humano na consulta”, explica Couri.

Segundo o laboratório parceiro da pesquisa, 13 milhões de pessoas vivem com o diabetes tipo 1 ou tipo 2 no Brasil. Desse total, estima-se que 90% tenham diabetes tipo 2, no qual o pâncreas produz a insulina insuficiente ou não age de forma adequada para diminuir a glicemia. Ele é mais comum em adultos com obesidade e em pessoas com histórico familiar de diabetes tipo 2. Quase metade das pessoas com diabetes tipo 2 não sabem ter a doença. Além disso, duas a cada três mortes de pessoas com diabetes são ocasionadas por doenças cardiovasculares.

Edição: Wellton Máximo
Fonte indicada: Agência Brasil

Desista já de ser o salvador dos outros!

Desista já de ser o salvador dos outros!

Sabe, muitas vezes passamos a vida tendo a ilusão de que conseguiremos que salvar os outros.

De que temos a necessidade salvar os outros.

De que eles precisam de nós, do nosso apoio, da nossa orientação, da nossa salvação.

Principalmente os nossos pais: pensamos que sabemos o que é melhor para eles, acreditamos perceber exatamente onde estão errados, o que deveriam fazer de diferente para viver melhor, para se curar, para sobreviverem.

Às vezes, não deixamos nossos parceiros em paz: queremos que se desenvolvam, que se interessem pelas mesmas coisas que nós, que evoluam, que aprendam, que se conectem…

Outras vezes, importunamos nossos irmãos ou amigos com orientações e teorias das quais acreditamos que precisem, lhes damos puxões de orelha, tentamos lhes colocar no prumo, sacudir para a vida…

Pior ainda quando nos indignamos por acreditarmos saber o que seria melhor para a sociedade, para o nosso país, para todo mundo…

E, ao tentar “salvar a humanidade”, nos achamos bonzinhos, benfeitores, amáveis, aqueles que vão merecer “o céu”.

E não nos damos conta de que, no meio dessa história toda, esquecemos do mais importante: nós mesmos.

Estamos aqui, neste momento, vivendo esta vida, com o propósito de salvarmos a nós mesmos. Cada um por si, exatamente assim, por mais egoísta que possa parecer. A nossa maior responsabilidade é conosco, e podemos assumir as maiores e mais elaboradas missões com os outros e com o mundo para fugir disso.

Ao olharmos para fora, não precisamos olhar para dentro.

Ao repararmos nas sombras dos outros, não precisamos ver as nossas.

Ao nos indignarmos com as coisas alheias, não enxergamos nossas próprias limitações e a nossa própria involução.

Não nos damos conta que é uma tremenda falta de respeito tentar “salvar” os outros, achar que sabemos o que é melhor para eles, interferir nas suas vidas, ditar regras, chamar a atenção, apontar o dedo.

Não consideramos suas histórias, seus sistemas, tudo o que está envolvido e que, nem que quisermos, não temos como saber a fundo. Muitas vezes, nem eles próprios sabem.

Tiramos-lhes a oportunidade de descobrirem o mundo ao seu modo, de se autoconhecerem, de evoluírem…

Uma das premissas fundamentais das Constelações Familiares é SE COLOCAR NO SEU LUGAR. Nos emaranhamos, nos angustiamos, não nos resolvemos, não ficamos bem, muitas vezes por não estarmos no nosso lugar, tão somente.

É tão simples, mas ao mesmo tempo tão difícil ocupar apenas no nosso lugar.

Mas é nele, apenas, que conseguiremos crescer e ser felizes.

Como anda a sua relação com o dinheiro?

Como anda a sua relação com o dinheiro?

A nossa relação com o dinheiro é bem mais profunda do que a lógica matemática de que, para se viver bem, precisa-se “gastar apenas o que se ganha”. Há vários fatores que influenciam na vinda – e na permanência – do dinheiro nas nossas mãos, e tomar consciência disso pode fazer muita diferença na nossa prosperidade.

O dinheiro é uma energia, e podemos desenvolver habilidades para ter uma boa relação com ele. Segundo as Constelações Familiares, é importante, por incrível que possa parecer, ter uma boa relação com nossos pais para termos abundância financeira. Pois, se ficarmos numa postura de cobrança para com o nosso pai ou a nossa mãe, pensando em como as coisas deveriam ser diferentes, que eles deveriam ter nos dado mais disso ou daquilo, ou que deveriam ouvir as nossas “recomendações” do que é melhor para a vida deles, ficamos numa frequência de carência, e o dinheiro não se faz presente na nossa vida. Precisamos, pois, nos harmonizar internamente com os nossos pais e sermos gratos pela vida que eles nos deram – que já é mais do que o suficiente para que irmos, por nós mesmos, atrás de todo o resto.

