Dança das sombras- Gruppe Pilobolus

Dança das sombras- Gruppe Pilobolus

A mágica acontece quando os bailarinos posicionam-se por trás das cortinas e realizam sua apresentação coreográfica num espetáculo de sombras. Quando seus corpos se justapõem, novas imagens e histórias são criadas e a nós, pobres mortais, só resta assistir a tudo encantados e com o sorriso nos lábios.

Change by Tracy Chapman

Change by Tracy Chapman

Tracy Chapman (Cleveland, Ohio, 30 de Março de 1964) é uma cantora de folk, blues e soul norte-americana, vencedora por diversas vezes do Grammy Awards, tornada mundialmente famosa por suas canções “Fast Car”, “Baby Can I Hold You”, “Give Me One Reason” e “Sorry” .

Abdel Sellou, o retrato de um intocável

Abdel Sellou, o retrato de um intocável

Como a improvável amizade entre um vigarista carismático e um aristocrata francês mudou para melhor a vida dos dois
Por Liliane Charrier

Abdel e Philippe no Museu de Arte de Buchhein, na Alemanha, em 2012.

Abdel Sellou nunca esquecerá aquele primeiro encontro. O aviso da agência nacional de empregos chegou numa manhã chuvosa de dezembro de 1994, em Paris, e requeria que ele se candidatasse a uma vaga: “Auxiliar e companheiro para tetraplégico”. Abdel nem se deu ao trabalho de ler até o fim. Para ele, era sempre a mesma coisa: conseguir que assinassem o aviso para provar que fora à entrevista.

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Com 23 anos, ele já cumprira 18 meses de prisão por furto e assalto. Depois, arranjara emprego numa pizzaria e ficara tão entediado que fez todo o possível para ser demitido. Ele não tinha escrúpulos de se beneficiar do sistema. Durante dois anos, conseguiria ganhar quase tanto dinheiro quanto se trabalhasse.

A entrevista era na Avenue Leopold-‑II, Paris 16, uma região próspera da capital francesa. Na entrada de uma grande mansão, instalada num hectare de jardins verdejantes, Abdel ficou um instante parado. Então, num interfone embutido no muro de pedra, disse:

– O anúncio de emprego, para auxiliar e tudo mais, é aqui?
– Entre, senhor – respondeu o dono de uma voz cortês.

Uma entrada para automóveis, depois outra. Abdel finalmente percebeu que não estava na sede de uma empresa, mas numa residência particular. A casa era tão grandiosa – quadros de grandes mestres, cômodas de estilo imperial com puxadores dourados, mesas marchetadas de pé central – que o deixou sem fala. Com o jeans desbotado e o paletó puído, ele não combinava com a decoração.

Quando o homem na cadeira de rodas indicou que podia se aproximar, Abdel o olhou de cima a baixo.
– Bom dia, pode assinar aqui? – perguntou Abdel. – É para o seguro-desemprego.

Sem se perturbar, o homem na cadeira de rodas respondeu:
– Não está vendo? Não posso fazer nada sozinho. Sou tetraplégico e preciso de alguém que me ajude e me acompanhe por toda parte.

Philippe Pozzo di Borgo sentiu nesse rapaz rude um toque de selvageria que o encantou. Ele precisava ser sacudido, não inspirar pena.
– Está interessado? – perguntou a Abdel.

Interessado? Isso seria ir longe demais. Porém, assim como aquele feixe de infortúnio diante dele, condenado para sempre à sua cadeira de rodas, o rapaz não tinha nada a perder.

Abdel Yamine Sellou tinha 4 anos quando trocou a Argélia por Paris para morar com tio Belkacem e tia Amina, que não tinham filhos e se tornariam seus novos pais. Não era raro que famílias árabes do Norte da África dessem filhos a parentes que não podiam tê-los. Ele foi com o irmão Abdel Ghany, um ano mais velho. Seriam criados num país onde teriam de aprender uma nova língua, num apartamento de três quartos num conjunto residencial no bairro parisiense de Beaugrenelle.

