Conheça as grandes obras que viraram domínio público em 2015

Conheça as grandes obras que viraram domínio público em 2015

Pequeno Príncipe com Munch? Será que pode?

Algumas páginas da internet divulgaram o domínio público de obras como O Pequeno Príncipe, Munch, Kandinsky, entre outros.

O domínio público significa que, se você copiar a obra, não vai mais estar infringindo direitos autorais – você agora é livre para reproduzir, copiar, criar obras derivadas, remixar e o que mais lhe vier à cabeça.”

Em geral, os países tornam uma obra pública no primeiro dia do ano seguinte em que se completam 50 ou 70 anos da morte do autor (aqui no Brasil, são 70; nos EUA, isso varia de acordo com o ano em que a obra foi produzida).

Seguindo as regras próprias dos países de nascimento dos autores, em 2015 caem em domínio público as obras de Kandinsky, Munch e Mondrian, no campo das artes; e, no das letras, Saint-Exupéry e Ian Fleming, entre outros.

Entretanto, as coisas parecem não ser tão simples assim, como comentou Luiz Roberto Meira, sob a matéria do link supracitado:

A regra dos 70 anos é apenas uma das regras e segue acompanhada por uma série de outras indicações legais, dependendo do país, época da vigência da lei no falecimento do autor entre outras questões legais bem complexas.

A regra simples a seguir é: nada “cai” em domínio público, somente a corte de cada país é que pode decidir sobre isso e publicar cada decisão oficialmente.

Só pra constar, Le Petit Prince não é domínio público! Calcula-se que talvez isso ocorra entre 2033 a 2045: “…the entry of Antoine de Saint-Exupéry’s famous novella The Little Prince into the public domain oscillates from 1 May 2033 to 1 January 2045, depending on the interpretation accepted.”

Quem quiser se aprofundar visite:

http://www.communia-association.org/2012/12/27/the-little-prince-and-the-public-domain/

http://www2.uol.com.br/direitoautoral/artigo20.htm

Abaixo uma contribuição da CONTI outra, mas é só brincadeira! 🙂

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Quando alguém que você ama estiver passando por um momento difícil, lembre destas 13 coisas

Quando alguém que você ama estiver passando por um momento difícil, lembre destas 13 coisas

Por BETH BURGESS

Existem algumas coisas que você pode fazer para pessoas que você considera e que estão passando por momentos difíceis.

Saiba porém que, frente a qualquer coisa que você possa dizer, um grande diferencial é garantir o seu tom de voz e comportamento é apropriado.

Abaixo, coisas que podem ser lembradas nesses momentos:

1. Faz parte da vida, em alguns momentos, não estar bem

As pessoas que não estão bem podem piorar a sua situação criando expectativas irreais sobre si mesmos. Relembre o seu ente querido que o problema atual não diminui o valor de quem são como pessoas.

2. Você não está sozinho (a)

Mesmo que você não possa ajudar a resolver o problema atual, estar ao lado de quem está sofrendo pode fazer toda a diferença. Lembre a pessoa que você ama a e considera, mantenha-se por perto e diminua sua sensação de solidão.

3. Esqueça a vergonha

Quando as coisas estão dando errado, é normal expressar inicialmente sentimentos de raiva e frustração, mas chafurdar em sentimentos de injustiça ou culpa não ajudam ninguém. O caminho para melhora está na busca por soluções.

4. As dificuldades tornam você mais forte

Sabedoria, força e resistência podem ser construídos a partir de tempos difíceis. Ajude a pessoa amada a ver como ela está crescendo como pessoa, mesmo que ela sinta que está atravessando o inferno.

5. Dê um passo atrás

Pessoas que estão passando por tempos difíceis ficam tão atoladas em seus problemas que podem perder a perspectiva do todo. Lembre quem você quer ajudar que dar um passo atrás pode ajudar a ver as coisas sob uma nova luz.

6. Nada dura para sempre

Uma das coisas mais terríveis durante os tempos realmente difíceis é a sensação que aquela situação nunca terá fim. Mas, na realidade, nada dura para sempre – nem mesmo as emoções mais horríveis ou piores circunstâncias.

7. Resolva os problemas passo a passo

Tempos difíceis muitas vezes podem trazer sentimentos complexos e confusos, e aqueles que estão lutando podem se sentir paralisados e incapazes de tomar decisões. Lembre-lhes que eles não têm que resolver todo o problema de uma vez. O progresso acontece quando resolvemos gradativamente os obstáculos.

8. Procure a porta aberta

Quando a vida fecha uma porta, outra uma vontade sempre aberta. Relembre o seu ente querido que ele deve ficar atento a novas oportunidades e soluções.

9. Você passou por momentos difíceis antes

Lembre quem você quer bem que, em outras épocas, coisas ruins aconteceram e mesmo assim ele (ela) sobreviveu.

10. Existe algo de bom em cada dia

Passar por dificuldades pode levar a uma atitude negativa. Se alguém está realmente passando por um momento desesperadamente difícil tente perguntar sobre as coisas boas da sua vida e sobre as coisas que têm dado certo. Lembrar que, apesar de tudo, ainda existem algumas coisas boas pode alimentar a esperança.

