Por mais que nossa fantasia possa dizer o contrário, onde quer que estejamos, sempre levaremos conosco nossas inquietações, dúvidas e sentimentos. Afinal de contas, esse conjunto de maneiras de pensar e sentir são frutos de nossa história e definem quem nós somos.
Entretanto, ter a oportunidade de viajar sozinho é a melhor maneira de sair da sua concha e desfrutar de total liberdade. Viajantes solitários veem o mundo de uma maneira diferente, porque eles experimentam a vida de um ângulo que poucas outras pessoas conseguem ver.
Muitas pessoas adoram a ideia de viajar o mundo, mas elas nunca arrumam coragem para ir embora. Porque elas não têm amigos que compartilhem de seu intenso desejo de sair e ver o mundo, elas postergam a viagem para algum outro tempo quanto isso será mais adequado em suas vidas. Sempre que a perspectiva de viajar sozinho atravessa sua mente, no entanto, elas acham que não podem fazer nada, pois imaginam uma jornada solitária. Na verdade, elas não poderia estar mais erradas!
Aqui estão 13 fatos impressionantes que apenas quem já viajou sozinho vai entender.
1. Eles sabem que nunca é o momento perfeito para viajar
Sempre existirão circunstâncias pelo caminho, sempre haverá contas a pagar, nunca haverá dinheiro suficiente ou bastante planejamento feito. Sempre haverá apenas desculpas suficientes me impedindo de fazer o que eu mais desejo na vida, que é uma viagem pelo mundo, portanto, a questão está mais ligada a decisão que ao momento perfeito.
2. Eles nunca culpam os outros por suas situações infelizes
Eu perdi reservas de voos várias vezes. Cheguei a ir para o aeroporto e descobrir que estava uma semana, até um mês, adiantada para outros voos. Outras vezes, perdi todo o meu dinheiro depois de um roubo ou um golpe, mas não havia ninguém para culpar. Em tais situações ruins em que você tem que assumir a responsabilidade por seus próprios erros você aprende com eles e ir em frente com sua vida e a lidar com o inesperado.
3.Eles são livres como os pássaros
Você é o capitão do barco, você é seu próprio guia, seu próprio patrão.Toda decisão que você faz é sua assim como as consequências dela.Você está dirigindo o carro e todos os caminhos estão abertos. Há infinitas possibilidades e inúmeras chances de criar qualidades de liderança e responsabilidade em si mesmo. Não é por isso que você escolheu ser livre em primeiro lugar?
4. Eles não procuram segurança, eles procuram a aventura
Quando você viaja e está em um país estrangeiro, você sai da caixa em que você viveu toda a sua vida. Você sai da sua zona de conforto, você tenta coisas novas, e você contempla sua nova vida cheia de mágica e possibilidades. Fazer tudo igual a antes não é mais uma opção.
5. Eles apreciam mais os momentos
Quando você está na frente de um cenário requintado, no pico de montanha, em uma praia tropical, ou mesmo com alguém especial que conheceu na viagem- e sabe que, na próxima semana, estará a quilômetros de distância daquele lugar, sem perceber, você passa a dar mais atenção e valor a cada momento que vive. Esse é um aprendizado que pode trazer para toda a vida: Saber que os momentos são finitos e infinitos ao mesmo tempo.
6. Eles se transformam em contadores de histórias impressionantes
A habilidade de contar histórias não é algo nato para todas as pessoas, mas com a prática viajantes individuais começam a narrar suas aventuras e aprendem que os detalhes fazem toda a diferença. Portanto, seus aplicativos de nota são geralmente seus melhores amigo na estrada. Hoje em dia está cada vez mais comum blogs de pessoas que viajam pelo mundo e vão relatando suas façanhas. São os nômades digitais.
7. Eles fazem da estrada pura diversão
Quando você já tiver viajado por um par de meses, você vai começar a perceber que, se você não se divertir, ninguém vai. Na estrada só fica sozinho se você não fizer qualquer esforço de ligação com os habitantes locais ou outros viajantes.
8. Eles sabem que viajar é um caminho sem volta
Viajantes solitários geralmente tem dificuldade em voltar para casa e colocar um fim à sua longa viagem. Quando eles chegam em casa eles imediatamente começam a planejar sua próxima viagem.
9. Eles têm uma casa em todos os cantos do mundo
O pensamento de ser capaz de viajar a qualquer hora e em qualquer lugar que você deseja e ainda têm um lugar livre para ficar é o que você chama de incrível! Viajar e fazer amigos te deixa mais doce e aberto para construir amizades internacionais.
10. Eles sabem como se esquivar de cada golpe lá fora
As duras lições são os melhores conselhos que quem viaja sozinho pode dar a outras pessoas na estrada ou a seus amigos em casa. Como evitar armadilhas e como tirar o melhor proveito de situações ruins também tornam a viagem mais fácil e agradável.
11. Eles sabem que o destino não importa
É tudo sobre a viagem, os risos, as memórias, a comida, os altos e baixos, a decisão espontânea. Isso é o mais viciante.
12. Eles descobrem um significado inteiramente novo de tempo
O objetivo de uma viagem de longo prazo é ter o tempo para se mover livremente pelo mundo. Nesse percurso você descobre todo um novo conceito de tempo. Um viajante sábio é sempre flexível com datas, nunca estabelece grandes limites para uma viagem ou perde chances de aventuras. Um viajante solitário sábio sempre recomenda que você desacelere.
Uma última nota
Uma viagem pode assumir várias formas e cada pessoa tem o seu estilo favorito. Sozinhos, em pares ou em grupo; de aviões, de carro, de trem, de bicicleta, ou a pé; de mochila, para praticar esportes radicais ou passeios de luxo; para uma escapada de fim de semana da cidade, um longo mês de férias, ou de um ano em todo o mundo. Seja o que for, ela vai te fazer maravilhas. Pouco a pouco, enquanto esse vício de viajar cresce, você vai crescer com ele para se tornar a pessoa que você sempre sonhou que seria.
Dois cães salvaram uma idosa de 76 anos que sofreu uma queda em casa e ficou caída no chão com uma fratura, durante 48 horas.
Judy Muhe, que tem Parkinson, afirmou que foi mantida viva por seus cachorros.
Com a queda na cozinha, a mulher quebrou o ombro e não conseguiu se levantar por causa do Parkinson, que prejudica sua coordenação motora.
O fato aconteceu na cidade de Palmdale, na Califórnia, na semana passada.
A idosa contou à imprensa local que os cachorros, da raça golden retriever, a mantiveram “quente e confortável” até a chegada da ajuda.
Foto: reprodução/ABCNews
Os cachorros
A idosa possui dois cães: Higgins, de 10 anos e Dodger, de 4 anos.
Eles ficaram o tempo inteiro deitados com ela, se recusando inclusive de comer, contou a mulher.
Após 48 horas a idosa acabou sendo encontrada por uma amiga, que estava preocupada por ela não atender as suas ligações.
A própria amiga que encontrou a idosa caída no chão da cozinha confirmou a história.
Ela declarou que conseguiu entrar na casa pela porta dos fundos, aberta por uma chave extra.
No momento em que entrou, os cães foram correndo em direção a ela e depois levaram a mulher ao local onde sua dona estava deitada.
“Eles ficaram comigo. Mantiveram-me quente e confortável, da maneira que puderam, mas o importante foi que eles não me deixaram sozinha”, explicou Muhe à ABCNews.
Cada um de nós possui um sol interior e é a esperança quem o faz nascer. Quando a esperança esmorece, as noites se acumulam no solo da emoção. A esse amontoado de noites há quem chame de diversos nomes, os médicos o chamam “depressão”. Quero contar que já passei por isso e que, acreditem, Rubem Alves, em dia de máxima angústia, salvou a minha vida.
Descobrir a verdadeira face do mundo, da vida, despir a máscara que camufla os sentimentos hostis, a vaidade histérica, a deficiência do afeto, isso é tarefa de gigante. E gigantes são todos aqueles que penetram a natureza das coisas, que não temem conhecer os abismos do mundo e de si.
Minha vida é marcada por uma sucessão de fatos que me fizeram conhecer muitos abismos. A falta de recursos materiais e o excesso de reflexões prematuras roubou-me, em parte, a infância. A religião aprisionou-me a adolescência numa redoma de culpa e de medo. O excesso, o transbordar do sentimento me roubou o gozo do efêmero. E tudo isso, somado a uma gravidez de risco, um casamento fracassado, um divórcio dolorido, a problemas de saúde de natureza grave que me fizeram passar por três cirurgias seguidas, somado ainda a trabalhos que não me realizavam e ainda não me realizam, somado à solidão de me ver incompreendida pelo mundo, somada à dor de não conseguir ser nada daquilo que sonhei, acarretou na minha desistência de tudo.
Foram dias, meses, mais de três anos sem sonho. Sem nenhum projeto. Eu mal conseguia descer do apartamento em que morava. Advogada, ao me lembrar de que necessitava ir ao fórum, tinha náuseas. Desliguei telefones. Passei meses sem olhar noticiários. E a única coisa que me ligava a mim mesma era a minha escrita. Eu escrevi, nesse tempo, centenas de poemas. A necessidade cotidiana me fazia a cada dia ainda mais derrotada. Não conseguia prover as necessidades minhas e de minha filha; já havia gasto todas as minhas economias. Então, nesse ápice de angústia, decidi que não mais viveria. Foi quando me deparei, em meu e-mail, com um vídeo de Rubem Alves, no qual ele dizia:
“Uma vez um aluno me pediu uma entrevista, chegou na minha casa e me fez essa pergunta: ‘como é que o senhor se preparou, como é que o senhor planejou a sua vida para chegar aonde chegou?’ Eu percebi logo que ele me admirava, que queria o mapa do caminho e eu disse a ele, ‘eu cheguei aonde cheguei porque tudo o que planejei deu errado. Então eu sou escritor por acidente. Já fui outras coisas, já fui professor de filosofia, já fui teólogo, já fui pastor. Agora eu sou um velho.”
