Portugal celebra 120 anos de Florbela Espanca

Portugal celebra 120 anos de Florbela Espanca

Portugal celebra 120 anos de Florbela Espanca Poetisa alentejana, nascida em 8 de dezembro de 1894, recebe homenagem em várias cidades portuguesas, com teatro, recitais de poesia e outras atividades

A poucos dias dos 120 anos de nascimento de Florbela Espanca, estudiosos, artistas e admiradores da arte prestam homenagem a uma das maiores poetas portuguesas. As principais programações ocorrem em Vila Viçosa, sua terra natal; Évora, cidade em que passou períodos ao lado do pai João Maria Espanca; e Matosinhos, cidade onde viveu com o terceiro marido, o médico Mário Lage, e morreu em 1930, no dia e na hora (2 horas da manhã) do seu aniversário de 36 anos.

Em Vila Viçosa, cidade onde ocorrerá a maior o homenagem, o aniversário será comemorado de 7 a 13 de dezembro, com atividades diárias que incluem a apresentação do solo de teatro Florbela Espanca – a hora que passa, com representação da actriz Lorenna Mesquita e encenação de Fabio Brandi Torres, ambos da companhia teatral brasileira Srta.Lô e integrantes do Grupo de Estudos Florbelianos, dedicado à pesquisa da vida e obra da poeta; além de lançamento de livro, exposição de quadros, reabertura da Biblioteca Florbela Espanca, palestras, recitais de poesia e oficinas de dramaturgia e interpretação realizadas pelo grupo brasileiro que retornou a Portugal especialmente para os 120 Anos de Florbela Espanca.

O evento é coordenado por Cristina Lopes, grande admiradora da obra de Florbela Espanca. Cristina fundou em dezembro de 2013, também na semana do aniversário da poeta, os Encontros Florbelianos, grupo que se reúne uma vez por mês em torno da vida e obra de Florbela, sempre a contar com pesquisadores e artistas que apresentam seus conhecimentos a respeito da poeta.

Em Évora, a poeta foi homenageada pelo Grupo Cénico da Sociedade Reacreativa e Dramática Eborense (SRDE), pela Srta.Lô e Grupo de Estudos Florbelianos. Juntos realizaram o Sarau Florbeliano com entrada livre e participação do público. Nos dias que antecederam o sarau, os grupos português e brasileiro também trocaram experiências e relataram suas pesquisas a respeito da poeta alentejana. Évora também recebeu uma sessão do solo teatral Florbela Espanca – a hora que passa, espetáculo que também será apresentado em Oliveira de Azemeis, neste sábado, 6, às 21h30, no auditório da Junta de Freguesia.

Em Matosinhos, Florbela Espanca começou a ser homenageada já no final de novembro. No último dia 26, o espetáculo Florbela Espanca – a hora que passa foi apresentado a alunos da ESAG e dia 29 na Casa da Alegria, no Porto. E de 7 a 9 de dezembro, Matosinhos prestará homenagem à poeta com a Festa da Poesia.

Em Oeiras, no dia 8, na Fundação Marquês de Pombal, haverá conferência de José Carlos Fernández, autor da biografia “Florbela Espanca: a vida e alma de uma poetisa”; no Parque dos Poetas, Jovens do Programa Transforma(TE) apresentam poemas de Fernando Pessoa e Florbela Espanca; e no Vila Gale Collection Palácio dos Arcos haverá o recital Inéditos de Florbela Espanca. A coordenação desse evento é de Severina Gonçalves, investigadora e editora dos seis poemas inéditos publicados em dezembro de 2013.

As comemorações pelos 120 anos de Florbela Espanca, encerram-se no dia 18 de dezembro, em Lisboa, com a apresentação do solo teatral Florbela Espanca – a hora que passa, às 21h30, no Teatro da Livraria Ler Devagar, na LX Factory. A sessão dessa noite contará especialmente com um piano de cauda, que será tocado pela actriz Lorenna Mesquita durante o espetáculo.

Programação

120 Anos de Florbela Espanca – Vila Viçosa

Organização: Encontros Florbelianos

Apoios: Agrupamento Escolar de Vila Viçosa, Biblioteca Florbela Espanca, Biblioteca da Universidade de Évora, Fundação da Casa de Bragança, Hotel Solar dos Mascarenhas, Santa Casa da Misericórdia de Vila Viçosa, Vicentinos de Vila Viçosa.

7 de Dezembro, 16.00H

Na exposição “Charneca em flor” iremos apresentar trabalhos da comunidade calipolense em torno do soneto Charneca em Flor, um dos mais emblemáticos da poesia Florbeliana, bem como dois quadros cronológicos da vida da poetisa provenientes da exposição “Os Espanca” inaugurada na Biblioteca da Universidade de Évora em Outubro deste ano. A Biblioteca Florbela Espanca terá ainda o grande gosto de receber neste dia Lorenna Mesquita e Fabio Brandi Torres com a apresentação do livro “Florbela Espanca – A hora que passa”, que depois da elaboração do monólogo com o mesmo nome foi a consequência lógica do exaustivo trabalho de pesquisa desenvolvido por estes criadores em torno da vida e obra de Florbela Espanca.

8 de Dezembro, 9.30H

Na manhã de 8 de Dezembro, data em que se comemora os 120 anos do nascimento de Florbela Espanca, será colocado um xaile, executado a várias mãos, no busto de Florbela, em frente ao Cine Teatro de Vila Viçosa. Com este gesto simbólico a comunidade calipolense pretende homenagear a sua poetisa e lembrar aos visitantes a estima que por ela nutrem e o reconhecimento do valor da sua obra. Às 18.00H será interpretado o monólogo “Florebela Espanca – A hora que passa” de Lorenna Mesquita e Fabio Brandi Torres na sala dos Encontros Florbelianos, no Hotel Solar dos Mascarenhas.

10 de Dezembro, 15.00H

“Quem se lembra dos Espanca” é o tema para um chá convívio no Hotel Solar dos Mascarenhas. Fotografias e postais de época, recordações vivas de alguns dos habitantes de Vila Viçosa que ainda conviveram com membros da família da poetisa farão as delícias de todos aqueles que sentem curiosidade e admiração por esta família singular.

9, 11 e 12 de Dezembro, 19.00/21.00H

Na sala dos Encontros Florbelianos, no Hotel Solar dos Mascarenhas, serão realizadas Oficinas de voz e de escrita criativa orientadas pela dupla criativa Lorenna Mesquita e Fabio Brandi Torres. As inscrições devem ser feitas por mensagem na página dos Encontros Florbelianos ou na recepção do Hotel Solar dos Mascarenhas

12 de Dezembro, 10.00H

Tendo Lorenna Mesquita, Fabio Brandi Torres e Francisco Caeiro como oradores convidados, realizar-se-á na manhã de 12 de Dezembro uma comunicação sob o tema “A poesia e as crianças”, no Auditório da Escola Públia Hortência de Castro. O público alvo serão os alunos do pré escolar e 1º ciclo do Agrupamento Escolar de Vila Viçosa.

13 de Dezembro, 20.00H

Jantar de encerramento do 1º ano de Encontros Florbelianos, no Hotel Solar dos Mascarenhas. São bem vindos neste jantar Florbeliano todos aqueles que simpatizaram e ajudaram na realização das tertúlias Florbelianas realizadas ao longo do ano de 2014, bem como todos os que admiram Florbela e o seu universo literário. Declamação de poesia, conversas em torno dos livros e novos rumos que o Projecto Encontros Florbelianos poderá tomar serão o contexto desta actividade, acompanhado de um saboroso e aconchegante jantar. Inscrições na recepção do Hotel Solar dos Mascarenhas ou por mensagem na página do Encontros Florbelianos.

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O Espetáculo 

Florbela Espanca – a hora que passa

O solo teatral brasileiro, da companhia Srta.Lô, está em sua segunda digressão por Portugal especialmente para a homenagem aos 120 Anos de Nascimento de Florbela Espanca. A primeira vez no País foi em março deste ano, no Dia Mundial da Poesia, em 21 de março, e percorreu 16 cidades em 40 dias.

No espetáculo, com direção de Fabio Brandi Torres, a atriz Lorenna Mesquita vive Florbela Espanca. Em sua última hora de vida, a poeta discorre sobre si mesma e questiona o papel da mulher na década de 20, com reflexões que ainda cabem para os dias atuais.

A montagem é resultado de um processo de pesquisa desenvolvida ao longo de três anos com o estudo da obra de Florbela Espanca e visita às principais cidades portuguesas em que a poeta viveu para conhecer de perto os ambientes e a cultura que a influenciaram.

[quote_box_right]“O melhor de todos os homens não vale um fanatismo, creia-me, e embora a nossa alma, com essa ânsia de amor, de ternura que canta sempre em nós, se lhes dedique completamente, que eles o não sai­bam nunca, que não suspeitem sequer!… Abdicando um grau da nossa realeza, teremos de descer sempre, sempre, até ao fim.

Ame doidamente alguém, mas nunca abdique nem uma só das suas graças, nem uma só das suas ideias que lhe fazem vincar a fronte às vezes com uma pequenina ruga de capricho e insolência, que fica tão bem às mulheres boni­tas; não ajoelhe nunca, porque está nisso o nosso grande mal, o nosso profundíssimo erro; nós invertemos muitas vezes os papéis, e em proveito deles, e depois as consequências são muitas vezes as paixões que devastam uma vida inteira por criaturas que se dignam dar, por último, como humilde mortalha, um olhar de compaixão!

Muitas vezes as nossas mais delicadas atenções, as nossas maiores provas de amor, os nossos cuidados, são como aquelas pérolas que um dia alguém atirou a uns porcos…

Guardar-me intacta, como um cristal transparente, pra quê? Eu não sou de ninguém!… Quem me quiser há de ser luz do Sol em tardes quentes… Há de ser Outro e outro num momento! Só na alma é que a lama não se apaga; aquela com que nos salpicam, sai com água limpa.”