11. Reconheça os pequenos ganhos

Reconhecer os esforço de quem está lutando pode fazer uma grande diferença no seu dia. Elogiar, desde que sinceramente,  pode ajudar na recuperação da estima e motivar.

12. Foque no agora

Muitas vezes, as pessoas que estão passando por tempos difíceis se preocupam até mais com o futuro do que com o passado. Lembre quem você considera de que o mais importante é concentrar-se no agora, porque essa é a única parte da história que pode mudar no momento.

13. Seja gentil consigo mesmo (a)

Relembre o seu ente querido que tempos difíceis são mais fáceis quando aceitamos quem nós somos e nos respeitamos oferecendo o tempo e espaços necessários para a recuperação.

Por: BETH BURGESS
Traduzido e adaptado por Josie Conti
Do original: When Someone You Love Is Having a Tough Time, Remind Them of These 20 Things

Por quem os sinos dobram?

Por quem os sinos dobram?

Por Tatiana Nicz

Um dia um poeta e religioso escreveu: “Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por vós”. Mas ironicamente o poeta, John Donne, morreu sozinho em uma ilha sem nunca ter publicado um poema, ele teve uma vida muito pobre e difícil.

Séculos mais tarde um outro inglês de mesmo nome e seus três amigos revolucionaram a cena musical, suas músicas falavam de amor e paz, ele foi morto no mês do Natal com tiros por um fã quando chegava em seu apartamento, eles também falaram de solidão, uma de suas canções questionava “olhe para todas essas pessoas solitárias… de onde elas vêm?”.

No mesmo século que viveu Lennon outro homem travou uma luta pacífica e aparentemente solitária contra a violência. Seu nome não era John, era chamado Mahatma que em sânscrito quer dizer “Grande Alma”. Mas Gandhi, igual ao John músico, foi morto à tiros por um hinduísta fanático e também tornou-se mártir.

Poucos na histórias tiveram o mesmo impacto de Gandhi na luta pela não-violência, um deles (outra grande alma) e talvez a mais famosa, foi batizado por um homem também de nome João e seu nascimento é o motivo pelo qual famílias no mundo todo se reúnem nessa data em celebração ao amor pelo próximo e à paz. Talvez não seja coincidência que Jesus, o filho de Deus na crença Cristã, também tenha sido traído e assassinado. A história que todos nós conhecemos conta que ele foi coroado com uma coroa de espinhos e carregou sua própria Cruz.

Nem um pouco alheio à esses eventos e aos demais conflitos que há séculos assolam a humanidade, um psicólogo americano chamado Marshal Rosemberg desenvolveu um método para melhorar a maneira como nos comunicamos e assim diminuir nossos conflitos. Baseado na mesma não-violência de Gandhi, ele chamou esse método de “comunicação não-violenta”, a linguagem do coração.

Durante anos de estudo ele entendeu que o motivo principal de todos os conflitos da humanidade é o fato de que as pessoas sentem que não têm suas necessidades supridas. Ele foi ainda mais fundo e descobriu que todos os grupos de pessoas no mundo, independente de sua cultura, credo, cor, idade, opção sexual e classe social tinham exatamente as mesmas necessidades, quando digo TODOS incluo também presos, assassinos, terroristas e pacifistas. Todos sem exceção possuem exatamente as mesmas necessidades e o fato é que de alguma forma estamos falhando nessa missão de supri-las. Ele inclusive conseguiu reduzir essas necessidades em uma pequena lista.

E o que todos nós celebrando desejamos no dia de hoje é o mesmo: um feliz Natal. Também independente de cor, credo, opção sexual e classe social os desejos são relacionados à paz, amor e felicidade. Mas mesmo assim, ainda no dia de hoje estamos em conflito.

“O inferno são os outros” disse um outro João, que em sua língua materna era chamado Jean Paul. Seu onônimo o Papa João Paulo disse: “A pior prisão é um coração fechado”, ele tinha um coração amoroso mas (igual Lennon e Gandhi) também sofreu um atentado de morte com arma de fogo por um de seus seguidores.

Então para mim no dia de hoje permanece o mistério: por que somos inferno quando queremos ser céu? Por que nos tornamos ilhas quando deveríamos ser continentes? E enquanto não conseguimos ser céu e nem continente meu desejo é o mesmo do Papa, que tenhamos sempre o coração aberto e mantenhamos viva a esperança (que dizem mesmo ser a última a morrer).

Igual a todos que entrei em conflito e aos meus, também desejo um feliz Natal e dias melhores, não apenas para mim, mas também para que, quem sabe ao final de tudo, um pequeno João – meu sobrinho de 3 anos – e todas as outras crianças possam ver o mundo finalmente mudar, para provar que nenhuma morte de nossos Joãos, Marias e Josés foi em vão, para que possamos no passo a passo construir perspectivas de um futuro melhor onde enfim seremos um continente de paz, liberdade e amor chamado céu.

contioutra.com - Por quem os sinos dobram?
Imagem via http://decarlicris.blogspot.com.br

 

Uma lista de algumas necessidades humanas universais

Uma lista de algumas necessidades humanas universais

Fonte:
contioutra.com - Uma lista de algumas necessidades humanas universais

“Um músico deve compor,
um artista deve pintar,
um poeta deve escrever,
caso pretendam deixar seu coração em paz.
O que um homem pode ser, ele deve ser.
A essa necessidade podemos dar o nome de
auto-realização.”

