As Vagas e os Lumes de Mia Couto

As Vagas e os Lumes de Mia Couto

Por Nara Rúbia Ribeiro

Confesso que sempre que me deparo com qualquer obra nova do Mia eu me sinto um tanto conturbada. Ansiosa pela leitura, não raro a procrastino, ou começo a ler e não concluo de imediato, postergando, sempre. Desta vez não foi diferente. Recebi, há alguns dias, o livro “Vagas e Lumes”, de Mia Couto. Hoje, após concluir a leitura, devo dizer que o livro me surpreendeu.

Apesar de ter nascido em Moçambique, um dos países mais pobres do mundo, marcado por profundas desigualdades sociais e assolado, na segunda metade do século passado, por duas grandes guerras, Mia Couto sempre nos traz, na noite escura que permeia toda a sua obra, algum luzeiro de esperança. No livro “Vagas e lumes” esse luzeiro aparenta ter sido momentaneamente ofuscado na dor, na dúvida, na saudade.

O poeta que sempre celebrou o sua condição de ave “em alguma vida fui ave”, hoje, no poema “autobiografia”, prefere esconder suas asas que, talvez, sejam afrontosas aos circunstantes, posto que onde nasceu “há mais terra que céu./Tanto leito é uma bênção/para mortos e sonhadores”.

Mia Couto sofreu a perda do pai em janeiro de 2013 e, em setembro deste ano, sua mãe também veio a falecer. O livro, parece-me, então, uma catarse. Um grito dilacerado. O seu modo de despedir-se dos seus. Assim o faz em “O habitante”, poema dedicado ao seu pai, no qual descreve as sensações de que inexiste a morte e a ausência do ser amado. Dirigindo-se diretamente ao pai, afirma o poeta: “Moras dentro”. Afinal, “só morre quem nunca viveu” – assinala no poema “Incertidão de óbito”. Acena a saudade de sua mãe, homenageia Drummond, João Cabral de Mello e Neto, Manoel de Barros e também Carlos Cardoso, seu amigo.contioutra.com - As Vagas e os Lumes de Mia Couto

Em “Vagas e lumes” o poeta continua a valer-se de metáforas muito suas. Sente-se árvore, no poema com o mesmo nome, assim como no poema Raiz.  Permanece pássaro, no poema “Gaiola”. É pedra no poema “Estátua”: “Da abandonada estátua/ partilho o mineral destino”.

Sua paixão pela água: rios, mares e lágrimas, encontra variados registros. Em “Exíguos Anseios”, o poeta balbucia: “Um redondo de lágrima me basta”.

O Tempo está sempre presente, mas o poeta sabe sondá-lo e diz, no poema “Idade”: “a idade que tenho/ só se mede por infinitos/ Pois eu não vivo por extenso”. Enquanto no poema “Errata”, Mia assegura: “Quem é mortal, mente”.

E Mia Couto, exímio contador de histórias, valeu-se dos poemas para contar algumas. Tal qual em “Guerra”, “O naufrágio”, “A vez e a voz”, “A bela e o espelho”, “A casa”, “A mulher insone” e “O homem que amava a estrada”.

A morte reina absoluta em “Vagas e lumes”. Nos primeiros 12 poemas do livro, só para termos uma noção da recorrência temática, tivemos mais de dez alusões diretas à morte. É uma  reflexão poética não sistematizada, caótica como a mente do poeta quando o coração sangra, sobre a vida, a morte que a integra e o pós-morte; a eternidade.

Assim como a morte é uma constante no livro, Deus também é. Esta última presença tão marcada me deixou de fato pensativa. A insistência em afirmar-se ateu, em demonstrar o seu descrédito na divindade, acaba por produzir um efeito invertido. Assim, do mesmo modo que seu pai é habitante da casa e habitante de seu íntimo sem que lá de fato o esteja, Deus também percorre todo o livro e o habita, sempre em letra minúscula: “deus”, mas onipresente.

No poema que dá nome ao livro, Mia Couto confessa:

“Há quem se deite

em fogo

para morrer.

Pois eu sou

Como o vagalume:

– só existo

quando me incendeio.”

Neste livro, embora se sinta vagalume, Mia me parece Fênix. Ave envergonhada de sua condição, ferida de morte na incandescência da vida, ardente em fogo, e em iminente ressurreição.

Material escolar: um assunto que nem sempre se encaixa

Material escolar: um assunto que nem sempre se encaixa

Por Adriana Vitória

É indiscutível. O Brasil definitivamente é um país que não tem nenhum comprometimento com a Educação.

Aqui, somos obrigados a colocar os nossos filhos em escolas particulares, com mensalidades que variam de 500 a absurdos milhares de reais porque, apesar dos altos impostos que pagamos, os governos das últimas décadas se esforçaram em deteriorar de tal maneira o ensino das escolas públicas que ficamos praticamente sem alternativa.

No começo do ano já sabemos, além da mensalidade e da taxa de rematrícula, também recebemos a lista de material escolar com itens que, muitas vezes, nossos filhos nem vão usar. Alguns dos materiais listados chegamos a nem conhecer.

Mas a coisa não para por aí, pois, além de todo esse abuso, e parece que já estamos acostumados com isso, ainda temos que gastar em torno de mil reais com apostilas, o que, na minha opinião, já é abuso demais!
Não sei nos outros Estados, mas no Rio a editora que reina no mercado é a FTD. Cada apostila gira em torno de noventa reais, enquanto um bom romance de 300 páginas custa, em média, quarenta e cinco reais.
Onde fazem estes livros? Será que são importados? Por mais que saibamos dos direitos autorais e outros recursos complementares disponibilizados online ainda não consigo deixar de me questionar sobre qual seria a margem de lucro nisso tudo. E reforço, eu mencionei uma editora, mas ela é só um exemplo do que acontece em escala nacional.

O pior de tudo isso é ver a atitude arrogante de pais que acham um absurdo a reciclagem desse material porque, embora se recusem a usar esses termos, pensam que aproveitar o material no ano seguinte para outra turma, é “coisa de pobre”. Não reciclar, sim, é pobreza de espírito e denota falta de compromisso com o equilíbrio ecológico em nosso planeta. Mas, claro! Bons exemplos vindos do chamado primeiro mundo são “fora de moda”, por isso continuamos sendo do terceiro mundo.

E me vejo falando sozinha quando reivindico o óbvio, porque nesta nação tupiniquim reivindicar também é coisa de pobre. E, enquanto a classe média assim entender, não só a Educação, mas todos os serviços essenciais do Estado estarão entregues às traças da corrupção, cabendo aos pobres infelizes que não conseguem custear tais serviços meras sobras, sujas e infectadas da miséria moral de quem nos governa.