Florbela Espanca[/quote_box_right]

O Processo

“Quando conheci as poesias de Florbela Espanca, o que mais me chamou atenção foi a sua intensidade. Ela parecia viver exatamente o que escrevia. Um misto de amor e de dor.

Eu me perguntava: Quem foi essa mulher que ousou naquela época, na década de 20, expressar os mais íntimos sentimentos? Por que ela se matou? Por que nunca estava satisfeita?

Intrigada, decidi ir atrás da sua história. Fui a Portugal e conheci as três principais cidades em que ela viveu: Vila Viçosa, Évora e Matosinhos. Visitei suas casas, o cemitério, as homenagens nesses lugares – bustos em praças, biblioteca, túmulo em destaque no cemitério -, além de Lisboa e Porto. Filmei cada passo no meu vídeo-diário de bordo. E lá, percebi que Florbela ainda não possui o reconhecimento que merece.

Até então, eu já tinha planejado montar um espetáculo que tivesse seus poemas como base, mas após ter contato com suas cartas, contos e diário, o texto que seria composto basicamente por uma desconstrução de suas poesias deu lugar às palavras de Florbela que mais expressavam sua forma de viver. O ponto de partida foi imaginar o que ela falaria para alguém exatamente uma hora antes de dormir e construir o texto como um fluxo de pensamento.

Ao reunir todo o material que acreditava não poder ficar fora de uma peça sobre Florbela, cheguei a uma dramaturgia que daria mais de três horas de espetáculo. Foi então que conheci o dramaturgo e diretor Fabio Brandi Torres em uma leitura de uma peça de Luis Eduardo de Sousa e o convidei para o projeto. Minha proposta para o Fabio era que com esse texto inicial descobríssemos juntos, na sala de ensaio, a essência do espetáculo. Fizemos experimentações de estudo de cena no festival de teatro Satyrianas e na Semana Florbela Espanca, que realizamos na Casa de Portugal de São Paulo.

Voltamos ao texto e o cortamos literalmente: usamos papel e tesoura como nas aulas de educação artística. E depois, com cola e papel, montamos um quebra-cabeça a partir das nossas descobertas. O resultado, para mim, é uma linda colcha de retalhos que me emociona sempre que a toco. Espero que tu te emociones também.” Lorenna Mesquita

Sinopse

Em sua última hora de vida, Florbela Espanca repassa sua vida, relembrando os principais momentos, sempre fazendo menções também à sua obra. Ela começa contando uma parábola sobre vida, morte e destino que ela escreveu inspirada num conto indiano. Em seguida, discorre sobre o que pensa a respeito da vida, suas angústias, amores e dores. Florbela apresenta-se como uma mulher angustiada e ao mesmo tempo forte, mostrando quem ela é como pessoa e artista e pede para que a aceitem, pois só assim poderão lhe ter amor. Diz que sua dolorosa experiência ensinou que ela é só e que por mais que se debruce sobre o mistério de uma alma, nunca o desvenda, que o amor não passa de uma pobre coisa banal, incompleta, imperfeita e absurda. Sente-se triste, abandonada e só, pois tem esgotado todas as sensações artísticas, sentimentais e intelectuais. Sente-se afundar. Por fim, tem esperança de que alguém ao ler seus descosidos monólogos, realize o que ela não pôde: conhecer-se.

Equipe de Criação

Fabio Brandi Torres é dramaturgo, tradutor, diretor e produtor teatral, desenvolvendo trabalhos com diversos grupos teatrais, como o Centro de Dramaturgia Contemporânea, Prosa dos Ventos, Folias D’Arte, Circo de Trapo, Cia Triptal, Cia dos Dramaturgos, entre outras. Seus textos foram dirigidos por Isser Korik, Iacov Hillel, Val Pires, Caco Ciocler, André Garolli e Rosi Campos, entre outros. Foi indicadoao Prêmio Shell de Melhor Autor, em 2005, e três vezes ao Prêmio FEMSA, em 2004, 2009 e 2013. Em televisão, foi roteirista das telenovelas Seus Olhos(SBT) e Paixões Proibidas (BAND / RTP), em colaboração com Aimar Labaki e Mário Viana. Tem um livro infanto-juvenil editado, O Tesouro de Fabergè, e teve a peça Um Conto do Rei Arthur premiada no Concurso Vladimir Maiakovski.

Lorenna Mesquita é atriz, escritora, jornalista e produtora cultural. Pesquisadora da obra da poeta portuguesa Florbela Espanca, foi responsável pela concepção e realização do monólogo Florbela Espanca – A Hora que Passa, que teve estreia em Portugal em 2014, em 21 de março, no Dia Mundial da Poesia, e percorreu 16 cidades portuguesas numa temporada de 40 dias. Em 2013, na semana de aniversário de vida e morte da poeta, realizou a Semana Florbela Espanca, na Casa de Portugal de São Paulo. Foram sete dias homenagens, com saraus de poesias, cartas, contos, diário e conversas com o público sobre o contexto histórico em que a poeta viveu. Na mesma época, deu início à produção de vídeos e áudios na internet para a divulgação da obra de Florbela Espanca.

FLORBELA ESPANCA

(8/12/1894 – 8/12/1930)

Poeta portuguesa da região do Alentejo, Florbela D’Alma da Conceição Espanca nasceu em 8 de dezembro de 1894, registrada como filha de pai desconhecido, mas educada pelo pai e pela madrasta em Vila Viçosa.

Os três casamentos fracassados, as desilusões amorosas e principalmente o suicídio do irmão Apeles Espanca, durante um voo de treino sobre o Tejo, em 1927, marcaram profundamente a vida e a obra de Florbela Espanca.

Em dezembro de 1930, agravados os problemas de saúde, sobretudo de ordem psicológica, a poeta comete suicídio, às 2 horas da manhã, no dia e na hora do seu aniversário de 36 anos.

Grupo de Estudo Florbelianos 

Lorenna Mesquita e Fabio Brandi Torres

[email protected]

+351 91.111.3626

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A MENINA QUE AINDA NÃO ESCREVIA VERSOS

A MENINA QUE AINDA NÃO ESCREVIA VERSOS

Por Nara Rúbia Ribeiro

Quando o médico a examinou, ficou perplexo. Nunca vira, assim, um caso tão grave.

Os sintomas eram tantos! A menina não tinha mais sede de alegria, fome de contentamento. Padecia de inapetência da vida. Seguia no automático, como se viver fosse uma obrigação burocrática e o vivente um funcionário que aguarda soar o alarme da saída para bater o ponto final.

Era meio desligada, desapercebida do mundo. Algumas coisas, contudo, a incomodavam bastante. Uma delas era a lentidão das horas. Era imperioso que dia terminasse logo. Um dia a menos: missão cumprida.

Outro incômodo era a pressa de todo mundo por alcançar uma porção de coisas sentido. E depois que as pessoas alcançavam “o-seu-sem-sentido-da-vez”, corriam a forjar outras metas ainda mais estranhas e descabidas, como a fama pela própria fama, o ter o desnecessário, o possuir em esbanjamento o que ao outro falta, o dominar o outro, o apropriar-se do trabalho alheio sem a justa contrapartida.

[pull_quote_left]”Estou, sim, a viver. Tenho este pedaço de vida — disse, apontando um novo caderninho — quase a meio.”
Mia Couto, no conto “O menino que escrevia versos”[/pull_quote_left]

Esse incômodo tinha um agravante máximo que, penso eu, foi o que de fato a adoeceu. É que essas pessoas se arvoram na autoridade de ditadores das regras do mundo e exigiam que a menina também agisse assim. Mundo insano que a alma golpeia e de ninguém compadece!

Os parentes se preocuparam imensamente pela desimportância que a menina dava às coisas sérias do mundo. Imagina, ela era capaz de perder tempo olhando as formigas no quintal enquanto o jornal da noite dava notícias de severas ocorrências políticas. Gostava de ficar horas em silêncio, sozinha, como se quisesse ouvir alguma vez que vem de dentro. Não tinha ambições maiores, falava com pouca gente (por falta de afinidade, mesmo)… E a solidão a assumiu por completo. Mesmo quando cercada de pessoas, ela estava sozinha. Isso era certo.

A tristeza foi se acumulando na alma. Se ninguém a aceitava do jeito que ela era, ela se deu ao luxo de também se rejeitar. Até que a situação chegou a um ponto insustentável. Ela estava fraca e abatida. Há dias não ia ao trabalho ou à escola, não comia, não saía do quarto. Seus pais decidiram levá-la ao médico, temerosos de um mal maior.

– É um caso gravíssimo, asseverou o médico.

– A menina padece de excesso de abstrato no peito, palavras petrificadas na alma, utopias invencíveis, encantamentos intocados. Tem nas entrâncias, devidamente resguardas, as dores do mundo e nutre tendência às desimportâncias. É alérgica a vacuidades pomposas e a vaidades diversas. Ela corre risco de morte.

Os pais não entenderam absolutamente nada, mas ficaram atônitos quando ouviram a palavra “morte”.

– O que podemos fazer, doutor? Ela tem cura? Diga, pelo amor de Deus, diga!

– Incurável.

A mãe chorava copiosamente.

– Podemos ajudar de que modo, Doutor?

– Caneta e papel em dosagens desmedidas. Em casos de poesia crônica, escrever é sempre a única receita, a única alternativa.

Parabéns

Parabéns

Por Guilherme Antunes

Parabéns àqueles que reconheceram seus fracassos e souberam o tempo de desistir. Parabéns àqueles que entenderam suas impossibilidades e os seus próprios limites. Parabéns àqueles que reconheceram seus defeitos sem estender seus efeitos a mais ninguém. Uma salva de palmas para aquele que dispensou o outro do compromisso de continuar sofrendo a dois; quando descobriu que ao se libertar, libertava o outro também.