Abraham Harold Maslow (1908 – 1970)

Vamos a lista?

EXPRESSÃO ESPIRITUAL
APRENDIZAGEM
JOGAR
ALEGRIA
INSPIRAÇÃO
CRIATIVIDADE
INICIATIVA
RESPEITO
AMOR
HUMOR

INTERDEPENDÊNCIA
IMPORTÂNCIA
SENTIDO
OBJECTIVO
ALEGRIA
PAZ

contioutra.com - Uma lista de algumas necessidades humanas universais

COMPAIXÃO
LIBERDADE
INTEGRIDADE
ESCOLHA

CONTRIBUIÇÃO
APRECIAÇÃO
CELEBRAÇÃO
FAZER LUTO/LAMENTAR
BELEZA

contioutra.com - Uma lista de algumas necessidades humanas universais

AUTENTICIDADE
PAZ MENTAL
INTEGRAÇÃO
HARMONIA
ESPAÇO
FACILIDADE

ACEITAÇÃO
INCLUSÃO
EMPATIA
PRESENÇA
SUPORTE
ABRIGO
SAÙDE
ÁGUA
ALIMENTO

SEGURANÇA FÍSICA
SUSTENTABILIDADE
PROTEÇÃO
DESCANSO
MOVIMENTO FÍSICO
TOQUE
EXPRESSÃO SEXUAL

MUTUALIDADE
DIVERSIDADE
CONFIANÇA
IGUALDADE
CONSIDERAÇÃO

LIGAÇÃO
COMUNIDADE
PERTENCER
NURTRIÇÃO
AMABILIDADE
EXPRESSÃO
BEM-ESTAR

COMPREENSÃO
CLAREZA
SEGURANÇA
ESTABILIDADE
ORDEM
AUTONOMIA
INDEPENDÊNCIA

Nota CONTI outra: como vocês podem ver, essa lista do World Empathy contém itens que vão além das necessidades básicas de Maslow. E vocês, pensaram em algo mais?

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Susan Lyon e Victor Hugo: uma parceria inusitada

Susan Lyon e Victor Hugo: uma parceria inusitada

Victor Hugo* sempre percorreu o meu imaginário não como um homem. Talvez um ser místico. Um semi-deus. Penso que isso se deu em razão do seu poder ao articular as palavras. Em sua escrita, as palavras fogem do abstrato. Ao abordar temas de humanidade, seu verbo craveja a consciência e o senso comum, e não verga. Já na poesia, seu romantismo açucara um amor que já não cabe sequer nos ideais hodiernos. Talvez a sua poesia ainda nos ensine a nos enamorarmos do amor para que possamos, na estrada dos românticos, reaprender a amar.
Nara Rúbia Ribeiro

As telas que intercalam os fragmentos de textos são de Susan Lyon, premiada pintora americana que cresceu em Oak Park, Illinois. Lyon estudou pintura na Academia Americana de Arte de Chicago e com vinte e três anos já se destacava entre os melhores de sua área de trabalho.

*Victor Hugo foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos francês de grande atuação política em seu país. É autor de Les Misérables e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras de renome mundial.

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“O tempo não só cura, mas também reconcilia.”

Victor Hugo

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“O homem é uma prisão em que a alma permanece livre.”

As Contemplações- Victor Hugo

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“Passamos metade da vida à espera daqueles que amamos e a outra metade a deixar os que amamos.”

Victor Hugo

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“A prudência dos cobardes assemelha-se à luz das velas; ilumina mal, porque treme.”

Victor Hugo

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“A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace.”

Victor Hugo

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“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.”

Victor Hugo

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“Quem não é capaz de ser pobre, não é capaz de ser livre.”

Victor Hugo

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“Julgar-se-ia bem mais corretamente um homem por aquilo que ele sonha do que por aquilo que ele pensa.

Victor Hugo

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“O olho do homem é feito de modo que se lhe vê por ele a virtude. A nossa pupila diz que quantidade de homens há dentro de nós.”

Victor Hugo

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“Se você quer civilizar um homem, comece pela avó dele.”

Victor Hugo

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O Homem e A Mulher

O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.

Victor Hugo

contioutra.com - Susan Lyon e Victor Hugo: uma parceria inusitada

“Há pensamentos que são orações. Há momentos nos quais, seja qual for a posição do corpo, a alma está de joelhos.”

Victor Hugo

contioutra.com - Susan Lyon e Victor Hugo: uma parceria inusitada

“Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança.”

Victor Hugo

+ Susan Lyon– página oficial

Seleção de textos- Nara Rúbia Ribeiro

Seleção de imagens- Josie Conti

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A CORAGEM DE SER DIFERENTE

A CORAGEM DE SER DIFERENTE

Por Gustl Rosenkranz

Uma reflexão sobre a festa de ano novo

Acordei hoje cedo, bem cedo, mas não pude sair logo para passear com o cachorro. Lá fora, a festa de ano novo ainda corria solta. Somente às 10 da manhã pararam de soltar fogos, e pude sair, se bem que até agora, ao meio-dia, alguns renitentes continuam soltando um ou outro foguete, como se as toneladas de pólvora já queimadas de madrugada não bastassem. As ruas estão cheias de lixo, muito lixo, resíduos de uma alegria curta, que se acendeu, subiu, explodiu e se apagou rapidamente. O que mais me incomoda são as garrafas quebradas em todo e qualquer canto, testemunhas da insanidade da festa. Presto atenção para não pisar em cacos de vidros, mas minha preocupação maior é com meu amigo de quatro patas sem sapatos.

