12 maneiras naturais para combater a depressão

12 maneiras naturais para combater a depressão

A doença mental não faz diferenças. Ela está presente em todos os níveis da sociedade não importando a riqueza, a inteligência, o talento, poder ou fama que a pessoa tenha. A depressão desafia a razão e a percepção pode se tornar mais importante do que a realidade.

A pessoa doente pode ter uma visão de realidade distorcida sobre si mesma e sobre o seu lugar no mundo que não deixe nenhuma esperança para a felicidade. A depressão rouba a perspectiva de que existe uma luz no final do túnel e pode conduzir a pessoa à uma situação realmente incapacitante e, em casos extremos, ao suicídio.

A seguir, estão 12 maneiras naturais para ajudar a combater a depressão. Estas 12 dicas oferecem esperança para alguém que esteja muito doente. Entretanto é importante lembrar que todas as sugestões descritas não substituem a necessidade de uma avaliação e acompanhamento profissional.

1. Desenvolva habilidades de pensamento mais racionalizado

Embora a depressão seja um transtorno de humor, a intensidade dos sentimentos apresentados pode ser tão grande que a capacidade de racionalizar a realidade pode ficar distorcida. Desenvolver competências para identificar os pensamentos irracionais que desencadeiam sentimentos também irracionais é uma chave fundamental para combater a depressão.

2. Evite o uso excessivo de álcool ou uso de medicações prescritas por terceiros.

Embora a medicação prescrita por um especialista possa ser ser essencial para algumas pessoas com depressão, a auto-medicação ou mesmo o uso do e álcool podem tornar os sintomas ainda piores. O abuso de substâncias e depressão é uma combinação mortal.

Quando as pessoas se tornam dependentes químicas, por exemplo, os efeitos da depressão são multiplicados e os pensamentos irracionais aumentam, levando a um comportamento doentio e ao mau julgamento da realidade. Quando as pessoas usam drogas e álcool para relaxar ou se sentirem melhores, elas estão minando o controle saudável de suas vidas e, sem perceber, apelam para mais uma fuga temporária. Em vez de lidar com seus sentimentos, elas tentam escapar deles.

O alcoolismo também conduz a mais depressão. O álcool é um depressor, e, depois da anestesia temporária das emoções, ele deixa a pessoa ainda mais depremida. É uma combinação muito grave. O alcoolismo é um dos mais fortes preditores de tentativas de suicídio. De fato, estima-se que as pessoas com depressão com um transtorno de abuso de substâncias são seis vezes mais propensas a cometer suicídio. A forte ligação entre o abuso de drogas e comportamento suicida é uma bandeira vermelha para o suicídio.

3. Fale sobre o assunto!

Aqueles que mantém o silêncio sobre sua depressão o fazem devido ao medo do estigma e da vergonha. No entanto, o isolamento interfere na obtenção de uma rotina mais saudável, mais objetiva e rica em perspectivas. Contar com uma rede de apoio (família, amigos) para compartilhar seus pensamentos mais sombrios e sentimentos pode ajudar a diminuir a sensação de desesperança e o isolamento.

O esforço para se conectar e compartilhar pensamentos e sentimentos pode ajudar enormemente. A conexão com os outros é um dos antídoto da depressão. Esteja perto de pessoas positivas e que ofereçam apoio, companhia e um ouvido amigo.

4. Não seja orgulhoso (a) demais para buscar ajuda profissional.

Uma atmosfera de apoio sem julgamento pode ser fundamental na superação da depressão. Admitir que você precisa de ajuda é o primeiro passo para ajudar a si mesmo. Embora muitos indivíduos deprimidos se sintam fracos e desmotivados para pedir ajuda, fazê- lo é um sinal de coragem e força, nunca de fraqueza. Além disso, os terapeutas podem não só dar apoio, mas também podem oferecer aos clientes as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de habilidades importantes da vida que também ajudam no combate a depressão. Habilidades que auxiliam no gerenciamento do estresse e da raiva, melhora nos pensamentos doentios e melhora na comunicação são alguns exemplos de habilidades que podem ser aprendidas. O psicoterapeuta oferece mais do que um ouvido simpático e bom senso – ele oferece dicas e ferramentas de um profissional treinado para ajudar os clientes a aprender os passos para viver melhor.

5. Mantenha-se ativo (a).

Mesmo que você precise se arrastar, desenvolva algum plano para ter atividades durante o dia. Disciplina e proatividade são excelentes para ajudar a levantar o humor e podem ajudar indivíduos deprimidos a melhorarem sua sensação de autossuficiência e competência. Quando as pessoas estão deprimidas, elas muitas vezes se sentem sobrecarregadas e não têm a mesma energia de antes.. No entanto, ficar só parado (a) só aumenta a depressão e a negatividade. fazer algo, mesmo que contra a vontade, pode fazer maravilhas para o humor. O slogan da Nike: “Just Do It” é uma ótima maneira de combater a depressão naturalmente. Pró-atividade está relacionada com autoestima.

6. Desenvolva hábitos de vida saudáveis.

Bons hábitos como comer bem e fazer exercícios físicos regularmente são incompatíveis com a depressão. O próprio exercício é uma ótima maneira de ajudar a combater a depressão, liberando endorfinas e não só mantendo o metabolismo ativo, mas também nos ajudando a aumentar  o domínio sobre nossos corpos e vidas. Nos sentimos melhores, mais bonitos, melhoramos o peso e aumentamos a estima quando cuidados de nós mesmos. Da mesma forma, muitos estudos têm mostrado uma ligação forte entre comer bem e se sentir bem. Dietas moderadas e equilibradas com muitas frutas e vegetais frescos, ricos em nutrientes e pobres em açúcar e gorduras em excesso, ajudam a regular o nosso humor.

Já o consumo excessivo de alimentos refinados e açúcares têm sido associado à depressão. A depressão também tem sido associada ao fumo, bem como ao consumo excessivo de cafeína que pode também levar a um aumento da ansiedade.

contioutra.com - 12 maneiras naturais para combater a depressão
Susi Godoy Photography

7. Perdoe-se por não saber antes o que você sabe hoje.

Os indivíduos deprimidos são frequentemente assombrados pela culpa. Culpa por erros do passado, culpa por alguma falha ou por não ser “bom o suficiente” são exemplos da infinita variedade de pensamentos que as pessoas deprimidas têm.

Ficar preso (a) em arrependimentos passados é um caminho direto para a depressão. Pelo contrário, é crucial aprender com os arrependimentos e construir algo produtivo e. Esse será o trampolim para sucessos futuros e para a sabedoria.

8. Lembre-se de seus sucessos e realizações.

As pessoas deprimidas frequentemente não se concentram em seus sucessos e sim em seus fracassos, e essas expectativas são impossíveis de manter ao longo do tempo. Não importa o sucesso que alguém já tenha atingido,quando a depressão bate a pessoa pode sentir que apenas falhou na vida. Eles se sentem responsáveis ​​por coisas ruins que aconteceram e muitas vezes realmente acreditam que as pessoas ficarão melhores sem eles. (argumento fortemente usado por pessoas que pensam em suicídio)

9. Mantenha a esperança viva.

O ato de suicídio é um ato de desespero. O suicídio é uma solução permanente para problemas temporários, e as pessoas que estão em profundo desespero sentem que não há nenhuma maneira de superar essa fase. Ajudar as pessoas a ver que há esperança para que as coisas melhorem é um dos melhores presentes que você pode dar a uma pessoa deprimida ou a si mesmo se você luta contra a depressão. Às vezes é preciso o ato concreto de realmente escrever o que é positivo ou esperançoso para sair da mentalidade turva da depressão.

10. Lembre que mesmo que as coisas não saiam bem – você ainda pode continuar.

É verdade – algumas coisas podem ser inevitáveis ​​na vida – tais como doenças e adversidades. No entanto, temos o poder de fazer o melhor possível – nossas doenças ou adversidades não precisam nos definir. E, de fato, há algumas coisas que são tão difíceis que nós realmente nunca realmente as superaremos, mas isso não significa que não possamos passar por elas. Normalmente, o apoio dos entes queridos pode ajudar consideravelmente nesses momentos. Nunca se esqueça disso.

11. Lide com os traumas e inseguranças passados.

Com demasiada frequência, não importa o quão bem sucedido alguém se torna, uma pessoa ainda se definem da mesma maneira que se definia nos seus primeiros anos escolares. Não importa o quanto o tempo tenha passado e o quanto essa pessoa seja bem sucedida, a insegurança ainda pode defini-lo. É aquela pessoa magra que ainda se sente como o garoto gordinho da escola.Claro, não podemos mudar o que aconteceu conosco, mas podemos mudar a forma como lidamos com o que aconteceu. O que você resiste, persiste.