Outro ponto fundamental para a prosperidade financeira é buscar o equilíbrio nas trocas, entendendo que as negociações devem manter uma importante equanimidade, de modo que se pague por elas o que realmente valem. Devemos, assim, ficar longe de “tirar vantagens”, ganhar a mais do que merecemos e “chorar” descontos que sabemos não serem justos. Isso tudo afasta o dinheiro da nossa vida. É prezar pelo chamado “equilíbrio entre o dar e o receber”. Não se deve cobrar ou pagar nem a mais, nem a menos do que seja o valor do produto, serviço ou conhecimento fornecido ou adquirido.

Também é fundamental não vermos o dinheiro como um “problema” ou como algo “difícil”, ou “do mal”. Precisamos nos harmonizar com o dinheiro e não fugir de olhá-lo nos olhos, encarando as nossas contas, os nossos rendimentos e abençoando tudo o que entra e o que sai na nossa vida, em termos financeiros. Precisamos manter uma postura respeito, carinho e gratidão para com o dinheiro, tanto o que recebemos, quanto o que gastamos.

É importante também compreender que a energia da prosperidade implica movimento. Precisamos nos doar, verdadeiramente, aos outros, para que o dinheiro surja. Se trabalharmos apenas focados nos ganhos financeiros, e não no benefício que geraremos às outras pessoas, não seremos prósperos.

Bert Hellinger, “pai” das Constelações Familiares, afirma que o dinheiro é vida, é algo espiritual, sendo que ninguém pode sobreviver na sociedade sem dinheiro. Ele assevera que o dinheiro quer ficar com aqueles que o ganharam honestamente e que o multiplicamos quando o usamos “a serviço da vida”, pois ele se alegra em ser gasto com algo bom , que leva a vida adiante, e retorna a nós “ainda mais rico”.

Ainda, ele salienta que ter dinheiro é ter uma responsabilidade. A responsabilidade de movimentar a nossa vida, assumir as nossas decisões e caminhar pelas nossas próprias pernas.

Desta forma, se quisermos ter prosperidade e abundância, devemos largar a postura de carência e tratar o dinheiro como uma energia, respeitando-o, vendo-o positivamente, sendo grato pela sua existência, o movimentando-o de forma benéfica a nós e aos outros, respeitando o equilíbrio entre o dar e o receber e tendo responsabilidade na sua utilização, sempre a serviço da VIDA.

Saiba o que é o Estranhamento parental e como filhos adultos estão se distanciando de seus pais.

Saiba o que é o Estranhamento parental e como filhos adultos estão se distanciando de seus pais.

De acordo com o Laboratório de Comunicação e Relacionamentos Familiares da Universidade Estadual de Utah, a maioria dos distúrbios familiares começa quando a comunicação  diminui tanto em qualidade quanto em quantidade.

“Minha filha costumava compartilhar tudo comigo, e agora eu recebo uma mensagem superficial ou um telefonema apenas quando ela realmente precisa de algo”, reclama um cliente, relatando que “parece que ela está sempre me criticando ou me julgando , o que me faz perder a paciência e antes que alguém se dê conta, deixamos de nos falar há semanas.

Quando eu finalmente ligo, eu nunca falo para ela sobre algo realmente importante. “Restringir a comunicação verbal não é necessariamente uma indicação de estranhamento, mas para muitos jovens adultos, é o primeiro passo em uma nova tentativa que pode durar uma semana, um ano ou mesmo décadas.”

Alguns dados sugerem que o Estranhamento entre pais e filhos afeta quase tantas famílias quanto o divórcio. [1] Enquanto pais e filhos expressam suas razões de insatisfação com o relacionamento nos consultórios dos terapeutas, Katherine Scharf, diretora do Laboratório, é a primeira a conceituar o estranhamento como um contínuo e descrever seus elementos como comportamentos distanciadores que as crianças aprendem e quando crescem empregam com seus pais.

No livro “Você não é bem-vindo aqui”, [2] Scharf categoriza oito ações que jovens adultos realizam para manter a separação física, mental e emocional de seus pais. É a combinação e a gravidade dos componentes, em vez de qualquer comportamento individual, que determina o grau de estranhamento. E como o estranhamento é um processo e não um evento binário, o movimento ao longo do contínuo da distância é dinâmico, no lugar de fixo.

Criar a distância física torna mais fácil para esses jovens manter um limite interno entre a presença e a ausência de sentimentos negativos ocasionados pelas interações com os pais.

Ignorar as obrigações e expectativas do papel familiar é outro componente do continuum. “Deixei de ser a filha quieta, acomodada e obediente, e eles não conseguiram lidar com isso”, disse uma mulher de 35 anos. “Eu disse não aos sonhos e expectativas deles, e defendi o meu próprio. Eu me divorciei, o que era imperdoável, e então tive um filho fora do casamento, o que foi ainda pior. Eu não apareci para o funeral do meu pai depois que ele disse que eu não era mais bem-vinda. Mas eu estou lentamente encontrando meu caminho de volta para minha mãe.”