Continuamos o passeio no meio de tanto lixo e insanidade, cruzamos o caminho de pessoas com ressaca e mau humor, e fiquei questionando que sentido faz tudo isso. Comemoramos a virada do ano, como todos os anos, ficamos alegres pelo novo ano que chega, mas alegres exatamente por quê? Basta ser honesto, olhar para trás, ver todas as viradas de ano anteriores e constatar que nada muda, só continua, não há renovação, não há recomeço, o saldo no banco fica o mesmo, as dívidas também (ou mais altas, depois de tantos gastos com as festas de fim de ano), a saúde fica do mesmo jeito (ou mais abalada pelo alto consumo de álcool, comida e de tudo), os falsos amigos não se tornam verdadeiros, a obesidade só aumenta e tudo prossegue como sempre.

O mundo está aí, passando por uma enorme crise, com o maior número de migrantes desde a segunda guerra mundial, um verdadeiro êxodo, pessoas que fogem de guerras, de violência, de tortura, de fanáticos religiosos, de seca, de fome, de perseguição política, e muitos desses migrantes estão morrendo afogados ao tentar atravessar o Mar Mediterrâneo para entrar no Eldorado Europa, outros são vítimas de bandidos, traficantes de órgãos ou de gente, sendo mortos ou escravizados por aí. A crise da Ucrânia continua, com um presidente russo que se comporta como gorila, batendo no peito e rosnando, querendo amedrontar. Ebola mata na África, malária e AIDS também. O mundo se aquece, os oceanos são cada vez mais poluídos com nosso lixo, o consumismo nunca foi tão selvagem, com trabalho escravo, também infantil, para nos garantir roupas baratas, ou smartphones, ou seja lá o que for… No fundo, não há nada para comemorar, mas comemoramos assim mesmo. Não vejo sentido, mas respeito, respeito porque somos todos livres para seguir o caminho que escolhemos, porque é nosso direito de irmos em massa para o Portão de Brandemburgo ou à praia de Copacabana já de tarde, para garantir o melhor lugar, para fazer parte bem na frente, e ficar ali plantado por horas, esperando, como se isso tivesse realmente alguma importância (pelo jeito, tem para alguns, para mim, porém, nenhuma!). Respeito o direito de quem queima literalmente dinheiro, soltando fogos em abundância, mesmo que eu não concorde, mesmo achando que isso não é justo diante do número crescente de pessoas famintas no mundo, mesmo achando isso uma perversidade perante os animais, que sofrem com a zoada. Respeito, mesmo percebendo que há pouca reflexão, que muitos vão por ir, Marias vão com as outras, que comemoram porque ano novo se comemora, sem cogitar alternativas, sem ter a coragem de ser diferente, e talvez sem nem ter entendido que isso é possível.

E aqui chego ao ponto que queria chegar, ao tema que quero abordar: o direito que cada um tem de ser diferente, de não caminhar com o rebanho, de viver da forma que escolheu conscientemente, sem seguir convenções, sem fazer o que esperam os outros, de ser realmente livre. Toco nesse assunto por achar emergente, já que percebo um desvio, já que constato uma injustiça, já que não posso calar-me diante disso…

contioutra.com - A CORAGEM DE SER DIFERENTE
Foto: johsensacoes.blogspot.de

Estava ontem em um grupo de brasileiros na Alemanha, no Facebook, quando li um post de um compatriota, em tom típico de Brasil, mais ou menos assim: <<E aí, galera, onde vai rolar o babado de ano novo hoje ?>>, o que achei normal, já que é comum topar com brasileiros atrás de festa. Mas aí alguém respondeu, uma mulher, dando alguma diga, mas dizendo que ela não iria, pois preferia passar a virada de ano em casa, com seus filhos. Estranhei então a reação do “festeiro”: <<Como assim, em casa? Gente, que tristeza é essa? É ano novo, temos que comemorar, vamos sair!>>. E a coitada da mulher se sentiu desconsertada, começando a explicar sua postura e sua decisão, como se fosse uma ré, a acusada em um processo penal, como se estivesse agindo errado, como se ela simplesmente não tivesse o direito de dizer que não quer comemorar essa maluquice e pronto. E li em outros lugares comentários semelhantes: quem quer ficar em casa, quem se afasta da “loucura” coletiva é taxado de solitário, esquisito, triste, deprimido, frustado, arrogante, metido a besta e um monte de outros adjetivos, rapidamente atribuídos por gente que não reconhece o direito de alguém ser diferente, de nadar contra a maré, de não seguir os outros cegamente… E é exatamente isso que acho injusto: como se não bastasse ter que suportar uma insanidade coletiva, um exagero festivo sem pé e sem cabeça, não gostando, mas respeitando e aceitando, deixando cada um viver como acha que deve, temos ainda que nos sentir mal por pensarmos diferente? Ser diferente, viver diferente é então sinônimo de tristeza, de frustração, de arrogância? Parece-me que aqui a maioria atropela uma minoria, fazendo com que gente diferente se sinta mal, fazendo com que originalidade e independência virem motivos de chacotas, onde pessoas corajosas, que têm o peito de pensar e agir diferente e que merecem admiração, terminam se sentindo mal, acuadas, empurradas em um canto, onde têm então que assumir uma postura defensiva desgastante.