12. Ria.

Risos e um senso de humor é uma das melhores maneiras de evitar a depressão.

A citação abaixo de Robin William em O pescador de ilusões oferece-nos um lembrete de que a atitude, não a realidade, determinam a nossa saúde mental. A depressão é uma doença de realidade distorcida.

“Ele não viu um rei. Ele só viu um homem sozinho e com dor. “- Robin Williams, O Pescador de Ilusões

Por JUDY BELMONT   , Via: Life Hack

Traduzido e ADAPTADO por Josie Conti

Do original:Robin Williams’ Death Is A Wake-Up Call: 12 Natural Ways To Fight Depression

Imagem de capa: Susi Godoy Photography 

Dica de livro: O Demônio do Meio-Dia: Uma Anatomia da Depressão, Andrew Solomão

É bom se decepcionar

É bom se decepcionar

Por Gustl RosenKranz

Sobre a decepção, a dor que ela causa e seu efeito libertador.

Infelizmente, nós seres humanos temos a tendência de empregar termos sem realmente refletir sobre seu significado. E é assim que damos uma conotação positiva ou negativa a determinadas palavras, sem que verifiquemos se essa conotação é adequada ou não. O problema é que palavras nunca são inofensivas, já que as que usamos e escutamos influenciam nossa forma de agir, de pensar e de ver o mundo à nossa volta. Nosso estado de espírito e nossa postura em relação à vida influenciam nosso vocabulário, mas a recíproca é verdadeira: o uso de um vocabulário carregado de palavras “negativas” gera normalmente, mesmo que não se perceba, uma postura igualmente negativa em relação à vida. Vários estudos1 sobre o cérebro humano constataram que não somente nossa cabeça influencia nossas atitudes, mas também que nossas atitudes influenciam nossa mente. E isso vale igualmente para as palavras que usamos e torna importantíssimo escolher e empregar conscientemente as palavras que falamos ou escrevemos e filtrar com atenção as palavras que escutamos. Temos que ter cuidado especial porque temos também a tendência de confundir o que é agradável com bom e o que é desagradável com ruim, o que é um equívoco claro. O parto de uma criança, por exemplo, pode ser umaexperiência desagradável para a mãe, já que é não raramente acompanhada de dor e muito esforço físico e psíquico. Todavia somos unânimes de que o nascimento de uma criança é uma coisa boa. Bom, nesse exemplo é facilmente perceptível que o desagradável não tem que ser necessariamente ruim, mas isso nem sempre é fácil de se reconhecer em inúmeras situações cotidianas, fazendo com que alimentemos diariamente essa confusão terminológica, trocando as bolas e atribuindo uma conotação negativa a algo bom só por ser desagradável, como é o caso da DECEPÇÃO.

É natural que fiquemos tristes, frustrados, desapontados ou até irados quando somos decepcionados… Sofrer uma decepção é uma experiência desagradável, às vezes até extremamente dolorosa, principalmente quando nos decepcionamos com alguém próximo, com quem temos uma relação mais estreita. Mas a decepção é uma coisa ruim? Não, não é. Pelo contrário: decepcionar-se é uma coisa boa, importante para o amadurecimento humano, já que se decepcionar significa perder a ilusão em relação alguém ou alguma coisa, quando algo inesperado destrói nossas expectativas. A palavra “DECEPÇÃO” vem do latim deceptio, que significa engano ou dolo. Ou seja, quando decepcionamos alguém, o enganamos, quando nos decepcionamos, fomos enganados ou enganamos a nós mesmos. Agora responda: não é bom se livrar de um engano, de uma ilusão, de uma farsa, de algo que achávamos que era de uma forma, mas que na verdade sempre foi diferente?

A intensidade de uma decepção depende de dois fatores: do tamanho das expectativas e do tempo que durou o engano, a ilusão. Portanto, quanto menos se espera e quanto menos demorar o engano, menor o sofrimento. E vale o contrário: se você não aprender a domar suas expectativas, deixando-as crescer cada vez mais, você só alimentará a ilusão, prolongando-a e aumentando o sofrimento na hora que você perceber que estava sendo enganado (talvez por você mesmo?).

Imagine, por exemplo, você indo para uma festa. É claro que você espera que a festa seja boa, senão você nem iria. Se a festa no final não for lá essas coisas, talvez você fique um pouco decepcionado. Mas se você for além disso, indo à festa com a expectativa de que será a melhor festa de toda sua vida, talvez a melhor festa do mundo, a decepção aqui pré-programada será bem maior, já que o tamanho da decepção está diretamente ligado ao tanto que você espera.

Uma pessoa decepcionada reage de acordo com o princípio “fui enganada!”, mas normalmente a “culpa” nem é (somente) do outro. Nós é que insistimos em ver algo como queremos ver, criando nossa própria realidade de forma conveniente para nós. Um bom exemplo é quando nos apaixonamos e vemos tudo de forma colorida, sem questionar e sem ver as coisas como são, projetando no outro aquilo que queremos e confundindo a ilusão da paixão com a realidade. Quando a paixão passa e vemos quem o outro é de verdade, ficamos decepcionados e nos sentimos enganados, o que é legítimo e compreensível, mas é importante se perguntar: enganado por quem? Pelo outro ou por nós mesmos? É importante entender que você mesmo é responsável pelas decepções que você vive. É claro que há pessoas dissimuladas, que fingem ser algo que não são, enganando de propósito, mas também aqui vale: essas pessoas só irão lhe enganar se você permitir. Não podemos responsabilizar outras pessoas por nossa ingenuidade e nossas falsas expectativas.

Creio que uma decepção nunca vem de surpresa. Ela vai se manifestando já com antecedência, os sinais são claros, mas nós, por preferimos sempre o caminho mais fácil e evitarmos quase patologicamente o que é desagradável, ignoramos esses sinais, alimentando a ilusão e aumentando a altura do tombo na hora da percepção da realidade como ela é. Uma pessoa não decepciona uma outra da noite para o dia. Normalmente seu comportamento já mostra cedo que ela não é bem assim como acreditamos, mas nós nos negamos a reconhecer isso, pois é bem mais confortável crer que as coisas são como nós gostaríamos que fossem. E é assim com aquele “bom” amigo ou aquela “boa” amiga, que de repente nos mostra que a amizade não era tão forte assim, ou pior ainda: que falta profundamente com o respeito, que nos machuca, que nos faz sofrer, que nos decepciona… Como estávamos iludidos e aparentemente felizes e satisfeitos com essa ilusão, acreditamos que o comportamento questionável dessa pessoa veio de repente e que a amizade acabou de uma hora para outra, mas isso não é correto, já que ninguém muda seu comportamento ou sua postura da noite para o dia e uma amizade que termina de uma hora para outra na verdade nunca existiu.

Antigamente, eu sofria quando alguém me decepcionava (= não correspondia às minhas expectativas, não agia da forma que eu esperava), até que um dia percebi o equívoco que causava esse sofrimento: a definição errônea de decepção como algo ruim por ser desagradável. Desde que sei disso, procuro esperar o mínimo possível das pessoas e dos acontecimentos em minha vida, tento ver as pessoas e as coisas como elas realmente são e procuro não alimentar ilusões. Hoje em dia, quando, por exemplo, um amigo me decepciona fortemente, tenho consciência de que isso apenas ocorreu devido às minhas expectativas altas (repetindo: quanto mais altas as expectativas, maior a decepção!) e porque não vi a coisa como realmente era. Fico feliz de ter percebido o engano (quanto mais cedo melhor!) e procuro corrigir a minha visão, me libertando de uma ilusão que, no fundo, não me fazia bem. Cresço com isso, procurando não guardar mágoas, já que no fundo sou grato por ter tido a chance de perceber que a realidade era bem diferente daquilo que eu acreditava ou queria acreditar, tendo consciência de ser eu mesmo responsável pelas minhas expectativas. Isso liberta, isso purifica as relações e isso é uma coisa boa!

Portanto, sempre que você sofrer uma decepção, permita-se sentir dor e tristeza, aceite a frustração, mas não deixe de ver o outro lado da moeda: o lado da desilusão, do desencantamento, do fim do engano, da retomada da realidade. A sobriedade disso resultante, por mais desagradável que seja, irá lhe fazer crescer, irá lhe libertar de devaneios, de enganos dos sentidos ou da mente e lhe permitirá compreender que a realidade, mesmo que amarga, é sempre melhor que qualquer doce ilusão.

Imagem de capa: Artsplav/shutterstock

A SAMAMBAIA E O BAMBU

A SAMAMBAIA E O BAMBU

Autor desconhecido.
Adaptação Nara Rúbia Ribeiro.