Dá status gastar mil e duzentos reais em material escolar e é chique se calar diante dos absurdos.
Com certeza o dinheiro mudou de mãos, os valores éticos e morais foram invertidos e a Educação neste país virou coisa do passado. E, se me permitem uma última consideração, diria que aquele que pode, que tem voz e se cala, não se solidarizando com os seus, por mais que se julgue maior ou mais, mesmo que de tudo o que digo ache graça: ele também é traça.

Revisão de conteúdo: Nara Rúbia Ribeiro e Josie Conti

O mundo alcoolizado

O mundo alcoolizado

Por Gustl Rosenkranz

Sobre o álcool como droga do mundo moderno e a naturalidade de seu consumo excessivo

Foi no final da década de 60/no início da década de 70 que a Organização Mundial da Saúde iniciou estudos para provar que o cigarro faz mal à saúde, mas isso não foi fácil, pois, como tanto políticos como médicos fumavam, eles boicotavam os estudos, relativizando os perigos do fumo. Somente décadas depois isso foi possível, quando os fatos não podiam mais ser contestados. Hoje vivemos a mesma coisa em relação ao consumo excessivo de álcool, já que a maioria bebe, também políticos e médicos, e vemos uma contradição absurda: o cigarro é combatido com fervor (com razão, pois prejudica a saúde!), enquanto aceitamos ver as pessoas se destruindo aos poucos com bebidas alcoólicas. Proibimos propaganda de cigarros, mas vemos constantemente propagandas de bebidas, não raramente direcionada ao público jovem.

Escrevo sem qualquer moralismo. Acho que na vida não devemos demonizar nada e não me refiro a uma cervejinha ou um vinho de vez em quando. Refiro-me à naturalidade com que bebemos quase que diariamente, qualquer evento social tem hoje que ser “regado” com bebidas, muitas vezes bem fortes, as pessoas parecem que desaprenderam a se divertir sem se anestesiar com “água de fogo” e qualquer ocasião parece ser uma boa desculpa para beber e não raramente “encher a cara”. Preocupa-me a naturalidade do exagero, a bebida cotidiana, no almoço, no jantar, em qualquer balada de fim de semana. Conheço gente que não dança antes de tomar alguma coisa “para relaxar e criar coragem”, conheço gente que só se abre depois de beber, vejo gente que fica bêbada regularmente, consumindo álcool até cair pelos cantos, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo… E é isso que preocupa.

O fenômeno do consumo excessivo de álcool não afeta somente o Brasil ou a Alemanha, não é um fenômeno local, mas sim global, sendo inibido com algum sucesso somente em sociedades de extremo controle religioso. Mesmo em países onde se tenta uma inibição por lei, como nos países da Escandinávia, por exemplo, se bebe do mesmo jeito, escondido, contrabandeando, mas se bebe. Álcool é a droga do mundo moderno. E esse consumo excessivo tem seus efeitos, ainda negados pela sociedade, já que o vício coletivo, como qualquer outro vício, não quer de forma alguma ser inibido. E esses efeitos não são nada inofensivos, mesmo que muitas vezes só se manifestem anos depois. Aqui apenas um resumo dos principais:

  • Danos à saúde: O consumo de bebidas alcoólicas afeta praticamente todos os órgãos do organismo e está relacionado a mais de 60 doenças, cirrose hepática e pancreatite crônica são apenas algumas delas, sem falar dos riscos psicossociais, derrame, por ser um depressor do sistema nervoso central, alterações no sono, câncer no trato intestinal, bexiga, próstata e doenças cardiovasculares como a hipertensão e aterosclerose. Por gerar alterações fisiológicas no trato gastrointestinal, o consumo de álcool prejudica a absorção de nutrientes como as vitaminas do complexo B, vitamina D, além de interferir no metabolismo e aumentar a excreção de vitamina C, magnésio, zinco, selênio, podendo causar danos cerebrais graves. Pessoas que bebem regularmente tendem perder a vontade de praticar atividades físicas, o que só aumenta os riscos para a saúde. Também a estética sofre: o consumo de álcool afeta a pele devido a um estresse oxidativo que provoca a degradação do colágeno (responsável pela elasticidade da pele) e acúmulo de elastina (presentes na pele envelhecida). Álcool engorda, pois, à medida que envelhecemos, nosso metabolismo fica mais lento e o consumo a longo prazo do álcool compreende calorias em excesso que são convertidas em gordura, acumulando-se principalmente na região abdominal, o que pode aumentar também a incidência para doenças cardiovasculares. Também interfere na absorção do cálcio deixando os ossos mais frágeis, o que pode acarretar em fraturas ou mesmo na osteoporose. Associado ao cigarro, os danos do álcool aumentam ainda mais.
  • Distúrbios emocionais e problemas sociais: O consumo de álcool ocasiona a perda da inibição, sendo que pessoa intoxicada com álcool pode fazer coisas que normalmente não faria, como, por exemplo, dirigir um carro em alta velocidade ou provocar pessoas na rua. A pessoa pode ter seu humor afetado, ocasionando raiva, comportamento violento, tristeza, depressão e até mesmo suicídio. O risco de perda de memória pode ter consequências sérias, já que não saber mais o que fez em público pode ser traumatizante. A vida familiar do alcoolista sofre, ocasionando desentendimentos. A longo prazo, os filhos podem sofrer de problemas emocionais e relações íntimas e importantes podem ser totalmente destruídas. O consumo de álcool diminui a produtividade no trabalho, a assiduidade, podendo levar ao desemprego. A perda de controle sobre os próprios atos pode gerar conflitos sociais sérios, chegando até mesmo isolar a pessoa, o que, por sua vez, pode aumentar o consumo de álcool, formando um círculo vicioso, difícil de ser quebrado.
  • Aumento de perigo de acidentes: O consumo abusivo de álcool está diretamente ligado ao aumento de risco de acidentes de trânsito, quedas, queimaduras, ferimentos em atividades esportivas e recreativas e resultantes de violência interpessoal.