Vejo um desvio, uma inversão de papéis e valores, e foi por isso que resolvi escrever sobre isso. Não acho isso justo e penso que deveríamos refletir profundamente sobre o assunto.

Termino fechando esse texto com duas mensagens, sendo a primeira para aqueles que não toleram os que são diferentes, que acham que todos temos que seguir cegamente o rebanho, as tradições, as convenções, tudo aquilo que nos foi ensinado como certo, ou que simplesmente acreditamos ser certo por nunca termos feito de outra maneira: viva sua vida da forma que achar que deve, você é livre para isso. E se você acha que encontrará sua felicidade no coletivo, no modismo, no mainstream, no consumo exagerado, no correr atrás sem nunca (ou quase nunca) questionar, faça isso. Esse é um direito seu! Pessoalmente não acredito que você será feliz, mas não sei ao certo, já que não há receita para a felicidade. Pode ser que você esteja certo em seu caminho e eu errado em minha opinião. Tudo isso é normal, já que somos diferentes. Mas, por favor, não tente fazer com que  pessoas verdadeiramente normais, que têm a coragem de ser diferentes e seguir o próprio caminho, se sintam como se elas fossem os “loucos”, pois isso não é assim. Não é loucura caminhar com as próprias pernas. Loucura é se deixar levar pelo “rebanho”, sem nunca questionar o percurso.

Já a segunda mensagem é para os corajosos, para aqueles que têm o peito de ser diferente, de pensar com própria cabeça e seguir o próprio coração: continuem assim! Isso é bom, muito bom! Sei que nem sempre é fácil, sem que isso muitas vezes faz com nos sintamos sós, mas não mude esse jeito jamais, pois é ele que faz de você aquilo que você realmente é: uma pessoas singular e realmente especial. Não é triste ter a coragem de optar por passar o ano novo em casa, tranquilo, sem grandes festas e balangandãs. Triste é ter perdido essa capacidade contioutra.com - A CORAGEM DE SER DIFERENTE

Desejo a todos de todo coração tudo aquilo que costumamos desejar todos os anos, repetindo, como papagaios, sempre a mesmas coisas: muita saúde, paz amor, prosperidade, sucesso, realização dos sonhos…

Mas também:

uma maior capacidade de reflexão, uma maior coerência, mais responsabilidade, mais maturidade, mais respeito, mais autenticidade, mais sinceridade e muita coragem e liberdade de seguir o próprio caminho.

Assuma seu direito de ser diferente, de não caminhar com o rebanho, de viver da forma que escolheu conscientemente, sem seguir convenções, sem fazer o que esperam os outros, de ser realmente livre e feliz.

Perceba como comentários maldosos afetam a vida das pessoas

Perceba como comentários maldosos afetam a vida das pessoas

A Hypeness publicou há um tempo o trabalho da ilustradora radicada na Polônia  Katarzyna Babis. Nelas podemos ver as representações de algumas situações em que pessoas fazem comentários estúpidos sem ter a real noção do quanto eles podem afetar a pessoa que é alvo das palavras.

Veja os desenhos, reflita e nos diga se você já escutou ou falou algo parecido. As traduções e provavelmente a primeira publicação do material em português foi feita pelo pessoal do Papo de Homem.

Agradeço aos colegas das páginas supracitadas e tomo a liberdade de reproduzir as imagens, afinal, nunca é tarde para que aumentemos nossas próprias consciência, divulguemos coisas boas e exercitemos a nossa empatia.

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10 coisas para deixar para trás antes do Ano Novo

10 coisas para deixar para trás antes do Ano Novo

Por SHANNON KAISER

Já estamos na reta final de 2018: época de mudar de ares e de energia. Dezembro é um mês importante porque prepara o terreno para o próximo ano . Use esse tempo para refletir sobre seus objetivos e entre nessa nova fase com foco e clareza!

Este é um momento ideal do ano para se liberar de velhos padrões de pensamento, medos, relações, situações e coisas que não lhe servem mais.

Ao invés de gastar tempo com o que não está mais funcionando, direcione toda a sua energia para o que está indo bem e se concentre no que você quer.

Aqui estão 10 coisas para deixar para trás antes de 2019.

1. Deixe de pensar que você tem menos do que merece.

Tudo o que você já fez até hoje o (a) ajudou a se tornar quem você é. Se ainda não está contente, movimente-se, mas não fique estagnado (a) com pena de si mesmo (a).

2. Abandone todos os padrões de pensamento que o (a) prendem.

Negatividade nunca trouxe flores para ninguém. Será que não está na hora de ser mais positivo (a) e fazer as coisas aconteceram para realizar seus sonhos?