Certo dia, senti-me totalmente derrotado e vencido. Nada fazia sentido: o mundo, a vida, meu trabalho, nada. Decidi que pularia de uma ponte situada no outro lado da cidade. Escrevi uma carta aos meus familiares e caminhei em direção à ponte.

No caminho, necessitei atravessar um bosque. Avistei, ali, uma pequena fonte d’água e parei para contemplar a que seria, talvez, a última beleza a ser vista em minha existência. Junto à fonte, num banco já desgastado pelo tempo, um indigente me olhava com muita atenção.

Estava a poucos passos de mim e fez um gesto para que me aproximasse dele. – O que se passa com você, meu jovem? – ele perguntou com um ar sereno, embora preocupado. – Decidi terminar com tudo hoje. Nada, para mim, funciona. Sou o homem errado para esse enredo de vida que alguém me escreveu.contioutra.com - A SAMAMBAIA E O BAMBU

Sua resposta me surpreendeu: “Olhe em redor. Você está vendo a samambaia e o bambu?”

“Sim, estou vendo”, respondi.

“Pois bem, a Vida se encarregou de semear, a um só tempo, as samambaias e o bambu. A ambos não faltaram água, luz, seiva… A samambaia cresceu rapidamente. Seu verde brilhante cobria o solo. Porém, da semente do bambu nada saía.

Apesar disso, a Vida não desistiu do bambu. No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa. E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu. Mas, a Vida não desistiu do bambu.

No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa. Mas, no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra. Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito pequeno, até insignificante.
Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 5 metros de altura.

Ele ficara cinco anos afundando raízes. Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver.

Essa dor que você sente e aparenta ser sem propósito, ao longo de todos esses anos, é, na verdade, o rasgo de suas raízes. Elas estão se tornando mais profundas aí dentro.

A Vida não desiste nunca. Não é correto comparar-se a outros. Sua trajetória é única. Seria justo desistir da Vida? Desistir justamente de quem provê aquilo de que você mais necessita para contemplar, em breve, a existência de um lugar mais perto do céu?

Baixei a cabeça e, com olhos marejados, procurei alguma palavra para dizer àquele desconhecido maltrapilho. Quando levantei o rosto, percebi que não precisava dizer mais nada. O indigente não estava mais ali e, sinceramente, nem posso precisar se aquele homem um dia existiu.

contioutra.com - A SAMAMBAIA E O BAMBU
Sagano Bamboo Forest é uma linda floresta de bambu, que cobre uma área de aproximadamente 16 Km2, localizada em Arashiyama 30 minutos de Kyoto no Japão.

Nara Rúbia Ribeiro: colunista CONTI outra

contioutra.com - A SAMAMBAIA E O BAMBU

Escritora, advogada e professora universitária.
Administradora da página oficial do escritor moçambicano Mia Couto.
No Facebook: Escritos de Nara Rúbia Ribeiro
Mia Couto oficial

Você achou esse conteúdo relevante? Compartilhe!

5 livros para quem gosta de pensar “fora da caixa”

5 livros para quem gosta de pensar “fora da caixa”

Por Josie Conti

As convenções sociais e obrigações diárias te deixam entediado (a)? Nem todas as pessoas são capazes de entender as suas piadas? Você é aquele tipo de pessoa que sempre enxerga a realidade por um terceiro e quarto ângulo?

Os livros e escritores mencionados abaixo oferecem diferentes olhares sobre as realidades com as quais estamos acostumados. Confesso que eles fizeram parte de horas muito interessantes dentre as minhas leituras dos últimos anos. Tente acompanhá-los! 😉

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"Fora de Série – Outliers

Malcom Gladwell

O que torna algumas pessoas capazes de atingir um sucesso tão extraordinário e peculiar a ponto de serem chamadas de ‘fora de série’? Costumamos acreditar que trajetórias excepcionais, como a dos gênios que revolucionam o mundo dos negócios, das artes, das ciências e dos esportes, devem-se unicamente ao talento. Mas neste livro você verá que o universo das personalidades brilhantes esconde uma lógica muito mais fascinante e complexa do que aparenta.

Baseando-se na história de celebridades como Bill Gates, os Beatles e Mozart, Malcolm Gladwell mostra que ninguém ‘se faz sozinho’. Todos os que se destacam por uma atuação fenomenal são, invariavelmente, pessoas que se beneficiaram de oportunidades incríveis, vantagens ocultas e heranças culturais. Tiveram a chance de aprender, trabalhar duro e interagir com o mundo de uma forma singular. Esses são os indivíduos fora de série – os outliers.

Para Gladwell, mais importante do que entender como são essas pessoas é saber qual é sua cultura, a época em que nasceram, quem são seus amigos, sua família e o local de origem de seus antepassados, pois tudo isso exerce um impacto fundamental no padrão de qualidade das realizações humanas. E ele menciona a história de sua própria família como exemplo disso. Outro dado surpreendente apontado pelo autor é o fato de que, para se alcançar o nível de excelência em qualquer atividade e se tornar alguém altamente bem-sucedido, são necessárias nada menos do que 10 mil horas de prática – o equivalente a três horas por dia (ou 20 horas por semana) de treinamento durante 10 anos. Aqui você saberá também de que maneira os legados culturais explicam questões interessantes, como o espantoso domínio que os asiáticos têm da matemática e o fato de o número de acidentes aéreos ser significativamente mais alto nos países onde as pessoas se encontram a uma distância muito grande do poder.

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"Freakonomics – O Lado Oculto e Inesperado de Tudo que nos Afeta

Stephen J. Dubner; Steven D. Levitt

O livro-destaque do ano, segundo o New York Times.

Considerado o melhor livro do ano pelo The Economist, pela New York Magazine, pela Amazon.com e pela Barnesandnoble.com
Vencedor – Prêmio Quill 2005 para o melhor livro do ano sobre negócios
Finalista ? Prêmio Financial Times/Goldman Sachs para o melhor livro do ano sobre negócios

“Se fosse economista, Indiana Jones seria Steven Levitt… Um caçador de tesouros ímpar, cujo sucesso se deve à sua verve, coragem e ao seu menosprezo pela sabedoria convencional… Freakonomics se parece com uma história de detetive… Fiz força para descobrir nele algo do que reclamar, mas desisti. Criticar Freakonomics seria como falar mal de um sundae de chocolate. A cereja do arremate, Stephen Dubner… nos faz rir num momento e levar um susto em seguida. O senhor Dubner é uma pérola das mais raras”.
(Wall Street Journal)

“Freakonomics é um livro esplêndido, cheio de detalhes históricos improváveis, porém impressionantes, que diferencia o autor da massa de cientistas sociais em voga”.
(New York Times)



“O cara é interessante! Freakonomics cativa e é um livro sempre interessante, rico em sacadas, cheio de surpresas… [e] abarrotado de idéias fascinantes”. Washington Post Book World “Levitt utiliza ferramentas estatísticas simples, mas elegantes. Chega ao âmago da questão e escolhe tópicos fascinantes. Todos os cientistas sociais deveriam indagar de si mesmos se os problemas em que estão trabalhando são tão interessantes ou importantes quanto os abordados neste livro fantástico”.
(Los Angeles Times Book Review)

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"A arquitetura da felicidade

Alain de Botton

De Botton acredita que o ambiente afeta as pessoas de tal modo que não seria exagero dizer que a arquitetura é capaz de estragar ou melhorar a vida afetiva ou profissional de alguém. Uma de suas teses é a de que o que buscamos numa obra de arquitetura não está tão longe do que procuramos num amigo.

Ao construir uma casa ou decorar um cômodo, as pessoas querem mostrar quem são, lembrar de si próprias e ter sempre em mente como elas poderiam idealmente ser.

O lar, portanto, não é um refúgio apenas físico, mas também psicológico, o guardião da identidade de seus habitantes. Seguindo esse raciocínio, o autor conclui nesta obra que quando alguém acha bonita determinada construção, é porque a arquitetura reflete os valores de quem a elogia. Pode até mesmo expor as idéias de um governo. Cada obra de arquitetura expõe uma visão de felicidade.

Nota da página: Infelizmente esse livro está esgotado. Esperamos que haja uma nova edição em breve.

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"Rápido e devagar: duas formas de pensar

Daniel Kahneman

Eleito um dos melhores livros de 2011 pelo New York Times Book Review.

O vencedor do Nobel de Economia Daniel Kahneman nos mostra as formas que controlam a nossa mente em Rápido e devagar, as duas formas de pensar: o pensamento rápido, intuitivo e emocional e o devagar, lógico e ponderado.

Comportamentos tais como a aversão á perda, o excesso de confiança no momento de escolhas estratégicas, a dificuldade de prever o que vai nos fazer felizes no futuro e os desafios de identificar corretamente os riscos no trabalho e em casa só podem ser compreendidos  se soubermos como as duas formas de pensar moldam nossos julgamentos.