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Não é uma coisa triste ver gente babando, vomitando, urinando em qualquer lugar, deitada por aí, procurando briga, falando besteira, se expondo ao rídiculo, dirigindo, causando acidentes, ferindo, matando, maltratando os filhos, etc., etc., em nome do álcool, usando-o como desculpa, sem se envergonhar desse papel? De forma alguma, estou supondo que quem consome álcool é automaticamente um alcóolatra e se verá necessariamente confrontado com os problemas acima citados. Mas o perigo existe, a depender da frequência com que se bebe, da predisposição pessoal ao vício, da qualidade e do tipo de bebida ingerida e do estilo de vida em geral. Álcool é uma droga que, como qualquer outra, pode causar dependência. E essa dependência pode ir se desenvolvendo aos poucos, sem que se perceba. Como se trata de uma droga aceita socialmente, pode ser que um alcóolatra e as pessoas à sua volta só percebam o problema já tarde demais, quando a saúde já foi afetada de forma irreversível e uma libertação do vício só seja possível através de internamento e ajuda de profissionais.

Repito que não há moralismo no que escrevo. Não julgo ninguém e acho que não há nada demais em tomar uma bebida alcóolica de vez em quando, mas deixo meu apelo à inteligência de cada um: não exagere, fique atento e reaja quando perceber que está perdendo o controle e que a bebida já faz parte “inseparável” de sua vida, de seu dia-a-dia. Quer beber, beba, mas beba com moderação, ciente dos riscos e, se você acredita que estou exagerando e que beber não é nada demais, lembre-se que o cigarro também era socialmente aceito como algo inofensivo até relativamente pouco tempo atrás. Ignorar um perigo, seja ele qual for, é a melhor forma de um dia ser vítima dele contioutra.com - O mundo alcoolizado

Links:

5 VILÕES DA DEPRESSÃO – Revista Viva Saúde

Consumo exagerado de álcool traz danos à saúde – Jornal A Tarde

Que danos o álcool faz para os nossos corpos? – Portal da Saúde

Alcoolismo – Prof. Dr. Mario Rodrigues Louzã Neto

ALCOOLISMO – ABC da Saúde

Efeitos à saúde causados pelo álcool e status global de doenças – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA)

Alcohol – Organização Mundial da Saúde (inglês)

Foto: www.huffingtonpost.de

A combinação de textos de Fernando Pessoa com as obras de Vicente Romero Redondo é algo que você precisa ver

A combinação de textos de Fernando Pessoa com as obras de Vicente Romero Redondo é algo que você precisa ver

Por Josie Conti

Beleza, simplicidade e apreço aos detalhes da vida são temas comuns entre pessoas sensíveis.

A profundidade do pensamento é encontrada na luz natural que dá ênfase as cores e as ideias, a relação com a natureza é valorizada e delicadamente apresentada.

Assim é a combinação de dois mestres da arte:  Fernando Pessoa e Vicente Romero Redondo.

Permitam-me um convite para uma viagem sensitiva por um mundo de imagens inspiradoras e pelas diversas vozes de Fernando Pessoa:

E, perdoem-me os insensíveis,

Mas eu SINTO muito.

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“Quero para mim o espírito desta frase,
transformada a forma para a casar com o que eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.”

Fernando Pessoa

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“Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”

Fernando Pessoa

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Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal, e se não se dá conta da vida, o maior criminoso, o mais fechado egoísta, é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta.”

Fernando Pessoa

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“Tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, é a cópia imperfeita do que pensamos em fazer. Desdiz não só da perfeição externa, senão da perfeição interna; falha não só à regra do que deveria ser, senão à regra do que julgávamos que poderia ser. Somos ocos não só por dentro, senão também por fora, párias da antecipação e da promessa.”

Fernando Pessoa

 

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“A maioria pensa com a sensibilidade, e eu sinto com o pensamento.
Para o homem vulgar, sentir é viver e pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o alimento de pensar.”

Fernando Pessoa

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“Adoramos a perfeição, porque não a podemos ter; repugna-la-íamos se a tivéssemos. O perfeito é o desumano porque o humano é imperfeito.”

Fernando Pessoa

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“A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.”

Fernando Pessoa

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“O pensamento pode ter elevação sem ter elegância, e, na proporção em que não tiver elegância, perderá a ação sobre os outros. A força sem a destreza é uma simples massa.”

Fernando Pessoa

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“Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.”

Fernando Pessoa

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“De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos.”

Fernando Pessoa

 

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“Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do Mundo…”

Fernando Pessoa

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“Tenho em mim todos os sonhos do mundo.”

Fernando Pessoa

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“A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”

Fernando Pessoa

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“O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar.”

Fernando Pessoa

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“Para viajar basta existir.”

Fernando Pessoa

 

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+  Vicente Romero Redondo

Cinco verbos da sorte para a virada do ano

Cinco verbos da sorte para a virada do ano

Por Nara Rúbia Ribeiro

A virada do ano é aquela hora em que você para e reavalia a vida. Olha as metas traçadas no final do ano anterior e não raro percebe que deixou muito a desejar e se culpa, e se angustia, e escreve uma tonelada de metas para o ano vindouro.

Quero propor, aqui, uma pequenina meditação quanto à existência, a virada do ano e as metas a serem traçadas. Proponho cinco verbos (da sorte):

1 – Agradecer. Gratidão por todas as oportunidades que surgiram ao longo de 2015. De tudo o que vivemos, fica uma lição para a vida toda. As escolhas que fizemos, certas ou “erradas”, fazem parte de nós. Aceitá-las é parte importante do aprendizado no Caminho.

2 – Perdoar. Primeiro, perdoar-se: eis um ato de profunda e inequívoca libertação, pois nada nos prenda mais que aquela culpa talvez silenciosa que nos agride constantemente a alma com acusações infrutíferas.

Somos ainda meninos, não importa a idade que tenhamos, a ensaiar os primeiros passos na senda da solidariedade e da compreensão. Tropeçar, cair, ralar os joelhos, esbarrar nos coleguinhas, isso tudo é cenário do nosso Jardim da Infância existencial. Se bem observarmos, nossos erros sequer deveriam ofender-nos, desde que o nosso coração esteja aberto ao aprendizado em face do comportamento equivocado.

Segundo, você quer mesmo ficar remoendo as dores causadas pelos esbarrões, mordidas, cotoveladas dos seus colegas do Jardim da Infância? Saiba que quando crescer, você rirá de todas essas coisas. Então, se você se ofendeu, o melhor é perdoar logo.

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3 – Saber-se. Conhecer a si mesmo é a chave para libertar, em nós, a ave aprisionada da ignorância. Saber o que nos move. O que nos estagna. O que nos enternece. Saber o porquê de nossas dores, a origem do sofrimento, a origem da esperança, os alicerces da fé… Isso é o que nos liberta.

4 – Desejar o essencial. O mundo em que vivemos é uma fábrica ininterrupta de vaidades vazias. Nele, o desejo de ter o supérfluo tem causado severas doenças emocionais.