Creio que muitos desconheçam a força de suas palavras, a contundência, a capacidade que elas possuem de ser, no outro, a alavanca que faz reerguer o sol interior que jaz adormecido. Essas palavras do Rubem, em mim, dissiparam a noite angustiosa da culpa por meus fracassos e me fizeram valorar o sol (o meu sol) que ainda estava a nascer.
Nota da CONTI outra: o texto acima foi lido e reconhecido pela filha de Rubem Alves e enviado para o acervo de textos relativos ao pai.
Um casal adotou 12 meninos HIV positivos, abandonados pelas família, e provocou uma verdadeira corrente do bem.
As crianças, entre 7 e 17 anos, têm histórias semelhantes: nasceram com HIV, perderam seus pais, vítimas da doença, e nenhum parente quis ficar com elas.
No início, Ajay Sharma e sua esposa, Babita, tiveram dificuldade para alugar uma casa que abrigasse tanta gente.
Quando conseguiram uma residência em Ganganagar, Meerut, na Índia, eles tiveram problemas com vizinhos que, por puro preconceito, rejeitaram a vinda das crianças para o bairro. Mas aos poucos as pessoas começaram a aceitar os jovens.
Logo Ajay Sharma passou a receber apoio de profissionais, comovidos com sua iniciativa. Médicos e professores começaram a ir até a casa, para consultar e ensinar as crianças.
“Eu sinto uma onda de energia positiva quando encontro essas crianças. Elas são tão cheias de vida. Só rezo para que a ciência encontre um tratamento viável para esta doença”, diz o Dr. Rajiv Prakash, pediatra que visita regularmente a casa.
Há 3 anos, Neema Jain, ensina a eles Hindu, Inglês e Matemática.
“Eles são como qualquer outra criança. Alguns deles são realmente brilhantes, diz ela.
Também está ajudando um funcionário do governo, Lokesh Sharma, que vai até lá para dar aulas de Yoga para os meninos. “Ela [Yoga] desenvolve a resistência deles”, explica.
Mark Tuschman é um fotógrafo que documenta alguns dos aspectos mais sombrios da vida, mesmo assim, em seu olhar, percebe-se que sempre está procurando por raios de luz e esperança.
Por mais de uma década, ele tem viajado pelo mundo com o objetivo de fotografar “a falta de autonomia que milhões de mulheres têm sobre suas próprias vidas e corpos nos países em desenvolvimento.”
Por esses caminhos Tuschman relata ter encontrado mulheres e meninas que estão sendo espancadas, que tem o acesso a cuidados de saúde e educação negados, que são sujeitas a violência sexual, forçadas a casar quando crianças e forçadas a maternidade quando adolescentes correndo risco de contrair AIDS e de fístulas.
Na parte rural em Rajasthan, Kala de 13 anos é casada desde os três meses de idade.O marido de Elis tentou matá-la duas vezes, uma vez a jogando de uma moto e uma vez por envenenamento. A justificativa? Ele não estava satisfeito com seu de dote que foi uma motocicleta, sendo que ele queria um carro novo.Esta jovem que Tuschman conheceu na Índia não pode frequentar a escola. Em vez disso, ela teve que cuidar de sua irmã mais nova e também das cabras da família.
Nós somos uma cultura muito visual, disse Tuschman, sendo difícil de ler “um monte de estatísticas” e conectar-se emocionalmente às questões que elas representam.
Por outro lado, ele apresenta um trabalho fotojornalístico “realmente difícil de olhar” de tão “frio e distante” que as pessoas são “sobrecarregadas” e “se sentem indefesas” diante de tanta miséria.
Em suas fotografias Tuschman pretende retratar mulheres e meninas como “indivíduos com as mesmas esperanças e sonhos, como todos as outras.” Ele também tem procurado destacar “os esforços incríveis que vem sendo feitos para capacitá-las, um tipo de notícia que não aparece muito na mídia.”
WomensTrust em Pokuase, Gana, tem um programa de bolsas que suporta mais de 100 das melhores e mais brilhantes jovens garotas.
A organização Educate Girls, ou Educar Garotas, trabalha para manter as meninas na escola e impedir o casamento infantil.
Tuschman conheceu Payal, acima, que tinha 13 anos de idade e estava no sexto ano, através da organização.
Sunita, outra aluna do programa Educar Garotas, tinha sete anos e estava no segundo grau quando Tuschman a fotografou.
Tuschman deixou uma carreira na ciência, aos 35 anos para se tornar um fotógrafo profissional a fim de tentar “compreender por que o mundo é da maneira que é.” Enquanto ele diz que as questões que ele documenta são “incrivelmente complicadas” e ele não é tão idealista quanto costumava ser, ele diz, vendo garotas em salas de aula e as mulheres que foram treinadas para carreiras de sucesso sempre renova suas esperanças.
Em Pokuase, Gana, Sarah Ankrah recebeu seu primeiro empréstimo do WomensTrust de 50 dólares para apoiar o seu negócio de padaira. Quando Tuschman a conheceu, ela estava vendendo perto de 8.000 pães por semana, faturando quase US $3.000. A receita tem ajudado a garantir que seus filhos permaneçam na escola.
Tuschman continua a fotografar e trabalha para terminar seu livro, Faces da Coragem: Retratos Íntimos de Mulheres no Limite. Ele espera por um mundo, como o Fundo das Populações das Nações Unidas, em que “cada gravidez seja desejada, cada parto seguro, e todo potencial de pessoas jovens seja realizado”.
Pois é, quando temos dúvidas sobre algo que nunca vimos a primeira atitude é … “CADÊ O MANUAL?” Queremos algo que nos oriente e nos explique o funcionamento da coisa desconhecida. Mas isso não se aplica aos filhos: eles definitivamente não vêm com um manual.
Ao longo do tempo as dúvidas acontecem e você as resolve como pode e de acordo com a sua intuição. Nossos pais também podem ajudar com as suas experiências, mas nem sempre conseguimos resolver todas as questões que surgem e algumas vezes elas realmente se tornam muito difíceis.
Temos o péssimo hábito, acho que principalmente nós mulheres e mães latinas que somos, de achar que temos que dar conta de tudo e solucionar todos os problemas desde os relacionados à casa até os relacionados aos filhos. E pasmem, às vezes até damos conta, mas nunca sem um preço, na maioria bem alto.
Mas existem algumas dificuldades de natureza específica na relação entre pais e filhos que, às vezes, surgem e não são tão fáceis de resolver. Na maioria das vezes a dificuldade vem de algum tipo de comportamento inadequado que a criança apresenta e os pais não conseguem lidar.
Bem é nessa hora que a pergunta aparece novamente …
CADÊ O MANUAL? Hum…. não tem mesmo! Muitos pais se sentem completamente perdidos e até dominados por verdadeiros cotoquinhos de gente que acabam por manipular e controlar esses pais “patinhos”.
COMO? SUA FILHA SÓ TEM DOIS ANOS E A FAMÍLIA ESTÁ NESSE CAOS ?
Bem a primeira dica para esse dilema é : SE NÃO TEM MANUAL, PROCURE AJUDA ESPECIALIZADA.
Procurar um psicólogo infantil nem sempre pressupõe colocar seu filho em terapia. Na maioria das vezes não é isso que vai acontecer.
Apesar de ser a criança que apresenta o comportamento, o alvo nem sempre será ela. A criança apenas sinaliza dessa forma comportamental algo que não anda como deveria. Algo que não vai bem e não é com ela, e não é com os pais. Algo não vai bem na RELAÇÃO.
E entendendo a relação como uma via de mão dupla, o que se trabalha com os pais se trabalha com a criança. O trabalho desenvolvido junto com os pais se restringe a eles e à dinâmica relacional deles com seus filhos.
Esse é o trabalho de orientação a pais que, por estar atuando em uma das mãos, atua diretamente na outra.
É possível resolver as dificuldades geradas pelos comportamentos dos filhos orientando os pais. Os resultados são mais rápidos do que se imagina e a dinâmica relacional se modifica completamente. A criança percebe que seu pais estão mudando e ela fatalmente também tem que mudar. E assim as transformações vão acontecendo.
O trabalho de orientação a pais estabelece um foco a ser trabalhado geralmente com um prazo bem definido e que não tem nada a ver com um trabalho de psicoterapia pessoal, embora possa ajudar muito nas questões individuais de cada um na relação.
Assim, mamães e papais, não se desesperem e não permitam que uma dificuldade com seus filhos determine toda uma dinâmica relacional familiar.
Não veio com manual ? Peça ajuda.
Orientação de pais é muito mais efetiva e simples do que se imagina. Basta estar disponível para, com ajuda, criar o seu próprio Manual que com certeza lhe servirá para sempre.
Nota da Conti outra: Mag Montenegro é uma parceria CONTI outra e o texto acima foi publicado com sua autorização.