Parabéns àqueles que lidaram com os saltos no abismo “apesar de”, e que souberam o tamanho das próprias pernas. Parabéns àquele que não se corrompeu diante das suas carências, não se permitindo coisas que em outra época jamais se permitiria. Parabéns àqueles que enfrentaram com coragem seus medos, dispensando apegos e quaisquer outras muletas de que poderiam se servir para continuar caminhando. Um brinde àqueles que não empalharam o amor para garantir sua presença e seu uso de qualquer jeito nos amanhãs. Um brinde àqueles que aprenderam o tempo certo de se despedir; que com gratidão ou dignidade e sem nenhuma dose de veneno aprenderam a sair de cena, aproveitando a hora certa para evitar sufocamentos. O meu respeito àquele que, mesmo sem saber de nada, apóia-se nas suas próprias verdades. A minha admiração àqueles que encararam seus vazios sem preenchê-los com qualquer coisa; que não se contentaram com o discurso de que “é o que tem pra hoje”, de que “a vida é assim” e portanto, “contente-se, resigne-se, acomode-se”.

Parabéns àqueles que mesmo sem saber pra onde seguir, seguem, porque sabem que a alma empoeira e envelhece se parar por entre os dias. Parabéns àqueles que descobriram que a tristeza pode ser uma importante lição, mas uma aula desnecessária. Parabéns àquele que não ficou apenas esperando a cura do mal; que é fiel consigo mesmo perante sua própria consciência, que não deixou seus monstros se reproduzindo no abafado escuro da sua inconsciência.

Parabéns a todos aqueles que souberam se reinventar.
Guilherme Antunes é amante das palavras, da filosofia e dos temas da Alma. Sinestésico e musical, buscador, contraditório, intenso, vasto. Sommelier de groselha, servidor público, poeta e farsante. Ele é aquilo que ninguém vê.

Para mais informações sobre o autor e seus trabalhos:
http://arkhipelago.blogspot.com.br/

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O poder e o peso da clareza

O poder e o peso da clareza

Por Gustl Rosenkranz

Alguém questionou há uns dias, em uma conversa, o porquê das pessoas não enxergarem o óbvio, de se negarem a ver as coisas como realmente são. Esse alguém estava compreensivelmente indignado com tanta coisa ruim que acontece no mundo, tanto no âmbito coletivo, com toda a humanidade passando por problemas sérios (aquecimento global, guerras, corrupção nos governos de muitos países, um capitalismo selvagem que mais escraviza que liberta, etc.), como no âmbito individual (as relações se tornam cada dia mais superficiais, as pessoas se identificam mais com a matéria do que com o espírito, o amor é uma palavra em moda, mas sem que seja vivido como deveria, etc.). Discutimos sobre o assunto e sobre as possíveis causas, inclusive aquelas apontadas por autores diversos por aí, mas constatamos que muitas explicações perdem a consistência quando são refletidas com maior profundidade. A falta de educação, que na opinião de alguns faz com que a “massa cinzenta” tenha um raciocínio limitado, fazendo-a viver praticamente sem pensar, por exemplo, não vale como argumento, já que há pessoas com boa formação, acadêmicos e até mesmo cientistas que se negam a enxergar o óbvio da mesma forma. Outros argumentam com a manipulação das pessoas pela mídia, pela televisão, pelas revistas, pelos jornais, pela internet… Constatamos de fato que essa manipulação existe, mas também isso não parece ser o motivo mais profundo de tamanha “cegueira”, pois uma manipulação deveria perder seu poder sobre uma pessoa assim que ela toma consciência de que está sendo manipulada. Como essa manipulação da mídia é conhecida e muitos de nós sabemos que ela existe, ela também não pode ser a causa das pessoas “virarem a cabeça, fingindo não ver o que estão vendo”. E refletimos ainda sobre outros aspectos, sobre outras possíveis causas, como o consumismo, o egoísmo e o imediatismo das pessoas, mas não chegamos a nenhuma conclusão. Somente alguns dias depois, refletindo sozinho, é que encontrei o motivo que acredito ser o principal de tal comportamento: MEDO. Medo de enxergar, medo de entender, medo da clareza, que, por um lado, nos leva um passo adiante, mas, por outro, aumenta nossa responsabilidade, faz com que surjam novas perguntas e torna nossa vida mais complicada, mesmo que mais plena.

Sim, a clareza, que é poderosa e pesada: poderosa porque nos torna seres mais independentes, autárquicos, críticos e plenos, mas pesada porque ter clareza significa perder a ilusão, ver a vida e o mundo como realmente são, faz com que deixemos (pelo menos um pouco) de ser “animais de rebanho” e, ao invés de seguir os outros simplesmente, começamos a questionar o caminho, o que nos traz problemas de convivência com os demais, pois muda nossa mentalidade, fazendo-nos refletir sobre nossas relações, sobre nossas necessidades, sobre nossos sonhos e ideais e “complicando” nossa vida, já que ela (a clareza) faz com que determinados modelos sejam indagados e mesmos rejeitados, derrubando literalmente certas convenções, muitas vezes sem que já haja uma nova convicção, ou seja, com o aumento da clareza, nos despedimos de algo antigo, que já carregamos conosco talvez por uma vida inteira, sem que saibamos ainda o que nascerá no lugar disso. E isso mete medo!

Veja só como a clareza “complica” nossa vida: imaginemos uma pessoa que adora curtir a vida e que come e bebe de tudo, doces, salgados, fast food, carne, conservas, refrigerantes, bebidas alcoólicas e tudo que ela acha que tem direito, sem nunca refletir sobre isso (=falta de clareza). Um dia, essa pessoa lê por acaso em algum lugar sobre a importância de se alimentar bem, já que nosso corpo produz diariamente e durante toda a vida novas células e essas células são compostas daquilo que ingerimos, e que uma boa alimentação é o requisito principal para que possamos levar uma vida saudável. Imagine agora as possíveis reações dessa pessoa: a) pode ser que ela realmente entenda e interiorize o que leu, refletindo profundamente sobre a importância de se alimentar bem, concluindo que seria sensato ter mais cuidado com o que ela come. Essa pessoa vai ter então que mudar seus hábitos, ler embalagens dos alimentos que compra, estudando os ingredientes, questionando se aquilo tudo realmente fará bem a seu corpo, e ela vai deixar de comer (ou comer menos) no McDonald’s ou na lanchonete da esquina, cozinhando mais vezes ela mesma e tendo muito trabalho para que sua alimentação seja realmente saudável. Se isso acontecer, a pessoa terá se decidido pela CLAREZA e por uma vida mais “complicada”. Ou ela se decide pela outra opção: b) o texto lido é ignorado, essa pessoa irá, no máximo, fazer uma observação do tipo “que besteira!” ou “sempre comi o que quero e isso nunca me fez mal!” e descartará a clareza, optando por continuar se alimentando da mesma forma como até agora, sem ler as embalagens, sem refletir sobre o efeito de certas substâncias sobre seu corpo, fazendo de conta que aquele texto nunca existiu. Se isso acontecer, a pessoa terá se decidido pela FALTA DE CLAREZA e por uma vida mais “simples”.

É claro que a opção b) mostra em primeiro plano um COMODISMO da pessoa, mas acredito veemente que a verdadeira causa seja MEDO. E para explicar isso, tenho que ir um pouco mais a fundo na análise desse comportamento humano:

Em minha opinião, o ser humano é movido por dois impulsos básicos: a necessidade de sobreviver e a vontade de ser feliz. O sobreviver é mais fácil, já que é guiado por nossos instintos, coisa que recebemos da natureza, que funciona sempre mais ou menos, mesmo que muitas vezes agimos contra aquilo que é natural. Mas a coisa complica quando se trata do anseio de ser feliz. Quando não saciado, esse anseio pode se transformar em angústia, em aflição, algo nada agradável, que tentamos evitar a qualquer custo. Assim, com medo de sermos infelizes, buscamos a felicidade imediata em tudo que fazemos, tentando achar sempre o caminho mais fácil e curto, pois não queremos sentir tal angústia/aflição. O problema aqui é que, ao agir de tal modo, nos iludimos, já que essa felicidade imediata permanece sempre na superfície, nos tornando igualmente superficiais. Começamos a redefinir a felicidade de uma forma sem muita consistência, buscamos saciar nosso anseio com coisas materiais e, no final das contas, acreditamos que somos felizes quando compramos ou mais ainda quando ganhamos um novo iPhone, um carro, uma moto ou mesmo um secador de cabelos. Mas, assim que temos aquele objeto tal almejado, percebemos que a alegria (que confundimos com felicidade) passa rápido, que nos sentimos logo vazios e que precisamos de outro “brinquedo” para distrair nossa angústia emergente, e assim nos tornamos vítimas cativas do consumismo. Ou então nos entregamos a uma vida cheia de divertimentos, festas a cada fim de semana (ou várias vezes por semana!), bebemos, usamos drogas, vivemos relações “amorosas” diversas sem nenhum elo mais profundo, escutando música alta o tempo todo (=fugindo do silêncio!) ou nos entregamos ao mundo de fantasia apresentado pela TV ou pela internet, sem que isso nunca seja suficiente, fazendo com que queiramos sempre mais, e assim nos tornamos vítimas da distração eterna e da manipulação (pela TV, por redes sociais na internet, por quem organiza eventos e precisa de público que pague os custos e o lucro, etc.).

Tanto de uma forma como de outra, isso não é saudável e, pior ainda, isso não leva a lugar algum. Temos medo de ser infelizes, tememos a angústia, tememos até mesmo perceber que somos frágeis, que somos passageiros, que tudo e todos um dia terminarão de existir (neste mundo). Assim tentamos distrair essa angústia, essa aflição, correndo o tempo todo atrás de alguma coisa que desvie nossa atenção, atrás da “injeção de felicidade imediata” que nos traz acalanto e paz interior, mesmo que somente aparentes.