Para grande parte dos homens, você só é na medida em que você tem posses materiais. Então o homem crê nessa inverdade e cria necessidades falsas, originadas na competição e no individualismo, e isso nada de bom nos acrescenta.

Desejemos, pois, o essencial. Aquilo que nos seja imprescindível à alegria: que haja crianças correndo no jardim, cheiro de café fresco logo ao levantar da cama, nuvem engraçada do céu… pão, água, teto, alegria e esperança, e que você possa dividir tudo isso com alguém, pois as essências, sempre que divididas, multiplicam-se.

5- Ser você mesmo. No ano de 2.016,  seja VOCÊ MESMO! Conhecendo-se, perdoando-se, grato por existir, desejoso do essencial e sempre apto a buscar a sua própria essência, em sintonia com a Vida, com o próximo, com o Planeta.

 Afinal, você é, a um só tempo, o lapidador e o diamante. Joia rara, cara e única com que o Universo presenteou a Humanidade. Estilhaço de estrela… Centelha invisível do raio mais perfeito do Sol. Que o seu 2016 tenha a sorte de contar com você!

O cotidiano da África na pintura de Michel Rauscher e na voz de poetisas africanas

O cotidiano da África na pintura de Michel Rauscher e na voz de poetisas africanas

Michel Rauschercontioutra.com - O cotidiano da África na pintura de Michel Rauscher e na voz de poetisas africanas é um pintor francês, autodidata, nascido em Alsace.

Grande viajante, ele leva sua infinita curiosidade para as regiões que o fascinavam. Lá ele busca cor, luz e autenticidade. Como mostram as imagens abaixo, sua predileção para o continente Africano.

Os poemas que intercalam as obras foram selecionados por Nara Rúbia Ribeiro e representam a voz da poesia feminina africana.


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Michel Rauscher

Éramos tu e eu

Éramos eu e tu
Dentro de mim
Centenas de fantasmas compunham o espectáculo
E o medo
Todo o medo do mundo em câmara lenta nos meus olhos.

Mãos agarradas
Pulsos acariciados
Um afago nas faces.

Éramos tu e eu
Dentro de nós
Suores inundavam os olhos
Alagavam lençóis
Corriam para o mar.
As unhas revoltam-se e ferem a carne que as abriga.

Éramos tu e eu
Dentro de nós.

As contracções cada vez mais rápidas
O descontrolo
A emoção
A ciência atenta
O oxigénio
A mão amiga
De repente a grande urgência
A Hora
A Violência
Éramos nós libertando-nos de nós.
É nossa a dor.

São nossos o sangue e as águas
O grito é nosso
A vida é tua
O filho é meu.

Os lábios esquecem o riso
Os olhos a luz
O corpo a dor.

A exaustão total
O correr do pano
O fim do parto.

Dina Salústio

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Michel Rauscher

Infelizmente jamais

No instintivo temor das ruas
Maria hesitava nos passeios
até não pressentir
o mais fugaz
presságio.

Contorno de sombra
à berma de uma além –asfalto
fatal presságio da rua
infelizmente já não
a intimida.

Cumprido o funesto prenúncio
já atravessava uma avenida
infortunadamente já nenhum risco
intimida o espírito
de Maria.

Doentiamente eu amaria ver
Maria ainda amedrontada
e nunca como depois
em que já nada a intimida.

Noémia de Sousa

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Michel Rauscher

Testamento

À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro…
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda…
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus…
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada…
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor…
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora…
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua…

Alda Lara

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Michel Rauscher

Adorno

Toda a noite chorei na casa velha
Provei, da terra, as veias finas,
Um nome um nome a causa das coisas
Eu terra eu árvore eu sinto
todas as veias da terra
em mim e
o doce silêncio da noite.

Ana Paula Tavares

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Michel Rauscher

Meu Moçambique

Minha África suburbana.
Eu sei-me Moçambique,
cisterna no pecúlio dos deuses.
Um Zambeze inteiro escala a língua
escorre-me pelas pernas
ramifica nos canhoneiros,
laça os peixes inquietos nas sementes
engolfa-se nos mpipis bêbados nas timbilas.
Eu sei-me Moçambique,
no cume das árvores, na sede incontinente
da minha falange, do Rovuma ao Incomati,
no xigubo terrestre dos pés descalços
e em todos os tambores que surdem
das mãos coloridas nos braços em chaga.

Tânia Tomé

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Michel Rauscher

Minha casa, minha Africa

Lembra-me Africa
O sol escaldante queimando a pele negra dos homens nos campos
O rosto reluzente das crianças, a cada sorriso branco refletido no olhar delas, correndo pela imensidão do mundo lançado papagaios(pipa)

Lembra-me Africa
Aquelas mulheres lavrando a terra, com os seus filhos atados ao colo
Elas buscando agua a milhas de distancia

Lembra-me Africa
As historias contadas pelos avos a volta da fogueira, ao cair da noite
As danças rítmicas ao som do tambor, corpos suados, espíritos dançantes no centro da roda

Lembra-me África
Aquele o chilrear dos pardais, o roncar dos galos, a morte do milho no pilao ao beijar da alvorada

Lembra-me África
Aqueles mistos, negros, albinos, brancos, num abraco fraterno de manter a união
Bebendo água ardente para estreitar suas relações diplomáticas

Lembra-me Africa
A unica casa de onde as raízes permanecerão vivas no sangue

Hera de Jesus

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Michel Rauscher

Construção Horizontal

Na tangente horizontal do olhar escrevo a matéria
num ápice desdobro o silêncio das coisas
e sem me levantar no tempo
moldo os cometas.

Hirondina Joshua

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Motivo

Tudo o que vês
não é nada:
ou uma nuvem
ou uma palavra.

Tudo o que ouves
nada mais é:
o vento é lesto
e corre breve.

O que não vês
nem sabes mesmo
é que importava
se houvesse tempo.

Glória de Sant’Anna

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Michel Rauscher

NOVEMBER WITHOUT WATER

Olha-me p´ra estas crianças de vidro
cheias de água até às lágrimas
enchendo a cidade de estilhaços
procurando a vida
nos caixotes de lixo.

Olha-me estas crianças
transporte
animais de cargas sobre os dias
percorrendo a cidade até os bordos
carregam a morte sobre os ombros
despejam-se sobre o espaço
enchendo a cidade de estilhaços.

*

Chegas
eu digo sede as mãos
fico
bebendo do ar que respiras
a brevidade

assim as águas
a espera
o cansaço.

Ana Paula Tavares

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Michel Rauscher

Seleção de imagens Josie Conti.

