O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou a TV Globo a pagar uma indenização de R$ 10 mil a Suzane von Richthofen por divulgar, em uma matéria exibida no programa Fantástico em junho de 2018, um laudo psicológico que era sigiloso. A decisão, contudo, ainda cabe recurso.
O documento foi elaborado para avaliar se a então detenta tinha condições de progredir para o regime semiaberto. O laudo concluiu que Suzane não representava um perigo à sociedade, mas apontava traços de personalidade manipuladora e agressividade disfarçada.
Suzane ingressou com ação contra a emissora alegando violação de sua liberdade, destacando que o caso corria sob sigilo judicial. O desembargador Rui Cascaldi, relator do processo, destacou que, mesmo sendo uma figura amplamente conhecida pelo crime cometido em 2002, ela possui direitos individuais que devem ser resguardados. “Essa espécie de divulgação, resguardada a liberdade que a imprensa deve ter em um país democrático como o Brasil, transborda a mera informação”, afirmou o magistrado.
A decisão foi mantida em segunda instância, mas a Globo ainda pode recorrer a tribunais superiores.
O caso Richthofen
Suzane von Richthofen ficou conhecida nacionalmente em 2002, após o assassinato de seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em um bairro nobre de São Paulo. O crime foi cometido com a ajuda do então namorado dela, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos. Condenada a 34 anos e 7 meses de prisão, Suzane atualmente cumpre pena em regime aberto.