Daniel nos mostra a capacidade do pensamento rápido, sua influência persuasiva em nossas decisões e até onde podemos ou não confiar nele. O entendimento do funcionamento dessas duas formas de pensar pode ajudar em nossas decisões pessoais e profissionais.

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"Contestadores

Edney Silvestre

A obra reúne entrevistas de grande profundidade com pensadores e celebridades, divididas nas categorias – boxeadores, tempestuosos, cordiais, militantes e visionários. Entre eles Norman Mailer, Camille Paglia, Paulo Francis, Noam Chomsky, Salman Rushdie, Edward Albee, Nan Goldin, Gloria Steinen e Paulo Freire

 

Não dá mais tempo de ser feliz

Não dá mais tempo de ser feliz

Por Marcela Picanço

Passo a mão no meu cabelo tentando desembaraçar um nó que sempre insiste em se formar. Enquanto isso, como um saquinho com 10 mini pães de queijo e espero o ônibus do metrô chegar, pensando que não dá mais tempo de ser feliz. Passaram-se alguns anos, desde que eu me lembre de que fui feliz de verdade. Foi naquelas férias em que eu fiquei bronzeada, saí para dançar e não me importava se a minha calça 38 ia entrar ou não. Nunca liguei para isso de padrão de beleza, mas, de repente, vi-me querendo colocar silicone, por mais que meus peitos parecessem ideais. Não dá mais tempo de ser feliz. Nesse dia, eu acordei com a boca seca, tentando imaginar o que eu tinha comido no dia anterior. Mas eu já tinha que acordar mais uma vez, às 7h, tomar meu café de sempre e partir para fazer aquilo de que eu gostava, mas acabou perdendo a graça. As cores começaram a ficar acinzentadas. As pessoas bonitas eram raras. Raríssimas. Sinto saudade de conhecer alguém interessante. Juro que eu nem queria um amor de filme ou um amor simples, só para amar. Eu queria alguém que pudesse conversar comigo, para perceber o mundo do jeito que eu vejo. Mas está difícil encontrar gente assim nessa cidade. Fico me perguntando por onde as pessoas interessantes têm andado e cheguei à conclusão de que elas são pequenas máfias que não saem à noite. Elas fazem pequenas reuniões na casa dos amigos, namoram entre si e, para elas, é o suficiente. Não têm paciência para fila de balada e nem para gente querendo parecer algo que não é. Aliás, todo mundo é um pouco do que não é, o que acaba dando no mesmo. Eu escolhi ser assim, mas agora não quero mais ser. E não tenho a menor ideia de como montar um plano estratégico para mudar minha vida e virar uma daquelas pessoas inovadoras que criam projetos que estimulam a criatividade. Nunca fui uma pessoa muito criativa. Eu gosto de lidar com números e coisas exatas, para que eu saiba realmente chegar a uma conclusão. Eu gosto de chegar àquilo que é garantido. Por isso, talvez eu não tenha tido tanto sucesso na vida. A vida é sempre inexata.

contioutra.com - Não dá mais tempo de ser feliz

Às vezes, eu acho que isso é só uma fase. Que vai chegar alguém que me faça levantar do sofá e desistir de assistir às cinco séries ao mesmo tempo. Ela vai dizer que isso tudo é uma bobagem e que eu deveria aproveitar mais a luz do dia. Mas a verdade é que eu ando com muita preguiça de todo mundo. E não é que eu esteja triste nem nada, mas me afundei tanto em mim e nas minhas ideias, que os outros parecem chatos demais. O único ser que me entende é minha gata, Pantera, que passa os dias comigo naquele apartamento vazio e com cheiro de vida que passou. Não dá mais tempo de ser feliz. Até dá, mas eu não quero. Sinto-me completamente confortável nessa minha zona de conforto, que me deixa pensar em paz. É tão bom ficar sozinha… Mas só quando você tem a opção de ficar sozinha e não porque está com preguiça de olhar o mundo por outra janela. Eu tenho perdido muito tempo tentando me entender. Talvez não seja uma perda de tempo, mas, quanto mais eu penso, mais eu me afasto das pessoas que só querem falar de coisas que eu falava há 10 anos. Quando fulaninho terminou com não sei quem, ou meu namorado não me entende, meu emprego não paga o suficiente. Histórias tão iguais e intermináveis, como se todo mundo gostasse de estar nesse ciclo sem fim de reclamações sobre a própria vida e, ainda assim, arranjando tempo de criticar a vida alheia. Eu queria que esses assuntos passassem. Eu queria conversar sobre alguma coisa que nunca foi dita. Por isso minha gata me entende. Ela nunca diz nada e a gente se comunica entre gestos e telepatia. Podia existir alguém que conversasse por telepatia. Daí não ia dar para esconder nada e a gente ia ter que falar umas verdades, trazendo à tona uns sentimentos malucos que a gente esconde. Essa seria uma boa pauta de conversa de bar.

O metrô chegou. Não dá mais tempo de ser feliz. Preciso continuar minha rotina preguiçosa, agitada e, ao mesmo tempo, lenta, procurando alguma inspiração em um mundo que é totalmente inspirador, mas onde tudo ao redor obriga a se sentir feliz e, ao mesmo tempo, convence de que não se é bom o suficiente. Tem que tentar mais, comprar mais, ser mais, mais você. Insistem em me enquadrar naquilo que eu não sou. Em horários e assuntos que eu não quero ter. Não dá mais tempo de ser feliz. Olho para o saquinho de pão de queijo. Percebo que eles acabaram e eu nem me lembro qual era o gosto que eles tinham.

7 sinais de que você se subestima (esteja alerta!)

7 sinais de que você se subestima (esteja alerta!)

Em casa, eu fui ensinado a ser uma pessoa modesta e humilde. Mesmo que minha família estivesse bem de vida, meus pais escondiam o seu sucesso e, muitas vezes, até demonstravam sentir vergonha por comprar coisas caras.

Eu me lembro quando meu pai teve o seu primeiro Corvette. O carro soava como “um pequeno segredo sujo” – mesmo tendo trabalhado duro desde adolescente para construir o seu próprio negócio, ele sempre foi diligente com a forma como gastou o seu dinheiro.

Disseram-me que não era bom exibir o que se tem, porque aqueles que eram menos afortunados ficariam ofendidos. Em geral, culpa e vergonha foram temas comuns na minha educação.

Olhando para trás, vejo que nós valorizávamos a culpa e a vergonha e esse hábito me manteve jogando pequeno por grande parte da minha vida.

Por causa de tudo isso, meus dons e talentos nunca foram comemorados. Momentos de orgulho foram raros. Eu mantive esse comportamento por muito tempo, e ainda me pego em momentos de vitimização.

Aqui estão sete hábitos diários que eu aprendi, e talvez estejam limitando seu crescimento pessoal.

1. Você constantemente se compara aos outros.

As mídias sociais fornecem acesso imediato à vida de todo mundo. Como resultado, é difícil não se comparar aos outros – constantemente. Mas, a coisa importante a lembrar é que você nunca vê a história toda: ninguém está no Facebook para exibir os seus problemas, seus dias ruins e seus medos. Tudo que você vê é o bom.

Então o que fazer? Concentre-se na sua história e de sua jornada. Nunca, jamais, compare o seu “início” com o “meio” de outra pessoa. Todos nós temos algo a oferecer. Não importa como muitas pessoas fazem o que você faz, o que importa é que você desenvolva o seu jeito de fazer.

2. Você não tem um hábito diário saudável.

Ter um hábito diário que seja saudável mantém uma sincronia entre sua mente e / ou o seu corpo. Alinhar uma prática diária com suas intenções é a chave para atingir o seu poder pessoal. A rotina, nesse caso, lembrará você sobre o porquê de você estar aqui, e preparará o terreno para que você mantenha a calma em meio ao caos diário.

A minha prática diária consiste em uma meditação guiada para a gratidão. A sua pode incluir coisas como ioga, leitura, ou oração. Tudo o que funcionar para você se sentir bem e centrado pode se tornar um hábito. Por que não começar o dia com uma perspectiva positiva?

3. Você prioriza excessivamente as opiniões dos seus pais (sua necessidade de agradar).

Muitos colegas, amigos e clientes lutam frequentemente com essa necessidade de agradar seus pais. Eu vim de um lar amoroso. Eu tinha tudo que eu queria, exceto a liberdade de expressão. Meus pensamentos e crenças não eram minhas. Eu sentia imensa culpa cada vez que eu não concordava com os meus pais. Eu coloquei muito peso sobre as suas opiniões e expectativas, e abandonei muitas das minhas próprias.