Sou convicto de que todos nós, no fundo, sabemos disso, mas temos medo de abandonar uma trajetória percorrida até agora por estarmos familiarizados com ela, porque achamos mais fácil nos prender a uma “felicidade” trazida por um milhão de coisinhas passageiras e superficiais do que buscar uma felicidade profunda e plena, que nos traga acalanto e paz interior de verdade. E temos medo de que, sem todos “apetrechos” à nossa volta, percebamos que não somos tão felizes assim, que nossas amizades não sejam tão boas assim, que nosso desejo de ser feliz e amado é muito mais profundo do que parece, que nossa alma precisa de muito mais. Assim, com medo de enxergar a fundo e ver o que está por trás da fachada, preferimos viver sem clareza, acreditando que isso nos levará a algum lugar. Mas, como já dito, isso não é verdade e o efeito atingido é exatamente o contrário do que o desejado ardentemente: sempre teremos momentos de lucidez que nos mostrarão que, no fundo, somos infelizes. Se formos espertos, reconhecemos esses momentos de lucidez como um convite a refletir, a buscar maior clareza e uma felicidade real e profunda. Mas, se formos medrosos, vamos optar por tomar mais uma “injeção de consumo e distração” e, como um viciado em drogas, confundir mais uma vez essa embriaguez com a realidade.

Apesar de pesada, a clareza tem uma vantagem muito grande em relação à falta dela: ela nos torna mais conscientes do que e de quem somos, nos torna mais livres, mais abertos para o que é autêntico e nos permite conhecer uma felicidade realmente verdadeira.

Ser feliz é encontrar dentro de si aquele sentimento que conhecemos de nossa infância, quando vivíamos aqui e agora, sem preocupações e sem máscaras, quando éramos porque éramos e não porque tínhamos alguma coisa, quando tínhamos uma consciência bela e pura de que felicidade simplesmente existe, sem precisar de apetrechos, status, enfeites, fama ou seja lá do quê. Ser realmente feliz significa trabalhar em si mesmo, conquistar seu espaço nesse mundo, sentir e respeitar seu valor como ser humano e perceber que a felicidade é bem mais do que a alegria passageira trazida por algo material. O caminho que devemos seguir é longo, e esse caminho é a vida, nossa vida, que quer e deve ser vivida em sua plenitude, com seus dias de sol e chuva, com as alegrias e tristezas, com os dias e as noites, com suas fases felizes e outras menos felizes. Sim, um caminho muitas vezes pedregoso, mas vale a pena segui-lo, mesmo porque não há alternativa, a não ser viver como alguém que corre da luz, do óbvio, da clareza, acreditando ser feliz sem ser, vulnerável a sofrer assim que a “dose cotidiana de sua droga” (consumo e distração) lhe falte. Esse longo caminho comparo ao Níger, na África, um dos rios mais longos do mundo. Ele praticamente morre bem perto do lugar que nasce. Para ser feliz, você tem que seguir o rio assim mesmo, pois não há atalhos que levem rapidamente da nascente à foz. A tentação pode ser forte, já que a distância é pouca, mas não vale e pena tentar, pois, mesmo que você consiga cortar o caminho, sua felicidade jamais será a mesma de alguém que seguiu todo o percurso do rio por vários mil quilômetros.

Se você é um ser humano que deseja crescer, amadurecer e (!) ser realmente feliz, não tenha então medo da clareza, de ver as coisas com sobriedade e como realmente são. E, mesmo que a clareza seja “pesada”, nunca esqueça que você é forte o suficiente para carregá-la.

5 erros na hora de tirar a fralda da criança

5 erros na hora de tirar a fralda da criança

Fonte indicada  contioutra.com - 5 erros na hora de tirar a fralda da criança

Tirar a fralda pode por vezes ser um processo que exige muita paciência por parte dos pais.

Na maioria das crianças, tirar a fralda é um processo um pouco longo, tendo por isso de ser realizado tranquilamente, de modo a não estressar pais e criança.

Contudo, muitos pais, na ânsia de que o seu filho tire a fralda, cometem vários erros, que acabam por atrapalhar, deixando tanto pais como criança frustrados.

Conheça aqui os 5 erros mais comuns que os pais cometem na hora de tirar a fralda da criança.

Erro 1 – Chatear-se com a criança quando não conseguir aguentar

Numa fase inicial sem fralda é normal a criança ainda não conseguir controlar totalmente o seu sistema urinário ou o esfíncter.

É por isso fundamental ter paciência para esperar a hora certa e não se chatear quando ela se sujar.

Repreender pode ter um efeito bem negativo, sendo muito mais útil uma conversa tranquila sobre o assunto.

Erro 2 – Esperar que a criança diga que quer ir ao banheiro

A partir de dada altura a criança já conseguirá avisar que quer ir ao banheiro.

Contudo, por distração ou ainda não por não controlar totalmente a saída das suas necessidades, ela pode não conseguir aguentar.

É por isso que é importante ir lembrando a criança para ir ao banheiro.

Erro 3 – Apressar o processo

Não existe uma data ou um prazo exato para a criança deixar a fralda.

É por isso essencial os pais estarem atentos ao comportamento do seu filho, de modo a aperceberem-se dos sinais que mostram quando a criança quer ir ao banheiro.

Se tentarem apressar esse processo, pressionando a criança, podem causar tensão e confusão que irão atrapalhar e prolongar o período de deixar a fralda.

Erro 4 – Apressar as necessidades da criança

Por vezes, nos primeiros tempos, a criança pode demorar algum tempo até conseguir fazer as suas necessidades.

É essencial que os pais não a apresse para evitar tensão e frustração num momento que se quer tranquilo.

Se o seu filho começar a relacionar as idas ao banheiro com momentos de estresse e nervosismo, ela não estará confortável em fazer as suas necessidades.

Erro 5 – Não respeitar a privacidade da criança

Mesmo sendo ainda muito nova, há crianças que podem sentir-se desconfortáveis ao fazer as suas necessidades na frente de outras pessoas. Se os pais acharem que esse é o caso, tentem dar mais privacidade a criança.

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4 âncoras que atrasam sua evolução

4 âncoras que atrasam sua evolução

Por Nara Rúbia Ribeiro

Somos convidados, a cada dia, ao progresso, à evolução de toda a ordem. Contudo, muitas vezes, reiteramos algumas posturas que, em si mesmas, guardam a âncora do nosso atraso, fazendo-nos estagnados. O pior de tudo é que é tamanho o nosso despreparo existencial que raro conseguimos perceber que estamos ancorados.

Ignorar a própria ignorância

Ser ignorante é algo natural. Nunca saberemos tudo sobre todas a s coisas. O que traz obstáculo à vida não é a ignorância, é a pseudossapiência. A pessoa ignora o não saber, e age, não sabendo, como se soubesse. Este indivíduo, não raro, mesmo nada sabendo, quer ensinar. Muitos deles fundam partidos, seitas, religiões, e se tornam o que alguns denominam  de “cegos guias de outros cegos”, perpetuando, assim, a ignorância.

O orgulho de ser orgulhoso

A palavra “orgulho” pode denotar um sentimento até nobre de autorrealização pessoal. Contudo, na maioria das vezes, serve como sinônimo de soberba e arrogância, quando o homem necessita ostentar sua “grandeza” para fazer com que o seu próximo se sinta menor. Esse orgulho, esse sentir-se mais, achar-se certo e pleno, pode ter por objeto a constatação do próprio orgulho. Nada pior que a pessoa que se orgulha de ser orgulhosa. “Eu sou assim, mesmo. Tenho gênio forte. Não peço desculpa, não volto atrás, sou orgulhoso mesmo. Nasci assim e vou morrer assim”.

Falar mal de fofoqueiroscontioutra.com - 4 âncoras que atrasam sua evolução

Outros que se ancoram são aqueles que já se mostram capazes de constatar que a maledicência em nada contribui para o progresso do homem, mas não é capaz de perceber que aquele que fala mal de um fofoqueiro por ser fofoqueiro já está inquinado à mesma conduta.

Não tolerar os intolerantes

Não tolerar os intolerantes é outra âncora do atraso. Sei o quanto é difícil conviver com aquele que se acha dono de determinada verdade e ostenta o seu “título de proprietário” contra tudo e todos que tenham verdades divergentes. Contudo, é de suma importância dissociar o intolerante da sua própria conduta e tolerá-lo. Possivelmente seja a única forma de fazer, em longo prazo, com que o outro compreenda a insensatez da própria conduta, além de servir para que não nos ancoremos junto dele.

São inúmeras as posturas que nos fazem fixos em águas interiores que não deveríamos mais navegar. É preciso olhar para as nossas mentes, analisar as nossas almas, desvendar o que em nós habita. Neste mundo de recorrentes e inovadoras descobertas, cabe-nos o exercício de conhecer a nossa própria essência. Fazer a distinção entre aquilo que nos move e aquilo que nos estagna.

Não existe maior exercício de Amor que o autoconhecimento. Aquele que se conhece, sabe-se centelha eterna da Luz Maior e não se permite, nunca, ancorar-se em atraso algum.

Nara Rúbia Ribeiro: colunista CONTI outra

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Escritora, advogada e professora universitária.
Administradora da página oficial do escritor moçambicano Mia Couto.
No Facebook: Escritos de Nara Rúbia Ribeiro
Mia Couto oficial

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12 maneiras naturais para combater a depressão

12 maneiras naturais para combater a depressão

A doença mental não faz diferenças. Ela está presente em todos os níveis da sociedade não importando a riqueza, a inteligência, o talento, poder ou fama que a pessoa tenha. A depressão desafia a razão e a percepção pode se tornar mais importante do que a realidade.

A pessoa doente pode ter uma visão de realidade distorcida sobre si mesma e sobre o seu lugar no mundo que não deixe nenhuma esperança para a felicidade. A depressão rouba a perspectiva de que existe uma luz no final do túnel e pode conduzir a pessoa à uma situação realmente incapacitante e, em casos extremos, ao suicídio.