O Efeito Forer (também chamado de falácia de validação pessoal ou efeito Barnum, depois de P.T. Barnum ter dito que “temos de tudo para todos”) é a observação de que as pessoas julgam exageradamente corretas as avaliações de suas personalidades que, supostamente, são feitas exclusivamente para elas, mas que na verdade são vagas e genéricas o bastante para se aplicarem a uma grande quantidade de pessoas. Este efeito explica parcialmente a grande aceitação obtida por certas crenças e práticas como astrologia, grafologia e alguns tipos de testes de personalidade.
Um fenômeno mais genérico e relacionado ao efeito Forer é o da validação subjetiva. A validação subjetiva ocorre quando dois eventos aleatórios ou sem ligação parecem estar conectados porque as crenças, expectativas ou hipóteses exigem tal ligação. Por isso, as pessoas buscam uma conexão entre sua percepção da personalidade e o texto de um horóscopo.
O experimento de Forer
Em 1948 o psicólogo Bertram R. Forer deu a cada um de seus alunos um teste de personalidade. Depois, ele disse que cada aluno receberia uma análise única e individual baseada nos resultados dos testes, e que eles deveriam avaliar a precisão da análise em uma escala de 0 (muito ruim) a 5 (muito boa). Na verdade, todos os alunos receberam o mesmo texto:
” Você tem uma necessidade de ser querido e admirado por outros, e mesmo assim você faz críticas a si mesmo. Você possui certas fraquezas de personalidade mas, no geral, consegue compensá-las. Você tem uma capacidade não utilizada que ainda não a tomou em seu favor. Disciplinado e com auto-controle, você tende a se preocupar e ser inseguro por dentro. Às vezes tem dúvidas se tomou a decisão certa ou se fez a coisa certa. Você prefere certas mudanças e variedade, e fica insatisfeito com restrições e limitações. Você tem orgulho por ser um pensador independente, e não aceita as opiniões dos outros sem uma comprovação satisfatória. Mas você descobriu que é melhor não ser tão franco ao falar de si para os outros. Você é extrovertido e sociável, mas há momentos em que você é introvertido e reservado. Por fim, algumas de suas aspirações tendem a fugir da realidade. “
Em média as avaliações receberam nota 4,26, mas somente depois de receber essas notas Forer revelou que cada aluno tinha recebido o mesmo texto, montado com frases de diversos horóscopos. Como pode ser observado no texto, algumas frases se aplicam igualmente a qualquer pessoa.
Variáveis que influenciam o efeito
Estudos posteriores indicam que as pessoas darão notas maiores se qualquer das seguintes for verdadeira:
a pessoa acredita que a análise é individual e personalizada.
a pessoa acredita na autoridade de quem a está avaliando.
o avaliador dá ênfase aos traços positivos da personalidade.
Depois desses conhecer esses dados é sempre bom pensar um pouco melhor se o que está sendo dito ou lido nos mais diversos ambientes deve realmente ser levado em consideração. Os dados são reais ou foi apenas você quem quis acreditar neles?
Tinha alguma coisa errada com o Guilherme. Desde quando era pequeno, 4 anos de idade, a mãe, Norma*, achava que ele não era uma criança normal. O guri não tinha apego a nada, era frio, não obedecia a ninguém. O problema ficou claro aos 9 anos. Guilherme, nome fictício de um rapaz do Guarujá, litoral de São Paulo, que hoje tem 28 anos, roubava os colegas da escola, os vizinhos e dinheiro em casa. Também passou a expressar uma enorme capacidade de fazer os outros acreditar no que inventava. Aos 18, o garoto conseguiu enganar uma construtora e comprar um apartamento fiado. “Quando um primo da mesma idade morreu de repente, ele só disse ‘que pena’ e continuou o que estava fazendo”, conta a mãe. Tinha alguma coisa errada com o Guilherme.
Em busca de uma solução, Norma passou 15 anos rodando com o filho entre psicólogos, psiquiatras, pediatras e até benzedeiros. Para todos, ele não passava de um garoto normal, com vontades e birras comuns. “Diziam que era mimo demais, que não soubemos impor limites.” Uma pista para o problema do filho só apareceu em 2004. A mãe leu uma entrevista sobre psicopatia e resolveu procurar psiquiatras especializados no assunto. Então descobriu que o filho sofre da mesma doença de alguns assassinos em série e também de certos políticos, líderes religiosos e executivos. “Apenas confirmei o que já sabia sobre ele”, diz Norma. “Dói saber que meu filho é um psicopata, mas pelo menos agora eu entendo que problema ele tem.”
Guilherme não é um assassino como o Maníaco do Parque ou o Chico Picadinho. Mas todos eles sofrem do mesmo problema: uma total ausência de compaixão, nenhuma culpa pelo que fazem ou medo de serem pegos, além de inteligência acima da média e habilidade para manipular quem está em volta. A gente costuma chamar pessoas assim de monstros, gênios malignos ou coisa que o valha. Mas para a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles têm uma doença, ou melhor, deficiência. O nome mais conhecido é psicopatia, mas também se usam os termos sociopatia e transtorno de personalidade anti-social.
Com um nome ou outro, não se trata de raridade. Entre os psiquiatras, há consenso quanto a estimativas surpreendentes sobre a psicopatia. “De 1% a 3% da população tem esse transtorno. Entre os presos, esse índice chega a 20%”, afirma a psiquiatra forense Hilda Morana, do Instituto de Medicina Social e de Criminologia do Estado de São Paulo (Imesc). Isso significa que uma pessoa em cada 30 poderia ser diagnosticada como psicopata. E que haveria até 5 milhões de pessoas assim só no Brasil. Dessas, poucas seriam violentas. A maioria não comete crimes, mas deixa as pessoas com quem convive desapontadas. “Eles andam pela sociedade como predadores sociais, rachando famílias, se aproveitando de pessoas vulneráveis e deixando carteiras vazias por onde passam”, disse à SUPER o psicólogo canadense Robert Hare, professor da Universidade da Colúmbia Britânica e um dos maiores especialistas no assunto.
Os psicopatas que não são assassinos estão em escritórios por aí, muitas vezes ganhando uma promoção atrás da outra enquanto puxam o tapete de colegas. Também dá para encontrá-los de baciada entre políticos que desviam dinheiro de merenda para suas contas bancárias, entre médicos que deixam pacientes morrer por descaso, entre “amigos” que pegam dinheiro emprestado e nunca devolvem… Lendo esta reportagem, não se surpreenda se você achar que conhece algum. Certamente você já conheceu.
Amigo da onça
O psicólogo Robert Hare tinha acabado de sair da faculdade, na década de 1960, quando arranjou um emprego no presídio de Vancouver. Função: atender os presos com problemas e montar diagnósticos de sanidade para pedidos de condicional. Lá conheceu o simpático Ray, um dos presos. Era um sujeito legal, contava histórias envolventes e tinha um sorriso que deixava qualquer um confortável. Como o sujeito parecia aplicado e dedicado a ter uma vida correta depois da prisão, o doutor resolveu ajudá-lo em pedidos de transferência para trabalhos melhores na cadeia, tipo a cozinha e a oficina mecânica. Os dois ficaram amigos. Mas Ray não era o que parecia. Hare descobriu que o homem usava a cozinha para produzir álcool e vender aos colegas. Os funcionários do presídio também alertaram o psicólogo dizendo que ele não tinha sido o primeiro a ser ludibriado pelo “gente boa” Ray. E que a falta de escrúpulos do preso não tinha limites. Pouco depois, Hare sentiu isso na pele: teve os freios de seu carro sabotados pelo “amigo” presidiário.
Ray não era único ali. Boa parte de seus colegas no presídio de Vancouver era formada por sujeitos alegres, comunicativos e cheios de amigos que também eram egocêntricos, sem remorso e não mudavam de atitude nem depois de semanas na solitária. Nas prateleiras sobre doenças mentais, havia várias descrições parecidas. O francês Philip Pinel, um dos pais da psiquiatria, escreveu no século 18 sobre pessoas que sofriam uma “loucura sem delírio”. Mas o primeiro estudo para valer sobre psicopatia só viria em 1941, com o livro The Mask of Sanity (“A Máscara da Sanidade”, sem tradução para o português), do psiquiatra americano Hervey Cleckley. Ele dedica a obra a um problema “conhecido, mas ignorado” e cita casos de pacientes com charme acima da média, capacidade de convencer qualquer um e ausência de remorso. Com base nesses estudos, Robert Hare passou 30 anos reunindo características comuns de pessoas assim, até montar sua escala Hare, o método para reconhecer psicopatas mais usado hoje.
Trata-se de um questionário com perguntas sobre a vida do sujeito, feito para investigar se ele tem traços de psicopatia. Seja como for, não é fácil identificar um. Psicopatas não têm crises como doentes mentais: o transtorno é constante ao longo da vida. Outras funções cerebrais, como a capacidade de raciocínio, não são afetadas. Algumas características, no entanto, são evidentes.
Segredos e mentiras
Atributo número 1: mentir. Todo mundo mente, mas psicopatas fazem isso o tempo todo, com todo mundo. Inclusive com eles mesmos. São capazes de dizer “Já saltei de pára-quedas” e, logo depois, “Nunca andei de avião”, sem achar que existe uma grande contradição aí. Espertos, não se contentam só em dizer que são neurocirurgiões, por exemplo, sem nunca ter completado o colegial: usam e abusam de termos técnicos das profissões que fingem ter. Se o sujeito finge ser advogado, manda ver nos “data venias” da vida. Se diz que estudou filosofia, vai encher o vocabulário de expressões tipo “dialética kantiana” sem fazer idéia do que isso significa. Sim, eles são profissionais da lorota.