O desejo desta mulher de se reconciliar com sua família – não apenas com sua mãe, mas seus irmãos, que se tornaram parte do distanciamento – é “às vezes um desejo, outras vezes uma dor, dependendo de quão vulnerável eu me sinto”. Às vezes quero voltar a fazer parte daquela família, mesmo que eu sentindo que tenha sido substituída.”

O estranhamento parental é tipicamente um aspecto, mas não a totalidade do relacionamento pai / filho adulto. As estratégias que os filhos adultos empregam para encontrar e manter uma distância satisfatória de seus pais incluem diminuir o contato significativo, reduzir a quantidade de contato,  diminuir os sentimentos positivos mútuos e aumentar sentimentos negativos.

Outros limitam o esforço que colocam no relacionamento, e alguns até tomam medidas legais para dissolver quaisquer laços oficiais.

Os sentimentos de mágoa e ódio servem a um propósito para esses filhos adultos, capacitando-os a resistir a tentativas renovadas de reconciliação e protegendo-os de reentrar no relacionamento abusivo com seus pais.

“Ao falar de seus pais fora da família, eles tentam formar uma nova família”, disse o autor do estudo.

Uma descoberta interessante e aparentemente contra-intuitiva na pesquisa foi que adultos que não conversavam com seus pais frequentemente não tinham necessariamente a pior comunicação de qualidade; às vezes, a distância tornava a relação mais fácil. E, embora ignorar as expectativas de função e reduzir o esforço de relacionamento fosse mais fácil após o afastamento, muitos participantes do estudo relataram que afastar-se era mais fácil do que ficar longe para sempre. Alguns disseram que a maneira mais eficaz de reduzir o efeito que as ações dos pais tiveram sobre seu próprio bem-estar emocional foi se recusar a assumir responsabilidade pelas ações de seus pais e se concentrarem em suas próprias vidas.

Todas as famílias infelizes são infelizes à sua maneira, o que explica por que a experiência de um distanciamento familiar de uma pessoa é diferente da de outra pessoa. Ao contextualizar o estranhamento como um evento dinâmico, e não fixo, no funcionamento familiar, a pesquisa aponta o caminho para a possibilidade de reconciliação, ou pelo menos reaproximação, em ambos os lados do hiato de geração.

Texto traduzido e adaptado  de Psychology Today

Via Psicologias do Brasil

Chega de procurar fora o que só pode encontrar dentro!

Chega de procurar fora o que só pode encontrar dentro!

Muitas vezes sentimos um vazio existencial e, sem nos darmos conta, saímos por aí tentando preencher ele com coisas que não tem nada a ver: comprando demais, comendo demais, bebendo demais, “namorando” demais, “festando” demais, dramatizando demais, e por aí vai…

Só que esses “demais” acabam sempre em dor de cabeça. Claro, além de não preencherem o nosso vazio, nos geram prejuízos, das mais diversas ordens.

Ou, então, ficamos esperando aquele evento que tanto falta para a nossa vida ficar completa: a formatura, o trabalho dos sonhos, o encontro da nossa “alma gêmea”, o casamento, a chegada dos filhos, a reconciliação com aquela pessoa, aquele curso especial. Mas daí o tal fato, finalmente, acontece, mas a revolução esperada não. Ainda nos sentimos incompletos…

Algumas vezes, os excessos são com buscas: buscamos ajudas demais, orientações demais. Tentamos médico, reiki, constelação, psicólogo, regressão, centro espírita, etc. Tudo ajuda um pouco, sem dúvida, mas nada dá aquele “boom” que esperávamos na nossa vida. No fundo – ainda que um pouco melhorados – continuamos os mesmos. E lá vamos atrás de um outro guru, um novo curso, a mais nova terapia, sempre com a esperança de que, ora ou outra, vamos encontrar aquilo que irá nos transformar, enfim.

Pode levar algum tempo até nos darmos conta que nada, absolutamente nada que venha de fora pode preencher um vazio que é interior.

Certamente muitas coisas ajudam, sim, a encontrar o nosso caminho – que é sempre para dentro – mas percorrê-lo, com todos os seus obstáculos e com todas as distrações, desbravando-o trecho a trecho, é algo que só podemos fazer sozinhos.

O primeiro passo é parar, olhar para si e dizer: então tá, sou eu mesmo, vamos começar.
Evoluir, de fato, é trilhar o caminho do autoconhecimento, do “apaixonamento” por si mesmo, de descobertas imprevisíveis, de eventuais mudanças de trajeto, reajustes de rotas, até mesmo de dor, choro e resistência, mas também de deslumbramento com toda a beleza e toda a força que possuímos em nosso interior.