A seguir, estão 12 maneiras naturais para ajudar a combater a depressão. Estas 12 dicas oferecem esperança para alguém que esteja muito doente. Entretanto é importante lembrar que todas as sugestões descritas não substituem a necessidade de uma avaliação e acompanhamento profissional.

1. Desenvolva habilidades de pensamento mais racionalizado

Embora a depressão seja um transtorno de humor, a intensidade dos sentimentos apresentados pode ser tão grande que a capacidade de racionalizar a realidade pode ficar distorcida. Desenvolver competências para identificar os pensamentos irracionais que desencadeiam sentimentos também irracionais é uma chave fundamental para combater a depressão.

2. Evite o uso excessivo de álcool ou uso de medicações prescritas por terceiros.

Embora a medicação prescrita por um especialista possa ser ser essencial para algumas pessoas com depressão, a auto-medicação ou mesmo o uso do e álcool podem tornar os sintomas ainda piores. O abuso de substâncias e depressão é uma combinação mortal.

Quando as pessoas se tornam dependentes químicas, por exemplo, os efeitos da depressão são multiplicados e os pensamentos irracionais aumentam, levando a um comportamento doentio e ao mau julgamento da realidade. Quando as pessoas usam drogas e álcool para relaxar ou se sentirem melhores, elas estão minando o controle saudável de suas vidas e, sem perceber, apelam para mais uma fuga temporária. Em vez de lidar com seus sentimentos, elas tentam escapar deles.

O alcoolismo também conduz a mais depressão. O álcool é um depressor, e, depois da anestesia temporária das emoções, ele deixa a pessoa ainda mais depremida. É uma combinação muito grave. O alcoolismo é um dos mais fortes preditores de tentativas de suicídio. De fato, estima-se que as pessoas com depressão com um transtorno de abuso de substâncias são seis vezes mais propensas a cometer suicídio. A forte ligação entre o abuso de drogas e comportamento suicida é uma bandeira vermelha para o suicídio.

3. Fale sobre o assunto!

Aqueles que mantém o silêncio sobre sua depressão o fazem devido ao medo do estigma e da vergonha. No entanto, o isolamento interfere na obtenção de uma rotina mais saudável, mais objetiva e rica em perspectivas. Contar com uma rede de apoio (família, amigos) para compartilhar seus pensamentos mais sombrios e sentimentos pode ajudar a diminuir a sensação de desesperança e o isolamento.

O esforço para se conectar e compartilhar pensamentos e sentimentos pode ajudar enormemente. A conexão com os outros é um dos antídoto da depressão. Esteja perto de pessoas positivas e que ofereçam apoio, companhia e um ouvido amigo.

4. Não seja orgulhoso (a) demais para buscar ajuda profissional.

Uma atmosfera de apoio sem julgamento pode ser fundamental na superação da depressão. Admitir que você precisa de ajuda é o primeiro passo para ajudar a si mesmo. Embora muitos indivíduos deprimidos se sintam fracos e desmotivados para pedir ajuda, fazê- lo é um sinal de coragem e força, nunca de fraqueza. Além disso, os terapeutas podem não só dar apoio, mas também podem oferecer aos clientes as ferramentas necessárias para o desenvolvimento de habilidades importantes da vida que também ajudam no combate a depressão. Habilidades que auxiliam no gerenciamento do estresse e da raiva, melhora nos pensamentos doentios e melhora na comunicação são alguns exemplos de habilidades que podem ser aprendidas. O psicoterapeuta oferece mais do que um ouvido simpático e bom senso – ele oferece dicas e ferramentas de um profissional treinado para ajudar os clientes a aprender os passos para viver melhor.

5. Mantenha-se ativo (a).

Mesmo que você precise se arrastar, desenvolva algum plano para ter atividades durante o dia. Disciplina e proatividade são excelentes para ajudar a levantar o humor e podem ajudar indivíduos deprimidos a melhorarem sua sensação de autossuficiência e competência. Quando as pessoas estão deprimidas, elas muitas vezes se sentem sobrecarregadas e não têm a mesma energia de antes.. No entanto, ficar só parado (a) só aumenta a depressão e a negatividade. fazer algo, mesmo que contra a vontade, pode fazer maravilhas para o humor. O slogan da Nike: “Just Do It” é uma ótima maneira de combater a depressão naturalmente. Pró-atividade está relacionada com autoestima.

6. Desenvolva hábitos de vida saudáveis.

Bons hábitos como comer bem e fazer exercícios físicos regularmente são incompatíveis com a depressão. O próprio exercício é uma ótima maneira de ajudar a combater a depressão, liberando endorfinas e não só mantendo o metabolismo ativo, mas também nos ajudando a aumentar  o domínio sobre nossos corpos e vidas. Nos sentimos melhores, mais bonitos, melhoramos o peso e aumentamos a estima quando cuidados de nós mesmos. Da mesma forma, muitos estudos têm mostrado uma ligação forte entre comer bem e se sentir bem. Dietas moderadas e equilibradas com muitas frutas e vegetais frescos, ricos em nutrientes e pobres em açúcar e gorduras em excesso, ajudam a regular o nosso humor.

Já o consumo excessivo de alimentos refinados e açúcares têm sido associado à depressão. A depressão também tem sido associada ao fumo, bem como ao consumo excessivo de cafeína que pode também levar a um aumento da ansiedade.

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Susi Godoy Photography

7. Perdoe-se por não saber antes o que você sabe hoje.

Os indivíduos deprimidos são frequentemente assombrados pela culpa. Culpa por erros do passado, culpa por alguma falha ou por não ser “bom o suficiente” são exemplos da infinita variedade de pensamentos que as pessoas deprimidas têm.

Ficar preso (a) em arrependimentos passados é um caminho direto para a depressão. Pelo contrário, é crucial aprender com os arrependimentos e construir algo produtivo e. Esse será o trampolim para sucessos futuros e para a sabedoria.

8. Lembre-se de seus sucessos e realizações.

As pessoas deprimidas frequentemente não se concentram em seus sucessos e sim em seus fracassos, e essas expectativas são impossíveis de manter ao longo do tempo. Não importa o sucesso que alguém já tenha atingido,quando a depressão bate a pessoa pode sentir que apenas falhou na vida. Eles se sentem responsáveis ​​por coisas ruins que aconteceram e muitas vezes realmente acreditam que as pessoas ficarão melhores sem eles. (argumento fortemente usado por pessoas que pensam em suicídio)

9. Mantenha a esperança viva.

O ato de suicídio é um ato de desespero. O suicídio é uma solução permanente para problemas temporários, e as pessoas que estão em profundo desespero sentem que não há nenhuma maneira de superar essa fase. Ajudar as pessoas a ver que há esperança para que as coisas melhorem é um dos melhores presentes que você pode dar a uma pessoa deprimida ou a si mesmo se você luta contra a depressão. Às vezes é preciso o ato concreto de realmente escrever o que é positivo ou esperançoso para sair da mentalidade turva da depressão.

10. Lembre que mesmo que as coisas não saiam bem – você ainda pode continuar.

É verdade – algumas coisas podem ser inevitáveis ​​na vida – tais como doenças e adversidades. No entanto, temos o poder de fazer o melhor possível – nossas doenças ou adversidades não precisam nos definir. E, de fato, há algumas coisas que são tão difíceis que nós realmente nunca realmente as superaremos, mas isso não significa que não possamos passar por elas. Normalmente, o apoio dos entes queridos pode ajudar consideravelmente nesses momentos. Nunca se esqueça disso.

11. Lide com os traumas e inseguranças passados.

Com demasiada frequência, não importa o quão bem sucedido alguém se torna, uma pessoa ainda se definem da mesma maneira que se definia nos seus primeiros anos escolares. Não importa o quanto o tempo tenha passado e o quanto essa pessoa seja bem sucedida, a insegurança ainda pode defini-lo. É aquela pessoa magra que ainda se sente como o garoto gordinho da escola.Claro, não podemos mudar o que aconteceu conosco, mas podemos mudar a forma como lidamos com o que aconteceu. O que você resiste, persiste.

12. Ria.

Risos e um senso de humor é uma das melhores maneiras de evitar a depressão.

A citação abaixo de Robin William em O pescador de ilusões oferece-nos um lembrete de que a atitude, não a realidade, determinam a nossa saúde mental. A depressão é uma doença de realidade distorcida.

“Ele não viu um rei. Ele só viu um homem sozinho e com dor. “- Robin Williams, O Pescador de Ilusões

Por JUDY BELMONT   , Via: Life Hack

Traduzido e ADAPTADO por Josie Conti

Do original:Robin Williams’ Death Is A Wake-Up Call: 12 Natural Ways To Fight Depression

Imagem de capa: Susi Godoy Photography 

Dica de livro: O Demônio do Meio-Dia: Uma Anatomia da Depressão, Andrew Solomão

É bom se decepcionar

É bom se decepcionar

Por Gustl RosenKranz

Sobre a decepção, a dor que ela causa e seu efeito libertador.

Infelizmente, nós seres humanos temos a tendência de empregar termos sem realmente refletir sobre seu significado. E é assim que damos uma conotação positiva ou negativa a determinadas palavras, sem que verifiquemos se essa conotação é adequada ou não. O problema é que palavras nunca são inofensivas, já que as que usamos e escutamos influenciam nossa forma de agir, de pensar e de ver o mundo à nossa volta. Nosso estado de espírito e nossa postura em relação à vida influenciam nosso vocabulário, mas a recíproca é verdadeira: o uso de um vocabulário carregado de palavras “negativas” gera normalmente, mesmo que não se perceba, uma postura igualmente negativa em relação à vida. Vários estudos1 sobre o cérebro humano constataram que não somente nossa cabeça influencia nossas atitudes, mas também que nossas atitudes influenciam nossa mente. E isso vale igualmente para as palavras que usamos e torna importantíssimo escolher e empregar conscientemente as palavras que falamos ou escrevemos e filtrar com atenção as palavras que escutamos. Temos que ter cuidado especial porque temos também a tendência de confundir o que é agradável com bom e o que é desagradável com ruim, o que é um equívoco claro. O parto de uma criança, por exemplo, pode ser umaexperiência desagradável para a mãe, já que é não raramente acompanhada de dor e muito esforço físico e psíquico. Todavia somos unânimes de que o nascimento de uma criança é uma coisa boa. Bom, nesse exemplo é facilmente perceptível que o desagradável não tem que ser necessariamente ruim, mas isso nem sempre é fácil de se reconhecer em inúmeras situações cotidianas, fazendo com que alimentemos diariamente essa confusão terminológica, trocando as bolas e atribuindo uma conotação negativa a algo bom só por ser desagradável, como é o caso da DECEPÇÃO.