“Depois que descobri as mentiras que ele me contou, passei um tempo me perguntando como tinha sido tão burra para acreditar naquilo”, diz a professora carioca Ana*. Há 9 anos, ela conheceu um cara incrível. Ele dizia que, com apenas 27 anos, era diretor de uma grande companhia e que, por causa disso, viajava sempre para os EUA e para a Europa. Atencioso e encantador, Cláudio era o genro que toda sogra queria ter. “Em 5 meses, a gente estava quase(casando. Então a mãe dele revelou que era tudo mentira, que o filho era doente, enganava as pessoas desde criança e passava por um tratamento psiquiátrico.”
Ana largou Cláudio e foi tocar a vida. Mas nem sempre quem passa pelas mãos de um psicopata “pacífico” tem tempo para reorganizar as coisas. Que o digam as pessoas que cruzaram o caminho de Alessandro Marques Gonçalves. Formado em direito, ele resolveu fingir que era médico. E levou esse delírio às últimas conseqüências: forjou documentos e conseguiu trabalho em 3 grandes hospitais paulistas. Enganou pacientes, chefes e até a mulher, que espera um filho dele e não fazia idéia da fraude. Desmascarado em fevereiro de 2006, Alessandro aleijou pelo menos 23 pessoas e é suspeito da morte de 3.
“Ele usa termos técnicos e fala com toda a naturalidade. Realmente parece um médico”, diz o delegado André Ricardo Hauy, de Lins, que o interrogou. “Também acha que não está fazendo nada de errado e diz, friamente, que queria fazer o bem aos pacientes.” Quando foi preso, Alessandro não escondeu a cabeça como os presos geralmente fazem: deixou-se filmar à vontade.
“O diagnóstico de transtorno anti-social depende de um exame detalhado, mas dá para perceber características de um psicopata nesse falso médico. É que, além de mentir, ele mostra ausência de culpa”, afirma o psiquiatra Antônio de Pádua Serafim, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
E esse é um atributo-chave da mente de um psicopata: cabeça fresca. Nada deixa esses indivíduos com peso na consciência. Fazer coisas erradas, todo mundo faz. Mas o que diferencia o psicopata do “todo mundo” é que um erro não vai fazer com que ele sofra. Sempre vai ter uma desculpa: “Um cara que matou 41 garotos no Maranhão, Francisco das Chagas, disse que as vítimas queriam morrer”, conta Antônio Serafim.
Justamente por achar que não fazem nada de errado, eles repetem seus erros. “Psicopatas reincidem 3 vezes mais que criminosos comuns”, afirma Hilda Morana, que traduziu e adaptou a escala Hare para o Brasil. “Tem mais: eles acham que são imunes a punições.” E isso vale em qualquer situação. Até na hora de jogar baralho.
Foi o que mostrou o psicólogo americano Joe Newman num experimento em 1987. No laboratório, havia 4 montes de cartas. Sem que os jogadores soubessem, um deles estava cheio de cartas premiadas. Ou seja: quem escolhesse aquele monte ganhava mais dinheiro e continuava no jogo. Aos poucos, porém, a quantidade de cartas boas rareava, até que, em vez de dar vantagem, escolher aquele monte passava a dar prejuízo. Pessoas comuns que participaram da pesquisa logo perceberam a mudança e deixaram de apostar nele. Psicopatas, porém, seguiram tentando obter a recompensa anterior. “Pessoas comuns mudam de estratégia quando não obtêm recompensa”, afirma o neurocientista James Blair, autor do livro The Psychopath – Emotion and the Brain (“O Psicopata – Emoção e o Cérebro”, sem edição brasileira). “Mas crianças e adultos com tendências psicopáticas continuam a ação mesmo sendo repetidamente punidos com a perda de pontos.”
Psicopatas não aprendem com punições. Não adianta dar palmadas neles.
Além disso, psicopata que se preze se orgulha de suas mancadas. Esse sujeito pode ser o marido que trai a mulher e se gaba para os amigos. Ou coisa pior. Veja o caso do promotor de eventos Michael Alig. Querido por todos, ele difundiu a cultura clubber em Nova York, organizando festas itinerantes. E em 1996 ele matou um amigo em casa. Quando o corpo começou a feder, retalhou-o e jogou os pedaços no rio Hudson. Dias depois, em um programa de TV, Alig simplesmente descreveu o assassinato, todo pimpão. Os jornalistas acharam que era só uma brincadeira besta, claro. Dias depois, a polícia achou o corpo do amigo de Alig no rio. Ele foi condenado a 20 anos de prisão – sem perder a pose.
Isso é lugar-comum entre os psicopatas. O próprio psiquiatra Antônio Serafim está acostumado com relatos grandiosos de carnificinas: “Quando você pergunta sobre a destreza com que cometeram os crimes, eles contam detalhes dos assassinatos, cheios de orgulho.”
Se você estivesse indo comprar cerveja perto de casa e se desse conta que esqueceu a carteira, o que faria? Em vez de voltar para buscar dinheiro, um psicopata da Califórnia preferiu catar um pedaço de pau, bater num homem e levar o dinheiro dele. Também tem o caso de uma mulher que deixou a filha de 5 anos ser estuprada pelo namorado. Perguntada por que deixou aquilo acontecer, ela disse: “Eu não queria mais transar, então deixei que ele fosse com a minha filha.”
Eis mais um traço psicopático. “Eles tratam as pessoas como coisas”, afirma o psiquiatra Sérgio Paulo Rigonatti, do Instituto de Psiquiatria do HC. Isso acontece porque eles simplesmente não assimilam emoções. Para entender isso melhor, vamos dar um passeio pelo inferno.
Corpos decapitados, crianças esquálidas com moscas nos olhos, torturas com eletrochoque, gemidos desesperados. Só de imaginar cenas assim, a reação de pessoas comuns é ter alterações fisiológicas como acelerar as batidas do coração, intensificar a atividade cerebral e enrijecer os músculos. Em 2001, o psiquiatra Antônio Serafim colocou presos de São Paulo para assistir a cenas assim. Cada um ouvia, por um fone, sons desagradáveis, como gritos de desespero. “Os criminosos comuns tiveram reações físicas de medo”, diz ele. “Já os identificados como psicopatas não apresentaram sequer variação de batimento cardíaco.”
Mais: uma série de estudos do Instituto de Neurociência Cognitiva, nos EUA, mostrou que psicopatas têm dificuldade em nomear expressões de tristeza, medo e reprovação em imagens de rostos humanos. “Outros 3 estudos ligaram psicopatia com a falta de nojo e problemas em reconhecer qualquer tipo de emoção na voz das pessoas”, afirma Blair.
É simples: assim como daltônicos não conseguem ver cores, psicopatas são incapazes de enxergar emoções. Não as enxergam nem as sentem, pelo menos não do mesmo jeito que os outros fazem. Em vez disso, eles só teriam o que os psiquiatras chamam de proto-emoções – sensações de prazer, euforia e dor menos intensas que o normal. “Isso impede os psicopatas de se colocar no lugar dos outros”, diz Hilda Morana.
Um dos pacientes entrevistados por Hare confirma: “Quando assaltei um banco, notei que uma caixa começou a tremer e a outra vomitou em cima do dinheiro, mas não consigo entender por quê”, disse. “Na verdade, não entendo o que as pessoas querem dizer com a palavra ‘medo’ “.
No livro No Ventre da Besta – Cartas da Prisão, o escritor americano Jack Abbott descreve com honestidade o que acontece na sua cabeça de psicopata: “Existem emoções que eu só conheço de nome. Posso imaginar que as tenho, mas na verdade nunca as senti”.
É como se eles entendessem a letra de uma canção, mas não a música. Esse jeito asséptico de ver o mundo faz com que um psicopata consiga mentir sem ficar nervoso, sacanear os outros sem sentir culpa e, em casos extremos, retalhar um corpo com o mesmo sangue-frio de quem separa as asinhas do peito de um frango assado.
Ok, o problema central dos psicopatas é que eles não conseguem sentir emoções. Mas por que isso acontece? “A crença de que tudo é causado por famílias instáveis ou condições sociais pobres nos faz fingir que o problema não existe”, afirma Hare.
Para a neurologia, a coisa é mais objetiva: os “circuitos” do cérebro de um psicopata são fisicamente diferentes dos de uma pessoa normal. Uma descoberta importante foi feita pelo neuropsiquiatra Ricardo de Oliveira-Souza e pelo neurologista Jorge Moll Neto, pesquisador do Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos dos EUA. Em 2000, os dois identificaram, com imagens de ressonância magnética, as partes do cérebro ativadas quando as pessoas fazem julgamentos morais. Os participantes da pesquisa tiveram o cérebro mapeado enquanto decidiam se eram certas ou erradas frases como “podemos ignorar a lei quando necessário” ou “todos têm o direito de viver”, além de outras sem julgamento moral, como “pedras são feitas de água”. A maioria dos voluntários ativou uma área bem na testa, chamada Brodmann 10, ao responder às perguntas.
E aí vem o pulo-do-gato: a dupla repetiu o estudo em 2005 com pessoas identificadas como psicopatas, e descobriu que elas ativam menos essa parte do cérebro. Daí a incompetência que os sujeitos com transtorno anti-social têm para sentir o que é certo e o que é errado. Agora, resta saber se essas deficiências vêm escritas no DNA ou se surgem depois do nascimento.