Os pais adotivos não impuseram restrições. A porta estava sempre aberta. Abdel dava ordens aos novos pais para obter o que queria. Ninguém o impedia de assistir ao filme das noites de domingo nem verificava se chegava atrasado à escola ou fazia o dever de casa. E ninguém queria saber onde estava quando saía para furtar o supermercado da esquina. Ele aproveitou ao máximo a liberdade que lhe davam.

Qualquer desculpa valia para suas falcatruas: forçar crianças menores a lhe entregar os tênis novos na escola, servir-se diretamente das prateleiras do supermercado e de lojas esportivas sem passar pelo caixa e até furtar a câmera fotográfica de turistas americanos que faziam fila na base da Torre Eiffel. Uma, duas, 20 vezes Abdel foi levado para a delegacia. Assim que fez 18 anos, foi parar na prisão de Fleury-Mérogis.

Mas nada preparara o rapaz sem lei para passar os dias tomando conta de um inválido. Cruzar os braços de Philippe sobre a barriga para fazer o sangue circular, empurrar seu peito para a frente, carregá-lo até a cadeira, esticar seus membros, arrumá-‑los direito, calçar-‑lhe os sapatos.

Abdel passou a morar na casa e cuidava de Philippe desde bem cedo pela manhã. Reunidos quase por acidente, pouco a pouco Abdel começou a desenvolver afeição por aquele homem deficiente. Como escreveu na sua autobiografia: “Diante desse homem que tinha generosidade de espírito para rir, vi que havia mais a nos ligar do que apenas trabalho. Nada a ver com contratos ou obrigações morais. Ele abriu os meus olhos para um mundo que eu pensava odiar: o mundo daqueles que têm tudo.”

Até a queda de parapente que o deixara tetraplégico em 1993, Philippe, descendente da grande aristocracia francesa, fora um dos diretores da prestigiada Casa Pommery, produtora de champanhe. Agora, como não podia mais praticar atividades físicas, o intelectual esclarecido e amante das artes passou a apreciar ainda mais as atividades do intelecto. Abdel passava horas virando milhares de páginas de livros intermináveis.

“Que tijolos são os seus livros”, disse-lhe Abdel e, com ar travesso, acrescentou: “Seriam perfeitos para derrubar um policial!”

Abdel passara mais tempo aprendendo nas ruas do que na escola, mas, mesmo assim, começou a dar olhadelas furtivas para ler sobre o ombro do patrão. Na atmosfera silenciosa da mansão na Avenue Leopold-II, aos poucos ele também começou a mergulhar nos romances da biblioteca.

– Abdel, ponha para mim a palavra DESPADRADO na vertical, por favor. – À noite, Philippe adorava jogar palavras cruzadas. Abdel fez o que pediu, meio sorrindo, meio se queixando.

– DESPADRADO não existe! – protestou. – Isso é desesperado escrito errado.
Philippe prontamente o corrigiu.

– Despadrado é o padre que deixa a batina e volta a ser leigo.

Mau perdedor, Abdel pegou o dicionário para conferir. A sutileza de um vocabulário diferente lhe parecia tão entediante quanto as noites na prisão, nas quais, para matar o tempo, contava os quadrados do teto.

Em 2000, quando Philippe começou a escrever o livro O segundo suspiro, uma surpresa o aguardava. Abdel, que nunca escrevera nada, ofereceu-se para anotar o que Philippe ditasse. O patrão ficou contentíssimo: “Nada de problemas tecnológicos!” Hoje, Abdel admite: “Com Pozzo, ganhei 20 anos de estudo.”

Abdel, que também era motorista, às vezes tomava liberdades com o carro do patrão tarde da noite. Certa ocasião, quando a polícia apareceu à porta, Philippe cobrou de Abdel: “Então, Abdel, quer dizer que você acabou com o Jaguar?” Abdel não tentou negar o delito. “Eu lhe disse, senhor, aquele carro era perigoso. A gente não nota a velocidade em que está andando”, disse como desculpa. Depois, acrescentou, envergonhado: “Tudo bem, errei uma curva. Aqui estão as chaves. Foi só o que sobrou.”