Sim, seus pais lhe deram a vida e te ajudaram a crescer, eles fizeram o melhor que podiam, mas, você é um adulto agora. É hora de começar a pensar por si mesmo. É hora de começar a colocar suas necessidades em primeiro lugar. A única pessoa que tem que viver sua vida é você. Você deveria estar feliz com isso.

4. Você se mantém em contato com pessoas erradas.

Para desenvolver relacionamentos saudáveis, é crucial que você se cerque de pessoas de valor, pessoas que “te colocam para cima” e te  apoiam. Ninguém consegue gastar todo o seu tempo com pessoas negativas e ter uma vida positiva. Priorize o seu tempo e esteja perto de pessoas com quem você possa crescer.

Não se iluda, pensando que você tem que manter certas pessoas em sua vida por causa de sua história ou de culpa. Você tem o direito de escolher quem está ocupando o seu tempo e energia.

5. Você não se alimenta corretamente.

Quando as coisas na minha vida começaram a se alinhar, a alimentação era uma coisa importante e que me mantinha preso. Usei todas as desculpas para justificar o fato  de que eu não comia direito ou não reservava uma hora para me exercitar. Eu acabava me sentindo um lixo na maioria dos dias e não gostava do que via quando me olhava.

Estar saudável e se sentir bem de dentro para fora são as chaves para expansão e crescimento. Pare de dar desculpas.

6. Você se esquece de seus momentos de auto-cuidados.

Muitas vezes, esquecemos de cuidar de nós mesmos. Somos ensinados a tratar bem os outros e com respeito, mas, nem sempre fazemos o mesmo por nós mesmos. Como podemos esperar que alguém nos trate bem, se nem nós nos tratamos? O auto-cuidado pode incluir uma variedade de coisas, incluindo exercício e saúde, até reservar um tempo para fazer absolutamente nada. Colocar-se em primeiro lugar não é um crime. É uma necessidade. Cuide de si mesmo, para que você possa cuidar de pessoas a sua volta.

7. Você não acredita em si mesmo.

Há poucas pessoas que te amam incondicionalmente, e você deve sempre se esforçar para ser uma delas. Você é a bússola para a forma como todos em torno de você o veem e o tratam.

Se você não acha que você é digno, por que alguém acharia? Defina um padrão de como você quer se mostrar, como você quer se sentir e como você quer viver. Conheça-o. Acredite com cada fibra do seu ser em quem você é, e no que você merece. Acredite em você e compartilhe com o mundo os presentes que você tem a oferecer. Deixe sua luz brilhar e nunca tenha vergonha dela.

Por BY JENN SCALIA, COACH   , Via: Mind Body Green 

Traduzido e ADAPTADO por Josie Conti

Do original:7 Signs You’re Underestimating Yourself

Crédito da foto: Stocksy 

23 sinais de que você está viciado em viagens

23 sinais de que você está viciado em viagens

Fonte recomendada  contioutra.com - 23 sinais de que você está viciado em viagens

Foto capa : Konstantin Lazorkin

1. Cada uma de suas histórias começa algo do tipo “quando fui para…”

2. Você pensa em casa mais como uma parada estratégica do que como um lar.

3. Você devora guias de viagens como pessoas leem romances.

4. Você sempre tem moedas de uns cinco países diferentes na carteira.

5. Sua mochila ou mala nunca está totalmente desfeita.

6. Você mantém o hábito de levar papel higiênico para todo lugar.

7. Você deixa passar aqueles carimbos extras que alguns lugares fazem no passaporte, como a Ilha de Páscoa, porque sabe que vai precisar de cada centímetro para carimbos de fronteira.

8. A sensação de jet-lag já é completamente normal.

9. Você irrita as pessoas trocando os nomes das cidades por códigos de aeroportos.

10. Perguntar “onde você está?” no lugar de “como vai?” parece perfeitamente aceitável.

11. Você vê um um mapa-múndi como a decoração ideal para aquela parede branca.

12. Você sabe de cabeça sua pontuação em diferentes programas de milhagem.

13. Ao analisar preços, você pensa em quanto tempo determinado valor poderia durar na estrada. “Aquele jeans custa mais caro que uma semana no Peru” ou “só uma parcela daquela hipoteca poderia me sustentar por um semestre inteiro no Sudeste Asiático!”.

14. Quando alguém pergunta o que você faz e você responde “viajar”, esquece que provavelmente estão querendo saber sua profissão.

15. Você sabe que água potável e banheiro com papel higiênico são luxos.

16. Você é capaz de levantar uma mala ou mochila e imediatamente saber se está de acordo com os limites de uma companhia aérea. E ainda sabe as especificações de cada companhia de cabeça.

17. Você trabalha apenas para ter fundos para a próxima viagem. Quando economiza o dinheiro necessário, pede demissão e vai embora.

18. Sua lista de lugares a visitar inclui destinos que outras pessoas jamais consideraram.

19. Você é capaz de fazer uma mala para durar três meses e estar pronto/a em cinco minutos, se necessário.

20. Você tem muito mais amigos espalhados pelo mundo do que na sua cidade.

21. Você já sabe qual é a próxima (ou as próximas!) viagem antes mesmo de chegar em casa.

22. Sua visão pessoal do inferno é ficar o resto da vida preso no mesmo lugar.

23. Acordar em casa faz você se sentir totalmente desorientado/a.

 

Vejam como esse pai mostra aos filhos que usar celular à mesa é algo inadequado.

Vejam como esse pai mostra aos filhos que usar celular à mesa é algo inadequado.

Qual a lógica em interromper o momento da refeição para utilizar celulares? O que impede uma pessoa de parar por 20-30 minutos e desligar-se da rotina para poder saborear um prato de alimento?

Como todo mau hábito ou mesmo vício, o uso de celular durante as refeições comprova que, quando o assunto é tentação, o bom senso e a lógica são deixados de lado.

Cansado de ser ignorado, esse pai mostrou aos seus filhos que usar celular à mesa é algo inadequado e até mesmo grosseiro.

Confiram!

Você achou esse conteúdo relevante? Compartilhe!

A alma da África por um mundo sem intolerâncias

A alma da África por um mundo sem intolerâncias

Por Nara Rúbia Ribeiro

Num mundo onde as religiões ainda se vestem de altivez e cujos líderes muitas vezes são defensores da intolerância, é chegado mais um aniversário do Nazareno.

Após mais de dois mil anos do seu nascimento, os homens já se encontram aptos à compreensão da essência das suas boas novas. É chegado o tempo em que o intolerante será banhado de Luz e as vozes que professam credos diferentes se integrarão numa canção que ecoará por toda a Terra.

Para celebrar esse novo mundo, conheçamos um pouco da história de Alabê. Trata-se de um negro que, há 2000 anos, nascera e fora criado para ser sacerdote do seu credo. Mas ele foge e, dezoito anos depois, chega à Palestina, conhece e segue o Cristo e se apaixona por uma judia, Judite. É uma obra de Altay Veloso cuja riqueza presenteia os nossos corações neste mês de Natal.

Defesa do Alabê

Já que você deu licença pra esse nego falar,
Não duvide da cabeça que tem coroa ou cocar.
Nenhuma auréola resiste ao tempo sem se apagar,
Se não tiver a serviço de Deus ou de um Orixá.

Preto-velho vem de longe, minha crença tem estrada.
Moço, exijo respeito, a sua voz é “macriada”!
Não seja tão leviano, respeite minha Aruanda!
Tem quase cinco mil anos de existência a minha banda!

Às vezes, corações que ‘creem’ em Deus
São mais duros que os ateus.
Jogam pedras sobre as catedrais
Dos meus deuses iorubás.

Não sabem que a nossa Terra é uma casa na aldeia.
Religiões na Terra são archotes que “clareia”!
Ah, essa nossa Terra é uma casa na aldeia.
Religiões na Terra são archotes que “clareia”!

Num canto da casa, quem com fervor procura ajuda,
Tem um archote de Buda
Pra iluminar sua fé.
Lá onde a terra pouco verdeia,
Pra não se perder na areia,
Tem que ter lá na candeia
A chama de Maomé.

OS INTOLERANTES

“Ah, meu Deus! Assisto com muita tristeza a pena da aspereza dilacerando a beleza de uma linda sinfonia. A aguarrás de juízes, ciumentos inflexíveis, descolorindo as matizes de uma linda pintura, só porque não gostam da assinatura?”

“E vai com uma bailarina, com a inocência de menina, dançando em volta do sol, a Grande Mãe Terra. Enquanto muitas nações, governos, religiões ensaiam a dança da guerra.”