+ Nara Rúbia Ribeiro

+ Michel Rauscher– página oficial

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O amor é arte, não entretenimento

O amor é arte, não entretenimento
jiri borsky

Por Marcela Picanço

“Em um relacionamento amoroso, sempre mostre para a pessoa que ela pode te perder a qualquer momento, que você não está nas mãos dela”. Há tempos que escuto essa frase e sempre fico me perguntando quem foi o imbecil que a deixou solta por aí, a ponto de ter se tornado popular. A resposta é simples: qualquer pessoa pode perder outra a qualquer momento. Seja por uma morte, porque surgiu uma viagem ou simplesmente porque a pessoa de quem você gosta talvez não goste mais da sua companhia.

Inspiramo-nos em comédias românticas e achamos que a nossa vida pode se parecer com a história de um filme, esquecendo que as pessoas são muito mais complexas do que se mostram. Ensinaram a nos relacionar como se faz um bolo de chocolate e foram dadas regras para se jogar um jogo que não tem ganhador. Por isso andamos tão frustrados e sem entender o que as pessoas querem, porque, se elas saem do ‘padrão’ de comportamento esperado, a gente se desespera. Zygmunt Bauman tratou disso muito bem quando escreveu “O Amor líquido”, em que ele compara essa fluidez dos relacionamentos de hoje com o comportamento da sociedade. Rapidez e utilidade são as características mais marcantes no momento e, infelizmente, as pessoas começaram a aplicar essas fórmulas também nas relações.

Depois da Revolução Industrial, com o advento da propaganda, do marketing e de todas as estratégias para vender produtos, o mundo virou de cabeça para baixo, por não saber direito o que fazer com tanto produto para ser vendido. A cultura de massa foi muito bem instalada, a ponto de tudo se tornar massificado e superficial, inclusive os relacionamentos, que passaram a ser uma espécie de entretenimento. As estratégias de venda foram, aos poucos, inserindo-se na nossa vida pessoal e então passamos a acreditar que também éramos um produto e conseguiríamos ser “vendidos”, se tivéssemos uma boa estratégia.

Não podemos demonstrar que gostamos demais, nem ligar no dia seguinte, senão vamos parecer desesperados. Precisamos nos dar sempre pela metade, senão assusta. As pessoas forçam para que seus parceiros continuem ali, criando métodos para deixá-los sempre presos a elas. A gente provoca e se dá um pouquinho, mas depois tira. Nós não somos ações na bolsa, nem contratos, muito menos donos um dos outros. Todo mundo gosta muito de brincar com o desejo do outro, porque nos falaram que as pessoas gostam de desafio. Criamos essa ideia de que tudo que é mais difícil vale mais a pena, mas o amor não cabe nessa teoria. O amor é simples e não precisa de dificuldade para nascer. O desafio já consiste em se relacionar, porque, quando se trata de gente, nós nunca sabemos nada e mais uma vez nos encontramos à beira de um abismo. O amor se aproxima da arte porque, nos dois casos, encontraremo-nos perdidos, em algum momento, em frente a uma página em branco. Quando temos todas as possibilidades, nós nos assustamos, porque não sabemos lidar com o infinito. Temos que largar o nosso orgulho de lado para olharmos para nós mesmos e finalmente darmos o primeiro passo, a primeira palavra, o primeiro risco. Nunca sabemos o que vai fazer com que o outro se apaixone ou se desapaixone, porque, às vezes, nem ele mesmo sabe. Então, eu não sei por que criar mais mistério, se, por mais aberta que seja uma pessoa, ela vai ser sempre um mistério para o outro, porque a gente está sempre mudando.

 

É engraçado como inevitavelmente nos apropriamos dessas características da sociedade de consumo para nossas relações afetivas. O modelo de relacionamento vem mudando ao longo dos anos e isso é totalmente natural, mas o problema é que associamos essa relação de comprador/produto e passamos a achar que a pessoa que escolheu estar ao nosso lado é propriedade nossa. Acreditamos que temos algum direito de falar o que ela pode fazer, aonde ela pode ir, criando-se um ciclo de ciúmes estúpido, pois não aceitamos dividir o outro com ninguém. E, se formos parar para pensar, sentir ciúmes não é nada mais do que puro egoísmo e orgulho. Pois não é o medo de perder o outro, mas de perder o outro para alguém. E não aceitamos sermos trocados por aquele que achamos que possuímos.

Não existe um modo de definir ou enquadrar relacionamentos, porque as pessoas são diferentes e cada pessoa é um infinito de possibilidades. Cada ser é um pequeno universo que se cria e se transforma todos os dias. Não existem regras, só entrega e descoberta. No dia em que entendermos isso de fato, estaremos realmente preparados para amar e para entender os altos e baixos do outro. No amor não existe o certo, só existe o risco.

contioutra.com - O amor é arte, não entretenimento
Arte JIRI BORSKY

“A arte da felicidade”

“A arte da felicidade”

Muitas vezes as pessoas confundem felicidade com prazer.

O prazer, como uma droga, é alimentado por um desejo insaciável que leva a ganância.

Logo, “a ganância é uma forma exagerada de desejo baseada em super expectativas que levam a frustração, decepção, confusão e muitos outros problemas.
Embora a ganância se crie pelo desejo de obter algo.
Ela não se satisfaz com a obtenção.
Portanto, se torna ilimitada.”

Vejam o vídeo produzido por Samir Bernardes e entendam a mensagem dessa produção: a arte da felicidade.

A Arte da Felicidade – legendas em português. from Samir Bernardes on Vimeo.

Viagem para India e Nepal em 2012.
Audio extraído do audiobook “A Arte da Felicidade” por Dalai Lama.
Produção e Finalização: Samir Bernardes
Narração: Ernest Aduba

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VI, PREFERINDO NÃO VER…

VI, PREFERINDO NÃO VER…

Por Gustl Rosenkranz

Vi olhares perdidos e olhos profundos, marcados pelo sofrimento, pelo cansaço e por noites mal dormidas, semblantes escuros curtidos pelo sol, rostos envelhecidos precocemente, bocas sem dentes, mãos enrugadas e pele seca.

Vi olhos famintos nas filas de supermercado, comprando pouco, desejando mais. Vi gente enchendo o carrinho de compras, sonhando ser rica por um instante, “comprando” de tudo que é caro e que se crê que seja bom, porém, sem dinheiro que permitisse tamanha aquisição, mas sonhando pelos corredores até chegar ao caixa, puxando da montanha de consumo somente um quilo de açúcar e uma margarina da marca mais barata, pagando cabisbaixo com dinheiro contado e retirando-se envergonhado pela humilhação, sóbrio com a realidade lá de fora e também lá de dentro de sua casa.