Em 2002, encarregado de organizar a festa de 18 anos do afilhado de Philippe, Abdel convidou uma dançarina de strip-tease. “Você não faria isso com o seu próprio filho!”, zangou-se Philippe.

E, quando soube que Abdel, conquistador incorrigível, deixara na beira da estrada uma mulher que começou a lhe aborrecer, Philippe o repreendeu vigorosamente: “Mulheres não são mercadoria. Elas têm de ser admiradas e respeitadas! Você vai descobrir quando tiver uma esposa, e se sentir pronto a lutar por ela.”

A cada travessura, Philippe tentava levar o protegido de volta ao caminho certo.

Abdel ficou 10 anos com Philippe. Em 2004, os dois partiram para Saïda, na extremidade nordeste do Marrocos. Philippe buscava o clima ideal para seu corpo enfraquecido. Abdel, como sempre, estava de olho num novo projeto que pudesse animar a vida dos dois. Lá, não muito longe da Argélia onde Abdel nascera, eles discutiram a construção de um parque temático na praia.

Embora o projeto nunca chegasse a se realizar, Abdel se interessou pela bela recepcionista do hotel onde se hospedaram. Ela se chamava Amal e causava em Abdel a mesma sensação engraçada – como se estivesse nu – que tivera ao chegar à casa de Philippe pela primeira vez. Quando andava pela praia com Amal, ele se sentia desajeitado e meio bobo. “Abdel, gosto de você”, ela lhe disse, tomando a iniciativa, “mas se me quiser terá de se casar comigo.”

Philippe observava a distância e recordou depois: “No dia em que vi aquele machista de braço dado com Amal, aceitando como era capaz de ter decência e ternura, entendi que algo importante estava acontecendo.” Abdel sentia o mesmo. “Se Philippe não tivesse cruzado meu caminho, Amal teria sido apenas uma conquista sem futuro, como as outras.”

Hoje, Abdel, 42 anos, mora em Paris com a mulher, Amal, e os três filhos, Abdel Malek, Salaheddine e a pequena Keltoum. “Eles nasceram em 5/5, 6/6 e 7/7. Viu como sou ótimo em matemática?”, brinca ele. Quando não está em Paris, Abdel fica em Djelfa, na Argélia, onde cuida da sua fazenda de criação de galinhas.

Hoje Philippe mora em Essaouira, no Marrocos, com Khadija, a segunda esposa. Quando visita Paris, o casal se hospeda com Amal e Abdel no apartamento de três quartos no 15º distrito. Os anfitriões dormem na sala e deixam o quarto para os hóspedes. “Desse jeito posso cuidar dele”, explica Abdel.

Philippe continua a ser o “mestre Jedi” de Abdel. Fora o fato de não morarem mais juntos, nada mudou entre eles.
“Sempre conversamos sobre tudo, nenhum assunto é tabu. Histórias sujas, histórias tristes. Ele me ofereceu sua cadeira de rodas para empurrar como se fosse uma muleta para me apoiar. Ainda a uso assim até hoje.”

***

Fonte indicada: Seleções

Goodbye – Air Supply

Goodbye – Air Supply

Air Supply é um duo australiano formado em 1975 por Graham Russell e Russell Hitchcock.
Esse clip, passado às vargens de uma linha férrea e com um tom envelhecido na imagem, é simplesmente belíssimo!

Joe Cocker – Ain’t No Sunshine

Joe Cocker – Ain’t No Sunshine

John Robert Cocker (Sheffield, 20 de maio de 1944) é um cantor britânico de Rock influenciado pela soul music no início da carreira.
Seu primeiro grande sucesso foi a antológica canção “With a Little Help from My Friends”, uma versão da música dos Beatles gravada com o guitarrista Jimmy Page.
Abaixo interpreta “Ain’t No Sunshine”

Keith Jarrett Trio – My Romance / Art by Marc Chagall

Keith Jarrett Trio – My Romance / Art by Marc Chagall

Keith Jarrett (Allentown, 8 de maio de 1945) é um compositor e pianista estadunidense. As suas técnicas de improvisação conjugam o jazz a outros gêneros e estilos, como a música erudita, o blues, o gospel e outros.