Hoje, se sabe que boa parte da estrutura cerebral se forma durante a vida, sobretudo na infância. Mas cientistas buscam uma causa genética porque a psicopatia parece surgir independentemente do contexto ou da educação. “Nascem tantos psicopatas na Suécia ou na Finlândia quanto no Brasil”, afirma Hilda Morana. “Os pais costumam se perguntar onde foi que erraram.” A impressão é que psicopatas nasceram com o problema. “Eles também surgem em famílias equilibradas, são irmãos de pessoas normais e deixam seus pais perplexos”, afirma Oliveira-Souza.
James Blair vai pela mesma linha: “Estudos com pessoas da mesma famíla, gêmeos e filhos adotados indicam que o comportamento dos psicopatas e as disfunções emocionais são coisas hereditárias”, afirma.
Cobras de terno
Mesmo quem defende uma origem 100% genética para a psicopatia não descarta a importância do ambiente. A criação, nessa história, seria fundamental para determinar que tipo de psicopata um camarada com tendência vai ser.
“Fatores sociais e práticas familiares influenciam no modo como o problema será expresso no comportamento”, afirma Rigonatti. Por exemplo: psicopatas que cresceram sofrendo ou presenciando agressões teriam uma chance bem maior de usar sua “habilidade” psicopática para matar pessoas.
Um bom exemplo desse tipo é o americano Charles Manson. Filho de uma prostituta alcoólatra e dono de uma mente pra lá de sociopata, transformou um punhado de hippies da Califórnia em um grupo paramilitar fanático nos anos 70. Manson foi responsável pela carnificina na casa do cineasta Roman Polanski. Entre os 5 mortos, estava a atriz Sharon Tate, mulher do diretor e grávida de 8 meses. Detalhe: ele nem sequer participou da ação. Só usou sua capacidade de liderança para convencer um punhado de seguidores a realizar o massacre.
Já os que vêm de famílias equilibradas e viveram uma infância sem grandes dramas teriam uma probabilidade maior de se transformar naqueles que mentem, trapaceiam, roubam, mas não matam. Mais de 70% dos psicopatas diagnosticados são desse grupo, mas não há motivo para alívio. Psicopatas infiltrados na política, em igrejas ou em grandes empresas podem fazer estragos ainda piores.
Exemplos não faltam. O político absurdamente corrupto que é adorado por eleitores, cativa jornalistas durante entrevistas, não entra em contradição nem parece sentir culpa por ter recheado suas contas bancárias com dinheiro público é um. O líder religioso que enriquece à custa de doações dos fiéis é outro. E por aí vai.
“Eles costumam se dar bem em ambientes pouco estruturados e com pessoas vulneráveis. Agem como cartomantes, pais de santo, líderes messiânicos”, afirma Oliveira-Souza. Psicopatas não tão fanáticos, mas com a mesma falta de escrúpulos, também estão em grandes empresas, sugando dinheiro e tornando a vida dos colegas um inferno.
A habilidade para mentir despudoradamente sem levantar suspeitas faz com que eles se dêem bem já nas entrevistas de emprego. O charme que eles simulam ajuda a conquistar a confiança dos chefes e a pressionar para que colegas que atrapalham sua ascensão profissional acabem demitidos. Não raro, costumam ocupar os cargos hierárquicos mais altos.
O psicólogo ocupacional Paul Babiak cita o exemplo de Dave, um executivo de uma empresa americana de tecnologia. Logo na primeira semana, o chefe notou que ele gastava mais tempo criando picuinhas entre os funcionários do que trabalhando e plagiava relatórios sem medo de ser pego. Quando o chefe recomendou sua demissão, Dave foi reclamar aos chefes do seu chefe. Com sua lábia, conseguiu ficar dois anos na empresa, sendo promovido duas vezes, até causar um rombo na firma e sua máscara cair. “Certamente há mais psicopatas no mundo dos negócios que na população em geral”, diz o psiquiatra Hare, que escreveu com Babiak o livro Snakes in Suits – When Psychopaths Go to Work (“Cobras de Terno – Quando Psicopatas vão Trabalhar”, inédito no Brasil). Para ele, sociopatas corporativos são responsáveis por escândalos como o da Enron, em 2002, quando a empresa americana mentiu sobre seus lucros para bombar preços de ações. “O poder e o controle sobre os outros tornam grandes empresas atraentes para os psicopatas”, diz.
Seja nas empresas, nas ruas, ou numa casinha de sapê, nossos amigos com transtorno anti-social são tecnicamente incapazes de frear seus impulsos sacanas. Mas, para os psiquiatras, essa limitação não significa que eles não devam ser responsabilizados pelo que fazem. “Psicopatas têm plena consciência de que seus atos não são corretos”, afirma Hare. “Apenas não dão muita importância para isso.” Se cometem crimes, então, devem ir para a cadeia como os outros criminosos.
Só que até depois de presos psicopatas causam mais dores de cabeça que a média dos criminosos. Na cadeia, tendem a se transformar em líderes e agir no comando de rebeliões, por exemplo. “Mas nunca aparecem. Eles sabem como manter suas fichas limpas e acabam saindo da prisão mais cedo”, diz Antônio de Pádua Serafim.
Por conta disso, a psiquiatra forense Hilda Morana foi a Brasília em 2004 tentar convencer deputados a criar prisões especiais para psicopatas. Conseguiu fazer a idéia virar um projeto de lei, que não foi aprovado. Nas prisões brasileiras, não há procedimento de diagnóstico de psicopatia para os presos que pedem redução da pena. “Países que aplicam o diagnóstico têm a reincidência dos criminosos diminuída em dois terços, já que mantêm mais psicopatas longe das ruas”, diz ela. Tampouco há procedimentos para evitar que psicopatas entrem na polícia – uma instituição teoricamente tão atraente para eles quanto as grandes empresas. Também não há testes de psicopatia na hora de julgar se um preso pode partir para um regime semi-aberto. Nas escolas, professores não estão preparados para reconhecer jovens com o transtorno.
“Mesmo dentro da psiquiatria existe pouca gente interessada no assunto, já que os psicopatas não se reconhecem como tal e dificilmente vão mudar de comportamento durante a vida”, diz o psiquiatra João Augusto Figueiró, de São Paulo. Também não existem tratamentos comprovados nem remédios que façam efeito. Outro problema: quando levados a consultórios, os psicopatas acabam ficando piores. Eles adquirem o vocabulário dos especialistas e se munem de desculpas para justificar seu comportamento quando for necessário. Diante da falta de perspectiva de cura, quem convive com psicopatas no dia-a-dia opta por vigiá-los o máximo possível. É o que faz a dona-de-casa Norma, do Guarujá, com o filho Guilherme. “Enquanto eu e o pai dele estivermos vivos, podemos tomar conta”, diz. “Mas… e depois?”
“Ele mentia muito. Armava um teatro para nos transformar em culpados. Não tinha apego nem responsabilidade. Não evitava falar coisas que deixassem os outros magoados. Nunca pensou que, se fizesse alguma coisa ruim, os pais ficariam bravos. Na escola, ele não obedecia a ordens. Se não queria fazer a lição, não tinha ninguém que o convencesse. A inteligência dele até era acima da média, mas um mês ele tirava 10 em tudo e no outro tirava 0. Dos 3 aos 25 anos, ele rodou comigo por psicólogos. Foi uma busca insana. Começamos a tratar pensando que era hiperatividade, ele tomou antidepressivos e outros remédios. Nada deu certo. Pessoas como o meu filho conseguem manipular psicólogos com facilidade. E os pais se tornam os grandes culpados. Quando descobri o problema, com uma psiquiatra, foi uma luz para mim. Hoje sei que pessoas como ele inventam um mundo na cabeça. É um sofrimento para os pais que convivem com crianças ou com adultos assim. Hoje, temos que vigiá-lo e carregá-lo pela mão para tudo que é canto. Senão, ele rouba coisas ou arma histórias. Fica 3 meses em cada emprego e pára, diz que não está bom. O problema nunca é com ele, sempre os outros é que estão errados. Eu ainda torço para que tenha um remédio, porque viver assim é muito ruim. Se está tudo bem agora, você não sabe qual vai ser a reação daqui a 5 minutos. É como uma bomba relógio, uma panela de pressão que vai explodir. Nunca dá pra saber exatamente o que ele pensa nem para acreditar em alguma coisa que ele promete. Às vezes penso que deveriam criar uma sociedade paralela só para sociopatas, mas uns matariam os outros, com certeza. Para não correr o risco de botar no mundo outra pessoa dessas, convencemos nosso filho a fazer vasectomia. Dói muito dizer que seu filho é um psicopata, mas fazer o quê? Matar você não pode. Tem que ir convivendo na esperança de que um dia a medicina dê conta de casos assim.”
*Depoimento de Norma, 50 anos, dona-de-casa do Guarujá (SP), mãe de Guilherme, 28, diagnosticado como psicopata.
As características de um psicopata
Charme
Tem facilidade em lidar com as palavras e convencer pessoas vulneráveis. Por isso, torna-se líder com freqüência. Seja na cadeia, seja em multinacionais.
Inteligência
O QI costuma ser maior que o da média: alguns conseguem se passar por médico ou advogado sem nunca ter acabado o colegial.
Ausência de culpa
Não se arrepende nem têm dor na consciência. É mestre em botar a culpa nos outros por qualquer coisa. Tem certeza de que nunca erra.
Espírito sonhador
Vive com a cabeça nas nuvens. Mesmo se a situação do sujeito estiver miserável, ele só fala sobre as glórias que o futuro lhe reserva.