Vi pessoas penduradas em portas de ônibus, em dia de chuva, sendo transportadas de forma mais perigosa que gado, esses mais valiosos para os proprietários do que gente de periferia para a sociedade.

Vi uma obra de metrô enorme, cara, feia e inacabada, resultado de corrupção e falta de escrúpulo de governantes e empresas, que se enriquecem cada dia mais às custas de um povo sofrido.

Vi pés saindo de uma caixa de papelão, que desmontada e rasgada servia de cobertor e abrigo para dormir, ou para fingir que dorme para distrair a fome, cobrindo até o rosto, deixando livres somente aqueles pés negros e sujos, marcados por muitas andanças e com unhas podres, corroídas por algum fungo.

Vi rostos medrosos diante da violência, rostos voltados para o chão, enquanto bandidos fardados pregavam hipocritamente que eram bandidos aqueles cidadãos, pobres, negros e mulatos, que por serem muitos e não serem nada, não tinham reconhecido seu direito de ser gente.

Vi polícia batendo, gente apanhando, outros rindo e regozijando-se pela miséria de outros coitados, esquecendo-se que eram eles mesmos coitados também, rindo talvez por desconcerto, desconforto ou gratidão e medo, por saberem que a próxima talvez seria sua vez, de tomar tapas, de ser xingado ou mesmo levar bala, mesmo sem nada ter feito, talvez por somente serem pobres (e negros?).

Vi pessoas vivendo em casas sem reboco, por falta de dinheiro, mas gastando dinheiro para comprar cerveja, vinte reais que faltam para um saco de cimento, mas cinqüenta que bastam para uma grade de cerveja, contradições alcoólatras, coisas sem nexo, porém reais.

Vi celulares passeando pelas ruas, levando pessoas puxadas pelas orelhas, as dominando, as escravizando, tornando-as dependentes, apêndices de um aparelho vivo, claro, mas muitas vezes morto por falta de crédito.

Vi homens rebolando, bêbados, drogados, perdidos, muitas vezes armados, animais, gritando, azucrinando outros, música alta, pagode solto, palavrões e canções, texto “infantil”, insensato, sexista, imbecil.

Vi cães maltratados por pessoas egoístas, que os tratavam como gente, ou melhor que gente, com tudo em excesso, carinho, comida e até roupa, paparicos e beijinhos, os carregando no colo e se autojulgando justos protetores de animais, mas enxotando meninos que pediam comida. Vi outros cães maltratados pela pobreza e por pobres, que gostam de bichos, mas não os respeitam, já que eles mesmos nunca foram respeitados. Vi outros cães soltos nas ruas, calazar e sarnas, pulgas e carrapatos, vivendo de lixo e pedradas, sentindo na pele e no pelo o que é viver no meio dos homens sem serem desejados.

Vi olhos jovens cheios de esperança e utopia, desejos e otimismo, mas se perdendo aos poucos no mundo insano e alcoolizado dos adultos. Olhos jovens avermelhados, vazios, devassados, acusando a droga no sangue e na mente. Jovens que vão à escola e pouco ou nada aprendem, ou que não vão à escola e aprendem da vida e da rua. Vi o futuro do país sendo desperdiçado, comido pelas drogas, violência social daqueles que terão que consertar uma realidade sem conserto que herdarão de nós.

Vi crentes descrentes, gritando para Deus como se ele fosse surdo e demonizando tudo à sua volta, falando de amor por alto-falantes, mas sem amar, exigindo tolerância sem tolerar, chamando o candomblé de coisa do diabo, discriminando homossexuais abertamente, construindo templos assustadores, hipocrisia cristã baseada em evangelho torcido em nome do Pai.

Vi meninas moças sendo assediadas por homens adultos, pais, avôs, tios e vizinhos, turistas e até professores, abusando de forma extremamente animal daquilo que deveria ser o mais sagrado: da inocência infantil.

Vi gente “fina” tapando o sol com a peneira, vivendo na ilusão ilusória de quem se julga ser mais do que é, gente que se acha importante, seres superiores, que não assumem seu papel e sua obrigação naquele cenário tão injusto, simplificando o complexo e culpando o pobre pela pobreza que lhe é imposta.

Vi gente se enganando, entregue ao consumo, “curtindo” a vida, festejando todos os dias uma festa eterna, sem assumir sua responsabilidade adulta pela realidade à sua volta.

Vi miséria, injustiça, ignorância e indiferença, uma sociedade imatura que pouco faz e muito promete. Vi gente sofrida aplaudindo políticos ladrões como se fossem deuses. Vi gente se humilhando e chamando “rico” de “doutor”, doutorecos cheios de doutorices, mas que nada sabem e pouco têm a oferecer .

Vi tudo isso. Vi a Bahia. E fiquei triste.

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Foto: Deise Franziska
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Sequestradores de alma (Você pode ser uma vítima)

Sequestradores de alma (Você pode ser uma vítima)

Por Silvia Malamud

“O mecanismo perverso visa aprisionar o outro num sistema sutilmente violento onde a principal arma é a inserção do sentimento de culpa, a desqualificação e a negação de tudo que signifique a identidade do parceiro.”

Você sabe o que é ser prisioneiro psicológico da trama secreta e obscura de outro alguém?

Já teve ou está numa relação onde se sente preso e sem liberdade para ser você desde os aspectos mais simples até nos mais profundos do seu ser? Sempre abre mão dos seus desejos e escolhas em nome de acertar a sua relação com o outro, sentindo-se sempre devedor de algo não palpável?

Percebe ser freqüentemente julgado e criticado sem se quer ter errado?

Costuma ter dificuldade para discernir se seus sentimentos sobre sua liberdade são verossímeis ou não…

Sente dúvida sobre si mesmo a ponto de se sentir culpado?

Sente-se obrigado a fazer coisas em conjunto que pelo seu estilo de personalidade não gostaria de fazer nem junto e nem separado…?

Fica preso como se andando em círculos se repetindo neste tipo de situação desagradável para você?

Se as respostas forem positivas é bem provável que você esteja sendo mais uma vitima desse tipo de sequestro emocional.

Quais tipos de pessoas costumam ser vítimas desse tipo de sequestrador?

. Em geral, são pessoas com carências afetivas importantes, pessoas de boa índole com certa dose de ingenuidade em relação ao outro e benevolência acima do limite.

. Pessoas sem malícias maiores.