Keith Jarrett Trio – My Romance / Art by Marc Chagall

Beethoven’s 5 Secrets – OneRepublic (Cello/Orchestral Cover) – ThePianoGuys

Beethoven’s 5 Secrets – OneRepublic (Cello/Orchestral Cover) – ThePianoGuys

Beethoven’s 5 Secrets – OneRepublic (Cello/Orchestral Cover) – ThePianoGuys

The Piano Guys (Os Rapazes do Piano) é um grupo musical americano composto por Jon Schmidt e Steven Sharp Nelson. Eles ficaram famosos através do YouTube, onde vêm postando vídeos de arranjos e misturas de músicas populares e clássicas, acompanhados de clipes de visual profissional. Seu primeiro álbum foi lançado em dezembro de 2011.

Qual é o cão culpado? Excelente!

Qual é o cão culpado? Excelente!

O vídeo inicia com a dona dos cãezinhos perguntando qual dos três teria feito uma “bagunça na casa”. Na sequência, pergunta de um a um: “Quem fez a bagunça?”. O cômico é como o culpado se entrega.

Querido Caio Abreu – Fabrício Carpinejar

Querido Caio Abreu – Fabrício Carpinejar

Me explique, bruxo? Onde estiver me explique.
Como alguém pode vir morar contigo, dizer que te ama na noite anterior, e sumir de repente sem nenhum arrependimento?
Amor muda de ideia? Amor é leviano assim? Amor é brincar de destruir?
O que digo agora também já está morrendo?
Morrer produz barulho, sei, mas e o barulho de viver? Não dá para ouvir daí?
Como do homens dos sonhos você se torna um homem sem sonho?
Como uma manhã sem falar doía nela e hoje o amanhã sem falar nem provoca ansiedade?
Como alguém não guarda em si o mínimo de autocrítica para refletir as últimas semanas?
Eu dividiria até meu egoísmo com ela. Não ficaria com ele sem partilhar. Como não se fracionar? No momento em que a gente se guarda a gente se perde, não?
Como alguém que ama decide alguma coisa? Logo no amor, Caio? Amor não é adiar? Amor não é humildade?
Vejo que o erro é arrogante, Caio. Como existe soberba na maldade, hein?
Será que foi vingança de relações passadas? Eu era o intervalo de um ódio?
Será que não devia ser sincero, fiel, não podia confessar minhas fraquezas, falar o que temia? Honestidade não combina com amor?
Eu que sou garrancho, arredondei a letra no caderno de caligrafia, escrevi entre as linhas de baixo e de cima, bem certinho, você ficaria orgulhoso conhecendo minha pressa, mas só você, Caio, só você sabe o enorme sacrifício que é escrever entre as linhas.
Será que a felicidade machuca? Será que a felicidade nunca é suficiente? Será que os casais se separam porque acreditam que podem ser felizes sem ninguém? Ou acreditam que podem ser ainda mais felizes do que estão sendo?
Será que a solidão mente o que somos?
Se o afeto sufoca, me diz, então, o que liberta?
Será que é só conhecer uma intimidade que somos empurrados para fora? Será que a pessoa não se gosta nem um pouco para admitir testemunhas? Será que sabemos demais, enxergamos demais, e nosso corpo é obrigado a desaparecer? Amar é coisa de máfia?
Será que recebemos a culpa por problemas pessoais? Que é mais fácil encerrar a relação do que assumir os medos?
O amor é um mal-entendido, é ilógico, Caio? Estou começando a crer nesta hipótese.
Como alguém pode se entregar loucamente e depois alegar que nada tem mais importância?
Que piração é esta, Caio? Isso também acontece no mundo dos mortos? Ou os mortos são mais estáveis? Ou os mortos são mais confiáveis?
Como alguém faz declaração pública de amor e depois diz que desejava invisibilidade?
Como confiar no silêncio se não há esperança?
Eu fingi que era diferente? Não expressei como era desde sempre, não avisei como funcionava?
Como alguém cultiva os meus amigos e filhos, defende o nosso destino, numa hora e na hora seguinte se mostra surda a todo conselho, surda a toda dúvida, surda a toda incerteza?
Como alguém pode jogar a história fora? Por facilidade? Não conheço nada fácil, nem a amizade. Não pode ser.
Será que ninguém mais lê mais poemas hoje, Caio? Poemas não têm final. O amor deveria ser como um livro de poesia. Para se ler fora de ordem. Para se ler um pouco por dia. Desprovido de desfecho. Poema é releitura na primeira leitura.
Caio, não suporto que digam que mulher não gosta de homem que se entrega, que temos que omitir, que temos que jogar. É uma cilada machista, não lhe parece, para justificar a grosseria e a ausência de interesse?
O que será da intensidade longe da doação?
Onde foi parar a delicadeza dela, a ternura de antes? Foi uma miragem?
Onde as pessoas escondem o amor, Caio? Onde as pessoas enterram os ossos de suas alegrias?
Como alguém pode ser frio, indiferente, insensível a ponto de usar as frases mais duras e impessoais, sem se importar com o sofrimento que causa?
Como alguém manda mensagens como se estivesse realizando um favor? Que superioridade é esta? Cadê o nervosismo que pede um abraço?
Como alguém não se esforça para retroceder o baque, zerar os meses? Por amor, a gente esquece que nasceu um dia, não é mesmo?
Como alguém não cancela sua atitude? Que obstinação é essa de machucar, de sangrar ruas e lugares prediletos?
Como alguém não sente saudade, não inventa saudade, não cria saudade? É um produto em falta por aqui, Caio, pode mandar material? Mande garoa de palavra para recriar saudade, por favor?
Como não retornar pela verdade, se eu voltaria ainda que fosse uma mentira?
Como não caminhar recuando se avançar é lembrar?
Como o outro termina sem conversar, termina por terminar, termina de modo cruel o que não havia sinalizado?
Como alguém usa a porta para pisar as mãos, permanece agredindo quem merecia uma fresta de compreensão?
Como alguém afirma que nada muda da noite para o dia e esquece das noites que mudaram seus dias?
Como esse mesmo alguém é outro, já outro, tão outro que nem sei mais quem fui?
Como não desconfiar do passado, como não imaginar que tudo foi uma mentira?
Como não se sentir usado pelos anjos, corrompido pela dor?
Como, Caio?
Alguém mentiu, Caio, para mim. Para si. E para todos.
Eu não desisto do que falei um dia com todo o coração. Mas sou eu, Caio, sou eu. Não posso exigir isso de ninguém.
Viver é incompreensível.