É natural que fiquemos tristes, frustrados, desapontados ou até irados quando somos decepcionados… Sofrer uma decepção é uma experiência desagradável, às vezes até extremamente dolorosa, principalmente quando nos decepcionamos com alguém próximo, com quem temos uma relação mais estreita. Mas a decepção é uma coisa ruim? Não, não é. Pelo contrário: decepcionar-se é uma coisa boa, importante para o amadurecimento humano, já que se decepcionar significa perder a ilusão em relação alguém ou alguma coisa, quando algo inesperado destrói nossas expectativas. A palavra “DECEPÇÃO” vem do latim deceptio, que significa engano ou dolo. Ou seja, quando decepcionamos alguém, o enganamos, quando nos decepcionamos, fomos enganados ou enganamos a nós mesmos. Agora responda: não é bom se livrar de um engano, de uma ilusão, de uma farsa, de algo que achávamos que era de uma forma, mas que na verdade sempre foi diferente?

A intensidade de uma decepção depende de dois fatores: do tamanho das expectativas e do tempo que durou o engano, a ilusão. Portanto, quanto menos se espera e quanto menos demorar o engano, menor o sofrimento. E vale o contrário: se você não aprender a domar suas expectativas, deixando-as crescer cada vez mais, você só alimentará a ilusão, prolongando-a e aumentando o sofrimento na hora que você perceber que estava sendo enganado (talvez por você mesmo?).

Imagine, por exemplo, você indo para uma festa. É claro que você espera que a festa seja boa, senão você nem iria. Se a festa no final não for lá essas coisas, talvez você fique um pouco decepcionado. Mas se você for além disso, indo à festa com a expectativa de que será a melhor festa de toda sua vida, talvez a melhor festa do mundo, a decepção aqui pré-programada será bem maior, já que o tamanho da decepção está diretamente ligado ao tanto que você espera.

Uma pessoa decepcionada reage de acordo com o princípio “fui enganada!”, mas normalmente a “culpa” nem é (somente) do outro. Nós é que insistimos em ver algo como queremos ver, criando nossa própria realidade de forma conveniente para nós. Um bom exemplo é quando nos apaixonamos e vemos tudo de forma colorida, sem questionar e sem ver as coisas como são, projetando no outro aquilo que queremos e confundindo a ilusão da paixão com a realidade. Quando a paixão passa e vemos quem o outro é de verdade, ficamos decepcionados e nos sentimos enganados, o que é legítimo e compreensível, mas é importante se perguntar: enganado por quem? Pelo outro ou por nós mesmos? É importante entender que você mesmo é responsável pelas decepções que você vive. É claro que há pessoas dissimuladas, que fingem ser algo que não são, enganando de propósito, mas também aqui vale: essas pessoas só irão lhe enganar se você permitir. Não podemos responsabilizar outras pessoas por nossa ingenuidade e nossas falsas expectativas.

Creio que uma decepção nunca vem de surpresa. Ela vai se manifestando já com antecedência, os sinais são claros, mas nós, por preferimos sempre o caminho mais fácil e evitarmos quase patologicamente o que é desagradável, ignoramos esses sinais, alimentando a ilusão e aumentando a altura do tombo na hora da percepção da realidade como ela é. Uma pessoa não decepciona uma outra da noite para o dia. Normalmente seu comportamento já mostra cedo que ela não é bem assim como acreditamos, mas nós nos negamos a reconhecer isso, pois é bem mais confortável crer que as coisas são como nós gostaríamos que fossem. E é assim com aquele “bom” amigo ou aquela “boa” amiga, que de repente nos mostra que a amizade não era tão forte assim, ou pior ainda: que falta profundamente com o respeito, que nos machuca, que nos faz sofrer, que nos decepciona… Como estávamos iludidos e aparentemente felizes e satisfeitos com essa ilusão, acreditamos que o comportamento questionável dessa pessoa veio de repente e que a amizade acabou de uma hora para outra, mas isso não é correto, já que ninguém muda seu comportamento ou sua postura da noite para o dia e uma amizade que termina de uma hora para outra na verdade nunca existiu.

Antigamente, eu sofria quando alguém me decepcionava (= não correspondia às minhas expectativas, não agia da forma que eu esperava), até que um dia percebi o equívoco que causava esse sofrimento: a definição errônea de decepção como algo ruim por ser desagradável. Desde que sei disso, procuro esperar o mínimo possível das pessoas e dos acontecimentos em minha vida, tento ver as pessoas e as coisas como elas realmente são e procuro não alimentar ilusões. Hoje em dia, quando, por exemplo, um amigo me decepciona fortemente, tenho consciência de que isso apenas ocorreu devido às minhas expectativas altas (repetindo: quanto mais altas as expectativas, maior a decepção!) e porque não vi a coisa como realmente era. Fico feliz de ter percebido o engano (quanto mais cedo melhor!) e procuro corrigir a minha visão, me libertando de uma ilusão que, no fundo, não me fazia bem. Cresço com isso, procurando não guardar mágoas, já que no fundo sou grato por ter tido a chance de perceber que a realidade era bem diferente daquilo que eu acreditava ou queria acreditar, tendo consciência de ser eu mesmo responsável pelas minhas expectativas. Isso liberta, isso purifica as relações e isso é uma coisa boa!

Portanto, sempre que você sofrer uma decepção, permita-se sentir dor e tristeza, aceite a frustração, mas não deixe de ver o outro lado da moeda: o lado da desilusão, do desencantamento, do fim do engano, da retomada da realidade. A sobriedade disso resultante, por mais desagradável que seja, irá lhe fazer crescer, irá lhe libertar de devaneios, de enganos dos sentidos ou da mente e lhe permitirá compreender que a realidade, mesmo que amarga, é sempre melhor que qualquer doce ilusão.

Imagem de capa: Artsplav/shutterstock

A SAMAMBAIA E O BAMBU

A SAMAMBAIA E O BAMBU

Autor desconhecido.
Adaptação Nara Rúbia Ribeiro.

Certo dia, senti-me totalmente derrotado e vencido. Nada fazia sentido: o mundo, a vida, meu trabalho, nada. Decidi que pularia de uma ponte situada no outro lado da cidade. Escrevi uma carta aos meus familiares e caminhei em direção à ponte.

No caminho, necessitei atravessar um bosque. Avistei, ali, uma pequena fonte d’água e parei para contemplar a que seria, talvez, a última beleza a ser vista em minha existência. Junto à fonte, num banco já desgastado pelo tempo, um indigente me olhava com muita atenção.

Estava a poucos passos de mim e fez um gesto para que me aproximasse dele. – O que se passa com você, meu jovem? – ele perguntou com um ar sereno, embora preocupado. – Decidi terminar com tudo hoje. Nada, para mim, funciona. Sou o homem errado para esse enredo de vida que alguém me escreveu.contioutra.com - A SAMAMBAIA E O BAMBU

Sua resposta me surpreendeu: “Olhe em redor. Você está vendo a samambaia e o bambu?”

“Sim, estou vendo”, respondi.

“Pois bem, a Vida se encarregou de semear, a um só tempo, as samambaias e o bambu. A ambos não faltaram água, luz, seiva… A samambaia cresceu rapidamente. Seu verde brilhante cobria o solo. Porém, da semente do bambu nada saía.

Apesar disso, a Vida não desistiu do bambu. No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa. E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu. Mas, a Vida não desistiu do bambu.

No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa. Mas, no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra. Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito pequeno, até insignificante.
Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 5 metros de altura.

Ele ficara cinco anos afundando raízes. Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver.

Essa dor que você sente e aparenta ser sem propósito, ao longo de todos esses anos, é, na verdade, o rasgo de suas raízes. Elas estão se tornando mais profundas aí dentro.

A Vida não desiste nunca. Não é correto comparar-se a outros. Sua trajetória é única. Seria justo desistir da Vida? Desistir justamente de quem provê aquilo de que você mais necessita para contemplar, em breve, a existência de um lugar mais perto do céu?

Baixei a cabeça e, com olhos marejados, procurei alguma palavra para dizer àquele desconhecido maltrapilho. Quando levantei o rosto, percebi que não precisava dizer mais nada. O indigente não estava mais ali e, sinceramente, nem posso precisar se aquele homem um dia existiu.

contioutra.com - A SAMAMBAIA E O BAMBU
Sagano Bamboo Forest é uma linda floresta de bambu, que cobre uma área de aproximadamente 16 Km2, localizada em Arashiyama 30 minutos de Kyoto no Japão.

Nara Rúbia Ribeiro: colunista CONTI outra

contioutra.com - A SAMAMBAIA E O BAMBU

Escritora, advogada e professora universitária.
Administradora da página oficial do escritor moçambicano Mia Couto.
No Facebook: Escritos de Nara Rúbia Ribeiro
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5 livros para quem gosta de pensar “fora da caixa”

5 livros para quem gosta de pensar “fora da caixa”

Por Josie Conti

As convenções sociais e obrigações diárias te deixam entediado (a)? Nem todas as pessoas são capazes de entender as suas piadas? Você é aquele tipo de pessoa que sempre enxerga a realidade por um terceiro e quarto ângulo?