“Na verdade a bola azul quase nunca foi amada; é sempre penalizada. Tem um trabalho enorme, dedicação e talento para preparar a mistura, juntar os seus elementos para dar forma às criaturas, e elas, depois de paridas, desconhecem a matriarca e dizem, mal agradecidas: que a carne é fraca.”

“E quando o planeta gera um Avatá, um iluminado assim como o Nazareno, tem logo quem se apresenta com conhecimento profundo e diz logo: não é desse mundo, só pode ser extraterreno.”

“Ah, é difícil entender porque é que o homem, até hoje, cospe no prato que come. Algumas religiões, não sei por qual motivo, dizem que a Terra é um território com vocação pra purgatório, não passa de sanatório… E que nós só seremos felizes longe dela, bem distante, lá onde os delirantes chamam de paraíso.”

“Olha, eu vou dizer de coração. Na minha simples, dia após dia, me perdoem a liberdade, mas religião de verdade, mais parecida com a que Jesus queria, talvez seja sentimento de ecologia. Para esse sentimento não tem fronteiras e só reza um mandamento: preservação das espécies com urgência, sem adiamento.”

“Hoje, ela pensa nas plantas, nos rios, no mar, nos bichos. Amanhã, com certeza, com a mesma dedicação e capricho, pensará com muito cuidado nos meninos abandonados.”

“Ah, se ela tivesse mais força para sustentar sua zanga, evitaria, com certeza a fome cruel de Ruanda. Não tinha maturidade, ainda era uma menina, quando a impertinência sangrou, com a bola de fogo, a pobre Hiroshima. Mas ela cresce, se instala como uma prece no coração das crianças. Tenho muitas esperanças…”

“Eu tenho toda a certeza que nosso planeta um dia, mesmo cansado, exausto, terá toda a garantia e guardado por uma geração vigia, nunca mais verá a espada fria no Holocausto.”

“A intolerância, repito, é a mais triste das doenças. Não tem dó, não tem clemência. Deixa tantas cicatrizes nas pessoas, nos países, até as religiões, guardiãs da Luz Celeste, abandonam seus archotes para empunhar cassetete. E o que, na verdade, refresca o rosto de Deus, é um leque, que tem uma haste de Calvino e outra de Alan Kardec.”
“Na outra haste, as brisas, que vêm das terras de Shivas, são uma, dos franciscanos, e outra, dos beduínos. Não precisa ir muito longe… Jesus nasce entre os rabinos.”

“Às vezes corações que creem em Deus, são mais duros que os ateus. E jogam pedra sobre as catedrais dos meus deuses Yorubás. Não sabem que a nossa terra é uma casa na aldeia, religiões na Terra são archotes que clareiam.”

Site oficial Alabê de Jerusalém

GAIOLAS DE PRATA

GAIOLAS DE PRATA

Por Nara Rúbia Ribeiro

Observo os homens e suas religiões, seu ritualismo, seus dogmas, suas crenças blindadas, suas verdades absolutas. Em meio a essa observação, penso:

Coisa complicada para o homem é saber-se pássaro. Sentir suas asas pequeninas e observar a amplidão do horizonte. É muito céu. É tanta luz! Mas tanta amplidão estremece o coração.

Ele olha o céu, olha as asas, sabe-se criado para vislumbrar o mundo do alto do azul, mas teme. Diante desse medo, muitos pássaros decidem, a cada dia, criar cada qual a sua pequena e falsa gaiola de prata. Após criá-la, eles encarceram a si próprios e fingem jogar fora a chave da razão, única capaz de abrir a gaiola.

Só então se sentem seguros, glorificam a gaiola e enaltecem a sua máxima proteção. E o pássaro não voa, não sonha, não é. Desmente a si mesmo e se desnatura, inexistindo um tanto mais a cada dia, na gaiola que ele mesmo construiu para si.

E concluo que coisa assombrosa deve ser ainda, a muitos homens, saberem-se potencialmente pensantes, mas viverem aprisionados em sua falsa segurança. Tantos sequer tiveram da vida o incentivo de vislumbrarem o seu céu interior, sentindo-se desde cedo cerceados pelas mazelas do mundo. Asas inertes: talvez seja isso que tanto entristeça e adoeça a humanidade.

Muito triste deve ser o pássaro que constatar que borboletas, embora tenham nascido sem asas, tão mais frágeis e puras, colorem, destemidas, o céu que um passarinho de gaiola jamais ousaria tocar.

5 grandes sintomas de uma sociedade hipócrita

5 grandes sintomas de uma sociedade hipócrita

Por Josie Conti

A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam que fingem comportamentos.

Abaixo, 5 grande sintomas de uma sociedade hipócrita. Com certeza você se lembrará de outros durante a leitura. 😉

1.Achar que a responsabilidade por uma rua cheia de menores infratores é do menor, pregar um discurso de ódio e defender a redução da idade penal ao invés de trabalhar nos pilares da assistência a população e na educação de qualidade.

Recomendo a leitura do artigo Um menino, um juiz, uma história real de Nara Rúbia Ribeiro e os comentários feitos após o texto. Nele, a escritora relata uma situação real ocorrida durante o exercício da advocacia quando um adolescente de 17 anos é julgado pelo crime de roubo de alimento Em sua ficha, um histórico de estupro, agressões  e o abandonado nas ruas que teria acontecido aos 6 anos. Os comentários do texto trazem ódio e culpabilização apenas do menor que “fez a própria sorte” . Então pergunto,  que tipo de estrutura uma criança dessas poderia ter quando toda a humanidade lhe negou o direito a assistências básicas e afeto? 

contioutra.com - 5 grandes sintomas de uma sociedade hipócrita

2. Acreditar que para os próprios atos sempre existe exceção, enquanto os outros devem seguir regras.

Aí reina o tão vangloriado chavão do “jeitinho brasileiro” onde a pessoa se acha especial por conhecer maneiras de driblas regras. A pessoa sabe como não pegar filas, como subornar um agente do governo, como se aproveitar de brechas legais, orgulha-se de cada farol amarelo que ultrapassou no último segundo ou da vantagem que levou quando alguém lhe passou um troco maior do que era o correto.

contioutra.com - 5 grandes sintomas de uma sociedade hipócrita
Os comentário acima foi selecionado a partir do artigo “O perfeito idiota brasileiro”, texto de Adriano Silva, publicado nessa página em agosto de 2014.

3. Hipocrisia religiosa.

contioutra.com - 5 grandes sintomas de uma sociedade hipócrita
Os comentário acima foi selecionado a partir do artigo “O perfeito idiota brasileiro”, texto de Adriano Silva, publicado nessa página em agosto de 2014.

4. Achar que tudo pode ser comprado.

Não só os bens materiais, mas o silêncio de alguém, a integridade de outro. A sociedade hipócrita está repleta de pessoas que acham que, com dinheiro ou influência, podem passar na frente de uma fila de transplante, podem ingressar em uma faculdade sem passar no vestibular ou mesmo no serviço público sem prestar um concurso. E o pior de tudo isso é que muitas delas conseguem.

5. Acreditar que a corrupção é algo normal, quase uma característica cultural.

A impunidade recorrente alimenta a ideia de que a corrupção é algo normal e imutável. As pessoas veem, ficam indignadas mas, a grosso modo,  não tomam ações concretas para a mudança. Talvez a aceitação esteja relacionada a cegueira situacional que impede que a sociedade enxergue que a macro corrupção é consequência da micro, dos “jeitinhos cotidianos” que alcançaram altos cargos e hoje detém grande poder. Penso se a omissão da comunidade não seria uma admiração inconsciente por aqueles que conseguiram “dar um jeitinho” melhor do que todo mundo.

10 estudos psicológicos que mudarão o que você pensa que sabe sobre si mesmo

10 estudos psicológicos que mudarão o que você pensa que sabe sobre si mesmo

Por , via contioutra.com - 10 estudos psicológicos que mudarão o que você pensa que sabe sobre si mesmo

Por que fazemos as coisas que fazemos? Não obstante nossos esforços mais sinceros para seguir a máxima “conhece-te a ti mesmo”, a verdade é que muitas vezes sabemos surpreendentemente pouco sobre nossa própria mente, e menos ainda sobre como pensam os outros. Como disse Charles Dickens, “um fato assombroso que merece reflexão é que cada ser humano é feito de modo a ser um segredo e mistério profundo para cada outro”.

Não é de hoje que os psicólogos buscam entender melhor como apreendemos o mundo e o que motiva nossos comportamentos, e eles já avançaram muito para desfazer esse véu de mistério. Além de fornecer assunto para bate-papos instigantes em festas, alguns dos experimentos psicológicos mais famosos do século passado revelam verdades universais e muitas vezes surpreendentes sobre a natureza humana. Veja a seguir dez estudos psicológicos clássicos que podem mudar seu entendimento sobre si mesmo.