Mais do que preencher um vazio, o caminho para dentro é algo que nos liberta, que nos mostra que não precisamos de muito pouco para sermos felizes: precisamos apenas de consciência do qual especial é estar vivo!

Sem esquecer que o objetivo não é chegar a nenhum “final”, mas aprender a curtir a caminhada, apreciar a paisagem, sentir o nosso crescimento, ver o nosso coração se abrir, a vida florescer, enfim.

Imagem de Анастасия Гепп por Pixabay

O amor chegará, o amor te encontrará

O amor chegará, o amor te encontrará

Tudo na vida tem seu tempo certo, mesmo o amor. Embora ansiemos por amarmos e sermos amados com sofreguidão, sem pausas, dada nossa natureza apaixonadamente humana, em certos momentos teremos que enfrentar a companhia de ninguém mais do que a de nós mesmos – e isso também é extremamente enriquecedor.

Todos sabemos o quanto criar expectativas demasiadas pode ser danoso ao nosso equilíbrio interior e ao nosso caminhar sereno, pois poderemos nos prender a idealizações, sem agir com o que existe de real e possível em nossas vidas. Esperar ansiosamente por um amor verdadeiro da mesma forma nos impedirá de olhar para o lado, onde esse amor já pode se encontrar.

Devemos, sim, correr atrás de nossos sonhos, mas de forma saudável e racional, pois não conseguiremos um emprego, por exemplo, sentados em frente à televisão, comendo pipoca. Há que se lutar. É preciso, no entanto, observar o que a vida está nos disponibilizando naquele momento e utilizar aquilo tudo em prol de uma existência feliz e completa, sem ânsia, sem correria, sem aflição, ou paralisaremos.

Temos que manter um equilíbrio entre o “deixar estar” e o “fazer por onde”, aceitando os nossos limites, aprendendo com as eventuais falhas, aproveitando as oportunidades eticamente, sem atropelar as fases que compõem os degraus que sustentam as nossas vidas. Carência excessiva, nesse caso, acabará por enganar os nossos sentidos, embaralhando-os, de forma a nos confundir quanto à verdade de quem quer entrar em nossas vidas e compartilhar com inteireza nossos sonhos.

A vida é generosa e está sempre pronta a nos presentear com gratas surpresas, muitas das quais, infelizmente, passam-nos despercebidas. Precisamos exercitar a gratidão e o olhar otimista em relação a tudo de bom que nos rodeia, para que consigamos experenciar prazerosamente cada momento especial por que passamos, pois é dessa forma que nos lançaremos aos encontros mágicos e fortalecedores com as pessoas com as quais poderemos sempre contar e com quem, entre elas, será o abraço caloroso e duradouro de nosso caminhar.

O amor virá até nós – e vice-versa -, estejamos ou não o procurando, queiramos ou não, muitas vezes inesperadamente. Chegará sorrateiro, ou mesmo de maneira avassaladora, mas com certeza nos encontrará. Porque então estaremos completos, prontos e seguros para nos lançarmos ao seu encontro, pois teremos construído um caminho repleto de prazeres e de verdades, ou seja, de tudo aquilo de que o amor sincero e verdadeiro se alimenta. Sim, encontraremos o amor de nossas vidas.

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Infeliz é quem celebra a derrota dos outros por não ter nenhuma vitória para celebrar

Infeliz é quem celebra a derrota dos outros por não ter nenhuma vitória para celebrar

Obter sucesso é a meta de todo mundo, o que varia é o conceito de sucesso que cada um tem. Para alguns, sucesso é estabilidade financeira; para outros, sucesso é conseguir o emprego dos sonhos; para poucos, talvez, sucesso tem a ver com a felicidade pessoal; para muitos, ter sucesso é ter poder de compra, beleza física e popularidade social e/ou midiática.

No geral, associamos o sucesso às obtenções que conseguimos trazer para nossas vidas, as quais se relacionam aos objetivos que priorizamos para nós. Poderemos sentir que obtivemos sucesso, por exemplo, ao nos casarmos e constituirmos família, ou quando conseguimos uma promoção no trabalho, quando nos curamos de um problema sério de saúde, quando conseguimos comprar algo que tanto desejávamos, ao alcançarmos o peso visado. Cada um sente de um jeito, do seu jeito.

Ocorre que, hoje, a mídia, em geral, dissemina uma ideia de sucesso fortemente atrelada ao sucesso financeiro, o que não necessariamente é ruim, uma vez que a ambição é algo positivo, quando não passa por cima da ética e dos cuidados para com nossos sentimentos e com os sentimentos dos outros. O sucesso, afinal, seja em qual setor for, nunca deveria ser alcançado às custas da dor do outro, ou seja, em detrimento da própria dignidade. Trair, mentir, puxar tapetes, devem ficar fora disso tudo.