Habilidade para mentir
Não vê diferença entre sinceridade e falsidade. É capaz de contar qualquer lorota como se fosse a verdade mais cristalina.
Egoísmo
Faz suas próprias leis. Não entende o que significa “bem comum”. Se estiver tudo ok para ele, não interessa como está o resto do mundo.
Frieza
Não reage ao ver alguém chorando e termina relacionamentos sem dar explicação. Sabe o cara que “foi comprar cigarro e nunca mais voltou?” Então.
Parasitismo
Quando consegue a confiança de alguém, suga até a medula. O mais comum é pedir dinheiro emprestado e deixar para pagar no dia 31 de fevereiro.
The Psychopath – James Blair e outros, Blackwell, EUA, 2006
Without Conscience – Robert Hare, Guilford, EUA,1993
The Sociopath Next Door – Martha Stout, Broadway, EUA, 2005
O talentoso grupo de 11 fotojornalistas mulheres que participa da exposição do National Geographic “Women of Vision” (ou “Mulheres de Visão”, em português) parece ter se inspirado nas palavras de Lange: elas já se aventuraram em todos os cantos do mundo, com mentes e olhos bem abertos, e voltaram com resultados espetaculares.
A exposição, em exibição no Instituto Cranbrook de Ciência, em Bloomfield Hills, Michigan, foi concebida por Kathryn Keane, vice-presidente de exposições da National Geographic, e com curadoria da editora de fotos sênior da revista, Elizabeth Krist. Em uma conversa publicada na National Geographic, as duas mulheres falaram sobre como elas ficaram impressionadas com o número de mulheres fotógrafas, na última década, que trabalhavam em ambientes extremos e situações perigosas para trazer histórias importantes para a revista.
Nujood Ali surpreendeu o mundo em 2008 ao se divorciar com dez anos no Iêmen, dando um grande passo contra casamentos forçados. Foto de Stephanie Sinclair, cortesia da National Geographic “Mulheres de Visão”
“Muitas fotógrafas trabalhavam para jornais em suas cidades natal; muitas eram as únicas mulheres trabalhando na redação”, disse Keane. “Elas tiveram razões diferentes para entrar na área, mas uma vez que começaram a fotografar profissionalmente, tiveram experiências semelhantes, e então, seus interesses pessoais as trouxeram de volta para direções diferentes. … Várias vezes essas mulheres não tinham recursos, elas tinham muito pouco apoio e mesmo assim foram levadas para conseguir as histórias que começaram “.
Enquanto uma ampla gama de trabalho pode ser vista na exposição, é impressionante perceber como muitas das fotógrafas têm um olhar profundo e sutil nas vidas de mulheres de todas as idades: desde uma jovem mulher que foi pressionada pelo grupo a fazer um piercing a uma garota iemenita que se livrou de um casamento infantil.
“Acho que as mulheres são mais propensas a se concentrarem em questões que realmente importam para as mulheres, seja mortalidade materna, agressão sexual ou crianças noivas”, disse Krist à National Geographic. “E então eu sinto que é importante manter os números lá em cima de mulheres que estão realmente saindo a campo e cobrindo esses tipos de problemas.”
A exposição inclui o trabalho das fotojornalistas Erika Larsen, Kitra Cahana, Jodi Cobb, Amy Toensing, Carolyn Drake, Beverly Joubert, Stephanie Sinclair, Diane Cook, Lynn Johnson, Maggie Steber e Lynsey Addario, onde todas tem contribuído para a National Geographic. Abaixo, veja algumas das imagens que trazem à luz histórias de mulheres de todas as partes do mundo:
“Eu estava tentando fazer imagens de vítimas que não se revitimizam”, disse Cobb ao Wall Street Journal ao falar sobre a primeira imagem abaixo. “Você não quer que as pessoas se afastem, você quer atraí-los.”
Prostitutas, são conhecidas como meninas engaioladas são, muitas vezes, escravas sexuais, exibem-se em uma rua de Mumbai. Foto de Jodi Cobb, cortesia da National Geographic “Mulheres de Visão”.Uma mulher em Florença, na Itália, saboreia uma mensagem recebida em um cartão postal. Foto de Jodi Cobb, cortesia da National Geographic “Mulheres de Visão”.
“O pior dia não é quando minha segurança está em risco, é quando eu não consigo tirar as fotos que eu quero”, disse Sinclair. “Você tem uma chance de conseguir que essas vozes sejam ouvidas, então todos os dias contam.”
Uma tenente da unidade de elite de contraterrorismo do Iêmen, patrulha o quartel das mulheres. Foto de Stephanie Sinclair.
“Para mim,” Drake disse ao blog Lens, em 2011, “o jornalismo e a arte não estão realmente separados.”
Em Hotan, na cidade de Uygur, com uma crescente população chinesa Han, os uygures socializam em suas próprias casas noturnas. Foto de Carolyn Drake, cortesia da National Geographic “Mulheres de Visão”.
“Isso é o que eu cubro,” disse Addario ao Comitê de Proteção aos Jornalistas em uma entrevista depois que ela foi mantida em cativeiro na Líbia em 2011. “Eu vou voltar, e exercer o máximo de cautela quanto eu puder, mas vou cobrir conflitos.”
Mulheres – principalmente viúvas – treinam para realizar trabalhos policiais em um campo de tiro perto de Cabul. Foto de Lynsey Addario, cortesia da National Geographic “Mulheres de Visão”.
“Palavras e imagens juntas são uma ferramenta muito poderosa. Na verdade, juntas, essas são as coisas mais poderosas do mundo. Muito mais do que espadas e armas, porque juntas elas têm o poder de informar e mudar mentes”, disse Steber ao National Geographic. “Mas eu acho que quando você está escrevendo algo, você tem que comunicar de uma forma que as pessoas possam aprender algo e resolvam isso por si mesmos. Fotografias são uma coisa completamente diferente. As fotos se comunicam com uma parte diferente do seu cérebro. Nenhuma palavra seria capaz de descrever como era sua mãe aos 20 anos quando o luar iluminou seu rosto de uma maneira única. Apenas uma fotografia pode lhe mostrar isso”.
Quatro jovens irmãs tiram uma soneca, em uma tarde de domingo, em uma cama, em Miami, na Florida, depois de frequentar a igreja. Foto de Maggie Steber, cortesia da National Geographic “Mulheres de Visão”.
Muitos relacionamentos estão fadados ao fracasso porque os envolvidos ainda não resolveram questões pessoais antes de dividi-las com outras pessoas. É a velha – porém extremamente sábia – história: impossível ser feliz com alguém se você não faz ideia de como ser feliz sozinho.
Quando duas metades cheias de questões mal resolvidas se juntam, os problemas se multiplicam e se fortalecem. Por isso, trouxemos hoje uma lista de fatos sob os quais você precisa ter consciência antes de sair se jogando nos braços de outra pessoa em busca de uma cura indireta para os seus problemas.:
1- Se você não sabe o que busca para sua vida, não reconhecerá quando encontrar. Não existe modelo pronto para nada, mas reconhecer e honrar o que realmente acreditamos está relacionado ao encontro de valores pessoais e objetivos de vida que conversem entre si. O diferente pode até atrair, mas a convivência mostra que gostos e valores afins são indispensáveis para uma relação de sucesso.
2. Suas questões internas não podem ser resolvidas com soluções externas. Por mais que os filmes mostrem e nós queiramos acreditar, não existe príncipe encantado que te salvará dos seus problemas. Um parceiro de relacionamento poderá ser alguém que dê suporte e esteja presente em momentos difíceis, entretanto, por melhor que essa pessoa seja, suas questões pessoais continuam sendo pessoais e nunca serão resolvidas por uma segunda pessoa.
3. Solidão é algo inevitável e importante em diversas fases do amadurecimento de uma pessoa. Muitas vezes, só valorizamos e entendemos o quanto alguém era importante para nós quando perdemos essa pessoa. O homem é um ser que valoriza pela falta e, mesmo o mais socializável dos seres, precisa de algum tempo para si mesmo. Durante nossas vidas, se tivermos sorte, acharemos alguns acompanhantes para a viagem – mas a maturidade consiste do entendimento que assim como nós, essas pessoas têm liberdade para ir.
4. Pensar e mexer nas feridas é uma das coisas mais dolorosas da vida, por isso muitas pessoas fogem dessas tarefas. No entanto, só aqueles que enfrentam seus fantasmas conseguem se libertar deles. Tudo é completo até ser resolvido.
5. Se você só acredita no seu potencial quando ouve um elogio de alguém, então há algo errado na sua vida. Uma estima baixa tem pouca proteção para as dificuldades da vida e dos relacionamentos.
6. Pessoas sempre tentarão te convencer de que relacionamentos felizes, sem briga, e com parceria são raridade. Não acredite nelas. Essa é uma conclusão que tem que ser sua.
7- O orgulho é o grande responsável por boa parte das nossas dores. Livre-se dele sempre que puder.
8. Enquanto você viver buscando a perfeição no outro, jamais será feliz pois é impossível encontrá-la. Não tem como encontrarmos o que não temos para oferecer.
9. Esteja consciente de cada passo seu. Só quem anda com consciência consegue ver as coisas menos óbvias e mais simples da vida.
10. Quando você entende que o amor não é permanente, você passa a valorizar mais cada dia pois sabe que ele pode ser o último.
11. Só consegue viver uma existência leve, quem consegue praticar o perdão. Perdoar não quer dizer necessariamente dar outra chance, mas sim eliminar a mágoa do seu coração para libertar-se de ressentimentos.