. Pessoas que acreditam que a doença emocional sempre vai morar ao lado e nunca na própria casa onde se vive.

Como agem estes sequestradores de almas?

O primeiro passo é o da sedução sem limites.

O sequestrador se transforma naquilo em que a vítima mais necessita no momento e nunca as promessas são falsas, sempre as cumpre. As ofertas vêm desde suprimento de carência afetiva, a oferta de trabalho, dinheiro, roupas, viagens, etc.

“O problema começa quando o preço oculto neste pacote de suposta bondade, doação e boa vontade começam a ser cobrados num padrão de sofisticação intelectual em que a vítima dificilmente consegue discernir como sendo algum tipo de cobrança, mas sente-se culpada e na obrigação de servir aos desejos e reclamações do parceiro”.

Este por sua vez, num mecanismo perverso, visa aprisionar o outro num sistema sutilmente violento onde a principal arma é a inserção do sentimento de culpa, a desqualificação e a negação de tudo que signifique a identidade do parceiro.

Como resultado, uma importante quebra da auto-estima e confiança se estabelece somando-se ao entendimento de que só se sobrevive psiquicamente através da dependência emocional e dos ditames do suposto sequestrador.

Como escapar deste tipo de enredamento psicológico e de alma?

. Em primeiro lugar, é preciso se ter plena consciência de que algo está errado. Que as sensações diárias não estão nada boas e que algo deve ser feito, mesmo que não se tenha clareza sobre a totalidade da situação.

. Em segundo, saber que podemos fazer escolhas na vida, por mais difíceis que elas possam parecer.

. Em terceiro, se estiver muito confuso e com dificuldades para discernir o certo do errado, o justo do injusto e sentir um constante desconforto, não deixe de buscar auxílio de amigos, se tiver, de uma convicção religiosa e sempre busque apoio num processo terapêutico.

Os danos causados pro este tipo de vivência se forem por período demasiado longo, podem ser devastadores na vida de uma pessoa.

Lembre-se, sua vida é única e que estamos aqui para sermos felizes de verdade. Não se acostume com o que não lhe faz bem, tudo pode mudar para melhor.

Ouse e conquiste.

+ Silvia Malamud

Um texto sobre a arrogância intelectual. Por Josie Conti

Um texto sobre a arrogância intelectual. Por Josie Conti

Por Josie Conti

“O conhecimento serve para encantar as pessoas, não para humilhá-las.”

Mario Sergio Cortella

A pergunta de hoje é: “Por que tantos intelectuais têm que ser chatos?” Uma coisa interessante que a experiência profissional e os anos de vida nos proporcionam é a oportunidade de conhecer e participar de diversos ambientes, grupos sociais e culturais. Nessas transições e caminhos encontramos uma porcentagem de pessoas espetaculares e acessíveis, tais como a pessoa que nunca deixa de nos dizer “Bom dia” e o “professor nato” que, com ou sem diploma, sempre tem algo a nos ensinar e explicar. Vemos também a beleza do legado quando, por observação, conhecemos como essas pessoas se comportam e interagem com os seus e como esses exemplos e comportamentos influenciam as gerações circundantes. Isso não tem preço!

Mas o negócio é o seguinte, na minha opinião, quem não cumprimenta o porteiro de seu prédio, por exemplo, não é digno de nenhum título de doutor, umas vez que doutor é um titulo respeitável e, quem não respeita, não é respeitável.

Essa semana mesmo estive num evento destinado a inclusão de pessoas com deficiência onde a palestrante, que fez questão de ser chamada de doutora, não teve humanidade e nem paciência suficiente para ouvir um dos espectadores que tinha paralisia cerebral: ele demandava tempo para compreensão. Ou seja, que raios de doutora no assunto é essa que é incapaz de ter uma escuta de qualidade num momento de troca com o seu interlocutor?

O mesmo acontece com os “letrados” em algumas áreas do conhecimento que nos olham com arrogância quando percebem que não possuímos o mesmo nível de conhecimento técnico. Mal percebem que a beleza está na capacidade de transmitir o conhecimento a quem quer que seja, da maneira que seja adequada e necessária para ser compreendido.

Mas aí lanço outra questão, quantos desses grupos e pessoas não se fecham em “ilhas” justamente para se diferenciarem e transmitirem um “pseudo” respeito e poder? Pois, se não sou compreendido, posso ser idealizado. Omito, logo não sou questionado ou esnobo, então não tenho que me esforçar para transmitir, o que é uma capacidade de muito poucos.

É claro, e preciso deixar isso evidente, que a arrogância intelectual e a prepotência NÃO são exclusividades dos grupos ditos “intelectualizados” porém, vou dar outro exemplo… O que significa um médico que não olha no rosto de seu paciente, que não o toca ou que fica claramente indignado quando é questionado sobre alguma de suas condutas? Ué, o paciente tem todo o direito de saber o que está acontecendo com o seu corpo e que tipo de medicamento irá tomar. E, se a linguagem técnica é ininteligível para ele, quem tem que se virar para traduzir é o dito “especialista”. Só isso, simples né?

Ah, mas me dirão que falta tempo, pois eu respondo: “Quantos segundos a musculatura do seu rosto demora para formar um sorriso? Quanto tempo seu pescoço leva para levantar sua cabeça e direcionar um olhar?

Ser humano não é acertar sempre, longe disso, mas ser humano é perceber nossas falhas e rever nossas prioridades para poder melhorar.

Como são raros os verdadeiros seres humanos.

Josie Conti

5 lições de vida para você DESAPRENDER o mais rápido possível

5 lições de vida para você DESAPRENDER o mais rápido possível

Por Nicholas Garcia

Você rebebeu uma infinidade de conselhos enquanto crescia, entretanto, o que eu vou te mostrar nessa matéria é que, mesmo que eles tenham sido bem intencionados, nem todos são realmente bons para você.

Nota da CONTI outra:  Lembrem-se sempre que todos os itens apresentados nesse site são convites à reflexão, uma vez que não existem regras absolutas para a vida.

1. “Você deve se preocupar com o que os outros vão dizer!”

Não, você realmente não deve! Todo o sucesso que eu tive na vida veio como um resultado de não ligar para o que a maioria das pessoas pensa ou diz a meu respeito.  Viver em função disso, é viver a vida do outro e não a própria vida.

2. “Nunca magoe as pessoas.”

Esta é uma lição de vida nobre e que deve ser seguida até certo ponto. É claro que ser educado e gentil são coisas boas, mas o problema começa quando a pessoa acha que tem que agradar a todos e nunca magoar ninguém. É melhor dizer a alguém que você não pode fazer algo, por exemplo, do que fazer e se sentir desvalorizado. Quando não dizemos não a ninguém, o “não” costuma ser para nós mesmos e para nossos próprios sentimentos e vontades.