Nesse contexto, infelizmente, há muita gente invejando o sucesso do outro. Em vez de tirarem lições para si quando alguém conquista algo, muitos não suportam admirar e por isso querem mais é que o outro caia, perca, volte para trás. Trata-se de pessoas, em sua maioria, infelizes, que se sentem incapazes de crescer e não suportam assistir ao crescimento de ninguém mais. Não saem do lugar e, portanto, querem que todo mundo seja um derrotado.

Daí ser difícil encontrar quem torça sinceramente pelas nossas conquistas. Para muitos, sorrir com a derrota alheia é bem mais fácil do que vibrar com as vitórias que não são suas. Não faz mal. Na verdade, o que importa é a gente se sentir bem com o que possui, com quem faz parte de nossa vida, com os frutos que colhemos, mesmo com aqueles amargos que tanto nos ensinam. Quanto mais nos importarmos com o outro, mais nos afastamos de todas as alegrias que nos aguardam diariamente. E, acredite, são muitas.

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“Um sonho não interpretado é como uma carta não aberta”

“Um sonho não interpretado é como uma carta não aberta”

Sigmund Freud revolucionou os estudos do inconsciente ao escrever seu primeiro livro: A interpretação dos sonhos, em 1900. Assim, Freud apresentou o método de relato e interpretação dos sonhos como uma via de acesso ao nosso inconsciente.

Além disso, foi Freud com a interpretação dos sonhos liderou uma das maiores rupturas na ciência: o saber sobre o sujeito. Ele explicou como advém e operam os sonhos e suas conexões com o nosso lado culto, onde seus conteúdos eram trazidos por experiências anteriores, desejos e traumas. Então, caracterizou quatro tipos de fontes de sonhos:

1. Excitações sensoriais externas (objetivas, onde todos os ruídos indistintamente percebidos provocam imagens oníricas correspondentes);
2. Excitações sensoriais internas (subjetivas dos órgãos dos sentidos);
3. Estímulos somáticos internos (orgânicos);
4. Fontes psíquicas de estimulação (material importante ao alcance do inconsciente caminho para o tratamento psicanalítico).

Nesse campo teórico, os sonhos apresentam três entidades distintas: o sonho manifesto, os pensamentos oníricos latentes e seu funcionamento. São nos sonhos que matamos ou morremos como “mocinhos” ou “bandidos”, construímos e destruímos coisas, espaços, cenários, pessoas, etc., conforme os absurdos soniais.

É por isso, que em geral, os sonhos são inquietantes e provocações que temos que enfrentar, e que podem ser de fácil interpretação. Porém, existem os sonhos de difícil decodificação, por serem desagradáveis ou pesadelos, porque eles estão em um ambiente de imprevisibilidade, que se manifestam de modo simbólico, para compensar a repressão dos nossos desejos.

Por conseguinte, Freud encontrou na interpretação dos sonhos um itinerário eficiente para decifrar a linguagem do inconsciente, que era articulada com as reminiscências biológicas, psíquicas e culturais de seus pacientes, demonstrando que os sonhos possuem a função de integrar os próprios “enigmas” na vida dos sujeitos.

A psicanálise desvendou que as imagens dos sonhos têm a força das palavras, que estão impregnadas de mensagens, que confundem os sonhadores. E, por esse motivo, que as narrativas dos sonhos realizadas pelos pacientes aos médicos ou terapeutas, da era vitoriana, eram vistas como destituídas de sentidos. É como diz o Talmude: “Um sonho não interpretado é como uma carta não aberta”.

Entretanto, foi Freud que mostrou que os sonhos têm significados e uma linguagem própria, que podem ser interpretados. Ele também percebeu através da escuta de seus pacientes, que os sonhos contribuem para estruturar os quadros patológicos, que eram fenômenos da vida cotidiana.

Enfim, podemos concluir que os sonhos são comunicações importantes de nós para nós mesmos. Se não conhecermos a linguagem em que são escritos, esqueceremos uma grande parte do que sabemos e falamos a nós mesmos, nas horas em que estamos desocupados com as coisas do mundo exterior.

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Jackson César Buonocore é Sociólogo e Psicanalista

Rubem Alves: um pássaro encantado eternizado em muitos corações

Rubem Alves: um pássaro encantado eternizado em muitos corações

“Porque os anjos são homens nascidos sem asas, é o que há de mais bonito, nascer sem asas e fazê-las crescer”.

José Saramago

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Já li essa frase do Saramago inúmeras vezes, e como sempre gosto de repetir, esse autor estupendo tinha o poder de escrever textos e livros que permitem as mais diversas interpretações e aprendizados.

Na data em que publico esse texto me bate uma saudade grande de um dos senhores que mais me inspira, principalmente com relação à escrita, o querido Rubem Alves, que nos deixou no dia 19/07/2014.