Os livros e escritores mencionados abaixo oferecem diferentes olhares sobre as realidades com as quais estamos acostumados. Confesso que eles fizeram parte de horas muito interessantes dentre as minhas leituras dos últimos anos. Tente acompanhá-los! 😉

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"Fora de Série – Outliers

Malcom Gladwell

O que torna algumas pessoas capazes de atingir um sucesso tão extraordinário e peculiar a ponto de serem chamadas de ‘fora de série’? Costumamos acreditar que trajetórias excepcionais, como a dos gênios que revolucionam o mundo dos negócios, das artes, das ciências e dos esportes, devem-se unicamente ao talento. Mas neste livro você verá que o universo das personalidades brilhantes esconde uma lógica muito mais fascinante e complexa do que aparenta.

Baseando-se na história de celebridades como Bill Gates, os Beatles e Mozart, Malcolm Gladwell mostra que ninguém ‘se faz sozinho’. Todos os que se destacam por uma atuação fenomenal são, invariavelmente, pessoas que se beneficiaram de oportunidades incríveis, vantagens ocultas e heranças culturais. Tiveram a chance de aprender, trabalhar duro e interagir com o mundo de uma forma singular. Esses são os indivíduos fora de série – os outliers.

Para Gladwell, mais importante do que entender como são essas pessoas é saber qual é sua cultura, a época em que nasceram, quem são seus amigos, sua família e o local de origem de seus antepassados, pois tudo isso exerce um impacto fundamental no padrão de qualidade das realizações humanas. E ele menciona a história de sua própria família como exemplo disso. Outro dado surpreendente apontado pelo autor é o fato de que, para se alcançar o nível de excelência em qualquer atividade e se tornar alguém altamente bem-sucedido, são necessárias nada menos do que 10 mil horas de prática – o equivalente a três horas por dia (ou 20 horas por semana) de treinamento durante 10 anos. Aqui você saberá também de que maneira os legados culturais explicam questões interessantes, como o espantoso domínio que os asiáticos têm da matemática e o fato de o número de acidentes aéreos ser significativamente mais alto nos países onde as pessoas se encontram a uma distância muito grande do poder.

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"Freakonomics – O Lado Oculto e Inesperado de Tudo que nos Afeta

Stephen J. Dubner; Steven D. Levitt

O livro-destaque do ano, segundo o New York Times.

Considerado o melhor livro do ano pelo The Economist, pela New York Magazine, pela Amazon.com e pela Barnesandnoble.com
Vencedor – Prêmio Quill 2005 para o melhor livro do ano sobre negócios
Finalista ? Prêmio Financial Times/Goldman Sachs para o melhor livro do ano sobre negócios

“Se fosse economista, Indiana Jones seria Steven Levitt… Um caçador de tesouros ímpar, cujo sucesso se deve à sua verve, coragem e ao seu menosprezo pela sabedoria convencional… Freakonomics se parece com uma história de detetive… Fiz força para descobrir nele algo do que reclamar, mas desisti. Criticar Freakonomics seria como falar mal de um sundae de chocolate. A cereja do arremate, Stephen Dubner… nos faz rir num momento e levar um susto em seguida. O senhor Dubner é uma pérola das mais raras”.
(Wall Street Journal)

“Freakonomics é um livro esplêndido, cheio de detalhes históricos improváveis, porém impressionantes, que diferencia o autor da massa de cientistas sociais em voga”.
(New York Times)



“O cara é interessante! Freakonomics cativa e é um livro sempre interessante, rico em sacadas, cheio de surpresas… [e] abarrotado de idéias fascinantes”. Washington Post Book World “Levitt utiliza ferramentas estatísticas simples, mas elegantes. Chega ao âmago da questão e escolhe tópicos fascinantes. Todos os cientistas sociais deveriam indagar de si mesmos se os problemas em que estão trabalhando são tão interessantes ou importantes quanto os abordados neste livro fantástico”.
(Los Angeles Times Book Review)

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"A arquitetura da felicidade

Alain de Botton

De Botton acredita que o ambiente afeta as pessoas de tal modo que não seria exagero dizer que a arquitetura é capaz de estragar ou melhorar a vida afetiva ou profissional de alguém. Uma de suas teses é a de que o que buscamos numa obra de arquitetura não está tão longe do que procuramos num amigo.

Ao construir uma casa ou decorar um cômodo, as pessoas querem mostrar quem são, lembrar de si próprias e ter sempre em mente como elas poderiam idealmente ser.

O lar, portanto, não é um refúgio apenas físico, mas também psicológico, o guardião da identidade de seus habitantes. Seguindo esse raciocínio, o autor conclui nesta obra que quando alguém acha bonita determinada construção, é porque a arquitetura reflete os valores de quem a elogia. Pode até mesmo expor as idéias de um governo. Cada obra de arquitetura expõe uma visão de felicidade.

Nota da página: Infelizmente esse livro está esgotado. Esperamos que haja uma nova edição em breve.

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"Rápido e devagar: duas formas de pensar

Daniel Kahneman

Eleito um dos melhores livros de 2011 pelo New York Times Book Review.

O vencedor do Nobel de Economia Daniel Kahneman nos mostra as formas que controlam a nossa mente em Rápido e devagar, as duas formas de pensar: o pensamento rápido, intuitivo e emocional e o devagar, lógico e ponderado.

Comportamentos tais como a aversão á perda, o excesso de confiança no momento de escolhas estratégicas, a dificuldade de prever o que vai nos fazer felizes no futuro e os desafios de identificar corretamente os riscos no trabalho e em casa só podem ser compreendidos  se soubermos como as duas formas de pensar moldam nossos julgamentos.

Daniel nos mostra a capacidade do pensamento rápido, sua influência persuasiva em nossas decisões e até onde podemos ou não confiar nele. O entendimento do funcionamento dessas duas formas de pensar pode ajudar em nossas decisões pessoais e profissionais.

contioutra.com - 5 livros para quem gosta de pensar "fora da caixa"Contestadores

Edney Silvestre

A obra reúne entrevistas de grande profundidade com pensadores e celebridades, divididas nas categorias – boxeadores, tempestuosos, cordiais, militantes e visionários. Entre eles Norman Mailer, Camille Paglia, Paulo Francis, Noam Chomsky, Salman Rushdie, Edward Albee, Nan Goldin, Gloria Steinen e Paulo Freire

 

Não dá mais tempo de ser feliz

Não dá mais tempo de ser feliz

Por Marcela Picanço

Passo a mão no meu cabelo tentando desembaraçar um nó que sempre insiste em se formar. Enquanto isso, como um saquinho com 10 mini pães de queijo e espero o ônibus do metrô chegar, pensando que não dá mais tempo de ser feliz. Passaram-se alguns anos, desde que eu me lembre de que fui feliz de verdade. Foi naquelas férias em que eu fiquei bronzeada, saí para dançar e não me importava se a minha calça 38 ia entrar ou não. Nunca liguei para isso de padrão de beleza, mas, de repente, vi-me querendo colocar silicone, por mais que meus peitos parecessem ideais. Não dá mais tempo de ser feliz. Nesse dia, eu acordei com a boca seca, tentando imaginar o que eu tinha comido no dia anterior. Mas eu já tinha que acordar mais uma vez, às 7h, tomar meu café de sempre e partir para fazer aquilo de que eu gostava, mas acabou perdendo a graça. As cores começaram a ficar acinzentadas. As pessoas bonitas eram raras. Raríssimas. Sinto saudade de conhecer alguém interessante. Juro que eu nem queria um amor de filme ou um amor simples, só para amar. Eu queria alguém que pudesse conversar comigo, para perceber o mundo do jeito que eu vejo. Mas está difícil encontrar gente assim nessa cidade. Fico me perguntando por onde as pessoas interessantes têm andado e cheguei à conclusão de que elas são pequenas máfias que não saem à noite. Elas fazem pequenas reuniões na casa dos amigos, namoram entre si e, para elas, é o suficiente. Não têm paciência para fila de balada e nem para gente querendo parecer algo que não é. Aliás, todo mundo é um pouco do que não é, o que acaba dando no mesmo. Eu escolhi ser assim, mas agora não quero mais ser. E não tenho a menor ideia de como montar um plano estratégico para mudar minha vida e virar uma daquelas pessoas inovadoras que criam projetos que estimulam a criatividade. Nunca fui uma pessoa muito criativa. Eu gosto de lidar com números e coisas exatas, para que eu saiba realmente chegar a uma conclusão. Eu gosto de chegar àquilo que é garantido. Por isso, talvez eu não tenha tido tanto sucesso na vida. A vida é sempre inexata.

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Às vezes, eu acho que isso é só uma fase. Que vai chegar alguém que me faça levantar do sofá e desistir de assistir às cinco séries ao mesmo tempo. Ela vai dizer que isso tudo é uma bobagem e que eu deveria aproveitar mais a luz do dia. Mas a verdade é que eu ando com muita preguiça de todo mundo. E não é que eu esteja triste nem nada, mas me afundei tanto em mim e nas minhas ideias, que os outros parecem chatos demais. O único ser que me entende é minha gata, Pantera, que passa os dias comigo naquele apartamento vazio e com cheiro de vida que passou. Não dá mais tempo de ser feliz. Até dá, mas eu não quero. Sinto-me completamente confortável nessa minha zona de conforto, que me deixa pensar em paz. É tão bom ficar sozinha… Mas só quando você tem a opção de ficar sozinha e não porque está com preguiça de olhar o mundo por outra janela. Eu tenho perdido muito tempo tentando me entender. Talvez não seja uma perda de tempo, mas, quanto mais eu penso, mais eu me afasto das pessoas que só querem falar de coisas que eu falava há 10 anos. Quando fulaninho terminou com não sei quem, ou meu namorado não me entende, meu emprego não paga o suficiente. Histórias tão iguais e intermináveis, como se todo mundo gostasse de estar nesse ciclo sem fim de reclamações sobre a própria vida e, ainda assim, arranjando tempo de criticar a vida alheia. Eu queria que esses assuntos passassem. Eu queria conversar sobre alguma coisa que nunca foi dita. Por isso minha gata me entende. Ela nunca diz nada e a gente se comunica entre gestos e telepatia. Podia existir alguém que conversasse por telepatia. Daí não ia dar para esconder nada e a gente ia ter que falar umas verdades, trazendo à tona uns sentimentos malucos que a gente esconde. Essa seria uma boa pauta de conversa de bar.