3. Esqueça a ideia de que tudo o que você quer está “Longe de mais”.

 

Nossos objetivos devem ser traçados em metas a curto, médio e longo prazo. É importante que tenhamos objetivos mentais gradativos para que percebamos e valorizemos nossos progressos ao longo do tempo.

Todos os contratempos são apenas temporários, mas as lições aprendidas são para sempre e sempre farão parte da sua história. Aliás, você já conheceu alguém interessante que não contasse uma boa história de fracasso e superação?

4. Deixe de lado a necessidade de ter tudo planejado.

Essa não é uma contradição ao item anterior e sim uma soma. Ter metas dever ser como olhar para um horizonte onde você quer chegar, entretanto, o caminho apresentará diversos cenários que podem atrasar ou até mesmo mudar todo o rumo de seus objetivos. Você NUNCA será capaz de controlar tudo e querer fazê-lo só te deixará para trás.

5. Deixe de lado a ideia de que as coisas não estão dando certo para você.

Algumas coisas podem realmente não ter saído como você queria, mas pode ter certeza, muitas outras saíram. Preste atenção se você não está valorizando apenas as falhas e momentos ruins.

6. Pare de perguntar “por que” isso está acontecendo com você.

Em vez disso, pergunte o que você pode aprender com a situação e fazer diferente para acertar.

7. Abandone a necessidade de controlar os resultados.

Às vezes, a real felicidade estará apenas na capacidade de usufruir do que se tem.

8. Pare de acreditar que você e seus erros são a mesma pessoa.

Não existem erros, apenas o crescimento. Os erros não definem uma pessoa ao menos que ela se identifique com eles.

9. Abandone a necessidade de estar certo (a).

Tentar provar aos outros que eles estão errados não lhe faz bem. Em vez disso, concentre-se em si e alinhe-se com seus objetivos maiores. Deixe que o tempo encarregue-se de mostrar quem está certo. Quando você está confiante em suas próprias escolhas, você não tem que provar nada.

10. Deixe de pensar que é tarde demais para você.

Seus sonhos sempre serão importantes. Siga o seu coração, e você será livre.

Por SHANNON KAISER 

Traduzido e adaptado por Josie Conti

Do original: 10 Things To Let Go Of Before The End Of The Year

No ano passado, Mario Quintana

No ano passado, Mario Quintana

No ano passado…

Já repararam como é bom dizer “o ano passado”? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem…Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse “tudo” se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraodinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

“Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados”.

Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos…

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição – morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.

Mario Quintana

“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”

“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”

Por Josie Conti

Mãos que tocam, que lavam, que bordam e que buscam…

Mãos que ensinam, que acariciam e que salvam…

Mãos presentes em almas ausentes.

Mãos famintas, bem vindas ou enrugadas.

Mãos que sorriem e elevam…

“Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.”

Carlos Drummond de Andrade

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Elle Elskamp
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Drummer, Senegal
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Eric Rose
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Glitter hands by KPatouhas
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Hand of an Aboriginal artist (Papunya)
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Hands on green by Julia Trotti
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Les fleurs et les filles by Silvia Maria
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Memorie tramandate by Giovanni
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My Father and My Son, 1969 by Raghu Rai
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Nadav Kander
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Onomichi, Japan, 2005 by Donata Wenders
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Peter Mussels and Pierrick Moulès
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Ralph Stanley’s fingers on his banjo by Jim Herrington
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The composition of myself by Meg Reilly
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Untitled by Betina La Plante
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We hold the future by Irene Suchocki
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Young woman touching straws by Mark Korecz

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Todas as imagens foram selecionadas do álbum de Jude W. no Pinterest.

O milagre da intenção tem 4 folhas

O milagre da intenção tem 4 folhas

Por Josie Conti e Nara Rúbia Ribeiro

Ao contrário do que muitos pensam, as boas intenções podem sim operar milagres.

Existem momentos na vida em que sincronismos ocultos ganham vida e fazem com que vidas se cruzem.

Isso acontece quando recebemos um abraço quando mais precisamos, quando pensamos em alguém especial e a pessoa nos liga ou mesmo quando sinceramente desejamos algo bom a alguém e a pessoa e alguma forma entende e recebe toda aquela energia boa: a energia do amor.

As pessoas sempre buscaram formas de demonstrar seus afetos e intenções:

[quote_box_left]Diz a lenda que no ano de 200 antes de Cristo, mestres, juízes e sacerdotes na Inglaterra e Irlanda consideravam o trevo de quatro folhas sagrado por formar a imagem da CRUZ pelas quatro folhas, significando perfeita unidade e equilíbrio. Ou seja, para eles, achar um trevo de quatro folhas era não ter dificuldades na vida, apenas SORTE e SUCESSO.Além da imagem da Cruz, cada folha também possui um significado, que pode ser interpretado de algumas maneiras, por exemplo, como as quatros estações do ano, as quatro fases da Lua, os quatro elementos da Natureza e ainda traz um significado de: Esperança, Fé, Amor e Sorte.[/quote_box_left]

O erro humano, entretanto, sempre foi deslocar o poder da intenção pessoal e genuína para o objeto utilizado para representá-la.