Lendo um pouco sobre a biografia dele e as diversas fases que ele vivenciou, essa frase se encaixa perfeitamente. Aliás, vale destacar que o Saramago era um dos autores que ele amava. Não duvido que ele tenha lido quase a totalidade dos seus livros…

O Rubem foi um menino meio traquina que nasceu em 1933 numa cidadezinha de Minas Gerais chamada Boa Esperança. Tinha muitos sonhos, assim como toda criança. Muitos dos seus parentes achavam que ele se tornaria um engenheiro, porque gostava de mexer, de futricar em coisas quebradas, ou para tentar consertar ou para criar brinquedos.

Em diversas crônicas ele escrevia o quanto amava criar seus próprios brinquedos e refletia sobre o quanto esse exercício desenvolve a nossa inteligência. Mas a vida e toda a sua curiosidade o fez trilhar os mais diversos caminhos, foi pastor, formou-se em Filosofia, fez doutorado em Teologia nos EUA, lecionou por muitos anos na UNICAMP, apaixonou-se pela literatura infantil, pela jardinagem, por contação de histórias, pela psicanálise etc. etc.

Ele nasceu sem asas, assim como todos nós, mas ao longo da vida suas asas foram crescendo e ele foi se tornando esse pássaro encantado, capaz de hipnotizar até os que nunca tiveram vontade de abrir um livro para ler.

Inclusive, quando converso com pessoas que dizem pra mim que não gostam de ler, que é só abrir um livro que começam a dormir. Eu digo assim: “Você já ouviu falar de um autor chamado Rubem Alves? Pegue algum livro dele pra ler que provavelmente sua concepção sobre as leituras vai mudar…”. E posso afirmar que já obtive feebacks mega positivos de pessoas que aprenderam a amar a leitura a partir dos livros do Rubem!

As asas são uma das mais belas simbologias para a liberdade, uma palavra que para ele tinha uma magia e sedução quase inimagináveis. Talvez esse seja um dos pontos que mais me faz ser fã dele. A estória da menina e o pássaro encantado, que era uma das suas favoritas, expressa essa liberdade de forma belíssima. O pássaro só podia ter seu encantamento se vivesse livre e pudesse viajar para os mais distantes lugares quando sentisse vontade. Viajava para voltar cheio de histórias bonitas sobre os locais que visitou e trazendo as cores de lá impressas em suas penas.

E essa liberdade era muito expressada também na analogia com a lagarta que vira borboleta após passar por um longo e dolorido processo de sair do seu casulo. Ela não pode ser ajudada por ninguém que queira facilitar esse processo, porque se isso ocorrer, ela fica muito frágil e acaba morrendo sem alcançar o mais alto dos céus…

Essa é outra bela interpretação da frase do Saramago. Nós nascemos sem asas e as fazemos crescer a partir dos sofrimentos que vivemos ao longo da vida, que nos ajudam a amadurecer, e à medida que esse amadurecimento acontece vamos nos tornando mais leves, mais serenos, já não temos mais aquela pressa maluca da juventude, na qual queremos fazer um monte de coisas ao mesmo tempo!

Ele na velhice tinha essa leveza e serenidade, que se refletia não apenas nos diversos livros belíssimos que escreveu, mas também no amor que ele dedicava aos seus netos. Diversas crônicas foram inspiradas em vivências singelas com as netas. Tenho certeza que nesse convívio próximo, ele ensinou tanto os filhos quanto os netos a também desenvolverem suas asas e alçarem altos voos…

Enfim! Falar sobre Rubem Alves é falar de amor, de poesia, de cuidado, de criatividade, de infância, de brinquedos, de Ipês amarelos (que eram os seus favoritos), de Deus, da mente humana, de Filosofia, de comidas gostosas, de Educação, de sonhos, de futuro, de amizade etc. etc.

Essa é só uma pequena homenagem a esse senhor que nos deixou em 2014, mas que se eternizou no coração de milhares de pessoas…

Por Isaias Costa

Abrigo no RJ só contrata pessoas sem-teto que amam animais

Abrigo no RJ só contrata pessoas sem-teto que amam animais

Há mais de três anos, um casal resgatou um cachorro que estava do lado da estrada perto da floresta no Rio de Janeiro. A cachorra chamado Mabel era idosa e, embora o casal já tivesse seis cães, eles acreditavam acreditaram que uma a mais não afetaria em nada.

Para a surpresa de ambos, Mabel estava grávida e ela deu à luz sete filhotes. Rapidamente o casal percebeu que eles tinham dobrado o número de cães em casa em apenas um dia e inconscientemente.