12. A duração das coisas é irrelevante. A profundidade é tudo o que importa. Hoje estamos vivos. Amanhã, quem sabe?
13. Relacionamento é construção. Compare-o com um filme onde ações acontecem o tempo todo e nunca com uma fotografia estática. Mudanças e adaptações acontecerão o tempo todo.
14. Ciúme não tem absolutamente nada a ver com amor. Se você não acredita nisso, então provavelmente nunca entendeu o que é amar de verdade. Você pode até senti-lo, mas não é o sentimento de amor que o justifica.
15. O amor é o grande alimento pra alma. Entretanto você não precisa necessariamente amar outra pessoa no sentido romântico – qualquer forma de amor, direcionada a qualquer ser, é válida.
16. O amor tem que te permitir ser livre. Nunca se contente com menos. Nunca deixe de tentar.
Aceitar mudanças nunca é fácil, principalmente quando elas não dependem única e exclusivamente da nossa vontade.
Quando um relacionamento fracassa, existem tantos e tão intensos sentimentos envolvidos que parece difícil acreditar que qualquer outra pessoa possa ou mesmo tenha o direito de ter opiniões diferentes das nossas.
Ressentimento,abandono, traição, raiva e até desejo de vingança são sentimentos frequentes nas separações.
Como para toda a perda, na maioria das vezes, um período de luto será necessário para a “”digestão” e “elaboração” de tudo o que aconteceu para que a vida possa continuar. A dor pode ser tão forte deixando a pessoa tão centrada em si mesma que uma visão imparcial da realidade pode ser quase impossível. E, nesses casos, os filhos podem sofrer com isso.
Nesse período crítico, será necessária muita atenção para que atitudes impulsivas e que possam ser prejudiciais aos filhos não sejam tomadas.
1. No que consiste a síndrome da alienação parental?
Síndrome de Alienação Parental (SAP), também conhecida pela sigla em inglês PAS, é o termo proposto por Richard Gardner em 1985 para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor.
Os casos mais freqüentes da Síndrome da Alienação Parental estão associados a situações onde a ruptura da vida conjugal gera, em um dos genitores, uma tendência vingativa muito grande. Quando este não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Neste processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro.
2. Só os pais podem praticar a alienação parental?
Não. A alienação pode ser praticada tanto pelos pais, quanto pelos avós do menor e, ainda, por aquele que, ainda que não estejam entre os pais e avós, têm o menor sob a sua autoridade.
3. Como, na prática, pode ser caracterizado um ato de alienação parental?
A Lei 12.318/10 traz uma lista exemplificativa de condutas que caracterizam a alienação parental, vejamos:
I – realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II – dificultar o exercício da autoridade parental; III – dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV – dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V – omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI – apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII – mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avó
4. O genitor que se vê privado da harmônica convivência com o menor em face da alienação pode tomar providências legais?
Sim, ele poderá ajuizar uma ação na qual requererá providências do juízo para fazer cessar a conduta prejudicial.
5. Na ação em que for alegada a existência da alienação, o juiz decidirá com a ajuda de outros profissionais ou apenas com base nas narrativas dos fatos?
O juiz recorrerá a psicólogos e a uma equipe multidisciplinar que fará estudos de caráter biopsicossocial, analisando os documentos que constem no processo, a personalidade do alienador, a personalidade e as condutas da pessoa que alega a alienação, bem como o comportamento da criança ou adolescente quanto ao alegado.
6. Restando provada a alienação parental, o que poderá ocorrer com o alienador (pessoa que pratica o alto de alienação)?
Dependendo da gravidade da situação, o juiz decidirá por penas mais brandas ou até mesmo muito severas. Poderá, desde declarar a ocorrência da alienação e advertir o alienador para que este modifique a sua conduta, até retirar a guarda do alienante, podendo, inclusive, até mesmo suspender o seu poder familiar, situação em que o “suspenso” deixa de ter direitos e também deveres quanto à pessoa e quanto aos bens dos filhos.
7. Quem sofre com a alienação?
Embora todos os envolvidos sofram, não há dúvidas de que são os filhos os maiores prejudicados. Eles são fruto da relação e não escolheram os pais que têm, logo não devem ser prejudicados pelo fracasso da relação emocional deles. Os filhos estão em processo de formação de personalidade, são dependentes não só financeiramente mas também emocionalmente e precisam de referenciais. Portando impedir o contato ou distorcer realidades sobre um dos pais é um ato injusto e imaturo para com uma pessoa que ainda não está plena em sua autonomia. Por isso justifica a interferência do estado.
A Criança Alienada:
Apresenta um sentimento constante de raiva e ódio contra o genitor alienado e sua família.
Se recusa a dar atenção, visitar, ou se comunicar com o outro genitor.
Guarda sentimentos e crenças negativas sobre o outro genitor, que são inconsequentes, exageradas ou inverossímeis com a realidade.
8. A alienação parental pode trazer danos irreversíveis à criança?
A alienação parental tem graus variáveis desde a dificuldade de contato telefônico com a criança , da desqualificação do pai ou da mãe com aquele que cuida. Até situações mais graves como acusações falsas de violência física, abuso psicológico ou sexual. O objetivo final, seja através de mensagens sutis ou de graves acusações, sempre será o de destruir o vínculo afetivo entre um dos filhos e o genitor.
Como o ato é feito por um maior responsável, esses atos caracterizam abuso emocional e, como todo abuso, podem sim trazer sério danos emocionais a um menor que ainda está em processo de formação.
Crianças Vítimas de SAP são mais propensas a:
Apresentar distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e pânico.
Utilizar drogas e álcool como forma de aliviar a dor e culpa da alienação.
Cometer suicídio.
Apresentar baixa auto-estima.
Não conseguir uma relação estável, quando adultas.
Possuir problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado.
Quando foi que deixamos de nos perceber humanos? Nossa vida anda tão preenchida por um milhão de miudezas inúteis, que os verdadeiros tesouros acabam nos passando despercebidos. Me pergunto quando deixei de ser ouvidos para boas histórias, por estar ocupada demais com as contas atrasadas. Quando deixei de pensar sobre os meus sentimentos para pensar a respeito do que preciso fazer amanhã? Desde quando as buzinas nervosas se tornaram mais audíveis que o murmúrio gostoso das pessoas? Quando, mesmo, nos tornamos tão insensíveis ao que é humano?
É triste pensar que nosso mundo anda tão ocupado com as coisas a ponto de se tornar cada vez mais insensível às pessoas, aos sentimentos, ao que interessa de verdade. Que estamos mais preocupados em não perder a hora do que em compreender porque, de fato, precisamos nos apressar.
Quando mesmo checar minha caixa de e-mails se tornou tão urgente a ponto de eu não ter sequer dois minutos pra dedicar a uma música que me faz bem à alma? Quando, na verdade, deixamos tão cruelmente de nos permitir em nome do que tem que ser? Quando o que temos que fazer tornou-se tão mais importante do que o que queremos fazer?
Triste pensar que deixamos de nos construir enquanto seres humanos, por estarmos mais preocupados com o que precisamos mostrar. Quando deixamos de ser felizes, para nos mostrar felizes. Quando deixamos de assumir nossas fraquezas, porque a crueldade do mundo não nos permite a mais ingênua humanidade.
É triste, sobretudo, pensar que cada minuto que se passa se esvai, de fato, por entre nossos dedos, porque, por mais triste que isso possa parecer, a cada dia vivemos menos. Por mais que estejamos vivos, estamos cada vez menos cientes disto. O mundo nos anestesia.
Ocupamo-nos com nossas necessidades mesquinhas e não percebemos que muitas delas só se tornaram necessidades porque nunca paramos para pensar sobre o porquê precisamos delas. Jamais nos ocorreu que, talvez, precisemos de muito menos do que buscamos. E que o que precisamos de verdade pode estar sendo deixado de lado a cada minuto que nos ocupamos com a ilusão de nossas pseudonecessidades.
Vamos deixando nossos sonhos pra uma outra hora, como se uma outra hora fosse existir tão seguramente assim. Vamos abrindo mão de pedaços de vida que sabemos ser irrecuperáveis, mas, muitas vezes, não nos damos conta do quanto isto é grave. Do quanto podemos nos arrepender de uma palavra que não trocamos, de uma ideia que não absorvemos, de uma música que não escutamos, de uma experiência que não tivemos.
Estamos ocupados demais pra viver os nossos sonhos e, pior ainda, para compreender o quanto isto nos é nocivo. E que, talvez num futuro breve demais, nos perceberemos velhos e frustrados por uma busca eternamente infrutífera, porque muitos sequer sabem o que, de verdade, buscam. Vivem no automático por tempo demais. E percebem – tarde demais – que a felicidade se apressou em abandoná-los. Como todas as coisas maravilhosas da vida, ela não sabe esperar. Sorte de quem se encontra a tempo. Porque, lamentavelmente ou não, só se encontra quem desiste de buscar.
Estar em paz com um mundo atormentado: não é uma meta sensata. Ela pode ser conquistada apenas negando tudo aquilo que cerca você. Estar em paz com você mesmo dentro de um mundo atormentado: essa é, ao contrário, uma aspiração nobre. Este texto é para as pessoas que estão em conflito com a vida. Ele faz um apelo para você não se envergonhar disso.