1. Todos possuímos alguma capacidade de cometer o mal.

Possivelmente o experimento mais famoso na história da psicologia, o estudo da prisão de Stanford, de 1971, se deteve sobre como situações sociais podem afetar o comportamento humano. Os pesquisadores, comandados pelo psicólogo Philip Zimbardo, montaram uma falsa prisão no subsolo do prédio do departamento de psicologia da Universidade Stanford e selecionaram 24 estudantes (que não tinham ficha policial e foram avaliados como psicologicamente saudáveis) para representar os papéis de presos e carcereiros. Pesquisadores observaram os presos (que tinham que ficar nas celas 24 horas por dia) e os guardas (que dividiam turnos de oito horas), usando câmeras ocultas.

O experimento estava programado para durar duas semanas, mas teve que ser abortado depois de apenas seis dias devido ao comportamento abusivo dos guardas – que chegaram a cometer tortura psicológica – e o estresse emocional e ansiedade extremos manifestados pelos presos.

“Os guardas foram intensificando as agressões contra os prisioneiros, obrigando-os a ficar nus, colocando sacos sobre suas cabeças e, finalmente, os fizeram praticar atividades sexuais mais e mais humilhantes”, Zimbardo contou à American Scientist. “Depois de seis dias tive que encerrar a experiência porque estava fora de controle. Eu ficava acordado à noite, preocupado com o que os guardas poderiam estar fazendo com os detentos.”

2. Não notamos o que está bem à nossa frente.

Você pensa que sabe o que se passa à sua volta? Talvez não tenha tanta consciência disso quanto imagina. Em 1998, pesquisadores de Harvard e da Kent State University convocaram pedestres que transitavam por um campus de faculdade para determinar quanto as pessoas notam do ambiente imediato à sua volta. No experimento, um ator abordava um transeunte e pedia indicações para chegar a um local. Enquanto o transeunte estava dando as indicações, dois homens carregando uma grande porta de madeira passavam entre o ator e seu interlocutor, bloqueando completamente a visão que um tinha do outro por alguns segundos. Durante esse período, o ator era substituído por outro ator de altura e aparência diferente, com penteado, voz e roupa diferentes. Nada menos que metade dos participantes não notou a substituição.

O experimento foi um dos primeiros o ilustrar o fenômeno da chamada “cegueira a mudanças”, que mostra como somos seletivos em relação ao que apreendemos em qualquer cena visual dada. Parece que nos pautamos muito mais do que talvez imaginemos pela memória e o reconhecimento de padrões.

3. Adiar a recompensa é difícil, mas somos mais bem-sucedidos quando o fazemos.

Um experimento famoso feito na Universidade Stanford no final dos anos 1960 testou a capacidade de crianças da pré-escola de resistir à atração da recompensa instantânea –e rendeu algumas informações úteis sobre a força de vontade e a autodisciplina. No experimento, crianças de 4 anos foram colocadas sozinhas numa sala com um marshmallow sobre um prato diante delas. Foi dito a elas que podiam comer o doce na hora ou, se esperassem até a pesquisadora voltar, em 15 minutos, poderiam ganhar dois marshmallows.

A maioria das crianças disse que preferia esperar, mas muitas acabaram cedendo à tentação, comendo o doce antes de a pesquisadora voltar, disse a TIME. As crianças que conseguiram esperar por 15 minutos usaram táticas para evitar a tentação, por exemplo, dando as costas para o doce ou cobrindo os olhos. As implicações do comportamento das crianças foram significativas: aquelas que conseguiram adiar a recompensa tiveram muito menos chances de chegar à adolescência obesas, dependentes de drogas ou com problemas comportamentais e tiveram mais sucesso mais tarde na vida.

4. Podemos sentir impulsos morais profundamente conflitantes.

Um estudo famoso (e um pouco alarmante) de 1961 do psicólogo de Yale Stanley Milgram testou até onde as pessoas se dispunham a ir para obedecer a figuras de autoridade quando estas lhes pediam para fazer mal a outras pessoas, além do intenso conflito interno entre a moral pessoal e a obrigação de obedecer às figuras de autoridade.

Milgram quis fazer o experimento para descobrir como foi possível que criminosos de guerra nazistas perpetrassem atos hediondos durante o Holocausto. Para isso, ele testou uma dupla de participantes, um dos quais designado o “professor” e o outro o “aprendiz”. O professor foi instruído a aplicar choques elétricos ao aprendiz cada vez que este errava a resposta a uma pergunta. O aprendiz supostamente estava sentado em outra sala, mas na realidade não recebia os choques. Em vez disso, Milgram tocava gravações que soavam como se o aprendiz estivesse sofrendo dor. Se o “professor” manifestava o desejo de parar de aplicar choques, o pesquisador o incentivava a continuar. No primeiro experimento, 65% dos participantes chegaram a aplicar um choque final e doloroso de 450 volts (rotulado o choque “XXX”), apesar de muitos ficarem visivelmente estressados e incomodados por fazê-lo.

O estudo tem sido visto como um aviso sobre os perigos da obediência cega à autoridade, mas a Scientific American o reviu recentemente e sugeriu que os resultados são mais indicativos de conflito moral profundo.

“A natureza moral humana inclui a propensão a sermos empáticos, gentis e bons com nossos familiares e os membros de nosso grupo, além de uma tendência a sermos xenófobos, cruéis e perversos com membros de ‘outras tribos'”, escreveu o jornalista Michael Shermer. “Os experimentos com choques revelam não obediência cega, mas tendência morais conflitantes profundamente enraizadas nas pessoas.”

Recentemente alguns observadores questionaram a metodologia de Milgram. Um crítico observou que os registros do experimento realizado em Yale sugerem que na realidade 60% dos participantes tenham desobedecido às ordens de aplicar o choque mais forte.

5. Somos facilmente corrompidos pelo poder.

Há uma razão psicológica por trás do fato de as pessoas no poder às vezes tratarem as outras com desrespeito e agirem como se tivessem direitos adicionais. Um estudo de 2003 publicado no periódico Psychological Review juntou estudantes em grupos de três para escreverem um trabalho curto juntos. Dois estudantes deviam escrever o texto, enquanto o terceiro deveria avaliá-lo e determinar quanto seria pago a cada um dos estudantes redatores. No meio do trabalho, um pesquisador trazia um pratinho com cinco biscoitos. Embora o último biscoito quase nunca fosse comido, o “chefe” quase sempre comia o quarto – e o fazia de modo desleixado, mastigando com a boca aberta.

“Quando os pesquisadores conferiam poder a pessoas em experimentos científicos, as pessoas mostravam tendência maior a tocar as outras pessoas fisicamente de modo inapropriado, flertar de modo mais direto, fazer apostas e escolhas arriscadas, fazer as primeiras ofertas em negociações, dizer exatamente o que estavam pensando e comer biscoitos como se fossem o personagem Come-Come (de Vila Sésamo), espalhando migalhas sobre o queixo e peito”, escreveu o psicólogo Dacher Keltner, um dos responsáveis pelo estudo, num artigo para o Greater Good Science Center da Universidade da Califórnia em Berkeley.

contioutra.com - 10 estudos psicológicos que mudarão o que você pensa que sabe sobre si mesmo
Susi Godoy Photography

6. Buscamos a lealdade a grupos sociais e nos envolvemos facilmente em conflitos entre grupos.

Este experimento social clássico dos anos 1950 lançou uma luz sobre a possível razão psicológica pela qual grupos sociais e países se envolvem em conflitos – e como podem aprender a cooperar novamente.

O líder do estudo, Muzafer Sherif, levou dois grupos de 11 meninos, todos de 11 anos, para o Parque Estadual Robbers Cave, no Oklahoma, supostamente para um acampamento de férias. Os grupos (chamados “Águias” e “Cascavéis”) passaram uma semana separados. Seus integrantes se divertiram juntos e ficaram amigos, sem terem conhecimento da existência do outro grupo. Quando os dois grupos finalmente interagiram, os garotos começaram a xingar uns aos outros. Quando começaram a competir em várias brincadeiras, surgiram mais conflitos, e em seguida os dois grupos se recusaram a comer juntos. Na fase seguinte da pesquisa, Sherif criou experimentos para tentar reconciliar os meninos, fazendo-os compartilhar atividades de lazer (o que não deu certo) e depois fazendo-os resolver um problema juntos. Foi isso o que finalmente levou à suavização do conflito.