Recentemente o padre Fábio de Melo recebeu uma forte reprimenda da Igreja Católica após exaltar a necessidade de que as pessoas voltassem sua fé e intenção para Deus. Sua crítica, que não foi bem aceita, pedia que as pessoas diminuíssem o culto a objetos como medalhinhas ou mesmo a Maria, mãe de Jesus, quando o mesmo acontece de maneira consumista e exagerada e perde-se o sentido da fé.

Boas intenções são atos de sutileza, delicadezas não relacionadas a um valor monetário e funcionam a medida que, quem as recebe, está aberto para a mudança.

Abaixo a história de um trevinho de 4 folhas que levou a alguém as mais sinceras intenções:

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Ter sorte, na minha opinião, não é uma escolha do destino. Ter sorte depende da escolha cotidiana de estar ao lado dela. Na minha casa em Floripa, nascem trevos de 4 folhas e  há 4 anos fui para França e levei 500 trevos comigo. Na época pretendia vende-los pois planejava comprar equipamentos para realizar um sonho de ser Dj. Mas já na segunda noite em Paris uma menina foi até a casa onde eu estava com amigos. Sua expressão era profundamente triste e, durante a conversa, ela nos relatou que fazia 4 meses que estava desempregada , sem dinheiro já pedia até ajuda na rua…

Demos comida a ela e antes que ela fosse embora eu lhe entreguei um dos meus trevos de quatro folhas.  Junto com o trevo presenteei-a com as melhores intenções de que as coisas melhorassem em sua vida. Frente a sinceridade do gesto, ela começou a chorar e a dizes, ainda incrédula, que há 4 dias tinha desenhado um trevo e que agora estava ganhando um trevo de verdade de alguém que nem conhecia. 
Feliz ela foi embora com um sorriso e um entusiasmo que mexeu muito comigo. Ela exalava esperança!
No dia seguinte, quando saí para ir ao supermercado, ao invés de entrar no primeiro que encontrei, senti-me motivado a continuar. Caminhei por cerca de 30 minuto quando vi um mercado do outro lado da rua. Quando lá entrei, deparei-me com a mesma menina. Ela correu em minha direção e me um grande abraço enquanto contava que tinha acabado de voltar de uma reunião e tinha conseguido um emprego!!!
A cena seguinte, para quem viu, foi a de dois jovens abraçados e chorando em profundo reconhecimento.

Depois daquele dia não consegui vender os trevos e comecei a entregá-los às pessoas que passavam pelo meu caminho. Hoje, 4 anos depois, ainda me dedico a isso…Criei uma fanpage chamada Rede Trevo do Amor onde compartilho as incríveis histórias que foram surgindo. Essa foi a maneira mais pura e verdadeira que encontrei de demonstrar meu amor!
Cauê Sagae de Oliveira

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Seja com um trevinho, com um abraço ou mesmo um olhar terno, a intenção direcionada e sincera, atingi seu objeto, basta que o outro esteja atento e aberto para recebê-la.

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Nota da CONTI outra: A história acima foi reproduzida neste espaço com a autorização de Cauê Saga de Oliveira.

Vejam o que acontece quando combinamos a street art de JR e os textos de Joilson Kariri

Vejam o que acontece quando combinamos a street art de JR e os textos de Joilson Kariri

Por Josie Conti e Nara Rúbia Ribeiro 

A arte dá voz e traduz realidades que muitas vezes podem parecer sem sentido.

O trabalho de street art que o premiado fotógrafo francês JR vem desenvolvendo pelo mundo nos últimos anos apresenta a colocação de painéis gigantes com fotografias de pessoas que moram em localidades socialmente excluídas. JR torna visível o “invisível” através de verdadeiras galerias de arte a céu aberto: favelas do Rio de Janeiro como as do Morro da Providência, ruínas em Xangai, a periferia de Paris e comunidades de Serra Leona, na África são alguns exemplos de alguns dos lugares onde esse artista humanista dá olhos a quem precisa ser visto e, com esses olhos, mostra ao mundo que há vida e que ela tem uma força maior do que qualquer exclusão.

Já o brasileiro Joilson Kariri é professor, escritor e traz em si a capacidade sublime de dar voz à realidade nacional. Em seu recém lançado livro “A noite do despejo”, descreve a história de uma noite marcante nas vidas dos miseráveis moradores de uma favela fundada por Dado, narrador dos fatos, e Júlio, quando toda a favela se vê ameaçada de despejo por uma ordem judicial.

Não bastasse isso, percorre uma outra noite ainda mais sombria: a noite das almas daquela gente que tivera desabrigados os sonhos já mirrados pela vida.

Abaixo a intersecção de olhares e palavras mostram nosso objetivo de chegar a essência.: do olhar a fala, do impessoal ao pessoal, do invisível ao presente.