Felizmente, eles conseguiram encontrar um lar a quatro dos sete filhotes e ficaram com dois. Desde então, o resgate de animais e o ativismo pelos direitos dos animais se tornaram uma parte importante de suas vidas. Sua matilha cresceu para 23 cães e eles coletaram, encorajaram e colocaram para adoção dezenas de outros.

Além disso, nos últimos anos, o casal adquiriu uma nova abordagem: trabalhar com moradores de rua que vivem nas ruas com seus animais de estimação. No primeiro caso, é uma situação desoladora e deprimente, porque muitos supõem que animais que vivem nas ruas com pessoas desabrigadas são maltratados.

Mas na verdade é o contrário. O vínculo que se forma entre os sem-teto e seus animais de estimação é muitas vezes forte, profundo e muito estável. A necessidade mútua e o resultado de uma intensa devoção fazem com que os animais e os sem-teto desenvolvam uma amizade inspiradora entre si.

contioutra.com - Abrigo no RJ só contrata pessoas sem-teto que amam animais

É um pouco complicado explicar como é impactante ver uma pessoa faminta e sem-teto receber uma comida de que necessita urgentemente, e sem pensar duas vezes, dividi-la instantaneamente em duas para compartilhá-la com seu cachorro ou gato faminto.

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Como David Miranda e sua esposa se tornaram ativistas reconhecidos, eles produziram vários documentários sob a direção da unidade de filmagem criada pela diretora vencedora do Oscar, Laura Poitras.

O primeiro, “Passarinho”, contou a história de um ex-condenado que agora vive nas ruas, vendendo frutas e dedicando-se aos cuidados de seus dois cachorros. O outro, “Karollyne”, detalha a surpreendente história de uma mulher trans, que é a matriarca de uma família sem-teto que se refugia em um edifício abandonado e cuida de dezenas de cães, gatos, macacos e outros animais, a maioria dos quais foram cruelmente abandonados por pessoas que levaram seus animais indesejados para a floresta e os abandonaram.

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Aproveitando-se desses exemplos enriquecedores, David e sua esposa decidiram criar um novo modelo de cuidado, que aproveita o vínculo único e poderoso dos sem-teto e dos animais abandonados. Eles desenvolveram um plano para um novo tipo de refúgio, um único.

A ideia central é que o abrigo de animais funcione como qualquer outro: o fornecimento de resgate, assistência médica, relocação e alimentos, bem como uma campanha pública para incentivar adoções e criar um site centralizado para que as pessoas que perdem animais de estimação e pessoas que encontram animais perdidos se conectem entre si.

No entanto, seu atributo único é que o abrigo será atendido exclusivamente por moradores de rua que vivem nas ruas com seus animais de estimação e, portanto, têm uma afinidade comprovada para cuidar de animais em necessidade.

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O objetivo é, ao mesmo tempo, capacitar e melhorar a vida do maior número possível de pessoas e animais desabrigados. O casal sinceramente espera e acredita no sucesso deste projeto e espera que ele sirva de modelo para inspirar outros abrigos em todo o mundo.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Nation.
Fotos: Reprodução/Nation.

Não tem como ser um erro se foi um caminho

Não tem como ser um erro se foi um caminho

Ainda de férias, ontem assisti ao arrebatador “Questão de Tempo” (About Time – 2013) com meu filho. Entre travesseiros, cobertores e edredons que julho trouxe, e na penumbra do quarto escuro, o filme com mais de 120 minutos se desenrolou ligeiro e, quando os créditos finais subiram, eu estava em prantos. Ao mesmo tempo, grata por ter vivenciado esse tempo bom ao lado do meu menino que está crescendo rápido demais.

Muito além de uma comédia romântica água com açúcar, o longa de Richard Curtis faz uma belíssima reflexão acerca de nossas escolhas e sobre a forma como decidimos usufruir nosso tempo. A pergunta que o filme sugere é: “E se cada momento da vida viesse com uma segunda chance?”

Há tempos não assistia a um filme que despertava tantas emoções em mim, e confesso que desde então tenho feito o exercício de me esforçar para estar inteira no que faço, e de tornar todos os momentos prazerosos, até aqueles mais difíceis ou complicados.

Quanto à questão das escolhas, ou o que eu faria se a vida me desse uma segunda chance, penso que tudo o que experimentei até aqui foi necessário para que eu me tornasse quem eu sou e, no fim das contas, eu gosto do que vejo. Sendo assim, tudo o que aconteceu até o momento, seja bom ou ruim, foi um caminho.

Não tem como ser um erro se foi um caminho. Não tem que haver arrependimento se você deu o seu melhor. Não tem que sentir culpa, se você foi de verdade. Não tem como achar que foi tempo perdido, se de alguma forma te modificou para sempre.