Um beijo. Cuide-se.

contioutra.com - Querido Caio Abreu - Fabrício Carpinejar

Fabrício Carpi Nejar, ou Fabricio Carpinejar, como passou a assinar em 1998 (Caxias do Sul, 23 de outubro de 1972) é um poeta, cronista e jornalista brasileiro
http://www.carpinejar.com.br/

Leaving Home – Uit Huis – by Joost Lieuwma

Leaving Home – Uit Huis – by Joost Lieuwma

Deixar a casa dos pais nunca foi fácil, mas essa animação mostra que, algumas vezes, essa tarefa é quase impossível!
Com humor, ironia e uma pitada de sentimentalismo “Leaving Home” nos diz que, quer queiramos ou não…
“Alguns caminhos são inevitáveis”

O AMOR NO COLO – Fabrício Carpinejar

O AMOR NO COLO – Fabrício Carpinejar

O AMOR NO COLO – Fabrício Carpinejar

A dor não pede compreensão, pede respeito. Não abandonar a cadeira, ficar sentado na posição em que ela é mais aguda.

Vejo homens que não têm coragem de terminar o relacionamento. Que não esclarecem que acabou. Que deixam que os outros entendam o que desejam entender. Que preferem fugir do barraco e do abraço esmurrado. Saem de mansinho, explicando que é melhor assim: não falar nada, não explicar, acontece com todo mundo.