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Morro da Providência- Rio de Janeiro

Aqui não se esmorece, senão morre. E morre de jeito ruim, que é um morrer em que se segue respirando. Tenho pra mim que Calixto morreu dessa morte malvada. Ele é agora só um morto que respira, que grunhe dores e só conversa pelos olhares.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Na sala, Calixto ainda era um alheado, falando só pelos olhos, que diziam de um querer de morte. A perna aleijada, cheia de arames, repousava esticada por cima de uma almofada velha. Os remédios deixados ali do lado, sobre uma cadeira, serviam para tirar umas dores e dar outras mais doloridas, lá na alma.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Paramos diante de um barraco onde duas crianças disputavam um chiclete mastigado. A menina nos olhou com grandes olhos de susto, desistindo da disputa. O menino, um pouco menor, enfiou depressa a borracha suja na boca de dentes falhados. (…)Subimos até o asfalto. Júlio agora guardava para si as queixas da fome depois de ver as crianças disputarem a borracha imunda do chiclete achado.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Eu sabia o que ela ia me contar, sabia já do destino que a filha se dera. Priscila se dera para o mundo, pra vida difícil e pros homens famintos de amores pagos, caíra na imundice do mundo pela única brecha que lhe coube passar. 

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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A vida enrola e a morte desenrola, era o que sempre dizia Carminho, esclarecendo que lá na frente uma se emendava com a outra. E quando esse encontro acontece, a morte toma o serviço da vida, mas recusa as cargas e as agruras. Carminho era sabido, mas também enganador.  

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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De repente se ouve um batuque surdo, depois outro, e outros mais. Com os cassetetes os homens da polícia dão nos escudos, numa percussão aterrorizante. O mundo estremece, as pessoas estremecem. Os cães abandonam a vadiagem de capturar moscas nas poças de lama, e correm assustados.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Prosseguiu desenrolando o novelo das lembranças, contou de outras vivências dificultosas, de desemprego, doenças e fome, das tentativas desesperadas de se acertarem em outros cantos. E essas coisas ela contava como quem se esvazia, botando pra fora numa ânsia de se livrar logo, mas saía dela e me adentrava pelos ouvidos cansados, e me enchia. 

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Quase já não se via nenhuma sobra das claridades da tarde. A noite aos poucos chegava para o serviço de escurecer o mundo.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Agora a garoa era quase uma chuva, tingindo de branco o escurecido da noite. Eles mandaram cortar a energia da favela. Desci novamente o morro apinhado de casebres, dessa vez por outra viela estreita e lamacenta, me apoiando nos barracos ao mesmo tempo em que tentava em vão me proteger da garoa.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Calixto não, esse não sonhava com nada, pois só desejava era morrer, eu acho. Ainda temos nos desmantelos dessa vida um arco-íris lá nos horizontes, que perseguimos sem nunca alcança-lo, mas que corremos atrás como gatos que tentam agarrar uma réstia de luz, mas ele, coitado, não tem é nada, nem o horizonte.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Priscila se desgastava no banho, se esfregando, se ensaboando e se esfregando, numa desordem sem sentido, querendo limpar a dignidade maculada. Isso nunca ia dar jeito, tem sujeira do mundo que se dá é na alma da gente, gruda ali como piche derretido, que não se dilui com água e sabão.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Esse terreno todo aqui é casa de João de barro e vocês é que são os periquitos. Deus fez a terra para todo mundo, cada um com seu pedaço. Mas esse pedaço é de outro filho dele, não é de vocês.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Mas ele era só um morto de alma aprisionada num corpo vivo, que males lhes seriam mais danosos? E amanhã então é que estaria mais morto, enfeando as ruas com suas misérias, esperando a vez de mastigar um bocado de comida qualquer, desejando que fosse o último.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Street art de JR às margens do Senna, Paris

A mãe se arriou, foi se desmoronando pela parede até encolher-se toda num montinho de gente no chão, as mãos cobrindo o rosto que já fora bonito. Doeu-me aquela música, me doeu muito. O preto aleijado nem me olhava mais, voltara seus olhos mortiços para o fogo da vela.

“A noite do despejo”– Joilson Kariri

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Imagem do projeto “Women are heroes, Sierra Leone
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JR_Shanghai

Mas a atuação do artista francês JR vai muito além da exposição dos painéis gigantes. Seu trabalho tem um fundo humanitário, e seu projeto mais recente, “Women are Heroes” é uma denuncia à situação dramática a que são submetidas as mulheres africanas como mostra o vídeo abaixo.

TRAILER ” WOMEN ARE HEROES” from SOCIAL ANIMALS on Vimeo.

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Já para adquirir o livro “A noite do despejo” acesse  No Facebook- Sertão Urbano ou envie e-mail diretamente para [email protected]

Saiba mais sobre Joilson Kariri

+ JR– página oficial

 

“A Lógica da Criação”, de Oswaldo Montenegro. Trecho do filme “Solidões”

“A Lógica da Criação”, de Oswaldo Montenegro. Trecho do filme “Solidões”

Lançado em 2013, o filme “Solidões”, dirigido e estrelado por Oswaldo Montenegro apresenta as histórias cruzadas de diversas pessoas solitárias: uma mulher (Vanessa Giácomo) que recusa o contato com qualquer ser humano desde que perdeu a memória, o Demônio (Oswaldo Montenegro) errante com saudades de Deus, uma mulher no bar cujo namorado nunca chega, um cantor sertanejo que não obtém sucesso na cidade grande e um palhaço idoso, ainda em atividade. (dados da sinopse)

Abaixo a música “A Lógica da Criação” com cenas do filme.

Boa viagem!

Josie Conti


A música foi um presente -indicação de Fernanda Rodrigues

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