Queria te dizer que quando você se sentir tentado a lembrar do passado com arrependimento ou mágoa, faça o exercício de imaginar como estaria sua vida hoje se você tivesse sido poupado das “provas de fogo” pelas quais já passou. Nem sempre as dores são infortúnios, muitas vezes elas são bênçãos disfarçadas. Muitas vezes nos lapidam, aprimoram, e nos dão a capacidade de reverenciar os momentos de uma forma que seria inimaginável antes.

Bartolomeu Campos de Queirós, em seu “Vermelho Amargo” que me fascina, escreveu: “Há dias em que o passado me acorda e não posso desvivê-lo”. Bartolomeu e nós, meros mortais, realmente não podemos desviver o passado como os personagens de “Questão de tempo”. Viagens no tempo estão fora de cogitação, e por isso torna-se primordial viver o tempo que nos resta com maestria, entendendo que, se assim o fizermos, é desnecessário almejar superpoderes que nos permitam refazer nossa jornada, pois teremos olhado a vida com tanta sensibilidade e presença, valorizando quem amamos e os instantes mágicos que vivemos, que não restará nem sombra de arrependimento.

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Eles encontraram sacolas plásticas dos anos 90 limpando uma praia no México. Elas ainda não chegaram perto de degradar

Eles encontraram sacolas plásticas dos anos 90 limpando uma praia no México. Elas ainda não chegaram perto de degradar

A poluição é um problema que exemplifica a resposta tardia que os humanos geralmente têm em relação a certos eventos, até que tragédias ocorram, nenhuma previsão é feita.

Os seres humanos estão batendo e forte no planeta, e haverá um ponto onde isso não mais impedirá tragédias de acontecerem. No último dia 8 de junho foi celebrado o Dia Mundial dos Oceanos, uma data que eles aproveitaram no México, especificamente em Mazatlán (Sinaloa) para limpar a praia de Gaviota.

Centenas de voluntários juntaram-se ao belo trabalho, mas foram recebidos com a desagradável surpresa de receberem embalagens de plástico e algumas garrafas dos anos 80 e 90, que acendem dois alarmes inquietantes: confirma todos os anos que são necessários para degradar o plástico e mostra que ainda há muito trabalho a ser feito, há muitas áreas que foram negligenciadas por algum tempo e que devem ser recuperadas.

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Eles também se depararam com elementos de vidro, pontas de cigarro muito prejudiciais (é o principal poluente dos oceanos) e embalagens de cerveja. Foram recolhidas 373 pontas e 735 recipientes plásticos para um total de 480 kg de lixo, quase meia tonelada.

Elementos como garrafas de plástico podem levar até 500 anos para degradar, sacos 150 anos, vidro de 4000 anos, latas 10 anos, goma de mascar 5 anos. Tantas coisas que duram por séculos contaminando, e isso não incomodaria ninguém com um pouco de cultura e vontade.

Matéria extraída e adaptada por A Soma de Todos os Afetos, do site UPSOCL

Voluntários de todo o mundo estão levando avós para passear de bicicleta

Voluntários de todo o mundo estão levando avós para passear de bicicleta

O “Cycling Without Age” (pedalando sem idade em tradução livre) é um movimento que começou em 2012 com a ajuda da empresa Ole Kassow, na Dinamarca. A empresa queria ajudar os idosos a voltar a utilizar as suas bicicletas, mas eles precisavam encontrar uma solução que pudesse driblar as limitações de mobilidade que muitos idosos tem naturalmente.

Felizmente a ideia fluiu e a resposta foi adicionar uma espécie de cadeira baixa à frente da bicicleta. O projeto começou a oferecer passeios gratuitos de bicicleta para residentes de casas de repouso locais e é agora uma iniciativa que se espalhou para mais de 38 países ao redor do mundo.

Muitos idosos têm problemas de mobilidade. Assim, as caminhadas ou saídas são feitas de carro ou simplesmente não têm a possibilidade de sair. Neste projeto, essa barreira é quebrada e permite que os idosos desfrutem de passeios ao ar livre, com a ajuda de voluntários.

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O processo de transporte pode variar de um país para outro, mas a essência é a mesma, uma pessoa se inscreve como voluntária e depois passa por um programa piloto. A fim de certificar-se de que você pode segurar transportar uma pessoa no carrinho acoplado à bicicleta, uma vez que é bastante diferente de andar de bicicleta de maneira convencional.

Os voluntários também não têm dias para caminhar, eles podem pegar os idosos quantas vezes quiserem, seja especificando compromissos antecipadamente ou simplesmente entrando no asilo e perguntando “Quem quer um passeio?”

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Atualmente, mais de 1.100 filiais em todo o mundo oferecem passeios de bicicletaa velhinhos que sentem falta do vento soprando sobre seus cabelos.

Uma boa maneira de criar laços e desfrutar de atividades ao ar livre. E você, levaria um vovô ou uma vovó para passear?

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Nation.
Fotos: Reprodução/Nation.

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