Encostam a porta de sua casa (não trancam) e partem para outra vida.

Não é melhor assim. Não tem como abafar os ruídos do choro. O corpo não é um travesseiro. Seca com os soluços.

Não é melhor assim. Haverá gritos, disputa, danos. É como beber um remédio, sem empurrar a colher para longe ou moldar cara feia. É engolir o gosto ruim da boca, agüentar o desgosto da falta do beijo.

Será idiota recitar Vinicius de Moraes: “que seja infinito enquanto dure”. A despedida não é lugar para poesia.

Haverá uma estranha compaixão pelo passado, a língua recolhendo as lágrimas, o rosto pelo avesso. Haverá sua mulher batendo em seu peito, perguntando: “Por que fez isso comigo?”

Haverá a indignação como última esperança.

Haverá a hesitação entre consolar e brigar, entre devolver o corte e amparar.

Vejo homens que somente encontram força para seduzir uma mulher, não para se distanciar dela.

Para iniciar uma história, não têm medo, não têm receio de falar.

Para encerrar, são evasivos, oblíquos, falsos. Mandam mensageiros.

Não recolhem seus pertences na hora. Voltarão um novo dia para buscar suas coisas.

Não toleram resolver o desespero e datar as lembranças. Guardam a risada histérica para o domingo longe dali.

Mas estar ali é o que o homem precisa. Não virar as costas. Fechar uma história é manter a dignidade de um rosto levantado, ouvindo o que não se quer escutar. Espantado com o que se tornou para aquela mulher que amava. Porque aquilo que ela diz também é verdade. Mesmo que seja desonesto.

Desgraçadamente, há mais desertores do que homens no mundo.

Deveriam olhar fora de si. Observar, por exemplo, a dor de uma mãe que perde seu filho no parto.

O médico colocará o filho morto no colo materno. É cruel e – ao mesmo tempo – necessário. Para que compreenda que ele morreu. Para que ela o veja e desista de procurá-lo. Para que ela perceba que os nove meses não foram invenção, que a gestação não foi loucura. Que o pequeno realmente existiu, que as contrações realmente existiram, que ela tentou trazê-lo à tona. Que possa se afastar da promessa de uma vida, imaginar seu cheiro e batizar seu rosto por um instante.

Descobrir a insuportável e delicada memória que teve um fim, não um final feliz. Ainda que a dor arrebente, ainda é melhor assim.

contioutra.com - O AMOR NO COLO - Fabrício Carpinejar
Art by Gustav Klimt

Fabrício Carpi Nejar, ou Fabricio Carpinejar, como passou a assinar em 1998 (Caxias do Sul, 23 de outubro de 1972) é um poeta, cronista e jornalista brasileiro
http://www.carpinejar.com.br/

Coldplay – Paradise (Peponi) African Style (ft. guest artist, Alex Boye) – ThePianoGuys *****

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The Piano Guys (Os Rapazes do Piano) é um grupo musical americano composto por Jon Schmidt e Steven Sharp Nelson. Eles ficaram famosos através do YouTube, onde vêm postando vídeos de arranjos e misturas de músicas populares e clássicas, acompanhados de clipes de visual profissional. Seu primeiro álbum foi lançado em dezembro de 2011.

Christina Perri – A Thousand Years (Piano/Cello Cover) – ThePianoGuys

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The Piano Guys (Os Rapazes do Piano) é um grupo musical americano composto por Jon Schmidt e Steven Sharp Nelson. Eles ficaram famosos através do YouTube, onde vêm postando vídeos de arranjos e misturas de músicas populares e clássicas, acompanhados de clipes de visual profissional. Seu primeiro álbum foi lançado em dezembro de 2011.

Diga não ao racismo!!! A situação é triste, mas bem feito!

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Essa campanha conta a história de um senhor que entra em um vagão do metrô e, entre dois lugares vagos, opta por sentar ao lado de um homem branco. Embora seja bastante sutil, a campanha nos dá a entender que poderia ser uma escolha racista uma vez que a outra poltrona vaga ficava ao lado se um homem negro.
Depois disso, só assistindo…

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