Senti o ímpeto de escrevê-la ao ler um livro notável de Paul Verhaeghe, um professor belga de psicanálise. What About Me? The Struggle for Identity in a Market-Based Society [E quanto a mim? A luta por identidade em uma sociedade baseada no mercado,sem tradução em português] é uma dessas obras que, ao fazer conexões entre fenômenos aparentemente distintos, fomenta novos insights sobre o que está acontecendo conosco e porquê.
“Lógica do sistema é permeada por monitoramento, medição, vigilância e auditorias (…) Destrói a autonomia, o empreendimento, a inovação e a lealdade e gera frustração, inveja e medo”
Somos animais sociais, argumenta Verhaeghe, e nossas identidades são formadas pelas normas e valores que absorvemos de outras pessoas. Toda sociedade define e molda sua própria normalidade e sua própria anormalidade, de acordo com narrativas dominantes, e busca fazer com que as pessoas obedeçam — caso contrário as exclui.
Hoje, a narrativa dominante é do fundamentalismo de mercado, amplamente conhecido na como neoliberalismo. O conto é que o mercado pode resolver quase todos os problemas sociais, econômicos e políticos. Quanto menos o Estado nos controlar e taxar, melhor será nossa condição. Os serviços públicos devem ser privatizados, os gastos públicos devem ser reduzidos e os negócios devem ser liberados do controle social. Em países como o Reino Unido e os EUA, essa história molda as normas e valores há cerca de 35 anos: desde que Thatcher e Reagan chegaram ao poder. E rapidamente está colonizando o restante do planeta.
Verhaeghe indica que o neoliberalismo se apoia na ideia grega de que nossa ética é inata (e regida por um estado de natureza que chama de mercado) e na ideia cristã de que a humanidade é inerentemente egoísta e gananciosa. Em vez de tentar suprimir essas características, o neoliberalismo as exalta: essa doutrina afirma que a competição irrestrita, guiada pelo interesse próprio, conduz à inovação e ao crescimento econômico, melhorando o bem estar de todos.
Toda essa história gira em torno da noção de mérito. A competição irrestrita recompensaria as pessoas talentosas, que trabalham duro e inovam. Ela rompe com as hierarquias e cria um mundo de oportunidades e mobilidade.
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Mas a realidade é bem diferente. Mesmo no início do processo, quando os mercados foram desregulamentados pela primeira vez, não começamos com oportunidades iguais. Algumas pessoas já estavam bem à frente antes de ser dada a largada. Foi assim que as oligarquias russas conseguiram acumular tanta riqueza quando a União Soviética chegou ao fim. Eles não eram, em sua maioria, os mais talentosos, trabalhadores ou inovadores, mas sim os menos escrupulosos, os mais grosseiros e com os melhores contatos, frequentemente na polícia secreta — a KGB.
Mesmo quando os resultados resultam de talento e trabalho duro, a lógica não se mantém por muito tempo. Assim que a primeira geração de empresários liberados conquista seu dinheiro, a meritocracia inicial é substituída por uma nova elite, que isola seus filhos da competição por meio da herança e da melhor educação que o dinheiro pode comprar. Nos locais onde o fundamentalismo de mercado foi aplicado com mais vigor, em países como os EUA e o Reino Unido, a mobilidade social diminui bastante.
Se o neoliberalismo não fosse uma trapaça egoísta, e se seus gurus e thinktanks não fossem financiados desde o início por algumas das pessoas mais ricas do mundo (os multimilionários americanos Coors, Olin, Scaife e Pew, entre outros), seus apóstolos teriam exigido, como precondição para uma sociedade baseada no mérito, que ninguém deveria começar a vida com uma vantagem injusta — seja riqueza herdada ou educação determinada economicamente. Porém, eles nunca acreditaram em sua própria doutrina. O empreendimento, como resultado, rapidamente deu lugar à renda.
Tudo isso é ignorado, e o sucesso ou a falha da economia de mercado são atribuídos unicamente aos esforços do indivíduo. Segundo esta crença, os ricos são os novos justos; os pobres são os novos desviados, que fracassaram econômica e moralmente e hoje são classificados como parasitas sociais.
O mercado deveria nos libertar, oferecendo autonomia e liberdade. Em vez disso, entregou atomização e solidão.
O local de trabalho foi envolvido por uma estrutura louca, kafkiana, de monitoramento, medição, vigilância e auditorias, orientada centralmente, planejada de forma rígida e cujo objetivo é recompensar os vencedores e punir os perdedores. Ela destrói a autonomia, o empreendimento, a inovação e a lealdade e gera frustração, inveja e medo. Por meio de um paradoxo incrível, ela nos levou até o renascimento de uma antiga tradição soviética conhecida na Rússia como tufta. Ela significa falsificação de estatísticas com o objetivo de atender aos ditames do poder irresponsável.
As mesmas forças afetam aqueles que não conseguem encontrar trabalho. Agora, eles precisam disputar, além de sofrer as outras humilhações do desemprego, com um nível totalmente novo de vigilância e monitoramento. Tudo isso, de acordo com Verhaeghe, é fundamental para o modelo neoliberal, que sempre insiste na comparação, avaliação e quantificação. Somos tecnicamente livres, mas incapacitados. Quer seja no trabalho ou fora dele, devemos viver com base nas mesmas regras ou perecer. Todos os principais partidos políticos as promovem — então não temos poder político também. Em nome da autonomia e da liberdade, acabamos controlados por uma burocracia esmagadora e anônima.
Verhaeghe escreve que essas mudanças vieram acompanhadas de um aumento espetacular em certas condições psiquiátricas: automutilação, distúrbios de alimentação, depressão e distúrbios de personalidade.
Dentre os distúrbios de personalidade, os mais comuns são ansiedade por desempenho e fobia social: ambos refletem um medo da outra pessoa, que é percebida tanto como avaliadora quanto como competidora, as únicas funções que o fundamentalismo de mercado admite para a sociedade. Somos atormentados pela depressão e pela solidão.
Os ditames infantilizadores do local de trabalho destroem nosso respeito próprio. Aqueles que terminam no fim da fila são acometidos por culpa e vergonha. A falácia da autoatribuição tem dois lados: assim como nos regozijamos por nosso sucesso, nos culpamos por nosso fracasso, mesmo se não tivermos qualquer responsabilidade por isso.
Portanto, se você não se encaixa ou se sente um estranho no mundo, se sua identidade está perturbada ou rompida, se você se sente perdido e envergonhado, talvez seja porque você manteve os valores humanos que deveria ter descartado. Você é um desgarrado. Orgulhe-se.
Você só conhece de verdade a pessoa quando há dinheiro em disputa sobre a mesa. Ouvi isso duas vezes. De pessoas diferentes. Com a mesma intenção: insinuar desonestidade e traição no comportamento do outro diante de uma possibilidade de ganho financeiro. O interessante é que disseram isso uma em relação a outra. Então deve ser verdade. Deve ser um traço universal da nossa espécie. Uma das tantas verdades que definem o ser humano e que são duras de admitir – porque, se definem o humano, meu amigo e minha amiga ingênuos, acabam definindo a mim e a você também, forçosamente.
Machado de Assis era um mestre (ou melhor: é. Sua obra é imortal) em identificar e escancarar, com ironia perfurante, essa grande mesquinhez que habita a alma de quase todos nós. E que se acentuaria na medida dos ganhos e da locupletação colocados sobre a mesa. Tem um conto exemplar do Machado em que um sujeito se sente impelido a dar uma gorjeta a outro por um serviço bem prestado. À medida que vão se aproximando, na rua, o sujeito vai revendo seu ímpeto generoso. Pensa que o outro ficaria feliz com menos, que não precisaria dar tanto, que muitíssimo menos já resolveria, e assim vai arregimentando uma série de atenuantes. Vai de tal forma tratando de minguar intimamente a ideia da gorjeta que, ao se cruzarem, ela já virou nada, coisa nenhuma. Acho que o sujeito sequer cumprimenta o outro. No mais das vezes, nós somos assim. Pequenos. Vis. Egoístas. Matamos a generosidade e a gratidão em nós como se elas fossem doenças que, se não tratadas, nos levariam à morte por miséria e por escárnio. (E no mundo em que vivemos talvez esse medo não seja totalmente absurdo.) O desapego e a entrega e a correção e a justeza são traços absolutamente raros de caráter. Virtudes cada vez menos frequentes e portanto, a meu ver, cada vez mais valiosas, fundamentais, necessárias. Coisa para poucos, pouquíssimos.
É realmente triste contemplar o ser humano sob esse prisma. Inclusive porque essa visão é cristalina: é assim mesmo que as coisas são. Você abre uma empresa e na hora de escapar dos ônus ou de dividir os bônus é um deus nos acuda, ou um toma que o filho é teu ou um pega para capar. (Três clichês para deixar bem claro o que quero dizer.) Sabe o seu irmão querido, com quem você tem tanto em comum? Pode virar um ogro na hora da partilha da herança que vocês tem em comum. Ou pior: o ogro pode ser você. Sabe sua filha, por quem você daria sua vida? Talvez vá ter vergonha de você e não vá querer vê-lo mais assim que você envelhecer. Sabe sua mulher, com quem você tem conta conjunta e com quem você partilha todas as suas conquistas materiais e sua vida financeira? Ahahahah. É isso o que tenho a lhe dizer: ahahahah.
A essas todas, tento pensar como um Jedi: primeiro, é preciso resistir ao Lado Sombrio da Força. A cafajestice generalizada não pode fazê-lo virar mais um Lord Sith a empestear o universo. Segundo, é preciso sempre lançar mão do Sabre de Luz para defender o que é bom e justo. A começar, pelo que é bom e justo dentro de você.