O metrô chegou. Não dá mais tempo de ser feliz. Preciso continuar minha rotina preguiçosa, agitada e, ao mesmo tempo, lenta, procurando alguma inspiração em um mundo que é totalmente inspirador, mas onde tudo ao redor obriga a se sentir feliz e, ao mesmo tempo, convence de que não se é bom o suficiente. Tem que tentar mais, comprar mais, ser mais, mais você. Insistem em me enquadrar naquilo que eu não sou. Em horários e assuntos que eu não quero ter. Não dá mais tempo de ser feliz. Olho para o saquinho de pão de queijo. Percebo que eles acabaram e eu nem me lembro qual era o gosto que eles tinham.

7 sinais de que você se subestima (esteja alerta!)

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Em casa, eu fui ensinado a ser uma pessoa modesta e humilde. Mesmo que minha família estivesse bem de vida, meus pais escondiam o seu sucesso e, muitas vezes, até demonstravam sentir vergonha por comprar coisas caras.

Eu me lembro quando meu pai teve o seu primeiro Corvette. O carro soava como “um pequeno segredo sujo” – mesmo tendo trabalhado duro desde adolescente para construir o seu próprio negócio, ele sempre foi diligente com a forma como gastou o seu dinheiro.

Disseram-me que não era bom exibir o que se tem, porque aqueles que eram menos afortunados ficariam ofendidos. Em geral, culpa e vergonha foram temas comuns na minha educação.

Olhando para trás, vejo que nós valorizávamos a culpa e a vergonha e esse hábito me manteve jogando pequeno por grande parte da minha vida.

Por causa de tudo isso, meus dons e talentos nunca foram comemorados. Momentos de orgulho foram raros. Eu mantive esse comportamento por muito tempo, e ainda me pego em momentos de vitimização.

Aqui estão sete hábitos diários que eu aprendi, e talvez estejam limitando seu crescimento pessoal.

1. Você constantemente se compara aos outros.

As mídias sociais fornecem acesso imediato à vida de todo mundo. Como resultado, é difícil não se comparar aos outros – constantemente. Mas, a coisa importante a lembrar é que você nunca vê a história toda: ninguém está no Facebook para exibir os seus problemas, seus dias ruins e seus medos. Tudo que você vê é o bom.

Então o que fazer? Concentre-se na sua história e de sua jornada. Nunca, jamais, compare o seu “início” com o “meio” de outra pessoa. Todos nós temos algo a oferecer. Não importa como muitas pessoas fazem o que você faz, o que importa é que você desenvolva o seu jeito de fazer.

2. Você não tem um hábito diário saudável.

Ter um hábito diário que seja saudável mantém uma sincronia entre sua mente e / ou o seu corpo. Alinhar uma prática diária com suas intenções é a chave para atingir o seu poder pessoal. A rotina, nesse caso, lembrará você sobre o porquê de você estar aqui, e preparará o terreno para que você mantenha a calma em meio ao caos diário.

A minha prática diária consiste em uma meditação guiada para a gratidão. A sua pode incluir coisas como ioga, leitura, ou oração. Tudo o que funcionar para você se sentir bem e centrado pode se tornar um hábito. Por que não começar o dia com uma perspectiva positiva?

3. Você prioriza excessivamente as opiniões dos seus pais (sua necessidade de agradar).

Muitos colegas, amigos e clientes lutam frequentemente com essa necessidade de agradar seus pais. Eu vim de um lar amoroso. Eu tinha tudo que eu queria, exceto a liberdade de expressão. Meus pensamentos e crenças não eram minhas. Eu sentia imensa culpa cada vez que eu não concordava com os meus pais. Eu coloquei muito peso sobre as suas opiniões e expectativas, e abandonei muitas das minhas próprias.

Sim, seus pais lhe deram a vida e te ajudaram a crescer, eles fizeram o melhor que podiam, mas, você é um adulto agora. É hora de começar a pensar por si mesmo. É hora de começar a colocar suas necessidades em primeiro lugar. A única pessoa que tem que viver sua vida é você. Você deveria estar feliz com isso.

4. Você se mantém em contato com pessoas erradas.

Para desenvolver relacionamentos saudáveis, é crucial que você se cerque de pessoas de valor, pessoas que “te colocam para cima” e te  apoiam. Ninguém consegue gastar todo o seu tempo com pessoas negativas e ter uma vida positiva. Priorize o seu tempo e esteja perto de pessoas com quem você possa crescer.

Não se iluda, pensando que você tem que manter certas pessoas em sua vida por causa de sua história ou de culpa. Você tem o direito de escolher quem está ocupando o seu tempo e energia.

5. Você não se alimenta corretamente.

Quando as coisas na minha vida começaram a se alinhar, a alimentação era uma coisa importante e que me mantinha preso. Usei todas as desculpas para justificar o fato  de que eu não comia direito ou não reservava uma hora para me exercitar. Eu acabava me sentindo um lixo na maioria dos dias e não gostava do que via quando me olhava.

Estar saudável e se sentir bem de dentro para fora são as chaves para expansão e crescimento. Pare de dar desculpas.

6. Você se esquece de seus momentos de auto-cuidados.

Muitas vezes, esquecemos de cuidar de nós mesmos. Somos ensinados a tratar bem os outros e com respeito, mas, nem sempre fazemos o mesmo por nós mesmos. Como podemos esperar que alguém nos trate bem, se nem nós nos tratamos? O auto-cuidado pode incluir uma variedade de coisas, incluindo exercício e saúde, até reservar um tempo para fazer absolutamente nada. Colocar-se em primeiro lugar não é um crime. É uma necessidade. Cuide de si mesmo, para que você possa cuidar de pessoas a sua volta.

7. Você não acredita em si mesmo.

Há poucas pessoas que te amam incondicionalmente, e você deve sempre se esforçar para ser uma delas. Você é a bússola para a forma como todos em torno de você o veem e o tratam.

Se você não acha que você é digno, por que alguém acharia? Defina um padrão de como você quer se mostrar, como você quer se sentir e como você quer viver. Conheça-o. Acredite com cada fibra do seu ser em quem você é, e no que você merece. Acredite em você e compartilhe com o mundo os presentes que você tem a oferecer. Deixe sua luz brilhar e nunca tenha vergonha dela.

Por BY JENN SCALIA, COACH   , Via: Mind Body Green 

Traduzido e ADAPTADO por Josie Conti

Do original:7 Signs You’re Underestimating Yourself

Crédito da foto: Stocksy 

23 sinais de que você está viciado em viagens

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Fonte recomendada  contioutra.com - 23 sinais de que você está viciado em viagens

Foto capa : Konstantin Lazorkin

1. Cada uma de suas histórias começa algo do tipo “quando fui para…”

2. Você pensa em casa mais como uma parada estratégica do que como um lar.

3. Você devora guias de viagens como pessoas leem romances.

4. Você sempre tem moedas de uns cinco países diferentes na carteira.

5. Sua mochila ou mala nunca está totalmente desfeita.

6. Você mantém o hábito de levar papel higiênico para todo lugar.

7. Você deixa passar aqueles carimbos extras que alguns lugares fazem no passaporte, como a Ilha de Páscoa, porque sabe que vai precisar de cada centímetro para carimbos de fronteira.

8. A sensação de jet-lag já é completamente normal.

9. Você irrita as pessoas trocando os nomes das cidades por códigos de aeroportos.

10. Perguntar “onde você está?” no lugar de “como vai?” parece perfeitamente aceitável.

11. Você vê um um mapa-múndi como a decoração ideal para aquela parede branca.

12. Você sabe de cabeça sua pontuação em diferentes programas de milhagem.

13. Ao analisar preços, você pensa em quanto tempo determinado valor poderia durar na estrada. “Aquele jeans custa mais caro que uma semana no Peru” ou “só uma parcela daquela hipoteca poderia me sustentar por um semestre inteiro no Sudeste Asiático!”.

14. Quando alguém pergunta o que você faz e você responde “viajar”, esquece que provavelmente estão querendo saber sua profissão.

15. Você sabe que água potável e banheiro com papel higiênico são luxos.

16. Você é capaz de levantar uma mala ou mochila e imediatamente saber se está de acordo com os limites de uma companhia aérea. E ainda sabe as especificações de cada companhia de cabeça.

17. Você trabalha apenas para ter fundos para a próxima viagem. Quando economiza o dinheiro necessário, pede demissão e vai embora.

18. Sua lista de lugares a visitar inclui destinos que outras pessoas jamais consideraram.

19. Você é capaz de fazer uma mala para durar três meses e estar pronto/a em cinco minutos, se necessário.

20. Você tem muito mais amigos espalhados pelo mundo do que na sua cidade.

21. Você já sabe qual é a próxima (ou as próximas!) viagem antes mesmo de chegar em casa.

22. Sua visão pessoal do inferno é ficar o resto da vida preso no mesmo lugar.

23. Acordar em casa faz você se sentir totalmente desorientado/a.

 

Vejam como esse pai mostra aos filhos que usar celular à mesa é algo inadequado.

Vejam como esse pai mostra aos filhos que usar celular à mesa é algo inadequado.

Qual a lógica em interromper o momento da refeição para utilizar celulares? O que impede uma pessoa de parar por 20-30 minutos e desligar-se da rotina para poder saborear um prato de alimento?

Como todo mau hábito ou mesmo vício, o uso de celular durante as refeições comprova que, quando o assunto é tentação, o bom senso e a lógica são deixados de lado.

Cansado de ser ignorado, esse pai mostrou aos seus filhos que usar celular à mesa é algo inadequado e até mesmo grosseiro.

Confiram!

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