7. Só precisamos de uma coisa para sermos felizes.

O estudo Harvard Grant, um dos estudos longitudinais mais abrangentes jamais realizado, foi feito ao longo de 75 anos com 268 estudantes homens da Universidade Harvard que se formaram entre 1938 e 1940 (hoje eles estão na casa dos 90 anos), promovendo uma coleta regular de informações sobre aspectos diversos de suas vidas. Qual foi a conclusão universal? Que o amor realmente é a única coisa que importa, pelo menos quando se trata de determinar a felicidade e satisfação com a vida no longo prazo.

O psiquiatra George Vaillant, que dirigiu o estudo durante muitos anos, disse ao Huffington Post que existem dois pilares da felicidade: “Um deles é o amor. O outro é encontrar uma maneira de lidar com a vida que não afaste o amor.” Por exemplo, um participantes começou o estudo com o escore mais baixo entre todos os participantes em matéria de chances de estabilidade futura. E já tinha tentado o suicídio anteriormente. Mas, perto do final da vida, ele era um dos mais felizes. Por que? Como explica Vaillant, “ele passou sua vida procurando o amor”.

8. Vivemos bem e nos sentimos fortalecidos quando temos autoestima forte e status social.

Alcançar a fama e o sucesso não é apenas algo que dá um reforço ao ego – também pode ser uma chave da longevidade, segundo o notório estudo dos ganhadores do Oscar. Pesquisadores do Sunnybrook and Women’s College Health Sciences Centre, de Toronto, constataram que os atores e diretores premiados com o Oscar tendem a viver mais tempo que seus colegas que são nomeados, mas perdem o prêmio. Os atores e atrizes ganhadores vivem quase quatro anos mais que seus pares que não ganham.

“Não estamos dizendo que você viverá por mais tempo se receber um Oscar”, disse à ABC News Donald Redelmeier, autor principal do estudo. “Nem que as pessoas deveriam sair para fazer aulas de atuação. Nossa conclusão principal é simplesmente que os fatores sociais são importantes… O estudo sugere que um senso interno de autoestima é um aspecto importante da saúde e do cuidado com a saúde.”

9. Procuramos constantemente justificar nossas experiências, para que façam sentido para nós.

Qualquer pessoa que já tenha feito a matéria de psicologia básica sabe o que é a dissonância cognitiva, uma teoria segundo a qual os seres humanos têm propensão natural a evitar conflitos psicológicos baseados em crenças incompatíveis ou mutuamente excludentes. Num experimento de 1959 que é citado com frequência, o psicólogo Leon Festinger pediu a participantes que realizassem uma série de tarefas monótonas, como virar cavilhas numa maçaneta de madeira, durante uma hora. Em seguida, elas eram pagas ou US$1 ou US$20 para dizer a um “participante” (ou seja, um pesquisador) que a tarefa era muito interessante. Aqueles que recebiam US$1 classificaram as tarefas como mais agradáveis que aqueles que receberam US$20. A conclusão: os participantes que receberam mais dinheiro sentiram que tinham tido justificação suficiente para realizar a tarefa entediante por uma hora, mas aqueles que receberam apenas US$1 sentiram que precisavam justificar o tempo gasto (e reduzir o nível de dissonância entre suas crenças e seu comportamento), dizendo que a atividade tinha sido divertida. Em outras palavras, temos o hábito de mentir a nós mesmos para fazer o mundo parecer um lugar mais lógico e harmonioso.

10. Acreditamos muito em estereótipos.

Quase todos nós estereotipamos diversos grupos de pessoas com base em grupo social, etnia ou classe social, mesmo que nos esforcemos para não fazê-lo. E isso nos pode levar a conclusões injustas e potencialmente prejudiciais sobre populações inteiras. Os experimentos sobre o “automatismo de comportamentos sociais” feitos pelo psicólogo John Bargh, da Universidade de Nova York, revelaram que com frequência julgamos pessoas com base em estereótipos dos quais não temos consciência – e que não conseguimos deixar de agir com base nesses estereótipos. Também tendemos a acreditar nos estereótipos relativos a grupos sociais dos quais consideramos que fazemos parte. Em um estudo, Bargh pediu a um grupo de pessoas que organizasse palavras relacionadas à velhice, como “Flórida” (onde vivem muitos aposentados americanos), “impotente” e “enrugado”. Depois disso, eles caminharam por um corredor, andando bem mais devagar que os membros de um grupo que tinham organizado palavras não relacionadas à idade. Bargh teve os mesmos resultados em dois outros estudos comparáveis em que eram aplicados estereótipos baseados em raça e cortesia.

“Os estereótipos são categorias levadas longe demais”, disse Bargh à Psychology Today. “Quando usamos estereótipos, apreendemos o gênero, a idade e a cor da pele da pessoa que está diante de nós, e nossa mente responde com mensagens dizendo ‘hostil’, ‘estúpido’, ‘lento’, ‘fraco’. Essas características não estão presentes no ambiente. Elas não refletem a realidade.”

Você achou esse conteúdo relevante? Compartilhe!

Boas festas?

Boas festas?

Por Patrícia Sebastiany Pinheiro

A época das festas marca o findar de mais um ano, embora sempre fique, ao menos para mim, a estranha sensação de que o último natal aconteceu há apenas alguns dias.

Em vez de me proporcionar apenas alegria e entusiasmo, devo confessar que as luzes e papais noéis espalhados pela cidade parecem mexer com os meus sentimentos de uma forma um pouco estranha.

Não sei ao certo o porquê do desconforto e da melancolia que essa época do ano me traz. Seria pela comercialização de algo que, supostamente, deveria ser motivo de reflexão? Não seria hipócrita a ponto de dizer que sim, pois presentear e ser presenteada ainda me alegra da mesma maneira que quando eu tinha 7 anos de idade.

Acho que o problema está no conjunto de pequenas imposições que foram, ao longo do tempo, socialmente construídas e que fazem, ainda que disfarçadamente, parte destas datas.

É a ceia de natal em que o chester, as frutas e os fios de ovos jamais podem faltar, e a festa de ano novo com taças cheias de champanhe que tilintam ao som de fogos de artifício.

Não que tudo isso não seja importante. Acredito que quaisquer motivos que sirvam para aproximar familiares, renovar e estreitar a intimidade das relações e trazer o mínimo de alegria e esperança sejam totalmente válidos e justificáveis por si só.

Aqueles que podem e sentem prazer em honrar tais tradições, têm mais é que o fazer. Devem mesmo investir e procurar por tudo aquilo que lhes traga à tona sentimentos bons.

A questão é que, sinto que somos ensinados a crer que tudo que foge a estes padrões não é mágico, não é completo e muito menos feliz.

Me pergunto se as guirlandas impecavelmente penduradas nas portas de algumas pessoas não estão lá unicamente pelo fato de que os seus vizinhos também as têm.

E, nessa obrigação de sermos felizes, me preocupo com aqueles que acabam, não de forma genuína, mas por pura influência externa, automaticamente priorizando os comes e bebes e a quantidade de pessoas que estarão ao seu redor e esquecendo de relaxar, de curtir aquilo que realmente é importante para eles, de prolongar o abraço.

Talvez, se não despejássemos nessas datas uma importância maior do que a que depositamos no restante de nossos dias, a saudade dos que já partiram e a tristeza da menina que não pôde ganhar um presente porque os pais não tinham condições de comprar seriam menores.

Se, ao contrário, pegássemos essa necessidade de abundância, de estar perto, de confraternizar e dizer palavras bonitas e buscássemos aplicá-la também ao nosso cotidiano, as pobres das datas festivas não carregariam tamanha responsabilidade, o estômago não seria o único a ficar cheio e os fogos brilhariam no olhar das pessoas.

contioutra.com - Boas festas?

contioutra.com - Boas festas?

Patrícia Sebastiany Pinheiro

Colunista CONTIoutra

21 anos,é gaúcha de Santa Maria, onde estudou Psicologia na UFSM por três anos. É escritora e revisora de textos na empresa Sociedade Racionalista e escreve, de forma independente, para os sites Brasil Post, Blogueiras Feministas, Benfazeja, Psiconline Brasil e Pensadores Clandestinos. É feminista, apaixonada por moda e assumidamente viciada em filmes e séries. Ainda irá viver da escrita.

+ Patrícia Pinheiro – Curta Patrícia Pinheiro no facebook

Você gostou desse material? Compartilhe!

“O primeiro voo”- uma linda animação

“O primeiro voo”- uma linda animação

(…) a razão deste mundo estava num outro mundo inexplicável.

Mia Couto

Quando paramos para perceber as pequenas coisas da vida e usamos nossa imaginação, podemos voar mesmo sem asas…

Esse pequeno curta metragem produzido em 2006 pela Dreamworks, conta a história de um passarinho que quer aprender a voar e no caminho reensina um homem a sorrir.

Dirigido por: Cameron Hood and Kyle Jefferson.

Você achou esse conteúdo relevante? Compartilhe!

INDICADOS