3. “Sempre esteja preparado (a) para o pior.”

E esperar o melhor, certo? Errado. Estar sempre preparado para o pior pode te levar a crises de ansiedade e, em casos graves, até mesmo paralisar seus atos. É importante ser prevenido (a) e manter a vida em ordem, mas não há nenhuma razão para se preparar para o pior em cada situação pela qual você passar.

Quantas vezes o “pior” realmente aconteceu?

4. “Tente ser feliz, mesmo que esteja triste.”

É impossível que fiquemos felizes com tudo, o tempo todo. Você precisa deixar seu corpo fazer o que ele quer fazer e respeitar seus ritmos e alterações de humor. Uma perda exigirá um luto, mudanças podem ser muito difíceis e nem tudo acontece como gostaríamos. Virão dias em que você simplesmente vai quer ficar “na sua” e não conversar com ninguém. O tempo para “estar triste” deve ser respeitado e a tristeza passará naturalmente. Se, com o passar dos dias, você não melhorar, um profissional especializado poderá ajudar a avaliar se você precisa de ajuda. Entretanto, na maioria das vezes, você vai superar isso naturalmente e estará mais bem preparado (a) para quando acontecer novamente.

5. “Sempre seja gentil com os outros.”

Tudo bem, eu não estou dizendo que você deve sair por aí virando mesas e estourando balões de criancinhas. O que eu estou dizendo é que a palavra “sempre” é muitas vezes mal utilizado nesta lição de vida.

Com base na minha experiência de vida, posso lhe dizer uma coisa com certeza: caras legais terminam por último (na maior parte do tempo); é um milagre eu ter uma namorada sendo “bonzinho” como sou. Além disso, ser SEMPRE doce e gentil não resolve uma infinidade de situações complicadas.

Pense, por exemplo, quando precisamos nos impor para reivindicar alguns direitos como a eliminação de taxas abusivas em um contrato ou quando precisamos encerrar uma , ou melhor, a décima ligação telefônica de uma empresa que aborda os clientes de maneira intensiva e invasiva. Nesses casos sempre será necessária a imposição de nossa vontade, uma vez que o outro lado, já de início, não respeitou o lado mais condescendente.

contioutra.com - 5 lições de vida para você DESAPRENDER o mais rápido possível
Imagem via http://ninaeuma.blogspot.com.br

A raiva não te levará a um bom resultado, mas a bondade também não. É uma mistura dos dois que permitirá a resolução de situações mais complexas.

Assim como permanecer ingênuo em um mundo malicioso não é uma boa alternativa, ser “bonzinho” demais também não é um bom conselho.

Sempre avalie bem a situação em que está inserido (a) e, antes de reagir com comportamentos automáticos, pense em qual será SUA melhor opção. A escolha correta, em alguns caso, pode ser bem diferente do que você foi aconselhado a fazer ao longo da vida.

Traduzido e adaptado por Josie Conti

Do original: 5 Life Lessons You Never Knew You Should Unlearn 

O poder dos sonhos!

O poder dos sonhos!

“O Sucesso só pode ser alcançado com uma espécie de espírito pioneiro e o uso repetido das três ferramentas: fracasso, introspecção e coragem.” ~ Soichiro Honda

Essa incrível animação conta um pouco da adolescência de Soichiro Honda, criador da marca que leva seu sobrenome e mostra o quanto é importante seguirmos nossa criatividade, nossas inspirações e acima de tudo nossos sonhos.

Preste atenção atenção à trilha sonora e “Acredite em seus sonhos!!!”

Fonte indicada: Os conselheiros

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4 ideias para fazer com as crianças na época de Natal

4 ideias para fazer com as crianças na época de Natal

Por Renata Finholdt, via contioutra.com - 4 ideias para fazer com as crianças na época de Natal

Nesta época é muito comum ver casas, lojas e shoppings enfeitados aguardando a chegada do dia de Natal. São muitas vezes enfeites maravilhosos que encantam não só as crianças, mas os adultos também.

É realmente encantador observar que a cada ano os enfeites se tornam cada vez mais bonitos e cheios de movimentos.

Aproveitar esta oportunidade e visitar os lugares mais enfeitados com a criançada pode ser uma atividade bastante agradável para os pequenos.

Esta é apenas uma das formas para aproveitar com as crianças nesta época do ano. Você pode fazer com que o Natal seja uma época inesquecível na infância delas, não apenas pelos presentes.

1. Ensine aos pequenos que o Natal é uma época maravilhosa para demonstrar amor ao próximo

Vocês podem preparar juntos biscoitos natalinos, colocá-los em vários saquinhos e em um dia escolhido levar os pequenos para entregarem os biscoitinhos que eles ajudaram a preparar para alguns amigos e vizinhos.

2. Peça ajuda para enfeitar a casa

Que criança não adora ver sua árvore de Natal montada, linda, à espera do querido Papai Noel? Então na data em que forem montar a árvore e arrumar os enfeites de casa deixe que eles participem também. Eles podem ajudar com os enfeites da árvore e também com o restante da casa.

3. Crie o hábito de enviar cartões de Natal pelo correios

Peça às crianças que façam alguns cartões de Natal para que vocês possam enviar para alguns familiares e amigos. Prepare para eles todo o material necessário como cartolinas, canetinhas, tesouras sem ponta, lápis de colorir e deixe que eles confeccionem os cartões que você e sua família enviarão. Caso eles já estejam alfabetizados você também pode aproveitar a letrinha de uma criança para escrever o cartão. Seus amigos e familiares irão adorar!

4. Ajudem outras pessoas a decorarem suas casas

Todos conhecem alguma pessoa que mora sozinha ou já tem uma idade avançada. Verifique com eles se não aceitariam ajuda de sua família para preparar a casa para o Natal. Vá no dia combinado com as crianças até o local e deixe que seus filhos participem da decoração.

Há muitas formas de demonstrar aos pequenos que o Natal é muito mais que apenas presentes doados pelo Papai Noel. Se forem ensinados quando pequenos que demonstrar amor é o maior presente que podemos doar em cada Natal, saberão aproveitar muito mais o significado desta data especial.

Mostre aos pequenos as coisas lindas do Natal, mas deixe que eles também possam fazer coisas fantásticas nesta época.

contioutra.com - 4 ideias para fazer com as crianças na época de NatalNota CONTI outra. Veja mais artigos sobre a simbologia do Natal no site Família.com

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